Investimento ĂŠ
Um guia de investimento para mulheres Feito por
Mara Luquet
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A economia
O mundo ďŹ nanceiro
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Investimentos
Houve um tempo em que encontrar um bom partido era considerado sinônimo de sucesso para uma mulher. Em 2019, as definições de sucesso feminino foram atualizadas. Quem imaginaria, atualmente, uma Rapunzel a espera de seu amado príncipe para lhe jogar as tranças? Tal atitude passiva, de pura espera, hoje seria inconcebível. Com tamanha cabeleira, Rapunzel, com certeza, a estaria exibindo na internet para ganhar alguma notoriedade com os serviços e produtos de beleza para cabelos e transformando tudo em lucro. Conhecemos muitas histórias de mulheres empreendedoras e profissionais bem- sucedidas. Mas como investir para multiplicar seu patrimônio? O objetivo deste guia e ajudá-la a cuidar bem do dinheiro que você já aprendeu a ganhar. É fundamental conhecer conceitos básicos de finanças e investimentos que a farão engordar seu patrimônio. Sim, quando o assunto é dinheiro engordar é uma delícia. Ainda mais agora que o aumento da expectativa de vida torna ainda maior a preocupação com a construção de um patrimônio. Chegar aos 90 está se tornando uma realidade. Sem fumar e praticando exercícios, assoprar mais de 100 velinhas será uma perspectiva natural para todas nós. Isto tudo é muito alvissareiro. Mas viver muito custa caro. Então vamos, juntas, desbravar esse admirável mundo financeiro.
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A economia Partiremos do conceito de taxa de juro para entender todo o processo econômico que faz parte de nossas vidas. Queira ou não, você é uma agente econômica e, como tal, não pode se esquivar de conhecer os fundamentos desse universo, sob pena de fazer escolhas erradas. A essência do processo econômico é a taxa de juro que nada mais é do que uma troca intertemporal. As trocas no tempo são uma via de mão dupla. A posição credora – pagar agora, viver depois – é aquela em que se abre mão de algo no presente em prol de algo esperado no futuro. O custo precede o benefício. No outro sentindo, tem-se a posição devedora – viver agora, pagar depois. São todas as situações em que valores ou benefícios usufruídos mais cedo acarretam algum tipo de ônus ou custo a ser pago mais à frente. O conceito de troca intertemporal não se aplica só ao dinheiro, mas a todas as escolhas que fazemos
Pode ser dinheiro ou uma camada adiposa sobre seu corpo, quando você exagera na farra gastronômica do fim de semana, o fato é que o termo de troca entre esses dois valores
na vida. Como explicou o
separados no tempo define a
economista Eduardo Giannetti
essência dos juros.
no já clássico “Valor do Amanhã”:
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Taxa de juro – trata-se de uma taxa de retorno prometida. Três fatores básicos vão contribuir para a formação da taxa de juro em qualquer título: a moeda em que será feito o pagamento, o prazo do título e o risco de inadimplência do seu emissor. A taxa de juro é um dos mais importantes preços da economia. Portanto, é preciso tê-la em mente ao tomar qualquer decisão. Basicamente, o conceito de juro é abrir mão de algo no futuro em troca de um benefício agora (quando você paga os juros) ou abrir mão de algo no presente em benefício de algo no futuro (quando você recebe os juros). A taxa de juro é, portanto, o termo de troca entre presente e futuro. Assim, você sempre precisará avaliar se vale a pena a troca que está fazendo entre futuro e presente. Isso vale tanto para as taxas de juro que você paga quanto para as que você recebe.
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Principais taxas de juro do mercado
Over Selic
CDI Over
É a média das taxas das
Taxa de juro diária que é a média das
operações diárias do mercado
taxas cobradas nos empréstimos
com títulos públicos federais
entre os próprios bancos. Em geral é utilizada como referência nas aplicações de renda fixa.
TR (Taxa Referencial) Taxa calculada pelo Banco Central com base nas taxas de juro praticadas no mercado
TJLP Taxa criada para as operações de longo prazo do BNDES.
bancário, como as que são pagas nos CDBs. É utilizada para remunerar a caderneta de poupança (TR+6% ao ano).
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Outros conceitos importantes:
Os ciclos econômicos – Ciclo econômico é a expansão ou contração alternada na atividade econômica. Em algumas épocas há pleno emprego, com os locais de trabalho produzindo mais bens e serviços e a economia cresce. Em outras o movimento é inverso. A taxa de juro tem um papel importante em todas essas fases, seja para conter a inflação (taxa em alta) ou para estimular a economia (taxa em baixa).
PIB – O Produto Interno Bruto (PIB) é o valor agregado de todos os bens e serviços produzidos no país. A sua variação positiva é um indicador de crescimento econômico de um país. Taxas positivas, mas decrescentes do PIB significam uma desaceleração da atividade econômica, que pode chegar a uma recessão. Recessão é a evolução do PIB com sinal negativo em dois trimestres consecutivos e afeta de forma direta seus investimentos, pois significa menos consumo para as pessoas, menos receita para as empresas e menos arrecadação para os governos.
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Atividade econômica é o nível de consumo e produção de um país (sua medida é o PIB) e será relevante para orientar a gestão de seu patrimônio. Para saber o nível da atividade econômica de um país é preciso estar atenta a aspectos como inflação ou deflação; emprego e desemprego; crescimento ou recessão; superávits ou déficits fiscal e comercial.
Inflação – É o aumento generalizado e contínuo no nível de preços. A inflação corrói o seu poder de compra. Mesmo em economias estáveis com taxas de inflação em patamares mais baixos, não se deve descuidar da inflação porque no longo prazo o poder de corrosão dela é enorme.
Deflação – é a redução do nível geral de preços de um país . Quando a moeda em`circulação ganha valor relativamente às mercadorias, serviços e moedas estrangeiras.A deflação caracteriza-se pela baixa nos preços de alguns produtos no mercado de forma não generalizada, e não contínua
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Globalização – A tecnologia tem permitido uma brutal redução nos custos de transportes e comunicação, o que tem provocado um nível de mobilidade de capital humano, físico e financeiro sem precedentes. Este movimento foi batizado de globalização e é uma das principais mudanças ocorridas no mundo no final do século 20. O termo significa o fim das economias nacionais e a integração cada vez maior dos mercados. Toda vez que estiver pensando em fornecedores, por exemplo, é preciso enxergar globalmente, ele pode estar na Índia, China, ou no México, ou Argentina, enfim, você poderá acessá-lo onde quer que ele esteja. A localização já não é mais um impeditivo. Portanto, o que vai definir sua escolha é a competitividade, qualidade e custo do fornecedor.
As crises nos mercados internacionais podem reverter o fluxo de capitais para o Brasil. Este é um aspecto ao qual se deve ficar atento porque vivemos numa economia globalizada. O primeiro impacto é na taxa de câmbio. Quando entram muitos dólares no país a taxa de câmbio tende a cair. Mas se há uma saída de dólares vigorosa, a cotação do dólar tende a aumentar, o que pressiona as taxas de inflação porque aumenta os custos das importações e o valor dos bens comercializados internacionalmente.
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Os recursos externos também costumam incrementar o volume de negócios na Bolsa de Valores, o que pode refletir numa alta dos preços das ações. O Brasil também precisa financiar o déficit em conta corrente no seu balanço de pagamentos, que é o total de receitas e despesas resultante da relação com o mercado externo. Se o país não tem dólares, não consegue pagar essas contas, que incluem importações, financiamentos, gastos de brasileiros no exterior etc.
Taxa de câmbio – A taxa de câmbio reflete o custo de uma moeda em relação a outra, ou seja, quantos reais são necessários para comprar um dólar ou euro ou qualquer outra moeda estrangeira. Esta é uma das variáveis mais importantes da macroeconomia, sobretudo no que se refere ao comércio internacional. Numa economia globalizada, este é um preço extremamente relevante. Se você tem ativos no exterior simplesmente não pode desconsiderar a taxa de câmbio.
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Balanço de Pagamentos – ele se divide em: Transações correntes: Estas são as contas que se repetem todo ano, como a balança comercial (exportações menos importações) e a balança de serviços, que inclui o pagamento de juros de empréstimos tomados no exterior, remessa de dividendos de multinacionais e gastos de turistas brasileiros no exterior. Conta de capital: Aqui é contabilizado toda a entrada e saída de capital estrangeiro no país. Pode ser por meio de investimento direto em fábricas, por exemplo ou investimento financeiro, como aplicações em ações, ou ainda pode ser amortizações, que são o pagamento total ou parcial de empréstimos tomados no exterior.
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Por dentro da economia
Inflação X Deflação O maior risco da inflação é a corrosão da moeda. Na deflação o maior risco é uma depressão da economia.
Emprego X Desemprego Outro indicador de atividade econômica. Quanto maior a quantidade de empregos, mais aquecida está a economia.
Crescimento X Recessão É medido pelo PIB. Em fase de crescimento consumo aumenta e o risco de inflação também. Na recessão o consumo diminui, um risco para as empresas e para toda a economia.
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Superávit X Déficit Fiscal Mede a diferença entre receitas e despesas do governo. Superávits em geral são bons para a economia, porque significam receitas superiores a despesas. Mas o ideal é manter o equilíbrio, sem excesso de superávit, porque ele pode provocar uma recessão, desemprego e deflação. Isso porque o governo também precisa investir em serviços para o país como saúde e educação e, portanto, precisa ter gastos.
A partir do momento em que se levanta da cama até a hora de dormir, você pensa, decide, age, trabalha sobre os conceitos da economia. Por isso, entender o mundo que a cerca é fundamental. Aqui mostramos alguns pilares deste universo econômico. Ao conhecer os termos e como eles traduzem essa engrenagem que governa as relações diárias de qualquer indivíduo entre si e com o ambiente em que vivem, é possível então revelar o que está por trás da economia: a própria existência humana. Todos nós somos agentes econômicos e conhecer a dinâmica da economia pode melhorar nosso entendimento do mundo. Estes conceitos vão ajudá-la a acompanhar o debate econômico, interpretar os reflexos para sua vida e, principalmente, a tomar suas próprias decisões. É hora de assumir o timão da sua vida financeira!
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O mundo financeiro O mercado financeiro existe para viabilizar a troca de recursos entre os diversos agentes econômicos. Pessoas, empresas e governos têm necessidades diferentes e os instrumentos financeiros viabilizam a troca de recursos entre esses agentes. Dessa forma é possível suprir a necessidade de cada um. Assim, o mercado financeiro nada mais faz do que ligar a ponta entre aqueles que precisam de dinheiro e aqueles que possuem excesso de dinheiro em caixa. Estes, precisam guardar seus recursos de forma eficiente, ou seja, de forma que não sejam tragados pela inflação e que ganhem valor ao longo do tempo. Por isso, estão inclinados a emprestar o dinheiro a quem precisa em troca de uma remuneração (taxa de retorno do capital investido).
O mercado financeiro é dividido em dois segmentos: o de crédito e o de capitais. O mercado de capitais é dividido entre o mercado de ações e o de dívida. No mercado de dívida estão os títulos de renda fixa. Quem compra um título de renda fixa está se tornando credor de alguém. Quem compra ações passa a ser sócio do negócio.
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Fatores que influenciam o mercado financeiro
Movimentos da economia, o resultado das empresas e a taxa de inflação vão influenciar fortemente o comportamento de preços no mercado financeiro. Por isso, saber como interpretar os cenários econômicos é muito importante no processo de decisão de investimentos, não apenas nas aplicações financeiras, mas em toda a sua vida econômica. Vender ou não um imóvel, por exemplo? Se a taxa de juro da economia está em queda há uma valorização dos imóveis, pois há mais oferta de financiamentos e por isso aumenta o número de compradores.
Ativo – Conjunto de bens, valores e créditos que formam o patrimônio de uma empresa. No balanço de uma empresa, o ativo é subdividido em vários itens, de modo a distinguir-se o dinheiro em caixa, o depósito a curto prazo, o estoque de mercadorias, os terenos e edificações, as instalações e máquinas, as luvas e dos direitos. Na carteira da pessoa física, o ativo são todos seus investimentos em ações, imóveis, títulos de renda fixa etc.
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Passivo – O passivo é o total das dívidas e obrigações de uma empresa. É o oposto de ativo. Na empresa, o passivo divide-se em dois gupos: passivo real, que consiste no total de créditos de terceiros contra a empresa, e passivo não-exigível, que representa o capital da empresa (cujos credores são os donos da empresa), reservas e saldo de lucros. Na sua carteira pessoal, seu passivo são todas as dívidas (financiamentos, cartão de crédito etc) que você tem e suas obrigações (custo fixo, por exemplo).
A globalização chegou também ao mercado de gestão de fortunas. Hoje é possível não só encontrar consultores e gestores em qualquer região do mundo, como aplicar em ativos das mais diversas origens. E para quem detém um grande patrimônio é preciso ao menos ponderar este mercado. O surgimento do investimento internacional é a conseqüência natural da globalização e do fluxo livre de capital estimulado por ela. Assim, hoje o setor de serviços financeiros é um mundo completamente diferente do que se viu há pouco mais de duas décadas, em que a oferta se restringia a um cardápio básico de ações, títulos de renda fixa e fundos de investimentos.
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Nesse contexto, os instrumentos estruturados cresceram. Em geral são papéis de renda fixa, com um arcabouço complexo e que vai exigir muito da sua atenção para entender, principalmente, a qual risco está exposta. Ou seja, de onde vem exatamente a remuneração final do papel. Há muitas formas de garantia desses títulos, seja pelo fluxo de caixa futuro de uma empresa, por dívidas contra terceiros etc. O sistema financeiro é definido como o conjunto de mercados, como os de crédito, de ações, de debêntures e outros, usados para o intercâmbio de ativos e riscos. Além dos bancos, o sistema financeiro engloba as empresas de prestação de serviços e outras instituições que viablizam as decisões financeiras para famílias, empresas e governos. Fazem parte desse conjunto as instituições que regulamentam os mercados.
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Bolsa de valores Esta é uma forma de mercado organizado, um lugar onde compradores e vendedores de ações efetuam seus negócios. As bolsas de valores são importantes numa economia porque permitem uma canalização rápida das poupanças para transformação em investimento. O Ibovespa é o principal índice do mercado de ações no Brasil. Ele mede o comportamento das ações mais negociadas na B3, o principal mercado de ações da América Latina.
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Os xerifes do mercado
Banco Central Este é o coração do sistema de pagamentos de um país. Sua função é assegurar a estabilidade da moeda e do sistema financeiro, mas seu grau de autonomia muda com as leis locais. O BC é responsável por: emissão de moeda, regulação do crédito, controle do fluxo do capital externo no país (entrada e saída de dinheiro estrangeiro na economia), regulamentação e fiscalização do sistema financeiro nacional. Proteger a moeda significa manter seu poder de compra, ou seja, não deixar que a inflação corroa seu poder de compra. Desde 1999, o Banco Central do Brasil adotou uma metodologia para a defesa da moeda baseada em meta de inflação. Meta de inflação é o mecanismo pelo qual o Banco Central anuncia publicamente o intervalo em que a taxa de inflação deverá ficar.
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CVM A Comissão de Valores Mobiliários é o órgão regulador e fiscalizador do mercado de capitais. Sua função é assegurar o bom funcionamento do mercado em que são negociadas as ações e quaisquer outros papéis emitidos por meio de uma oferta pública, ou seja, uma venda de títulos para o público em geral. Participam desse mercado as companhias abertas (aquelas que têm ações negociadas no mercado), as corretoras de títulos e valores mobiliários, os fundos de investimentos em ações e os mercados organizados, como as Bolsas de valores. A CVM é uma autarquia federal e seu presidente é nomeado pelo presidente da República e tem que ser aprovado pelo senado.deixar que a inflação corroa seu poder de compra. Desde 1999, o Banco Central do Brasil adotou uma metodologia para a defesa da moeda baseada em meta de inflação.
CMN O Conselho Monetário Nacional é o órgão normativo do sistema financeiro.
Copom O Comitê de Política Monetárias define as taxas de juro básicas da economia. Os diretores do Copom se reúnem mensalmente para fixar as diretrizes da política monetária na qual tem especial importância a fixação das taxas de juro Selic.
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Investimentos O que você prefere: ganhar 50 mil reais hoje ou no próximo ano? Se você nasceu no planeta terra provavelmente vai escolher a primeira opção. Com o dinheiro na mão hoje, vai poder gastá-lo ou investí-lo. Esse conceito de que o dinheiro hoje é mais valioso do que o mesmo dinheiro amanhã é conhecido como “o valor do dinheiro no tempo”. É um conceito relevante para todos que querem cuidar bem de seus próprios ativos. Por isso é necessário conhecer as alternativas de investimento disponíveis, o risco de cada um e como utilizá-los para seu patrimônio não desaparece pela ação do tempo. E pode ter certeza de que esse conhecimento terá um valor inestimável.
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Não se engane
Nenhum único investimento é capaz de ano após ano proporcionar altos retornos. Daí a necessidade de ter uma carteira diversificada. Na hora de diversificar os investimentos, é fundamental separa-los por prazo. Esse cuidado resultará numa economia tributária (aplicações mais longas tendem a pagar menos impostos) e ainda numa alocação mais eficiente, uma vez que em aplicações com prazos maiores podem ter uma exposição maior ao risco e, consequentemente, um potencial maior de ganho. Para diversificar sua carteira de investimentos é necessário conhecer as diversas classes de ativos. Observe, contudo, que para ser eficiente é fundamental escolher mercados que tenham uma correlação negativa na hora de diversificar sua carteira. Ou seja, ter ativos que reagem de maneira opostas a determinados eventos da economia. Por exemplo, se as taxas de juro na economia caem, as ações tendem a subir, porque ficam mais atraentes do que as aplicações em renda fixa e seduzem um número maior de investidores. Uma carteira com diversos ativos muito semelhantes será menos eficiente que uma carteira de ativos com características completamente diferentes.
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Renda fixa – Aplicações em títulos com direito ao recebimento de juros. Ao fazer um investimento em renda fixa você está comprando um título de dívida emitido pelo governo, por uma empresa ou por um banco. Trata-se de um contrato por meio do qual você empresta dinheiro ao emissor do papel, que, em troca, lhe paga quantias fixas a intervalos regulares, que são o pagamento dos juros, até uma data específica, a data do vencimento do papel, quando então é feito um pagamento final, o resgate do título.
Risco: nos papéis de renda fixa há dois tipos de risco: • o emissor não pagar o papel, chamado de risco de crédito • oscilação na taxa de juro, conhecido como risco de mercado
Renda variável – Na renda variável o fluxo de caixa é incerto. Quando compra uma ação, principal produto do mercado de renda variável, você está comprando um fluxo de caixa incerto, que pode ser os dividendos ou o ganho de capital (valorização da ação). Os mercados organizados, como a Bolsa de Valores, são o elo entre investidores e emissores de papel de renda variável.
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Risco: Quando compra uma ação você está se tornando sócio de alguém. Seu principal risco é o de o negócio não prosperar e ter prejuízo, o que vai acabar se refletindo no preço da ação. Outro risco que deve ser observado é o de você precisar resgatar o dinheiro quando o mercado está passando por um momento de baixa. Por isso, os analistas insistem que para investir em ações você precisa da tranqüilidade de não ter data marcada para resgatar o dinheiro.
Cada vez que os juros são pagos eles são imediatamente adicionados ao principal que é o valor inicial que você investiu. Com o passar do tempo, você ganha novos juros sobre o principal e sobre aqueles juros que no mês anterior foram adicionados ao valor original.
A taxa composta é a oitava maravilha do mundo.” Albert Einstein
Quando aliado ao tempo, as taxas de juro compostas podem fazer maravilhas se você estiver do lado certo. Observe: Uma única aplicação de R$ 10 mil a uma taxa de juro anual de 8% pode chegar a: R$ 21.589,25 em 10 anos
R$ 46.609,57 em 20 anos
R$ 100.626,57 em 30 anos
Entende agora porque as taxas de juro compostas encantam até mesmo os gênios!
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O cardápio da renda fixa
Há muitas formas de se investir na renda fixa. Mas quanto a taxa de juro você deve escolher entre uma taxa prefixada ou pós-fixada. Na taxa prefixada você conhece previamente a rentabilidade nominal (sem descontar a inflação). Ou seja, o retorno do título é acertado na partida. Na taxa pós-fixada você só conhecerá o retorno da aplicação na data de seu vencimento, porque sua rentabilidade está atrelada a uma taxa que tem variações periódicas.
Títulos do governo – De modo geral, os títulos públicos hoje no mercado são todos emitidos pela União. Os papéis do Governo Federal são as aplicações consideradas de mais baixo risco.
CDB – os certificados de depósito bancário são papéis emitidos por bancos. O risco e a taxa vão variar de acordo com o nome do emissor. Quanto mais bem avaliado o banco, menor o seu risco e menor também será a taxa de retorno que ele vai pagar.
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Debêntures – títulos de renda fixa de longo prazo emitidos por empresas públicas ou privadas. Quando uma empresa precisa de dinheiro e não quer recorrer a um empréstimo bancário, pode emitir debêntures e captar os recursos desejados.
O CDI ou certificado de depósito interfinanceiro é um título virtual, ou seja, não existe fisicamente. A taxa do CDI representa o custo que o banco tem para captar dinheiro, isto é, para fazer um empréstimo em outro banco. Essa taxa, que varia diariamente, é o ponto de referência (benchmark) das aplicações em renda fixa.
Trade-off – é uma expressão que define uma situação em que há conflito de escolha. Ele se caracteriza em uma ação econômica que visa à resolução de
“Ou isto ou aquilo” “... Ou guardo dinheiro e não compro doce, Ou compro doce e não guardo dinheiro. Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo... E vivo escolhendo o dia inteiro!”
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problema mas acarreta outro, obrigando uma escolha. Ocorre quando se abre mão de algum bem ou serviço distinto para se obter outro bem ou serviço distinto. Você precisará sempre fazer escolhas e isso nos remete a um outro conceito importante, que é o custo de oportunidade.
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Custo de oportunidade – é um termo usado na economia para indicar o custo de algo em termos de uma oportunidade renunciada. Todas as suas escolhas devem levar em conta o custo de oportunidade para definir suas prioridades. Na economia, o custo de oportunidade é a taxa de juro.
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Fundos de Investimento – Qualquer tipo de investimento que você queira fazer, de ações a imóveis, passando por mais exóticos como vinho, por exemplo, é possível fazer por meio de fundos de investimento. São condomínios que reúnem vários investidores para aplicar em determinadas classes de ativos. Há fundos de renda fixa, de renda variável e também os “hedge funds”, uma categoria que no Brasil está incluida nos fundos multimercados. Quando aplica num fundo você está na prática comprando uma cota desse fundo. A cota é a fatia do fundo que lhe pertence e você saberá se está ganhando ou não com a aplicação acompanhando o valor da cota.
O risco: Investidores em fundos de
Com a cota do fundo é completamente
investimento costumam com
diferente. Ela deve espelhar o
freqüência confundir o risco embutido
patrimônio do fundo. Quando você
na cota com o risco de crédito do
compra uma cota está correndo o risco
banco. Isto é um grave erro. Corre-se o
de gestão do administrador, que pode
risco de crédito de um banco quando
ser uma empresa independente ou
se compra um Certificado de Depósito
ligada a um grande conglomerado
Bancário (CDB), por exemplo.
financeiro, e também o risco dos papéis que estão na carteira do fundo.
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Investimentos alternativos – O aumento da riqueza global fez com que a oferta de produtos financeiros e de investimentos também se expandisse e sofisticasse. O menu básico de títulos de renda fixa, ações e fundos ampliou-se bastante nos últimos anos e criou um segmento batizado de investimentos alternativos, que reúne diversas classes de ativos. Neste grupo, por exemplo, estão os “hedge funds” e investimentos em obras de arte.
Hedge funds – eles ficaram populares no mercado internacional no início da década de 90 e têm proliferado desde então. São carteiras que podem operar diversos mercados de forma simultânea e podem recorrer aos mercados futuros e de opções para inflar seu patrimônio. Ou seja, os gestores desses fundos podem aplicar um volume superior ao seu patrimônio porque tomam recursos emprestados de terceiros, uma prática que no jargão do mercado é conhecido como “alavancagem”. A alavancagem tem o encantamento de potencializar o retorno das carteiras de investimento, pois na prática funciona como se você tivesse aplicado mais dinheiro do que a quantia real investida. No entanto, o potencial de risco é igualmente alto. Isso porque se o mercado for contra você, a perda também será proporcional ao montante aplicado e, lembre-se, na partida o gestor tomou dinheiro emprestado para aumentar artificialmente o patrimônio. Daí a recomendação de que não se deve concentrar os investimentos nestas carteiras.
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Mitos que você deve evitar
O mercado financeiro tem muitos mitos e para não cometer erros é fundamental conhecer o que realmente está por trás deles. Há um pouco de verdade em cada mito. Muitos foram reais no passado, mas eles se propagam entre investidores que estão pouco preocupados em checar sua atualidade. Esses mitos são histórias que soam bem quando são contadas e que sobrevivem porque raramente são submetidas a um exame mais detalhado.
Bens duráveis, como imóveis, são investimentos seguros Todo investimento tem risco, com imóveis não é diferente. Além disso, é preciso considerar o custo de carregamento de um imóvel, ou seja, o dinheiro que você está deixando de ganhar em aplicações com taxas de juro. Há também o custo de depreciação do imóvel, condomínio e outras taxas que oneram este investimento. O retorno que você receberá nesta aplicação tem que ser suficiente para cobrir todos esses custos.
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A Bolsa de Valores é para especuladores A Bolsa de Valores é o caminho mais rápido para se associar a um negócio que você acredita que vai gerar lucros. Se a perspectiva é de lucro, são grandes as chances de a expansão estar espelhada no preço da ação em algum momento, mesmo que o papel oscile bastante no meio do caminho.
Aplicações em renda fixa não têm perdas Todo o mercado tem volatilidade, inclusive os papéis de renda fixa. Tente, por exemplo, vender suas jóias todos os dias, você verá que o preço varia. O mesmo ocorre com os papéis de renda fixa que mudam de preço diariamente. Mas, em situações de estabilidade, a variação de preço é muito pequena. Em 2002, quando títulos de renda fixa do governo sofreram uma forte pressão vendedora, seus preços despencaram. Naquele momento, muitos fundos de renda fixa exibiram prejuízos nas cotas por conta dessas perdas.
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Comece já
Você recebe uma grana por seu trabalho, este é o princípio de tudo;
Antes de fazer qualquer pagamento reserve uma quantia pequena para seu investimento – o importante não é guardar muito, mas sempre;
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Comece com uma aplicação conservadora, como um CDB pós-fixado, ou título do Tesouro Selic, ou fundos de renda fixa DI. É importante ter um dinheiro ao alcance da mão para casos de emergência;
Faça um mapa dos seus desejos de consumo: viagem? Ano sabático? Imóvel? Independência financeira?, vale tudo neste momento. Com o que você sonha?
Coloque seus desejos numa linha do tempo. Quando você quer fazer esta conquista? Agora você tem a perspectivas do prazo dos seus investimentos; curto, médio ou longo.
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De quanto você precisa para realizar esses sonhos? O valor e o tempo que deseja para alcança-la lhe dirá se é uma meta realista. Ao ter esse mapa de seus objetivos de consumo definidos você também será mais criteriosa nos seus gastos. Sempre que abrir a bolsa para fazer uma compra levará em consideração a real necessidade daquele consumo vis-à-vis sua meta.
Agora é só investir. Hoje é possível começar com pouco, plataformas de investimentos como a Pi, por exemplo, permitem aplicações iniciais a partir de 30 reais. Escolha uma carteira que atenda os seus objetivos.
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