Projeto de arquitetura de um Hospital da Mulher para a cidade de Ribeirão Preto

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projeto de arquitetura de um

Hospital da Mulher na cidade de RibeirĂŁo Preto



projeto arquitetonico de um

Hospital da Mulher na cidade de Ribeirão Preto

Carolina Chedraoui do Nascimento

Projeto apresentado para o centro universitário Moura lacerda para o cumprimento das exigências parciais para obtenção do título de bacharel em arquitetura e urbanismo, sob orientação da Prof. Alexandra marinelli. Ribeirão Preto 2017



projeto arquitetonico de um

Hospital da Mulher na cidade de Ribeirão Preto

CAROLINA CHEDRAOUI DO NASCIMENTO

ORIENTADOR: ALEXANDRA MARINELLI

EXAMINADOR 1: REGINA ANGELINI

EXAMINADOR 2:

Ribeirão Preto 2017


Resumo O presente trabalho surge de uma inquietação a cerca do bem estar da mulher e sua relação com os equipamentos de saúde, resultando na concepção e desenvolvimento de um projeto para um hospital voltado apenas para saúde da mulher. A mecanização dos procedimentos, perda de autonomia e preconceito no qual as mulheres se deparam ao buscar atendimento hospitalar, faz com que o projeto busque estabelecer uma forma em que a arquitetura influencie na experiência pessoal baseada na autonomia da mulher. Os Procedimentos metodológicos que viabilizarão a pesquisa são bibliografia, estudo de caso, leituras projetuais e entrevistas com profissionais da saúde. Com a finalização da pesquisa espera-se evidenciar o quanto a arquitetura tem influência na área da saúde.

Abstract The present study arises from a disturbance about the well-being of the woman and her relationship with the health teams, resulting in the conception and development of a project for a hospital just for the health of the woman. The mechanization of the procedures, loss of autonomy and prejudgment which the women if they find when seeking hospital care, makes the project seek to establish a way in which the architecture influences the personal experience based on the autonomy of women. The methodological procedures that make the research feasible are bibliography, case study, project readings and interviews with health professionals. With the completion of the research, it was expected to show how much architecture has influence in the area of health.


agradecimentos Agradeço a minha mãe por todo o amor, apoio, paciência, dedicação em toda a minha jornada, ao meu pai por me proporcionar a oportunidade de cursar a graduação em arquitetura e urbanismo, minha Tia, Soraya, por me apoiar em minhas decisões e me dar conselhos incriveis que sempre me fizeram seguir em frente. Aos meus familiares e amigos que de alguma forma estavam sempre me apoiando. Gostaria de agradecer a empresa Pró-Saúde que foi responsavél por me proporcionar uma experiência incrível, me trazendo a oportunidade de conhecer a área de arquitetura hospitalar, e me apaixonar por ela. E por fim gostaria de agradecer a minha orientadora Alexandra Marinelli que me acompanhou em todas as etapas desse trabalho, com muita dedicação e paciência, que foi essencial para que ele fosse finalizado.


Lista de Ilustrações Figura 1 - Hôtel-Dieu, Paris - França Figura 2 - Solução Adotada por Casimir Tollet para a renovação do ar nas enfermarias. Figura 3 - Exemplo de modelo proposto por Florence Nightingale Figura 4 - Hospital Santa Cruz de Misericórdia de Santos Figura 5 Leprosário de Mirueira - Pavilhão coletivo Figura 6 Exemplo de miscigenação da arquitetura Brasileira - Faculdade de ciências médicas da Santa casa de São Paulo Figura 7 caricatura simbolizando a disputa obstétrica pela execução do parto na Europa do século XVIII e XIX: médico/homem x mulher/parteira. Gravura de Samuel William Fores, 1793 Figura 8 Símbolo utilizado pelo grupo de mulheres que se reuniam na década de 70 no Brasil. Figura 9- 1° Encontro Nacional de Saúde da Mulher em Itapecerica da Serra – São Paulo 1984 Figura 10 - Hospital Pérola Byington Figura 11 - Rede de Saúde no Brasil - Estrutura Física Hierarquizada e integrada - Análise sob a Imagem. (GOES, 2004,pag.6.) Figura 12 - Relação de leitos do SUS da cidade de Ribeirão Preto e Região nos anos de 2000 á 2014. Fonte: Fundação Seade com base nas informações do DataSUS. Figura 13 - Representação gráfica de médicos por especialidade no setor da saúde na cidade de Ribeirão Preto - Fonte: Jornal ACidade Figura 14 - Fachada do Hospital das Clínicas F.M.R.P USP. Fonte: FAEPA Figura 15 Capa de Veja - Ilustração do ambiente hospitalar. Figura 16 - Hospital Can Misses, Espanha. Iluminação Artificial, luz fria. Fonte. Archdaily. Figura 17 Hospital cardiológico Hisham, Kuwait. Relação Interior/Exterior. Fonte. Archdaily. Figura 18 Círculo cromático - cores quentes e cores frias. Figura 19 - Extensão do Hospital Lauseanne - Utilização do azul, com obra de arte gera efeito tranquilizante. Fonte. Archdaily. Figura 20 Quarto de Internação coletivo, sem privacidade adequada. Figura 21 Hospital São Luíz - Unidade Anália Franco.

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Fonte. Zanettini Arquitetura. Figura 22 Implantação de Acesso do Hospital São Luiz - Unidade Anália Franco. Analise sobre imagem. Fonte. Zanettini Arquitetura. Figura 23 - Setorização Corte - Hospital São Luiz - Unidade Anália Franco Figura 24 - Localização de Elementos na Fachada Hospital São Luiz Unidade Anália Franco Figura 25 - Escalonamento Hospital São Luiz - Unidade Anália Franco . Fonte. Zanettini Arquitetura. Figura 26 - Sistema Estrutural - Hospital São LuizUnidade Anália Franco. Figura 27 - Circulações de emergência - Hospital São Luiz, Unidade Anália Franco. Analise sobre imagem. Fonte. Zanettini Arquitetura. Figura 28 - Visão Átrio interno com passarelas e jardins. Figura 29 - Visão externa do átrio com passarelas e jardins. Fonte. Zanettini Arquitetura. Figura 30 - Análise de circulação vertical - Corte Hospital São Luiz- Unidade Anália Franco Fonte. Zanettini Arquitetura. Figura 31 Análise de Circulação Vertical - Planta - Hospital São Luiz - Unidade Anália Franco. Fonte. Zanettini Arquitetura. Figura 32 - Fachada Dinâmica Hospital Neumours. Fonte. Archdaily. Figura 33 Projeto para espaços sombreados - Hospital Neumours. Fonte. Archdaily. Figura 34 Relação Interior/Exterior Hospital Neumours Figura 35 - Acessos Hospital Neumours. Fonte. Archdaily. Figura 36 Setorização e Circulação Hospital Neumours. Analise sobre Imagem. Fonte. Archdaily. Figura 37 Elementos da Fachada Hospital Neumours. Fonte. Archdaily. Figura 38 - Fachada dinâmica Hospital Neumours. Fonte. Archdaily. Figura 39 - Quarto de Internação Hospital Neumours. Fonte. Archdaily. Figura 40 - Área Externa Hospital Neumours. Fonte. Archdaily. Figura 41 Fazenda Monte Alegre Figura 42 Sub-Estação de Energia Monte Alegre CPFL Figura 43 Coleta de Lixo Reciclavél

Figura 44 Modelos de Transporte urbano e função Figura 45 Imagem aérea da vista do campus da USP para o bairro onde o terreno está localizado Figura 46 - Vista 01 do Terreno Figura 47 - Utilização do entorno do terreno para lazer Figura 48 - Vista 03 Terreno - Paisagem Urbana Figura 49 - Vista 03- Foto panorâmica do terreno Figura 50 - Vista 06 - Reservatório de água Figura 51 - Vista 08 Rádio Clube Figura 52 - Vista 07 - Centro de Medicina Legal Figura 53 - Paisagem urbana Figura 54 - Volumetria inicial de projeto de Hospital da Mulher - fonte. Carolina Chedraoui Figura 55 - Estudo Volumétrico do projeto de Hospital Mulher Figura 56 - Estudo 2 - Perspectiva Frontal Figura 57 - Estudo 2 - Perspectiva Lateral Figura 58 - Perspectiva. Figura 59 - Tipos de Placas de Dry-Wall. Figura 60 - Detalhamento de Laje Jardim. Figura 61 - Exemplo de piso intertravado Figura 62 - Especificação de Piso Vínilico. Fonte: Tarckett Figura 63 - Especificação de Piso Cerâmico. Fonte: Pisos Eliana. Figura 64 - Brise Metálico Hunter Douglas. Fonte: Hunter Douglas. Figura 65 - Perspectiva Frontal. Figura 66 - Perspectiva Externa. Figura 67 - Perspectiva Lateral. Figura 68 - Área de Carga e Descaraga. Figura 69 - Carga e descarga de pacientes. Figura 70 - Acesso Principal. Figura 71 - Acesso de Paciente Transportado. Figura 72 - Perspectiva Átrio, pavimento internação. Figura 73 - Perspectiva interna com visão para laje jardim. Figura 74- Laje para espaço de convivio no pavimento da maternidade. Figura 75-Imagens quarto de internação maternidade. Figura 76 - Consultório Ginecológico Dr. Flávia Com espaço para a cirança e conversa em grupo Figura 77 - Recepção com espaço para criança Figura 78 - Sala para Reunião em grupo com as parturientes para realização de atividades


Lista de MAPAS Mapa 1 - Localização da cidade de Ribeirão Preto no estado de São Paulo Mapa 2 - Mapa de localização do Terreno e Área de estudo Mapa 3 - Mapa de localização do recorte Mapa 4 - Macrozoneamento da cidade de Ribeirão Preto Mapa 5 - Mapa com principais vias de acesso. Mapa 6 - Hierarquia Física - Área de estudo Mapa 7 - Hierarquia Funcional - Área de estudo Mapa 8 - Uso do solo da área de estudo Mapa 9 - Ocupação da área de estudo Mapa 10 - Gabarito Área de Estudo Mapa 11 Localização de Pontos de ônibus Mapa 12 - Fluxo do transporte público Mapa 13 Vegetação - Área de Estudo Mapa 14 - Topografia - Área de Estudo Mapa 15 Localização de Vistas Mapa 16 - Divisão do recorte em local destinado a implantação do edifício e área reservada para futura ampliação. Mapa 17 - Planta de Situação do Terreno Mapa 18 - Esquema de Insolação Mapa 19 - Primeiro Recorte realizado no terreno sem escala Mapa 20 - Implantação do primeiro estudo do projeto de arquitetura.. Mapa 21 - Novo recorte com divisão do projeto em duas etapas, prevento uma futura ampliação.

Lista de Tabelas Tabela 1- Indicadores de Leitos na cidade de Ribeirão Preto - Fonte Cness Data SUS Tabela 2 Indicadores de Leitos ginecológicos e obstétricos na cidade de Ribeirão Preto - Fonte Cness Data SUS. Tabela 3 - Serviços Prestados pelo Hospital das Clínicas Tabela 4 - Atividades Ginecológica e Obstétricas Hospital das Clínicas Tabela 5 - Principais Vias de Acesso Tabela 6 - Programa de Necessidades.

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04 02

saúde Sistema Único de Saúde ribeirão preto hospital das clínicas

desenvolvimento histórico O Edifício hospitalar O Edifício hospitalar no brasil Hospital da mulher

sumário

05

01 apresentação

humanização

03 hospital da mulher


08

Arquitetura

06

Programa de Necessidades Estudo preliminar Anteprojeto memorial

parâmetros

10

Maternidade São Luiz - Unidade Anália Franco. Hospital Infântil neumours - Orlando, EUA.

Anexos

07 área de estudo Apresentação Aspectos legais características físicas Infraestrutura Aspectos Físicos-Ambientais Diretrizes gerais

09 Referências Bibliografia



Introdução

01


Introdução A pesquisa se contempla em um trabalho final de graduação que, em seu desenvolvimento realiza um projeto arquitetônico de um equipamento público voltado para a área hospitalar, que tem como tema um Hospital voltado para a saúde da mulher. A realização de estágio na área de arquitetura hospitalar foi uma grande influência para a escolha do tema, entretanto a escolha de um hospital especificamente voltado para a saúde da mulher se estabeleceu pela visibilidade da discussão da busca dos diretos das mulheres, que vem se destacando na sociedade e é nesse contexto que se desenvolve a pesquisa para um projeto de um hospital que tem por objetivo a busca a partir da arquitetura, de espaços que gerem a experiência pessoal, cultural, de gênero, e familiar, fundamentados no protagonismo e autonomia da mulher. Atualmente a forma de atendimento à saúde da mulher, como nos procedimentos realizados na hora do parto, se tornaram processos mecânicos, buscando sempre a facilidade para o profissional que realizará o processo e não para o paciente, portanto o objetivo da pesquisa consiste em criar um Hospital da Mulher que retome toda a experiência feminina, gerando um ambiente que sirva de apoio físico e emocional, criando espaços onde a paciente se sinta mais à vontade e tenha o livre arbítrio para se expressar,

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desenvolvendo qualidade de

sempre o vida para

bem essa

estar e mulher.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) conceituou a saúde como um direito humano fundamental cuja sua realização requer a ação de muitos outros setores sociais. Segundo a declaração da AlmaAta a saúde é um estado de quem tem suas funções orgânicas, físicas e mentais em situação normal; portanto o intuito do projeto arquitetônico hospitalar é buscar, a partir da arquitetura, não apenas a saúde física do paciente, mas a saúde mental. Portanto o trabalho se inicia a partir de um embasamento teórico da evolução histórica da arquitetura hospitalar, que visa entender os processos em que a arquitetura hospitalar passou desde seu entendimento como um edifício até os dias de hoje, estudando as transformações do papel do edifício hospitalar na sociedade e as alterações ocorridas em sua escala e sua morfologia, relacionando as mudanças ocorridas no período, surgimento de novas tecnologias e conquistas sociais, estabelecendo também como essa evolução se desenvolveu no Brasil adentrando, de forma especializada, na área de saúde da mulher. Devido à humanização ser atualmente um assunto muito discutido no setor de arquitetura hospitalar, pois adere uma visão de que o hospital não deve ser pensado em um espaço para a enfermidade e sim um espaço para o paciente, que

busca entender suas necessidades, criar espaços que influenciem o emocional do paciente e auxiliem na cura e bem estar, assim gerando experiências mais humanas para os usuários. Outro assunto a ser discutido é o Sistema Único de Saúde – SUS que é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, que tem como objetivo garantir a toda a população apoio de saúde integral e de forma gratuita. A forma como a saúde tem seu funcionamento na cidade de Ribeirão Preto, com um levantamento de dados dos Hospitais presentes na cidade, quantidade de leitos, e quantidade de médicos por especialidade, adentrando na área de saúde da mulher, e entender como o Hospital das Clínicas funciona, sua abrangência, características físico funcionais, como nosso objeto de estudo inicial. Conseguintemente,

se

estruturou

a

proposta de relocar o setor de ginecologia e obstetrícia do Hospital das Clínicas, para uma unidade separada, complementando o programa de necessidades já existente, introduzindo o parto humanizado na unidade e o setor social para apoio a mulher, porque, notou-se que o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, atualmente atende o setor de ginecologia e obstetrícia em uma única unidade que é o HC criança, em conjunto com outros setores que recebem pacientes com complexidades diferentes, e com a criança como foco do


edifício, portanto a concepção do projeto busca a mulher como protagonista. Em seguida realizam-se estudos de casos de hospitais de grande importância para a evolução da arquitetura, que servem de parâmetro para a realização desse projeto, buscando entender as soluções adotadas na distribuição dos ambientes voltados para o conforto e bem estar dos pacientes, materialidades utilizadas, tipo de aberturas para iluminação natural, formas de humanização, a influência das cores nos usuários do espaço entre outros aspectos que influenciam na experiência dos pacientes. O projeto de pesquisa utiliza como metodologia, pesquisas bibliográficas, leituras projetuais, entrevistas com profissionais especializados na área hospitalar e na área ginecológica e obstétrica, visitas guiadas no hospital das clínicas e em outros hospitais que dão suporte a sensações, setorização humano ao Hospital da

mulher, buscando identificar percepções dos ambientes, dos espaços, a relação do ser ambiente e a rotina de um Mulher.

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Desenvolvimento Histรณrico

02


O edifício hospitalar Na transição entre a antiguidade e a idade média, o que hoje consideramos como medicina, antes era considerada somente como uma assistência aos enfermos, essa assistência era prestada em forma de medicina popular, ou seja, qualquer pessoa, capacitada ou não na época poderia exercêla, o local de acontecimento era qualquer espaço onde a multidão pudesse se reunir, pois na época esse procedimento era tratado como forma de espetáculo, entre esses procedimentos estavam: a extração de um dente, amputação de um membro, entre outros. As assistências prestadas de caráter oficial eram realizadas pelos sacerdotes, no interior dos templos e dos mosteiros, ou em edificações anexas, eram atividades secundarias aos deveres de caráter religioso. Os concílios1 de Clermont 1130 e de Latran em 1139 proibiram os monges à prática da medicina, e o concílio de Viena 1312 decidiu que o tratamento dos enfermos deveria ser realizado por leigos, aos religiosos caberia apenas o conforto espiritual, entretanto Carlos Magno2 exigiu que as igrejas tivessem hospitais, e estabeleceu que os edifícios fizessem parte de grandes conjuntos arquitetônicos religiosos. O objetivo dessas edificações eram gerar assistência aos pobres e conforto aos enfermos, pois nessa época os procedimentos com finalidade de cura raramente eram realizados, ou seja, a função do hospital nesse momento histórico

era de se estabelecer como uma estrutura de separação e exclusão, isolando os mais pobres e enfermos da sociedade, assim minimizando eventuais riscos epidemiológicos e sociais. No Século XII, as assistências aos enfermos ainda é executada sem uma prática hospitalar em busca da cura do paciente, pois a doença ainda é considerada um acontecimento predestinado, como no Hôtel-Dieu que era o maior hospital de Paris, as visitas aos enfermos eram realizadas apenas uma vez por dia nessa época, e essa frequência vai se intensificando nos séculos seguintes, em que a permanência do médico se torna obrigatória para acompanhamento do paciente com maior frequência devido à busca da melhora dos enfermos. Vê-se, assim, que nada na prática médica desta época permitia a organização de um saber hospitalar, como nada na organização do hospital permitia a intervenção da medicina (FOUCAULT, 1979, p.103) Somente a partir do séc. XVIII a doença deixa de ser considerado um acontecimento do destino e passa a ser reconhecida como um fato patológico (MIGNOT,1983, p.224 apud TOLEDO, 2006, p.17). Formando-se assim o conceito de hospital terapêutico. Com o surgimento desse conceito, os questionamentos de ordem funcional e espacial dentro do ambiente hospitalar assumem uma nova importância, estimulando assim os primeiros

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processos projetuais. A noção de que o hospital pode e deve ser um instrumento destinado a curar aparece claramente em torno de 1780 e é assinalada por uma nova prática a visita e a observação sistemática e comparada dos hospitais (FOUCAULT, 1979, p.99) No ano de 1772, ocorreu um incêndio no Hotel-Dieu em Paris e passam a ser realizados estudos sobre a relação entre os fenômenos patológicos e espaciais em hospitais europeus pelo inglês filantropo John Howard e pelo francês médico Tenon, e pelo químico Lavoisier, entre outros a pedido da academia de Ciências para a reconstrução do hospital, assim, estabeleceram diretrizes que nortearam por mais de um século em grande número de hospitais. A precariedade das unidades foi revelada nos estudos e pela primeira vez notaram a alta taxa de mortalidade, os procedimentos médicos e de enfermagem em relação com as características espaciais dos edifícios. Esse levantamento indicou um novo rumo para as edificações hospitalares, mediante a um novo programa que agora abrangia as melhores qualidades 1-Concílio: é uma reunião de representantes eclesiáticos, especialmente bispos. Era presidida ou sancionada pelo papa, para deliberar sobre questões de fé, costumes, doutrina ou disciplina eclesiática. 2-Carlos Magno: foi imperador e medieval

da

um

Dinastia

importante conquistador Carolíngia.


selecionadas de cada hospital pesquisado, com - longos pavilhões paralelos, ordenados de maneira regular, segundo diversos sistemas de simetria. (BENCHIMOL, 1990,p.190 apud TOLEDO 2006, p.19). As características coletadas nos relatórios detinham número de leitos por enfermaria, quantidade de pacientes por leito, dimensões das salas e pé direito, taxa de mortalidade e de cura, buscando assim estabelecer como seria o modelo ideal, sendo pela primeira vez avaliado o índice de insucessos ou cura das unidades hospitalares, as questões espaciais, relacionando à contaminação de pacientes a proximidade de determinadas áreas funcionais ou de fluxos de materiais contaminados. Surge, portanto, um novo olhar sobre o hospital considerado como máquina de curar e que, se− produz efeitos patológicos, deve ser corrigido. (FOUCAULT, 1979, p.101) Segundo o filósofo Michel Foulcault a arquitetura hospitalar passa a ser um elemento fundamental para que o ambiente hospitalar seja criado adequadamente para o processo de cura, então a partir do século XIX, a arquitetura hospitalar, assim como a prisional, seriam uma das primeiras manifestações de caráter racional, estabelecendo a forma arquitetônica com a função, essa época é caracterizada pelo surgimento de layouts de viés racionais, que Figura 01 - Hotel Dieu, Paris-França.

traspõem

para

os

espaços,

os

detalhados

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programas funcionais. O hospital especializado passa então a ser uma resposta, pois os grandes hospitais com milhares de leitos, nos quais os pacientes portadores de doenças infecciosas, os feridos, e mulheres grávidas ocupavam a mesma enfermaria, passam a ser negado, buscando agora novas propostas para o edifício hospitalar, a separação dos pacientes internados segundo o tipo de patologia, a construção de hospitais com menor número de leitos e voltado para o tratamento de um único tipo de enfermidade. Entre as inovações tecnológicas surgidas nessa época o engenheiro Casimir Tollet (1892) se destaca ao criar uma solução para a renovação do ar nas enfermarias, por meio de paredes com seção em arco, fazendo uma reinterpretação racionalista da arquitetura gótica. A característica do ar viciado era de se localizar no alto das abóbodas das enfermarias, assim a solução foi criar por meio dos óculos e chaminés, distribuídas ao longo dos pontos mais altos e dutos no interior das paredes com espaçamentos regulares, para realizar a troca de ar das enfermarias. O engenheiro Henry C. Burdette foi uma figura muito importante nessa época também, ele escreveu o livro Hospitals and asylums of the world que fazia uma ampla revisão da arquitetura hospitalar, levantando as características físicas das unidades hospitalares, estudando de forma sistemática o espaçamento das camas, as condições de

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insolação e ventilação das alas, às instalações de calefação, a circulação de ar, coeficiente de mortalidade, comparando os resultados obtidos com referências internacionais. Então a partir desse momento os hospitais com partido de bloco, que eram inspirados em templos romanos, são condenados, surgindo um novo modelo, o hospital pavilhonar, considerado na época a solução arquitetônica ideal, numa época em que os trabalhos do cientista francês Louis Pauster, sobre o papel das bactérias como agente de doenças, e os do médico Robert Koch sobre os perigos do contágio, recomendavam o isolamento dos pacientes que tinham potencial de doenças contagiosas. O protótipo de modelo pavilhonar foi o Hospital Naval de Stonehouse desenhado por Rovehead em 1760, com seus pavilhões dispostos em torno de um grande pátio central, outra proposta foi para a reforma do Hotel Dieu, de Paris, entretanto a plena aceitação do modelo pavilhonar só iria acontecer na Europa no século XIX, com a construção do Hospital Laribosiere de Paris, projetado por Gauthier em 1839, com capacidade para 905 leitos dispostos em pavilhões com 32 leitos. Em 1859 a enfermeira Florence Nightingale baseada em suas experiências sugeria que os defeitos dos hospitais existentes residiam principalmente na falta de padrões adequados de iluminação e ventilação, áreas mínimas por leito, e na própria superlotação. A partir de suas

Figura 02 - Solução Adotada por Casimir Tollet para a renovação do ar nas enfermarias.


observações sobre o sistema pavilhonar, Florence Nightngale estabeleceu as bases e as dimensões do que ficou posteriormente conhecido como enfermaria Nightingale:um salão longo e estreito, com leitos dispostos perpendicularmente em relação as paredes perimetrais, um pé direito generoso e janelas altas entre os leitos de ambos os lados do salão, garantindo a ventilação cruzada e a iluminação natural. Na

América

do

Norte,

diferente

do

modelo pavilhonar que se consolidava na Europa, introduzia-se um novo modelo, o bloco compacto, com vários pisos, popularmente conhecido como monobloco vertical. A

edificações: o uso do concreto armado e de elevadores. (MUMFORD, 1961; FOUCAULT, 1979; BENCHIMOL, 1990; GORDON, 1993 apud TOLEDO, 2006). Entre a primeira e a segunda guerra mundial, os hospitais de partido "monobloco vertical" eram, segundo Miquelin (1992, p.54), nada mais que um empilhamento de enfermarias Nightingale, com um elevador ligando todos os andares, apenas depois que surgiu o novo modelo de monobloco que é utilizado nos dias atuais. Construídos

na

década

de 20, organizavam as funções hospitalares em cinco setores básicos: no subsolo os serviços de apoio, no térreo os consultório médicos, o pronto atendimento e o serviço de raios X, no primeiro andar o laboratório e os serviços administrativos, nos blocos intermediários as áreas de internação, no ultimo o bloco operário. O sótão era usualmente ocupado pelos médicos e residentes médicos e de enfermagem (MIQUELIN, 1992, p.54)

adoção do partido vertical foi incentivada pelo controle da tecnologia, era possível realizar edifícios com maior resistência a cargas devido às estruturas de concreto armado, também foi possível diminuir os longos percursos impostos aos médicos e enfermeiras nos enormes corredores do modelo pavilhonar com a tecnologia dos elevadores, os percursos então passam a ser na vertical. O novo partido tinha como qualidade também a viabilidade econômica construtiva, que antes, no modelo pavilhonar tinha um alto custo com o terreno, devido a ocupação térrea de o edifício necessitar de grandes áreas, economia em redes de infra-estrutura, entre outros aspectos que geraram economia na construção. O novo modelo incorporava duas importantes inovações tecnológicas na construção de

Figura 03 - Exemplo de modelo proposto por Florence Nightingale

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O edifício hospitalar no brasil O Brasil foi o segundo país da América do Sul a construir uma edificação exclusivamente destinada a receber enfermos, essa assistência teve início logo após a ocupação dos portugueses no Brasil, pois Portugal tinha o hábito de transferir para as colônias sua cultura. O Hospital da Santa Cruz de Misericórdia de Santos criado por Brás Cubas³ construído em 1543 foi um resultado dos hábitos trazidos pelos portugueses, pois antes de serem construídas no Brasil as "Misericórdias" já haviam se difundido por Portugal e suas colônias, constituindo um verdadeiro sistema hospitalar.

As Santas Casas das Misericórdias se estabeleceram depois da cidade de Santos nas capitanias províncias que hoje são os Estados e depois se estenderam para os interiores, atualmente é raro uma cidade do interior que não possua a sua Santa Casa da Misericórdia. (CAMPOS, 1952, p.54 apud TOLEDO, 2006,p.26). Segundo

Gilberto

Hochman

em

1920

foi criado o Departamento Nacional de Saúde Pública que foi uma das primeiras iniciativas de saúde do Estado brasileiro de âmbito realmente nacional, com o intuito

de criar o principal órgão federal na área da saúde, realizando uma reforma na saúde pública brasileira, principalmente pelo aumento de capacidade do governo federal, agora atuando no interior do país e não apenas na capital e nos portos. Entretanto o DNSP ainda manteve diversas práticas de controle sanitário que já eram realizadas antes de sua criação, como por exemplo as normas de controle de pessoas que tivessem qualquer tipo contato com doentes com enfermidades contagiosas ou em áreas com focos de doenças. Em 1934 Carlos Lima Cavalcanti, governador de Pernambuco, trouxe do Rio de Janeiro, o jovem arquiteto mineiro Luiz Nunes, para desenvolver um trabalho de restauração dos edifícios públicos da capital pernambucana e de algumas cidades do interior e para essa tarefa foi criado o Departamento de Arquitetura e Urbanismo - DAU. (GÓES,2004,p12.) Segundo Ronald de Góes, Luiz Nunes solicita a colaboração do médico Josué de Castro e do sanitarista Saturnino de Brito e de uma equipe de sanitaristas cariocas, para produzir trabalhos no campo educacional, habitacional, de abastecimento, saneamento e saúde pública buscando aprimorar os projetos. Portanto na área da saúde foram construídos postos, usinas de pasteurização

Figura 04 - Hospital Santa Cruz de Misericórdia de Santos

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3-Brás Cubas: foi um fidalgo e explorador português, fundador da cidade de Santos, governou duas vezes a capitania de São Vicente.


como

Rino

Levi,

Oscar

Niemeyer

e

Helio

Uchöa, Ari Garcia, Jorge Moreira e Aldary Toledo, Oscar Waldetaro e Roberto Nadalutti torna-se dominante na arquitetura hospitalar brasileira com blocos verticais que são construídos sobre uma placa horizontal que lhe serve de base. Principalmente os Arquitetos Oscar Wadetaro e Roberto Nadalutti em conjunto com Jarbas Karman, que contribuem com seus conhecimentos adquiridos no curso de especialização em Public Health Service, Division of Hospitals Facilities, em Washigton, incorporando em seus projetos. (GÓES,2004,p27.)

Figura 05 Leprosário de Mirueira - Pavilhão coletivo

de leite, abatedouros de animais, o Leprosário de Mirueira, a Colônia Agrícola de Barreiros para os doentes mentais crônicos, o Pavilhão de Óbitos da Faculdade de Medicina e o Hospital da Brigada Militar, esses projetos se tornaram uma espécie de obrigação imposta para as próximas construções na área da saúde, pois, devido a relação de diversas áreas criaram edificações com maior qualidade de funcionamento e que mudou a arquitetura voltada para área da saúde no Brasil.

No Hospital da Brigada Militar em Recife, que ainda hoje em pleno funcionamento surpreende pela sua funcionalidade, Nunes adota o partido de "bloco", defendido pelas correntes mais avançadas da medicina em detrimento do partido de ``pavilhõe". Esse hospital assim como a Faculdade de Medicina de São Paulo de Ramos de Azevedo, são os primeiros no Brasil a incorporar em seu programa a identificação de vetores de transmissão e diversas doenças contagiosas. Os traços modernistas dos arquitetos

O acelerado processo de urbanização brasileira levou o Ministério da Saúde a reorganizar a norma para edificações hospitalares e surge também na USP em São Paulo e na Universidade Católica do Rio de Janeiro o curso de administração Hospitalar. Na constituição de 1988 é determinado ser dever do estado, garantir saúde a toda a população e então se cria o Sistema Único de Saúde. Em 1994 é fundada a ABDEH - Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar em São Paulo (GÓES,2004,p15.), essa entidade congrega arquitetos, engenheiros, médicos e enfermeiros e está estruturada em todo o território brasileiro, ela surgiu com o objetivo de contribuir com a contínua evolução brasileira, no campo da edificação hospitalar, sendo uma evolução para as edificações hospitalares, pois ela apresenta

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através de eventos, enquetes, revistas, publicações as diversas discussões atuais de relevância para a edificação assistencial á saúde. Atualmente a arquitetura contemporânea hospitalar brasileira atua com uma diversidade de estilos, Nos hospitais já existentes não vemos a adoção de um único modelo, mas podemos notar uma mistura do modelo pavilhonar com monobloco vertical, uma miscigenação de formas, muitos hospitais antigos sofrendo adequações, reformas e anexos. As novas edificações buscando investir em novas tecnologias, com layouts efêmeros, devido as constantes transformações e inovações

Figura 06 - Exemplo de miscigenação da arquitetura Hospitalar Brasileira - Faculdade de ciências médicas da Santa casa de São Paulo

em equipamentos e procedimentos.

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Saúde da mulher Inicialmente a assistência ao parto se inicia no momento em que as próprias mulheres se auxiliam e iniciam um processo de acumulação de conhecimento sobre o corpo feminino, dessa forma, o parto passa a se tornar socialmente o evento mais importante na vida das mulheres. Portanto na antiguidade, uma mulher que a comunidade considerasse com mais experiência era reconhecida como parteira, seus conhecimentos eram embasados na

no final do século XVIII faz com que os médicos que antes pouco participavam dessa experiência, iniciem uma espécie de disputa pelas atividades de realização dos procedimentos relacionados ao parto, ao longo do século XIX houve diversos conflitos entre a classe médica e as parteiras que foram um grande marco para o espaço do nascer, pois foi quando se estabeleceu a transferência do local de parto da residência para a edificação hospitalar que poderia

prática e na acumulação de saberes, passado tradicionalmente de geração para geração, portanto, a saúde da mulher se resumia ao ato de dar à luz ao seu bebê.

ser no seu interior ou mesmo em unidades independentes ou seja vão surgindo espaços destinados aos procedimentos maternoinfantil como a enfermaria do Hospital de

As universidades com cursos de medicina são iniciadas, porém ainda controlados pela igreja, a admissão incluía apenas homens de classes altas, logo inacessíveis para as parteiras, que devido também ao fato de a gravidez e o parto não serem considerados doenças, esses assuntos não eram ainda incluídos nos currículos médicos. Assim, Nadine Le-faucheur em La création des services de maternité et des accoucheurs des hôspitaux parisiense (MUSÉE, 2002, P7584) cita que até o século XVIII era comum que quando a mulher entrasse em trabalho de parto a parteira fosse até a casa da parturiente consequentemente o ambiente familiar se torna a maior representação do ambiente de nascer.

la Charité em Paris. Na história da arquitetura da Obstetrícia uma das primeiras edificações registradas com uso específico de atenção ao parto e o nascimento foi construída em 1875 o pavilhão de isolamento da maternidade de Paris, porém ainda havia altas taxas de mortalidade a cada 43 partos realizados havia um registro de óbito, devido às condições de assistências perinatal e infecções hospitalares. Embora o modelo de espaços voltado para a saúde da mulher comece a se desenvolver no século XIX ele só se consolidará no período pós Segunda Guerra Mundial.

O Arquiteto Fábio Bitencourt relata que a preocupação com as altas taxas de

Grande número de unidades obstétricas hospitalares se construiu entre 1940 e 1970, nos EUA, e entre 1920 e 1970 na França, consistindo comumente,

mortalidade

de um conjunto de salas para

24

das

parturientes

na

França

Figura 07 caricatura simbolizando a disputa obstétrica pela execução do parto na Europa do século XVIII e XIX: médico/homem x mulher/ parteira. Gravura de Samuel William Fores, 1793


procedimentos específicos e individualizados (MUSÉE, 1995, p.102 apud BITENCOURT, 2008,p.39). Nas décadas de 50 e 60 era predominante o adormecimento completo da parturiente durante o trabalho de parto e as salas para a realização dos procedimentos se tornaram uma espécie de confinamento para a paciente que ao longo da década de 70 começou a ser medicada com fortes analgésicos paralização peridural.

intravenosos para dor ou da cintura para baixo com

a a

O parto passou então a ser visto como um ato cirúrgico qualquer e a mulher em trabalho de parto sendo chamada "paciente", e sendo tratada como doente e impedida de seguir seus instintos e adotar a posição mais cômoda e fisiológica. (MACHADO, 2005 p.22)

1995

apud

PETER,

Viabiliza-se o parto médico no qual a experiência de dar a luz passa a não ser a coisa mais importante a ser vivenciada, e sim a praticidade, agilidade, buscando melhor conforto para equipe médica e não

seguro para dar a luz ao seu bebê que o domicílio, pois qualquer complicação teria toda uma equipe médica para dar suporte. Se antes o parto e os cuidados posteriores com a mãe e o bebê transcorriam em família, formando fortes vínculos, hoje, estes mesmos fenômenos transcorrem em instituições hospitalares onde os vínculos passaram a ser meros contatos superficiais.

Europa, América Latina e Caribe iniciando assim o movimento social feminista.

Nesse mesmo período já nota-se vestígios em poucos hospitais o que hoje chamamos

No Brasil no meio da década de 70 o movimento feminista inicia-se com a influência das experiências do feminismo internacional e com a criação de diversos grupos e organizações não governamentais se compunham principalmente de mulheres, que estavam ligadas a área da saúde e outras que passavam seus conhecimentos vivenciados no dia a dia, esse grande movimento popular se

de parto humanizado conforme Alice Lerman autora do livro Birth Environments: Emerging Trends and Implications for Design (Ambientes de Nascimento: Tendências

integrou ao movimento feminista em busca dos direitos femininos em relação à saúde. As mulheres solicitavam a democratização do atendimento médico e a consideração do

Emergentes e Implicações para o Design) em algumas maternidades inclinava-se a mesa de parto e utilizava-se um espelho para que a percepção do momento do nascimento oferecesse maior flexibilidade e envolvimento.

conhecimento das mulheres, questionando, internamente, o poder dos serviços de saúde e, ao mesmo tempo, reivindicavam o direito ao acesso universal à saúde e aos cuidados médicos.

No Brasil após os anos 50, a obstetrícia brasileira sofre grande influência dos procedimentos realizados nos Estados Unidos, crescendo o investimento em novas tecnologias de apoio ao parto. Na década de 70, as mulheres começaram a notar que principalmente as práticas realizadas por ginecologistas

a posição mais confortável para a mãe, transformando o parto em um processo de produção em massa. Porém as mulheres de todas as classes começaram a procurar a maternidade para casos mais complicados e

e obstetras se tornaram cada vez mais autoritárias e desumanizadas, então nos Estados Unidos essas mulheres criam grupos de aprendizagem de autoconhecimento e troca de experiências sobre a saúde, esses

gradualmente a considera-la um local mais

grupos

foram

se

estendendo

depois

pela

O atendimento à mulher pelo sistema de saúde temse limitado, quase que exclusivamente, ao período gravídico-puerperal, e, mesmo assim, de forma deficiente. Ao lado de exemplos sobejamente conhecidos, como a assistência preventiva e de diagnóstico precoce de doenças ginecológicas malignas, outros aspectos, como a prevenção, detecção e terapêutica de doenças de transmissão sexual, repercussões biopsicossociais

da

gravidez

25


Figura 08 - Símbolo utilizado pelo grupo de mulheres que se reuniam na década de 70 no Brasil.

Figura 09- 1° Encontro Nacional de Saúde da Mulher em Itapecerica da Serra - São Paulo 1984

26

não desejada, abortamento e acesso a métodos e técnicas de controle da fertilidade, têm sido relegados a plano secundário. Esse quadro assume importância ainda maior ao se considerar a crescente presença da mulher na força de trabalho, além de seu papel fundamental no núcleo familiar (BRASIL. Ministério da Saúde, 1984, p.5).

entre outros assuntos que definiram a Carta de Itapecerica com as reivindicações das mulheres para a saúde.

Com a Crescente presença da mulher no mercado de trabalho, mudando gradativamente o padrão familiar, geravam novas necessidades para os programas de

mulher envolven0do todos os seus ciclos biológicos: infância, adolescência, juventude, maturidade, menopausa e

saúde direcionados as mulheres, e em 1983 foi desenvolvido, por um grupo que reunia sanitaristas, pesquisadores, feministas e representantes do Ministério da Saúde, as bases do Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PAISM). Um programa realizado para as mulheres, em que as mesmas organizadas como interlocutoras privilegiadas, interferindo no seu planejamento, implantação e fiscalização.

velhice concretizados na sua especificidade sexual (menstruação, contracepção, gravidez, parto, aleitamento, infertilidade, doenças venéreas, prevenção do câncer ginecológico e de mama, saúde mental e algumas doenças mais comuns), tudo isso integrado com a prevenção e tratamento das doenças relativas à sua inserção concreta no sistema produtivo, seja como trabalhadora e/ou dona de casa (LABRA, 1989, p.299).”

O papel sexual e reprodutor imposto à mulher pela sociedade, que a exclui das decisões sobre o seu próprio corpo, faz com que tenhamos problemas específicos de saúde. Por isso exigimos um programa de saúde integral para a

Em 1984 foi realizado o 1º Encontro Nacional de Saúde da mulher, onde participaram mulheres feministas e trabalhadoras da área da saúde, e sem exclusão de raça ou cultura, envolveram no encontro mulheres negras, brancas e indígenas, que discutiram diversos temas como laqueadura, câncer mamário, câncer perino, planejamento familiar, aborto,

A criação do conceito de Hospital da Mulher, especializado na saúde e bem estar da mulher se iniciou devido ao CECF – Conselho Estadual da Condição Feminina

violência,

institucionalizado pela Lei n° 5.447 de 1°

universalidade

do

atendimento


de dezembro de 1986. O Ministério da Saúde em conjunto com a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), com a OMS, com o Fundo de População das Nações Unidas (FNUAP) e com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) lançaram o projeto Maternidade Segura, que com o que eles chamaram de “Oito Passos para uma Maternidade Segura” , buscaram estimular os profissionais que atuam na saúde da

viáveis, muitas vezes simples e de baixo custo, quando há o compromisso de oferecer o melhor a população (BRASIL,2001, p.24 apud BITENCOURT, 2008 p.27)

mulher, diretamente ou indiretamente, com o objetivo de melhorar a qualidade do atendimento da parturiente e do recémnascido durante sua estadia no hospital e diminuir as taxas de mortalidade que ainda ocorriam com frequência em um país ainda em desenvolvimento como o Brasil. Segundo o Ministério da Saúde obtiveram um resultado positivo após a implementação dos 8 passos que eram: Garantir a informação sobre a saúde reprodutiva e sobre os direitos das mulheres, garantir assistência durante a gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como o planejamento familiar, incentivar o parto normal e humanizado, ter rotinas escritas para normatizar a assistência, treinar toda a equipe de saúde, possuir estrutura adequada para o atendimento materno- infantil, possuir arquivos e sistema de informação e avaliar periodicamente indicadores de saúde materna e perinatal. [....]demonstrou que é possível qualificar e também humanizar serviços,

encontrando

soluções

27



Hospital da Mulher

03


Hospital da mulher Como abordado anteriormente, o conceito de saúde especifica da mulher surgiu com as reivindicações por seus direitos, onde o auxílio médico hospitalar tivesse a paciente como protagonista do atendimento, ao invés do médico; um local onde a mulher tivesse liberdade de se expressar livremente, relatar abusos e entender o que ocorre em seu corpo, sem preconceitos de raça, cor e gênero.

Portanto com a criação da definição

de saúde da mulher, se estabeleceu uma estrutura que ao decorrer dos anos se conceituou como hospital da mulher, um dos primeiros projetos a colocar em prática esse conceito foi o Hospital cruzada próinfância mais conhecido hoje como Hospital Perola Byington inaugurado em 1959, que só foi possível devido ao comprometimento da Dra. Perola Byington que em 1930 em conjunto com a Dra. Maria Antonieta criou a fundação Cruzada pró-infância com objetivo de lutar contra as altas taxas de mortalidade infantil e buscar o direito das mulheres. O programa da fundação incluía tentar junto com os poderes públicos, a obtenção de leis favoráveis a mulheres e as crianças. Abrahão de Oliveira, autor do jornal digital São Paulo in foco, conta na reportagem Uma vida dedicada a Saúde da MulherA Contribuição de Preola Byington que a criação de uma casa para mães solteiras em um momento histórico em que elas eram discriminadas e sem apoio familiar foi indispensável para a estruturação desse

30

Figura 10 - Hospital Pérola Byington. Fonte:Rino Levi, editora Ver Curiosidades, 1974.


primeiro Hospital da Mulher, pois Perola Byington compreendia que a maternidade era uma função social e que o estado deveria dar assistência, principalmente a mães solteiras como uma forma de enfrentamento dos problemas sociais. Com a criação do Hospital Perola Byington pode-se notar a importância do atendimento a mulher, se tornando um hospital de referência para todo o Brasil, trazendo benefícios não apenas para a mulher, mas para a toda sociedade, de forma à combater os problemas sociais com setores ginecológico e obstétrico, infantil, ambulatórios, vestiários para moradores de rua entre outros, segue análise desse projeto na página 39. Então é a partir desse hospital de referência a mulher, que hoje os estabelecimentos assistenciais a saúde segundo entrevista realizada com a enfermeira Mariana Borges (Anexo 2) passam a realizar um atendimento médicohospitalar especificamente no tratamento de câncer ginecológico e mamário, reprodução humana, planejamento familiar, esterilidade, urologia, sexualidade, acompanhamento às mulheres vítimas de violência sexual, prénatal de alto risco e realização de parto e pós-parto com palestras informativas sobre procedimentos e prevenções incorporando sempre o protagonismo da mulher. De acordo com a Enfermeira Mariana Borges o tratamento da mulher, dependendo

no psicológico, como a cirurgia de câncer de mama, que sempre que possível tenta preservar sua forma, entretanto pode abalar a imagem e noção de feminilidade, ou a histerectomia(4) que restringe a mulher de engravidar e pode provocar alteração em sua vida sexual, entre outros procedimentos invasivos que podem gerar alterações no corpo da mulher e no seu psicológico, como uma mulher vítima de violência sexual que pode apresentar índices graves de transtornos e consequências psicológicas como depressão, ansiedade, transtornos alimentares, distúrbios sexuais e de humor, desenvolvendo consumo e abuso de álcool e

O hospital não é mais apenas um local para realização de procedimentos e atendimento médico, mas sim um ambiente de apoio, e segurança, onde a mulher tenha confiança e se sinta segura e acolhida e que possa realizar um acompanhamento que possibilite seu retorno para uma vida com qualidade. 4--Histerectomia: é a remoção cirúrgica do útero, que também pode incluir a retirada das trompas adjacentes e do ovário.

de drogas, problema de saúde e redução de qualidade de vida mostrando a necessidade de um acompanhamento psicológico, nutricional e endócrino, com grupos de apoio de mulheres que passam pela mesma situação. A violência sexual pode trazer diversas consequências por meio de transtornos, mas também nas relações cotidianas. Quando os sintomas se tornam frequentes e permanentes, passam a se expressar de forma patológica, como TEPT, transtornos alimentares, depressão, tentativa de suicídio, dificuldade nas relações afetivas e sexuais. (LEVINE,

1999

apud

DREZETT; 2013).

MEIRELLES;

BELLO; GIMENEZ,

de sua abordagem pode ter grande influência

31



Saúde

04


Sistema Único de Saúde O SUS - Sistema Único de Saúde é considerado uma política de estado pela constituição de 1988 que define a saúde pública e gratuita como um direito de todos e um dever do estado. Em 1990 foi regulamentada a lei Orgânica de Saúde que estabeleceu a competência do SUS aos três níveis de governo, federal, estadual e municipal.

de universalização, ou seja, realizações de diversos serviços que realizem a cobertura e se tornem acessíveis a toda a população, para que isso ocorra é necessário ultrapassar os limites jurídicos, econômicos, culturais e sociais possam impedir a população de acesso aos serviços.

o nível primário e também tem atividades de clínicas médicas, cirúrgicas, obstétricas, ginecológicas, e pediátricas, onde são realizados atendimentos com internações de curta duração, urgências e reabilitações, que geram as unidades mistas, ambulatórios gerais, hospitais locais e regionais.

de todos garantido

Com esses objetivos e diretrizes, atualmente o SUS beneficia cerda de 180 milhões de brasileiros e realiza por ano cerca de 2,8 bilhões de atendimentos, desde

O nível terciário acolhe os pacientes com os casos mais complexos para realização atendimento, com estrutura ambulatorial, urgência e internação está integrado aos

mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso

procedimentos ambulatoriais simples a atendimentos de alta complexidade, sendo considerado hoje um dos maiores e melhores sistemas de saúde do mundo.

ambulatórios, hospitais regionais e hospitais especializados,

Além de introduzir a universalidade à saúde, que antes era acessível apenas à uma parcela da sociedade, a concretização do SUS demonstrou mudanças do conceito de saúde, ela passou a ser promovida e a prevenção de agravos, começou a fazer parte do planejamento das novas políticas

pois atende casos mais complexos para a realização de assistência à saúde e atende Ribeirão Preto e região. Portanto por mais que o projeto de um Hospital da Mulher com atendimento ginecológico e obstétrico se enquadre no nível secundário, ele será um hospital de nível terciário, pois

públicas.

pretende retirar os leitos de ginecologia e obstetrícia do Hospital das Clínicas e localiza-los em uma unidade especializada na saúde da mulher com atenção aos casos de alta complexidade que terá atendimento da população de Ribeirão Preto e região.

"A saúde é direito e dever do Estado,

igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação". Constituição Federal 1988 - Artigo 196 O Sistema Único de Saúde, portanto tem como diretriz a universalidade, equidade e integralidade de atenção à saúde dos brasileiros, ou seja um sistema de saúde que garanta a saúde e bem estar nos serviços realizados de forma equitativa e integral, garantindo o acesso universal da população. A política de estado também tem como diretrizes políticas, organizativas e operacionais que definem a descentralização, regionalização, hierarquização e participação social como princípios a ser instituídos pelos três níveis de estado. A ideal ocorra

universalidade, portanto é a ser alcançado, para que é

necessário

34

iniciar

um

um isso

processo

A Rede SUS é dividida em três categorias, que elaboram os níveis de atendimento, nível primário, nível secundário e nível terciário, que estabelecem a universalidade. O nível primário se caracteriza proteção e remuneração ambulatorial que se dividem em atividades de saúde, saneamento, e diagnóstico simplificado, a estrutura física para esse tipo de atendimento são os postos e centros de saúde. O nível secundário gera suporte para

O Hospital das Clinicas de Ribeirão Preto, está classificado como nível terciário,


Figura 11 - Rede de Saúde no Brasil - Estrutura Física Hierarquizada e integrada - Análise sob a Imagem. (GOES, 2004,pag.6.)

35


Ribeirão Preto Ribeirão Preto com uma população de 674.405 de habitantes segundo o IBGE em 2016 e conta com um total de 12 hospitais que atendem não somente a população da cidade, mas também a população da região. Dos 13 Hospitais presentes apenas 9 deles contém atendimento SUS totalizando em mil quinhentos e cinquenta e nove leitos SUS. A

OMS recomenda de 3 a 5 leitos para cada mil habitantes, atualmente Ribeirão Preto tem 0,43 leitos a cada mil habitantes, o município alega que não houve diminuição de leitos, entretanto não houve aumento suficiente frente ao crescimento populacional.

Tabela 01 - Indicadores de Leitos na cidade de Ribeirão Preto - Fonte Cness Data SUS

36


Uma das explicações para a redução de leitos ao decorrer dos anos é a baixa verba repassada pelo Ministério da Saúde e os hospitais estão migrando os leitos SUS para os planos de saúde particulares. Os dados foram compilados pela Fundação Seade com base em informações do DataSUS (Departamento de Informática do SUS). O levantamento não inclui leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Segundo

levantamento

realizado

pelo

Jornal A Cidade de Ribeirão Preto, o número de médicos clínicos diminuiu e o numero de médicos especializados no setor da saúde em Ribeirão Preto aumentou.

Figura 12 - Relação de leitos do SUS da cidade de Ribeirão Preto e Região nos anos de 2000 á 2014. Fonte: Fundação Seade com base nas informações do DataSUS.

Figura 13 - Representação gráfica de médicos por especialidade no setor da saúde na cidade de Ribeirão Preto - Fonte: Jornal ACidade

37


Na cidade de Ribeirão Preto não há um local de atendimento público específico á mulher, elas tem seu atendimento ginecológico e obstétrico em UBDS espalhadas pela cidade, a Mater é o que temos mais próximo de atendimento especializado a mulher, entretanto o atendimento da Mater é voltado principalmente para a Obstetrícia, os casos de alta e média complexidade são atendidos no ambulatório do HC, até mesmo os convênios particulares não contêm clinicas especializadas em atendimento ginecológico e obstétrico, apenas consultórios médicos de ginecologistas e obstetras e para casos mais complexos são encaminhados para os hospitais gerais ou para a maternidade Sinhá Junqueira.

Tabela 02 Indicadores de Leitos ginecológicos e obstétricos na cidade de Ribeirão Preto Fonte Cness Data SUS.

38


Hospital das Clínicas O Hospital das Clínicas FMRP tem como objetivo desenvolver uma prática assistencial de pesquisa e ensino em saúde, buscando sempre excelência e contribuição para a melhoria da qualidade de vida da população, com ética, humanismo, companheirismo e inovação como valores essenciais para a procura de um reconhecimento nacional e internacional como referência em atenção à saúde, formação e capacitação profissional para a valorização da vida. É uma instituição destinada a atendimento dos usuários do Sistema Único de Saúde, é um hospital classificado em um nível de atendimento terciário que realiza

Figura 14 - Fachada do Hospital das Clínicas F.M.R.P - USP. Fonte: FAEPA

diariamente cerca de 2500 consultas, 60 cirurgias, 90 internações, 6 mil exames laboratoriais, 2 mil exames especializados, 500 exames radiológicos, fornece em média 220 transfusões de sangue e 9500 refeições, ele é reconhecido como um centro de referência. A Área de atuação do Hospital concentra-se basicamente no município de Ribeirão Preto e sua região, mas abrange também os Departamentos Regionais de Saúde de Araraquara, Barretos, Franca, e São João da Boa Vista, com uma população composta de, cerca de, 3,3 milhões de habitantes, entretanto devido ser um hospital de referências para casos de alta complexidade, pessoas de outros estados, e até mesmo de outros países, buscam seu atendimento. O

Hospital

das

Clínicas

conta

com

diversos serviços listados na tabela, entre

39


eles o Setor de Ginecologia e Obstetrícia que realiza atualmente cerca de quarenta e quatro mil consultas e procedimentos por ano. Após realização de entrevista com a enfermeira Mariana Borges, formada em Enfermagem na USP e atual enfermeira obstétrica e ginecológica no HC ficou claro que o setor ginecológico e obstétrico tem um atendimento de escala regional, de forma que presta atendimento para Ribeirão Preto, região de Ribeirão Preto, e Cidades de estados que realizam fronteira ao Estado de São Paulo, como cidades de Minas Gerais e do Mato Grosso se tornando assim um hospital de referência em saúde da mulher. HC é referência regional, então ele atende as mulheres de Ribeirão Preto, da região de Ribeirão Preto, das cidades do sul de Minas Gerais, do sul do Mato Grosso, ou seja, principalmente as cidades dos outros estados que realizam fronteiras com o estado de São Paulo, mas vem pessoas do Brasil inteiro, porem hoje já tem uma triagem, se não o HC não teria condições de atender tanta gente assim, então o que o estado de São Paulo optou, atender a população de São Paulo que já é grande, da região de Ribeirão Preto e os estado

Tabela 03 - Serviços Prestados pelo Hospital das Clínicas

vizinhos, algumas mulheres vem ter atendimento aqui, e ele se tornou uma referência regional. (BORGES, 2017)

40

Tabela 04 - Atividades Ginecológica e Obstétricas Hospital das Clínicas


O Hospital das Clínicas é setorizado de forma que como a ginecologia e obstetrícia se relaciona com outras áreas para a realização de seu tratamento, não há uma unidade apenas Ginecológica e Obstétrica, portanto eles se localizam separado por especialidade, a unidade obstétrica está localizada no HC criança, já a área de ginecologia, ela não contém um setor exclusivamente para a especialidade, pois as salas para a realização de procedimentos elas não são exclusivamente utilizadas apenas por mulheres, podem ser pequenos procedimentos realizados em qualquer tipo de pessoa, então o paciente ginecológico acaba se envolvendo com outras patologias. Ao analisar o projeto do Hospital da Criança do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto notamos uma setorização por especialidade nos andares, adotando um andar para o centro obstétrico, e UTI neonatal, outro andar para alojamento conjunto.

41


HC CRIANÇA


43



Humanização

05


Humanização Humanizar significa gerar condições humanas a uma coisa ou lugar. Como o humanismo a humanização apresenta uma perspectiva antropocêntrica em que o ser humano é o centro das atenções, ou seja, o principal protagonista para a realização do projeto. Humanizar é resgatar a importância dos aspectos emocionais, indissociáveis dos aspectos físicos na intervenção em saúde. Humanizar é adotar uma prática em que profissionais e usuários consideram o conjunto dos aspectos físicos, subjetivos e sociais que compõem o atendimento à saúde. Humanizar refere-se, à possibilidade de assumir uma postura ética de respeito ao outro, de acolhimento e de reconhecimento dos limites. Humanizar é fortalecer este comportamento ético de articular o cuidado técnicocientífico, com o inconsolável, o diferente e singular. Humanizar é repensar as práticas das instituições de saúde, buscando opções de diferentes formas de atendimento e de trabalho, que preservem este posicionamento ético no contato

46

pessoal. (MEZZOMO, 2002,p.14-15 apud VASCONCELOS, 2004, p.23) O termo humanização abrange tudo no espaço que pode gerar influências sobre o usuário, no caso sensações positivas como as condições ambientais de iluminação, conforto térmico, conforto acústico, cores, ergonomia e a relação entre o interno e o externo. Esse é um tema muito discutido atualmente por arquitetos hospitalares, pois ao entrar em um hospital logo se associa a um ambiente frio com cheiro de éter pessoas chamam de o estressante barulho

que não tem vida, que a maioria das “cheiro de hospital”, dos equipamentos e

ruídos de maquinas circulando e médicos e enfermeiras conversando, ou seja, o hospital se torna uma instituição que trás mal estar ao ser humano por isso cada vez mais se pensa em humanização na hora de projetar, entretanto segundo o arquiteto Luiz Carlos Toledo, falar sobre arquitetura humanizada é uma forma de pleonasmo. A boa arquitetura já é humanizada. A arquitetura é feita para pessoas, e deve preocupar-se com elas, de forma que deveria sempre ser humanizada. Assegurar condições favoráveis para a manutenção dos hospitais, por exemplo, é humanização, pois reduz o incômodo deste tipo de serviço sobre os usuários (TOLEDO

apud

CAVALCANTI,

2009,p.7) A humanização se torna um fator importante para o auxílio da cura do paciente e para melhores condições de trabalho no ambiente hospitalar, pois os hospitais por ser um local onde ocorrem constantemente situações críticas e estressantes no atendimento de pacientes de risco ou com sofrimento profundo os fatores ambientais podem influenciar muito nas sensações que o espaço transmite, tanto para o paciente, como para familiares, enfermeiros e médicos. Segundo a Dissertação de Pós-Graduação da arquiteta Renata Thaís Bomm Vasconcelos Humanização de ambientes Hospitalares: características arquitetônicas responsáveis, pela integração interior/exterior, o ser humano tem capacidade de se adaptar as diversas condições ambientais, entretanto apenas essa capacidade de adaptação é capaz de explicar a continuidade do atendimento hospitalar não humanizado que ocorre em certos casos sem o auxílio do edifício, portanto, o ser humano tem um gasto muito maior de energia das tarefas quando os fatores como conforto acústico e térmico, iluminação, cores e aspectos ergonômicos são desfavoráveis, ou seja, quando se está sob alguma forma de estresse. Vasconcelos afirma que esses fatores podem gerar no corpo humano, a partir do estresse diversas manifestações negativas, são elas psicológicas, fisiológicas e comportamentais. As psicológicas podem gerar

ansiedade

e

a

depressão,

nas


mudanças fisiológicas, estão as alterações do sistema corporal com o aumento de tensão muscular, pressão arterial, circulação dos hormônios ligados ao estresse, e também há as alterações comportamentais, que são as diversas reações que alteram o bem estar, como o isolamento social, sonolência, exposição verbal, entre outros. Portanto o Estabelecimento de Saúde deve ser projetado para evitar esses tipos de manifestações. Evidências

científicas

demonstram que um hospital barulhento, confuso, sem privacidade e que não permite ao indivíduo controlar seu ambiente imediato, prejudica o paciente reduzindo sua sensação de autonomia, o que pode causar depressão, passividade, aumentar a pressão arterial e reduzir a funcionalidade do sistema imunológico. (ULRICH, 1990 apud VASCONSELOS 2004, p.34)

Roger Ulrich(5) em 1986 realizou um estudo que concluiu que quando os pacientes não tem autonomia no ambiente podem causar na maioria dos pacientes, aceleração do batimento cardíaco, aumento da pressão 5-Roger Ulrich: Professor de arquitetura e Urbanismo especializado na área da saúde.

Figura 15 Capa de Veja -Ilustração do ambiente hospitalar.

47


arterial, como por exemplo, quando os televisores estão sempre ligados e que não permitam a escolha do canal, ou controle da iluminação. Portanto no ambiente hospitalar deixar ao alcance do paciente controladores de luz, telefone, rádio, televisores aumenta a sensação de segurança e otimiza o trabalho. Pesquisas na área de psicologia ambiental explicam que a sensação de bemestar humana é gerada quando o espaço físico oferece a estimulação positiva de forma moderada, ou seja, os níveis de estimulação não podem ser muito altos, e também não podem ser muito baixos. Pois se o nível de estimulação for muito alto, como o volume

A psiconeuroimunologia(PNI) estuda os estímulos sensoriais, as relações entre a saúde e o estresse e o que os elementos dos ambientes podem causar, é a ciência e a arte de criar espaços que ajudem a evitar doenças, acelerar a cura e promover o bem estar às pessoas. Com o PNI a humanização tem revertido aos poucos a situação de espaço com "cara de hospital", aplicando alguns elementos de forma correta no ambiente, tornando-o agradável, mesmo quando se trata de um ambiente hospitalar.

dos níveis de produtividade e de conforto psicológico para todos os usuários do edifício. (MIQUELIN, 1992, p.209) A maioria dos ambientes de área de saúde tem como iluminação, lâmpadas fluorescentes, entretanto a luz fria é interpretada pelo corpo como escuridão, pois não gera benefícios à saúde, portanto biologicamente a melhor luz para os espaços no interior das edificações é a luz natural. A

Segundo Gappell(6), o bem estar físico e emocional do homem recebe influência de seis fatores: Luz, cor, som, aroma, textura

luz natural do sol tem grande importância, pois é responsável pela absorção de cálcio e do fósforo, para o fortalecimento e crescimento dos ossos, para o controle de

de som ou uma iluminação muito intensa, ou com cores vibrantes, podem ao invés de diminuir o estresse, aumentar. Entretanto se a estimulação sensorial estiver em um nível muito baixo, ou simplesmente não existir, o paciente estará favorável a sentimentos ruins ou depressão.

e forma. O espaço com esses elementos recebem um impacto tão forte no psicológico e no físico dos usuários, que um projeto na área da saúde que aplica esses fatores de forma adequada, pode influenciar no tratamento do paciente.

infecções e propagação de vírus e gera a melhora da capacidade física, ou seja, diminui a pressão arterial e aumenta a quantidade de oxigênio, além de influencias positivamente no humor e na disposição do ser humano.

A distração positiva é, portanto, proporcionada por um ambiente formado por elementos que provocam sentimentos positivos no paciente, prendendo sua atenção e despertando seu interesse para outras coisas além da sua doença, sem cobrança ou estresse individual, o que reduz ou até mesmo bloqueia os pensamentos ruins. (ULRICH, 1981 apud VASCONSELOS, 2004,

corpo humano que se alternam durante o dia e a noite, ela influência o controle endócrino, o relógio biológico, o desenvolvimento sexual, a regulação de estresse, fadiga e a supressão de melatonina, segundo Lauro Carlos Miquelin utilizar a iluminação tanto natural como artificial de forma equilibrada gera benefícios terapêuticos inclusive para o paciente.

p.43)

48

A iluminação gera diversas influências no

Permitir visuais externos e utilizar a luz natural e artificial de forma adequada é um fator fundamental para a manutenção

O

contato

com

o

ambiente

externo

no espaço hospitalar é importante para proporcionar o conforto visual, térmico e psicológico dos pacientes, a relação interior/ exterior possibilita a percepção da variação de luz durante o dia, o contato com a natureza e consequentemente geram um relaxamento que aceleram a melhora do paciente. A luz e a cor estão diretamente ligadas dentro de percepção de um ambiente, pois a intensidade da luz pode afetar 6-Millicent Gappell: Arquiteta


Figura 16 - Hospital Can Misses, Iluminação Artificial, luz fria.

Espanha.

Figura 17 Hospital cardiológico Hisham, Kuwait. Relação Interior/Exterior.

49


substancialmente a percepção da cor. As cores é um fator muito importante na humanização desse espaço, pois elas estão diretamente ligadas ao sentido das pessoas, entretanto ela atua de forma diferente em cada um, sendo influenciada essa mudança pela faixa etária, estruturas psicológicas e condicionantes culturais do indivíduo.

Figura 18 Círculo cromático - cores quentes e cores frias.

[...] a aparência visual agradável e positiva de um ambiente onde se passa muito tempo

Lauro Miquelin relata que a percepção da cor para cada pessoa é diferente, mas isso geralmente ocorre por diferença de idade, por exemplo, os idosos, por causa ao envelhecimento das lentes do olho, tem uma percepção alterada das cores, tendo dificuldades de distinguir tons de azul e verde e já as crianças percebem melhor os contrastes, preto e branco, cores primárias e

pode reduzir o absenteísmo e a rejeição do espaço de trabalho e por conseguinte aumentar a produtividade em 15%.

secundárias, diferentes saturação e sombras. Portanto um ambiente que utiliza cores e sombras variadas, levando sempre em consideração quem é o usuário do espaço,

(O’CONNOR, 1973 apud MIQUELIN, 1992, p.209)

sua faixa etária e a quantidade de luz que o espaço recebe é um caminho pra proporcionar estimulo e interesse para as pessoas.

As cores podem ser classificadas como frias e quentes, as chamadas cores quentes estão relacionadas ao calor e proximidade, densidade, opacidade, além de serem estimulantes, que são o vermelho, laranja, pequena parte do amarelo e do roxo, já as cores frias parecem distantes, frias, leves, úmidas, aéreas e são calmantes, ela se compõem pelas cores amarelo, roxo, verde, e azul. O psicológico e emocional humano é muito influenciado pelas cores, como a cor

Figura 19 - Extensão do Hospital Lauseanne - Utilização do azul, com obra de arte gera efeito tranquilizante.

50

estimula o sistema nervoso parassimpático, causando efeitos tranquilizantes.

vermelha que é uma cor quente, ela gera estímulos no sistema nervoso simpático, aumenta a atividade cerebral, enviando mais sangue para os músculos, aumentando a pressão arterial e a respiração em contrapartida à cor azul que é uma cor fria

O som é outro fator que gera grandes influências no bem estar físico e emocional do ser humano, pois um som considerado como ruído pode causar irritações, frustrações, influenciar no humor, afetar a percepção visual e diminui o rendimento de trabalho e aprendizado. Um espaço com uma boa acústica se da pela escolha de revestimentos que não amplifiquem e não reflitam as ondas sonoras, superfícies irregulares, carpetes, tecidos, madeira e painéis acústicos também ajudam a gerar ambientes quietos e tranquilos. Sons naturais, principalmente causados pela água, além de

Fig Qua Int col exe qua pri ade


ter efeito calmante e relaxante, ajudam a diminuir a intensidade de outros sons indesejáveis. O uso de fontes de água e de jardins internos tem aumentado consideravelmente nos projetos hospitalares por causa dos efeitos visuais e sonoros que causam. (VASCONCELOS, 2004, p.56)

exemplo, em uma internação, os quartos individuais são muito importantes, pois dão ao paciente a privacidade necessária, entretanto quando não é possível que todos os leitos estejam em quartos privados, é importante que a distribuição dos espaços pela unidade tenha um arranjo espacial que permita o isolamento do leito quando necessário com a disposição do mobiliário de forma estratégica.

O som também tem um lado positivo,

Uma solução positiva para os ambientes de saúde pode ser o uso de saches, de arranjos florais e da própria vegetação

ele pode causar a distração em situações desconfortáveis, redução da dor, pois o som positivo ele gera uma resposta emocional que altera o humor e aguça outros sentidos,

que proporciona fragrâncias agradáveis. As plantas, além de exalar bons aromas, podem purificar o ar interno absorvendo

da PNI no projeto de um ambiente de saúde, respostas fisiológicas positivas podem ser maximizadas entre os

consequentemente estimula o desempenho de endorfina e diminui o batimento cardíaco, por exemplo, uma musica clássica quando colocada em ambientes cirúrgicos diminui a ansiedade do paciente e até mesmo a necessidade de anestesia. (JONES, 1996)

toxinas, alegrando o ambiente e promovendo o contato com a natureza. (VASCONCELOS, 2004, p.57)

pacientes, resultando em menor estadia e menor custo para os hospitais. Ambientes que produzem respostas positivas nos pacientes causam a mesma reação na equipe médica, ajudando a reduzir o desgaste, o estresse e o absenteísmo. (VASCONCELOS,2004, p.63)

O Aroma da mesma forma que o som

Outra fator das distrações positivas que tem grande influência é o formato do espaço, que pode interferir diretamente no

tem aspectos positivos e negativos, pois de forma silenciosa ele influencia na mente, corpo e saúde. Os cheiros desagradáveis podem acelerar a respiração e o batimento cardíacos, já os aromas agradáveis podem

tratamento dos pacientes de um hospital, pois algumas pessoas em momentos de complicação ou em procedimentos invasivos, necessita de privacidade para que esses momentos não abalem seu psicológico. Por

Figura 20Quarto de Internação coletivo, exemplo de quarto sem privacidade adequada.

ajudar a reduzir o estresse, por isso é necessário na projeção de ambientes hospitalares, levar em consideração o aroma, que mesmo não sendo algo físico pode influenciar em uma boa arquitetura, pois o cheiro de medicamentos pode estimular ansiedade, o medo.

Incorporando

os

princípios

Portanto ambiente destinado à saúde deve além de levar em consideração as necessidades funcionais de seu programa, deve considerar as necessidades humanas dos usuários, o sentimento deles através do ambiente, espaços que gerem distrações positivas, a partir do uso de iluminação, cores, formas, sons, aromas e relação interior/ exterior com acessibilidade, incorporando as metodologias e equipamentos que propiciem o melhor desempenho energético e contribuam para a sustentabilidade.

51



Parâmetros Parâmetros apresentando os projetos que servirão de referência para a realização do projeto do Hospital da Mulher. Foram escolhidas duas referências brasileiras e uma referência internacional. Os parâmetros brasileiros são o Hospital São Luíz - Unidade Anália Franco realizada pelo arquiteto Siegbert Zanettini e o internacional é Hospital Infântil Neumours, projetado pelo escritório Stanley Beaman & Sears. A Leitura dessas referências visa estabelecer formas de acessos, volumetria, estrutura, elementos na fachada, materiais, formas de humanização que buscarei trazer para o desenvolvimento do projeto.

06


Hospital São Luiz Anália franco A unidade Anália Franco da rede de hospitais São Luiz, é a terceira unidade da rede e a de maior extensão, com 43 mil metros quadrados de área construída, está localizada na cidade de São Paulo, no bairro do Taubaté. O acesso principa ao hospital acontece pela Rua Corta Vento, pelo pavimento térreo onde está localizada a recepção principal. O acesso ao pronto atendimento e de pacientes transportados por ambulância ocorre pela Rua Antônio Camardo, pelo pavimento do Pronto Atendimento, um nível abaixo do pavimento térreo esse acesso em nível ocorre devido a topografia do terreno.

Figura 21 Hospital São Luíz - Unidade Anália Franco

O hospital é um projeto do arquiteto Siegbert Zanettini, para a elaboração do projeto ele setorizou o hospital em dois blocos escalonados, em um bloco está localizado a maternidade e no outro o pronto atendimento com centro de diagnóstico separado por um grande vão central no andar das internações, onde se localiza um jardim e as passarelas que interligam os blocos. O vão central é um dos grandes destaques da edificação, pois com sua presença os blocos foram deslocador para as extremidades, transformando o que seria um

54


Figura 22 Implantação de Acesso do Hospital São Luiz - Unidade Anália Franco.

55


tradicional hospital vertical, com um volume paralelepípedo em blocos escalonados. Como o edifício, com sete pavimentos, resultaria num volume acentuadamente horizontal, o desenho criado por Siegbert Zanettini estabeleceu dois blocos independentes, porém unidos por passarelas, para as áreas de maternidade e hospital, a partir do quarto andar. Acima da última passarela, no sétimo pavimento, a estrutura metálica do heliponto faz o coroamento do prédio. A divisão criou um grande espaço central, permitindo a implantação de um jardim com espelho d’água no quarto piso, para onde se voltam todos os ambientes de estar dos andares superiores. (SILVA; PAIVA, p.XX, 2008 ) O escalonamento do edifício demonstrou necessidade de um audacioso projeto de estruturas para ser realizado, tendo como protagonista o engenheiro Virgílio Ramos, foi necessário do ponto de vista estrutural, pendurar os primeiros três pavimentos em uma estrutura mais rígida no quarto pavimento. Um projeto inicialmente pensado

56

Figura 23 - Setorização Corte - Hospital São Luiz - Unidade Anália Franco


Figura 24 - Localização de Elementos na Fachada Hospital São Luiz Unidade Anália Franco

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em estrutura metálica, marca registrada do arquiteto Siegbert Zanettini, entretanto devido ao partido do projeto, e a viabilidade econômica o projeto foi realizado em concreto armado.

A circulação vertical principal do edifício ocorre na parte central, com quatro blocos de escadas e elevadores que interligam todos os pavimentos. Nas laterais dos blocos temos as circulações laterais com escadas de emergência, que percorrem todos os pavimentos, mas não gera acesso aos dois blocos como a circulação central. A circulação horizontal no centro do edifício é

Figura 27 Circulações de emergência Hospital São Luiz, Unidade Anália Franco Figura 25 - Escalonamento Hospital São Luiz - Unidade Anália Franco

realizada por passarelas metálicas entre as duas unidades, interligando-as pelo grande vão. Utilizando o Hospital Anália Franco como parâmetro para o projeto, vemos que o arquiteto Siegbert Zanettini utiliza de recursos tradicionais de setorização e circulações principais centrais e periféricas dando acesso a todos os pavimentos, entretanto o grande diferencial do projeto é a sua audaciosa volumétrica com os blocos escalonados, elevando o edifício e criando uma grande praça no térreo e um vazio central gerando iluminação natural, conforto térmico e a humanização e relação do interior com o exterior no vão central.

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Figura 28 Visão Atrio interno com passarelas e Jardins.

Figura 26 - Sistema Estrutural - Hospital São Luiz- Unidade Anália Franco

Figura 29 Visão externa do Atrio com passarelas e Jardins.


Figura 30 - Análise de circulação vertical Corte - Hospital São Luiz- Unidade Anália Franco

Figura 31 Análise de Circulação Vertical Planta - Hospital São Luiz - Unidade Anália Franco

59


Hospital Infântil neumours O Hospital Infantil Neumours está localizado em Lake Nona medical City, que é um empreendimento de uso misto, situado em Orlando no estado da Flórida, EUA. O projeto foi realizado pelo escritório de arquitetura Stanley Beaman & Sears, que com a colaboração de profissionais, administradores, e um comitê familiar de pais e crianças desenvolveu um projeto que estabeleceu o que se chama de "ambiente de cura", incorporando qualidade de vida para tranquilizar crianças.

os

pais

e

encantar

Figura 32 - Fachada Dinâmica Hospital Neumours.

60

as


O projeto de cento e noventa e dois mil metros quadrados, inclui uma quadra de entrada com projeto paisagístico. O terreno havia pouca vegetação, entretanto no inicio do projeto estabeleceu-se como prioridade o incentivo do plantio para que uma paisagem madura fosse criada para a inauguração, mostrando o intuito do projeto. No clima subtropical de Orlando, o sol intenso e a umidade foram uma grande preocupação no projeto, portanto foram realizados estudos que definiram na criação estratégica de espaços sombreados externos e a localização exata de painéis solares que bloqueiam a luz direta no interior dos ambientes, sem impedir a luz natural. O campus do hospital infantil é projetado para tranquilizar e inspirar, envolver e deliciar, e o investimento em paisagem em particular reflete a compreensão que o papel da natureza desempenha na vida de uma criança. (ARCHITECT MAGAZINE, março 2015) Figura 33 Projeto para espaços sombreados - Hospital Neumours

Figura 34 Relação Interior/Exterior Hospital Neumours

61


O acesso ao complexo ocorre pela Avenida Neumours Parkway que inclui acesso de emergência, acesso principal, acesso a estacionamentos e acesso de serviço e carga e descarga, cada entrada contém uma rua independente, dividindo os fluxos de veículos. O Hospital também contém um acesso aéreo pelo Heliponto. O complexo se divide em seis andares e um andar de garagem, contando com noventa e cinco leitos de internação, setenta e seis salas de exame, instalações de emergência, uma central de energia e estacionamentos, fora as áreas de apoio e administração. O alinhamento do atendimento ambulatorial e da internação é um dos pontos mais notáveis, em questão de funcionalidade, pois possibilita que uma equipe se torne familiar às crianças e suas famílias durante visitas ou internações. A circulação ocorre de forma setorizada, diferenciando os elevadores sociais, dos elevadores de médico e serviço, para que não ocorram situações desconfortáveis e congestionamento de fluxos.

Figura 35 - Acessos Hospital Neumours

62


63


Os materiais utilizados no exterior do edifício formam uma paleta composta de pré-fabricados, terracota, painéis metálicos, sistema de vidro estampado e sistema de cortina, que combinados formam uma estética limpa e moderna com mobiliários coloridos, trazendo alegria para o ambiente. Devido a Luz afetar diretamente a saúde e o bemestar das pessoas, cada quarto possui uma iluminação que pode ser selecionada pela criança que está utilizando o quarto, criando uma dinâmica na fachada do edifício. A forma como o escritório Stanley Beaman & Sears desenvolve o projeto do hospital Neumours, sempre pensando no sentimento que o paciente vai sentir, em

Figura 37 Elementos da Fachada Hospital Neumours

Figura 36 - Setorização e Circulação Hospital Neumours.

64


como a natureza, a cor, o cheiro, a luz influenciam no sentimento do paciente, é o maior destaque do projeto, criando distrações positivas em cada espaço e trazendo uma personalidade única em seu projeto.

Figura 38 Fachada Dinâmica-Hospital Neumours

Figura 39 Quarto InternaçãoHospital Neumours

Figura 40 Área Externa

de convivência-Hospital 65 Neumours



Ă rea de estudo

07


Apresentação O objeto de estudo está proposto na cidade de Ribeirão Preto que está localizada no interior do estado de São Paulo, com uma área urbana de 157,50 km², a cidade de Ribeirão Preto contém uma historia que conta inicialmente com uma forte produção de café, uma vez que o clima era apropriado e se tinha terra de qualidade para produção.

sua plantação se tornando o maior produtor mundial de café, com uma ferrovia particular que circulava pela fazenda a fim de escoar a produção.

Em 1874 o fazendeiro João Franco(7), comprou terras na região para formar a fazenda Monte Alegre, ela foi o primeiro

Com a morte de Francisco em 1924, a fazenda se tornou propriedade de seu filho Jacob, que vendeu a propriedade para o fazendeiro João Marquese devido a quebra da Bolsa de Nova York e por rumores de que a fazenda seria tomada pelo governo do estado. Em 1940 o governo de fato desapropria a

local da cidade a receber energia elétrica. Em 1880 Franco vendeu a fazendo para o imigrante alemão Francisco Schimidt, com a fazenda Monte Alegre Francisco aumento

fazenda para fins educacionais, e o inventor Fernando Costa criou em Ribeirão Preto a Escola Prática de Agricultura, que foi desativada no final dos anos 40 que acabou

sendo ocupada pela faculdade de medicina. A Fazenda Monte Alegre originou então o Campus da USP e o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, os bairros Monte Alegre, Jardim Antártica e Vila Tibério. Para realização dos levantamentos morfológicos da área de estudos, foi realizada a marcação nos mapas a área de estudo, o terreno total e o recorte realizado, onde será localizado o projeto do Hospital da Mulher.

Mapa 1 - Localização da cidade de Ribeirão Preto no estado de São Paulo

68

Figura 41 Fazenda Monte Alegre

7-João Franco: plantador de café, criador de gado e comerciante de escravos.


Mapa 2 - Mapa de localização do Terreno e Área de estudo

Mapa 3 - Mapa de localização do recorte

69


Aspectos legais O Terreno de escolha para o projeto está localizado na zona Oeste da cidade de Ribeirão Preto, nos Bairros Monte Alegre e Jardim Universitário, tendo como referência o Hospital das Clínicas e a USP- Ribeirão Preto.

renos com mais de 400m- e até 1000m2 deverão ter 10% de área permeável e terrenos com mais de 1000m) deverão ter 15% .

O plano diretor define a partir do macrozoneamento que a área de estudo é uma zona de urbanização preferencial (ZUP) que é composta por áreas dotadas de infraestrutura e condições morfológicas adequadas para a urbanização, onde são permitidas densidades demográficas médias e altas. Segundo o Artigo 39 e 41 do plano diretor, a taxa de ocupação máxima do solo para edificações não residenciais é de oitenta por cento, e o coeficiente de aproveitamento máximo será de até cinco vezes a área do terreno. Na cidade de Ribeirão Preto é estabelecido o gabarito básico de dez metros de altura para todas as edificações novas ou a reformar, especificamente na Zona de Urbanização preferencial pode-se ultrapassar o gabarito básico. Os recuos são estabelecidos de acordo com a implantação dos edifícios, se a fachada for voltada para a rua, o recuo frontal é de cinco metros, e o lateral é de 5 metros ou utiliza-se a fórmula H=3x(L+R) [L- Largura da rua (leito mais passeio)]. De acordo com o artigo 1º da Lei n° 9.053/2000 e o artigo 172 do Código do Meio Ambiente, os terrenos com até 400m- deverão reservar 5% de área permeável, ter-

70

Mapa 4 - Macrozoneamento Ribeirão Preto

da

cidade

de


Características Físicas O Acesso a área de estudo pode ser realizado por diversas vias principais de acesso conforme a tabela, o anel viário é responsável pelo acesso da cidade, podendo acessar qualquer saída da cidade pelas vias principais e ir pelo anel víario direto para a entrada da Av. Bandeirantes. Outro acesso pelo centro da cidade é a Avenida do café que cruza com a Avenida Luige Rosiello.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Principais Vias de Acesso Aeroporto Leite Lopes Av. Nove de Julho Av. Treze de maio Av. Costabile Romano Av. Saudade Av. do Café Av. Dr. Francisco Junqueira Av. Independencia Av. luigi Rosiello Av. luizitana Av. Monteiro Lobato Av. Portugal Av. Pres. Castelo Branco Av. Pres. Kenedy Av. Thomaz Alberto Wahttley Av. Caramuru R. Conselheiro Saraiva

18

R. Prudente de Morais

19

R. Santa catarina

20 Tabela 21

5

R. Tenente Catão Roxo Principais Vias de Acesso Rodoviária

Mapa 05 - Mapa com principais vias de acesso.

71


A Hierarquia viaria na área de estudo ela é disposta por vias locais internamente nos bairros, com uma via principal e a via rápida que é a Rodovia Bandeirantes, porem ela não tem contato direto com o terreno do projeto. Ao Analisarmos o mapa

de Hierarquia física e funcional podemos notar que as vias tem sísicamente funções de locais mas acabam se tornando coletoras, devido ao grande fluxo de veículos que se dá por causa da presença do Hospital das Clínicas, um hospital que atende Ribeirão e

Mapa 06- Mapa Hierarquia Física

72

toda sua região e a USP.

Mapa 07- Mapa Hierarquia Funcional


A área de estudo tem nos bairros o uso predominantemente residencial, com exceção da Rua Tenente Catão Roxo e a Rua Celso Camisão que tem uso misto de comercio serviço e residência. O Campus da USP e o Hospital das clínicas ocupam grande área

Mapa 08- Uso do solo

para uso institucional e notamos também que o Bairro Jardim Universitário por ser um bairro ainda em desenvolvimento, contém diversos vazios urbanos. O bairro Monte Alegre em suas quadras retangulares tem uma ocupação bem

definida, criando alguns pequenos vazios entre uma construção e outra, já o bairro Jardim universitário, devido ser um bairro em desenvolvimento, tem uma ocupação de quadra é irregular, com um formato livre. Os bairros urbanizados geram uma

Mapa 09- Ocupação

73


contradição na paisagem, em comparação com o campus da USP, que contém uma grande área verde com lago que se contrapõe a paisagem urbana. O gabarito da área é predominantemente térreo e de 1 pavimento, com algumas edificações de 2 pavimentos ou mais, devido ao bairro Monte Alegre ser um bairro antigo. O fato de o gabarito da área de estudo ser baixo, traz alguns benefícios como melhor circulação de ar, maior luminosidade natural e menor poluição atmosférica.

Mapa 10- Mapa de Gabarito

74


Infraestrutura A área de estudo recebe infra-estrutura de diversa empresas privadas, que realizam a infra-estrutura da cidade de Ribeirão Preto. A Rede de água e esgoto na área e bem distribuida e realiza um abastecimento adequado na área, coordenado pelo DAERP e pelo DAEE, a Caixa d'agua que realiza a distribuição para os bairros está localiza no ponto mais alto do terreno selecionado. O orgão responsável para a distribuição de energia elétria é a CPFL paulista, a área de estudo é bem distribuida de energia elétrica pos conta com uma subestação de energia localizado no balão da Av. Luige Rosiello , com postes de energia e fios de alta tensão. No terreno localiza-se também a antena da rádio clube, que, tem sua sede na Rua Tenente Catão Roxo.

Figura 42 Sub-Estação de Energia Monte Alegre - CPFLto

Figura 43 - Coleta de Lixo Reciclável

Na área de intervenção contém todo um programa de coleta de resíduos, fora a empresa Leão Leão que realiza a coleta de lixo, na quarta feira a intituição mãosdadas realiza a coleta de lixo reciclável no Bairro Monte Alegre. A coleta de resíduos hospitalares é realizada atualmente pela empresa NGA que presta serviço de coleta, transporte tratamento e destinação final do residuo, a coleta é realizada de acordo com a nescessidade do a instituição e da quantidade de resíduo hospitalar que ela acumula. Após a coleta, os resíduso são transportados até a estação de tratamento de resíduos sólidos NGA em Jardinópolis.

75


Devido a localização do Hospital das Clínicas e da USP, o fluxo de pessoas entrando e saindo dos estabelecimento é muito grande e o fato de ao redor conter bairros residênciais , torna o fluxo maior durante os périodos de entrada e saída do trabalho ou da faculdade e troca de turno do hospital, chegada e saída de pacientes entre outros. Muita dessas pessoas utilizam o transporte coletivo como meio de transporte, por isso o terreno de escolha para a realização do projeto tem disposto no seu entorno imediato 5 pontos de onibus, onde acessam as linhas U299, N207, V178, V187, V217, O407, entre outras que passam pelo bairro. O transporte na cidade de Ribeirão Preto é realizado pela Transerp que terceriza os serviços de trasnporte coletivo para a empresa Ritimo.

Figura 44 Modelos de Transporte urbano e função

76

Mapa 11 Localização Pontos de ônibus

de

Mapa 12 Fluxo transporte público

do


Aspectos Físico-Ambientais O Campus da USP contém uma grande área vegetativa, que ao analisar o mapa de vegetação pode-se notar uma grande massa vegetativa com árvores de médio e grande porte, e internamente nos bairros quase não se nota nenhuma área com vegetação, nos trazendo mais uma vez a contradição da paisagem urbana com a paisagem natural.

Mapa 13 - Vegetação - Área de Estudo.

Figura 45 Imagem aérea da vista do campus da USP para o bairro onde o terreno está localizado.

77


A topografia é uma analise e representação gráfica do terreno, e ao analisar a área de estudo, nota-se a presença de uma topografia íngreme e uniformemente inclinada, a topografia então acaba influenciando a ocupação do terreno, na distribuição das quadras de forma que favoreça a o escoamento de água da chuva. No terreno selecionado para a proposta, a topografia contém quarenta metros de desnível.

Mapa 14 - Mapa Topográfico

78

0


04

03 04 05

02

07 06 01 Mapa 15 - Mapa de localização das vistas

05

06

01

02

03

79

07


Caracteristicas do terreno N

LEGENDA Área para implantação do edifício Área para futura expansão

Mapa 16 - Mapa de divisão do terreno em local destinado para implantação do edifício e área para futura expansão.

Mapa 18 - Esquema de insolação

1

15

N

Mapa 17 - Planta de situação do terreno.


diretrizes gerais Após analisar o levantamento teórico e físico-espacial da área de intervenção e considerando a proposta inicial para a realização do projeto, concluímos que as problemáticas encontradas na situação atual, da luta pelas mulheres contra a diferenciação de gêneros, nos métodos de atendimento hospitalar principalmente em relação ao atendimento da mulher que requer acompanhamento especializado, e diferenciado, trazendo a privacidade, revelam que a cidade de Ribeirão Preto e especificamente o Hospital das Clínicas que é referência regional em saúde da mulher, necessita de mudanças e para isso a proposta do hospital da mulher seria uma forma de suprir essas necessidades, enfrentando os problemas sociais, situando a mulher como protagonista de sua experiência.

público para área, uma vez que a população dos bairros já utiliza a área para o lazer e como uma forma de apoio tanto para a nova unidade como para a Unidade principal do Hospital das Clínicas, onde salas de espera ficam superlotadas, criando espaços verdes e trabalhando a questão de interação do interior com o exterior. A paisagem urbana e natural é outro fator a ser trabalhado durante a fase de projeto, pois devido o terreno se localizar em ponto alto da cidade, tem uma vista linda tanto da paisagem urbana dos bairros Monte Alegre, Jardim Antártica e Vila Tibério e uma paisagem natural do campus da USP, estabelecendo uma ligação entre a paisagem urbana e natural.

Portanto o projeto traz como diretriz o protagonismo da mulher, possibilitando no hospital um local de apoio e suporte, em que ela se sinta a vontade para se expressar, utilizando da humanização dos espaços, criando distrações positivas e fugindo do hospital com “cara de hospital” estabelecendo a partir da arquitetura, a busca por melhor qualidade de atendimento e trabalho, evitando situações de estresses nos momentos críticos. As analises da área de estudo nos proporcionam diretrizes como a topografia do terreno, nos traz a possibilidade de trabalhar em níveis, e propor além do espaço

hospitalar uma

diretriz

de

parque

Figura 53 - Visão que o terreno proporciona da paisagem urbana.



ARQUITETURA

08


Programa de Necessidades

84

21.00 14.00 2.00 30.00 -

2.00 4.00 14.00

norma

28.14 17.00 16.40 21.00 5.87 3.69 26.00 5.65 104.00 14.00 10.00 38.00 19.00 9.02 6.80 6.80 11.74 17.92 3.67 132.00 84.32 46.63 322.95 46.84 18.46 7.53 7.53 8.25 68.50 48.50 43.50 49.78 22.87 20.37 135.24 26.40 10.59 18.65 8.21 9.76 20.41 25.48

de

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 5 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

SETOR DE SERVIÇO

RECEPÇÃO PRINCIPAL

Segurança e guarda Pertences Morgue - Guarda Cadaveres Morgue - Preparo de Cadaveres Roupa Suja Roupa Suja - Vestiário de Barreira Roupa Suja - DML Recebimento e Guarda de Material Esterilizado Vestiário de Barreira Cozinha Lavagem de Utensílios Guarda Utensílios Guarda de Roua Limpa DML Central - Higienização e estacionamento de carrinhos DML Central - Almoxarifado DML Central - Diluição de Germicidas DML Central - Chefia Lactário Área Suja Lactário Área Limpa Ante-Câmara - Lactário Refeitório Vestiário Feminino Vestiário Masculino Administração/Faturamento Sala de reunião Copa Sanitário P.C.R. Feminino Sanitário P.C.R. Masculino Controle Centro Cirurgico Vestiário de Barreira Feminino Vestiário de Barreira Masculino Sala de Cirurgia Conforto médico vestiário paciente Espera Interna Repouso Pós- Anestésico Farmácia Biopsia Material Esterilizado Guarda Resíduos Depósito de Material de Limpeza Equipamentos Box UTI Isolamento

a

CENTRO CIRÚRGICO

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 1 1 1 1 3 1 1 1 1 1 1 1 1 1

EMERGÊNCIA

QUANTIDADE 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1

CENTRO DE DIAGNÓTICO

PROGRAMA DE NECESSIDADES BLOCO PRINCIPAL AMBIENTE RDC50 m² ÁREA Salão de Beleza 99.49 Studio de tatuagem 83.88 Café 74.12 Assistente Social 18.75 Psicologo 18.75 Sala de Encontros 22.50 Espera 69.88 Recepção Principal 43.44 Sanitário Público Feminino 12.00 Sanitário Público Masculino 12.00 Circulação 151.20 Guarda Maca e Cadeira de Rodas 3.00 16.17 Higienização 8.00 10.65 Emergência 12.00 leito 48.07 Consultório Obstétrico com sanitário 7.00 22.00 Consultório Ginecológico com sanitário 7.00 22.00 Equipamentos 4.00 11.76 Guarda Resíduos 6.00 Depósito de Material de Limpeza 2.00 6.00 Sala de Utilidades 4.00 15.00 Roupa Suja 13.00 Roupa Limpa 13.00 Posto de Enfermagem 6.00 14.00 Sanitário Funcionário fem. 6.10 Sanitário Funcionário masc. 6.10 Vestiário Feminino 24.98 Digitalização 12.20 Laudos Mamografia 11.61 Mamografia 8.00 20.24 Ultrassom com sanitário 8.00 24.50 Posto de Enfermagem 28.00 Pré-Pós- Exame com sanitário 30.08 Sala de Pequenos Procedimentos 8.00 21.70 Sanitário Funcionário Feminino 5.80 Sanitário Funcionário Masculino 5.80 Resíduos 4.22 Depósito de Material de Limpeza 2.00 10.56 Rouparia 11.33 Sala de Utilidades 4.00 14.40

APOIO A MULHER

Para definição do programa de necessidades foi utilizado a norma para edificações hospitalares - RDC 50 e acessibilidade NBR 9050, assim utilizando-as como parâmetro para um pré-dimensionamento do edifício proposto.


Total Total + 25% circulação

5249,82 6.561,98

85

RESÍDUOS ALMOXARIFADO

UTI ADULTO

QUANTIDADE 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 10 1 1 1

FARMÁCIA

4.00 14.00 10.00 2.00 6.00 6.00 4.00 2.00 8.00 10.00 2.00 6.00 4.00 2.00 3.00 6.00

PROGRAMA DE NECESSIDADES BLOCO DE APOIO AMBIENTE RDC50 ÁREA Resíduos Comum 14.28 Resíduos reclicláveis 20.40 Resíduos Infectantes 14.28 Resíduos Químicos 6.30 DML e guarda de EPI's 2.00 4.72 Lavagem de carrinho 14.28 Central de Gases 45.90 Central de água Gelada 59.16 Transformadores 62.23 Recepção e Inspeção 22.00 Sanitário Feminino 3.10 Sanitário Masculino 3.10 Copa 2.00 3.15 Almoxarifado Geral 40.18 DML 2.00 3.10 Pequenos Volumes 3.10 Inflamaveis 5.33 Germicidas 13.57 Distribuição 47.50 Recebimento e etiquetagem 11.20 Fracionamento 12.00 27.80 Distribuição 22.80 Sanitário Funcionário Fem. 4.25 Sanitário Funcionário Masc. 4.25 Ante-Câmara 7.00 Manipulação de Soluções Orais 5.00 7.75 Lavagem de Insumos 4.00 Sala de reuniões 11.22 Conforto Funcionários 63.44 Quarto de Plantonista 15.00 Auditório 40.00 Sanitário/Vestiário Func. Feminino 32.00 Sanitário/Vestiário Func. Masculino 30.00

CONFORTO

14.00 5.00 2.00

1 1 1 5 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 4 4 8 8 2 2 2 2 2 2 2 2 2 18 18 2 2 2 2 2 2 2 2 2

UTI NEONATAL

9.00 6.00 2.00 6.00 4.00 4.00 2.00

25.48 8.00 7.87 11.50 20.63 9.23 6.96 10.28 9.82 11.90 5.66 5.66 4.64 98.72 11.22 6.34 4.50 14.00 9.56 8.89 60.00 6.17 25.00 6.17 6.00 6.00 9.60 9.60 14.98 11.90 5.80 5.80 12.00 25.00 6.17 9.60 9.60 6.00 6.00 11.90 5.80 5.80 6.25 14.98

MATERNIDADE

14.00 5.00

INTERNAÇÃO

Box UTI Isolamento Antecâmara Banheiro Box UTI Posto de Enfermagem Roupa Limpa Roupa Suja Copa de Distribuição Serviço Sala de Utilidades Equipamentos Depósito de Material de Limpeza Sanitário Paciente P.C.R. UTI NEONATAL Isolamento Ante-câmara Depósito de Material de Limpeza Preparo Sala de Utilidades Rouparia Quarto PPP Sanitáro Quarto Maternidade Sanitário Roupa Suja Roupa Limpa Copa de Distribuição Serviço Posto de Enfermagem Utilidades Resíduos Depósito de Material de Limpeza Ordenha Quarto Internação Sanitário Copa de Distribuição Serviço Roupa Limpa Roupa Suja Utilidades Rsíduos Depósito de Material de Limpeza Guarda Maca e Cadeira de Rodas Posto de Enfermagem


Estudo Preliminar Para o desenvolvimento do estudo preliminar foi realizado um organograma para definir como os setores deveriam se interligar, e qual setor deveria estar próximo ao outro. Ao Analisar o organograma realizado, podemos notar que a circulação no projeto deve prever um controle de acesso, onde o paciente deve passar pela recepção principal antes de ter acesso as internações, diagnóstico, UTI Adulto. O Vestiário de Barreira deve estar sempre interligado ao centro cirúrgico devido RDC-50, e tentar isolar o serviço em um único setor, assim evitando contato do paciente e facilitando o controle de acesso. A partir desse estudo dos setores, foi realizado um primeiro recorte no terreno, esse recorte já nos define alguns parâmetros como acessos principais, localização do edifício no terreno, setorização de usos internos e algumas circulações principais.

86


N

Mapa 19 - Primeiro recorte realizado no Terreno Sem Escala - Fonte: Carolina Chedraoui

N

N

Mapa 20 - Implantação do Primeiro estudo do Projeto.

Área para implantação do edifício

Área para futura expansão

Mapa 21 - Novo Recorte com divisão do projeto em duas etapas, já prevendo uma futura ampliação.

87


Figura 56 - Estudo 2 Perspectiva Frontal.

Figura 54 - Volumetria inicial do projeto de Hospital da Mulher.

Figura 55 - 2° Estudo volumétrico do projeto do Hospital da Mulher.

Figura 57 - Estudo 2 Perspectiva lateral.

Foram realizados estudos volumétricos, que possibilitassem a setorização com fácil acesso, e distribuída de forma que obedecesse a analise do organograma, desenvolver estratégias para criar espaços de convivência, buscando uma maior humanização dos espaços hospitalares. Outro Aspecto que foi buscado, foi trabalhar eixos de circulação e vazios internos e externos.

localizados próximo a central de materiais esterilizados. E criando a partir disso um volume descontruído com sobreposições de volumes maiores e menores, e afastamento de alguns volumes do edifício, buscado facilitar o acesso. Após revisar o projeto, foi realizado um novo recorte, criando um modelo de implantação e aperfeiçoando a setorização, assim isolando o serviço em um único setor. Repensamos a necessidade de um pronto atendimento no programa do Hospital e devido ao funcionamento atual do serviço SUS no Brasil, primeiro a paciente passaria por uma consulta na UPA e depois seria

encaminhada como emergência ou com exames e cirurgias marcadas para o Hospital. Realizando novo estudo volumétrico, cria-se um volume que se esconde entre as lajes, e cria diversos planos, onde se localizam os espaços de convivência do Hospital. Buscando Otimizar a setorização do Hospital, isola-se todo o serviço no Primeiro Pavimento, criando um acesso direto para serviço, devido a topografia íngreme do terreno que nos da acesso ao nível 4. Acrescentando um novo pavimento de internação pois devido a grande complexidade do projeto foi necessário uma quantidade maior de leitos.

Para o desenvolvimento desse volume inicial, havíamos criado uma setorização onde o serviço se distribuía pela unidade, as internações ficavam no ultimo andar, o centro cirúrgico e a uti estariam

88


89


memorial Justificativo A partir do conceito de que o Hospital da Mulher, não seja apenas funcional, mas que também desenvolva um papel acolhedor, e traga liberdade de expressão e convívio nos momentos de necessidade, foi desenvolvido um projeto de arquitetura para um Hospital da Mulher, na cidade de Ribeirão Preto, criando uma nova Unidade próxima ao complexo do Hospital das Clínicas, no Bairro Monte Alegre, com o recorte do terreno, o projeto cria seus acessos principais na Av. Luigi Rosielo, com um acesso para entrada de veículos no complexo e um acesso para paradas de Ônibus. Para

desenvolvimento

da

volumetria,

cria-se um edifício principal e um edifício de apoio, a fim de tirar de dentro do bloco principal alguns serviços, que não necessitam estar dentro da unidade como almoxarifado, farmácia, resíduos, conforto de funcionários e plantonista. No bloco principal, criou-se volumes, que se deslocam, desenvolvendo uma volumetria sempre flexível, onde possa aumentar ou diminuir a unidade de acordo com a necessidade. Cria-se, portanto, uma estrutura em concreto armado, contendo vigas e pilares modulados considerando os fechamentos em dry-wall. Assim, a estrutura cria maior flexibilidade dos espaços, pois o edifício hospitalar está sempre em constante mudança, e deve estar preparado para o recebimento de novas tecnologias, portanto é necessário que caso haja alguma modificação na distribuição interna do hospital, ele seja de flexível.

90

Para estabelecer áreas de convivência tanto para os funcionários, como para os pacientes e visitantes, de forma a desenvolver a questão interior/exterior, as lajes se deslocam formando espaços externos. Nesses espaços criados para convivência propõese átrios que geram uma visão das lajes jardins. As lajes jardins utilizam de vegetação de grande porte, estabelecendo assim uma relação com a natureza, desenvolvendo a humanização dos espaços hospitalares. Para setorizar os acessos, dividimos em acesso de paciente, acesso de paciente transportado e acesso de serviço e carga e descarga, portanto estabelece um acesso principal de paciente e visitante na parte frontal do edifício no nível zero com acesso ao salão de cabelereiro, tatuagem e café e recepção principal. O acesso de pacientes transportados ocorre na lateral do edifício, onde está localizada a unidade de emergência. A topografia íngreme do terreno possibilita que o acesso do serviço ocorra separadamente, pelo nível 4. É proposto, portanto um acesso do nível zero para o nível 4, tanto externamente pela escada lateral ou por veículos nas vias rampeadas, como internamente pela circulação interna vertical e horizontal. A saída dos veículos pode acontecer tanto pela Av. Luigi Rosielo como pela Av. Governador Lucas Nogueira Garcês. Buscando facilitar a circulação de veículos

e

pedestre

no

complexo

Figura 59 - Tipos de Placa de Dry-Wall.

cria-se

novas ruas internas que realizam toda a circulação interna e acessos para as vias externas.

Figura 60 - Detalhamento de camadas de Laje Jardim.


Para criar uma circulação vertical que atendesse a todas as unidades, optase por um eixo de circulação central que se distribui pelas unidades, criando um padrão de circulação horizontal nos pavimentos. As circulações verticais se dividem em elevadores sociais, elevador de paciente e elevador de serviço. Em caso de emergência (incêndio), o elevador de serviço recebe alimentação por gerador. A escada enclausurada contem shaft com dutos de ventilação e está localizada a no máximo 30m das extremidades do edifício para que cumpra as normas dos bombeiros.

No

nível

zero

está

localizada

a

assistência social, buscando criar uma rede de apoio a mulheres dentro do Hospital, onde elas não se sintam sozinha buscando apoio e realizem atividade em grupo, junto com outras mulheres que estão passando ou já passaram pela mesma situação. O Térreo ainda conta com a unidade de Emergência, onde o paciente é encaminhado para sala de emergência onde recebe os primeiros tratamentos, dependendo da gravidade e complexidade do caso, o paciente não tem condições de subir para a sala de cirurgia, portanto é necessário que tenha uma área para emergências, porem se o paciente estiver estável, ele logo já será

unidade de diagnóstico e imagem voltada especificamente para a saúde da mulher, onde a paciente após passar pela recepção principal e o controle de acesso, é encaminhada para o vestiário para troca de roupa, para realização dos procedimentos necessários.

encaminhado para a unidade necessária.

Com o objetivo de criar uma setorização dentro do próprio setor e otimizar a circulação dentro das unidades, isola-se os serviços no ultimo corredor, criando um corredor com Sala de Utilidades, Depósito de Material de Limpeza, Resíduos e Sala de equipamentos, assim buscando não cruzar os fluxos de serviço e paciente.

e ventilação no pavimento térreo.

Para ventilação e iluminação do pavimento térreo, a volumetria sofre um deslocamento, criando um poço de iluminação até o nível 4, onde implantase uma passarela metálica perfurada no nível 4, permitindo entrada de iluminação

O nível 4, é um nível com acesso restrito para pacientes, para criar esse controle de acesso foi necessário fechar o elevador de pacientes nesse andar. Estabelecendo assim um acesso exclusivo para funcionários e terceirizados nesse nível da unidade, onde

No edifício de apoio no nível 4 está localizado o abrigo de resíduos, central de gases, central de água gelada, e geradores, almoxarifado e farmácia. No nível 8 está localizado as unidades de UTI Adulta e UTI Neonatal e Centro Cirúrgico, a proximidades dessas unidades leva em conta o fato de qualquer problema na UTI, o paciente está próximo ao Centro Cirúrgico gerando maior apoio para os pacientes em estado mais grave. A

laje

do

nível

8

se

estende

para

o bloco de apoio criando uma área para convívio e lazer dos funcionários, médicos e enfermeiras do Hospital, buscando maior conforto e distrações positivas que melhorem a qualidade do trabalho, ela também tem função de circulação entre os blocos. Portanto, o centro cirúrgico pode ter acesso tanto de médico e enfermeiras que já estão dentro do edifício principal como de quem vem do bloco de apoio. Para realizar o acesso ao centro cirúrgico o paciente, médico, enfermeira ou qualquer pessoa autorizada deve passar pelo controle, para realizar a paramentação nos vestiários, antes de entrar dentro no centro cirúrgico.

No nível zero, também está localizada a unidade de Apoio a Mulheres, que envolve um espaço com Salão de Beleza e venda de perucas, Studio de Tatuagem, Café, Sala

estão localizados o recebimento de comida, material esterilizado e roupa limpa que são serviços terceirizados ao hospital, portanto eles devem ter fácil acesso quando chegarem ao complexo, com recebimentos de carga e

Na maioria dos casos cirúrgicos o visitante tem a possibilidade de acesso ao repouso pós-anestésico para dar um conforto ao paciente que acabou de sair da cirurgia, tento alguém da família próximo a

de reuniões em grupo, apoio psicológico e

descarga separados.

eles, portanto o repouso pós anestésico foi

91


posicionado dentro da unidade de tal maneira que facilitasse a entrada do visitante sem que ele tenha acesso de fato ao Centro Cirúrgico. A questão do conforto médico dentro do Centro cirúrgico é outra questão que foi trabalhado o controle de acesso, pois o funcionário que vai levar a comida até o conforto não deve entrar no centro cirúrgico, assim criamos um acesso com duas portas para controle, assim ele entra até o local para entrega da comida, porem ele tem ainda uma barreira entre ele e o centro cirúrgico. No nível 12 e nível 16 estão localizadas as internações, elas foram setorizadas por maternidade no nível 12 e internação geral no nível 16, com o serviço de apoio no centro das unidades, e os quartos de internações nas extremidades buscando otimizar a circulação. No nível 12 da maternidade laje impermeabilizada se estende e cria uma ligação com a cobertura do bloco de apoio e cria-se uma cobertura verde, assim disponibilizando para a maternidade um espaço para a mulher que vai dar a luz deambular ao ar livre com distrações positivas para diminuir as dores do parto. Os Quartos PPP, para realização do préparto, parto e pós-parto tudo em um único ambiente, tem uma área maior, com necessidade de espaço para a parturiente realizar os procedimentos de acordo com sua vontade,

92

No nível 16 nas unidades de internação, cria-se áreas externas maiores, dando a possibilidade de o paciente ter uma linda paisagem com jardim, com átrios que dão a visão das lajes inferiores e uma visão panorâmica da paisagem da cidade de Ribeirão Preto. Para o revestimento externo propõe pintura acrílica, e piso intertravado e para o revestimento interno especifica-se piso vínilico e parede com pintura acrílica semibrilho, com bate maca nos corredores com 0.90m de altura e para as áreas molhadas é proposto porcelanato no piso, cerâmica nas paredes, e forro de gesso acartonado

Figura 61 -Exemplo de Piso Intertravado

com um pé direito de 2,70m ate o forro e 4,00m do piso até o a laje, criando assim um espaço no forro de 1,30m para a passagem das instalações hidro sanitárias, elétricas, telefonia, gases e de climatização. Todos os pavimentos contém shafts centrais, onde as instalações passam pelo forro e vão para o shaft central, realizando a distribuição de infraestrutura. Para a realização da distribuição de água para as unidades, propoe-se um reservatório subterrâneo, em que a água passa pelo transformador de água gelada que bombeia a água da rua para toda a unidade, e um reservátorio de água sob o edifício para armazenagem de água suficiente para o funionamento da unidade em caso de emergência de acordo com a legislação dos bombeiros. Dentro

de

sanitários,

depósito

de

Figura 62 -Especificação de piso vinílico Tarkett

Figura 63 -Especificação de piso cerâmico Eliane


material de limpeza, guarda de resíduos, sala de utilidades, onde não estão presentes janelas, utiliza-se ventilação mecânica por exaustão. A Orientação solar acontece de tal forma que a fachada frontal e lateral direita do edifício recebe o sol da manha e a fachada lateral esquerda e posterior recebem o sol da tarde, portanto é necessária a utilização de brises metálicos da Hunter Douglas tipo Stripescreen (cor oro viejo

recebe também uma proposta de área de futura expansão dos blocos. Portanto cria-se um complexo hospitalar que busca a partir da arquitetura desenvolver toda autonomia da mulher, criando uma rede de apoio, em que a mulher possa realizar suas experiências, pessoais, familiares, sexuais e de saúde, sem qualquer obstáculo, de forma que o hospital se torne um espaço com lembranças positivas, que lhe traga segurança e seja acolhedor.

especificação 2583), perfurado de acordo com detalhamento, com canaleta com fita de led colorido. Desenvolvendo assim uma fachada dinâmica que na parte da noite pode haver mudança de iluminação, e durante o dia tem um controle da iluminação natural conforme necessário e cria uma textura de iluminação interna de acordo com a perfuração da placa, desenvolvendo assim, dentro dos ambientes a humanização a partir de texturas e iluminação. Ao lado do edifício principal, criase um espaço com diretriz para parque, criando uma relação com a natureza e possibilitando que os encontros de mulheres aconteçam não somente dentro do Hospital, mas também ao ar livre. Esse parque atenderá não apenas as pessoas dentro do hospital, más toda a população moradora próxima à área, que já utiliza hoje o terreno para realização de caminhada ao redor, e como ciclovia. Ou seja a implementação de um parque é essencial para essa interação social em conjunto com o hospital, o local Figura 64 -Brise metálicos Hunter Douglas

93


ESTACIONAMENTO - 27VAGAS

RUA ALEXANDRA MARINELLI

B 04

AV. GOV. LUCAS NOGUEIRA GARCÊS

RUA ITAPECERICA

RUA REGINA AGELINI

02

B'

CARGA E DESCARGA DE PACIENTES

A'

03

A

ÁREA PARA FUTURA AMPLIAÇÃO

01

AV. IRENE ABDUCH CHEDRAOUI

ACESSO CARGA E DESCARGA

PRAÇA CIDADE UNIVERSITÁRIA

AV. LUIGI ROSIELO

ACESSO VEÍCULOS

ACESSO PONTO DE ONIBUS

AV. LUIGI ROSIELO

LEGENDA

PAREDE Á CONTRUIR EXA

VENTILAÇÃO MECÂNICA POR EXAUSTÃO

ETAPA

1.730 m² 4.594 m² Área nível 8.00: 4.204 m² Área nível 12.00: 3.866 m² Área nível 16.00: 2.526 m² Área nível 0.00:

Taxa de Ocupação:

Área nível 4.00:

Hospital da Mulher na cidade de Ribeirão Preto

PRANCHA:

01-17

Implantação

CÓDIGO:

4006658

ESCALA:

1:500

DATA:

Nov. 2017

PROJETO:

Desenho:

22.670 m² 25% 48% Taxa de permeabilização: Coeficiente de Aproveitamento: 1,329 16.920 m² Área total construída: Área do terreno:

Ante- Projeto

AUTOR:

Carolina Chedraoui do Nascimento


B 04

Atenuador de saída de ar 85 dB(A) Atenuador de saída de ar 85 dB(A)

RUA ITAPECERICA

Atenuador de saída de ar 85 dB(A)

ACESSO CARGA E DESCARGA

RUA REGINA AGELINI

02

B'

CARGA E DESCARGA DE PACIENTES

A'

03

ESTACIONAMENTO - 12VAGAS

A

01

AV. IRENE ABDUCH CHEDRAOUI

TALUDE

ÁREA PARA FUTURA AM

Hospital da Mulher na cidade de Ribeirão Preto

PRANCHA:

02-17

Planta de Térreo

CÓDIGO:

4006658

ESCALA:

1:200

DATA:

Nov. 2017

PROJETO:

Desenho: ETAPA

Ante- Projeto

AUTOR:

Carolina Chedraoui do Nascimento


B A'

03

A

01

P lanta Baixa

02

B' LEGENDA

PAREDE Á CONTRUIR EXA

VENTILAÇÃO MECÂNICA POR EXAUSTÃO

PROJETO:

Desenho: ETAPA

Hospital da Mulher na cidade de Ribeirão Preto

Planta Baixa - Construir - Nível 0

22.670 m² 25% 48% Taxa de permeabilização: Coeficiente de Aproveitamento: 1,329 16.920 m² Área total construída:

1.730 m² 4.594 m² Área nível 8.00: 4.204 m² Área nível 12.00: 3.866 m² Área nível 16.00: 2.526 m²

Área do terreno:

Área nível 0.00:

Taxa de Ocupação:

Área nível 4.00:

PRANCHA:

03-17

CÓDIGO:

4006658

ESCALA:

1:200

DATA:

Nov. 2017

Ante- Projeto

AUTOR:

Carolina Chedraoui do Nascimento


B A'

03

A

01

P lanta Baixa

02

B' LEGENDA

PAREDE Á CONTRUIR EXA

VENTILAÇÃO MECÂNICA POR EXAUSTÃO

ETAPA

1.730 m² 4.594 m² Área nível 8.00: 4.204 m² Área nível 12.00: 3.866 m² Área nível 16.00: 2.526 m² Área nível 0.00:

Taxa de Ocupação:

Área nível 4.00:

Hospital da Mulher na cidade de Ribeirão Preto

PRANCHA:

04-17

Planta Baixa Layout - Nível 0

CÓDIGO:

4006658

ESCALA:

1:200

DATA:

Nov. 2017

PROJETO:

Desenho:

22.670 m² 25% 48% Taxa de permeabilização: Coeficiente de Aproveitamento: 1,329 16.920 m² Área total construída: Área do terreno:

Ante- Projeto

AUTOR:

Carolina Chedraoui do Nascimento


B 04

ACESSO SERVIÇO

SAÍDA DE CARRINHOS P/ DISTRIBUIÇÃO ENTRADA DE CARRINHOS SUJOS

A'

03

A

01

P lanta Baixa 02

B' LEGENDA

PAREDE Á CONTRUIR EXA

VENTILAÇÃO MECÂNICA POR EXAUSTÃO

ETAPA

1.730 m² 4.594 m² Área nível 8.00: 4.204 m² Área nível 12.00: 3.866 m² Área nível 16.00: 2.526 m² Área nível 0.00:

Taxa de Ocupação:

Área nível 4.00:

Hospital da Mulher na cidade de Ribeirão Preto

PRANCHA:

05-17

Planta Baixa Construir - Nível 4

CÓDIGO:

4006658

ESCALA:

1:200

DATA:

Nov. 2017

PROJETO:

Desenho:

22.670 m² 25% 48% Taxa de permeabilização: Coeficiente de Aproveitamento: 1,329 16.920 m² Área total construída: Área do terreno:

Ante- Projeto

AUTOR:

Carolina Chedraoui do Nascimento


B 04

Atenuador de saída de ar 85 dB(A) Atenuador de saída de ar 85 dB(A) Atenuador de saída de ar 85 dB(A)

ACESSO SERVIÇO

MICROONDAS

SAÍDA DE CARRINHOS P/ DISTRIBUIÇÃO ENTRADA DE CARRINHOS SUJOS

A

A'

03

MICROONDAS

MICROONDAS

MICROONDAS

MICROONDAS

01

BEBEDOURO

FOGÃO SOBRE A BANCADA

P lanta Baixa 02

B' LEGENDA

PAREDE Á CONTRUIR EXA

VENTILAÇÃO MECÂNICA POR EXAUSTÃO

ETAPA

1.730 m² 4.594 m² Área nível 8.00: 4.204 m² Área nível 12.00: 3.866 m² Área nível 16.00: 2.526 m² Área nível 0.00:

Taxa de Ocupação:

Área nível 4.00:

Hospital da Mulher na cidade de Ribeirão Preto

PRANCHA:

06-17

Planta Baixa Layout - Nível 4

CÓDIGO:

4006658

ESCALA:

1:200

DATA:

Nov. 2017

PROJETO:

Desenho:

22.670 m² 25% 48% Taxa de permeabilização: Coeficiente de Aproveitamento: 1,329 16.920 m² Área total construída: Área do terreno:

Ante- Projeto

AUTOR:

Carolina Chedraoui do Nascimento


B 04

A'

03

A

01

P lanta Baixa 02

B' LEGENDA

PAREDE Á CONTRUIR EXA

VENTILAÇÃO MECÂNICA POR EXAUSTÃO

ETAPA

1.730 m² 4.594 m² Área nível 8.00: 4.204 m² Área nível 12.00: 3.866 m² Área nível 16.00: 2.526 m² Área nível 0.00:

Taxa de Ocupação:

Área nível 4.00:

Hospital da Mulher na cidade de Ribeirão Preto

PRANCHA:

07-17

Planta Baixa Construir - Nível 8

CÓDIGO:

4006658

ESCALA:

1:200

DATA:

Nov. 2017

PROJETO:

Desenho:

22.670 m² 25% 48% Taxa de permeabilização: Coeficiente de Aproveitamento: 1,329 16.920 m² Área total construída: Área do terreno:

Ante- Projeto

AUTOR:

Carolina Chedraoui do Nascimento


B 04

VENT.

VENT.

VENT.

VENT.

VENT.

MICROONDAS

A'

03

A

01 AQUEC. SORO

P lanta Baixa 02

B' LEGENDA

PAREDE Á CONTRUIR EXA

VENTILAÇÃO MECÂNICA POR EXAUSTÃO

ETAPA

1.730 m² 4.594 m² Área nível 8.00: 4.204 m² Área nível 12.00: 3.866 m² Área nível 16.00: 2.526 m² Área nível 0.00:

Taxa de Ocupação:

Área nível 4.00:

Hospital da Mulher na cidade de Ribeirão Preto

PRANCHA:

08-17

Planta Baixa Layout - Nível 8

CÓDIGO:

4006658

ESCALA:

1:200

DATA:

Nov. 2017

PROJETO:

Desenho:

22.670 m² 25% 48% Taxa de permeabilização: Coeficiente de Aproveitamento: 1,329 16.920 m² Área total construída: Área do terreno:

Ante- Projeto

AUTOR:

Carolina Chedraoui do Nascimento


B 04

A'

03

A

01

P lanta Baixa 02

B' LEGENDA

PAREDE Á CONTRUIR EXA

VENTILAÇÃO MECÂNICA POR EXAUSTÃO

ETAPA

1.730 m² 4.594 m² Área nível 8.00: 4.204 m² Área nível 12.00: 3.866 m² Área nível 16.00: 2.526 m² Área nível 0.00:

Taxa de Ocupação:

Área nível 4.00:

Hospital da Mulher na cidade de Ribeirão Preto

PRANCHA:

09-17

Planta Baixa Construir - Nível 12

CÓDIGO:

4006658

ESCALA:

1:200

DATA:

Nov. 2017

PROJETO:

Desenho:

22.670 m² 25% 48% Taxa de permeabilização: Coeficiente de Aproveitamento: 1,329 16.920 m² Área total construída: Área do terreno:

Ante- Projeto

AUTOR:

Carolina Chedraoui do Nascimento


B 04

A'

03

A

01

P lanta Baixa 02

B' LEGENDA

PAREDE Á CONTRUIR EXA

VENTILAÇÃO MECÂNICA POR EXAUSTÃO

ETAPA

1.730 m² 4.594 m² Área nível 8.00: 4.204 m² Área nível 12.00: 3.866 m² Área nível 16.00: 2.526 m² Área nível 0.00:

Taxa de Ocupação:

Área nível 4.00:

Hospital da Mulher na cidade de Ribeirão Preto

PRANCHA:

10-17

Planta Baixa Layout - Nível 12

CÓDIGO:

4006658

ESCALA:

1:200

DATA:

Nov.2017

PROJETO:

Desenho:

22.670 m² 25% 48% Taxa de permeabilização: Coeficiente de Aproveitamento: 1,329 16.920 m² Área total construída: Área do terreno:

Ante- Projeto

AUTOR:

Carolina Chedraoui do Nascimento


B 04

A'

03

A

01

P lanta Baixa 02 LEGENDA

B'

PAREDE Á CONTRUIR EXA

VENTILAÇÃO MECÂNICA POR EXAUSTÃO

ETAPA

1.730 m² 4.594 m² Área nível 8.00: 4.204 m² Área nível 12.00: 3.866 m² Área nível 16.00: 2.526 m² Área nível 0.00:

Taxa de Ocupação:

Área nível 4.00:

Hospital da Mulher na cidade de Ribeirão Preto

PRANCHA:

11-17

Planta Baixa Construir - Nível 16

CÓDIGO:

4006658

ESCALA:

1:200

DATA:

Nov. 2017

PROJETO:

Desenho:

22.670 m² 25% 48% Taxa de permeabilização: Coeficiente de Aproveitamento: 1,329 16.920 m² Área total construída: Área do terreno:

Ante- Projeto

AUTOR:

Carolina Chedraoui do Nascimento


B 04

A'

03

A

01

P lanta Baixa 02

B' LEGENDA

PAREDE Á CONTRUIR EXA

VENTILAÇÃO MECÂNICA POR EXAUSTÃO

ETAPA

1.730 m² 4.594 m² Área nível 8.00: 4.204 m² Área nível 12.00: 3.866 m² Área nível 16.00: 2.526 m² Área nível 0.00:

Taxa de Ocupação:

Área nível 4.00:

Hospital da Mulher na cidade de Ribeirão Preto

PRANCHA:

12-17

Planta Baixa Layout - Nível 16

CÓDIGO:

4006658

ESCALA:

1:200

DATA:

Nov.2017

PROJETO:

Desenho:

22.670 m² 25% 48% Taxa de permeabilização: Coeficiente de Aproveitamento: 1,329 16.920 m² Área total construída: Área do terreno:

Ante- Projeto

AUTOR:

Carolina Chedraoui do Nascimento


B 04

A'

03

A

01

P lanta Baixa 02

B' LEGENDA

PAREDE Á CONTRUIR EXA

VENTILAÇÃO MECÂNICA POR EXAUSTÃO

ETAPA

1.730 m² 4.594 m² Área nível 8.00: 4.204 m² Área nível 12.00: 3.866 m² Área nível 16.00: 2.526 m² Área nível 0.00:

Taxa de Ocupação:

Área nível 4.00:

Hospital da Mulher na cidade de Ribeirão Preto

PRANCHA:

13-17

Planta Baixa - Casa de Maquinas

CÓDIGO:

4006658

ESCALA:

1:200

DATA:

Nov. 2017

PROJETO:

Desenho:

22.670 m² 25% 48% Taxa de permeabilização: Coeficiente de Aproveitamento: 1,329 16.920 m² Área total construída: Área do terreno:

Ante- Projeto

AUTOR:

Carolina Chedraoui do Nascimento


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P lanta Cobertura 02

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PAREDE Á CONTRUIR EXA

VENTILAÇÃO MECÂNICA POR EXAUSTÃO

ETAPA

1.730 m² 4.594 m² Área nível 8.00: 4.204 m² Área nível 12.00: 3.866 m² Área nível 16.00: 2.526 m² Área nível 0.00:

Taxa de Ocupação:

Área nível 4.00:

Hospital da Mulher na cidade de Ribeirão Preto

PRANCHA:

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Planta de Cobertura

CÓDIGO:

4006658

ESCALA:

1:200

DATA:

Nov. 2017

PROJETO:

Desenho:

22.670 m² 25% 48% Taxa de permeabilização: Coeficiente de Aproveitamento: 1,329 16.920 m² Área total construída: Área do terreno:

Ante- Projeto

AUTOR:

Carolina Chedraoui do Nascimento


CITROËN

Corte

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CITROËN

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PAREDE Á CONTRUIR EXA

VENTILAÇÃO MECÂNICA POR EXAUSTÃO

ETAPA

1.730 m² 4.594 m² Área nível 8.00: 4.204 m² Área nível 12.00: 3.866 m² Área nível 16.00: 2.526 m² Área nível 0.00:

Taxa de Ocupação:

Área nível 4.00:

Hospital da Mulher na cidade de Ribeirão Preto

PRANCHA:

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Cortes

CÓDIGO:

4006658

ESCALA:

1:200

DATA:

Nov. 2017

PROJETO:

Desenho:

22.670 m² 25% 48% Taxa de permeabilização: Coeficiente de Aproveitamento: 1,329 16.920 m² Área total construída: Área do terreno:

Ante- Projeto

AUTOR:

Carolina Chedraoui do Nascimento


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CITROËN

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E levação LEGENDA

PAREDE Á CONTRUIR EXA

VENTILAÇÃO MECÂNICA POR EXAUSTÃO

ETAPA

1.730 m² 4.594 m² Área nível 8.00: 4.204 m² Área nível 12.00: 3.866 m² Área nível 16.00: 2.526 m² Área nível 0.00:

Taxa de Ocupação:

Área nível 4.00:

Hospital da Mulher na cidade de Ribeirão Preto

PRANCHA:

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Elevações

CÓDIGO:

4006658

ESCALA:

1:200

DATA:

Nov. 2017

PROJETO:

Desenho:

22.670 m² 25% 48% Taxa de permeabilização: Coeficiente de Aproveitamento: 1,329 16.920 m² Área total construída: Área do terreno:

Ante- Projeto

AUTOR:

Carolina Chedraoui do Nascimento


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LEGENDA

PAREDE Á CONTRUIR EXA

VENTILAÇÃO MECÂNICA POR EXAUSTÃO

ETAPA

1.730 m² 4.594 m² Área nível 8.00: 4.204 m² Área nível 12.00: 3.866 m² Área nível 16.00: 2.526 m² Área nível 0.00:

Taxa de Ocupação:

Área nível 4.00:

Hospital da Mulher na cidade de Ribeirão Preto

PRANCHA:

17-17

Elevações

CÓDIGO:

4006658

ESCALA:

1:200

DATA:

Nov. 2017

PROJETO:

Desenho:

22.670 m² 25% 48% Taxa de permeabilização: Coeficiente de Aproveitamento: 1,329 16.920 m² Área total construída: Área do terreno:

Ante- Projeto

AUTOR:

Carolina Chedraoui do Nascimento

CITROËN



perspectiva frontal

perspectiva externa

รก


perspectiva lateral

รกrea de carga e descarga


carga e descarga de pacientes

acesso principal


acesso paciente transportado


perspectiva do atrio no pavimento de internação

l

perspectiva interna das lajes jardins


laje para espaรงo de convivio da maternidade


perspectiva externa café

perspectiva interna café


perspectiva interna cafĂŠ


quarto maternidade

sanitรกrio quarto maternidade


e

e



ReferĂŞncias

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Bibliografia ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial. NBR 9050: acessibilidade à edificação, mobiliários, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

maps.google.com.br.

hoje, Volume 01, 1955.

HOTCHMAN, Gilberto de et al (coords.). Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro – Pós-1930. Rio de Janeiro: CPDOC, 2010. Disponível em: <http://cpdoc.fgv.br.>.

BITENCOURT, Fábio. Arquitetura ambiente de nascer, reflexões e recomendações projetuais de arquitetura e conforto ambiental, 1ª Edição - Rio de Janeiro: Rio Books, 2008

LABRA, Maria Eliana. Mulher, saúde e sociedade, Vozes , 1989.

SHIGETO,Sandra Melissa do Prado, A importância do método canguru na atenção humanizada ao recém nascido prematuro, 2014. Trabalho de Conclusão de curso (Curso de Graduação em enfermagem) - Faculdades integradas do extremo sul da Bahia.

CARVALHO, Antônio Pedro Alves. Introdução à Arquitetura Hospitalar, Salvador: Quarteto Editora, 2014. CAVALCANTI, Patrícia Biasi. A humanização dos ambientes de saúde: Atributos ambientais que favorecem a apropriação pelos pacientes, 2009 Trabalho de Doutorado, FAU-USP. CECF, Conselho estadual da condição feminina, São Paulo. Disponível em: <http://www.condicaofeminina. sp.gov.br/portal.php/hist > Acesso em 28 nov.2016 DATASUS. Portal de Cadastros Nacionais. 20092013. Disponível em http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php. FERRER, Mario. Manual da arquitetura das internações hospitalares. 1°Edição – Rio de Janeiro: Rio Book’s, 2012. FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1979.

MATOS, Júlia de Souza. Ambientes de saúde: caminhos para a criatividade e inovação. In: VII CBDEH – 7° Congresso Brasileiro para o desenvolvimento do Edifício Hospitalar - Casa de Parto, reconstruindo a forma de nascer, 2016, Salvador. Anais do 7° Congresso Brasileiro para o desenvolvimento do Edifício Hospitalar - Brasil, 2016. MIQUELIN, Lauro Carlos. Anatomia dos edifícios hospitalares. São Paulo: CEDAS, 1992. PETER, Ana Paula Confrotin; FEYER, Iara Simoni Silveira; BÚRIGO, Renata Angeloni; SALLAI, Talita, O Cuidado cultural no processo de ser e viver da mulher, recém-nascido e família que vivênciam o parto, no domicílio e no hospital, com ênfase no contexto domiciliar: abrindo novos caminhos para a enfermagem, 2005. Trabalho de Conclusão de curso (Curso de Graduação em enfermagem) - Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC.

GÓES, Ronald. Manual prático de arquitetura hospitalar. 1°Edição – São Paulo: Edgard Blücher, 2004.

PÉROLA Byington, Centro de referência de saúde da mulher, São Paulo. Disponível em: <http://www. hospitalperola.com.br/o-hospital.php > Acesso em 28 nov.2016

GOOGLE. Google Maps. 2013. Disponível em http://

REIS, J. Hospital cruzada Pró- infância. Hospital de

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SILVA, Cristiane N. Ambientes de saúde: caminhos para a criatividade e inovação. In: VII CBDEH – 7° Congresso Brasileiro para o desenvolvimento do Edifício Hospitalar – Ambiência e humanização hospitalar, 2016, Salvador. Anais do 7° Congresso Brasileiro para o desenvolvimento do Edifício Hospitalar - Brasil, 2016. SILVA, Jaime; PAIVA Cida. Volumes Escalonados em Balanço Siegbert Zanettini: Hospital São Luiz / Anália Franco, São Paulo, SP. Finestra, Edição 53, Junho 2008. TECHNE, Balanço Concreto, Edifício da unidade Tatuapé do Hospital e Maternidade São Luiz tem complexo sistema de distribuição de Cargas. Edição 131 – Fevereiro 2008. Disponível em: http://techne.pini. com.br/engenharia-civil/131/artigo286474-1.aspx TOLEDO, Luiz Carlos. Feitos para Curar. Rio de Janeiro Associação Brasileira do Edifício Hospitalar, 2006. VASCONCELOS, R.T.B. Humanização de ambientes hospitalares: Características responsáveis pela integração interior/exterior. 2004. 177f. Dissertação pós-graduação -Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004. ZANETTINI ARQUITETURA. Zanettini Arquitetura. 2013. Disponível em:www.zanettini.com.br.


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anexos

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Anexo 01 - entrevista Dr. Flávia Maciel Entrevista realizada no dia 10 de abril ás16 horas e 30 minutos com a Dr. Flávia Maciel Ginecologista E Obstetra, fundadora do Instituto Geração Mãe. A Entrevista foi realizada pelas Alunas Carolina Chedraoui do Nascimento e Thaline Maika Sousa Santos. Como você decidiu criar o Instituto Geração Mãe? Como? Na verdade, sou ginecologista e estava atendendo com um colega em outro consultório que não era nosso, era uma sala alugada e eu atendia lá meus pacientes normalmente, e a gente faz um trabalho multidisciplinar, porque gente atende gestante pó- parto, a gente precisa de uma enfermeira obstetra, as vezes a gente referenciava para fisioterapia, pediatria, ficava tudo picado... E ai esse local ode eu estava atendendo a dona do imóvel pediu o imóvel, ai eu pensei já que terei que procurar um espaço porque já não agregar todos esses profissionais em um único espaço? A enfermeira que já trabalhava comigo também estava à procura de um local, a fisioterapeuta já estava com o contrato vencendo, sabe quando Deus coloca todo mundo no mesmo momento de vida e dá tudo certo. Então a gente procurou um local que condizia com o trabalho que a gente queria realizar e foi assim... porque na verdade o Geração Mãe é um projeto que já existe a muitos anos, porém, no mundo virtual ele é um grupo no Facebook, um site com mais de 45.000 mulheres com o intuito de se ajudar nesse momento de vida, então a gente também precisava de uma sede física para a os encontros, administração, gestão... O que define humanização no parto?

Então humanização do parto é o retorno

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do protagonismo do parto a mulher, porque durante as ultimas décadas a mulher deixou de ser senhora da sua própria experiência do parto, e os médicos e as instituições assumiram essa posição, e entraram em um contexto tão forte da força do sistema, que hoje as mulheres nem parto normal tem mais, quanto mais parto onde elas escolham as preferências delas, que posição querem ter, quem quer que esteja presente, então a gente vai afastando cada vez mais essa experiência do natural, e indo para o tecnológico com grandes prejuízos, porque o parto é muito mais que um evento médico, é um evento fisiológico, uma coisa natural da vida... claro que podem surgir intercorrências, imprevisibilidade, riscos em algumas mulheres, mas a grande maioria poderia ter um parto sem qualquer intervenção. Ou seja, humanização do parto é o retorno desse processo natural, com o benefício de ter a tecnologia aliada, então se necessitar de alguma coisa, tem um médico a disposição. Como seria um ambiente para esse parto humanizado?

adequado

Então a ambiência é fundamental para o sucesso do parto, porque o parto ele é um processo estritamente hormonal e os hormônios estão muito relacionados as emoções, então qualquer coisa que leve a estresse, medo, frio que tenha uma iluminação muito forte.... tudo isso pode interferir no processo do trabalho de parto, então um ambiente adequado para parto, [e um ambiente privativo, silencioso, quente, na penumbra ou seja o mínimo de iluminação possível, que tenha espaço para a mulher se movimentar, ter acesso a água quente, ter um banheiro espaçoso, ou com banheira, a banheira é um ótimo recurso para alivio de dor.

E um ambiente que se for dentro do

hospital, onde ela possa ter os recursos da medicina, mas escondidos, porque ter visualmente fio, cano de oxigênio, tudo isso assusta, ela já pensa que está entrando em um centro cirúrgico, um ambiente que pareça o máximo possível com a sua casa. Além da sala de parto o que um hospital da mulher com abrangência ginecológica e obstétrica tem que ter? Uma recepção também acolhedora, porque essa questão do estresse que pode alterar o fluxo hormonal, ele já se inicia desde a recepção, então os hospitais hoje eles têm aquela linha que sempre a parede é verde, é muito clara aquela cara de hospital. Então pensar nessa ambiência em todos os ambientes do hospital, seria adequado ter um jardim, onde essa paciente pudesse caminhar ter contato com a natureza, ele é muito benéfico, remete o natural mesmo. O que muda de uma casa de parto para um hospital?! é que a casa de parto não tem centro cirúrgico. As vezes de dentro de alguns hospitais, você tem que dar tanta volta para chegar... As vezes a pessoa fala estou dentro do hospital, superseguro, mas depende do fluxo interno do hospital.

O que você pensa do Parto cesariano?

Bom cesárea é excelente porque salva vidas, de mães e de bebês, então é impossível você prestar assistência obstétrica adequada sem ela. Então ela vai ser necessária para um grupo de mulheres em torno de 10 á 15% das gestantes, porque é a estatística que a OMS considera segura para as taxas de cesariana, então nenhum profissional que trabalha com humanização é contra a cesárea, isso seria totalmente incoerente,


Figura 76 Consultório Ginecológico

Figura 77 - Recepção com espaço para criança

então a cesárea ela é ótima, o que a gente também pode fazer é melhorar, prestar uma assistência mais humanizada também no ato cirúrgico, abaixar um pouco a luminosidade do centro cirúrgico, colocar uma musica calma

tudo que ali na hora do parto possa dar suporte para qualquer intercorrência más um parto que corre bem a gente não usa praticamente nada, no máximo panos para enrolar a mãe e o bebê que são aqueles panos que a gente usa.

Porque durante ainda está acordada?

Até pensar no ambiente na hora de esconder esses equipamentos e na hora do parto ter fácil acesso se for necessário.

cesariana

a

mãe

Sim, pois se ela for anestesiada, o bebê nasce dormindo, e a mãe tem que estar alerta para conhecer, hoje, por exemplo, em uma cesariana, nasce o bebê a gente passa por baixos dos campos, ela pega o bebê, faz o contato pele a pele, igual no parto normal, a gente espera 3 minutos o cordão parar de pulsar para cortar, a gente põe o bebe para mamar na primeira hora de vida, enquanto ela está sendo suturada, que tem um profissional auxiliando na amamentação, porque pesar, medir e exame físico, pode esperar essa primeira hora de vida, mesmo em um ato cirúrgico, então as visões das necessidades da mãe com o bebê podem ser mantidas. Se vocês forem estudar um pouco mais afundo, existe um "bum" hormonal no momento do nascimento, e esse "bum" hormonal é fundamental para vinculação afetiva, para o estabelecimento da amamentação, se a gente perde esse time, pode ter um prejuízo muito grande. Quais os para um parto cirúrgico?

Figura 78 - Sala para reunião em grupo.

a

equipamentos necessários tanto cirúrgico como não

Exatamente, por exemplo aqui no Hospital São Paulo, eles deixam uma caixa com vários nichos e ali tem tudo, por exemplo, soro para hemorragia pós-parto, ocitocina, drogas que usam, fio para sutura, anestésico local, então você não precisa sair da sala para buscar nada, em um parto que acontece habitualmente. Para um Parto Cirúrgico, aí dentro do centro cirúrgico, aí é totalmente diferente, diversas drogas, e equipamentos tanto da parte anestésica, como da parte dos cirurgiões, então são muito mais coisas que ficam disponíveis ali. Uma coisa que vocês podem citar também é quando a mulher quer a analgesia de parto, que é uma anestesia de parto normal, ai o ideal é que a analgesia fosse feita dentro da sala de parto e o que não acontece na maioria dos hospitais, a mulher sai do quarto, vai para uma sala de centro cirúrgico e volta para uma sala de pré-parto. Após Entrevista a Dr. Flávia nos acompanhou para conhecer os espaços do instituto.

Bom parto natural eles precisam de pouquíssimo equipamentos, assim equipamentos mesmo quase nenhum, mas precisa de materiais disponíveis para o procedimento, como compressa, gaze, um kit para tampar o cordão umbilical, tem que ter acessível fórceps, vácuo extrator, material para tratamento de hemorragia pós parto,

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Anexo 02 - entrevista Mariana Borges Entrevista realizada no dia 05 de Maio com a enfermeira obstétrica Mariana Borges, que trabalha na Unidade Obstétrica do Hospital da Clínicas.

de enfermagem, sala de exames, sala de curativos, sala de vacinas, recepção, sala de aerossol, porque a mulher caminha por todos esses locais.

A Entrevista foi realizada pela auna Carolina Chedraoui do Nascimento.

Então, eu estou fazendo um hospital específico para mulher, por isso que eu to centrada nessa questão de saúde da mulher, mas eu sei que em hospital hospital geral a sala de procedimentos atende o público tanto feminino quanto masculino, o que eu não tava conseguindo entender muito bem, é que como eu não sei como funcionam esses procedimentos, como que realiza os exames, eu não sabia falar quais são os equipamentos que tenho que ter em cada sala, que tipo de sala específica eu tenho que ter.

Mariana eu estou com algumas dúvidas sobre os procedimentos que são realizados na parte de ginecologia dentro de um Hospital da Mulher, por exemplo, eu sei que eu tenho que ter tratamento de câncer ginecológico, mamário, reprodução humana, planejamento familiar, tratamento de esterilidade, acompanhamento de violência sexual, entre outros. Mas estou em dúvida de que tipo de ambiente é necessário para a realização dos procedimentos, para esses tratamentos. Não há uma sala dentro de um hospital, um ambulatório ou uma UBS, especifico, por exemplo, para atendimento de pessoas com câncer, ou para fazer uma consulta de planejamento familiar, nós temos as salas de procedimentos em que eu faço na saúde da mulher, sala de procedimento na UBS, onde eu coleto Papanicolau, faço exame clínico das mamas, onde eu faço as consultas ginecológicas, sala de pequenos procedimentos ou seja, curativos, administração de medicamentos, suturas. Dentro de hospital a mesma coisa, mas com salas de exame, consultório médico e de enfermagem. Então para a realização de um projeto você pode distribuir os cômodos nesse sentido, porque isso não é só para mulher, não há uma sala específica só para o atendimento de mulher, para fazer exame só de mulher, a não ser que tenha uma sala para ultrassonografia obstétrica. Então para a realização do projeto ele deve ter, consultório médico, consultório

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Agora você conseguiu ser mais específica, eu entendi a sua intensão, vamos pegar como exemplo o HC certo, você vai tirar parte da saúde da mulher do HC e vai construir um hospital para ela, quando você for projetar, você vai fazer... Sugestão, Ala A e Ala B, a Ala A é Ginecologia e a Ala B é obstetrícia, ou seja a Maternidade, Na Ala A que você vai colocar ginecologia, o que você vai precisar ter: -Consultório de enfermagem -Consultório médico -Posto de enfermagem -Uma sala de exames ginecológicos -Sala de pequenos procedimentos como Papanicolau, coleta de diu, cauterização uterina Já na Ala Obstétrica, pronto atendimento ginecológico e obstétrico, gestação de alto risco, ala de alojamento conjunto, Neonatologia, berçário, e um centro obstétrico e um centro cirúrgico, ai se você quiser saber o que tem dentro de

cada ambiente desse ai é mais complexo, é muita coisa, porque a gente trabalha com o que é preconizado pelo ministério da saúde, então o que tem que ter dentro de um centro obstétrico humanizado e um centro obstétrico tradicional, humanizado tem que ter até duas macas, banheira, os métodos não farmacológicos para o alívio da dor na hora do trabalho de parto, a bola, o cavalinho, a escada, a banheira como eu disse para você, um chuveiro, sem contar todo o material utilizado para um parto, não sei se é isso que sua professora está exigindo, me passa seu email e eu te envio algumas referências. Agora se for só mesmo a divisão dos setores vai ser isso que te falei basicamente. E as salas que te falei de exame ginecologia, são exames de imagem.

da

Outra perguntaria seria que tipo de consequências esses tratamentos podem gerar para essas mulheres? Carol, o tratamento da mulher, dependendo de sua abordagem pode ter grande influência no psicológico, como a cirurgia de câncer de mama pode abalar a imagem e noção de feminilidade, ou a histerectomia que impede a mulher de engravidar e provoca mudanças em sua vida sexual, A mulher é a mulher vítima de violência sexual que pode apresentar consequências como desenvolvimento de consumo de álcool e de drogas, consequências psicológicas como depressão, ansiedade, transtornos alimentares, distúrbios sexuais e de humor, problema de saúde e redução de qualidade de vida Assim seria bacana que essa mulher tivesse acompanhamento psicológico, nutricional e endócrino, com grupos de apoio, espaços abertos.


Outra dúvida que eu estou tendo, que eu vi que você trabalha na USP e que fez enfermagem lá, talvez você possa me responder, porque o projeto que vou fazer é uma espécie de ligação com o HC, então eu vou propor para retirar o setor obstétrico e ginecológico do HC e vou relocar ele em uma unidade independente, para ser um hospital específico em saúde da mulher, então eu encontrei informações que o HC é um hospital terciário e quaternário, ou seja ele atende tanto ribeirão como região e tem especialidades dele que atraem pacientes de outros estado e até mesmo de outro país, porém eu não sabia dizer se o setor ginecológico do HC atrai esse público de fora, fora da região, você saberia me dizer que isso ocorre? Se tem algum procedimento que o HC realiza que atrai esse público? Sim, o HC é referência regional, então ele atende mulheres de Ribeirão Preto, da região de Ribeirão Preto, cidades do sul de Minas, do sul do Mato Grosso, ou seja as cidades ao redor do estado de São Paulo, mas vem gente Carol, do Brasil inteiro, só que hoje já acontece uma triagem, porque se não haveria condições do HC atender tanta gente assim, então o estado de São Paulo optou por atender a população do Estado de São Paulo que é grande, da região de Ribeirão Preto, mas a gente também atende o Sul de Minas Gerais e o Sul do Mato Grosso, algumas mulheres vem pra cá então ele é referência regional em saúde da mulher

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