Trabalho final

Page 1

Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação

Universidade de Coimbra

Laboratório de Competências e Identidade Profissional

NASW standards for Social Work Practice in Child Welfare Funções do Serviço Social na Saúde - Pediatria

Leonor Alexandra Tavares Ribeiro-2014232275 Ana Carolina dos Santos Vasconcelos-2014192292

Curso: Serviço Social Docente: Helena da Silva Neves dos Santos Almeida

0


Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação

Universidade de Coimbra

Índice

Introdução ………………………………………………………………………………………………………….………………..…2 NASW Standards for Social Work Practice in Child Welfare …………………………………….................3  

Base das Normas para o bem-estar das crianças ……………………………………………….……….3 Normas ……………………………………………………………………………………………………………………..4

Funções do serviço social na saúde …………………………………………………………………………………………8 

Na pediatria ……………………………………………………………………………………………………………….8 o Hospital pediátrico de Coimbra …………………………………………………………………….10

Conclusão ……………………………………………………………………………………………………………………………..13 Referências ……………………………………………………………………………………………………………………………14

1


Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação

Universidade de Coimbra

Introdução

O serviço social prima por fazer todos os esforços para garantir a dignidade devida a todas as pessoas, assim como os seus direitos. Os assistentes sociais devem promover o bem-estar físico, psicológico, espiritual e emocional de cada pessoa, e defender sempre o utente. É neste mesmo contexto que o serviço social infantil se encontra. O nosso trabalho irá falar sobre o serviço social infantil, tendo como base o artigo da NASW, “NASW Standards for Social Work Practice in Child Welfare”, que retrata as normas criadas para definir, evoluir e ajudar o assistente social na sua prática, esta será a primeira parte do trabalho. Na segunda parte, irá ser tratado as funções do assistente social na saúde, mais especificamente na pediatria, contamos, para a elaboração do trabalho, com a participação de duas assistentes sociais do Hospital Pediátrico de Coimbra, Dra. Dulce Pitarma e a Dra. Rosa Gomes, que nos apresentaram o serviço social da respectiva instituição, assim como o hospital. “Os serviços de bem-estar infantil, principalmente de intervenção e protecção são projectados para apoiar as crianças que sofreram ou estão em risco de sofrer abusos ou negligências.” (NASW, 2012, p.5-6) O serviço social intervém como elemento de ligação entre a família, a equipa terapêutica e a comunidade e informa os pais ou acompanhantes das crianças e jovens sobre os direitos e deveres, benefícios e normas internas, quando solicitado. Procura ainda organizar as respostas adequadas aos problemas inerentes à situação de doença, mobilizando os recursos comunitários de apoio à criança e família. O serviço social dispõe de gabinetes de atendimento nos vários serviços do hospital (urgência, internamento e ambulatório), onde pode dirigir-se e expor as suas questões. (Hospital Pediátrico & Liga dos Pequeninos, 2014, p.16)

2


Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação

Universidade de Coimbra

NASW Standards for Social Work Practice in Child Welfare Base das Normas para o bem-estar das crianças: A NASW tinha o objectivo de desenvolver as práticas do assistente social de maneira a tornálas cada vez mais eficazes, assim como proporcionar o melhor possível para as crianças. Surgem então em 1981 as normas para a protecção da criança. Estas serviram como o avanço inicial para esta área, assim como a criação de novas normas, que são revistas ao longo dos tempos, de maneira a que estejam sempre de acordo com a actualidade e façam face a esta, nunca deixando de parte os valores da profissão. Estas normas, e por sua vez a criação delas, são consideradas como ferramentas para o assistente social, e por sua vez, para o bem-estar da criança, assim como uma prevenção para tal, ainda que haja programas de apoio à criança e por consequente também à família. (NASW, 2012) Considerando que estas normas são publicadas, e, por isso, encontram - se ao alcance de todos, têm contribuído para que haja mudanças políticas, assim como para a sua evolução, e para o avanço de pesquisas e modelos de intervenção. (NASW, 2012) Pode-se apresentar alguns dos objectivos das normas:  

    

Definir amplamente o âmbito do serviço social para a protecção da criança; (NASW, 2012) Um aumento e uma maior consciência sobre as habilidades, conhecimentos, valores, métodos e sensibilidades que o assistente social precisa de ter, de forma a trabalhar eficazmente; (NASW, 2012) Os assistentes sociais podem encontrar directivas claras e objectivos específicos da prática; (NASW, 2012) Estabelecer expectativas para a prática e para os serviços de bem-estar infantil; (NASW, 2012) Certificar-se que a prática do bem-estar da criança é orientada pelo Código de Ética NASW; (NASW, 2012) Assegurar que os serviços de acção social que são fornecidos às crianças, aos jovens e às famílias, são da mais elevada qualidade; (NASW, 2012) Fornecer uma base de recursos para crianças, jovens e famílias de maneira que possam ser tratados com respeito e dignidade e, por sua vez, terem acesso a serviços de apoio com todos os direitos, desde confidencialidade a uma participação adequada na tomada de decisões; (NASW, 2012) Fornecer uma boa preparação aos assistentes sociais sobre o bem-estar infantil, sempre tendo em conta o contínuo desenvolvimento da educação, com acesso a materiais e programas; (NASW, 2012) Incentivar os assistentes sociais a participar no desenvolvimento e aperfeiçoamento de políticas públicas a nível local e nacional para apoiar o bem-estar das crianças e dos jovens, e também se envolverem em programas e pesquisas com o objectivo de melhorar a prática. (NASW, 2012)

3


Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação

Universidade de Coimbra Normas: 1. Ética e Valores: A profissão obriga o assistente social a seguir um princípio de valores e ética, contando com o código de ética da NASW como guia. Este código vai estabelecer ao assistente social responsabilidades éticas, tanto consigo mesmo, como para colegas, clientes, funcionários e organizações, que empregam a profissão de assistente social, assim como para a sociedade. O assistente social deve demonstrar os valores fundamentais do serviço social, da justiça social, e da dignidade, assim como o próprio valor da pessoa. Também convém realçar a importância dos relacionamentos, da integridade e da competência do assistente social. (NASW, 2012) O assistente social tem ainda a responsabilidade de seguir a legislação que se encontra em vigor a nível nacional, assim como regulamentos e políticas, para o tratamento dos casos. (NASW, 2012) 2. Qualificações, Conhecimentos e Requisitos da Prática: Os assistentes sociais devem investir numa boa formação superior, pois o conhecimento da teoria e da prática são essenciais para a acção social. É igualmente necessário, como já foi referido em cima, que se tenha conhecimento geral sobre as leis da protecção da criança. Sendo assim, o assistente social deve possuir conhecimentos relacionados com a criança, com o desenvolvimento até chegar à fase de adulto, o impacto dos traumas, a parentalidade e a dinâmica familiar, assim como saber os sistemas de trabalho comunitário que há, onde a criança e a família residem. (NASW, 2012) 3. Desenvolvimento Profissional: É importante que o assistente social se mantenha informado sobre novos modelos, práticas e leis, estando assim atento, e também deve conseguir escolhe - los de maneira a serem os mais apropriados. Devem por isso, participar em oportunidades educacionais, para puderem aumentar a sua eficácia. (NASW, 2012) 4. Advocacia: O assistente social deve garantir os melhores recursos para a criança, jovens e famílias, assim como procurar reformas do sistema que sejam as melhores para o serviço. Sendo que o principal objectivo dos assistentes sociais é defender o bem da criança, esta defesa inclui ajudar os clientes a ter acesso e a utilizar os recursos formais (hospitais, centros de saúde, CPCJ/tribunais, centros de emprego, centros de acolhimento, associações, projecto integração de intervenção precoce, estruturas educativas, autarquias e segurança social) e informais (vizinhos, amigos e família), que a comunidade lhe permite. Esta norma contribui também para a melhoria das políticas públicas e administrativas. (NASW, 2012)

4


Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação

Universidade de Coimbra 5. Colaboração: Os assistentes sociais têm o dever de promover a colaboração interdisciplinar e interorganizacional para apoiar as crianças, assim como, oferecer serviços e melhorar estes, de maneira a que haja eficácia. (NASW, 2012) 6. Manutenção de Registos e Confidencialidade das Informações do Cliente: Para o bem da criança, jovens ou famílias, o assistente social deve garantir as seguranças adequadas para a privacidade e confidencialidade das informações do utente. Os registos que possuem devem estar de acordo com as leis em vigor, respeitar o utente e seguir o código de ética da NASW. A tecnologia que é usada pelo assistente social deve garantir que não está ao alcance de ninguém. O assistente social pode discutir o caso com outro ou outra pessoa, desde que o utente dê consentimento do mesmo. Pode ainda haver outras interferências no sigilo, caso seja exigido por lei, como por exemplo, quando o utente apresenta perigo para si ou para a sociedade, ou ainda quando há abusos ou negligencias. (NASW, 2012) 7. Competência Cultural: Os assistentes sociais têm de garantir que são prestados à criança, jovens e/ou famílias, os serviços indicados de acordo com o contexto cultural destes, mostrando também compreensão por esse mesmo contexto. Os serviços devem demonstrar auto consciencialização, aptidões práticas reflexivas, e conhecimento consciente com as Normas da NASW para a Competência Cultural. Assim sendo, o assistente social na prática tem de explorar papéis como o da espiritualidade, religião, orientação sexual, estatuto socioeconómico e idade. (NASW, 2012) 8. Avaliação: No tratamento de informação sobre a criança, o assistente social deve fazer uma avaliação inicial abrangente sobre o utente, como uma maneira de reunir informações importantes. As avaliações também devem ser feitas ao longo do percurso, para se poder desenvolver ou alterar os planos iniciais do assistente social. O assistente social deve ser sempre claro e informar sobre as razões do seu plano, principalmente para as famílias dos utentes, informando também sobre os seus direitos, e assim facilitar a representação legal. Deve também saber identificar os pontos fortes e transmitir sempre empatia e compreensão para com a situação da família em questão. É importante que se identifique e sejam promovidos os serviços preventivos, e os apoios informais, melhorando assim, o sistema familiar de maneira a evitar a intervenção de um assistente social. (NASW, 2012) 9. Intervenção: A intervenção feito pelos assistentes sociais deve garantir a segurança e o bem-estar necessário às crianças, jovens ou famílias, é através de práticas baseadas em evidências que estes esforços são atingidos. Neste caso, o assistente social deve estar ciente da intervenção, fazendo pesquisas actuais e, consequentemente, usar práticas baseadas na evidência. A intervenção do assistente social deve ter o objectivo de envolver na equipa pessoas ligadas ao 5


Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação

Universidade de Coimbra utente, principalmente procurar a participação da família para que exista um compromisso mútuo, não que seja regra, pois depende do caso com que se esteja a trabalhar. As intervenções devem incluir metas, objectivos, métodos de avaliação e critérios dos resultados, o assistente social deve assegurar que sejam atendidas questões como, educação, assistência médica, desenvolvimento da criança a nível emocional, cultural, espiritual, social, recreativo, e necessidades de saúde mental. É ainda responsabilidade do assistente social documentar com precisão o progresso ao longo do caso. (NASW, 2012) 10. Envolvimento da Família: Como já foi referido na norma anterior, o assistente social deve procurar pelo envolvimento da família, imediata ou estendida, como parceiros no processo de esforços de avaliação, intervenção e reunificação. Deve ser compreendida a perspectiva do familiar, assim como as suas necessidades para se fazer um planeamento e por sua vez, encontrar possíveis soluções. O assistente social tem de tentar assegurar a família como uma unidade. É feita uma identificação dos pontos fortes da família, para usar como um reforço para a resolução do problema. O assistente social não pode esquecer, e deve respeitar, aceitar e entender as diversidades culturais que cada família pode ter e como estas influenciam o seu funcionamento. (NASW, 2012) 11. Compromisso dos Jovens: Os assistentes sociais devem ter a capacidade de avaliar e reconhecer os pontos fortes e as capacidades únicas, assim como as necessidades específicas que cada jovem apresenta no que diz respeito ao desenvolvimento das suas competências pessoais, devendo implementar estratégias de prevenção e intervenção, de forma a conduzir ao seu desenvolvimento. Deve também apoiar os jovens mais velhos para tomar decisões, desenvolver capacidades e atingir métodos, por isso, devem surgir relações de trabalho e cooperação entre estes e os assistentes sociais, de maneira a trabalhar planos para o futuro, concentrado no desenvolvimento, na vida independente, atingindo questões como, a habitação, a educação e o emprego. É, portanto, importante que se faça um plano de transição para a entrada da vida adulta, de maneira a que esta seja bem-sucedida. (NASW, 2012) 12. Plano de Permanência: Quando as crianças, ou os jovens, não se encontro em segurança para permanecer nas suas casas, os assistentes sociais devem coloca-los em cuidados fora de casa. No entanto, os assistentes sociais devem concentrar esforços e fazer planeamentos para que estes possam regressar à sua casa o mais rápido possível, caso não seja possível, é reunido condições de colocar as crianças em cuidados permanentes fora das suas casas. (NASW, 2012) 13. Supervisão: Os supervisores têm um cargo superior aos outros assistentes sociais, coordenando e orientando os outros, por isso, encontram se num grau superior, sendo então capazes de negociar dentro dos sistemas. Estes devem assegurar e proporcionar um ambiente de trabalho positivo, assim como, a prestação de serviços de qualidade. (NASW, 2012) 6


Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação

Universidade de Coimbra 14. Administração: Faz parte dos administradores assegurar que é proporcionado uma prestação de serviços eficazes e adequados para as crianças, jovens e famílias. Estes têm ainda a responsabilidade de melhorar os serviços prestados, o desenvolvimento profissional, a qualidade de sistemas, o número de caos, etc., fazendo uso de políticas e procedimentos. (NASW, 2012)

7


Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação

Universidade de Coimbra

Funções do serviço social na saúde:

Funções Preconizadas pelo Departamento de Modernização e Recursos da Saúde do Ministério da Saúde, Maio 2002:  

       

Identificar e analisar os problemas e as necessidades de apoio social dos utentes, elaborando o respectivo diagnóstico social; Proceder ao acompanhamento e apoio psicossocial dos utentes e das respectivas famílias, no quadro dos grupos sociais em que se integram, mediante a prévia elaboração de planos de intervenção social; Proceder à investigação, estudo e concepção de processos, métodos e técnicas de intervenção social; Participar na definição, promoção e concretização das políticas de intervenção social a cargo dos respectivos serviços ou estabelecimentos; Definir, elaborar, executar e avaliar programas e projectos de intervenção comunitária na área de influência dos respectivos serviços e estabelecimentos; Analisar, seleccionar, elaborar e registar informação no âmbito da sua intervenção profissional e da investigação; Assegurar a continuidade dos cuidados sociais a prestar, em articulação com os parceiros da comunidade; Envolver e orientar utentes, famílias e grupos no autoconhecimento e procura dos recursos adequados às suas necessidades; Articular-se com os restantes profissionais do serviço ou estabelecimento para melhor garantir a qualidade, humanização e eficiência na prestação de cuidados; Relatar, informar e acompanhar, sempre que necessário e de forma sistemática, situações sociais problemáticas, em especial as relacionadas com crianças, jovens, idosos, doentes e vítimas de crimes ou de exclusão social. (Serviço Social na Saúde, 2002, p.1-2)

Na pediatria: O Serviço Social do hospital pediátrico privilegia na sua actuação as diferentes áreas de doenças crónicas, sendo que é nesta que se encontra uma maior incidência de problemas familiares e sociais, bem como um agravamento de problemáticas já existentes. A doença crónica prolonga os seus efeitos ao longo da vida da criança, obrigando a que haja ajustamentos constantes na organização da família, de maneira a adequar estratégias que possibilitem ultrapassar as novas realidades, pensando na qualidade de vida da criança e da família. A Organização Mundial de Saúde refere que a doença crónica tem uma ou mais das seguintes características:

8


Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação

Universidade de Coimbra     

Permanente; Produz incapacidade/ deficiência residual; Causada por alterações patológicas irreversíveis; Exige formação especial do doente para a reabilitação; Pode exigir longos períodos de supervisão, observação ou cuidados.

Tipos de Doença Crónica:        

Diabetes; Doenças hepáticas; Obesidade; Cancro; Doenças respiratórias; Doenças cardiovasculares; VHI/SIDA; Entre outras. (Costa e Carvalho, 2011)

Objectivos gerais do assistente social que se encontra num hospital pediátrico: 

 

Acolher a família/criança facilitando o conhecimento da instituição hospitalar, desde as instalações, equipa e recursos internos de apoio, à aproximação da criança e da família ao espaço terapêutico. O assistente social deve conhecer a família e o meio envolvente, assim como fazer uma caracterização, identificação e inventariação de necessidades – diagnóstico social, assim como deve informar o utente dos seus direitos e benefícios. Mobilizar recursos na família e nas estruturas intra/extra hospitalares. Fazer levantamento de recursos locais, parcerias e redes sociais formais e informais. Capacitar a criança / jovem e suas famílias a participar activamente no processo de tratamento, procurando recursos e estratégias adequadas às necessidades da doença. Assim como tentar reduzir a dependência hospitalar. Promover a qualidade de vida, tentando reduzir ao máximo assim como evitar os efeitos colaterais da doença. Promover a acessibilidade às estruturas de apoio, e a adequação de estratégias, como também, a manutenção dos papéis sociais dos indivíduos. Reabilitar a criança / jovem e suas famílias ao seu equilíbrio tanto individual como colectivo, recuperando um ambiente favorável que proporcione o desenvolvimento de ambos. Integrar a criança com a finalidade que tenha um estilo de vida normal, apesar de ser um processo dinâmico que vai sofrendo alterações e adaptações ao longo do tempo. (Sector do Hospital Pediátrico, n.d.)

9


Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação

Universidade de Coimbra Hospital pediátrico de Coimbra: O hospital pediátrico de Coimbra foi criado a 1 de Junho de 1977, é um hospital universitário, contribuindo para a formação de novos profissionais, desde médicos, assistentes sociais, psicólogos, enfermeiros, etc. Neste encontram-se os seguintes serviços: ambulatório, hospital de dia, internamento, e urgência/UICD. A população alvo deste hospital é até aos 18 anos. A instituição tem como objectivos promover a humanização dos serviços, tais como: voluntariado - “voluntários por um sorriso”; sessões para os pais; salas de actividades lúdicas; festas temáticas com participação de grupos externos. Promover os direitos de cidadania: gabinete do cidadão; ensino básico desde o 1º ao 3º ciclo. Promover a articulação e cooperação com outros hospitais e centros de saúde. As assistentes sociais deste hospital tem como base seguir o modelo holístico, onde se encontram os objectivos gerais do assistente social no hospital pediátrico (já referidos a cima), ou seja, acolher, mobilizar, capacitar, promover, reabilitar e integrar. Mais concretamente, o assistente social, enquanto dinamizador de indivíduos e grupos e de redes de suporte, valoriza na sua prática profissional:           

Integrar a equipa multidisciplinar; Aconselhamento; Apoio psicossocial; Informação de direitos e deveres, bem como, benefícios e recursos; Advocacia social; Planeamento da alta hospitalar; Trabalho em parceria e em rede; Facilita o processo de reintegração familiar social; Previne disfunções na relação familiar; Colabora no processo de assistência médica ao estrangeiro; Participa no processo para atribuição de produtos de apoio.

O assistente social tem um procedimento, que começa, de imediato, na primeira consulta ou internamento, e dá início à intervenção social, segundo a seguinte trajectória: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.

Estudo social; Identificar os problemas sociais e caracterizar as famílias; Diagnóstico social; Plano de intervenção; Mobilização de recursos; Articulação com equipa multidisciplinar; Acompanhar as situações clínicas e sociais graves; Avaliação e follow up.

Com base na resiliência e no empowerment, as assistentes sociais do hospital têm contribuído, sendo algumas mesmo as fundadoras, para a criação e desenvolvimento de várias associações e projectos, tais como: 10


Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação

Universidade de Coimbra             

Associação Acreditar; Associação Coração Feliz (APA-CDC); Associação Nacional de Fibrose Quística; Associação de Diabetes (DTT); Associação Nacional de Crianças e Jovens Transplantados ou com Doenças Hepáticas (Hepaturix); Associação de Spina Bífida (ASBHIP); Liga dos Pequeninos; Associação Portuguesa de Insuficientes Renais (APIR); Associação de Autismo (APPDA); Associação de D. Neuromusculares; Campos de Férias: VIH, Diabetes, Nefrologia, Hepatologia; Acolhimento Temporário do Grande Incapacitado; VIH/SIDA Diga SIM à Prevenção, diga NÃO à Discriminação.

O serviço social do Hospital pediátrico, que está integrado no Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra (CHUC), encontra-se organizado de uma forma estrutural. Neste caso, acima da Dra. Conceição Matias, coordenadora das assistentes sociais do hospital pediátrico, vêm os serviços de secretariado do Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra, e por último, acima destes a Directora do serviço social, Dra. Isabel Ventura. Distribuição das assistentes sociais por serviços/áreas de intervenção: Assistentes Sociais Cristina Lomba

M. Dulce Pitarma

M. Filomena Freitas

M. Gabriela Zagalo

Rosa M. Gomes

Consultas/Internamento Nefrologia Gastrenterologia Neurocirurgia/Ortopedia Reumatologia Pediatria Geral/Med. Adolescente Genecologia do Adolescente Unid. Transplantação Hepática Cirurgia/Queimados Oftalmologia ORL Crianças de Risco Endocrinologia Diabetologia Pediátrica Serviços de Urgência Cardiologia Pneumologia/Patologia do Sono F. Quística/Alergologia Imunodeficiência Genética Infecciosos UCI Oncologia/Hematologia Medicina/VIH

Grupos de Trabalho

Núcleo Hospitalar de Apoio a Crianças e Jovens em Risco – coordenação Unidade Coord. Funcional Comissão de Coordenação do Voluntariado Unidade Coord. Funcional

Comissão de Coordenação do Voluntariado 11


Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação

Universidade de Coimbra Carla Domingues

M. Paula Namora

Conceição Matias Helena Santos

Maria José Folha

Autismo Desenvolvimento Trissomia 21 Hiperactividade Risco Biológico Baixa Visão Neurologia Espinha Bífida Neuromusculares Epilepsia Metabólicas Ventilados Med. Física Reabilitação Pedopsiquiatria Pedopsiquiatria Psicologia Unidade Dia - Jovens Pedopsiquiatria Psicologia Unidade Dia - Crianças

Comissão de Coordenação do Voluntariado

Possíveis diagnósticos declarados pelas assistentes sociais desta instituição:                     

Utente dependente; Carência economia; Dificuldade na integração; Maus-tratos e violência doméstica; Disfunção familiar; Situação laboral e escolar problemática; Carência habitacional; Rejeição ao hospital; Doente que não se adapta às normas e regulamentos; Ausência/insuficiência de dados de identificação do doente e/ou família; Necessidade de encaminhamento nos processos de deslocação de doentes ao estrangeiro; Situação de morte/luto; Necessidade de apoio de doentes e/ou familiares deslocados; Não foi diagnosticado nenhum problema social; Necessidade de informação sobre direitos, normas e recursos; Necessidade de ajudas técnicas; Dificuldade de vivência do processo de doença; Necessidade de apoio nas deslocações ao hospital; Gravidez na adolescência; Necessidade de cumprimentos de consultas/tratamentos; Necessidade de apoio a doente e familiares estrangeiros. 12


Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação

Universidade de Coimbra

Conclusão

Após a elaboração do trabalho pode-se concluir que o serviço social tem evoluído ao longo dos tempos. As primeiras normas criadas pela NASW foram um avanço importante para o serviço social, permitiram regular este, criar um guia de ética e ainda contribuíram para várias mudanças político-sociais, não deixando de parte a importância na evolução das mesmas. É de realçar a importância da família no processo do bem-estar da criança, dai ser necessário um empenho por parte do assistente social com as famílias. Quando se trata do serviço social na pediatria este empenho também é importante, quando uma criança é diagnosticada com uma doença crónica, não é só a criança que sofre alterações na sua vida, mas também toda a família, alterando a sua dinâmica. O assistente social deve intervir com todos os utentes que precisam da sua mediação, mesmo antes de haver um diagnóstico da doença, tratamentos, internamentos, etc. Para concluir, queremos fazer um agradecimento especial às doutoras Rosa Gomes e Dulce Pitarma, do Hospital Pediátrico de Coimbra, por terem aceite a nossa proposta de entrevista para a realização do trabalho e, consequentemente, por nos terem recebido e disponibilizado parte do seu tempo.

13


Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação

Universidade de Coimbra

Referências

NASW. (2012). NASW Standards for Social Work Practice in Child Welfare. Funções | Serviço Social na Saúde. (2002, https://servicosocialsaude.wordpress.com/funcoes/ 

May

16).

Retrieved

from

Serviço Social na saúde: Circular normativa (2002, May 16). Retrieved from https://servicosocialsaude.files.wordpress.com/2008/03/ms-circular-normativa-n-816-maio-2002.pdf

Entrevista efectuada pelas alunas Leonor Alexandra Tavares Ribeiro, e Ana Carolina dos Santos Vasconcelos, no Hospital Pediátrico de Coimbra a 5 de Maio de 2015 às 14.30h. Liga dos Pequeninos & Hospital Pediátrico, (2014). Guia de Acolhimento – Internamento. Costa, A. & Carvalho, R. (2011). A intervenção do serviço social na doença crónica na infância e juventude: o contexto da pediatria CHCOIMBRA > Serviço Social > Sector do Hospital Pediátrico. (n.d.). Retrieved from http://www.chc.min-saude.pt/servicos/ServicoSocial/hp.htm

14


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.