CAROLINA MIN KYUNG SHIM
HANBOK X STREETWEAR
FUNDAÇÃO ARMANDO ALVARES PENTEADO FACULDADE ARMANDO ALVARES PENTEADO CURSO DE MODA
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
SÃO PAULO 2021
HAN BOK X STREET WEAR
CAROLINA MIN KYUNG SHIM
REINTERPRETAÇÃO DO HANBOK PARA O STREETWEAR
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação de Moda da Faculdade Armando Alvares Penteado, como requisito à aprovação na banca de avaliação. Orientadoras: Prof.a Monayna Pinheiro e Prof.a Maíra Zimmermann.
SÃO PAULO 2021
CAROLINA MIN KYUNG SHIM
REINTERPRETAÇÃO DO HANBOK PARA O STREETWEAR
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação de Moda da Faculdade Armando Alvares Penteado, como requisito à aprovação na banca de avaliação. Orientadoras: Prof.a Monayna Pinheiro e Prof.a Maíra Zimmermann. Banca Examinadora do Trabalho de Conclusão de Curso realizada em / /2021 considerou o(a) candidato(a):
Orientador(a) Faculdade Armando Alvares Penteado
Professor(a) Faculdade Armando Alvares Penteado
Professor(a) Faculdade Armando Alvares Penteado
SÃO PAULO 2021
AGRA DECI MEN TOS Primeiramente, agradeço minha família por todo o apoio e por acreditarem em mim. Minhas amigas que me ajudaram e sempre estiveram ao meu lado. Também agradeço meus professores e orientadores por todos os conselhos e ensinamentos. E por fim, a todos aqueles que contribuíram, de alguma forma, para a realização deste trabalho.
RE SU MO Este Trabalho de Conclusão de Curso de Moda tem como objetivo fazer uma reinterpretação do traje tradicional coreano, o hanbok, para o streetwear. Portanto, foi realizada uma pesquisa na história, elementos e simbolismos do traje tradicional coreano para entender sua influências e reinterpretações na modernidade. Aborda a conectividade ao mundo atual, globalização, a influência do K-pop/ Hallyu e por final, o streetwear. A partir disso, foi desenvolvida uma coleção de vestuário feminino, trazendo elementos da beleza do hanbok acrescentando praticidade e funcionalidade. PALAVRAS-CHAVE: hanbok, streetwear, moda, reinterpretação, identidade, globalização
ABS TRA CT This paper aims to make a reinterpretation of the traditional Korean clothing, hanbok, to streetwear. Therefore, a research was carried out in the history, elements and symbolisms of Korean traditional clothing to understand its influences and reinterpretations in modernity. It addresses connectivity to the current world, globalization, the influence of K-pop/ Hallyu and finally, streetwear. From this, a women’s clothing collection was developed, bringing elements of the beauty of the hanbok, elaborating practicality and functionality.
KEY-WORDS: hanbok, streetwear, reinterpretation, identity, globalization
fashion,
HANBOK X STREETWEAR / SUMÁRIO
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SU MÁ RIO
SUMÁRIO / HANBOK X STREETWEAR
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INTRODUÇÃO 1. HANBOK 1.2 ORIGEM DO HANBOK 1.3 ELEMENTO DO HANBOK 1.4 BELEZA DO HANBOK 1.5 IMPORTÂNCIA DAS CORES
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2. TRADIÇÃO E MODERNIDADE 2.1 SHINYEOSANG (NOVA MULHER) 2.2 INFLUÊNCIA DA OCIDENTALIZAÇÃO NA MODA COREANA 2.3 GLOBALIZAÇÃO E HANBOK 2.4 INFLUÊNCIA DO K-POP/ HALLYU 2.5 STREETWEAR E IDENTIDADE 2.5.2 SEOUL FASHION WEEK
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3. A COLEÇÃO
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
3.1 CONCEITO DE CRIAÇÃO 3.2 PÚBLICO ALVO 3.3 MIND MAP 3.4 MOOD BOARD 3.5 EXTRAÇÃO DE FORMA 3.6 CARTELA DE CORES 3.7 HARMONIA DE CORES 3.8 CARTELA DE MATERIAIS E AVIAMENTOS 3.9 SILHUETAS 3.10 LOOKS E DESENHOS PLANIFICADOS 3.11 PROPOSTA DE ESTAMPA 3.12 MAPA DE COLEÇÃO 3.13 MODELOS CONFECCIONADOS E FICHAS TÉCNICAS 3.14 LOOKBOOK 3.15 CATÁLOGO CONCEITUAL
26 26 29 30 31 32
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REFERÊNCIAS ANEXO PRESS KIT FASHION FILM
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HANBOK X STREETWEAR / INTRODUÇÃO
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IN TRO DU ÇÃO
INTRODUÇÃO / HANBOK X STREETWEAR
Hanbok é o traje tradicional coreano que além da funcionalidade e estética, carrega a identidade e a raiz da cultura do país. O que se deu início apenas com as roupas do dia a dia, hoje é considerado o principal artefato que fornece uma visão única para a identidade e herança cultural coreana. O hanbok reflete valores estéticos importantes como as linhas fluidas e harmonia de 5 cores que são encontrados na arte coreana. Também reflete valores sociais, pois o hanbok de cada indivíduo variava de acordo com seu status na sociedade. Apesar de influências externas na moda coreana, a essência do hanbok foi preservada durante milénios formando a Coreia que conhecemos hoje. Este Trabalho de Conclusão de Curso de Moda estuda-se o traje tradicional coreano, e aborda desde a origem do hanbok, até o Seoul Fashion Week - reinterpretando o traje tradicional para o streetwear, trazendo tendências e inovações, praticidade e funcionalidade.
O primeiro capítulo aborda o surgimento do hanbok, os seus elementos, a beleza e sua estética, e a importância das cores clássicas coreanas na combinação do hanbok. Já o segundo capítulo, trata sobre a tradição e modernidade (fazendo um paralelo entre dois mundos distintos). Como a ocidentalização moldou não apenas a moda coreana, mas também como ajudou as mulheres a serem mais independentes. Aborda também a conectividade ao mundo atual, globalização, a influência do K-pop/ Hallyu e por final, o streetwear. A coleção tem como objetivo fazer a reinterpretação do traje tradicional coreano para o streetwear, realçando a beleza do hanbok, sendo na combinação de peças que tradicionalmente não iriam juntos. Entretanto, a coleção enfatiza que a cultura coreana é machista, e traz a figura feminina como o centro de inspiração e inovação. A coleção traz roupas que mostram o corpo feminino e como se expressam por ele - o olhar subjugado de uma sociedade machista e misógina, torna-se ultrapassado e preconceituoso, o que faz-se evidente na história. 17
HANBOK X STREETWEAR / HANBOK
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HAN BOK
HANBOK / HANBOK X STREETWEAR
FIGURA 1: Casamento Tradicional Coreano 1994 FONTE: Acervo pessoal
1. HANBOK A origem do hanbok data do período dos Três Reinos (57 AC - DC 668): Goguryeo, Silas e Baekje, e era o traje do dia a dia dos coreanos até um século atrás. De acordo com Lee, além da sua função principal, o hanbok foi essencial para a manutenção da ordem social durante dois milênios (LEE, 2013, p.8). Além disso, os hanboks usados pelos governantes eram muito mais elaborados e coloridos do que os usados pela população em geral, que eram feitos de material mais barato como o cânhamo e compostos de cores simples. (LEE, 2013, p.13).
O hanbok consiste de duas peças principais. O jeogori é a parte de cima, e era usado pelo homem e pela mulher. O homem usava baji, uma calça mais larga e solta para completar a roupa, enquanto a mulher usava uma saia longa, o chima. Há uma grande variedade desses três modelos, seja em comprimento, cor, tecido, modo de usar, que ao longo dos anos foi mudando e adaptando para o cenário atual. Hoje em dia ele é usado em eventos e cerimônias especiais, como casamentos, e feriados como Chuseok (Ação de Graças) pois continua carregando um valor importante para a cultura coreana. 19
HANBOK / HANBOK X STREETWEAR
Apesar das diversas mudanças e influências externas, alguns elementos tradicionais do período dos três reinos foram preservados e se mantêm até Através de uma aliança com a China, a hoje. Dinastia Silla (668-935) conquistou os outros dois reinos (Goguryeo e Baekje) e deu início O jeogori continuou fechado do lado direito e usado sobre calças compridas ou saias. O chima (saia a Dinastia Silla unificada, também conhecida longa) passou a ser associada como roupa mais para como época de ouro da Coreia (LEE, 2013, mulheres, que usavam várias camadas de chima. O comprimento do jeogori foi encurtado e o chima foi p.14). Com essa aliança com a China, a Coreia levantada acima da cintura e amarrada no peito com começou a receber grande influência chinesa faixas longas que prendiam a saia sob o jeogori. É assim que o chima é usado hoje. (LEE, 2013, p.16). na cultura e na moda.
1.2 ORIGEM DO HANBOK
Os murais anteriores retratavam pessoas usando jaquetas compridas presas na cintura e usadas sobre saias longas pregueadas. Mas no período Silla Unificado, as saias usadas sobre as jaquetas apareciam em um estilo de vestido distinto usado pelo povo Tang. (LEE, 2013, p.14).
No ano de 918, um dos líderes rebeldes chamado Wang Geon (Rei Taejo) fundou a Dinastia Goryeo (918-1392), dando fim ao período de dominação da Dinastia Silla. Com o passar do tempo, a Dinastia Goryeo se viu obrigada a também buscar uma aliança externa e formou um relacionamento com a Dinastia Mongol Yuan. Assim como os chineses fizeram na Dinastia Silla unificada, os mongóis também tiveram sua influência nos costumes e na moda coreana. O sistema de vestimenta dos militares e dos civis coreanos passou a seguir os costumes da Dinastia Yuan. O traje militar e civil oficial mudou para o sistema de trajes Yuan. A prática de usar um dae (cinto) feito de jade, couro ou tecido para indicar a posição foi substituída pelo sistema chinês de distinção de posição por roupas e capacete. Mas a população geral de Goryeo continuou a usar dae até que o jeogori (vestimenta superior) tornou-se mais curto em períodos posteriores. Além disso, a prática de usar uma faixa no tornozelo como uma característica ornamental desapareceu durante o período Goryeo. (LEE, 2013, p.15).
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A Dinastia Goryeo teve seu fim em 1392 depois que o poderoso general Yi Seong-gye tomou o poder e deu início a Dinastia Joseon (1392-1897). Nesta nova dinastia destaca-se a transição do Budismo para o Neoconfucionismo que também influenciou a estética do hanbok.
FIGURA 2: Roupa Tradicional da Dinastia Goryeo FONTE: https://artsandculture.google.com/asset/ traditional-clothing-of-the-goryeo-dynasty-1-lee-kyung-sun/ YAG4i3t5uIknyA
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O vermelho junto com azul, eram cores populares escolhidas para o jeogori, enquanto esposas de classes altas escolhiam o amarelo. Um dos principais elementos do hanbok De acordo com Lee, um estilo procurado pelas é o jeogori. Usada durante o período dos três mulheres casadas de classes altas, era o jeogori reinos, jeogori é a parte de cima do hanbok, e era plissado com espaço amplo criando uma silhueta usado pelo homem junto com uma calça, baji, elegante. (LEE, 2013, p.18). e a mulher como uma saia, chima. O jeogori, de acordo com Lee:
1.3 ELEMENTOS DO HANBOK
Era consideravelmente mais longo para atingir a cintura e era preso na cintura com um ttwi, um acessório parecido com um cinto. Antes do século 15, logo após a fundação da Dinastia Joseon, o comprimento de um jeogori foi significativamente encurtado e ele começou a ser amarrado no peito por um goreum, um barbante em forma de fita. (LEE, 2013, p.17).
O goreum (faixa), é uma característica importante do jeogori. Além de ser utilizado para fechar a peça junto, tem a função ornamental também.
FIGURA 4: Samhoijiang Jeogori FONTE: https://artsandculture.google.com/asset/ samhoijiang-jeogori-lee-young-hee/YQEvz2PnEwe2xw
Um tipo particular de jeogori chamado samhoejang jeogori, que tinha cores distintas no decote e na gola, só podia ser usado por mulheres da classe alta (yangban) da Dinastia Joseon. Os plebeus, por outro lado, podiam usar banhoejang jeogori, que era mais simples no design e com menos variação de cores. (LEE, 2013, p.18).
FIGURA 3: Jeogori FONTE: https://artsandculture.google.com/asset/jeogorilee-young-hee/AF0VNoPE2G9wA
FIGURA 5: Jeogori Tradicional Século 20 FONTE: https://artsandculture.google.com/asset/_/ rgH0cJLygqCQxw
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HANBOK / HANBOK X STREETWEAR
Chima, a saia tradicional usada pelas mulheres, eram diferentes das saias ocidentais pois não tinha um tamanho específico. A saia amarrava em cima da cintura e chegava nos tornozelos. Segundo Lee, “suas dimensões espaçosas ocultam completamente as linhas do corpo, e a beleza da forma do usuário é acentuada por meio de sua silhueta” (LEE, 2013, p.22). As dimensões espaçosas da saia deixa bastante espaço para a mulher se movimentar com facilidade. Apesar de ser um tamanho único, o chima era facilmente ajustado no corpo da mulher através de uma faixa. O chima era presa a uma faixa de algodão branco enrolada ao redor do corpo na altura do peito e sob a axila. Estava amarrado na frente por uma faixa menor e mais estreita presa em ambas as extremidades da faixa do peito sob o jeogori. Embora o chima viesse em um tamanho, o ajuste podia ser ajustado afrouxando ou apertando a faixa. (LEE, 2013, p.22).
Essa mesma característica do chima também era aplicada no jeogori e no baji. A parte de cima do hanbok pode ser ajustada através do goreum (barbante em forma de fita), e “o baji masculino, ou calças, também pode ser ajustado na dobra frontal usando uma faixa na cintura” (LEE, 2013, p.23). O jeogori e o chima frequentemente se complementam em cores e materiais contrastantes. Dependendo do ajuste, um chima pode acentuar ou ocultar a figura do usuário. Da mesma forma, um jeogori pode ser ajustado para tornar a gola mais longa e mais estreita, ou o pescoço mais longo, mais largo e mais curto. (LEE, 2013, p.25).
1.4 BELEZA DO HANBOK O hanbok é a representação da cultura coreana, dos valores e das tradições. Apesar das mudanças durante os anos, seja em comprimento ou design, a essência do hanbok sempre continuou a mesma. O traje pode ser simples, mas a beleza está nos pequenos detalhes, como nas combinações de cores e a silhueta. Vai além de ser apenas uma roupa, é uma indumentária com muita história e significado por trás. Muitos valores importantes da estética coreana são encontrados no hanbok, cujo senso de beleza reservada, ênfase nas linhas e silhuetas e a importância dos esquemas de cores são encontrados em outras formas da cultura coreana. Como o ditado, “Está tudo nos detalhes”, a beleza de hanbok é trazida à vida com grande atenção aos seus detalhes. Tudo importa, desde o pequeno acessório até o movimento do chima, e contribui para valorizar a beleza e a forma de quem a usa. (LEE, 2013, p.26).
FIGURA 6: Chima e Baji FONTE: Hanbok: Timeless Fashion Tradition
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Um dos aspectos mais importantes da estética do hanbok, de acordo com Samuel Lee, “é a noção da “beleza reservada”. Normalmente usado em várias camadas, o hanbok evita mostrar muita pele.” (LEE, 2013, p.28). O chima volumoso
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esconde o corpo da mulher, e isso é um resultado da sociedade neo-confucionista de Joseon, que “considerava a integridade a maior virtude para os homens e a castidade para as mulheres.” (LEE, 2013, p.29). As mulheres não podiam mostrar sua pele para os outros, e consequentemente elas escondiam seu corpo atrás de várias camadas de roupas. “Sob as saias, eles usavam calças largas sobre três pares de calças cada vez menores e uma tanga. As camadas de roupas íntimas resultaram em uma parte inferior do corpo volumosa com uma silhueta curvilínea.” (LEE, 2013, p.29). Apesar das mulheres terem que usar camadas de roupas por causa da sociedade, haviam casos quando “as mulheres de classe baixa do período Joseon demonstravam ambivalência em relação à exposição de seus seios ou roupas íntimas.” (LEE, 2013, p.31). A exposição do corpo dava um certo poder para as mulheres.
FIGURA 7: Hanbok Século 16 FONTE: https://artsandculture.google.com/asset/ traditional-women’s-clothing-of-the-16th-century-joseondynasty-lee-kyung-sun/-gEG1KFhjc4SNg
Dada a preferência excessiva por herdeiros homens na sociedade Joseon, dar à luz um filho era compreensivelmente uma grande fonte de orgulho para uma mulher. Ela orgulhosamente desnudava os seios para alimentar o filho, provocando deliberadamente a inveja de outras mulheres. Nesse sentido, a exposição direta do corpo pode ser entendida como um símbolo de status. (LEE, 2013, p.31).
Outro elemento muito importante do hanbok são as curvas e as linhas fluidas do traje tradicional. As linhas curvas estão presentes no jeogori, seja no colarinho da roupa, e na manga, como também no movimento do chima quando a mulher está andando. A silhueta reta estava na moda em meados do século 16, mas isso deu lugar a curvas volumosas em meados do século 18 que mais tarde evoluíram para curvas mais moderadas e naturais no final do século 19. (LEE, 2013, p.34)
FIGURA 8: Hanbok Século 18 FONTE: https://artsandculture.google.com/asset/ traditional-women’s-clothing-of-the-18th-century-joseondynasty-lee-kyung-sun/XAEUEMh2bEVGDw
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As linhas curvas é uma característica importante pois não está presente somente no hanbok, mas na arte coreana também, e inclusive “é visível no eterno círculo de taegeuk” (bandeira coreana). “A beleza da linha curva não pode ser enfatizada o suficiente quando se discute a beleza do hanbok.” (LEE, 2013, p.34). Uma característica comum presente na arte coreana, é o espaço vazio e aberto nas obras. “As áreas em branco em uma pintura inspiram o observador a preencher a tela com empatia.” (LEE, 2013, p.34). Essa característica está presente no hanbok. “As saias femininas e os casacos e mantos masculinos, especialmente, têm grandes áreas sem adornos. Os coreanos tradicionalmente preferem tecidos lisos para roupas.” (LEE, 2013, p.34). A beleza do hanbok está presente nos pequenos detalhes, e na simplicidade como os contrastes das cores e o movimento do traje.
1.5 IMPORTÂNCIA DAS CORES Cada detalhe do hanbok tem um significado e um propósito, e as escolhas e combinações de cores é uma das características importantes do traje tradicional. Dependendo da combinação de cor, o hanbok acaba transmitindo um significado diferente. Normalmente, as combinações de cores eram baseadas no obangsaek. Obangsaek são as cores tradicionais coreanas, e são compostas por 5 cores: branco, preto, vermelho, azul e amarelo; e cada um deles tem um significado. O branco era amado por todos, e é uma das principais cores, representa pureza e inocência. Era usado tanto nas roupas masculinas e femininas. Segundo Lee: O branco tem sido o favorito em muitos países, mas a persistência com que os coreanos aderiram à cor por milhares de anos os diferencia de outras pessoas. Acredita-se que o apego da Coreia ao branco esteja intimamente relacionado à sua natureza inata de valorizar a pureza no material e no espírito. A preferência pelo branco deve ser entendida como uma questão espiritual ao invés de uma preferência visual. (LEE, 2013, p.38).
Ao contrário do branco, o preto sempre foi associado com situações negativas como a morte, mas também com sabedoria.
O chapéu preto oficial e o traje da Dinastia Joseon representam ‘formalidade’ e ‘dignidade’, e por meio do traje oficial preto simplificado e uniformes escolares e assim por diante usados após a ocupação japonesa, também passou a significar ‘instituições’ e ‘ regras’. (Google Art and Culture, 30/09/20).
FIGURA 9: Beleza do Hanbok FONTE: Hanbok: Timeless Fashion Tradition
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Outra característica do hanbok é a combinação de cores fortes, como o vermelho que simboliza “autoridade, exorcismo, busca da felicidade, anticomunismo, coesão, solidariedade”
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(Google Art and Culture, 30/09/20), com o verde. O azul que representa esperança e juventude, junto com o vermelho. Além disso, dependendo da sua classe social e da ocasião, as cores do hanbok eram diferentes. Enquanto os plebeus usavam cores primárias principalmente para festivais sazonais e ocasiões cerimoniais, como casamentos, membros das classes privilegiadas as usavam a qualquer momento. A classe dominante preferia cores primárias porque eram lisonjeiras para quem as usava. Das cinco cores cardeais, o amarelo simbolizava o imperador e a imperatriz e o vermelho representava o rei e a rainha. A cor do vestido cerimonial de uma mulher era determinada pela classe e posição de seu esposo. (LEE, 2013, p.38).
FIGURA 11: Crianças Coreanas Vestindo Roupas Coloridas FONTE: https://artsandculture.google.com/asset/_/ sAFDTOnwECvlIQ
FIGURA 10: Jeogori Vemelho e Chima Verde FONTE: https://en.blog.kkday.com/25308/asia-essentialfacts-you-should-know-about-south-koreas-prizedhanbok
Saekdong “é uma combinação de cores semelhante a um arco-íris, era preferido para vestidos de noiva, roupas para festivais e crianças.” (LEE, 2013, p.40). Com listras coloridas de patchwork, começou a ser usado para o hanbok desde o período Goryeo, e esses hanboks são conhecidos como “saekdongot.” “Saekdong jeogori e casacos das cinco cores cardeais também eram bastante populares.” (LEE, 2013, p.40).
Cores são importantes, e na Coreia, o simbolismo de cada cor reflete os valores e as tradições da cultura. As cores usadas no hanbok criam uma identidade nacional com uma história e explicação atrás das combinações. Encontramos várias cores no dia a dia, associamos cada cor a determinadas imagens e baseamos decisões sobre os mais diversos assuntos em relação às cores. As cores têm sido usadas de diferentes maneiras em todo o mundo, mas existem diferenças no que aludem ou significam, devido a diferentes filosofias e costumes de um país ou período para outro. (Google Art and Culture, 30/09/20).
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TRADIÇÃO E MODERNIDADE / HANBOK X STREETWEAR
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TRADI ÇÃO E MODER NIDADE
TRADIÇÃO E MODERNIDADE / HANBOK X STREETWEAR
FIGURA 12: Jooki FONTE: https://artsandculture.google.com/asset/_/nAHcrboIeakSHA
2. TRADIÇÃO E MODERNIDADE No final do século 19, a Dinastia Joseon começou a perder seu domínio depois de quase 500 anos, e a ocidentalização começou a afetar o país. Segundo Lee, “o movimento progressista de 1883 se esforçou para modernizar o governo e promover o progresso em toda a sociedade, incluindo a educação e a cultura.” (LEE, 2013, p.79). A anexação da Coreia pelo Japão em 1905 deu início a uma longa e difícil relação entre os dois países. Como colonizador, o Japão iniciou um regime autoritário que tentava limpar o país da identidade nacional coreana, incluindo a demolição do Palácio Real em 1911. No entanto, o hanbok coreano sobreviveu. (COX, 2017, p.302).
A ocidentalização trouxe mudanças e novos elementos para o traje tradicional. O jooki, foi uma nova adição ao hanbok, e era um colete com estilo ocidental.
Ele era usado em cima do jeogori, pelo homem e a mulher. Outra adição do traje tradicional foi o magoja, jaqueta originalmente usada pelos manchus. (LEE, 2013, p.80). Apesar das novas adições ao hanbok, com a ocidentalização influenciando a cultura coreana, era apenas questão de tempo para o traje tradicional deixar de ser presente no cotidiano. Para Hall, “a medida que as culturas nacionais tornam-se mais expostas a influências externas, é difícil conservar as identidades culturais intactas ou impedir que elas se tornem enfraquecidas através do bombardeamento e da infiltração cultural.” (HALL, 1966, p.74). 27
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ele costumava ser impraticável para atividades sociais. Assim, eles recomendaram a abolição da capa longa e propuseram alterações radicais de design. Incentivadas por tais campanhas, mulheres trabalhadoras e estudantes começaram a usar jaquetas muito mais compridas; na década de 1920, a jaqueta curta que se estendia logo abaixo do peito quase havia desaparecido. (LEE, 2013, p.83).
2.1 SHINYEOSANG (NOVA MULHER) Com o fim da Dinastia Joseon no final do século 19, aos poucos a Coreia começou a ter mais influência do mundo de fora, e isso mudou a perspectiva do papel da mulher na sociedade. Shinyeosang era a forma que eles chamavam a nova mulher, e de acordo com o Lee, “missionários cristãos ocidentais ajudaram a introduzir os conceitos de igualdade, liberdade e direitos para as mulheres na Coreia.” (LEE, 2013, p.82). Mulheres eram encorajadas e educadas para participar mais em política e causas sociais, a ser mais independente e lutar por igualdade. Esses conceitos de feminismo foram algo muito novo para uma sociedade que por anos ensinava as mulheres a vestir de uma certa forma, e que reforçavam que o correto era casar e ter uma família. Segundo Lee, apesar da “grande dificuldade e ceticismo no início” (LEE, 2013, p.82), as tradições começaram a mudar. O clássico A Doll’s House do dramaturgo norweigiano Henrik Ibsen também gerou grande agitação na Coreia na época. A dona de casa Nora, que deixa os confins da família tradicional, tornou-se a figura de proa para uma maior independência das mulheres na Coreia. O casamento, antes decidido pelos pais, aos poucos se transformou em algo escolhido pelo casal envolvido. A maior autonomia feminina no namoro e no casamento gerou uma reação, mas a reviravolta da sociedade patriarcal tradicional do país estava em andamento. (LEE, 2013, p.82).
Consequentemente, as roupas que as mulheres usavam teve algumas mudanças e refletia os novos valores da nova mulher. Segundo Lee, em 1905 as organizações femininas recomendaram mudanças do traje tradicional: Organizações de mulheres e a mídia disseram que, apesar da beleza tradicional do hanbok,
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Em 1920, a silhueta tornou-se uma linha mais reta, e o comprimento da saia gradualmente subiu do tornozelo para os joelhos em 1928. O guarda roupa da mulher começou a ter mais variedade de peças, como diferentes tipos de saias, jaquetas, suéteres, e nessa mesma época foram introduzidas o sportswear, moda praia, e bolsas.
2.2 INFLUÊNCIA DA OCIDENTALIZAÇÃO NA MODA COREANA O fim da Guerra Coreana (1950-1953) foi um novo começo para a indústria da moda na Coreia. “O influxo de roupas ocidentais como parte dos suprimentos militares mudou literalmente e figurativamente o tecido da moda coreana.” (LEE, 2013, p.87). O nylon começou a ser importado em 1953, e foi usado bastante por causa da sua durabilidade e facilidade na hora de lavar (LEE, 2013, p.87). Em 1960, o governo coreano exerceu uma influência grande no estilo de roupa usada pelas pessoas nessa época. Como parte de um esforço maior para industrializar a economia coreana, roupas econômicas foram incentivadas. Um estilo popular promovido pelo governo eram as jaquetas e calças de estilo workwear que eram simples no design e fáceis de usar. O traje passou a ser conhecido como “uniforme de reconstrução”. (LEE, 2013, p.89).
Além do governo, a cultura pop começou
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começou a ter uma grande influência na sociedade coreana. A disponibilidade de revistas de moda como a Vogue e catálogos de moda publicados por lojas de departamentos estabelecidas nos Estados Unidos, como a Sears, chegaram à Coreia e forneceram guias de estilo inestimáveis para a crescente população de pessoas preocupadas com a moda. (LEE, 2013, p.89).
No começo de 1960, o governo criou um plano de 5 anos e “decidiu investir na indústria têxtil para mudar o foco da economia coreana do consumo doméstico para uma economia baseada na exportação.” (LEE, 2013, p.92). A Coreia passou a produzir tecidos como nylon, poliéster, e acrílico, além dos tecidos que eles já estavam produzindo como algodão, lã, seda, e em 1971, “a indústria têxtil ocupava 42% de todas as exportações.” (LEE, 2013, p.92). Nos anos 70, com a influência da cultura pop crescendo ainda mais, o senso de individualismo cresceu também. Aos poucos os coreanos estavam procurando sua própria identidade, e experimentando diferentes estilos. Começou a surgir tendências, como o “hot pants em 1971, a calça jeans branca em 1972, a calça pantalona em 1974.” (LEE, 2013, p.93). A geração jovem dessa época chegou a experimentar estilos mais ousados como o punk, para expressar esse lado mais rebelde deles. O comprimento da saia também subiu bastante, e de acordo com Lee, o governo coreano não estava contente com essas mudanças: A crescente demanda de expressão da identidade individual por meio da moda introduziu uma gama de looks idiossincráticos, mas eles muitas vezes enfrentaram uma forte reação das rígidas regulamentações impostas pelo governo autocrático da época. As autoridades viam a moda urbana como um reflexo da cultura decadente que era corrosiva para a unidade
FIGURA 13: Controle de Mini Saias Anos 70 FONTE: https://en.cookingwiththehamster.com/post/ korea-beauty-and-fashion-evolution-1 nacional. O governo reprimiu fortemente os itens de moda ousados como as pantalonas, hot pants, e mini saias. (LEE, 2013, p.93).
O movimento de contracultura popularizada pela cultura hippie americana, também teve um público jovem na Coreia, segundo Lee, no final da década dos anos 70 (LEE, 2013, p.93). O jeans passou a ser um símbolo de resistência desse movimento, e representava a juventude e o espírito rebelde. Além das roupas, eles também se expressavam através dos cabelos compridos, e bebidas. Na década de 1980, o conceito de democracia começou a ser introduzida na Coreia, 29
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e isso “marcou um período de transição e transformação para sociedade coreana.” (LEE, 2013, p.94). A economia estava ficando cada vez mais estável, e isso deu mais liberdade para a população fazer suas próprias escolhas do seu estilo de vida. Segundo Lee, “a ideia de expressar a identidade individual por meio da moda deu início ao movimento da “moda jovem” dos anos oitenta, em que os uniformes escolares e as roupas de trabalho deixaram de ser a escolha exclusiva de roupas.” (LEE, 2013, p.94). O estilo de roupa casual começou a crescer no mercado da moda coreana. Marcas ocidentais como a Levi ‘s fizeram bastante sucesso com a geração jovem.
FIGURA 15: Moda Coreana dos Anos 90 FONTE: https://www.koreaboo.com/lists/18-forgottenfashion-trends-90s-koreans-obsessed/
FIGURA 14: Moda Coreana dos Anos 70 FONTE: https://en.cookingwiththehamster.com/post/ korea-beauty-and-fashion-evolution-1
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“A partir de 1979, marcas de luxo como Yves Saint Laurent e marcas esportivas populares como Nike e Adidas começaram a encontrar uma demanda constante entre os consumidores coreanos.” (LEE, 2013, p.95). A população coreana começou a ter mais interesse por trás do hype das marcas e o que elas ofereciam, e isso tudo foi influência do estilo de vida ocidental. O surgimento do K-pop no início na década 90, e o estilo hip hop dos grupos, influenciou os jovens a usarem calças largas e camisetas oversized. A cultura pop americana também continuou influenciando a cultura coreana, com músicas pop e filmes de Hollywood. (LEE, 2013, p.97).
TRADIÇÃO E MODERNIDADE / HANBOK X STREETWEAR
Na mesma década: Designers coreanos começaram a chamar a atenção do mundo da moda europeu a partir dos anos 1990. Em 1993, a designer de hanbok Lee Young Hee tornou-se a primeira designer coreana a participar da coleção prêt-à-porter em Paris com suas coleções de hanbok. Um objetivo comum desses designers coreanos que fizeram incursões em Paris na década de 1990 foi uma interpretação moderna de trajes tradicionais centenários e a fusão da estética coreana única com materiais modernos. (LEE, 2013, p.98).
Os estilistas coreanos que foram para Paris nos anos 90, “trabalharam para reconfigurar os elementos estéticos da herança cultural tradicional coreana” e “abriram caminho trazendo a estética tradicional coreana e a beleza do hanbok.” (LEE, 2013, p.98).
2.3 GLOBALIZAÇÃO E HANBOK
Globalização “remete ao processo econômico, e mundialização, às questões específicas da cultura. A moda atual envolve ambas as questões, e é por isso que utilizaremos sempre o termo globalização.” (AVELAR, 2011, p.81). A relação entre a moda e globalização é “um fenômeno fundamental para as trocas culturais da sociedade moderna.” (AVELAR, 2011, p.96). Segundo Hall, “colocadas acima do nível da cultura nacional, as identificações “globais” começam a deslocar e, algumas vezes, a apagar, as identidades nacionais.” (HALL, 1966, p.73). Hanbok é cultura e identidade coreana. Por trás dos trajes tradicionais, tem uma história, um passado, um porquê. Cultura de acordo com Avelar: “é constituída por diversos elementos, tais como hábitos alimentares, vestimentas e crenças que geram valores particulares em corpos coletivos, formando um universo simbólico compartilhado por um grupo de pessoas.”
FIGURA 16: Presidente Park usando Hanbok no Palácio de Buckingham FONTE: https://www.koreaboo.com/lists/18-forgottenfashion-trends-90s-koreans-obsessed/
(AVELAR, 2011, p.82). Apesar da rápida modernização coreana do século 20, e das influências da ocidentalização e modernidade, a Coreia conseguiu manter o hanbok relevante, e sem perder a essência principal. Isso foi possível através da dedicação da Coreia promover a cultura coreana e o nacionalismo. De acordo com Lee, “em sua primeira viagem ao exterior como presidente em maio de 2013, o presidente Park nos Estados Unidos vestiu várias roupas hanbok. Cada um deles foi cuidadosamente escolhido para adicionar significado a uma ocasião particular.” (LEE, 2013, p.104). A Coreia promove a identidade nacional com orgulho, é por isso que o hanbok continua sendo relevante e importante. 31
TRADIÇÃO E MODERNIDADE / HANBOK X STREETWEAR
2.4 INFLUÊNCIA DO KPOP/ HALLYU
K-pop é a música pop coreana e “a década de 1990 marcou a era de ouro do K-pop moderno, quando a censura governamental sobre o conteúdo lírico foi suspensa e os artistas tiveram mais criatividade.” (COX, 2017, p.304). Desde então, com o aumento do K-pop e do K-drama (novela coreana), na popularidade global, essa onda ficou conhecida como Hallyu. Segundo Cox: “A moda é um elemento-chave do fenômeno K-pop, com os ídolos constantemente empurrando os limites do estilo. As roupas e acessórios usados pelos astros do K-pop são muito procurados pelos fãs, que copiam todos os aspectos do visual de seu ídolo, desde o penteado até a marca de cosméticos que eles usam.” (COX, 2017, p.307).
K-pop é uma indústria multibilionária, extremamente importante e relevante no mundo da moda. Quanto mais K-pop se espalha para fora da Coreia do Sul, artistas como BTS e Black Pink, não estão apenas influenciando a cena musical global, mas também definindo tendências no streetwear moderno.
“Várias pessoas olham para o que as estrelas do K-pop estão vestindo no aeroporto e seguem seu estilo”, disse Sinxity, fundador da Axis, uma empresa de entretenimento sul-coreana. “O produto que eles usam causa picos enormes para a marca nas 24-48 horas seguintes. Os estilos dos ídolos são cuidadosamente selecionados por meia dúzia de estilistas e chama a atenção dos fãs. Sua influência no streetwear parece inevitável e necessária. “ (CHO, The Korea Times, 19/05/21).
O governo investe e apoia o K-pop, pois ajuda a promover a cultura coreana. Black Pink e BTS, por exemplo, “estão definindo a mais nova tendência da moda global com a reinvenção da 32
FIGURA 17: Black Pink no Videoclipe “How You Like That” FONTE: https://blackpinkupdate.com/scan-blackpinkhow-you-like-that-special-edition/
da roupa tradicional coreana, hanbok.” (KpopStarz, 19/05/21). Black Pink lançou em 2020 a música “How You Like That” usando hanbok modernizado da designer Danha, e acabou chamando atenção e interesse dos fãs internacionais: O videoclipe de “How You Like That” da banda sul-coreana de quatro integrantes, Black Pink, estabeleceu um recorde mundial ao atingir 200 milhões de visualizações no YouTube por oito dias após o lançamento. A banda feminina apareceu no “The Tonight Show Starring Jimmy Fallon” vestindo roupas com estampas de fênix inspiradas em hanbok e atraiu a atenção de cerca de 210.000 espectadores de todo o mundo. Já existem muitos covers de dança da música no YouTube, onde fãs internacionais reencenam a coreografia de Black Pink usando hanbok modificado. (CHEON, Donga, 21/11/20).
TRADIÇÃO E MODERNIDADE / HANBOK X STREETWEAR
O membro do BTS, Suga, “usou um hanbok em seu videoclipe. O vídeo, que ultrapassou 100 milhões de visualizações em 5 de julho, chamou a atenção ao combinar a moda hanbok e origens espaciais, como música e palácios, junto com música tradicional coreana e batidas de hip-hop.” (KpopStarz, 19/05/21).
à nossa disposição.” (AVELAR, 2011, p.91). Street fashion “ajuda os indivíduos a demonstrar suas múltiplas identidades, além de utilizar estilos ou tendências subculturais e que se cruzam.” (JELONJIC, Baggizmo, 20/11/19). Por anos o street fashion foi usado como uma ferramenta de expressão, mensagem e protesto. Para Cox, “o street fashion existe para virar a cabeça e criar comentários, transformando-se no que a historiadora Elizabeth Wilson chama de ‘o pôster de um ato’. A mensagem pode ser de resistência, subversão, aflição musical ou uma combinação de todos os três, e um grupo de indivíduos de pensamento semelhante pode criar uma força poderosa ”. (COX, 2017, p.9).
Street fashion tem uma grande influência no mundo da moda, e tem dado uma voz para as pessoas se expressarem. “Hoje, as marcas sabem que street fashion idiossincrática tem pegado e estão preparadas para pagar seus influenciadores para usar seus looks mais recentes.” (COX, 2017, p.10).
2.5.2 SEOUL FASHION WEEK
FIGURA 18: BTS Suga no Videoclipe “Daechwita” FONTE: https://www.kpopstarz.com/ articles/293963/20200717/blackpink-bts-making-hanbokglobal-craze.htm
2.5 STREETWEAR E IDENTIDADE
De acordo com Avelar, “identidade é fundamental para o indivíduo, passamos a viver uma intensa busca de significados durante nossa formação, seja ela individual ou coletiva, com base nos múltiplos elementos culturais que estão
Seoul teve sua primeira semana de moda em 2000, e segundo Cox, “estava estrategicamente posicionado para seguir Nova Iorque, Paris e Londres.” (COX, 2017, p. 303). Esse evento de moda rapidamente cresceu, atraindo atenção internacional, e não é apenas conhecido pelos desfiles, mas também pelo street style durante essa semana. Jovens que gostam de moda e com estilos diferentes, reúnem fora do Dongdaemun Design Plaza, e usam a rua como se fosse uma passarela. Muitos aproveitam o Seoul Fashion Week para se expressar. Segundo Hurt, “pude discernir um movimento contínuo de jovens usando seus corpos e roupas para 33
TRADIÇÃO E MODERNIDADE / HANBOK X STREETWEAR
redefinir papéis e normas de gênero na esfera de onde essas coisas são definidas - o “desempenho” do gênero no cenário social” (HURT, Medium, 30/09/20). Na figura abaixo, a mulher está usando uma mini saia com a tatuagem exposta, que em muitas culturas não é algo sério, mas na cultura coreana ainda tem certos tabus. A Coreia do Sul ainda é extremamente conservadora. Tatuagens, por exemplo, são censuradas pelas emissoras, e muitos coreanos têm preconceito. O fato que a mulher faz questão de exibir a tatuagem dela com uma mini saia, é uma forma dela mostrar que é tudo bem mulheres terem tatuagem, e mostrar também que as mulheres podem vestir o que elas quiserem, e quebrar esses tabus.
FIGURA 20: Seoul Fashion Week 2018 FONTE: http://www.koreaherald.com/view. php?ud=20180320000740
Nos últimos anos, os jovens coreanos estão abraçando cada vez mais suas raízes culturais, e isso pode ser visto no Seoul Fashion Week. De acordo com Tai, os designers “incorporaram tecidos, formas, padrões e detalhes de vestidos tradicionais em suas coleções de street style e casual para o outono-inverno 2017.” (TAI, South China Morning Post, 30/09/20). Em 2018, a designer Kim Hye-soon inaugurou a semana da moda com interpretações modernas do hanbok.
FIGURA 19: Seoul Fashion Week 2018 FONTE: https://medium.com/the-korean-style/koreanstreet-fashion-theory-feminist-critique-through-clothingand-feminist-theatre-practice-2f8cd8482e99
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“Nesta temporada, eu queria promover a beleza da Coreia”, disse Jung Ku-ho, diretor da Seoul Fashion Week, antes do desfile começar. “O presente não pode existir sem o passado. O show mostrará como a moda coreana se desenvolverá.” (EUN, The Korean Herald, 19/05/21).
HANBOK X STREETWEAR / CONCEITO DE CRIAÇÃO
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
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2021
CON CEITO DE CRIA ÇÃO
창조 개념
CONCEITO DE CRIAÇÃO / HANBOK X STREETWEAR
“Hanbok x Streetwear” foi desenvolvida e inspirada no traje tradicional coreano, o hanbok, e faz uma reinterpretação para o streetwear. A coleção busca combinar tradição e modernidade, trazendo inovações e tendências. Utiliza elementos do traje original, como cores, o jeogori, chima, paji, de forma atual, juntando com peças oversized, puffers, e o uso de bolsos. As escolhas e combinações de cores são uma das características importantes do hanbok. Na Coreia, o simbolismo de cada cor reflete os valores e as tradições da cultura. A cartela de cores traz as cores tradicionais do obangsaek, como o vermelho, azul, amarelo, junto com cores vivas e alegres, como o rosa e o verde. Os tecidos foram escolhidos pensando em funcionalidade, praticidade e conforto para o dia a dia, como o algodão e poliéster. Também foram escolhidos tecidos com visual moderno e tecnológico com acabamentos diversos como corta-vento, impermeáveis, refletivos e com memória. Para complementar, aviamentos funcionais com estilo utilitário como fivela de plástico, mosquetão, cordão de algodão.
A estampa desenvolvida é inspirada nos quatro trigramas da bandeira coreana, e está escrito “줄”, “linha” em coreano. A estampa tem sua aplicação em diversas peças e detalhes, deixando a coleção com uma identidade única. O símbolo do ying yang da bandeira também se faz presente na coleção. “Hanbok x Streetwear” além de preservar tradição e cultura, trazendo elementos da beleza tradicional com um toque moderno, tem como objetivo enfatizar a cultura coreana machista. A coleção mistura peças que tradicionalmente não iriam juntos, transformando peças masculinas em vestimentas femininas. Portanto são roupas para mulheres independentes se sentirem confiantes e se expressarem. 37
HANBOK X STREETWEAR / PÚBLICO ALVO
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
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2021
PÚ BLI CO ALVO
PÚBLICO ALVO / HANBOK X STREETWEAR
A coleção é para a mulher jovem entre 20 e 25 anos, que está começando a sua carreira e construindo a vida que ela quer para ela. Ela acredita na igualdade de gêneros, e preza pela sua liberdade e independência. Ela gosta do mundo de moda, arte, e design, gosta de ler e ficar dentro das últimas tendências e saber o que está acontecendo no mundo. Ela gosta de diversidade, de conhecer cultura e gente nova, e tenta sempre manter uma mente aberta. Ela tem um gosto eclético, compra roupas na seção feminina e masculina, e não tem medo de se expressar e brincar com seu estilo.
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HANBOK X STREETWEAR / PÚBLICO ALVO
HANBOK X STREETWEAR / MIND MAP
2021
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
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MIND MAP
MIND MAP / HANBOK X STREETWEAR
obangsaek raízes liberdade
cultura mix and match
identidade
história streetwear cultura machista
expressão feminismo
tradicional
globalização tendências
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HANBOK X STREETWEAR / MOOD BOARD
HANBOK X STREETWEAR / EXTRAÇÃO DE FORMAS
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
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2021
EX TRA ÇÃO DE FOR MAS
EXTRAÇÃO DE FORMAS / HANBOK X STREETWEAR
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HANBOK X STREETWEAR / CARTELA DE CORES
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
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2021
CAR TELA DE CORES
CARTELA DE CORES / HANBOK X STREETWEAR
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HANBOK X STREETWEAR / HARMONIA DE CORES
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
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2021
HAR MONIA DE CORES
HARMONIA DE CORES / HANBOK X STREETWEAR
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HANBOK X STREETWEAR / CARTELA DE MATERIAIS
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MEMORY TREND 2
NP 2050
NP 5000
PERFORMING CITY
100% poliéster Tex Prima LOF
92% poliéster 8% poliamida Tex Prima LOF
100% poliamida Tex Prima LOF
85% poliéster 15% elastano Tex Prima LOF
MALHA NAIROBI
COTTON RECYCLE BR
LINHO CLÁSSICO
MALHA PRENE
94% poliéster 6% elastano Tex Prima LOF
51% algodão 49% poliéster Tex Prima LOF
100% linho Tex Prima LOF
93% poliéster 7% elastano Tex Prima LOF
MOLETOM COTTON BR
RIBANA BR
NATURAL MEMORY
TECIDO SKY
100% algodão Tex Prima LOF
97% algodão 3% elastano Tex Prima LOF
51% algodão 44% poliamida 5% fio metálico Tex Prima LOF
91% poliéster 9% elastano Tex Prima LOF
TRICOLINE DE ALGODÃO
COTTON SAARA
PERFOMING AIR
ORGANZA SHAPE
100% algodão Tex Prima LOF
90% algodão 10% viscose Tex Prima LOF
100% poliamida Tex Prima LOF
100% poliéster Tex Prima LOF
CARTELA DE MATERIAIS / HANBOK X STREETWEAR
MOLETINHO DE VISCOSE BR
TULE VAN NOTEN 2
SKY ULTRA LIGHT
MALHA CALIFORNIA
98% viscose 2% elastano Tex Prima LOF
100% poliamida Tex Prima LOF
100% poliamida Tex Prima LOF
82% poliéster 18% elastano Tex Prima LOF
MALHA 745
NP METALIC
MALHA PRENE
VISCO TRENCH
94% poliéster 6% elastano Tex Prima LOF
100% poliamida Tex Prima LOF
93% poliéster 7% elastano Tex Prima LOF
91% viscose 9% poliéster Tex Prima LOF
MALHA NEOPRENE
LONITA CRU
MALHA AGE BR
NP MATRIX
94% poliéster 6% elastano BeDiff
100% algodão cru BeDiff
92% viscose 8% elastano Tex Prima LOF
90% viscose 10% poliéster recoberto com poliuretano Tex Prima LOF
MOVIMENTO
COURO URBAN
MALHA DOUBLE FIT 3
FLORENCE PAPER
85% tencel 15% poliamida G.Vallone
100% poliéster recoberto com poliuretano Tex Prima LOF
70% poliéster 25% viscose 5% elastano Tex Prima LOF
72% algodão 25% poliamida 3% elastano G.Vallone
53
HANBOK X STREETWEAR / CARTELA DE AVIAMENTOS
FIVELA DE PLÁSTICO
REGULADOR 2 FUROS
REGULADOR 1 FURO
REGULADOR
plástico ABS, 3,5 x 7 cm Roma Aviamentos
plástico polipropileno, 21 x 24mm Roma Aviamentos
plástico polipropileno, 28 x 12,9mm Roma Aviamentos
poliacetal, 25mm x 40mm Roma Aviamentos
FITA ELÁSTICA
CORDÃO DE ALGODÃO CHATO
VELCRO FECHO ADESIVO
CORDÃO PRETO
75% poliéster 25% elastano, 7cm Santex Textil
algodão, 7mm Santex Textil
70% poliéster 30% poliamida Roma Aviamentos
100% algodão, 6mm Roma Aviamentos
BOTÃO NIQUEL
PONTEIRA SININHO
CORDÃO REDONDO
ELÁSTICO ROLIÇO COLOMBE
100% ferro, 18mm Roma Aviamentos
niquelado, plástico ABS, 7mm Roma Aviamentos
100% algodão, 5MM Santex Textil
59% poliéster 41% elastodieno, 2,5 mm Roma Aviamentos
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CARTELA DE AVIAMENTOS / HANBOK X STREETWEAR
FECHO METAL
ZÍPER DE NYLON TRATORADO
ILHÓS GRAFITE
PONTEIRA TUBO
95% zinco 4% alumínio 1% cobre Roma Aviamentos
100% poliéster, nylon Silvia Armarinhos
ferro, com arruela de garra Roma Aviamentos
100% plástico ABS Roma Aviamentos
MANTA ACRÍLICA
FITA RÍGIDA
BOTÃO DE PRESSÃO
LINHA NYLON MAMUTE
100% poliéster Rei das Espumas
100% polipropileno Santex Textil
100% plástico derlin Roma Aviamentos
100% poliéster Roma Aviamentos
ENTRETELA
ZÍPER DE NYLON COMUM
MOSQUETÃO
MEIA ARGOLA
50% poliéster 50% algodão Roma Aviamentos
100% poliéster, nylon Silvia Armarinho
100% alumínio LojaF
95% zinco 4% alumínio 1% cobre Roma Aviamentos
55
HANBOK X STREETWEAR / SILHUETAS
HANBOK X STREETWEAR / LOOK
2021
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
58
LO OK
2021
PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
PLA NIFI CADO
59
HANBOK X STREETWEAR / LOOK 1
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
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PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
61
HANBOK X STREETWEAR / LOOK 2
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
62
PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
63
HANBOK X STREETWEAR / LOOK 3
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
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PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
65
HANBOK X STREETWEAR / LOOK 4
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
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PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
67
HANBOK X STREETWEAR / LOOK 5
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
68
PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
69
HANBOK X STREETWEAR / LOOK 6
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
70
PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
71
HANBOK X STREETWEAR / LOOK 7
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
72
PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
73
HANBOK X STREETWEAR / LOOK 8
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
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PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
75
HANBOK X STREETWEAR / LOOK 9
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
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PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
77
HANBOK X STREETWEAR / LOOK 10
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
78
PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
79
HANBOK X STREETWEAR / LOOK 11
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
80
PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
81
HANBOK X STREETWEAR / LOOK 12
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
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PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
83
HANBOK X STREETWEAR / LOOK 13
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
84
PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
85
HANBOK X STREETWEAR / LOOK 14
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
86
PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
87
HANBOK X STREETWEAR / LOOK 15
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
88
PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
89
HANBOK X STREETWEAR / LOOK 16
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
90
PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
91
HANBOK X STREETWEAR / LOOK 17
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
92
PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
93
HANBOK X STREETWEAR / LOOK 18
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
94
PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
95
HANBOK X STREETWEAR / LOOK 19
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
96
PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
97
HANBOK X STREETWEAR / LOOK 20
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
98
PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
99
HANBOK X STREETWEAR / LOOK 21
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
100
PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
101
HANBOK X STREETWEAR / LOOK 22
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
102
PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
103
HANBOK X STREETWEAR / LOOK 23
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
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PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
105
HANBOK X STREETWEAR / LOOK 24
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
106
PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
107
HANBOK X STREETWEAR / LOOK 25
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
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PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
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HANBOK X STREETWEAR / LOOK 26
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
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PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
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HANBOK X STREETWEAR / LOOK 27
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
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PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
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HANBOK X STREETWEAR / LOOK 28
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
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PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
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HANBOK X STREETWEAR / LOOK 29
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
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PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
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HANBOK X STREETWEAR / LOOK 30
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
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PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
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HANBOK X STREETWEAR / LOOK 31
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
120
PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
121
HANBOK X STREETWEAR / LOOK 32
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
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PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
123
HANBOK X STREETWEAR / LOOK 33
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
124
PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
125
HANBOK X STREETWEAR / LOOK 34
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
126
PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
127
HANBOK X STREETWEAR / LOOK 35
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
128
PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
129
HANBOK X STREETWEAR / LOOK 36
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
130
PLANIFICADO / HANBOK X STREETWEAR
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HANBOK X STREETWEAR / PROPOSTA DE ESTAMPA
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
132
2021
PRO POSTA DE ESTAM PA
HANBOK X STREETWEAR / PROPOSTA DE ESTAMPA
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
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10 x 10 cm
30 x 30 cm
PROPOSTA DE ESTAMPA / HANBOK X STREETWEAR
135
HANBOK X STREETWEAR / MAPA DE COLEÇÃO
HANBOK X STREETWEAR / MODELOS CONFECCIONADOS
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
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2021
MODE LOS CONFEC CIONA DOS
2021
FI CHAS TÉC NICAS
FICHAS TÉCNICAS / HANBOK X STREETWEAR
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
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HANBOK X STREETWEAR / MODELOS CONFECCIONADOS
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
140
FICHAS TÉCNICAS / HANBOK X STREETWEAR
FICHA TÉCNICA peça: Capa Asimétrica Estampada estilista: Carolina Shim
modeslista: Cida
descrição: Capa asimétrica estampada de gola alta com capuz regulável com cordões. Manga comprida com acabamento em punho. Parte inferior ajustável com cordões. Fecho na frente com ziper.
cordão
TECIDOS referência
composição
quantidade
NP 2050 - OFF WHITE
92% poliéster 8% poliamida
2m 20cm
AVIAMENTOS referência
descrição
quantidade
Velcro
70% poliéster e 30% poliamida
4 x 9cm
Zíper
niquelado e metal fino
20cm
Ilhós
niquelado
4
Cordão
100% algodão, 6mm
3m 25cm
Ponteira Sininho
niquelado, 6mm
4
HANBOK X STREETWEAR / FICHAS TÉCNICAS
FICHA TÉCNICA peça: Top Cropped Estampado estilista: Carolina Shim
descrição: modeslista: Cida
Top estampado com decote redondo, parte inferior com acabamento em elástico.
estampa
elástico
TECIDOS referência
composição
quantidade
Malha Neoprene
94% poliéster 6% elastano
40cm
AVIAMENTOS referência
descrição
quantidade
Elástico
94% poliéster 6% elastano
4cm 65cm
FICHAS TÉCNICAS / HANBOK X STREETWEAR
FICHA TÉCNICA descrição:
peça: Calça Oversized de Poliuretano estilista: Carolina Shim
modeslista: Cida
Calça overzised de cintura alta e cós elástica. Parte inferior acabada em punho com laço do mesmo tecido.
elástico
laço
TECIDOS referência
composição
quantidade
NP Metalic
100% poliamida recoberto com poliuretano
1m 30cm
AVIAMENTOS referência
descrição
quantidade
Elástico
94% poliéster 6% elastano
4cm 70cm
HANBOK X STREETWEAR / MODELOS CONFECCIONADOS
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
144
FICHAS TÉCNICAS / HANBOK X STREETWEAR
FICHA TÉCNICA peça: Jeogori Colorido Asimétrico estilista: Carolina Shim
descrição:
modeslista: Cida
jeogori asimétrico, com manga colorida comprida e acamabento em punho.
laço
TECIDOS referência
composição
quantidade
Memory Trend 2
100% poliéster
1m 10cm
Tactel Amarelo
100% poliéster
20cm
NP 5000
100% poliamida
20cm
Tricoline Branco
100% algodão
30cm
AVIAMENTOS referência
descrição
quantidade
Entretela
50% poliéster e 50% algodão
25cm
HANBOK X STREETWEAR / FICHAS TÉCNICAS
FICHA TÉCNICA peça: Colete Puffer Asimétrico estilista: Carolina Shim
descrição: Colete modeslista: Cida
puffer oversized asimétrico, sem mangas. Fecho com fivela de plástico com laço estampado na frente.
fivela de plástico
estampa
TECIDOS referência
composição
quantidade
NP 5000
100% poliamida
60cm
Lonita Cru
100% algodão
92cm
AVIAMENTOS referência
descrição
quantidade
Espuma
100% poliéster
60cm
Fivela de Plástico
plástico ABS, 3,5 x 7cm
1
FICHAS TÉCNICAS / HANBOK X STREETWEAR
FICHA TÉCNICA peça: Biker Shorts estilista: Carolina Shim
descrição: Legging
modeslista: Cida
tipo ciclista de cintura alta. Detalhe de estampa nas laterais.
estampa
TECIDOS referência
composição
quantidade
Malha neoprene
94% poliéster 6% elastano
40cm x 40cm
Block Tech
84% poliamida 12% poliéster 4 % elastano
60cm
HANBOK X STREETWEAR / MODELOS CONFECCIONADOS
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
148
FICHAS TÉCNICAS / HANBOK X STREETWEAR
FICHA TÉCNICA descrição: Vestido puffer curto com
peça: Vestido Mini Puffer estilista: Carolina Shim
modeslista: Cida
decote reto e sem mangas. Alças ajustáveis estampadas com fivelas de plásticos. Fecho lateral com ziper.
fivela de plástico
estampa
TECIDOS referência
composição
quantidade
Memory Trend 2
100% poliéster
61cm
Lonita Cru
100% algodão
1m 47cm x 2
Forro Rosa
100% poliéster
61cm
AVIAMENTOS referência
descrição
quantidade
Espuma
100% poliéster
61cm
Fivela de Plástico
plástico ABS, 3,5 x 7cm
2
Zíper
nylon comum
25cm
HANBOK X STREETWEAR / FICHAS TÉCNICAS
FICHA TÉCNICA peça: Jeogori Cropped
descrição: Jeogori
estilista: Carolina Shim
modeslista: Cida
curto de gola e manga comprida. Bolso simples com tampa na lateral da manga.
bolso laço
TECIDOS referência
composição
quantidade
Tactel Amarelo
100% poliéster
80cm
Tricoline Branco
100% algodão
40cm
AVIAMENTOS referência
descrição
quantidade
Entretela
50% poliéster e 50% algodão
45cm
HANBOK X STREETWEAR / LOOKBOOK
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
152
2021
HANBOK X STREETWEAR / LOOKBOOK
153
HANBOK X STREETWEAR / LOOKBOOK
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
154
2021
HANBOK X STREETWEAR / LOOKBOOK
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HANBOK X STREETWEAR / LOOKBOOK
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
156
2021
HANBOK X STREETWEAR / LOOKBOOK
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HANBOK X STREETWEAR / CONSIDERAÇÕES FINAIS
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
174
2021
CON SIDERA ÇÕES FINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS / HANBOK X STREETWEAR
Moda é abraçar individualidade, e como brasileira e descendente coreana, a realização deste trabalho foi uma oportunidade de mostrar minha herança tão rica em cultura e tradição, como mostrar também, que o traje tradicional não precisar ser usado apenas em datas especiais, mas que pode ser adaptado e fazer parte do dia a dia de uma maneira jovem, divertida e atual. Um dos fatores mais importantes durante o desenvolvimento da coleção, foi dar o respeito merecido ao traje tradicional, e não tirar sua essência, mas adicionar. Foi necessário aprofundar na história do hanbok, os seus elementos, a beleza e sua estética, e as importância das cores clássicas coreanas, para fazer a reinterpretação do hanbok para o streetwear. Através do estudo, é possível notar que a moda coreana costumava olhar para fora em busca de inspiração, mas isso vem mudando durante os últimos anos. Os jovens coreanos estão cada vez mais voltando para suas raízes culturais, em busca de um estilo novo e original, e por vez, marcas estão procurando inspiração na cultura coreana. 175
HANBOK X STREETWEAR / REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Avelar, Suzana. Moda, Globalização e Novas Tecnologias. 2a edição. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2011. Cox, Caroline. The World Atlas of Street Fashion. Londres: Octopus Publishing Group, 2017. Hall, Stuart. A Identidade Cultural na Pós Modernidade. 11a edição. Rio de Janeiro: DP& Editora, 1996. Kim Han, Hyonjeong. Couture Korea. Estados Unidos: Asian Art Museum Foundation, 2017. Kyung, Moon Hwang. A History of Korea. Estados Unidos: Red Globe Press, 2010. Lee, Samuel Songhoon. Hanbok: Timeless Fashion Tradition. Seoul: Seoul Selection, 2013. Pyun, Kyunghee; Wong, Aida Yuen. Fashion, Identity, and Power in Modern Asia. Londres: Palgrave Macmillan, 2018.
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REFERÊNCIAS WEBGRÁFICAS / HANBOK X STREETWEAR
https://artsandculture.google.com/exhibit/the-colors-in-korean-life-and-culture-national-folkmuseum-of-korea/tALCoDKJVZn0LA?hl=en. Acessado em 30/09/20. https://artsandculture.google.com/exhibit/po-the-seonbi-spirit-in-clothing/gQam4Ksz?hl=en. Acessado em 30/09/20. https://artsandculture.google.com/exhibit/jeogori-and-stories-about-materials/lgJi008cNieELw. Acessado em 13/10/20 https://artsandculture.google.com/exhibit/baeja-the-beauty-of-korea/6wJiZcUJBCZzJg. Acessado em 13/10/20. Cheon, Seung Hoon. “Hanbok enjoys global popularity thanks to Korean Wave.” Donga, 11 julho 2020. Disponível em: <https://www.donga.com/en/article/all/20200711/2117077/1/Hanbok-enjoys-globalpopularity-thanks-to-Korean-Wave>. Acessado em 21/11/20. Cho, Joel; Eun-ju, Chyung. “How K-pop is taking over global streetwear.” The Korea Times, 17 fevereiro 2020. Disponível em: <https://www.koreatimes.co.kr/www/opinion/2020/02/137_283575.html>. Acessado em 19/05/21. Eun Byel, Im. “Seoul Fashion Week kicks off with modern take on hanbok.” The Korean Herald, 20 março 2018. Disponível em: < http://www.koreaherald.com/view.php?ud=20180320000740>. Acessado em 19/05/21. “How BLACKPINK and BTS Are Making Hanbok a Global Craze.” KpopStarz, 17 julho 2020. Diponível em: <https://www.kpopstarz.com/articles/293963/20200717/blackpink-bts-making-hanbokglobal-craze.htm>. Acessado em 19/05/21. Hurt, Michael. “Korean Street Fashion Theory: Feminist Critique through clothing and Feminist Theatre Practice.” Medium, 12 setembro 2017. Disponível em: <https://medium.com/the-korean-style/ korean-street-fashion-theory-feminist-critique-through-clothing-and-feminist-theatre-practice2f8cd8482e99>. Acessado em 30/09/20. Izaakson, Jen; Kim, Tae Kyung. “The South Korean women’s movement: ‘We are not flowers, we are a fire.” Feminist Current, 15 junho 2020. Disponível em: <https://www.feministcurrent.com/2020/06/15/ the-south-korean-womens-movement-we-are-not-flowers-we-are-a-fire/>. Acessado em 14/10/20. Jelonjic, Andrea. “The evolution of street style: How it became the ultimate fashion trend.” Baggizmo, 20 novembro 2019. Disponível em: <https://getbaggizmo.com/the-evolution-of-street-style/>. Acessado em 30/09/20. Tai, Crystal. “Hanbok hangover: how traditional Korean dress influences today’s street-style and casual-wear designers.” South China Morning Post, 6 abril 2017. Disponível em: <https://www.scmp. com/lifestyle/fashion-luxury/article/2084606/hanbok-hangover-how-traditional-korean-dressinfluences>. Acessado em 30/09/20.
177
HANBOK X STREETWEAR / PRESS KIT
2021
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
178
PRESS KIT
복 주 머 니
179
HANBOK X STREETWEAR / PRESS KIT
복 주 머 니
CONCEITO DE CRIAÇÃO No passado, como as roupas tradicionais coreanas não tinham bolsos, os coreanos carregavam seus pertences em uma bolsa separada conhecida como “bolsa da sorte” (복주머니). Eles acreditavam que essa bolsa traria boa fortuna e felicidade e para muitos continua sendo um amuleto da sorte. A coleção “Hanbok x Streetwear” é uma reinterpretação do traje tradicional coreano, portanto, para o press kit foi desenvolvida uma releitura da bolsa da sorte. Para enfatizar a funcionalidade e versatilidade, a alça de ombro é longa e ajustável, e acompanha acessórios como mosquetão, e chaveiro com o QR code do instagram.
DESCRIÇÃO A bolsa é produzida em algodão com impressão digital da estampa desenvolvida para a coleção. Acompanha alça de cordão de algodão ajustáveis, cordão de algodão chato, mosquetão, e chaveiro de acrílico com o QR code do instagram. ALTURA X LARGURA 19 x 19 cm
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HANBOK X STREETWEAR / FASHION FILM
한 복 x 스 트 리 트 웨 어
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2021
FA SHI ON FILM
FASHION FILM / HANBOK X STREETWEAR
O fashion filme da coleção retrata uma família celebrando o feriado mais importante da Coreia do Sul, o Chuseok (추석), Ação de Graças coreana. A casa está cheia, todos estão usando o hanbok, cozinhando, comendo e conversando. A proposta do fashion filme é fazer o contraste entre a beleza tradicional e o moderno, através do hanbok tradicional usado pelo mais velhos e os looks da coleção usado pelo os jovens. A trilha sonora ajuda criar o clima, com uma música tradicional coreana nas primeiras cenas, e terminando com uma música atual e divertida
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CAROLINA MIN KYUNG SHIM
carolinashim@gmail.com
+55 99638 0933