carol silva,
carol silva,
Olá, eu sou a Carol! Nasci e cresci em uma pequena cidade no interior do Rio Grande do Sul / Brasil. Completei os estudos básico e secundário em escolas brasileiras, onde também inicie meu percurso com as artes, especialmente com a dança e as suas múltiplas possibilidades. Em 2011, em uma viragem da vida, cheguei a Portugal para ficar e foi na terra dos grandes navegadores que a minha aventura com as artes plásticas iniciou. Durante três anos (2015-2017) estudei Artes Plásticas e Multimédia no Instituto Politécnico de Beja, do qual me despedi recentemente. Foi uma longa e enriquecedora jornada, na qual descobri minha paixão pela História e Teoria da Arte. Embora a prática artística seja entusiamante e aliciante, foi nos livros, nos textos, na palavra que realmente encontrei meu caminho de encontro às artes. Os trabalhos aqui apresentados são um misto destes dois universos, da prática e do discurso, da imagem e das palavras. Espero que estejam preparados para desfrutar de tudo. .
EnvolvĂŞncia #3 Fotografia 2014
Exposição de Desenho Galeria AoLado IPBeja 2015
Conjugal Desenho Pastel seco sobre papel 2015
Singular Serigrafia Tinta sobre papel 2015
OpiniĂľes Desenho Pastel seco e carvĂŁo sobre papel 2015
Série Envolvência Fotografia 2015
Sem TĂtulo Fotografia 2014
Sem TĂtulo Fotografia 2014
contexto sustentável e consumo, Na era da pós-modernidade consumir é sinónimo de poder e pertencimento. Cada objeto que adquirimos agrega a nossa existência algum tipo de significado e segurança e, apesar de sermos seres singulares ansiamos por uma identidade cada vez mais coletiva e dependente da afirmação do outro. Para pertencer a esta comunidade nos vestimos, comemos e compramos todos os aparatos tecnológicos que ela nos sugere. A sociedade de consumo torna-se assim o único ambiente plausível para construção da nossa existência, do ser e pertencer ao mundo. Não é novo o assunto sobre o consumo, o que se torna novo e indispensável a cada dia é percebermos até onde nossas vidas estão dependentes deste sistema e o quanto ele têm cooperado para a insustentabilidade dos ecossistemas, da sociedade e do ser humano como alguém singular e de valor intrínseco. As questões que surgem a partir desta cultura do consumo a que estamos submetidos são de ordem sustentável a partir do momento que produzimos, consumimos e descartamos objetos em massa, esgotando recursos naturais e produzindo lixo tóxico em grande escala para o qual a cada vez menos espaço no mundo. Como vivemos a lógica do mercado, o custo/benefício pende sempre para a compra de novos objetos ao oposto da recuperação dos antigos o que proporciona um acúmulo ainda maior de bens inúteis e o descarte precoce de muitos utensílios. A lógica do descarte rápido é a base da “Obsolescência Programada”, o meio pelo qual as grandes corporações nos forçam a descartar objetos e a comprar outros novos.
Também é necessário referir o preço que a própria sociedade vem pagando por viver na lógica do mercado. Quando acreditamos que existe significado e segurança nos objetos que consumimos diariamente transgredimos a própria essência do ser e adentramos na esfera do ter, produzimos seres humanos vazios por dentro e abarrotados por fora, agregamos mais valor à imagem de cada um do que à essência de cada um. Transformamos pessoas em objetos e as consumimos. Por esse motivo a sociedade do século XXI apresenta ruturas nas relações interpessoais, um enfraquecimento cada vez maior da saúde psíquica e física de seus cidadãos e uma estratificação social cada vez mais alarmante. Outro problema desencadeado pela cultura do consumo é a escravização de pessoas ao redor do mundo, principalmente em países subdesenvolvidos onde as grandes multinacionais mantêm grande parte da sua produção. Nestes locais, para além do desrespeito pelas leis trabalhistas, as comunidades estão desenvolvendo uma série de doenças graves em consequência das toxinas das matérias primas envolvidas nos processos de produção. Essas mesmas toxinas estão presentes nas nossas casas em quase todos os objetos que manuseamos diariamente. Os países que se tornaram responsáveis pelas produções destes objetos sofrem mais porque os resíduos químicos de suas indústrias estão sendo despejados em seus rios, terra e ar. Desta forma os países ditos de primeiro mundo obtêm os lucros máximos enquanto os países mais pobres fornecem as matérias-primas, a mão-de-obra barata e o local para o despejo dos resíduos.
Poderíamos passar muito tempo a pensar sobre os problemas desencadeados pelo consumo excessivo porque são muitos e extremamente preocupantes. Minha intenção é fazer pensar a lógica do mercado e sugerir uma releitura de nosso estilo de vida pós-moderno para que possamos conservar melhor nosso mundo e nossa existência nele..
“
agregamos mais valor
à imagem de cada um do que à essência de cada um. Transformamos pessoas em objetos e as consumimos.
”
Texto introdutório para projeto de instalação multimédia.
Interação
Interação Ao abrir a janela o espectador será surpreendido com um pequeno filme, que retornará para o ínicio assim que as janelas forem abertas. Desta forma o espectador será capaz de compreender toda a narrativa.
O espectador percebe que
O replay será controlado
algo se passa através do
por um sensor de movimento.
vidro e aproxima-se.
Carol Silva Projeto de Lab. Multimédia III
Carol Silva Projeto de Lab. Multimédia III
o projeto,
Toda a prática de consumo na contemporaneidade é sustentada pela imagem. É ela a responsável por seduzir o consumidor ao ponto de transformar-se em um referente para o público ao ditar seu estilo de vida e comportamento. Desta forma, existe uma necessidade de reflexão sobre o poder de influência da imagem sobre o consumo e, consequentemente, para a sustentabilidade. Desde a definição de imagem como “janela aberta para uma construção fictícia de mundo”, de Leon Alberti no período renascentista, até hoje, esta janela já se fechou e se abriu de muitas formas. Atualmente, sob o meu ponto de vista, ela abre-se para o interior de nossas casas quando projeta-se através de todos os ecrãs que utilizamos diariamente. Na interatividade com a tecnologia a imagem salta para fora do ecrã, possui-nos e transforma nossa consciência e realidade de tal forma que ela é quem passa a viver através de nós. E essa imagem é exigente, carregada de cânones que nos impulsionam ao consumo irrefletido com o fim de satisfazermos suas exigências.
Em consequência disso, o consumo que se impõem é sobremaneira destrutivo para o meio e para os que no meio vivem. Escravidão, esgotamento de recursos naturais, poluição, doenças físicas e psíquicas. O que vale para mantermos a imagem? Para dar vez a esta reflexão faço a proposta de uma peça de arte contemporânea cuja estrutura consiste em uma caixa de madeira onde uma janela é instalada. Ao abrir a janela o espectador encontrará uma ecrã ao invés da abertura comum para o lado de fora de nossas casas. No ecrã inicia um vídeo performance em que o personagem salta do lado de fora da janela para dentro, simbolizando o percurso da imagem contemporânea.
Para deixar viver a imagem contemporânea em nós, basta ter o ecrã conectado, a janela aberta e a consciência logoff.
Projeto Janela Aberta Instalação Multimédia 2017
Janela Aberta Instalação Multimédia 2017
Open Mind Colagem analรณgica 2015
Observador Colagem analรณgica 2014
Ilustração para Livro “Os Filhos Dourados” 2016
arte e educação: serviços educativos e culturais, E porque ensinar pela e para a arte? Embora a tradição artística tenha centralizado as obras e experiências da arte na ação de contemplação e fruição estética, a contemporaneidade resgatou a arte como ideia(1) que fundamenta-se na ação reflexiva, tanto do artista quanto do público, e cujo prazer é igualmente intelectual e sensorial. Esta nova abordagem descentra a obra final da arte (o objeto, a instalação, a performance) no sistema de produção e fruição artística e a assume como modo de transmitir ideias e conceitos. O público, por sua vez, atua como investigador e produtor de sentido ao procurar pelos conceitos e ideias apresentados pelo artista e relacioná-los consigo mesmo e com o mundo que o cerca. A arte, portanto, é um campo fértil para o desenvolvimento de aprendizagens e descobertas que se desenvolvem na participação ativa dos espectadores. “Nesta perspectiva, a obra de arte é um despoletador de sentidos e um instrumento de enriquecimento individual extremamente poderoso.” (2). Nas experiências dos serviços educativos encontram-se abordagens diversas da arte e de sua capacidade em propiciar novos meios de conhecimento. Para alguns a Arte Contemporânea proporciona um olhar para a própria contemporaneidade, já que é uma arte do momento presente cuja produção é realizada por atores sociais que vivenciam as experiências na sociedade coetânea. Portanto, a aprendizagem a partir da Arte Contemporânea enriquece o indivíduo ao oferecer-lhe a oportunidade de contemplar e refletir sobre a sua própria realidade, individual ou coletiva. Neste sentido a arte também implica questionamentos e debates sobre
os mais diversos temas da atualidade e impulsiona o raciocínio crítico dos seus espectadores. De outra perspetiva, a arte contemporânea também se caracteriza pela incerteza da sua definição e formalismo, concentrando-se mais especificamente no sentido de “tendência”(3) (do que no de estilo e alterando-se significativamente em curtos espaços de tempo. As dificuldades que o público enfrenta atualmente com a aproximação da obra de arte está diretamente relacionada com o fato de não conseguirmos apresentar um grupo de conceitos e características estáveis que responderiam à questão “O que é arte?” nos dias atuais, sem nos envolvermos com questões de ordem histórica e filosófica. Assim sendo, a educação artística deve colaborar para a formação de públicos da arte, onde os visitantes (ou potenciais visitantes) dos centros de arte contemporâneos recebam informações adequadas, compreendam as questões mais relevantes sobre as produções artísticas contemporâneas e estabeleçam vínculos significativos com as obras e intervenções de arte. Há, portanto, uma via dupla de enriquecimento no que se refere à educação artística dentro dos centros de arte. A primeira está direcionada para o visitante, para a sua formação e desenvolvimento pessoal e comunitário; a segunda direcionada para os centros de arte que acabam por formar os seus públicos, aproximando-os das manifestações artísticas contemporâneas a fim de que encontrem no lugar da arte um espaço aberto para as suas atuações.
Referências: (1) Lippard, L. & Chandler, J. (1967). The desmaterialization of the art objects. Art International, n 12, 31-36. In: Pequeno, F.; de Andrade, M.P.M. (Trad.). (2013). A desmaterialização da arte. Arte & Ensaios, n 25, 151-165. Disponível em http://www.ppgav.eba.ufrj.br/wp-content/uploads /2013/12/ae25_ lucy.pdf. Consultado a 4 de maio de 2017. (2) Honrado, M. (2007). Públicos da Cultura e serviços educativos: novos desafio? Viagem ao continente da “Multiplicação dos sentidos” In: Barriga, S. & da Silva, S.G.(Coord.). (2007). Serviços Educativos na Cultura. Porto: Setepés, p. 22. (3) Cuevas, F. J. P. (2005). ¿Hacia una caracterización del arte contemporâneo? In Mir, C. L. B. (ed.). (2005). Educación como Mediación en Centros de Arte Contemporáneo.Salamanca: Universidade de Salamanca, p. 53.
Excerto do Relatório de Estágio Realizado no Serviço Educativo e Cultural do Centro de Artes de Sines 2017
Ateliê Mil e uma formas de Pintar o Mar Projeto do Serviço Educativo e Cultural Centro de Artes de Sines 2017
Fllyer para o Serviรงo Educativo e Cultural Centro de Artes de Sines 2017
Sem TĂtulo Fotografia 2014
entre em contacto, Caroline Rebeca Comin Silva carolcominsilva@gmail.com facebook.com/carolsilva instagram.com/ccominsilva Meus textos estĂŁo em: isuuu.com/carolinecominsilva PortfĂłlio Online carolcominsilva.wixsite.com/portfolio