MANAUS MODERNA - FEIRA, FEIRANTES E PESCADORES

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MANAUS MODERNA PELO MEU OLHAR





MANAUS MODERNA FEIRA, FEIRANTES E PESCADORES

POR CAROLINNE SOUZA MANAUS/AM - 01 DE JUNHO DE 2019



Dedico este Fotolivro a todos os feirantes e pescadores da feira Manaus Moderna.































MANAUS MODERNA

FEIRA, FEIRANTES E PESCADORES

A área onde funciona hoje a feira da Manaus Moderna é um aterro criado na década de 80. Conforme dados históricos, a obra foi planejada entre o fim da Rua Marquês de Santa Cruz e Rua dos Andradas. Com um movimento tímido do meio-dia, o feirante Valdir Ferreira da Silva, 74, relata suas lembranças do que formou hoje a Feira Municipal Coronel Jorge Teixeira. Para quem não sabe, o local é o nome oficial da feira da Manaus Moderna, localizada no Centro de Manaus. “O que eu lembro é que isso aqui não existia antes. A gente trabalhava de canoa naquela época, puxando os barcos com as mercadorias e vendendo dentro deles”. “Tratava-se principalmente de pensar essas práticas cotidianas sob a perspectiva da antropologia urbana e do cotidiano como configuradoras de uma poética urbana (Sansot, 2004). “ No espaço há trabalhadores do porto, estivadores, carregadores, motoristas de caminhões, taxistas, vendedores ambulantes, produtores agrícolas e pescadores. Por estar localizada em uma área central e em frente ao rio negro, é rodeada por bairros carentes e principalmente por ribeirinhos e pescadores. Os feirantes que, a cada dia de mercado, reelaboram saberes e sistematizam experiências para prosseguirem em seu trabalho (e assim se especializarem), a pesquisa antropológica constantemente nos desafia a repensar categorias e interpretações, seja através do trabalho de campo, seja através de novas perspectivas teórico-conceituais. No mercado é possível aprender sobre agronomia, agricultura, geografia, economia e mesmo gastronomia - apenas trabalhando como feirante. Conhecemos histórias.



A instalação de uma feira livre no ambiente de uma rua ou largo representa uma quebra de continuidade na atmosfera cotidiana do bairro, criando um novo evento, estabelecendo novos percursos e novas possibilidades de sociabilidade. A instauração desse tempo do mercado mobiliza os habitantes da cidade e dos bairros aderirem a um espaço particular e circularem por ele. Ao mesmo tempo, esse evento de mercado que pontua o cotidiano e passa a fazer parte dele (VEDANA, 2013, p.160). A feira narra e representa a cidade a partir de suas imagens (VEDANA, 2013). Ela faz parte do cotidiano da cidade, preenche as ruas. Assim como a cidade tem seus bancos, suas praças, suas casas e edifícios, que juntos contam a historia da cidade, a feira conta não apenas uma historia comercial, narra também sobre as identidades, trajetórias de vida, sentimentos. Como apontou Vedana, “... o que temos então é o mercado como uma expressão de vida na cidade...” (VEDANA, 2008, p.90).

Feira Manaus Moderna em 1961





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