Revista ARTmap

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art

map

N° 168 | R$15,99

bacurau lidera prmiação

brasileira

romero britto escândalo quebrou a internet

DRAG queens

fazendo história

maior foto panorâmica subaquática conheça marcos cabral ENTREVISTA

kiko farkas

designer fala sobre sua carreira, inspirações e orquestra de sp


Olá! Somos o

CHAOS STUDIO carol

ana paula

Estudio criado em 2020 para Fins acadêmicos. Em diversas mitologias, o inicio de tudo vem do caos. A palavra “caos” dá nome ao nosso estudio como um trocadilho para o pensamento de que iniciamos um grande projeto; acrediramos no trabalho em grupo, e nos pontos fortes de cada um, juntos somos melhores. Queremos crescer juntos, e nos divertir!

18 anos @ana.pf.patriota Rainha da escrita.

lucas

nayara

27 anos @carolkawano Google humano.

25 anos @gava.lucas Desbravador do design.

22 anos @nyzz._ Menina da diagramação.


Sumário

Pintura e Grafite

A RELEVÂCIA DOS PEQUENOS ARTISTAS

edicao n°168| ARTmap | out 2020

A historia da arte é formada pelos pequenos artistas, sejam na área das artes visuais, teatrais ou musicais. Pode apostar que Guns n’ Roses um dia já tocou num bar, e Meryl Streep já se apresentou numa peça pequena. A cada “grande artista” há uma legião de pequenos artistas que o seguem e se inspiram em seus trabalhos, e é. Essa legião que mantém a chama da arte acesa, e um dia alguns deles serão fonte de inspiração de outros e esse será um ciclo infinito. Os pequenos atores mantém o teatro funcionando e formando cada vez mais grandes atores, os pequenos artistas mantém as galerias abertas, e os pequenos e novos músicos mantém a indústria atualizada e funcionando. Se na arte, só permanecessem aqueles de renome, em algum momento se tornaria desinteressante. Ouviriamos as mesmas músicas e veríamos as mesmas obras. Por esse motivo devemos dar a devida importância e reconhecimento àqueles que sonham, para formar novos sonhadores. Os pequenos artistas são aqueles que mantém a arte viva.

Conselho editorial Ana Paula Patriota Carolina Kawano Nayara Jaine Lucas Barros Editores Ana Paula Carolina Kawano Design, Projeto gráfico Nayara Jaine Lucas Barros

Panmela 6

Danilo Barreto 9

Feione

Kobra 10

Sanipã 13

12

Curiosidades

Romero

Sobre artistas 14

Brito 16

Design e Fotografia

Contato contato@revistaartmap.com revistaARTmap.com.br

5 Dicas de FotograFia

Assinatura 20520344 revistaARTmap.com.br/ assinatura

20

Felipe Urso 21

Panorâmica

Guilherme

Subaquática 22

Salvino

Kiko Farkas

24

26

Alexandre

Matheus

Camães 30

Lima 32

MoMa 34

Artes cenicas e musica

Serviço 40028933 editoraLION.com.br

Transcrição das entrevistas Ana Paula Patriota Nayara Jaine Correspondencia Av. Lins de Vasconcelos, 3406 - Vila Mariana, São Paulo SP 04112-002

boa leitura!

Banda

Premio

Lado

Daiane

Oposto

Terra

38

39

Música Trans Negra 40

Resistência

de Cinema

Pabllo Vitar:

Tempra

Drag 42

brasileiro 45

Rajadão

Palace

46

48


PINTURA

GRAFITE


PANMELA CASTRO Mestre em processos artísticos contemporâneos pelo Instituto de Artes da UERJ e Bacharel em pintura pela Escola de Belas Artes da UFRJ, Panmela Castro (Rio de Janeiro, 1981) é artista visual, cuja trajetória marginalizada é o estopim de sua prática. Com um interesse especial em performance, dedica-se a pensar obras confessionais relacionadas às experiências pessoais de violência e prisão do pensamento binário e heteronormativo.

Vagina Dentada II, Inkjet print, 1/5, 75 X 112 cm / 44,9 X 29,5”, 2018

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Pintura | Grafite

artista gosta de dizer que vivenciar experiências únicas na marginalidade da pichação, a fez aprender mais do que nas escolas de arte; que muitas das suas percepções acerca dos direitos humanos veio deste período quando ela experimentou, em seu corpo e psique, diversos tipos de violência. Panmela Castro foi criada como uma "menina branca" por sua família conservadora de classe média baixa do subúrbio do Rio. Com o seu primeiro marido, sua mãe enfrentou restrições financeiras e violência doméstica, até que fugiu e casou novamente com um homem que lhe proporcionou uma vida digna e criou Panmela como sua filha legítima. De praticamente nenhuma instrução formal, seu novo pai, providenciou que ela pudesse se dedicar aos estudos até que aos seus 15 anos, Panmela se viu obrigada a trabalhar após a falência do pai. Com a família desestabilizada, abandonou a casa dos pais e morou em uma das favelas mais perigosas da cidade. Para pagar suas contas e estudos, além de dar aulas, começou a desenhar pessoas nas ruas e vendê-las por 1 real. Também foi nessa época que, com o codinome Anarkia Boladona, torna-se a primeira garota de sua geração a escalar prédios para pichar seu vulgo. Panmela foi um dos primeiros grafiteiros a pintar trens no Rio e interviu ilegalmente por toda a cidade. Em 2005 começa a se dedicar à pintura mural depois de uma experiência negativa com violência doméstica: foi espancada e a mantida em cárcere privado por seu companheiro e essa experiência influenciou definitivamente o caráter político de suas obras.

Originalmente pichadora do subúrbio do Rio, Panmela Castro interessou-se pelo diálogo que seu corpo feminino marginalizado estabelecia com a urbe, dedicando-se a construir performances a partir de experiências pessoais, em busca de uma afetividade recíproca com o outro de experiência similar. É Mestre em artes pela UERJ; realizou projetos em mais de 15 países; teve seu trabalho exposto em instituições como o Stedelijk Museum; e está em coleções como das Nações Unidas. Recebeu inúmeras nomeações por seu ativismo pelos direitos humanos. Panmela criou em 2008 o “Grafiteiras Pela Lei Maria da Penha”, um projeto que usa o graffiti e cultura urbana para combater a violência contra as mulheres. Através deste projeto, realiza junto com outras grafiteiras uma campanha para educar as mulheres desfavorecidas sobre a recentemente aprovada Lei Maria da Penha, uma importante nova lei sobre a violência doméstica da constituição brasileira. Para promover os direitos das mulheres, Anarkia aventurou-se em favelas do Rio de Janeiro dialogando com mulheres e meninas que agora estão informadas dos seus direitos, e produzindo murais com mensagens sobre os direitos das mulheres e a lei. Para realizar uma mudança efetiva na sociedade, Panmela fundou a Rede NAMI que é uma instituição de artes e direitos humanos onde com sua equipe desde 2010 já atendeu mais de 9.000 mulheres e hoje é dedicada à mulher negra que são as maiores vítimas do feminicídio no país.

Pintura | Grafite

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danilo

Baile Dançante

Em 2020, no dia que se comemora o Dia Internacional da Mulher, eu convidei o público para um baile dançante no Salão Nobre do Museu da República. Foram 40 minutos de trilha sonora especialmente criada para o baile onde o público dançava pisando em flores que cobriam todo o salão como analogia à violência contra a mulher.

Baile dançante 1,18 x 0,78 cm, injet print on photopaper, 2020

qUINA

21 anos Freelancer Artista digital

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anilo (Quina) Barreto, formado em Comunicação Visual, acredita que a arte digital e o desenho tradicional (lápis e papel) se completam e são indispensáveis; o que se aprende em um, aplica no outro. Danilo aceitou nosso convite e nos contou seu ponto de vista sobre estudos referências e o processo criativo durante a quarentena. Ilustração “Tale Mage” 09/2020

Caminhar

Como é a sua rotina de estudos, voce treina uma coisa de cada vez? (como anatomia, cores, e etc...) Não tem muito segredo, separo horários que correspondem a minha disponibilidade e dedico a algum tema que sinto deficiência e preciso melhorar. Acho que a chave está na frequência, estudo diário e consistente gera progresso significativo, mesmo que poucas horas, a longo prazo é muito efetivo. Uma coisa de cada vez, geralmente de uma a duas semanas pra cada assunto, o importante é estudar sem pressa e dar-se tempo pra absorver e aplicar cada tema.

Nesta performance eu entro em uma bacia de tinta de piso vermelha e caminho pela rua marcando o chão. A marca vermelha denúncia os índices de feminicídios, e se diluí durante os meses como a memória das mulheres mortas e que acabam esquecidas e negligenciadas.

“Caminhar II, Inkjet print on photography paper, 1/5,112 x 75 cm’’, 2017.

Ato Delicado

Na performance Ato Delicado, eu costuro pérolas em meu peito para citar a heteronormatividade e o criação do feminino como um fardo.

Ato Delicado, Inkjet on photography paper, 1/5, 75 X 112 cm / 29,5 X 44,9”, 2019

8 Pintura | Grafite

É comum vermos ilustradores irem para fora do brasil ou trabalhando em projetos internacionais. A longo prazo, essa é sua meta também? Essa é minha meta a curto e médio prazo, em paralelo a isso e a longo prazo quero consolidar projetos nacionalmente, pra fomentar o cenário interno e contribuir com o crescimento dos artistas que temos aqui, que tem muito potencial. Que tipo de referencias você usa na hora de desenhar e de estudar? Depende e varia de acordo com o estudo e o objetivo. Uso pinturas de artistas que estou estudando ou quero desenvolver um trabalho próximo, modelos 3D, fotografias e o mundo real quando possível, principalmente para pintura tradicional como nos plein airs Qual a importancia de video games e plataformas digitais na hora de construir um traço? São algumas das mídias onde consumimo

histórias e montamos nosso vocabulário visual, com certeza existem trabalhos muito ricos visualmente em que dá pra estudar e se desenvolver usando-os de referência, ou estudando as referências usadas na criação deles. O isolamento social tem feito voce ilustrar mais? Não, o efeito foi o oposto. Acredito que o discurso de que o isolamento social é um tempo de produtividade uma falácia tendenciosa e desonesta, esse pensamento de “time is money” prejudicou muita gente e com certeza afetou a saúde física e psicológica. A raiz desse problema é algo que se amontoa há mais de uma década, a maneira que o sistema econômico vigente - cada vez mais neoliberal - funciona não suporta crises como a que vivemos, pois prioriza apenas lucro, tão pouco se importa com os artistas e a qualidade de sua produtividade, tão pouco se importa com os trabalhadores e muito menos se importa com vidas humanas.

Ilustração “cubone” 02/2020

Você prefere o desenho digital ou a moda antiga com lapis e papel? Cada um tem sua especificidade e isso talha seu caminho da maneira que preferir. Mas pessoalmente, ambos são indispensáveis pra mim e se complementam muito. O que aprendo no tradicional aplico no digital e vice-versa.

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Instagram: @quina_barreto Twitter: @QuinaBarreto ArtStation: www.artstation.com/quina

“smt 1 protagonist and fairy jack frost.” 09/2020 Pintura | Grafite

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Arte dá nova vida a fachada e interior da Escola Raul Brasil Projeto do muralista Eduardo Kobra ganhou reforço de outros artistas e de alunos de Suzano. Unidade foi palco de um massacre que deixou oito mortos no loca A ideia do projeto é do Eduardo Kobra, o renomado artista que tem obras gigantescas em grafite espalhadas pelo mundo. Para cobrir o muro da parte externa da escola, Kobra convidou outros 13 talentos que capricharam na criatividade. Eles tiveram dois meses e milhares de latinhas de spray para concluir as obras. “Esse mural na lateral da escola é fruto de um esforço coletivo de muito trabalho”, explica Kobra. Um dos artistas é Luiz Pardal que já mostrou a sua arte em diversos pontos vistosos da capital paulista. Na Raul Brasil, a homenagem que mostra um pássaro em movimento ele chama de “voando para dias melhores”.

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as a beleza e o simbolismo de cada arte não estão apenas na grandeza das obras, mas também nos detalhes... quase invisíveis! No mural do Luiz Pardal em um emaranhado de linhas estão escondidas palavras cheias de significados, como hope, esperança em inglês. Mas um observador atento vai encontrar também os nomes de todas as vítimas do massacre. O projeto do artista Eduardo Kobra e da Secretaria Estadual de Educação abriu espaço também para os alunos da rede pública de ensino de Suzano. Um concurso elegeu os 15 melhores trabalhos com o tema “cultura de paz nas escolas” que já estão pintados pelos próprios vencedores perto da nova entrada da Raul Brasil. A arte da estudante Beatriz Silva Lucena Malaquias, de 14 anos, que representa um mundo divido com vários sentimentos, foi uma das escolhidas. “Eu acredito muito que a gente que tem o poder para mudar o mundo. Então quis transmitir isso no desenho. Dividi o mundo em duas partes. De um lado a gente tem palavras bonitas que representam as atitudes das pessoas que as pessoas veem o mundo de forma mais bonita quando elas fazem coisas boas. E do outro lado representei o mundo triste sem cor e sem vida porque as pessoas ruins veem o mundo dessa forma sem cor e sem vida.”

10 Pintura | Grafite

E não foi só a fachada que foi reformulada. O interior da escola está diferente. O pátio ganhou um novo piso, mudas de árvores nativas foram plantadas e o espaço lembra agora uma grande praça de convivência. No local o artista Eduardo Kobra deixou duas obras. Uma com figuras geométricas e símbolos da paz e também um grande mural pintado em um dos prédios que representa o amor entre o professor e o aluno. Outra novidade da escola é um espaço onde antes era a secretaria da Raul Brasil. Agora, o local virou a sala de inovação que é um espaço onde os alunos podem exercitar a criatividade, estudar e até se divertir. Por causa da pandemia do novo coronavírus, ainda não tem uma data definida para o início das aulas. Mas o retorno dos alunos é muito esperado pelos professores da escola. “O trabalho feito na Raul Brasil significa um recomeço de uma nova história. A escola já é marcada por ser a primeira escola de Suzano e tem uma história forte no município. Para o retorno dos alunos a expectativa é grande, pois vão se deparar com um ambiente totalmente revitalizado. A gente acredita muito que vai fortalecer a saúde mental dos alunos, a nossa. Representa o recomeço e esperança”, avalia a vice-diretora Lilian Keli Guilherme de Lima. Autor de murais gigantes que pregam a tolerância, o grafiteiro Kobra não se sentia preparado

para aceitar um convite especial: criar uma homenagem às vítimas do massacre da escola Raul Brasil, em Suzano, ocorrido em março de 2019. Foi durante uma viagem a Roma que veio finalmente a inspiração. A Secretaria Estadual de Educação e a Fundação para o Desenvolvimento da Educação divulgaram os vencedores do concurso de desenho com o tema Cultura de Paz. Os trabalhos vencedores irão compor o projeto do muralista Eduardo Kobra, que vai pintar um dos muros internos da Escola Raul Brasil, em Suzano. Os autores terão os nomes assinados ao lado da pintura. Para participar do concurso, os estudantes encaminharam virtualmente os desenhos para as escolas, com um texto de 10 linhas, definindo o conceito do trabalho criado, contando qual a mensagem e a escolha dos elementos que compõem a arte. O processo de seleção foi feito em três fases. Na fase escolar, uma comissão multidisciplinar selecionou três desenhos, nas categorias anos iniciais do ensino fundamental, anos finais do ensino fundamental e ensino médio. Já na fase diretoria de ensino, foram pré-selecionados os desenhos encaminhados para a Seduc. Ao todo, 49 desenhos foram encaminhados para a curadoria do artista Eduardo Kobra.


feione

A primeira MULHER INDÍGENA

A entrar no acervo de arte do Sesc

18 anos Grafiteiro

Eu queria mostrar para todos que tenho uma cultura Apurinã que está viva e que os Kamadeni, ainda não reconhecidos pelo FUNAI, existem e possuem suas histórias, seus mitos e sua arte. Queira mostrar o que nós somos hoje. Pintar para mim significa preservar a cultura do meu povo.

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Instagram: feione_graffiti

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e voce já passeou pelas ruas do bairro Sao Miguel Paulista- ZL, com certeza já se deparou com esse boneco de cabeça quadrada em diversas situações, espalhados por vários muros. Herbert, residente da região, aceitou nosso convite, e nos contou de onde veio a inspiração para esse personagem tão caricato.

Como funciona sua pesquisa de referências para criar o seu avatar em diversas situações? Eu gosto de brincar com a imaginação das pessoas, deixo elas interpretarem o que quiserem, nem sempre tento passar uma mensagem, apenas quero botar pra fora meus sentimentos de alegria ou raiva no muro.

Existe alguma técnica que você usa muito nos grafites, ou até mesmo uma paleta de cores preferida? Minhas técnicas são livres, uso desde um material mais simples a um mais encorpado, não tenho preferência de paletas, tudo que der pra pintar o muro eu uso rs. Você tem postado algumas fotos com pinturas comerciais, como da vinícola; você prefere trabalhos assim, mais comerciais, ou a sua assinatura com seu boneco? Se eu pudesse viver com a minha arte autoral com certeza seria minha preferência, mas a minha renda está vindo dos comerciais, então essa é minha preferência hehe. Então fica assim: trabalhos comerciais, meu

Fonte: Instagram “Feione”, 08/2020

Hoje, existe um crescimento da onda conservadora no País, a arte de rua está sofrendo com isso? Acho que a arte de rua sofria mais antes, hoje em dia o graffiti vem tomando cada vez mais Fonte: Instagram “Feione”, 10/2020

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Divulgação: acritica.com

De onde surgiu o nome feione, e de onde vem seu personagem? Quando começei a fazer graffiti eu assinava “Fei”, procurava um nome como sátira e que combinasse com as características do meu persona, o “one” simboliza único no graffiti, então eu curti a junção “feione”. Meu personagem veio, no tempo de escola antes mesmo de eu começar a fazer graffiti, foi inspirado no estilo de desenhos dos anos 90, “Du Dudu e Edu” serviu de grande espiração, sou muito fã, modifiquei muito meu persona deixando ele mais unico, mas estou em busca de deixalo mais proximo do que quero.

ãnipã é o nome artístico da primeira mulher indígena amazonense a ter uma obra de arte adquirida para o Acervo Sesc de Arte Brasileira, do Sesc São Paulo. A entrada de Sãnipã no seleto acervo de 2.600 obras, de aproximadamente 1.800 artistas do Brasil, entre eles os amazonenses Denilson Baniwa e Manauara Clandestina, é fruto da vitória da artista no Prêmio Destaque-Aquisição da 15ª Bienal Naifs do Brasil, promovida há 30 anos, pelo Sesc Piracicaba, em São Paulo. Sua formação artística foi realizada em Manaus, quando em 2005 formou-se no curso de Pintura da Escola de Arte do Instituto Dirson Costa de Arte e Cultura da Amazônia (IDC). Foram três anos de intenso mergulho na história de seus antepassados, esforço que a fez ser a primeira indígena da etnia Apurinã a se tornar artista visual. Atualmente desenvolve trabalhos artísticos e de educação indígena nas cidades de Manaus, Pauini e Lábrea, no Amazonas. Seus trabalhos artísticos podem ser encontrados na Manaus Amazônia Galeria de Arte. A obra Totem Apurinã Kamadeni, uma instalação em acrílica sobre madeira composta por ouriços de castanha do Pará e estruturas de ferro. A obra já é conhecida dos amazonenses que vivem em Manaus. Foi concebida pela artista, no ano passado, em comemoração aos 350 anos de Manaus, para a exposição “Nipetirã – TODOS”, que ocorreu no Centro de Artes Visuais Galeria do Largo, em parceria com a Manaus Amazônia Galeria de Arte. O Totem de Sãnipã apresenta 3 faixas de pinturas corporais e sagradas, sendo 2 dos índios Kamadeni, os olhos do pajé “Noky Zufhy” (grafismo da base da obra, em vermelho e preto) e mulher do pajé, com poder da mãe onça “Dhumahi” (grafismo central da obra, em amarelo e preto) e 1 dos índios Apurinã, denominado “Maka” que é uma pintura de braço do homem que está na fase final para se tornar pajé (grafismo do topo do totem, em vermelho e preto). Sobrepostos ao redor de toda a estrutura, a artista compôs a obra com esferas de ouriço de castanha do Pará, pintadas em tinta acrílica, representando outros grafismos mais variados dessas duas etnias. São 73 ouriços de uma produção de 100 (50 da etnia Kamadeni e 50 da etnia Apurinã) expostos sob suavesniversos existentes em cada um dos ouriços.

Pintura | Grafite

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10 CURIODIDADES

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FÃ DE CATS!

NEM ERA TÃO ÚNICO

NOME OU TEXTÃO?

ESTILO OU CEGUEIRA?

E SE CAIR?

O BEM E O MAL

[Frédéric Chopin]

[Mozart]

[Edvard Munch]

[Pablo Picasso]

[Rembrandt]

[Tchaikovski]

[Vasily Pukirev]

Uma das curiosidades sobre Chopin é que ele gostava de compor e tocar no escuro, para ser capaz de sentir melhor a música. Ele popularizou o ritmo mazurca, tradicional de origem polaca, que ele transformou de uma dança a algo que poderia ser escutado. É amplamente conhecido como um dos maiores compositores para piano e um dos pianistas mais importantes da história.

Uma das coisas interessantes que se sabe sobre Mozart é que, sendo muito fã de gatos e gostando de imitá-los, ele escreveu uma música chamada “O Dueto dos Gatos”, onde um marido faz perguntas à esposa e ela só responde com miaus, até que ele desiste e passa a cantar apenas com miau também. A canção é até hoje interpretada em peças e outras expressões culturais: basicamente uma harmonia sinfônica de miados!

“O GRITO” Munch fez quatro versões da pintura, para ir substituindo as originais conforme elas eram vendidas. Elas foram feitas entre 1893 e 1910. Muitas outras cópias foram feitas ao longo dos anos. Três das originais podem ser vistas na Galeria Nacional de Oslo (onde está a tela original, feita com a técnica de óleo e pastel sobre cartão) e no Museu Munch (com duas telas), ambos na Noruega.

Embora conheçamos o artista por um nome encurtado para Pablo Ruiz Picasso pelo próprio, seu nome completo é Pablo Diego José de Paula Juan Nepomuceno dos Remédios Cipriano da Santíssima Trindade Ruiz e Picasso. Picasso foi o único artista a receber uma mostra no Museu do Louvre em Paris e a entrar para seu acervo ainda em vida.

Graças a um estudo realizado na Universidade de Harvard pela doutora especialista em percepção visual, Margaret S. Livingstone, ficou provado que o estrabismo que o holandês Rembrandt tinha em seu olho esquerdo permitiu que ele pintasse de uma maneira mais virtuosa. Essa deficiência permitia ao artista perceber a realidade como uma imagem plana, o que tornava muito mais fácil transferi-la para a tela.

Uma das manias mais estranhas de Tchaikovsky era segurar a sua própria cabeça com a mão esquerda enquanto estava tocando, pois tinha medo que ela caísse. A cena era comum em apresentações em frente a suas orquestras. Primeiro compositor russo a conquistar fama internacional, sua carreira foi impulsionada por sua participação como regente convidado em outros países da Europa e nos Estados Unidos.

A pintura “O casamento Desigual” de Vasily Pukirev foi feita com a intenção de se dividir a tela em duas partes semânticas, que personificam o bem e o mal. Se você dividir a tela em duas partes, da metade direita você verá a noiva e seus dois amigos, enquanto na outra parte a esquerda estão os convidados do noivo. Os rostos desagradáveis foram uma escolha proposital do artista, para enfatizar a sua mensagem.

ASSINATURA MISTERIOSA

MUSICO DE MAU HUMOR

LOCAÇÕES INUSITADAS

APROVEITE O ESCURO

[Michelangelo]

[Beethoven]

[Claude Monet]

Michelangelo nunca assinava seus trabalhos porque parecia um gesto arrogante e pretensioso, e todos reconheceram suas obras apenas em vê-las. No entanto, a única que assinou foi “A Pietá”, uma vez que sua escultura foi atribuída a outro artista, e duvidavam de sua autoria devido à sua precocidade. Por esta razão, ele gravou seu nome com um cinzel na fita que cruza o peito da escultura.

Os conterrâneos de Beethoven costumam dizer que o músico não era muito sociável, constantemente envolvendo-se em situações constrangedoras onde jogava ovos em garçons, cuspia em pisos de restaurantes e outras cenas estranhas. Ludwig van Beethoven se isolou, tornando-se o misantropo que condiz com a sua imagem atual – injusta, segundo seus biógrafos mais recentes.

O pintor francês Claude Monet prestou serviço militar na África. Ele gostava tanto de pintar a água e seus reflexos que chegou a montar um estúdio flutuante. Guardava seu material de pintura e desenho num barco e saía navegando num rio para pintar. Nos últimos 25 anos da sua vida, pintou os nenúfares numa série de pinturas que mostravam as plantas com luz e texturas variadas.

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SOBRE ARTISTAS

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MULHER QUEBRA OBRA DE ROMERO BRITTO ESTIMADA EM R$26 MIL. N

a quinta-feira (13 de agosto), o nome do artista brasileiro Romero Britto percorreu as redes sociais. Um vídeo onde uma mulher quebra uma de suas obras, afirmando que ele teria sido grosseiro com funcionários do restaurante dela, viralizou. Nesta sexta-feira (14 de agosto), uma nova gravação do momento do confronto, mais completa, foi divulgada. Além disso, o estabelecimento do qual a mulher seria dona – nomeado Olé Olé and Tapelia, localizado em Miami Beach – publicou seu posicionamento sobre a situação. “Alguns artistas perdem a humildade e são rejeitados por seus admiradores. Romero Britto, seu grande ego, personalidade e falta de educação tentaram humilhar a família Tapelia Restaurante. Este foi o resultado”, anuncia o vídeo antes de mostrar a cena completa do confronto. A nova gravação mostra Madeleyne, dona do estabelecimento, momentos antes de quebrar a obra, explicou o contexto da situação para Britto. “Eu sou a dona do Tapelia, que fica em frente a sua loja. O meu marido veio e comprou esta obra de arte no meu aniversário, porque eu e tinha num pedestal e te admirava como artista. Eu o tinha como um homem respeitável, pensei, mas estava errada”, disse, na ocasião. O artista, então, tenta se oferecer para assinar o coração de porcelana que está nas mãos da mulher. Contudo, ela nega. “Não! Eu não preciso que você assine nada. Você foi ao meu restaurante, fez uma reserva para vinte pessoas no café da manhã a US$8 (R$43), que é barato, e acima de tudo nos pediu um desconto. Humilhou minha equipe, pediu para que parassem a música, pediu para que não falassem. (...) Isso foi humilhante. Achei que você fosse uma pessoa honesta e respeitável, mas lhe falta humildade” afirmou, antes de jogar a peça de arte no chão. A obra destruída pela mulher custa U$ 4,8 mil (cerca de R$ 26 mil). É possível encontrá-la no site oficial de Romero Britto. Intitulada Big Apple, apelido para a cidade de New York, a peça é uma escultura de porcelana fina assinada à mão.

Declaração de Britto Romero Britto foi o convidado do programa ‘Conversa com Bial‘, da TV Globo, da madrugada da última terça-feira (18 de agosto). A entrevista havia sido gravada há algumas semanas, porém, Britto enviou um vídeo atualizando o caso, e lamentando o ocorrido. O artista, no entanto, não respondeu diretamente às perguntas feitas por Bial. Confira a declaração de Romero Britto na íntegra abaixo: “O incidente dos vídeos que estão circulando na internet ocorreu em 2017 e todos podem ver que fui vítima de uma pessoa que foi a uma de minhas galerias em Miami e premeditadamente quebrou uma obra de arte que havia ganhado de presente. Nunca presenciei tamanho desrespeito em toda minha carreira de artista e repudio atitudes similares contra qualquer ser humano. É natural que minha reação no vídeo veiculado tenha sido de espanto, choque e surpresa com tamanha falta de educação, crueldade e irresponsabilidade. [...] Tentei evitar que a maçã quebrasse com minhas próprias mãos, pois cada obra de arte que crio é muito especial para mim, como um filho, e possuem uma história e carga emocional única. A escultura Big Apple foi inspirada na história de Adão e Eva no jardim do Éden e utilizo a maçã em meu trabalho há anos como símbolo de vida, amor, paz e esperança. A respeito do que foi divulgado, a verdade é que eu havia feito uma reserva para um grupo de pessoas no restaurante para tomarmos café da manhã e infelizmente de última hora algumas não puderam ir. Pedi o café para todos que foram comigo, brinquei sobre desconto e expliquei o imprevisto ao restaurante que aparentemente não gostou do fato de que nem todos meus convidados compareceram. A música também estava muito alta e não conseguíamos conversar, sendo assim pedi educadamente que abaixassem o volume do som. Como cliente me senti destratado. Não sei qual foi o interesse ou motivo para tal

comportamento da funcionária ou da dona do restaurante. [...] A internet é muitas vezes injusta e algumas pessoas não estão preocupadas com a verdade. Gostam de confusão, drama, violência, ódio, sangue, negatividade e adoram julgar sem analisar os fatos. Notícias boas não dão publicidade. Ajudo a mais de 200 instituições de caridade e nunca ouvi ou li nada sobre o fato na imprensa brasileira. As mídias precisam ter mais critério com o que apresentam, pois possuem grande responsabilidade social. [...] Infelizmente sempre temos pessoas criticando, lutando contra o sucesso dos outros ao invés de focarem em encontrar seu próprio sucesso e maneira de ajudar o mundo e ser relevante para a sociedade. Vou continuar minha missão de alegrar o mundo, que como nunca antes precisa de mais amor, felicidade, esperança e otimismo! Romero Britto, artista plástico brasileiro e renomado internacionalmente.” Entretanto, no dia da publicação do primeiro vídeo, o restaurante ganhou mais de 140 mil seguidores no Instagram. De acordo com dados estatísticos, o aumento brusco de seguidores ocorreu no sábado, no dia em que a história viralizou nas redes sociais, com um pouco mais de 85 mil seguidores. Antes, a página no Instagram do restaurante somava 14 mil seguidores. Agora, já são cerca 158 mil. Nos comentários das fotos, diversos usuários brasileiros se posicionaram sobre o acontecimento, parabenizando a empresária pela atitude e pedindo que ela abra uma filial no Brasil. “Vou ser cliente com certeza”, brincou um seguidor. Outros afirmaram que pretendem visitar o estabelecimento original, quando as fronteiras dos Estados Unidos forem liberadas. “O restaurante dela vai virar ponto turístico para nós brasileiros”, escreveu outra fã nos comentários de uma foto em que a Madeleyne aparece com as mesmas roupas do vídeo divulgado.

Divulgação: metropoles.com

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Pintura | Grafite

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abertura de temoa


[ISO] SENSIBILIDADE O ISO, que antes era ASA nas câmeras analógicas, nada mais é do que a sensibilidade dos filmes. Quanto maior o ISO, maior a sensibilidade, ou seja, mais luz. Porém quanto mais sensível, nos filmes, maior o grão. Já no digital não temos o grão, e sim um defeito no sensor, que resulta algo similar: o ruído, ou seja, quanto mais sensível, mais ruído.

Urso

Grafiteiro Ilustrador Artista Visual Professor

A

tualmente desenvolve trabalho com acromia (branco, cinzas e preto), muitas texturas visuais e a mescla de geométrico e orgânico, sempre carregando nas referências pessoais. Felipe aceitou nosso convite e contou sobre suas referências, sua trajetória ao construir seu traço, pretenções com seu trabalho, e sobre a rua.

[VELOCIDADE] OBTURADOR O obturador é como uma cortina dentro da câmera, que abre e fecha para a luz chegar ao sensor (ou filme). Quanto mais tempo aberto, mais luz entrará, e mais clara será a foto. Por outro lado, quanto menos tempo, menos luz. O tempo que o obturador fica aberto é medido através de frações de segundo, segundos, minutos e até horas.

Suas ilustras tem milhares de pequenos detalhes, as formas sao exageradas, quando foi o momento em que você descobriu/desenvolveu essa identidade? Eu sou muito curioso, e tenho um gosto “peculiar” para as artes de um modo geral, na real considero tudo como referência visual, inclusive música, poesia e afins, mas posso citar como grandes referências nesse processo os trampos do Lourenço Mutarelli, Herbert Baglione, Vitché, OsGemeos, Onesto, Nação Zumbi (especialmente o albúm Rádio S.amb.A) e a rua, sou fascinado pela rua. Eu comecei a pintar na rua em 2001, por volta do ano de 2008 eu já estava buscando um estilo de trampo que me diferenciasse da galera, e sempre que mudava o estilo do trampo que estava desenvolvendo na rua, procurava fazer algo totalmente oposto, como se fosse um auto desafio, então comecei fazendo letra (2001), aí fui pros personagens (figurativo) (2003), aí fui pra uns lances meio abstrato gestual orgânico super colorido hahahaha (2009), e por fim então em 2012/13 –passei a fazer uns cubos de 1 cor, com o passar do tempo fui trazendo alguns elementos dos estilos anteriores e essa mistura foi moldando o que veio a ser essa “identidade”..

[DIAFRAGMA] ABERTURA ou F O diafragma na fotografia é o diâmetro da abertura das lentes. Esse diâmetro é um dos fatores que define a quantidade de luz que entrará na câmera, até o sensor. Quanto maior for a abertura, mais luminosa é a objetiva (mais apta para locais com pouca luz).

Outro fator muito importante, tanto na hora de fotografar quanto na hora de editar, é o histograma, um gráfico que mede a luminosidade da foto, auxiliando na obtenção de uma melhor exposição da imagem. Como os visores das câmeras mostram uma imagem compactada de baixa qualidade, muitas vezes o que vemos nesses visores não é o real: podemos achar que a foto está boa, mas pode haver falta ou excesso de luz. Por meio do histograma, podemos corrigir isso, verificar o tipo de luz (dura ou suave) e medir os tons de cinza.

Fotografia é luz, logo, um bom fotógrafo é aquele que sabe manipular a luz. Por tanto, se quiser ser um grande fotógrafo profissional, dedique-se a aprender as técnicas de iluminação e a usar o flash.

Foto: Eduardo Viero

[FLASH]

Fonte: Facebook “Felipe Urso”, 06/2019

[HISTOGRAMA]

Apoie o trabalho do Felipe Urso!

Instagram: @felipe.urso Facebook: @felipeursoartwork Behance: felipeurso 20 Design | Fotografia

Você pinta bastante apenas com preto, branco e cinza; pensa em fazer mais trabalhos coloridos? A ideia é ainda esse ano já fazer algumas coisas coloridas, não vou abandonar os trabalhos em preto, branco e cinza, mas vou abrir mais essa possibilidade do uso de cores.

Na sua opinião, qual o papel do grafitti e até da ilustração no atual momento do país? Acredito que isso depende muito de artista pra artista, e de trampo pra trampo, meu trabalho mesmo raramente tem alguma mensagem relacionada com os fatos atuais, ou alguma conotação política, pra mim eles são mais uma válvula de escape, mas tem a galera que faz trampo contra, tem quem faça trampo a favor do governo (por incrível que pareça). Você sai em rolês artísticos, gosta de grafitar com amigos, ou é algo que gosta de fazer sozinho? Antes do tsunami responsas que se abateram sobre mim nos últimos 3 anos, colava bastante em exposições, e fazia meus roles, uns shows, umas festas, mas acredito que logo menos já consiga voltar pra essa vida hahahaha. Com relação ao rolê de graffiti, se eu pudesse pintava todo dia, e prefiro fazer rolê com a galera, raramente saio pra pintar sozinho, afinal o que fica de lembrança não são os trampos mas sim as ideias trocadas no rolê.

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felipe

Fonte: Facebook “Felipe Urso”, 11/2019

5 dicas de fotografia para iniciantes

Muito detalhe e pouca cor, na ilustração geralmente uso nankin, muitas, gosto muito de texturas e como trabalho só com uma cor fazer com que nada se perca dentro do desenho é um desafio a parte.

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BRASILEIRO BATE RECORDE MUNDIAL DE MAIOR FOTOGRAFIA PANORAMICA SUBAQUÁTICA M

árcio Cabral, 45 anos, autor da maior imagem panorâmica subaquática: uma gigante de 826.9 megapixels de resolução, segundo título do Guinness World Records. Mesmo com o investimento técnico (só o corpo da sua Canon 5DS R custa cerca de US$ 3.700 nos Estados Unidos), o recordista acredita que o mais difícil foi o trabalho fora d’água. “O mergulho com cilindro foi rápido, uns 10 minutos. Mas a pós-produção me tomou cerca de 30 horas de trabalho em programa para juntar as 28 fotos que formam a foto”, explica Cabral, que também é geógrafo, sobre a minuciosa junção de 24 imagens horizontais, duas superiores e duas inferiores.. “Mesmo com a tecnologia, é um trabalho manual em que vou indicando para o programa os pontos exatos da ‘costura’ das imagens”, explica. Produzida em 2018, a foto passou por um longo processo de tratamento, aliado a uma perícia mWais minuciosa da equipe técnica do Guinness World Records, interrompida pela pandemia de COVID-19, em março. Quando perguntado sobre sua paixão por fotografia, respondeu: “Sim, a fotografia de paisagem de certa forma se tornou minha paixão e escolha profissional, mas a geografia está inserida neste contexto. Desde a faculdade eu utilizava a fotografia como uma ferramenta da geografia. O tema de minha monografia foi o Inventário Turístico de Cavalcante – Go, localizado na Chapada dos Veadeiros. As fotografias e os mapeamentos foram fundamentais para descrição das cachoeiras. Como o Geografo Milton Santos disse: “Tudo aquilo que vemos é a paisagem”. Entre conquistas e polêmicas (Cabral ganhou destaque mundial quando 22 Design | Fotografia

Foto: Márcio Cabral

sua foto vencedora no concurso “Wildlife Photographer of the Year” de 2017 teve sua autenticidade questionada e o prêmio devolvido), o fotógrafo segue acumulando prêmios na Europa, Estados Unidos, Austrália e Japão. O fotógrafo se prepara agora para quebrar mais um recorde. Em julho de 2021, Cabral quer voltar à Lagoa com equipamentos mais modernos e fazer uma nova foto com “pelo menos um giga”. Marcio Cabral, geógrafo por formação, começou a fotografar profissionalmente em 1996. Especializou-se em fotografia de paisagem. atividade que se tornou sua paixão. Ao longo destes anos, ganhou um grande reconhecimento em sua vertente. É, atualmente, o fotógrafo brasileiro mais premiados em competições internacionais. Conquistou mais de 100 prêmios ao longo de sua carreira, incluindo os principais concursos de fotografia dentro e fora do Brasil. Foi o primeiro fotógrafoa a desenvolver panoramas de 360° subaquática em cavernas de água doce (em 2010, Nascente Olho D’Água, Bonito/ MS) e com cardumes de tubarões (em 2012, Jardines de la Reina, CUba). Já publicou suas imagens nas principais revistas especializadas em fotografia de natureza como a Outdoor Magazine, BBC Wildlife, Sportdiver, Geo Magazine, Biographic e New Science. Suas imagens também foram publicadas no livro Night Vision, da National Geographic, nos Estados Unidos. Participou de diversas exposições individuais no Brasil e de exposições coletivas na Espanha, Alemanha, Chile, Rússia, Eslovênia, Austrália, Estados Unidos, França, Itália, Holanda e Inglaterra.

Foto: Márcio Cabral

Foto: Márcio Cabral

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GUILHERME SALVINNO Foto: Guilherme Salvino

Foto: Guilherme Salvino

@_thinko_

Guilherme, 20 anos, Guarulhos - Sao Paulo, formado em Comunicação Visual pela ETEC Tiquatira (SP); vem conquistando cada vez mais seguidores após iniciar sua carreira profissional na fotografia.

“eleganza extravaganza” O termo define perfeitamente o trabalho do estudante de design; que exalta a beleza de cada modelo e suas particularidades com uma edição graciosa e elegante.

Quais áreas da fotografia você considera que estão em alta atualmente? Ultimamente eu tenho seguido muito a parte de nu artístico, uma área que para mim está ganhando muito espaço principalmente aqui em São Paulo. Mas também vejo com muita frequência alguns ensaios mais caseiros, do tipo que as pessoas saem só para fazer as fotos, justamente com o objetivo de serem postadas nas redes sociais, o que é um grande forte atualmente.

identidade neles, seja em uma elaboração de conceito, edição ou até mesmo o lugar onde fotografo, por isso é sempre bom se rodear de pessoas que te inspirem e que você admira, seja por conta do trabalho ou até mesmo pela personalidade, isso sempre ajuda. Eu tenho muito em mente de que se preservar algo não é uma coisa boa, as coisas sempre estão em constante evolução, então você preservar algo, chega em um ponto onde isso se torna ultrapassado.

Você tem formação técnica em comunicação visual. No começo do curso sua idéia era aproveitar a fotografia na grade, ou foi uma descoberta? Olha, eu descobri que iria ter fotografia só quando eu estava tendo aula e tive mais contato com as outras turmas, apesar de eu já fotografar antes de entrar no curso eu acabei tendo muitos aprendizados durante as aulas, existiam muitas “tecnicasinhas” que eu não fazia ideia que existiam, então no fim acabou agregando muito para o meu eu atual, e por conta disso me impulsionou a explorar ainda mais essa área, é uma coisa que está em constante evolução, então é sempre necessário buscar novas informações.

Qual equipamento você utiliza? Quando comecei a fotografar eu utilizava muito a câmera do celular, mas depois que fui pegando mais o gosto pela fotografia, fui me aprofundando mais nesse universo. Comprei uma câmera profissional, uma Cânon t5i, a qual eu utilizo até hoje haha.

Existe algum tipo de identidade que você tenta preservar, ou cada trabalho é único? Com toda certeza cada trabalho é único, porém eu sempre tento passar um pouco da minha

Você já teve alguma situação embaraçosa/engraçada enquanto fotógrafo? Eu sou uma pessoa um pouco desastrada haha, então quase todos os ensaios e eventos que eu faço eu caio. O mais recente foi um tombo que levei durante o jantar em um casamento, meu sapato estava molhado e o piso era muito liso! Escorreguei lindamente de bunda no chão, o pior foi que eu caí e por algum reflexo divino eu cruzei minhas pernas, coloquei minha mão no queixo e fiz uma bela pose, tombei, mas tombei no close haha.

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Entre os clientes do designer estyão: BMW, Companhia das Letras, Embratur, FIESP, Folha de S. Paulo, Melissa, Museu da Imagem e do som SP, Natura, Pão de Açúcar, Paulo Freire, Pinacoteca, SESC SP, Teatro Municipal, Unicamp, Unilever; entre outros.

K

iko Farkas é designer e ilustrador formado pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de São Paulo. Funda a Máquina Estúdio em 1987, atuando principalmente nas áreas cultural e institucional. Por ser compacta (atualmente com 4 funcionários) e ter um formato colaborativo, a Máquina Estúdio possibilita que Kiko Farkas e sua equipe imprimam uma marca bastante pessoal em seus projetos, o que faz com que tenham uma identidade profissional amplamente reconhecida na cena do design brasileiro e internacional. O trabalho editorial da Máquina Estúdio se caracteriza pela atenção dada à criação de um projeto editorial que irá gerar as diretrizes do projeto gráfico, com grande importância na edição de imagens. Dedicamos também especial atenção à manuseabilidade do objeto que transportará todo o conteúdo –suas características físicas e funcionamento. Os projetos do estúdio têm se destacado recebendo diversos prêmios, e são constantemente requisitados em publicações especializadas no mundo inteiro como exemplo do melhor design brasileiro. Entre 2003 a 2007 a Máquina Estúdio foi responsável pela comunicação visual da Osesp – Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, estabelecendo importante marco na produção contemporânea de cartazes no Brasil, cujo resultado foi publicado em livro e pode ser visto em muitas exposições no Brasil e no exterior. Em 2005 foi vencedora do concurso nacional para criação da identidade visual do setor de turismo no Brasil. Entre 2013 e 2016 a Máquina Estúdio foi responsável pela comunicação visual institucional da Fundação Theatro Municipal. Kiko Farkas foi criador e coordenador do programa de especialização em Design Gráfico da EBAC – Escola Britânica de Artes Criativas entre 2016 e 2018. Atualmente é consultor para programas interdisciplinares. Kiko Farkas é membro da AGI – Alliance Graphique Internationale, e sócio fundador da ADG Brasil.

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KIKO FARKAS

Nossa missão foi criar a comunicação promocional para a inauguração da nova unidade do Sesc na avenida Paulista, de característica marcadamente tecnológica.

Premiações 2013 – Prêmio destaque para capas da coleção de livros Poemas, Bienal ADG 2011 – Menção honrosa para as capas da coleção de Poesia, da Companhia das Letras na exposição internacional ZGRAPH11 / Croacia 2008 – Prêmio Aloisio Magalhães, da Biblioteca Nacional. Melhor projeto gráfico para o livro Antigos e soltos de Ana Cristina Cesar, IMS 2008 – Jurado do Festival de cartazes de Chaumont / França 2007 – Vencedor, junto com a Companhia das Letras, da concorrência para reedição da obra de Jorge Amado 2007 – Prêmio Jabuti de Melhor capa do ano 2005 – Vencedor do concurso nacional para criação da identidade visual do setor de turismo no Brasil, promovido pela Embratur

Publicações 2020 – Estudos, rabiscos e desenhos – Bebel Books / São Paulo 2014 – Dez designers brasileiros – Ipsis editora / Brasil 2012 – New Masters of Poster Design: Volume Two – Rockport Publisher / Estados Unidos 2012 – Neshan magazine – #28 edition / Irã 2010 – Cartazes Musicais/Musical Posters – CosacNaify / Brasil 2010 – Design 360º – Sandu Publishing Co., Julho, Hong Kong / China 2008 – Latin American Design – Taschen 2009 – New Graphic magazine – Seecoo editors, Julho / China 2009 – Logos II – Taschen 2007 – Experimenta magazine – Setembro / Espanha 2005 – Comunication Arts – Março/Abril / Estados Unidos

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Entrevista O designer aceitou nosso convite e e nos contou um pouco mais sobre sua trajetória como designer e com o estúdio Máquina. O fato de a sua família ser ligar com arte, influenciou isso ou você sempre gostou muito? Eu acho que obviamente influenciou. A nossa casa, a casa onde a gente vive, ela influencia demais a nossa formação, e o meu pai nunca nos disse “faça isso” ou “vá para lá”, sempre deixou a gente a vontade para fazermos o que quisermos. Inclusive ele tinha uma loja, que meu avô fundou, e depois meu pai foi por muito tempo o presidente da Photoptica, e eu acho que ele talvez achasse que um de nós, filhos, iria continuar com o negócio e tudo mais, mas ele nunca nos deu qualquer dica de que ele gostaria, sempre nos deixou a vontade. Mas por outro lado lá em casa tinha uma quantidade de livros e informações das mais variadas procedências. Então a gente acabou tendo contato com esse tipo de coisa, desde pequenos lendo livros, coleções de revistas de design, revistas de arquitetura, de história em quadrinhos, de desenho, de pintura, de música, era sempre um hambiente que tinha muito interesse pela arte pelo próprio desejo do meu pai. Isso acabou sendo uma formação pré escolar. Antes de fazer arquitetura, você passou um ano em Nova Iorque, certo? Na verdade, eu já estava na escola de arquitetura, já estava no terceiro ano. Fui durante. Mas eu já tinha muito claro pra mim que eu não ia ser arquiteto, porque eu gostava mesmo era do desenho. Nessa época eu também tocava violão, tinha um grupo de choro, mas eu sabia que não ia ser músico. Então eu decidi tentar a sorte, conhecer um pouco o universo de fora do Brasil, ver como que outras pessoas viviam ver como era outra cultura, achei super importante fazer isso. E na verdade fui me especializar, fazer um curso de desenho, desenho de modelo vivo mesmo. Mas já estava na escola de arquitetura. Então em 87 você abriu o próprio estúdio, o Máquina. Por que você deu esse nome? Porque naquela época existia uma moda, uma tendência, do designer artista. Nos anos 70, que foram meus anos de adolescência, que foi quando eu descobri as primeiras coisas de design, o design era muito diferente do que é hoje. Hoje o Design é uma coisa muito contida, muito racional, basicamente tipografica, muito duro sem 28 Design | Fotografia

Foto: Kiko Farkas

humor, e nos anos 70 o que se fazia era o desenho expressivo, à mão livre, à pincelada, existia todo um lance social, o design tinha uma efervescência manual, e hoje, com o computador tudo virou muito acético, muito esterilizado, muito limpinho. Então existia um pouco essa ideia que o designer era um artista, e eu achava que designer não devia ser isso, que nosso trabalho era traduzir um conteúdo à maneira muito impessoal, por isso eu chamei de Máquina, porque a máquina é uma coisa que não tem desejo, não tem vontade. Depois de muitos anos, recentemente, eu me dei conta que a maioria das coisas que eu fazia tinha muito mais a ver com a arte do que eu tinha imaginado. Então, acho que hoje eu andei a direção contrária do que eu achei que eu era. Os meus trabalhos hoje tem um viés muito pessoal, muito artístico quase. Sou muito avesso a essa idéia de que o designer é um resolvedor de problemas, eu acho que os designer é um propositor de narrativas, de história, a gente não só resolve, a gente propõe também. Talvez seja uma maneira de contar uma história, ou uma maneira de resolver um problema, mas acho que essa visão de um resolvedor de problemas, um pouco simplória. Você fez a comunicação visual da Orquestra Sinfônica de São Paulo. Você considera esse o seu trabalho mais importante?

Acho que sim. Acho que foi o trabalho que teve mais visibilidade. Foi muito importante, também porque ele colocou o trabalho de cartazes no Brasil de uma maneira que não tinha sido colocada. Então digamos assim que eu tinha uma sorte de poder exercitar esse trabalho com essa visibilidade essa liberdade que eu tinha, acho que é uma coisa que poucas pessoas têm. Na verdade, é um pouco de sorte, e eu também fui buscar esse espaço. Acho que ele é importante de uma certa maneira, ele liberou um pouco o design. Foi um trabalho constante, durou 4 anos, eu tinha muita liberdade, uma série de condições que depois nunca mais houve em nenhum lugar aqui no Brasil. Você não ouve falar de uma instituição que tenha um programa de 4 anos com esse grau de liberdade, de excelência na produção do próprio cliente.

cartazes eram uma produção que tinha lá, mas que ninguém dava muita atenção, eu que falei “opa, aqui tem uma coisa bacana para a gente fazer” e foi aí que o cartaz teve essa vida. Se você tiver um pouco de paciência e interesse, vai entrar no meu site, e vai ter uma área que tem um monte de textos sobre esse trabalho bem interessantes também sobre esse trabalho.

Você foi convidado para esse trabalho, ou foi atrás? No final do ano de 2003 me ligaram da Orquestra dizendo que o maestro estava querendo mudar o fornecedor de design, e tinha visto alguns portfólios, e eu estava entre eles, e então perguntaram se eu poderia mandar uma proposta e eu mandei. Demorou um pouco até eu entender o que tinha que ser feito, o que se esperava de mim, qual que era o trabalho exatamente. Essa história dos cartazes não existia, existia um monte de coisas a serem feitas e os

E como foi trabalhar lá, para o Ministério da Cultura? Foi legal, eu fui para Brasilia algumas vezes. É sempre complicado trabalhar com o governo, porque é muito difícil, nunca tem dinheiro, têm mil questões que você não podem fazer, e impecilhos... Mas por outro lado foi muito legal, eu desenhei o pavilhão, e na verdade foi uma curadoria com mais duas pessoas e era uma época que eu pensava muito na minha ideia de Brasil, era uma coisa que tava muito na minha cabeça, do que você leva pra outro país, do

Você também trabalhou com o Ministério da Cultura em Berlim, você recebeu esse convite por conta do projeto da Orquestra ou foi algo independente? Não, foi independente. Nessa época eu tinha feito a indentidade da marca Brasil, eu estava em contato com o pessoal do Ministério do Turismo e eles me chamaram para fazer a curadoria do pavilhão brasileiro.

que o seu país representa para você. Isso é uma coisa que, hoje em dia, você pensar o que é o Brasil, é desespero. Imagina se você tivesse hoje que fazer um pavilhão brasileiro, se o Brasil fosse participar de uma feira dessa, o que seria.. naquela época a minha ideia de Brasil era muito legal.

Tem algum projeto que você gostaria de ter trabalhado? Eu gostaria de ter participado mais dessas coisas internacionais, dessas exposições, eu gostaria de ter feito isso. Eu gostaria, por exemplo, que aquilo que eu fiz pra identidade do Brasil, pudesse avançar mais e que a gente pudessem progredir e não regredir, como aconteceu. Gostaria que a imagem do Brasil fossem melhor um pouco.

Tem alguma dica que você gostaria de dar para quem está começando no design agora, para quem se inspira nos seus trabalhos? Eu tenho sim, eu acho que a coisa mais importante que a gente pode ter, que a gente deve correr atrás, é ter uma vida interessante, sabe? Você olhar para você e pensar “bom, o que me interessa? O que tem no mundo que me interessa?”, manter a curiosidade de olhar para as coisas e não ficar enfurnado na internet, fazendo piadinha. Olhar para o mundo, olhar para o céu, para

o chão, para si próprio, ouvir música, ir no cinema, cozinhar, viver a vida de uma maneira completa, acho que isso é o mais importante. Porque o nosso trabalho é um reflexo da vida que a gente leva. A gente tá sempre trabalhando sempre olhando, sempre aumentando o nosso repertório, seja ele visual, seja ele emocional, de quando você ouve uma música, lê um livro, vê um filme, isso vai criando dentro de você umas conexões que a gente nunca sabe muito bem onde vão dar, mas elas vão se implicando dentro da gente, e nós vamos ficando mais complexos, mais interessantes. Isso para mim é a coisa mais importante. Obviamente que você tem que aprender um pouco, tem que ter as ferramentas, os programas, os desenhos, acho super importante, mas o mais importante é estar sempre com a cabeça aberta, os sentidos abertos para entender o mundo, isso é fundamental.

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ALEXANDRE CAMANHO S

ão Paulo, 1972. É formado pela USP em comunicação social e, mais tarde, em artes plásticas, área em que estudou com importantes mestres. Como ilustrador, trabalha para jornais, revistas e editoras. Foi agraciado com o Prêmio Jabuti em 2015, na categoria de ilustração em livros infantis com o Os três ratos de Chantilly. Seu traço é fortemente marcado pelo fantástico e caricaturesco. Alexandre Camanho é hoje um dos melhores ilustradores infanto-juvenis do país, com dezenas de livros fascinantes ilustrados ao longo dos últimos vinte anos. E aceitou nosso convite para contar mais sobre sua carreira.

Seu trabalho é focado no bico de pena; existe alguma técnica secundária que, na sua opinião, harmoniza perfeitamente com o bico de pena? Aquarela. Existem outros materiais que podem ser usados com a pena: tinta acrílica, lápis de cor, pastel. Eu já usei muitas técnicas com bico de pena, contudo, as mais simpáticas são as tintas à base de água. Sabemos que o mercado de ilustração no brasil infelizmente não é tão grande. O que te motivou a continuar na área? Eu não sei fazer outra coisa! Heheheheeh! Nos temos que lutar pelo nosso talento. Nenhum governo, fundação ou Ong vai te favorecer, nem te perguntar se você precisa de um lápis melhor ou uma tinta importada. Você precisa mostra capacidade e conhecimento, estudar e se dedicar realmente, para quando a oportunidade aparecer, você estar pronto. Assim você terá êxito! Para quem quer trabalhar com ilustração, ler muito ( pelo menos um livro por mês), estudar arte e ter um belo PORTIFÓLIO!

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Existe algum ritual que você usa para desenhar, uma banda que gosta de escutar ou um pincel preferido? Não tenho ritual. Mas quando a ilustração pede um clima específico ou uma época específica, a música e a história da arte são referências importantes. Normalmente eu escuto Jazz ou música Clássica Existe algum tema que você se sente completamente à vontade para desenhar? Geralmente os contos de fada e de fantasia eu nado com maior desenvoltura!

Você escreve livros, e também ilustra livros, na sua opinião, qual o mais difícil? desenhar para si mesmo, ou para outra pessoa? Depende do trabalho, às vezes é difícil entender o que o autor ou o editor quer. A maioria dos editores não entende de ilustração, isto torna o trabalho um pouco difícil. Quando se está desenvolvendo um projeto autoral a pressão é outra; são discussões a respeito dos conceitos da obra e, de quanto texto vai ter que cortar! Em suma, as duas situações possuem vantagens e desvantagens, são dois lados da mesma moeda. Apoie o trabalho do Camanho!

Instagram: @ale.camanho Site: alecamanho.blogspot.com

Fonte: alecamanho.blogspot.com

Você lembra de qual foi seu primeiro freela, ou a primeira vez que foi pago para desenhar? Sim, foi 1999 para uma revista chamada "Imprensa", era uma caricatura do Eça de Queiroz e recebi na ocasião 150 reais.


Matheus Leite

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fotógrafo baiano Matheus L8, foi um dos vencedores na premiação National Awards, iniciativa criada dentro do concurso Sony World Photography Awards para celebrar o talento fotográfico local e regional em todo o mundo. Esta é a primeira vez que um fotógrafo brasileiro vence a disputada competição. Matheus trabalha com fotografia desde 2015 e cria reflexões sobre como é ser negro(a) no Brasil e no mundo. Dentro dessa proposta também estava a fotografia (acima) batizada de “Afrocentrípeta”, que se destacou ao trazer uma metáfora sobre a complicada história do Brasil envolvendo a escravidão. “Essa foto simboliza a etapa de construção de laços e de uma identidade comum, pois foi dentro dessa conjuntura brasileira que os povos negros construíram uma união e identidade coletiva para sobreviverem à escravidão”, explicou ele, ao defender seu trabalho junto à Sony.

Foto: Matheus Leite

Baiano e primeiro brasileiro a levar premio da sonY

@matheusl8

Matheus relembrou o momento em que recebeu a grande notícia e como contou a boa nova para a família. “Soube por um e-mail da Sony World, em inglês. Meu inglês é amador, então, imaginei que ‘winner’ seria algo como ‘só em participar, você é um vencedor’, mas aí eu joguei no tradutor, pra ter certeza, e fiquei incrédulo, eufórico, sem acreditar que tava rolando isso”, destacou ofotógrafo, que também tem uma carreira musical com o codinome Xauim. Como prêmio, o fotógrafo vai receber a câmera Sony Alpha 7 III (que possui um novo sensor de imagem retroiluminado) e terá seu trabalho exibido na exposição “Sony World Photography Awards”, no palácio Somerset House, em Londres, programada para o final deste ano. Essa será a primeira vez que Matheus terá suas fotos numa exposição. Raillan Santana e Uoston di Alcantara foram os modelos do ensaio.

Figurino: Sofia Costa Assistência: Lucas Oliveira

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MoMA (NYC) anuncia exposição com fotógrafos brasileiros em 2021

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Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) anunciou a exposição “Fotoclubismo: Fotografia Modernista Brasileira, 1946–1964”, a primeira grande exposição em museu da fotografia modernista brasileira fora do Brasil. Em cartaz de 21 de março a 12 de junho de 2021, a exposição terá como foco as realizações criativas do Foto Cine Clube Bandeirante de São Paulo, um grupo de fotógrafos amadores.

Fonte: maisusa.com

A exposição é composta por mais de 140 fotografias que fazem parte do acervo do MoMA; juntas, elas apresentam a variedade de registros deste grupo, além de fornecerem percepções valiosas sobre a estética fotográfica da década de 1950 e reflexões sobre a importância do status do fotógrafo amador hoje. A exposição é organizada pela curadora Sarah Meister e por Dana Ostrander, assistente curatorial do Departamento de Fotografia.

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A exposição Fotoclubismo será apresentada em duas partes complementares e entrelaçadas nas galerias: a monográfica e a temática. Cada uma das seis seções da exibição tem uma apresentação monográfica de um fotógrafo: Geraldo De Barros, German Lorca, Gertrudes Altschul, José Yalenti, Marcel Giró e Thomaz Farkas


abertura de tema

abertura de tema


Fonte: Facebook “Daiana Costa”

lado oposto

DAIANA TERRA Fonte: Facebook “Lado Oposto”

Como é o processo de composição durante a quarentena, todos participam? Todos sem exceção participam. Entretanto corremos devagar com isso justamente para adequar a vida pessoal de todos os integrantes que trabalham e tem suas vidas pessoais. Estamos compondo o EP “Depois do Fim” que é nosso primeiro material de inéditas desde o EP “O Último Ato” de 2018

Transformamos nossas experiências do dia a dia em músicas com o propósito de pregar a paz.

38 Artes cênicas | Música

Ja passaram algum perrengue em algum show? Já passamos em questão de falta de organização e falta de equipamentos. Outros perrengues comuns era questões de energia e potenciadas tomadas. Ou a casa sequer fornecia uma água para os músicos. Mas nada além disso. Com a canção ”Vencedor”; voces trouxeram um estilo mais hard core, bem diferente dos acustico; pretendem continuar nesse caminho? Sim, justamente por ser a pegada que mais nos identificamos. Mas pretendemos abrangir mais um lado emocore hc new york com uma pitada das nossas influências principais do meio.

Apoie o trabalho da Lado Oposto!

Instagram: @ladoospostoband Facebook: Lado Oposto Ouça no Spotify:

Fonte: Facebook “Lado Oposto”

A formação da banda é a mesma desde o início? Não, Em 2017 integrei a formação banda após um convite inusitado do Vitor em que estavamos negociando um amplificador. De lá então passamos a conviver semanalmente para trabalhar nas composições e planos futuros. Após um hiato de um ano a banda retornou com o Felipe da banda Fynez na bateria.

Fonte: Facebook “Daiana Costa”

ormada em 2014 a LADO OPOSTO é uma banda de hardcore melódico. A banda aceitou nosso convite em contar um pouco da sua história e do seu estilo musical.

aiana Terra, 28 anos , bacharel(a) em Rádio e Televisão, pela Universidade Anhembi Morumbi; Técnica em Comunicação Visual, Etec Tiquatira, Centro Paula Souza; e Graduanda em Artes Visuais, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Câmpus Bauru. Daiana aceitou nosso convite e contou um pouco sobre sua experiência com cinema e audio visual!

Já participou da gravação de algum longa ou curta metragem? Sim. Ainda na faculdade , no 5 semestre (3° ano de graduação), eu tive a tarefa de realizar a produção de um curta metragem, onde a estética foi baseada no cinema noir. No cinema noir (pronúncia em francês, em português, ‘filme negro’) é uma expressão francesa designada a um subgênero de filme policial, derivado do romance de suspense. A estética P&B é o que vigora, atraindo um ar de mistério. A narrativa do nosso curta se baseava numa história de amor proibido, onde não se é possível viver esse amor. Em 2018, participei de um longa como assistente de continuísta, no filme ‘Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro’. Foi muito bacana a experiência de participar de um longa metragem, num set de filmagem de verdade, sabe? Antes as minhas experiências se baseavam somente nos estúdios da faculdade ou em gravações independentes.

Fonte: Facebook “Lado Oposto”

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Instagram: @dai_anaterra Facebook: Daiana Costa Instagram de colagens da Dai: @sub__versiva

Levando em consideração sua experiência com o audio-visual, existe algo que chama a sua atenção logo quando começa a assistir um filme? Sim, antigamente, me chamava muito atenção o roteiro, eu ficava vidrada na narrativa e na construção da história. Hoje, por exemplo, a primeira coisa que olho numa produção audiovisual, é se há presença de pessoas negras, e quais os papéis que se destinam a elas. Não consigo mais abstrair a presença desses corpos. Eu ainda hoje olho/ reparo no roteiro, ainda que em segundo

segundo plano atualmente, rs (porque confesso que é algo que eu sou aficionada). O que acha do atual cenário de pessoas negras como protagonistas em grandes filmes? Eu acho realmente ótimo, mas acredito que a presença desses corpos negros tem de vir junto a uma obra de qualidade. Eu não quero só ver pessoas negras nos filmes, quero pessoas negras como protagonistas, diretores, roteiristas, a equipe majoritariamente preta, sabe? Quero ver esses corpos em grandes posições e em narrativas outras. Como por exemplo, onde há filmes em que o número de pessoas negras é considerável, mas qual o tema, escravatura. Então só é possível fazer um filme com a maioriade corpos negros se for com esse tema da história? Uma vez li um tweet de uma mina que falava o seguinte: “crianças negras merecem filmes em que suas narrativas não envolvam somente violência e drogas’... É sobre isso, sabe? Como esses pessoas estão sendo representadas, o que estamos apresentando essa sociedade (Brasil), em que mais da metade da população é preta ou racializada (54% da população, Dados do Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada de 2016)? O que estamos apresentando a essas crianças, será que elas se vêem, como potentes? É urgente criar essas narrativas para aumentar a auto estima dessas pessoas negras, das crianças, da população como um todo. Somos maioria, e isso tem de ser levado em conta em todos os setores da Sociedade.

Artes cênicas | Música

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musica trans negra

desafia o brasil

Q

conservador

Fonte: www.diadamusica.com.br

uando você mora em um país cujo presidente chegou a dizer que preferia que seu filho “morresse em um acidente” a ser gay, não hesita em trazer à tona sua misoginia e coleciona comentários racistas, ser uma mulher trans negra transforma sua voz e seu corpo em um meio de expressão político, tanto no espaço privado como no público. Linn da Quebrada (São Paulo, 1990) e Jup do Bairro (São Paulo, 1993), duas mulheres trans que estão nadando contra a corrente da indústria musical brasileira, conhecem esse desafio e trabalham há anos para romper esse discurso do ódio.

“Sexualidade e gênero são campos abertos de nossas personalidades / O que pode um corpo sem juízo?”, se pergunta Jup do Bairro em seu álbum de estreia, Corpo sem Juízo (Autoproduzido, 2020), no qual nos convida a refletir sobre diversidade e limites físicos autoimpostos. Neste trabalho lançado em agosto passado, a artista brasileira usa seu corpo, o de “travesti gorda, bixa, negra e periférica”, como ela própria se define, e o coloca no centro de uma batalha social contra os cânones corporais, estéticos e de gênero em um país como o seu, o Brasil, no qual as minorias, e especificamente o coletivo LGTBIQ+, tiveram que se levantar de novo diante das ameaças do presidente Jair Bolsonaro de cortar seus direitos. Por meio dos ritmos do baile funk e da música eletrônica, Jup constrói uma narrativa sobre a libertação dos corpos e a reafirmação da própria identidade. Em Transgressão, tema que abre este EP, compara seu processo trans a uma lagarta em metamorfose, traçando sua jornada em um ritmo onírico de sintetizadores. “No sufoco criado da minha própria mudança/ Uma mucosa com vazio e falsas esperanças/ No aperto do casulo da minha própria criação/ Pensando em morte inevitável, me preparo pra morrer na solidão”, canta Jup

Jdo Bairro nessa canção composta quando ainda era adolescente. Mas no sufoco pessoal que expressa em suas canções existe também um grito coletivo e uma denúncia social. Em Corpo sem Juízo, a canção que dá nome ao disco, a artista brasileira dá nome próprio às centenas de pessoas trans e travestis assassinadas todos os anos em seu país. As cifras, com 130 assassinatos em 2019, fazem do Brasil o país mais perigoso para esse coletivo. Por trás dos números, jovens como Theusa Passarelli, conhecida ativista trans que foi morta no Rio de Janeiro, e a quem Jup do Bairro presta homenagem, resgatando e sampleando sua voz para esta canção. “É como enfrentar a morte e permanecer imortal”, entoa Jup na letra. Igualmente contundentes são os temas de Linn da Quebrada: “Me arrumei tanto pra ser aplaudida mas até agora só deram risada”, diz em A Lenda. Uma letra que faz parte de seu primeiro disco, Pajubá (Vinyl, 2017), e na qual ataca um “eles” que parece ser um reflexo do poder político, mas também dos executivos da indústria musical que por anos a mantiveram à margem. Porque, embora a música brasileira tenha raízes na cultura negra, os músicos de maior renda ainda são principalmente brancos e cisgênero. Com Pajubá, Linn ajudou a combater essa realidade, com letras que mesclam humor gay e

e crítica social, conseguiu que travestis e trans negros pudessem se ver refletidos na música e passassem a ser reconhecidos e incluídos na corrente artística principal. Neste álbum, Linn redescobre sua identidade e leva às últimas consequências a ideia do corpo como terreno político. Uma filosofia que ressoa nas suas canções e em todos os seus projetos artísticos, em que a dança e a presença cênica se tornam uma luta visceral. Isso fica claro em seus shows, performances e na participação em documentários como Meu Corpo é Político (Alice Riff, 2017) e Bixa Travesty (Kiko Goifman e Claudia Priscilla, 2018). Um filme autobiográfico, este último, em que Linn fala abertamente do machismo que enfrentou no final de sua transição e em que esta artista brasileira proclama que foi ela quem “quebrou a costela de Adão” para se tornar a “nova Eva”. Um ressurgimento que agora continua no que será o seu novo disco, Trava Línguas (2020), do qual já antecipou nas suas redes A nova Eva, peça musical sobre a libertação dos corpos. Bixa Travesty também mostrou a poderosa aliança de Linn da Quebrada e Jup do Barrio. Uma bomba artística de mulheres trans, negras e periféricas dispostas a abrir novos espaços e questionar juntas o status quo de um contexto político tão conservador. Artes cênicas | Música

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SER DRAG E SIMBOLO DE:

O

novo mercado para artistas já existentes que sempre estiveram à margem. É como canta Gloria Groove em Império: “e olha só como o jogo virou, do nada cê liga a TV nóis ta na Globo e abre espaço pras donas sem torcer o nariz, que elas já chegam no estilo Imperatriz “. As drags estão transformando os debates, as conversas e a nossa cultura. Elas chegaram pisando fundo e tudo indica que podemos esperar muito bate cabelo dessas novas divas tão ricas em som, em letra e em montagens.. Com nomes como Pabllo Vittar, Lia Clark, Aretuza Lovi e Gloria Groove, a cultura LGBT está ocupando o mainstream com seus ritmos, estilos, vozes e sonoridades, rompendo as barreiras da heteronormatividade e acrescentando mais diversidade à cultura do Brasil.

Foto: hickduarte

movimento LGBT vem passando por momentos difíceis no Brasil. Além das censuras às obras artísticas produzidas pela comunidade, a persistência do projeto da “Cura Gay” tem contribuído para o clima pouco acolhedor a quem não se encaixa nos padrões heteronormativos. Porém, mesmo em meio a todo esse cenário, quem acompanha o meio pop do país tem percebido um movimento de resistência. Apesar do estouro recente, a cultura drag no Brasil não é novidade. Ela apenas não tinha a visibilidade e a proporção que começamos a ver hoje. Ver tantas drags ganhando os palcos é um avanço em questões de representatividade. Meninos e meninas que se identificam com a cultura LGBT, que gostam de se montar e de se apresentar de maneira fora do padrão dos seus gêneros, passam a se ver representados e enaltecidos na grande mídia. Além dessa questão, as drags estão abrindo um

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A

Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais divulgou, nesta quinta-feira (27), os finalistas do 19º Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. A premiação será no dia 10 de outubro, com cerimônia transmitida pela TV Cultura. A abertura dos envelopes com os vencedores será ao vivo e o Troféu Grande Otelo será entregue diretamente na casa de cada um deles, depois da premiação. Entre os destaques desta edição está o pernambucano Bacurau, com um total de 15 indicações. Os finalistas concorrem em 32 categorias e foram escolhidos em votação pelos sócios da Academia. Liderando em indicações está Bacurau.

Fonte: pheeno.com.br

Música | Cinema 45

MELHOR LONGA-METRAGEM FICÇÃO -A Vida Invisível, de Karim Aïnouz. -Bacurau, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. -Divino Amor, de Gabriel Mascaro. -Hebe – A Estrela Do Brasil, de Maurício Farias. -Simonal, de Leonardo Domingues. MELHOR LONGA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO Alma Imoral, de Silvio Tendler. Amazônia Groove, de Bruno Murtinho. Bixa Travesty, de Claudia Priscilla e Kiko Goifman. Estou Me Guardando para Quando o Carnaval Chegar, de Marcelo Gomes. O Barato de Iacanga, de Thiago Mattar. MELHOR DIREÇÃO Daniel Rezende por Turma da Mônica – Laços Flavia Castro por Deslembro Gabriel Mascaro por Divino Amor Karim Aïnouz por A Vida Invisível Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles por Bacurau

Fonte: www.vortexcultural.com.br, “Divino Amor”

Fonte: cineclick.uol.com.br, “Amazônia Groove”

Fonte: ceara.gov.b, “Bacurau”

Grande Prêmio do Cinema Brasileiro divulga finalistas

Confira os indicados nas principais categorias:

MELHOR ATRIZ Andrea Beltrão como Hebe Camargo por Hebe – A Estrela do Brasil Bárbara Colen como Tereza por Bacurau Carol Duarte como Eurídice por A Vida Invisível Dira Paes como Joana por Divino Amor Julia Stockler como Guida por A Vida Invisível MELHOR ATOR Daniel de Oliveira como Stênio por Morto Não Fala Fabrício Boliveira como Simonal por Simonal Gregório Duvivier como Antenor por A Vida Invisível Marco Nanini como Pedro por Greta Silvero Pereira como Lunga por Bacurau MELHOR ROTEIRO ORIGINAL Beatriz Seigner por Los Silencios Carolina Kotscho por Hebe – A Estrela do Brasil Flavia Castro por Deslembro Gabriel Mascaro, Rachel Ellis, Esdras Bezerra e Lucas Paraizo por Divino Amor Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles por Bacurau

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É verdade meninxs. A previsão do tempo é de muito arco-íris, com pico nos próximos dias. Quando escutarem o trovão, já sabem… é Rajadão que está chegando por aí. Espero que vocês gostem do clipe. Está sensacional e com uma surpresa inesperada.

PABLLO VITTAR | 111 | 2020

abllo Vittar serviu os fãs mais uma vez com o clipe poderoso de “Rajadão“, seu novo single que ganhou vídeo na noite de quarta-feira (23). Com cenas em live-action misturadas com animação, a cantora entregou o seu louvor eletrônico em uma produção caprichada assinada por Leocádio Rezende, Ernna Cost e Combo Estúdios. Em uma ação inédita com o site de meteorologia Climatempo, Pabllo trabalhou a divulgação de “Rajadão” nas últimas semanas e foi revelando, aos poucos, pequenas surpresas para os seguidores. Pabllo Vittar iniciou uma campanha Rajadão Experience juntamente com a empresa de meteorologia Climatempo com ações de marketing sobre o novo single. A música faz parte do álbum “111“, lançado entre o final e o início deste ano em duas partes. Na coletânea, Pabllo misturou de tudo um pouco para criar o que ela chamou de sua “playlist de aniversário”, já que o nome do álbum é em referência à data de seu nascimento, 1º de novembro. “Rajadão” mistura vocais que lembram música gospel com eletrônico e sucede os hits “Parabéns” e “Amor De Que“.

Foto: Ernna Cost

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Fonte: impactoms.com

Fonte: cosmonerd.com.br

RAJADÃO

Apaixonada pelo universo dos animes, Pabllo misturou imagens dela e de uma animação elaborada pelo Combo Estúdio, responsável por “SuperDrags” da Netflix e Any Malu Show da Cartoon Network. A animação, que é o primeiro clipe da cantora nesse formato e demorou cerca de oito semanas para ficar pronto, traz ainda easter-eggs para os vittalovers mais atentos. “Rajadão” caiu no gosto dos fãs da artista ao trazer uma sonoridade que lembra o estilo musical gostepl, que teve grande impotância na formação musical de Pabllo Vittar. Mas para dar um “sabor” a mais, ela acrescentou uma virada fantástica, com batidas eletrônicas que não deixam ninguém parado. Apaixonada pelo universo geek, Pabllo Vittar, que já virou Funko e personagem do game The Sims 4, virou anime no videoclipe de seu novo single, Rajadão, do álbum 111. Lançado na noite desta quarta-feira (22) em seu canal do Youtube, o clipe é uma composição mista entre imagens da cantora e uma animação que compõe cerca de 70% do vídeo.

VAI COMEÇAR O


Tempra

Fonte: Facebook “Tempra Palace”

palace

24 anos Artista Multidiciplinar

R

Fonte: Facebook “Tempra Palace”

Fonte: Facebook “Tempra Palace”

Fonte: Facebook “Tempra Palace”

omulo Lopes produtor e DJ, residente da zona leste de São Paulo, Guaianases, Vila Rosa, nome por trás do projeto @temprapalace promove uma viagem nostálgica pela house music conectando o público com a periferia através dos grooves e das batidas de broken beat que prometem aquecer a pista desde o primeiro segundo. O baile tá garantido! Romulo aceitou nosso convite e nos contou sobre suas refências, seu processo de criação e sobre a rotina na quarentena.

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Quais as suas principais referencias NÃO musicais? (livros, filmes, artistas, literatura, etc...) Começando pelos livros, Haruki Murakami é uma das minhas referências, através dele que embarquei de vez no mundo do realismo-mágico o que me levou a pesquisar e conhecer mais o nosso continente, quando penso em cinema sempre me pego pensando no Wong Kar-Wai, Xavier Dolan, Gaspar Noé. Acaba que sou uma pessoa que está sempre pesquisando e buscando novas referências. Como é a sua rotina na quarentena em relação a arte? Nos primeiros dias foi um turbilhão de coisas novas, produzindo 24/48, o ultimo trabalho que lancei pelo selo Coyribe foi inteiramente produzido durante os primeiros dias da quarentena mas com o passar dos dias fui diminuindo a frequência com que produzia algo novo e passei dar mais espaço para estudar do que só produzir, me cobrar menos com a ideia de que precisava criar algo novo a cada dia que passava. Suas canções influenciam nas suas ilustrações, ou são coisas distintas? Música para mim é algo muito visual, quase todas as minhas produções começam comigo imaginando as pessoas, as roupas, drinks, pista da balada e coisas assim, mas até hoje ainda não criei um paralelo entre minhas ilustrações ou colagens e a música, são coisas distintas, por enquanto Até agora, qual foi o momento mais especial da sua carreira? Sem dúvidas foi ter sido convidado pela Converse Brasil para fazer parte da All Stars,

coletivo/plataforma de jovens criativos ao redor do globo, através desse projeto pude coloborar em um remix de um som do Channel Tres artista que desde muito tempo sou fã a acompanho o trabalho. A musica Deep no BR vem crescendo aos poucos, como enxerga a sua musica no panorama musical atual? É animador, aqui no Brasil durante um tempo a cena de musica eletrônica ficou um pouco adormecida mas nunca deixou de existir, lembro de ir na Metanol anos atrás com não mais que algumas dezenas de pessoas, hoje em dia a gente tem a Mamba que é conhecida internacionalmente, ODD, diversos selos, festas e ambientes que fomentam a música eletrônica em suas mais diversas facetas. Voce pensa em compor musicas com letra? Com certeza, mas não em cantar, minha principal pesquisa musical é o Broken Beat genêro da eletrônica que nasce na inglaterra nos anos 2000, uma mistura de house, techno, jazz, hip-hop e até influências de rock progressivo quando chega na Alemanhã, a maioria das músicas dos produtores de Broken Beat são cantadas, é o que dá o molho para o som. Apoie o trabalho do Tempra Palace!

Instagram: @temprapalace bandcamp: Tempra Palace Ouça no Spotify:



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