M E M Ă“ R I A S
E
A F E T O S
Ricardo Gomes Perrone
9 0
A N O S
Ricardo Gomes Perrone
Família que Corre Unida... Um episódio interessante foi a participação do Ricardo em um Rallye, com um velho citroën de sua propriedade, cujo co-piloto foi o vovô Perrone (seu bisavô). Não me recordo de sua classificação final.
Renato
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90 anos
O Tempo Nos Teus Olhos Escrever sobre alguma coisa que aconteceu em nossas vidas, desde que nos conhecemos é muito difícil pois o tempo que desfrutamos juntos e com nossas familias é muito longo: 38 anos!!!!! Valeu o esforço e a campanha feita pela Graça e Eliane desde que nos separamos de nossos marido/ esposa. Três anos depois, os primeiros encontros em Torres, na tua casa nova, em fevereiro de 1981, (momento de violão) e na primeira noite galeto na casa das duas cupidos. Encontros nas aulas de pintura que sugeri fazermos à noite na casa da Verinha Paiva : passei vergonha quando vi a beleza e perfeição do teu desenho. Baita mico. Até o dia 12 de junho quando recebi um ramalhete de rosas vermelhas onde sugerias que transformássemos nossa amizade até então em branco e preto em amizade “colorida”. Minhas filhas curiosas leram o cartão antes de eu chegar do trabalho e acharam o máximo.!!! É claro que eu também gostei. E aí passa um filme na minha mente: o Maverik vindo me buscar e nossos fins de semana em Torres com a Laura e a Dóris nos acompanhando. A Graça, Ayrton, Nanda e Ju frequentemente junto conosco. As caminhadas na beira da praia, o alemão do pão, as refeições na furninha, o Zezo trazendo alho de casa para te oferecer. Em 1986 vendi a casa da Auxiliadora e comprei um terreno para o qual fizeste o projeto. Ficou ótima!!!! Compraste o sítio no dia em que o Ricardo do Marcelo e Rejane nasceu e anos depois fizeste a casa onde passamos muitos fins de semana, onde a Dóris e a Lara moraram e criaram codornas. Também moraste lá no sítio enquanto eu ia fins de semana . Passou o tempo.... Casaram os filhos.... E então nossas grandes alegrias: o nascimento dos netos!!!!! 3 no primeiro ano: Carolina, Luciano e Thaise. No ano seguinte Rafaela.. Zeca em seguida e dois anos depois... Thiago e Vinicius. Faltava uma menina, que finalmente chegou num domingo de carnaval: Ana Paula. A compra do apartamento em Gramado, sua reforma, então também me aposentei – 1998. Netos crescendo, estudando.... formaturas... viagens... trabalhos. Tudo isso tiveste a felicidade de acompanhar, participando sempre. Então, em 2012 realizaste um sonho antigo: voltar a morar na beira de um rio, como quando eras criança. Mas, infelizmente, também neste ano, a Ângela nos deixou. Tantas datas compartilhamos, tantos episódios de alegrias e preocupações vividas, com nossos filhos, netos e amigos. Hoje é mais um dia de festa, quando nos reunimos para festejar teus 90 anos de vida! Deus te ilumine sempre e te dê vida longa com muita saúde!!!!!! Prost!
Leo
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Ricardo Gomes Perrone
Estórias do Ricardo 1. Local: Torres. Época: idos de 1957. O RICARDO era um verdadeiro parceiro da gurizada. Estava sempre disposto a inventar uma atividade pra movimentar a turminha. A temporada de praia, na casa do Tio Chico, para nós guris, perderia muito de sua alegria sem a presença do Ricardo. Me lembro das “baratinhas de corrida” que ele moldava em torno de nós, na areia da praia, junto à barraca alugada pelo Tio, que nos faziam sentir como verdadeiros pilotos. Lembro, também, das “incursões mar a dentro” na companhia do Primo, quando passávamos a nado a última rebentação. Hoje não teríamos, certamente, coragem e fôlego pra esse tipo de aventura.
2. Local: aniversários e outras reuniões familiares: Época: desde 1947 até hoje. O RICARDO, desde que me dou por gente, sempre fez imitações muito engraçadas do sotaque germânico dos parentes de minha Mãe (Amália), típico das colônias alemãs. Ele faz, inclusive, as entonações e os gestos característicos desse povo além de criar termos, em um “português alemoado”, quando não conhece o correspondente em alemão, como, por exemplo “peruhen”, significando perú e outros que nós achávamos engraçado. Minha Mãe adorava isso, fazia coro com a palhaçada e morria de rir com Ele.
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90 anos
Nossos verões eram mais divertidos com ele 3. Construção da Igreja Nossa Senhora Auxiliadora – idos de 1951 mais ou menos: São impagáveis as estórias que o RICARDO conta, sobre as peripécias do meu tio, Monsenhor Leopoldo Hoff, durante as obras de construção da nova igreja paroquial da Auxiliadora, da qual Ele era o idealizador e o RICARDO o executor. Essas ocorrências, motivadas pela truculência e pelos preconceitos próprios do Monsenhor, não raro geravam brigas e ameaças por parte do Ricardo de que iria deixar a obra, o que, na verdade, nunca ocorreria. Esses incidentes, hilários pelo seu conteúdo, envolvendo sempre a administração da obra, e principalmente a presença de obreiros “polacos” e a contratação de um “Calculista Judeu e Imberbe” (características inaceitáveis à época, por um padre de origem germânica), são contados, pelo RICARDO, imitando o jeitão e os trejeitos característicos do Padre, tornando as narrativas muitíssimo engraçadas. 4- Discussão entre o RICARDO e o DEGRAZIA no carro – década de 70, acho. Certa vez, o Degrazia (marido da minha irmã Arminda) convidou o Ricardo para dar algumas opiniões na construção da casa do seu sítio, em Viamão. Estávamos indo pra lá, o RICARDO, o Degrazia, que dirigia o carro, meu Pai (Tio Tércio) e eu quando, lá pelas tantas, conversa vai conversa vem, surgiu uma diferença de opiniões banal entre o RICARDO e o Degrazia, não me lembro sobre que assunto. O negócio foi gradativamente engrossando e evoluiu pra uma discussão bastante acalorada, em altos brados, em que o RICARDO chamava a Folha da Tarde (o Degrazia era o diretor do jornal) de algo como “Pasquim integrante da “Imprensa Marrom” e o Degrazia destruía o BNH (onde o RICARDO era o Chefe Local do Pedaço). O clima ficou pesado durante a vigem de ida, mas, quando desembarcamos no sítio, com a calma e sábia mediação do Tio Tércio, felizmente o “mal-estar” foi, naturalmente, desaparecendo e tudo voltou às boas de sempre, como era de se esperar. Essas são algumas das passagens interessantes que me lembro de ter participado no gratificante e, infelizmente, pouco frequente convívio que venho tendo com Esse Primo Querido que está completando noventa bem vividas primaveras. RICARDO, no momento que te dou meus parabéns por tudo que já realizaste e pela pessoa vitoriosa que sempre foste, desejo a Ti e à Leo, Companheira Inseparável, muitas alegrias nessa data e que Vocês tenham sempre muitas felicidades junto aos seus queridos Familiares.
Beto 5
Ricardo Gomes Perrone
O domador de feras Como entendi que é para exercitar a memória os 2 breves “ causos “ se passaram em Torres há pelo menos 60 anos. O primeiro é que o Tio Ricardo sempre me perguntava “ qui tá hacendo....” normalmente quando eu estava fazendo alguma “arte” ( essa foi super difícil lembrar pô, pois são mais de 60 anos, porém ficou gravada na minha memória ! ). A segunda é que o Tio Ricardo “abrigava” meus encontros secretos com a minha primeira namorada na casa dele em Torres (aquela bela casa que sei que está lá até hoje). Ela era 2 anos mais velha que eu (imagina!) e eu “ já” tinha 10 anos ( incompletos). O nome dela era Margareth Link mais conhecida como Maggie. O tio me protegia porque tinha ser longe dos olhos da fera (o pai) e ir até a casa dele desde a casa do vô Chico podia.
Fernando
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90 anos
Dindo Capitão do Dragão Verde O que falar do Tio Ricardo... Meu querido Padrinho, meu Dindo mais charmoso talentoso!!! A primeira lembrança que surge...foi em 1972, anos, quando fomos ao antigo Aeroporto do encontrar e também nos despedir do Tio & Família, se mudando para Escócia. O que me veio foi me desculpem os primos e tia... mas só me lembro estava lindo, elegante, parecia um artista famoso com aquele blazer com botões dourados, era galã Capitão!!! Outra lembrança, foi um presente que ganhei... volta da Escócia... ele me trouxe um ursinho tinha os braços e perninhas articulados. Acho gostei de urso!!! Outras lembranças... já com meus 15 anos, eram Torres, em sua bela e agradável casa... Adorava super calmo e muito piadista, pegando sempre cantando ao violão, inventando paródias... E o q falar do DRAGÃO VERDE!!! Este p mim famoso e inesquecível!!! Relíquia e peça rara E a última, mas não menos importante lembrança, tempo, na casa da Luisa e Alexandre, quando sobre sua infância, sua adolescência... daí pensei... destinos se encontram! Naquele momento, percebi...e me senti agradecida pais, por terem me dado a honra de ser além afilhada de alguém tão parecido comigo... Tantas tantas semelhanças... E fiquei muito emocionada com algumas revelações...E também pude presenciar um momento, para sempre achar o meu Dindo, tão introspectivo, emocionar na minha frente... tão vulnerável... filhas (Laurinha e Silvia) que agora estavam segurar a saudade... mas não deu... Obrigada por poder agora conviver contigo... Dindo Capitão do Dragão Verde!!! Agradeço também ao Alexandre pela festa, a mais uma filha, do que uma nora! E agradeço a Laurinha e com certeza a Carol, desenvolver e proporcionar a elaboração do livro, que sem dúvida, será memorável!!
Afilhada Tupamara Claudia.
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Ricardo Gomes Perrone
Meu tio, o Lorde Tio querido, mesmo não tendo a oportunidade de convivermos, infelizmente, sentimos um grande orgulho e admiração pelo ser humano que és. Exemplo a ser seguido por todos nós! Pai, avô e tio admirável, talentoso e reconhecido arquiteto, artista plástico, poeta, conectado e antenado, generoso dentre muitas outras virtudes. Além de elegantérrimo, um verdadeiro lorde! Te desejamos FELICIDADES eternas, muita SAÚDE e PAZ, AMOR infinito e que sejas sempre tão amado! Gostaríamos muito de estar celebrando aí contigo, mas acredite, estamos de coração! PARABÉNS TIO! Parabéns por todas as tuas conquistas! Beijos e abraços carinhosos de teus admiradores e sobrinhos.
Marisa, Fernando e família.
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90 anos
Aquele doce; doce lembrança As estórias são tantas... mas eu me lembro lá no apartamento da esquina (que eu esqueci agora o nome da rua) do Moinhos, que o tio Ricardo fazia (agora eu não consigo lembrar se era) ambrosia ou sagu, que eu dizia que era o melhor que eu já comi, que ele fazia maravilhosamente bem! E tem outros casos que eu agora não me lembro, mas eu me lembro que eu elogiava que o tio era o melhor fazedor... agora não consigo lembrar se era ambrosia ou sagu, que são dois doces gaúchos que eu amo. O sagu eu sei fazer, mas ambrosia não. Me lembro que o tio Ricardo fazia maravilhoso; era muito bom! Outra coisa marcante, mas o Jojo vai me matar, é o tio Ricardo em Torres, pegando o violão e cantando: “o que fede fede, o que fede mais, são as cuecas que o João não tira mais.” O João ficou conhecido como “o João das cuecas” por causa da música do tio. As lembranças que eu tenho com o tio Ricardo são sempre com muito carinho, muito querido, ADORO o tio Ricardo!
Clarisse Perrone - falando ‘debadacama’
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Ricardo Gomes Perrone
Um dindo à frente de seu tempo As lembranças que tenho da infância com meu tio e padrinho, são sempre de uma pessoa carinhosa, inteligente em que eu confiava muito. Sempre tinha palavras reconfortantes e na minha opinião,mais avançadas, que a maioria do seu tempo. Tenho a sorte e a Felicidade de aos 64 anos poder estar aqui, comemorando os noventa dele, e ainda sentir o mesmo orgulho e confiança que sempre me passou. Tem sido um aprendizado constante esse relacionamento com o meu amado dindo de quem tenho, além de amor, uma enorme admiração. Vamos continuar juntos nessa jornada! Um beijo com muito amor da tua sobrinha e afilhada! Te amo muito!
Eliane
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90 anos
Mágicos Miolos de Pão Quando penso no tio Ricardo sempre me vem à memória, como fotos, os alegres momentos vividos em Torres. Desde que eu era criança e ele me encantava com seus desenhos, histórias e aquelas figurinhas mágicas que seus longos dedos faziam com o miolo do pão. Quando casei o Ayrton também descobriu no tio Ricardo o parceiro pra dividir “histórias em alemão” . E aí, como se estivesse na genética, a Juliana e Fernanda se “apaixonaram” pelo tio Ricardo. Em Torres a casa dele era quase o anexo da nossa... e as horas partilhadas lá eram infindáveis e maravilhosas. Sempre tinha muita coisa acontecendo. E agora, mesmo depois de tantos anos em que elas moram longe, a casa do tio Ricardo continua a ser o ponto de encontro obrigatório quando elas vêm ao Brasil morreeeeeendo de saudades dele e da Leo. Querido tio Ricardo com certeza minha infância foi tingida de giz com as cores dos teus desenhos. Te amo.
Das Graças
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Ricardo Gomes Perrone
Torres anos 80 Fotos de Torres, primeiro veraneio, lá se vão 40 anos. Tio Ricardão no violão, boleros, MPB, Bossa Nova, é eu sempre acompanhando. Até que no meio das férias, nos embalos do carnaval, o tio aprontou uma surpresa, começou a dedilhar no violão uma modinha em minha homenagem, que entrou para a história, apesar das controvérsias. “O que fede fede, o que fede mais, são as cuecas que o João não tira mais...” Eu tentei explicar que era um kit com 4 cuecas iguais, mas não teve jeito, o que valeu foi a gozação! Bons tempos! Boas lembranças do primeiro veraneio na casa de Torres!
João do Ribeirão
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90 anos
Pelas Areias de Torres Esse “causo “aconteceu em Torres no início dos anos 80. Era uma manhã ensolarada e muito ventosa. Eu o Santo Pai estávamos na praia e resolvemos caminhar até os molhes. Como o vento deixava as melenas do pai desgrenhadas, ofereci um grampo de cabelo, imitando couro de tartaruga, pra ele prender a franja indomável. Ele aceitou.Com a franja presa, iniciamos nossa pernada. Durante a caminhada, encontramos o Faccioni, o então governador Amaralzinho, o Dietrich (colega do pai no BNH) e outros conhecidos. O pai parou e cumprimentou todos eles. Quando retornamos, olhei pro pai e ele ainda estava usando o grampo. Pensei no que as pessoas pensaram quando viram ele, o Gerente Regional do BNH, caminhando na praia de Torres usando grampo de tartaruga no cabelo...não aguentei e cai na risada.
Laís
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Ricardo Gomes Perrone
Tal Pai, Tal Filho Antes de formado ainda peguei meu primeiro bico em obra. Foi uma obra em Torres do seu Ricardo. Trabalhava de Sol a Sol e fiz a construção acontecer em 3 meses. O Seu Ricardo em Porto Alegre no ar-condicionado. Eventualmente, quando ia na obra sempre reclamava do meu interesse em absorver o conhecimento popular, como o causo “a lataria que roubava carteira”. Apesar da resistência dele, foi provavelmente essa minha interação com a classe laboral que permitiu concluírmos o obra em tempo recorde apesar das repetidas demolições exigidas pelo “Arquiteto”.
Alexandre
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90 anos
Mirsinho e o Tuiuiu Era mais ou menos por essa idade, na casa da Xavier Ferreira, que fiz o pai passar vergonha (uma das vezes kkkkkkk). Havia um pedreiro que já era “da casa”, Seu Pedro! Um dia, lembro que estavamos em frente porta garagem, os dois conversavam e eu olhando , de repente olho para ele e digo: “seu Pedro por que o Sr. tem o nariz assim tão grande e achatado?” O pai ficou mudo e ele naturalmente respondeu sorrindo: “porque eu nasci assim. “Nunca mais esquecemos desse “mico”, lembras Mircinho?? Teria várias histórias para contar com o pai, mas vou relatar a mais marcante para mim... Foi no momento mais importante da minha vida, quando Luciano nasceu. Assim que bolsa “rompeu” fomos para apto do pai e de lá para HMV, onde ele ficou comigo até a madrugada. Fui para o quarto morrendo de fome, ele prontamente foi a lanchonete e me trouxe uma torrada (de presunto e queijo) e um copao de suco de laranja!!! Do HMV fomos para o apto dele, lá ficamos um bom tempo. Ele nos “cuidou” com a maior dedicação e carinho, as fotos não negam... E como de hábito, colocou um apelido no Luciano: Tuiuiu (do Pantanal) kkkkkkk Jamais esquecerei esse momento de acolhimento e muito afeto! Te amo.
Silvia
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Ricardo Gomes Perrone
Desde 1971 ensinando pelo exemplo Memórias não são simplesmente eventos do passado, mas experiências que se fazem presentes até hoje em nossas vidas pelo teor emocional que contêm. Com o meu amado pai, único para mim, (por isso não apenas “pai”, mas Mirso, uuuoooohhh Mirsinhimiiii), tenho muitas experiências e todas se fazem presentes até hoje. Meu pai me ensinou não por palavras, mas pelo exemplo em tudo o que fez e, principalmente, como o fez, na vida. Quando criança tive o privilégio de passar tempo de qualidade com meu pai nos finais de semana, quando ele cuidava de mim. Assistimos à “O Campeão” e “Super Homem” juntos, e juntos completamos os álbuns de figurinhas. E se faltava cola, meu pai fazia uma caseira a base de maisena. Fomos ao teatro dos “Saltimbancos” e muitos outros. Tocamos violão e piano juntos. Desenhamos juntos. Teve também muitas tardes no autochoque, roda gigante e planetário. E se a noite fosse fria, nosso pai fazia um zabaione (zabaglione) maravilhoso. Mas se o problema fosse dor de garganta, ele preparava um chá de limão e açúcar milagroso. Pois já na minha adolescência, num final de semana dos milhares que passamos em Torres, meu pai me disse uma parábola simples que me acompanha até hoje. Ele me disse: “Quando os filhos são crianças, andamos na frente deles para que saibam o caminho. Quando amadurecem um pouco, andamos ao seu lado. Já não ditamos o caminho, mas se o filho se desviar muito, ainda podemos estender a mão e os puxar de volta pra rota. Mas quando os filhos se tornam adultos, então os deixamos seguir seu rumo, fazer suas escolhas, e seguimos atrás. Mas se a qualquer momento eles precisarem de mim, basta olhar para trás e aqui estarei.” A Presença do meu pai é o maior Presente que tenho dele. Muito obrigada, pai! Te amo e respeito muito!
Laura 16
90 anos
Páscoas são especiais Apesar das maiores lembranças q tenho serem de Torres, aqui em SD não tenho fotos dessa época. A casa do tio Ricardo em Torres sempre era um ponto de encontro quando dávamos nosso role de bike. Só não podíamos andar pela grama, senão ele ficava de cara. A minha Páscoa favorita foi lá em Torres na casa dele. A Laurinha, a Dóris e a mãe decoraram a casa com várias pegadas do Coelho e eu amei!! Beijos tio querido e muita saúde!! Parabéns pelos 90 anos muito bem vividos!!
Juliana Konze
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Ricardo Gomes Perrone
Calças curtas 1. Lá no começo dos anos 90, quando alguém mexeu no plano diretor de Torres e os prédios começaram a pipocar pela praia, minha família costumava passar cerca de um mês veraneando por lá. O que, além de nos garantir um bronzeado imbatível, me permitia mim conviver mais de perto com o tio Ricardo. Esse convívio se dava principalmente na casa da praia da família dele já que, salvo engano meu, o tio não era muito fã da beira do mar em si. E foi numa dessas ocasiões em que ele se “aventurou” a caminhar as duas quadras até o mar que guardo uma lembrança quase aleatória, mas muito importante. Tio Ricardo apareceu na orla com uma traje de banho azul especialmente curto. Não deu outra, em poucos minutos todos meus tios já faziam discretas piadas e comentários sobre as penas e a escolha ousada do modelito. Nisso, o tio elegantemente respondeu que havia aprendido com o tempo que a moda era cíclica. E que esse calção de banho era prova disso, já que o possuía desde os anos 60. E que, se bem guardado, uma peça de roupa poderia acompanhar muitos veraneios. Hoje muito se fala desse tipo de consumo mais consciente, de reaproveitar, de se reinventar. No fim não lembro da roupa de mais ninguém naqueles dias. Só de um calção realmente curto e que agora, uns 20 e tantos anos depois é capaz de estar na moda novamente. Mas muito mais do que isso. O que tio Ricardo ensinou sem querer, enquanto apenas desviava de piadinhas de seus parentes, foi de focar no que é realmente importante. 2. Poucos anos atrás, quando o meu desafio não era entender a moda, mas sim caber em roupas de 20 anos atrás, eu estava visitando ele no apartamento do Moínhos de Vento e recebi uma das maiores declarações de amor da minha vida. O tio me disse que sabia da minha forte relação com o vô Marco, e que agora que ele tinha partido, que eu poderia tomar ele, Ricardo, por avô substituto. Fiquei muito feliz e, como podem imaginar, emocionado com suas palavras. Mas vamos lá, tio Ricardo. Isso é coisa que se diga? Espero que ele saiba que não precisa ser colocado no lugar de ninguém pra ter um papel especial na minha vida. E que sendo avô, tio-avô, tio, amigo, ídolo, o que for, já está sempre comigo onde eu for. Mas tio Ricardo é esperto. Desconfio que ele disse essas palavras apenas para me pegar de calças curtas.
Dudu
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90 anos
Esse Coelho sabe das coisas Tio Ricardo Meu tio avô querido Tenho lembranças maravilhosas da minha infância na casa dele em Torres. A melhor Páscoa da minha vida foi lá. Não me lembro exatamente quanto anos eu tinha. Só me lembro de acordar e ao abrir a porta do quarto tinham pegadas do coelhinho. Me lembro do sentimento de alegria que o coelho sabia q estávamos lá e passou pra deixar um chocolatinhos pra mim.
Nanda
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Ricardo Gomes Perrone
De Carrancudo a Sogro Preferido Nunca vou esquecer o dia que te conheci, em Torres. Eu disse para o Alexandre que não voltaria para lá porque tinha achado que eras brabo e carrancudo. Então o “rico filhinho” ficou 15 dias tentando me convencer que eu estava errada. Voltamos para Torres e tive que admitir que ele tinha razão. Conheci então uma pessoa muito querida, que adora uma conversa e um cafezinho. Sinto falta daqueles cafés no final da tarde que nós três tomávamos, antes de casar. Estás sempre disposto a ajudar, a escutar. Queres ver todos sempre por perto. Sempre cabe mais um, mesmo quando a casa já está lotada. Sempre levarei comigo a lembrança daqueles verões em Torres, que eu enchia a casa com meus amigos e amigos dos meus filhos. E tu ficavas assistindo os jogos de vôlei sempre feliz, nunca reclamaste do barulho ou bagunça. Já escrevi isto outra vez, mas gostaria de repetir. Feliz Aniversário, muita saúde e muita alegria. Obrigada por tudo! Por seres este sogro querido (e teimoso) este avô sempre presente. Um grande beijo na nora preferida.
Luisa
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90 anos
Ao Nosso Faraó Caro Ricardo, Hoje é um dia extraordinário, é festa e comemoramos os teus noventa anos. Amadurecer traz consigo muitas coisas belas. Tu tens contigo muita bagagem de uma longa jornada percorrida. Uma riqueza de experiências. Um tanto de alegrias e também de tristezas. Com sorte posso eu também chegar aos noventa assim como tu. Quero de coração te felicitar pela conquista de tão respeitável idade.
Horst
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Ricardo Gomes Perrone
Cliente PPP Troncho, escrevo aqui com alegria como representante dos clientes ppp (escolho não explicar o que cada p significa, entendo ser mais adequado afinal tu sabe bem). Os clientes ppp são os mais especiais, pois são os que dão mais trabalho e não pagam de jeito nenhum :) Sou uma dessas sortudas e posso dizer que fui contemplada com vários projetos cheios de detalhes, vários pensares, com muitas horas dedicadas aos traços e as conversas recheadas de perguntas, opiniões, risadas e “algumas” discussões. Do que minha memória lembra o primeiro projeto foi de um viveiro para passarinhos... Bem, depois desse foram vários e só de casas em que morei foram três, sendo cada uma delas projetada e adaptada com muito cuidado às necessidades da nossa família.
Ana - cliente ppp
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90 anos
Cuca Fresca Ah, agora lembrei de uma história! Em 86 quando saí do primeiro para o segundo grau, sai da escola pública para a particular, que eu matava bastante aula e fiquei em recuperação em 11 cadeiras. Aí o Troncho me deu um Keep Cooler para cada recuperação que peguei.
Dóris
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Ricardo Gomes Perrone
Meu Arquiteto Favorito Não tenho a mesma habilidade do que tu com as palavras, me expresso melhor por imagens. Mas não posso estragar o layout do livro, portanto vou escrever na tentativa de chegar aos pés de alguns belos textos que tem aqui nesse livro. As minhas memórias não são tão antigas, e as antigas, nem tão claras. Portanto vou falar da sensação que tenho em relação às memórias. A primeira sensação é de presença. Que tu sempre estiveste presente. E não só de corpo, mas de espírito. Estar sempre presente e atento é uma enorme habilidade, de poucos. Isso é admirável em ti, vô. A segunda sensação é de orgulho. Sempre admirei tuas habilidades artísticas - aliás é até estranho para mim quando penso na pessoa que te descrevem no passado - pois para mim tu és uma pessoa sensível, um artista. Além disso, orgulho pela integridade com que todos de enxergam. Outra sensação que me vem à mente é de cuidado. Tu sempre cuidaste de todos e fez questão de ter espaço para unir a família. Enfim, eu poderia listar mil outras lembranças e sentimentos. Mas hoje gostaria de, principalmente, te parabenizar e agradecer. Por estar ao nosso lado todos esses anos, sempre com interesse a apoio. E fico feliz de poder seguir um pedacinho dos teus passos. Essa semana dei minha primeira aula na Arquitetura da UFRGS e lembrei muito de ti. Espero chegar perto de construir o que tu construiu. Feliz Aniversário, vô. Te amo e admiro muito.
Carol
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90 anos
Esse Guri vai Longe! Vô Ricardo, sempre gostei dos teus carros, começando pelo “Averick”, mas onde te fiz uma surpresa foi no tratorzinho de cortar a grama, lembras? Combustível é caro e estava sem combustível, ai resolvi te ajudar e enchi o tanque com... água!
Luciano
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Ricardo Gomes Perrone
Era uma vez uma Montanha Era uma vez uma montanha... Essa montanha tinha traços muito simbólicos, que se juntavam de uma forma tão harmoniosas. A criança orgulhosa queria mostrar para seu avô!! Olha vô, olha que linda minha montanha! O avô muito compreensível (só que não haha) disse: Veja bem minha querida, isso daqui não é uma montanha, é uma bunda! Não acredito, disse a criança, então se eu fizer um sol no meio, melhora? O avô dando risada responde, agora parece que tá saindo um coco. Resultado? A criança fica traumatizada e nunca mais desenha montanhas. E vira a história da vez e pede para a pobre criancinha desenhar de novo, para que assim se comprovasse a teoria vista por outro ponto de vista. Fim. Beijos
Thai
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90 anos
A Vida não é Nada Senão Tudo que se Cria Já comecei mentalmente este texto umas centenas de vezes. No papel algumas tantas outras. É tão difícil escrever algo pra ti. Tem tanta coisa pra ser dita, tanto momento vivido junto, historia compartilhada, lembrança, que às vezes nada parece tão relevante quanto o simples fato de estarmos aqui vivendo no mundo neste momento e espaço de tempo. E isso é tudo. E isso se torna tão irrelevante no dia a dia das pessoas que chega a ser banalizado. Esquecido. Não questionado. Fui me dar conta que tu era um ser humano. Te perceber humano, indivíduo, te desvincular da imagem de “meu avô”, que construi na minha infancia e amadureci durante minha adolescencia, não faz muito tempo. Te enxergar humano me aproximou mais de ti. Fez com que eu me interessasse mais por te descobrir. Por me relacionar contigo como pessoa. Como igual. De um mesmo local de escuta e fala. Um amor diferente. Uma relaçao mais crua, pra mim. Me fez enxergar nossa existencia aqui como possibilidade para algo mais do que simplesmente aceitarmos que somos avo e neta e que isso por si só já é suficiente. Passei a experienciar nossa relaçao de outra forma. Recentemente tu me contou sobre tu ter visto Prana no sitio em um dia contemplativo e após comentou sobre os seres que te acompanham há anos, na hora me empolguei. Me abri contigo, te revelei sensações e experiências mais sutis que vivi, a medida que tu tambem te revelava para mim. De todas nossas infidaveis conversas essa, sem dúvida, foi a que mais me marcou. Para mim, naquele momento, criamos uma conexão e nos mostramos um ao outro de uma forma que nunca tinha acontecido. Novamente te vi humano, em toda tua luz. Pela primeira vez nos despimos do papel de professor e aluna e nos expusemos um ao outro admitindo nossos medos, momentos íntimos e talvez mais verdadeiros da vida. Àqueles que normalmente acontecem no silêncio de nossa propria companhia. Entendi ali que em todo teu desenvolvimento como ser humano, terrestre, tiveste momentos de buscas espirituais e energética. Aprendi nesse dia que mesmo o homem mais científico, regrado, contido em suas emocoes so encontra na arte sutileza e nas suas relacoes amor, porque se permite experienciar o divino. Um dia escrevi que a ‘a vida não é nada senão tudo que se cria’. Sou muito grata e feliz pela relação que criamos e seguimos construindo dia a dia, nos multiplos papéis que nos aventurarmos viver dentro dela, que se modifica e fortalece a cada ano. Cada vez mais percebo o quão sabia foi a natureza por nos fazer viver essa relação aqui e agora. Aprendo muito contigo e sei que sempre será assim.
Rafa 27
Ricardo Gomes Perrone
Melhor Veraneio Lembro como se fosse ontem, de um veraneio em Torres, fora no ano de 2006, onde, ficamos uma semana naquela magnifica casa somente eu,vô,Thiagoeclaro,aMara.Sempreocupações, tecnologias e atucanações maternas de que horas acordar, banho, que horas almoçar, ir e voltar da pra praia e ir dormir. Passávamos o dia conversando e se divertindo, claro que a tardinha o vô nos pedia para comprar sonho pra nós (guris), mas, sabíamos que era ele que queria. A noite ficávamos desenhando, vô fazendo uns projetos e eu e o Tiago só no debocho, do nada ele começava a “Aula de Hebraico”, dai vinha (de forma repetitiva) os termos: “Pegueguecário”, Osvaldo Agãnha esquina Fernandes Viêga, Gábino Zeca, etc. Não há quase fotos desse veraneio, mas, o que importa são as ótimas lembranças que ficaram.
Zeca
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90 anos
Kinika na Katêla Seria difícil escolher apenas uma história para o livro, melhor, então, lembrar dos ensinamentos e exemplos que foram e ainda são passados. Do exemplo de ética e honestidade, de nunca abrir mão dos seus ideais e de sempre escolher o caminho certo ao mais fácil. De sempre pensar no bem-estar dos outros antes do seu próprio, do zelo que sempre teve por nós e por todos. Sempre se esforçando para reunir a família ao seu redor e para agradar a todos. Enfim, espero que ainda possa me transmitir muitos ensinamentos e exemplos, que foram e são essências na criação do meu caráter e na pessoa que me tornei. Fica aqui o agradecimento, o parabéns e o carinho do neto que tanto te ama.
Thiago
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Ricardo Gomes Perrone
O Nome Da Rosa Istmooo!! Vôzinho, pediram pra eu contar uma história nossa, eu fui pensar e me dei conta que temos taantas histórias, que eu não consigo nem escrever sobre elas. Então, eu resolvi escrever sobre o quanto tu é importante pra mim e como eu sinto tua falta nos meus dias. Quis contar aqui, da nossa saga com a minha tatuagem. Anos pedindo desenhos teus para fazer uma tatuagem, e tu, sempre me olhava fazendo muitas caretas, tentando me convencer de não fazer. Depois de um tempo, do nada, decidi que eu queria uma rosa, bem bonita, desenha por ninguém mais, ninguém menos que o “OVO”. Tu, do teu jeitinho, fez vááárias opções, para que eu pudesse escolher a que eu gostasse mais. Escolhi, e no dia de faze-la, tentei de várias formas que tu me acompanhasse no processo, tentativas sem sucesso… Preciso contar, que eu morria de medo que tu não gostasse dela quando ficasse pronta. Quando ficou pronta, fui correndo na tua casa pra te mostrar (eu tava muito nervosa), e tu sério, olhava todos os detalhes, em silêncio. Abriu um sorrisinho e disse que “tava legal”. Só fui descobrir que tu realmente tinha gostado, quando eu te vi contando pra outras pessoas, sobre a linda rosa que eu tenho na minha costela. Ela é só um pedacinho do amor e admiração que eu tenho por ti, e que carrego comigo pra sempre. Brigada por ser esse vô mais que incrível, que está presente em todos os momentos da minha vida! Eu te amo muito, sinto saudades todos os dias, das tuas piadas, brincadeiras, implicâncias, ideias de “caras” pra eu casar e tudo mais que vivíamos no dia-a-dia
Ana Paula
30
90 anos
Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto... E conversamos toda a noite, enquanto A via-láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: “Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?” E eu vos direi: “Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas.
Olavo Bilac
Todo jardim começa com um sonho de amor. Antes que qualquer árvore seja plantada ou qualquer lago seja construído, é preciso que as árvores e os lagos tenham nascido dentro da alma. Quem não tem jardins por dentro, não planta jardins por fora e nem passeia por eles...
Rubem Alves 31
M E M Ă“ R I A S
E
A F E T O S
Ricardo Gomes Perrone
9 0
A N O S