E N G S I D Núcleo NGEDS DESIGEI AOTSDG LE T GESIGN DEDS DESIGN
SUMÁRIO O que é Design? História Design e Arte Tipos de Design Ferramentas do Design Design Gráfico Como avaliar um bom Design Design Editorial Web Design Design Institucional Fotografia Princípios básicos Gestalt
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Composição no Design Cor e harmonia Design industrial Marketing
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Design
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palavra não faz sentido para muitas pessoas e mesmo assim aparece em grande parte do nosso dia-a-dia, então o que nos resta é parar e pensar porque surgiu essa denominação. O design foi criado para atender às necessidades do consumidor e atualmente as empresas utilizamno para apresentar diferenciações no produto afim de se destacar no mercado. Porém, ele não é somente aquela roupa que tem um visual que desponta das outras ou aquele carro que tem um item que os outros não tem, design é a adição da funcionalidade com a forma sendo um processo criativo para solução de problemas que afetam todos os sentidos. Por essa preocupação em agradar o público, as pessoas associam design a bom gosto
De forma mais científica temos um termo originalmente derivado do latim, designare, que mais tarde foi adaptado para o inglês, porém como antigamente no Brasil não era aceitável termos estrangeiros para cursos graduativos, o primeiro nome reconhecido aqui para o design foi desenho industrial. Isso nos leva a pensar que design é basicamente desenho, mas essa profissão mexe com objetos, imagens, planejamento, etc. Hoje design pode ser considerado mais equilibrado visto que temos um mundo globalizado e com trocas de informações que superam aos poucos as diferenças culturais. Anteriormente fazer um projeto que agradasse uma cultura diferente de onde era produzido era um problema visto que era forte a não apreciação de uma identidade visual fora dos padrões.
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ISTÓRIA
Muito mais que um conjunto de fatos ocorridos no passado, a história se caracteriza pelo relato do historiador, sob determinado ponto de vista. Ao longo de muitos anos, os fatos podem ter seu sentido totalmente desvirtuado – fatos que para alguns não têm importância alguma, para outros tomarão grandes proporções, portanto o processo de seleção de fatos e a avaliação de sua relevância fazem parte de uma importante etapa da pesquisa histórica. Se a história, mais do que um conjunto de fatos, é um processo de repensar o passado, qual será o sentido de se repensar o passado para o design? Ao buscar as origens do design nas suas atividades correlatas – artes gráficas, artesanato, pequena indústria/ manufatura – seus precursores e sua importância para a consolidação do design como atividade profissional, não podemos desconsiderar as manifestações de um período anterior ao modernismo, que originou o design moderno. A importância de se pesquisar a história do design — principalmente no Brasil onde os estudos nessa área ainda são escassos — é essencial para a busca de novos caminhos e interpretações para a profissão. Cronologicamente, na Europa e nos Estados Unidos, já se considera naturalmente o ponto de partida para o design o período pós-1a Revolução Industrial, no início do século XIX, quando a padronização entre produção e consumo foi alterada pela cultura comercial. (JOBLING & CROWLEY, 1996:1-12)
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No Brasil, o medo em afirmar que produtos da mesma época tinham design se deve principalmente ao conceito estabelecido de que a atividade de design no país teve início apenas em meados do século XX. Para afirmar que no Brasil havia a prática de atividades relacionadas ao design desde o século XIX, as quais evoluíram até chegar ao design que se conhece hoje, é preciso confrontar essa postura, demonstrando que tal prática era concebida com significado. A pesquisa histórica em design permite buscar justamente aquele fragmento de informação que lhe dará a “prova”: isto é uma atividade projetual, isto é design. O conhecimento e divulgação das experiências não-acadêmicas de design, anteriores ao ensino sistematizado no país, chama atenção para a riqueza cultural que esses objetos representam e mostram que a história do design brasileiro pode ser mais extensa do que se imagina. No caso do design gráfico, o artista gráfico comercial que fez parte do passado e que criou marcas, identidades de empresas e produtos, embalagens, jornais, revistas e livros, anúncios e reclames utilizando a tecnologia que dispunha, sua habilidade, talento e subjetividade, trabalhava de forma bem parecida com a que os designers trabalham hoje. Vanessa Maia
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Design e a Arte
relações entre o design e a arte
Oquestionamento do caráter artístico do design é uma das
questões que tradicionalmente mais preocupam os jovens que se deparam com os seus problemas conceituais pela primeira vez. A resposta mais simples à questão “o design é uma arte?” é “não”: design não deve ser chamado de arte, considerando a forma como a história da arte moderna e contemporânea encara o design. Isso porque a partir do século XIX o termo “arte” ganhou um sentido ideológico ligado a uma produção material individualista e transcendente, enquanto que o design defendia uma atividade funcional que atendesse à sociedade. No século XIX novas necessidades sócio-económicas levaram a uma separação nas atividades ditas artísticas, havendo a partir daí uma diferenciação gradual, mas bastante evidente, entre designers e artistas plásticos.
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É importante entendermos que “arte” não precisa ser um termo restritivo ligado a qualquer atividade profissional. E. H. Gombrich, famoso historiador de arte, procurava em sua obra não produzir uma leitura relativista da arte, daí a afirmar que “nada existe realmente a que se possa dar o nome de
Arte”.
Cartaz de Toulouse-Lautrec para o Moulin Rouge, 1891. Cartaz de Toulouse-Lautrec para o Lotion Edista.
Ou seja, arte é um valor, e não um fenômeno da natureza. Qualquer coisa pode ser chamada de arte desde que alguém a considere assim, não precisa ter sido feito por um artista plástico, ou um designer.
07 Porém, outro historiador da mesma geração que a de Gombrich, o italiano Giulio Carlo Argan, propõe uma visão mais abrangente da arte moderna, entendendo-a como momento de reavaliação de si mesma em sua crise histórica, considerando aí os vários campos do design (como a arquitetura, o urbanismo e o design em si mesmo) como manifestações artísticas legítimas da modernidade. Vale ressaltar, porém, que com a reestruturação do consumo de massas no período pós-moderno, assim como junto de um processo de fetichismo acentuado da produção industrial, novas definições epistemológicas do design são necessárias, fatalmente afastando-o consideravelmente da arte contemporânea. Já o designer norte-americano Henry Dreyfuss procurava desenvolver um design voltado para a funcionalidade e segurança do produto.
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08 Mas como a forma usual da palavra “arte” tem sido, muitas vezes, ideologicamente restritiva, não há interesse por parte dos designers de se sujeitarem às ideologias de outras áreas. Isso se deve ao facto de existirem várias ideologias que desvalorizam o design e a reprodução técnica.
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DESIGN NGEDS DESIGEI NGNDSG GESIGN NDEDS DESIGN
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VW Polo BlueMotion: Dalí & Magritte
Para o lançamento do Polo BlueMotion, a Volkswagen e a agê da linha lançada em 2007: a Blue Motion. Linha que emite um
São dois anuncios bem fantasiosos, apresentados com referê Magritte. O objetivo da campanha é mostrar o quão absurdo é a econo Confira as peças:
ência DDB Germany, prepararam uma campanha em cima m nível menor de carbono.
ências artísticas das obras de Salavador Dalí e René
omia e o baixo consumo de energia que o automóvel utiliza.
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DESIGN
IPOS DE
DESIGN DE COMUNICAÇÃO
DESIGN VISUAL
É um processo criativo (disciAtuando em qualquer mídia ou plina de metodologia livre) que suporte da comunicação visual. visa a construção de mensagens. que utilizam a perspectiva.
DESIGN GRÁFICO Forma de comunicar visualmente.
DESIGN EDITORIAL Especialidade do design gráfico que realiza o projeto gráfico na editoração, está intimamente ligado ao jornalismo.
DESIGN DE EMBALAGEM Reponsável pela forma da própria embalagem, considerando problemas de ergonomia e estética tri-dimensional.
DESIGN TIPOGRÁFICO É a criação texto,
arte e o processo de na composição de um física ou digitalmente.
DESIGN INSTITUCIONAL Designer gráfico especializado em design institucional estão: Identidade Visual, Imagem Corporativa e Jornal Segmentado Empresarial
DESIGN DE JOGOS
DESIGN DIGITAL
É uma extensão da prática do design de software, onde o foco Profissional que usa a criatividade e é a criação de jogos eletrônicos. a técnica para desenvolver interfaces digitais interativas, atrativas e eficazes.
WEBDESIGN DESIGN DE PRODUTO
Extensão da prática do design, onde o foco do projeto é a criaTrabalha com a produção de ção de web sites e documentos objetos e produtos tridimen- disponíveis no ambiente da web. sionais para usufruto humano.
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IPOS DE
DESIGN DE HIPERMÍDIA DESIGN DE SOM Processo técnico e criativo de manipulação, criação e organização dos elementos sonoros de um filme, de uma peça de teatro, de um concerto ou de uma gravação de música, do software de jogos de computadores ou qualquer outro projecto multimedia.
DESIGN AUTOMOBILÍSTICO Visa tornar os automóveis produtos de consumo com identidade própria, além de buscar aperfeiçoamentos técnicos como maior segurança, uso de materiais ecológicos, conforto e apelo visual.
DESIGN DE ILUMINAÇÃO Ocupa do projeto do uso da luz interna e externa dos ambientes, com fontes naturais e artificiais.
DESIGN DE JÓIAS Arte de produção de jóias que envolve todos os aparatos ornamentais Guilerme Coelho
Documento hipermídia contém imagens, sons, textos e vídeos, adaptar conforme as necessidades do usuário.
DESIGN DE MOBILIÁRIO Vertente do design de produto e uma das áreas de maior importância no design de produto brasileiro, pois o mobiliário brasileiro é um dos poucos bens de consumo duráveis que é exportado. É também uma área em que arquitetura e design de produto se entrelaçam.
DESIGN DE INTERIORES Uma técnica cenográfica, visual e arquitetônica de composição e decoração de ambientes internos. Planejar e arranjar espaços, escolhendo e/ ou combinando os diversos elementos de um ambiente estabelecendo relações estéticas e funcionais que dependam do fim a que este se destina.
DESIGN DE MODA Profissional que usa suas habilidades, imaginação e criação gráfica para a confecção de desenhos modelo nas mais diversas áreas, como roupas, acessórios, etc.
ED SOPI
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FERRAMENTAS
DO DESIGN
O profissional que trabalha na área de design tem como objetivo criar, planejar e desenvolver. Mas como é feito um projeto? Que materiais devem ser utilizados? Foi por essa causa que serão brevemente apresentados nove materiais na área de softwares, desenho e acabamento que ajudam na etapa de realização do projeto. Diego Barcelos
SOFTWARE Photoshop: Adobe Photoshop é um editor de imagens bidimensionais (digitais) e trabalhos de pré-impressão, desenvolvido pela Adobe Systems. É considerado o líder no mercado dos editores de imagem profissionais. Sua mais recente versão é a Adobe Photoshop CS4 disponível para os sistemas operativos Microsoft Windows e Mac OS X. Pode ser rodado também no Linux, através da camada de compatibilidade Wine.
3Dmax: Anteriormente conhecido como 3D Studio Max, 3D Max é um programa de modelagem tridimensional que permite renderização de imagens e animações. Sendo usado em produção de filmes de animação, criação de personagens de jogos em 3D, vinhetas e comerciais para TV, maquetas eletrônicas e na criação de qualquer mundo virtual.
Illustrator: Adobe Illustrator é um editor de imagens vectoriais desenvolvido e comercializado pela Adobe Systems. Foi criado inicialmente para o Apple Macintosh como complemento comercial de software de fontes da Adobe e da tecnologia PostScript desenvolvida pela empresa. O Adobe Illustrator está atualmente na versão Adobe Illustrator CS4 e está disponível para Macintosh e Windows.
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DESENHO Pastel seco: Serve para desenho artístico em tela ou papel. Tem cores vivas que oferecem ao artista a pureza total das cores, além de serem também misiveis entre si. Pode ser e diluído em água e as cores não sofrem alteração ou escurecimento após secagem. Caracteriza-se por um traço suave e seco. Carvão: Carvão vegetal é útil para trabalhos em papel ou tela. Material versátil indicado para estudos, esboços, aplicação com técnicas mistas e trabalhos artísticos finalizados. Recomenda-se uso de verniz spray fixador para preservação do desenho de carvão sobre papel.
Cores especiais: As chamadas cores especiais são misturadas fisicamente, e não visualmente, ou seja, se é necessário um laranja especial, não vai misturar-se o magenta com o amarelo, e sim comprar a tinta laranja do tom exato. No Brasil, as cores especiais mais utilizadas são as produzidas pela Pantone possui catálogos com todas as suas cores impressas em dois tipos de papel, o revestido (coated) e o não-revestido (uncoated)
Posca: Caneta Posca é uma marcadora de tinta pigmentada à base de água. Ápos utilizá-la em cima de outra cor é posspivel um encobrir essa quando estiver já seca a tinta. Tem uma variedade de cores vibrantes e a tinta não escorre sendo filtrada de modo que você possa escrever em cima de uma pilha de papéis. É Multiuso em qualquer superfície escreva sobre o metal, vidro, plástico etc.
ACABAMENTO Papel couché: O papel couché é um tipo de papel especial, consiste basicamente de um papel convencional, que recebe sobre sua superfície uma ou mais camadas de revestimento de tintas a base de pigmentos inorgânicos que conferem ao papel melhor acabamento superficial e consequentemente melhor qualidade de impressão. Verniz: A aplicação de verniz é um recurso que pode ser utilizado por algumas impressoras off-set ou por máquinas específicas para sua aplicação. Os vernizes são compostos incolores utilizados para a proteção dos impressos ou para sua decoração. Quatro tipos de verniz são utilizados pelas gráficas: brilhante, fosco, acetinado e perolado.
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DESIGN GRÁFICO O trabalho de um designer gráfico se resume em resolver problemas de comunicação é um processo técnico e criativo que utiliza imagens e textos para comunicar mensagens, idéias e conceitos: é informar algo de forma inteligível a certo público utilizandose de imagens, tipos, cores, etc. Pode ser aplicado em qualquer mídia, seja impresso em papel, em embalagem, na tela, em animação, etc. É um processo técnico de comunicar visualmente utilizando textos e imagens para apresentar informações, idéias e conceitos. A prática de design gráfico envolve um espectro de habilidades cognitivas, estéticas e habilidades em tipografia, artes visuais e diagramação de páginas, utilizadas para informar, identificar, sinalizar, organizar, estimular, persuadir e entreter, resultando na melhoria da qualidade de vida das pessoas. O trabalho dos Designer Gráfico está inserido no cotidiano da sociedade através de marcas, logotipos, símbolos, embalagens, livros, jornais, revistas, posters, folhetos, catálogos, folders, placas e sistemas de sinalização, camisetas, aberturas e vinhetas de cinema e televisão, web sites, softwares, jogos, sistemas de identidade visual de empresas, produtos e eventos, exposições, anúncios etc. Eduardo Diaz
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COMO AVALIAR O DESIGN?
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O Designer deve conjugar aspectos criativos, técnicos e orçamentais, tendo em conta o contexto e a apetência do destinatário, para obter bons resultados. Os consumidores não analisam a imagem mas reagem a ela e são eles, em última instância, quem dita o sucesso ou o fracasso de um negócio. Por isso o trabalho não tem de agradar ao gosto do cliente do designer, mas sim do consumidor. O designer deve ser um agente neutro no projeto de um produto, mas também uma garantia de qualidade final, a qual, por sua vez, envolve o impacto social e ambiental deste (ao nível ecológico e humano). Por isso, como produtor de objetos, o designer deve saber que o seu trabalho deve contribuir para facilitar o dia-adia das populações, seja ao nível ecológico, evitando o ruído visual, por exemplo, direcionando corretamente a mensagem, pensando na funcionalidade e utilidade do objeto, mas também projetando de acordo com cada cultura e estado social. Por isso avalia-se o desing pela resposta ao problema. Um trabalho pode ser esteticamente pobre mas ser bem funcional ao nível estético para o seu público, e nesse sentido também é função. Depois, também pela eficácia na resolução do problema pelo qual foi criado (na transmissão de uma mensagem, por exemplo), a qual está relacionada com o bem-estar e lucro do emissor (empresa que encomendou), e na utilidade, ou seja, o utilizador tem mesmo necessidade dele e não é molestado por este (não constitui ruído, nem o prejudica economicamente, nem moralmente), assim como é responsável (procura ser amigo do ambiente). Daniel Raposo
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Design editorial é uma especialidade do design gráfico que realiza o projeto gráfico na editoração. O Design editorial está intimamente ligado ao jornalismo. Por este motivo, o designer gráfico (seja o diagramador, o infografista, ilustrador, editor de arte, etc.) está sempre em parceria com o jornalista.
ESPECIALIZAÇÕES DE DESIGN EDITORIAL DESIGN DE LIVROS
DESIGN DE REVISTA
O design de livros é uma das formas mais antigas de design editorial, considerada uma das áreas definidoras do design gráfico e talvez a base para a estruturação básica de publicações em geral.
O design de revistas tem sido uma das áreas mais influentes do design gráfico contemporâneo. Um dos principais formadores do design da revista moderna foi Alexey Brodovich e um dos designers mais importantes no processo de desconstrução da revista contemporânea foi David Carson.
DESIGN DE JORNAL
No design de jornal, a diagramação DESIGN VISUAL: segue os objetivos e as linhas gráficas Equivale a design gráfico, mas suge editoriais desse impresso. As princi- ere uma ampliação de campo por pais linhas editoriais para a diagram- não se restringir ao meio impresso. ação incluem a hierarquização das matérias por ordem de importância. DESIGN DE COMUNICAÇÃO VISUAL: Refere-se a projetos que envolvem linguagem visual. Abrange o design gráfico e as atividades de criação em mídias não impressas como CD-ROM, internet, televisão, cinema etc. Design de embalagens: Aplicação dos princípios básicos do design no projeto de uma embalagem ou de um sistema de embalagens.
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10 DICAS PARA UM DESIGNER EDITORIAL
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Ao longo do tempo tenho constatado que muitos designers (de revistas e não só) têm alguma dificuldade em “sistematizar” o seu trabalho. Muitos confundem “ser criativo” com “ser um baldas irreverente”. Pela minha parte tento sempre ser “out of the box” e sou muito reivindicativo (já me chamaram várias vezes “sindicalista”) mas ainda assim acredito em sistematização. Não vale a pena inventar a roda, essa já está, por isso gastemos o nosso tempo com outras coisas. 1 – TALENTO NÃO É TUDO O talento conta em qualquer profissão e claro que no design também é importante, mas não faz o trabalho sozinho. Trabalhar no duro e ter alguma sorte também são factores essenciais. Quem já tem muito talento vai-se dar ainda melhor se trabalhar “à séria”. Investir na sorte já não é a minha especialidade, mas posso-lhe dizer que também dá trabalho tê-la.
3 – QUANDO SE DESTACA TUDO, NÃO SE DESTACA NADA.
Quando alguém escreve um texto ou tira uma foto vai achar sempre que isso é a coisa mais importante do mundo. Vai-se sentar ao lado do designer e pedir destaque ao título, ao texto, à foto, à legenda, ao número da página, a tudo. Quando der por isso terá destacado tudo, porque tudo 2 – A MAIORIA DO TRABALHO é importante. E é, mas tem que viver com hierarquia. Há coisas que são É CHATO mais importantes do que outras e é Na faculdade e nos livros ficamos com a ideia que o trabalho de um designer é sempre “bacano”, “cool” 4 - NÃO VIVA OBCECADO COM e cheio de estilo e desafios uns atrás O PROBLEMA, PROCURE A dos outros. Ora no mundo real a coiSOLUÇÃO. sa acontece de forma “ligeiramente ” diferente e todos teremos que mex- Todos os designers são obceser em muita papelada, negociar, dar sivos por natureza, acham sempre preço ao trabalho, ajustar vírgulas e que “ainda não está bom” e “eu aitextos durante várias horas, trabalhar nda consigo fazer melhor e melhor com clientes chatos e editores bur- e melhor”. Se já tem a solução, não ros. No final de muitas horas disto prolongue o problema. Há muito traainda não tiver desistido, chega um balho para ser feito além desse. Um dia em que apanha uma equipa de Editor meu costumava dizer “mais imsonho e faz uma publicação memo- portante do que a revista fechar muirável. A “moral” deste ponto é que to bem, é fechar!”. Ele estava certo. se não aprender a gostar e aceitar o trabalho chato nunca terá sucesso.
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5 - COMECE POR FAZER O QUE SABE
8 - DEFENDA AS SUAS IDEIAS
Isto também pode ser dito como “desenha o que sabes primeiro”. Comece pelo início. Coloque na página aquilo que você já sabe que resulta e compreende e só depois disso, trabalhe o que não conhece ou domina. Resolva as questões complexas uma a uma. Assim não se torna parte do problema. Todos os designers deveriam seguir esta norma e não tentar fazer casas a partir do telhado. Os alicerces vêm sempre antes.
Inovação e ideiais brilantes vão contra a natureza do contrato social. Não serve de nada empinar o nariz e dar uma de artista (um designer não é um artista, mas isso é outro post). Saiba sempre dizer “porquê essa e não a outra”. Para que as ideias sobrevivam você vai ter que lutar por isso, saber defender e explicar “porque é que..” é esse caminho e não o outro do lado.
6 - NÃO SE ESQUEÇA DO OBJETIVO INICIAL
9 - O RESULTADO É QUE CONTA Não interessa para nada o quão eficaz sao as suas capacidades com um Mac, quão interessante é o seu jogo de cores, ou até a sua escrita. O que de facto importa é saber se o trabalho está adequado ao objectivo. “forma\função”, uma velha máxima de design que ainda se aproveita..
Tanto os designers já “formados” como até os estudantes de design costumam encontrar soluções brilhantes para os problemas, mas depois no entusiasmo de brilhar muito, passam pelo “ponto final” do trabalho e seguem em frente, fazendo reticência até ao abismo. O trabalho passa pelo ponto do bom, às vezes do genial, para 10 - O RESTO DO MUNDO se estragar tudo numa coisa medíoTAMBÉM CONTA. cre. Uma ideia original é uma dádiva que deve ser estimada e tratada na Se você espera ser bem sucedido, vai medida certa. Moldada até ao ponto precisar de todos aqueles contactos que certo e não para além dele. Não é um desdenhou na primária, não se feche numa caixa de bicho de mato achando que pelo seu imenso talento e valor 7 - EQUILIBRE O SEU EGO só precisa ficar sentado. É um erro. Ter baixa auto-estima é mau. Mas ter excesso de confiança é também um passo certo na direcção do falhanço. Seja humilde a lidar com um problema, identifique e aceite a sua ignorância.Não é mau “não saber” mas sim “fingir que sabe tudo”. Não abuse do seu poder de criação, nem substime a sua dificuldade.
Silvana Marques
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Web
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“Detectar corretamente o objetivo do projeto é essencial para um bom planejamento, de modo que as ações sejam tomadas de forma correta.”
ESIGN
O web design é um complemento da técnica do design, onde o objetivo do projeto é o desenvolvimento e a construção de web sites. Os serviços do web designer tem objetivos fortemente focados de unir definições e práticas de usabilidade e de planejamento da interface, proporcionando ao usuários formas acessíveis e confortáveis de navegabilidade. Um sistema de navegação eficiente para o seu site é um ponto vital, pois se a navegação for desordenada e obscura, é provável que o visitante desista e vá embora. Além das técnicas de web design, o desenvolvimento de sites por parte do web designer requer o acréscimo de outros fatores ao projeto como: público alvo do site, objetivos, serviços, produtos oferecidos e os diferenciais para o público. Após a definição desses e de outros fatores importantes, se define a estrutura do site, as tecnologias empregadas e o layout. O webdesign tende à multidisciplinaridade, uma vez que a construção de páginas web requer subsídios de diversas áreas técnicas, além do design propriamente dito. Áreas como a programação, adoção de webstandards, inovações nos recursos dos navegadores
em conjunto com o design gráfico, estão em constante evolução afetando diretamente esta atividade. A preocupação fundamental em web design é agregar os conceitos de usabilidade com o planejamento da interface, garantindo que o usuário final atinja seus objetivos de forma intuitiva.Como todo trabalho de design, é necessária uma análise informacional, a partir de um briefing. Detectar corretamente o objetivo do projeto é essencial para um bom planejamento, de modo que as ações sejam tomadas de forma correta. De uma forma geral, a primeira impressão que se tem de um site é o visual, depois o visitante busca o conteúdo, por esse motivo o primeiro passo estratégico é definir o design visual do site.
DESIGN DE SITES: WEB DESIGN, IMAGEM E PROJETO
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eb design e imagem. A imagem que um site pode ter, tem que depender mais com o que seu público se identifica do que o seu gosto particular. É importante que esqueçamos inteiramente as nossas preferências estéticas ao começar um projeto de web design. O projeto de um web site é construído para comunicar um serviço ou produto, e tem que estar focado com o que vai comunicar, com o perfil do público e com a imagem que se tem deste serviço ou produto, e não com o nosso gosto pessoal. Uma vez decidido de como será a “personalidade” do site, será necessário definir e desenvolver também a identidade visual. Esta identidade tem que demonstrar clareza e solidez em cada página, e para alcançar este posicionamento, deveremos estabelecer um conjunto de regras de design para o site. Dentre estas regras devemos destacar os tamanhos de letras e tipologias que serão utilizadas, a diagramação e posição dos menus e do logotipo do site, linhas divisórias, molduras, opções de texto em colunas, cabeçalhos, rodapés, etc. Todos as partes do projeto de web design de um site, devem ser projetadas e documentadas para que futuras manutenções, não prejudiquem a estrutura do design. Simplicidade e consistência visual são regras fundamentais para um bom design.
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ESTRUTURA A estrutura do site deve contemplar seu objetivo, tornando a experiência do usuário a mais confortável possível. Deve-se planejar a estrutura de forma que o usuário obtenha facilmente a informação ou serviço desejado.
LAYOUT O layout deve ser atraente, funcional e comunicativo. A aparência do site não deve ser somente um agregado de elementos gráficos interessantes. É preciso que o layout seja um elo de comunicação com o usuário, que sua linguagem seja condizente com o objetivo do site.
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O navegador está para o web design assim como o papel está para o jornal. A grande variedade de navegadores e discrepância entre os recursos fez seus próprios criadores caminhar em direção a um padrão comum. Atualmente é indispensável criar sites seguindo os padrões da W3C.
No desenvolvimento do site, ele deverá ser testado em mais de um navegador (Firefox, Internet Explorer, Netscape, e outros), pois o layout do site pode apresentar diferenças em determinados navegaPADRÕES
A World Wide Web Consortium é o órgão responsável por estabelecer Muitos artistas da web fazem os padrões de desenvolvimento para seus sites cheios de animações a internet. Por meio destes padrões e figuras, isso além de fazer com se pode classificar: web sites de que a página fique muito pesada, acordo com suas características técproporcionando lentidão, tam- nicas, indo além do visual e; navegabém é um ponto negativo se dores, de acordo com sua capacidade tratando de objetividade, pois o em atender aos padrões definidos. usuário final quer praticidade e condizente com o objetivo do site. muitos sites da web deixam de ser acessados por falta de senso PROGRAMAS ULTILIZADOS de seus criadores. Por outro lado o avanço de Existe um leque enorme de programtecnologias para animações, as usados pelos webdesigner. Para conáudio e imagens para web e o strução da parte html, o mais indicado crescimentos do uso da velopara iniciantes é o uso do Dreamcidade de transmissão banda weaver, na parte visual, o editor grálarga e o aumento da velocidade, tornam possíveis sites com fico vetorial Illustrator, de bitmap Phoatributos multimídia, utilizando toshop ou o Fireworks. E se você quer ter um site cheio de animações e mais imagens,animações, áudio e dinamismo, usar o, também editor vevídeo. torial, Flash seria uma boa indicação.
NAVEGADORES São programas responsáveis por interpretar o conteúdo de um web site, disponibilizando assim a interface com a qual o usuário final irá interagir.
Roberto Silveira
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DESIGN INSTITUCIONAL
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Nenhuma empresa é visível sem um logotipo ou um cartão de visitas. Então, alguém teve que fazer isso. Esta é a hora de exercitar alguns fundamentos do design. Desmembrar esta resposta é tarefa do designer que sabe muito bem o que é capaz de fazer. PARA PERSONIFICAR UM PRODUTO/SERVIÇO O design tem como objetivo falar com o público na língua que ele entende. Alguém precisa apresentar quem é aquele produto e dizer o que ele faz de melhor.
PARA CRIAR IDENTIDADE O cliente quando contrata um designer, paga pela construção de uma imagem. Se a empresa deseja transmitir tecnologia, tradição ou simplicidade, é baseado nisto que o designer vai começar a trabalhar.
PARA PASSAR CREDIBILIDADE Se o principal jornal do país adotasse tipografia divertida para reportar a crise no Oriente Médio, a notícia teria certamente outro impacto. Não seria levada à sério.
31 PARA EQUILIBRAR TÉCNICA E ESTÉTICA Designer não é nem um técnico, nem um artista. É ele que equilibra estas duas áreas para atender algum objetivo, geralmente comercial. PARA INSPIRAR CONFIANÇA Um designer pode fazer da apresentação de um banco, por exemplo, passando segurança e não mostrando desorganização, o que desvalorizaria a instituição. PARA AGREGAR VALOR Uma apresentação de qualidade seduz qualquer consumidor ávido por novidades.
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PARA FACILITAR A VIDA
Sinalização bem feita usa a tipologia com a melhor leitura à distância em cores que contrastam com o ambiente. O mesmo vale para as embalagens que facilitam o uso do produto. PARA VENDER Se um projeto de design é capaz de atender a todos os itens anteriores, vender é só uma conseqüência. Um produto, uma solução, uma idéia. Um bom designer serve, entre tantos outros motivos, para realizar o mais íntimo desejo da sociedade do consumo. Bruna Alencar
COMPOSIÇÃO DE FOTOGRÁFIA
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Depois do desenvolvimento do conceito, ou seja, do tema e do conteúdo da foto, a composição é o aspecto mais importante na construção da imagem. Muitas pessoas confundem composição com enquadramento. Na verdade, é algo mais amplo que engloba o enquadramento. Compor consiste em organizar os elementos da foto, considerando, a luz, a cor, as formas, as linhas, os ângulos, o enquadramento e a distancia focal. Dá pra notar que é uma questão que, dependendo da foto, pode se tornar bastante ampla. O que é preciso ter como guia é que todos os elementos da composição devem se subordinar ao desenvolvimento conceitual da foto. Portanto, não há regras ou certos e errados: há apenas o uso coerente ou não das possibilidades. E é essa coerência que determinará se a foto vai funcionar ou não.
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LUZ
Toda fotografia depende de luz, mas é o uso criativo dela que traz melhores resultados. Há inúmeras maneiras de iluminar ou aproveitar a luz de uma cena. É preciso saber, para a proposta com a qual se está trabalhando, o que deve ou não ser mostrado. Quando é importante que tudo no quadro seja identificável ou visível, a luz deve ser abundante, podendo-se inclusive utilizar formas artificiais de iluminação. Outras possibilidades podem se basear no uso seletivo da luz, fazendo com que ela incida com mais intensidade naquilo que se pretende destacar. É preciso lembrar que o tipo de luz terá influência no aspecto global da foto, já que interfere nas cores, texturas e forma dos objetos.
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CORES Cores são extremamente difíceis de se trabalhar, especialmente em cenas com diversos elementos. Muitos fotógrafos preferem fotografar em preto-ebranco justamente para não precisarem lidar com as cores, trabalhando mais a iluminação e as formas. No entanto, quando bem organizadas, as cores podem trazer um impacto maior a quem observa a foto. Novamente, tudo depende da proposta inicial. Será que as cores afastam ou aproximam o observador do conteúdo principal? A cor pode ajudar a realçar elementos importantes, tal como outras formas de destaque que podem ser utilizadas. Há diversas possibilidades no trabalho com as cores, a fim de casar com a proposta da foto: saturação excessiva, pouca saturação, predominância de tons frios ou quentes, produção de cores “irreais” ou até a ausência de cor. FORMAS
Incluir elementos que se assemelham a figuras geométricas de maneira organizada são ótimas maneiras de fortalecer a composição. Quadrados, retângulos, triângulos, círculos e elipses podem ser desenhados na foto a partir dos mais diversos elementos. Na verdade, é possível produzir fotos que explorem prioritariamente esse aspecto da composição, criando imagens com apelo gráfico e quase deixando de lado a figuração.
PLANOS
Organizar uma imagem em planos é hierarquizar seus elementos. O primeiro plano é o que se situa mais próximo da câmera, e geralmente contém o assunto principal. Podem-se ter diversos planos em diferentes distâncias do aparelho fotográfico, de forma que, por conta da perspectiva, eles terão proporções distintas. Contudo, é possível subverter a ordem lógica colocando o assunto principal no fundo, por exemplo. Geralmente essas alternativas usam o foco, a luz ou as linhas para fazer com que a imagem funcione.
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FOCO O foco determina o que estará nítido na imagem, consequentemente definindo pontos de leitura mais ou menos fácil. O foco seletivo consiste em deixar parte das imagens mais nítidas do que outras, selecionando o ponto de interesse, já que inevitavelmente o observador procura áreas nítidas para fixar o olhar.
LINHAS
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Da mesma forma, é possível usar linhas para criar secções dentro do quadro como para conduzir o olhar do observador para o objeto de interesse ou para produzir padrões. O uso de linhas diagonais e pontos de fuga é uma maneira especialmente comum de destacar o assunto relevante.
Esse é um dos expedientes mais usados pelos fotógrafos para criar destaque nas imagens. O foco é uma das poucas opções na composição que deve ser feita através da câmera e não por um trabalho mental ou visual da cena. O foco seletivo está ligado à baixa profundidade de campo, que pode ser obtida com aberturas maiores do diafragma, maior distância focal da lente (zoom) e menor distância entre a câmera e o objeto.
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ÂNGULO A posição na qual o fotógrafo se coloca em relação à cena, bem como a posição da câmera, interferem profundamente no resultado final, já que altera a disposição dos elementos e principalmente a perspectiva representada na imagem. A inclinação da câmera frente a uma superfície plana (como a fachada de um prédio) fará com que as linhas convirjam ou divirjam, enquanto deixar a lente paralela ao plano fará com que as linhas permaneçam retas. Em retratos, faz uma grande diferença se a câmera está na mesma altura, acima ou abaixo da pessoa fotografada. Não há certo ou errado: há objetivos que devem ser pensados antes e que determinarão a melhor maneira de fazer a foto.
ENQUADRAMENTO O enquadramento consiste em decidir o que estará dentro do quadro, ou seja, qual corte será feito. A fotografia sempre envolve o que está dentro do quadro e o que está fora dele e não é visto. O que está fora, obviamente, só pode ser imaginado. No entanto, o jogo entre o que é mostrado e não é mostrado pode ser muito interessante se explorado com habilidade. Novamente, vai da proposta. Se a idéia é apenas mostrar um lugar, uma pessoa ou um objeto, talvez seja melhor não realizar cortes significativos no assunto. Agora, se a intenção é provocar algum tipo de inquietação no observador, escondendo aspectos relevantes para a compreensão da cena, os cortes abruptos podem ser uma ferramenta interessante.
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DISTÂNCIA FOCAL A distância focal da lente utilizada é extremamente importante na composição, pois altera a sensação de perspectiva e a disposição dos planos. Lentes com distância focal pequena — grande-angulares — afastam os planos e dão uma sensação de imersão na imagem, especialmente por distorcer as linhas. Já as teleobjetivas aproximam os planos, dando uma impressão de achatamento. ser uma ferramenta interessante. Além desses pontos, ainda há outros. Na composição é a construção da fotografia e, como tal, tem infinitas possibilidades. Existem muitas regras sobre composição, que podem ser bastante úteis. No entanto, é sempre a proposta inicial que deve guiar a composição, de forma a se produzir fotos consistentes. Não há um jeito certo de compor, há apenas a coerência entre conteúdo e forma. Claúdio Rubens
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Princípios básicos do
Veja a seguir os quatro princípios básicos dos designs, que aparecem todos os matérias em um bom planejamento visual. Apesar de serem descritos separadamente eles estão interligados e raramente é usado apenas um dos princípios.
Repetição
Contraste
Repita os elementos visuais do design e espalhe-os pelo material. Você pode repetir a cor, a forma a textura e as relações espaciais com a espessura, as fontes, os tamanhos e os conceitos gráficos, etc. Isso cria uma organização e fortalece a unidade.
Tem o objetivo de evitar elementos meramente similares em uma página. O contraste é um dos elementos mais importantes para a atração visual de um layout. Ou seja, em algum momento deve-se utilizar um elemento de contraste, seja uma fonte, cor, tamanho, etc…
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Design Alinhamento
Nada deve ser colocado arbitrariamente em uma pagina. Cada elemento deve ter uma ligação visual com outro elemento da pagina. Isso cria uma aparecia limpa, sofistica e suave.
Proximidade
Itens relacionados entre si devem estar agrupados. Quando vários itens estão próximos, tornam-se uma unidade visual integrada e não varias unidades individualizadas. Isso ajuda a organizar as informações. Reduz a desordem e oferece ao leitor uma estrutura clara.
D
PRINCÍPIOS BÁSICOS DO DESIGN
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Veja a seguir os quatro princípios básicos dos designs, que aparecem em todas as matérias em um bom planejamento visual. Apesar de serem descritos separadamente eles estão interligados e raramente é usado apenas um dos princípios. CONTRASTE Tem o objetivo de evitar elementos meramente similares em uma página. O contraste é um dos elementos mais importantes para a atração visual de um layout. Ou seja, em algum momento deve-se utilizar um elemento de contraste, seja uma fonte, cor, tamanho, etc.
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REPETIÇÃO Repita os elementos visuais do design e espalhe-os pelo material. Você pode repetir a cor, a forma a textura e as relações espaciais com a espessura, as fontes, os tamanhos e os conceitos gráficos, etc. Isso cria uma organização e fortalece a unidade.
ALINHAMENTO Nada deve ser colocado arbitrariamente em uma pagina. Cada elemento deve ter uma ligação visual com outro elemento da pagina. Isso cria uma aparecia limpa, sofistica e suave.
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GESTALT
DESIGN NGEDS DESIGEI TALTSDG GESIGN DEDS DESIGN A Teoria da Gestalt, em suas análises estruturais, descobriu certas leis que regem a percepção humana das formas, facilitando a compreensão das imagens e idéias. Descubra aqui as suas origens, leis e formas diferentes de usar esta ferramenta que visa originalidade de cada ser.
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Somos “bombardeados” por estímulos físicos todo o tempo e, para compreendê-los, formamos organizações perceptuais. Esse empreendimento se dá de maneira espontânea, porém o nosso consciente pode exercer um papel nesse processo, pois a organização perceptual ocorre dentro e fora da consciência. A Gestalt consiste na explicação de que tudo que o olho humano vê, ela analisa o grau de qualidade da imagem transmitida através de sua superfície ou da form não através de elementos separados, como a combinação de qua e círculos, tons e semitons, cores combinatórias, mas através da ou relação que todos os objetos que formam a superfície possam sensação de estabilidade, relaxamento, enfim, despertar uma sen humano. Explica-se também que tudo que vemos não nos agrada si particulares, mas sim pelo equilíbrio dos elementos que compõe o nada ocasião, por exemplo, não gostamos da cor amarela e em u tipo, passamos a gostar dela. Essas leis são nada menos que con cérebro, quando age no processo de percepção, mas que fazem t de um trabalho. A teoria afirma que não se pode ter conhecimento do todo os conjuntos possuem leis próprias e estas regem seus elementos pode de fato perceber, decodificar e assimilar uma imagem ou um cebidas em comum e fazem à diferença crítica no olhar algo:
ma, adrados harmonia m provocar a nsação no cérebro
implesmente devido a gostos o objeto. Por isso que, em determium belo dia de exposição de cores do nclusões sobre o comportamento natural do toda a diferença na hora da criação e percepção
o através das partes, e sim das partes através do todo. Que s. E que só através da percepção da totalidade é que o cérebro m conceito. Para isso são estabelecidas algumas leis, que foram per-
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Unidade:
Segregação:
Pode ser entendida como o conjunto de mais de um elemento, configurando o “todo” propriamente dito, ou seja, o próprio objeto. São percebidas, geralmente, através das relações entre os elementos que as constituem.
É a capacidade perceptiva de separar, identificar, evidenciar ou destacar unidade formais em um todo compositivo ou em partes deste todo. Para efeito de leitura visual pode-se, também, estabelecer níveis de segregação, desde que seja suficiente para o objetivo desejado de análise e/ou interpretação da forma do objeto.
Unificação: Consiste na igualdade ou semelhança dos estímulos produzidos pelo campo visual, pelo objeto. A unificação se verifica quando os fatores de harmonia, equilíbrio, ordenação visual e, sobretudo, a coerência da linguagem ou estilo formal das partes ou do todo estão presentes no objeto ou composição.
Fechamento: Obtém-se a sensação de fechamento pela continuidade numa ordem estrutural definida. O conceito de clausura relaciona-se ao fechamento visual, como se completássemos visualmente um objeto incompleto.
Continuidade:
Proximidade:
Impressão visual de como as partes se sucedem de modo coerente, sem quebras ou interrupções na sua fluidez visual, ou seja, está relacionada à coincidência de direções, ou alinhamento, das formas dispostas, facilitando a compreensão.
Elementos óticos próximos uns aos outros tendem a serem vistos juntos e constituírem uma unidade, ou seja, os elementos são agrupados de acordo com a distância a que se encontram uns dos outros.
D N D N G N D
DESIGN NGEDS DESIGEI NGNDSG GESIGN NDEDS DESIGN 47
Nós, futuros designers, trabalharemos frente a frente com os nosso cliente procura e achar uma solução de sucesso. Para isso teremos a Teoria Gestalt é fundamental, tanto no design de produtos como mas formas agradam mais que outras.
49 EMERGÊNCIA: O rosto aparece por inteiro, depois identificamos suas partes. Ao contrário de um texto escrito, não se vê pedaços de uma imagem que, aos poucos, compôem um todo. REIFICAÇÃO: O rosto é construído pelos traços que se formam nos espaços entre as linhas e letras (repare a franja). Eis um excelente exemplo da importância dos espaços em branco (vazios) no desenho de uma página. Eles dão suporte para os outros elementos. PERCEPÇÃO MULTI-ESTÁVEL: Em uma composição bem-feita, a visão não “pára” em um lugar. Perceba como você olha para o rosto, o nome, o fundo. ISSO é interatividade, muito mais interessante que um pop-up ou qualquer outra chatice publicitária. INVARIÂNCIA: As letras são reconhecidas e podem ser lidas, pouco importa seu tamanho, distorção ou escala. FECHAMENTO: Tendemos a “completar” a figura, ligando as áreas similares para fechar espaços próximos. É fácil ver as bochechas, a língua (escrita “soul”, genial) etc. É o mesmo princípio que nos permite compreender formas feitas de linhas pontilhadas. SIMILARIDADE: Agrupamos elementos parecidos, instintivamente. Perceba que, por mais que você tente evitar, o rosto se destaca do fundo, mesmo sendo da mesma cor. PROXIMIDADE: Elementos próximos são considerados partes de um mesmo grupo. SIMETRIA: Imagens simétricas são vistas como parte de um mesmo grupo, pouco importa sua distância. É o que forma o fundo - e o separa do rosto. CONTINUIDADE: Compreendemos qualquer padrão como contínuo, mesmo que ele se interrompa. É o que nos faz ver a “pele” do sr. Brown como algo contínuo, mesmo com todos os “buracos” das letras. DESTINO COMUM: Elementos em uma mesma direção são vistos como se estivessem em movimento e formam uma unidade, como se percebe na “explosão” que acontece no fundo do cartaz.
os futuros clientes, teremos que compreender com facilidade o que o s que conhecer muito bem cérebro humano e suas preferências e nisso o no gráfico. Pois, sobretudo, a Gestalt estuda o motivo pelo qual algu-
Gestalt
“(...) espécie de abc da leitura visual, que vai permitir e favorecer toda e qualquer articulação analítica e interpretativa da forma do objeto.”
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Escola Gestalt
A Gestalt é uma Escola de Psicologia Experimental. O movimento atuou principalmente no campo da teoria da forma, com um relevante auxilio aos estudos da percepção, linguagem, inteligência, aprendizagem, memória, motivação, conduta exploratória e dinâmica de grupos sociais.
Leis da Gestalt
A partir dessas 8 leis, foi criado um suporte sensível e racional, espécie de abc da leitura visual, que vai permitir e favorecer toda e qualquer articulação analítica e interpretativa da forma do objeto.
Unidades
Pode ser substanciada num único elemento, que se encerra em si mesmo, ou como parte de um todo. Pode ser entendida como o conjunto de mais de um elemento, configurando o “todo” propriamente dito, ou seja, o próprio objeto.
Segregação A capacidade perceptiva de separar, identificar, evidenciar ou destacar unidades formais em um todo compositivo ou em partes deste todo. Podese segregar uma ou mais unidades, dependendo da desigualdade dos estímulos produzidos pelo campo visual. Pode ser feita por vários meios como: pelos elementos de pontos, linhas, planos, volumes,
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cores, sombras, brilhos, texturas e outros.
Unificação
Forma que consiste na igualdade ou semelhança dos estímulos produzidos pelo campo visual e pelo objeto. A unificação verifica os fatores de harmonia, equilíbrio, ordenação visual, coerência da linguagem ou estilo formal das partes que estão presentes no objeto ou composição.
Fechamento As forcas de organização da forma dirigemse espontaneamente para uma ordem espacial que tende formar unidades em todos fechados. Obtém-se a sensação de fechamento visual da forma pela continuidade numa estrutura definida, por meio de agrupamento de elementos.
Continuidade É a impressão visual de como as partes se sucedem através da organização perceptiva da forma de modo coerente, sem quebras ou interrupções. Tendências dos elementos de acompanharem uns aos outros, de maneira que permitam boa continuidade de elementos.
CONCEITUAÇÃ Proximidade Elementos com proximidade óptica uns dos outros. Com condições iguais, estímulos próximos entre si, sejam por forma, cor, tamanha, textura, brilho, peso, direção e outros.
1 3 Semelhança A igualdade de forma e de cor desperta a tendência de se construir unidades, isto é, de estabelecer agrupamentos de partes semelhantes, em condições iguais os estímulos mais semelhantes entre si, seja por forma, cor, tamanho, peso, direção, e outros terão maior tendência a serem agrupados.
Proprie
Pregnância da forma Uma boa pregnância pressupõe-se que a organização formal do objeto, no sentido psicológico, tenderá a ser sempre a melhor possível do ponto de vista estrutural. Quanto melhor for a organização visual do objeto, maior será o seu grau de pregnância, quanto pior ou mais confusa for a organização visual da forma do objeto menos será o seu grau de pregnância.
Forma
A forma pode a figura ou a imagem teúdo. Sua forma no natureza da aparênc que se vê possui for A percepção da form de uma interação en meio luz .
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ÃO DA FORMA
edades
e ser definida como m visível do conos informa sobre a cia do objeto. Tudo rma. ma é o resultado ntre objeto físico e
Forma ponto
delimita objetos e coisas de modo em geral.
A unidade mais simples e irredutivelmente mínima de comunicação visual. Qualquer ponto tem grande força de atração visual sobre o olho.
Forma plano
O plano é definido por uma sucessão de linhas. Na Forma linha geometria um plano é definido por duas dimen A linha é definida sões: comprimento e como uma sucessão largura e no espaço porem de pontos. Dois pontos não e possível expressar quando estão tão próxium plano sem espessura, mos entre si não podem ser reconhecidos individu- tem que haver algo material. almente. Pode ser definida também como um ponto em movimento. A linha conforma, contorna
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COMPOSIÇÃO “Compor é organizar com sentido de unidade e ordem os diferentes fatores de um conjunto para conseguir o maior efeito de atração, beleza e emoção.” Para que o receptor da obra seja ela um quadro, uma revista, um filme, etc. deve-se possuir elemeno receptor a olhar para onde o autos de comunicação que trabalhem tor quer que ele olhe. harmoniosamente, para despertar a Um bom exemplo de composição sensibilidade do receptor. O pré-conhecimento do receptor, ou esta nos quadrinhos, som os balões de fala. o que denominamos sua memória artística, é fundamental para obter- Will Eisner definiu que os pontos foem-se os efeitos desejados. Assim a cais se localizam nas intersecções de composição artística conta com re- uma diagonal com as perpendiculares que a ligam aos dois vértices que cursos que já tem em seus signos os estão fora dela.As áreas em torno valores preestabelecidos o que facilita este trabalho. podem ser usadas com eficiência para colocar um objeto ou ação de imO resultado estético de uma comportância vital. posição de imagens nas artes plásticas influenciou diretamente o processo de composição de imagens no Camila Moraes cinema e televisão. Os elementos já conhecidos e utilizados pelos grandes mestres da pintura aparecem nos resultados visuais da televisão como se já estivessem latentes no conhecimento dos produtores de TV. Ainda assim acredito tratar-se de conhecimento adquirido pela “bagagem visual” assimilada através do tempo e não como conhecimento adquirido através de estudos sistematizados. O arranjo dos elementos que Para se desenvolver uma boa comcompõe uma imagem permite o bal- posição visual é necessário saber anceamento e equilíbrio dos espaços direcionar os olhos de quem está da tela de tal forma a levar vendo para pontos importantes do seu layout, para obter um resultado compositivo satisfatório é preciso conhecer um pouco sobre como funciona a percepção humana e também algumas regras que para alguns é denominada programação visual intuitiva.
COMPOSIÇÃO VISUAL
EQUILÍBRIO Equilíbrio é um elemento importantíssimo em toda criação. É considerada referência visual mais forte para o homem, chamada de constante inconsciente formada pelos eixos vertical e horizontal. O equilíbrio pode ser: simétrico, simétrico na forma e assimétrico na cor ou ainda ter uma simetria aproximada. Num projeto gráfico significa saber distribuir com uniformidade os elementos gráficos que compõem o projeto, e também saber distribuir esses elementos pela sua importância, ou seja, saber qual destaque cada elemento gráfico merece receber dentro do layout.
MOVIMENTO O elemento visual do movimento se encontra mais frequentemente implícito do que explícito no modo visual. Porém, o movimento talvez seja uma das forças visuais mais dominantes da experiência humana. O movimento da composição acontecesse por causa dos elementos compositivos que o cérebro busca através do olho como os eixos de equilíbrio e os sentidos e direções presentes.
A LINHA Quando os pontos estão tão próximos entre si que se torna impossível identificá-los individualmente, aumenta a sensação de direção, e a cadeia de pontos se transforma em outro elemento visual distintivo: a linha.
DIREÇÃO
INTUIÇÃO
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Um exemplo que ocorre com frequencia é que as pessoas costumam observar os detalhes de um desenho no sentido da esquerda para a direita, de cima para baixo, então é importante destacar algumas áreas num layout como sendo pontos “estratégicos”, isso não precisa ser necessariamente uma regra a ser sempre seguida, e dependendo dos outros elementos contidos no “desenho” esses pontos “estratégicos” podem perder um pouco da sua força.
A FORMA Na linguagem das artes visuais, a linha articula a complexidade da forma. As 3 formas básicas são: círculo, triângulo equilátero e quadrado. Todas as formas são figuras planas e simples, fundamentais, que podem ser facilmente descritas e construídas, tanto visual quanto verbalmente. A partir da combinação e variações infinitas dessas três formas básicas, derivamos todas as formas físicas da natureza e da imaginação humana.
O PONTO Qualquer ponto tem grande poder de atração visual sobre o olho, exista ele naturalmente ou tenha sido colocado pelo homem em resposta a um objetivo qualquer. Fazemos o reconhecimento de formas através de um agrupamento de pontos. Ex.: régua, jogo de ligar os pontos.
TEXTURA
A textura é o elemento visual que As formas básicas também apreserve de substituto para as qualisentam direções característica a elas: dades de outro sentido, o tato. horizontal e vertical, diagonal e curva.
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composição
Entender o sentido da arte é entender seus elementos: características, influencias e contexto. O que determina esses elementos é sua estética. O que determina esses elementos é sua estética, que pode ser definida como o conjunto de conhecimento especulativos e reflexivos sobre a experiência artística, entendendo-se como tal toda e qualquer experiência que tenha a ver com o belo e com a arte: a experiência do artista, do leitor da obra, do critico, do historiador, do técnico da arte e de todo aquele que desfrute do belo, em qualquer área do conhecimento humano. O estudo da arte que tem a forma como portadora da expressão artística, a escultura e o desenho operam como formas, sendo por isso objeto de estudo da estética das formas. Em contraste com as formas as cores, que constituem a estética das cores. Ambas constroem finalmente, a estética dos símbolos, de que a principal razão de ser e da linguagem. As artes que fazem parte da cultura mundial em toda a historia da existência humana são repletas de uma linguagem, que, como toda linguagem, nos comunica algo.
Todos os grandes movimentos da arte tinham finalidade a comunicação. E para que essa comunicação seja possível é necessário que a linguagem seja objetiva, o que não quer dizer ser compreendida na total racionalidade, apenas importa que essa comunicação se faça. Os elementos da gramática visual que nos permite compreeender uma imagem são: as formas. Linhas, áreas, volumes, cores, contrastes e ECT. Elementos que em uma composição harmônica, não necessariamente equilibrada, nos permite entender a mensagem ou simplesmente senti-la. As obras de arte estão repletas de elementos que para compreender o que as tornam especiais, perfeitas em sua comunicação, seja de forma agradável ou perturbadora é necessário entender como o artista procedeu em sua confecção. O estudo da composição de uma obra de arte é sempre realizada através da simples observação procurando os elementos que a tornam mais harmoniosa, obviamente sem desprezar o contexto histórico da obra, ou seja, as verdadeiras indensoes do produtos. Vanessa Rodrigues
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A COR PRINCIPIOS E HARMONIA ATRAVESSANDO A HARMONIA DA COR
Estamos falando hamonia das cores, especialmente da harmonia cromática, onde “atravessar” funciona diferentemente da harmonia musical. Para entender a idéia do “atravessamento”, imaginemos um edifício da cor, com muita ordem e hierarquia onde, entretanto, é permitido atravessar na harmonia. Nesse palácio da cor, a base é o espectro cromático de cor-luz, sobre a qual foi erguida sua estrutura de cor-pigmento. No primeiro andar ficam as cores (P) primárias RM (rosa-magenta), AC (azul-ciano), AM (amarelo); no segundo, ficam as cores (S) secundárias AN (anil), VE (verde), VR (vermelho); e no terceiro, as cores (T) terciárias VI (violeta), AZ (azul), TU (turquesa), VL (verdelima), LA (laranja), PU (púrpura). A nossa lei é apresentada aqui de maneira simplificada, como sendo: a) “se misturarmos duas cores primárias (P) entre si, em partes iguais, obteremos uma nova cor, tão pura como as que lhe deram origem, mas que será uma cor secundária (S)”; b) “as misturas de duas secundárias nunca resultam uma primária”.
A lei confirma que, quando da mistura de dois matizes em partes iguais, o resultado será um novo matiz. Misturando-se amarelo com azul dá verde e com vermelho dá laranja etc. Ela pode ser criada a partir da mistura de luzes coloridas das extremidades do vermelho e do violeta, sendo designada no diagrama de cromaticidade. Essa cor existe concretamente na forma de tinta (cor-pigmento). Ao olharmos para a figura outra vez, podemos perguntar: o que significam aquelas linhas vermelhas, pontilhadas? As linhas pontilhadas são os atravessamentos, ou seja, as ligações harmônicas atravessadas, fora da ordem natural com que as cores se apresentam no palácio e também quando dispostas num círculo cromático, que podemos chamar de “seqüência harmonia”. Não são meras ligações, como se pode imaginar, vendo-se apenas a figura, mas ligações importantes que se dividem em diretas e em indiretas. As diretas ligam cores complementares e as indiretas ligam cores não complementares. Ambas produzem as chamadas “cores neutras” (N), fundamentais para um certo tipo de harmonia cromática. As cores neutras (N) se relacionam a um conceito fundamental estabelecido originalmente por Goethe, em sua “Farbenlehre”. O conceito de “polaridade” gera os princípios desse tipo de harmonia que, em homenagem a Goethe, tomamos a liberdade de designá-la por Harmonia Goetheana. Mateus Ribeiro
O BOM DESIGN
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Bom design significa design de qualidade, que comunica, agrega valor ao produto e cumpre com primazia o seu papel. Porém, para se chegar a um resultado de alto nível, é necessário muito mais que o domínio técnico das ferramentas, recursos e linguagens. Enquanto o designer não se conscientizar disso, corre o risco de ficarem à deriva num mar de tendências, recursos clichês e falta de profundidade. O design de qualidade não está ligado diretamente à idéia de bons recursos tecnológicos. Apesar dos grandes talentos nacionais, existem diversos aspectos de diversas áreas que ainda não chegaram numa qualidade compatível com o design feito nos países de primeiro mundo. Se a questão fosse somente o equipamento, já estaria resolvida há tempos. Temos as mesmas máquinas, os mesmos softwares, acesso a boa informação técnica e bons livros (mesmo que importados); porém, muito de nossa produção está ainda engatinhando, o que mostra que a questão é totalmente cultural. Para se fazer o bom design, é necessário ter uma boa cultura. Portanto, o mundo a sua volta é a sua principal fonte de inspiração e matéria-prima. Não deixe de apreciar, obviamente, todas as formas de arte, além das visuais. Ouça uma música que lhe toque, ligue sua parabólica e prepare-se para absorver toda e qualquer referência e pode acreditar: na hora em que for necessário, seu cérebro saberá justamente onde buscar a informação e solução para determinada peça e você, só depois de algum tempo, vai entender o processo louco e fascinante da criação e seu referencial. Danilo Veiga
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DESIGN E A INDÚSTRIA
I NDUSTRIA
Quando se fala em design industrial, podemos entender que é um processo de adaptação dos produtos de uso, fabricados industrialmente às necessidades físicas e psíquicas dos usuários ou grupos de usuários. A incorporação do design industrial é uma parte do programa estratégico de uma empresa. O Designer industrial tem a tarefa de fazer o desenvolvimento contínuo dos produtos, em especial nas empresas que sempre expandem e aprimoram a sua linha de produtos. Isto significa uma ampliação do programa de produção, Tendo em vista a oferta da conque pode se efetuar segundo dois corrência, esta diversificação pode princípios distintos que se denomiassumir simultaneamente o caráter nam, no linguajar econômico-industride uma oferta de mercado diferenal, de diversificação e diferenciação. ciada. A diferenciação do programa Diversificação é aquela atividade de produção significa para o designer da empresa pela qual ela amplia o industrial o desenvolvimento conprograma de produção adicionando tínuo de produtos. Em muitas emmais tipos de produtos, significa presas essa tarefa ocupa a principal desenvolver novos produtos ligados atenção do designer industrial. Com ao programa de produção atual da abundância de ofertas dos produtos empresa. Portanto, é uma expansão de uso no mercado, a configuração de no sentido horizontal, com acréscimo produtos se revela como meio efetivo de novos produtos. e muito utilizado na diferenciação de produtos. O designer deve se orientar pelas necessidades do usuário e também pela oferta dos concorrentes da empresa. Assim, a configuração de produtos, além de atender às necessidades do usuário, tem a meta econômico-comercial de aumentar as vendas. A atividade da maioria dos designers industriais consiste em adaptar produtos obsoletos a condições atuais, já que em uma sociedade industrial tão desenvolvida é quase impossível lançar um produto total-
“A atividade da maioria dos designers industriais consiste em adaptar produtos obsoletos a condições atuais”
Quando o desenvolvimento de produtos progride tanto que os produtos de cada empresa quase não se distinguem uns dos outros por sua construção técnica e pelos materiais empregados, fica difícil o projeto e o design aumentar o valor útil dos produtos. Esta situação é propicia para empresas pesquisarem intensivamente os hábitos de uso dos seus futuros usuários, com a finalidade de obter argumentos para o desenvolvimento continuado de produtos, com vistas à simplificação de uso e ao atendimento dos desejos de cada um. Uma indústria que utiliza bastante do design é a apple. Ela está sempre procurando inovar e criar produtos diferenciados e está sempre aprimorando o design de seus produtos. Bruno Garcia
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“Como divulgar nosso trabalho, quando e para quem – e, finalmente, onde? Questões que parecem óbvias até o momento em que somos chamados a resolvê-las na prática.”
MKTG
só nós podemos satisfazer a seus propósitos. Se vendemos o nosso trabalho abaixo do valor e concorremos por preço, então basta que o concorrente faça o mesmo para perdermos o cliente. Preço não é uma forma de difer Trabalhamos com idenenciação. Tecnologia tampoutidade a maior parte do co, pois envelhece depressa, tempo. É natural, portanto, e passamos a depender da que a utilizemos como ferrenovação permanente e de ramenta na promoção de pesados investimentos para nosso ofício. Como condição manter a estrutura em funciode sobrevivência profissional, namento. Resta-nos a criativiprecisamos nos diferenciar dade e atendimento profise comunicar o que fazemos. sional, indispensáveis um ao Como divulgar nosso traboutro. E o que sobra não é alho, quando e para quem – e, pouco, pois é a capacidade de finalmente, onde? Questões criar que nos difere uns dos que parecem óbvias até o mo- outros, enquanto a qualidade mento em que somos chama- do serviço a oferecer não dos a resolvê-las na prática. passa do mínimo obrigatório Devido a natureza requerido pelos clientes. da atividade do designer, Esse raciocínio vale trabalhamos com um número tanto para grandes estruturas pulverizado de compradores quanto para profissionais potenciais, e cada um deles recém-formado. Para o jovem demanda uma linguagem designer aparecer aos olhos específica que produza um do mundo, ele tem que se deimpacto duradouro. Vendestacar do restante como uma mos nossa própria identidade personalidade única. aos clientes, disponibilizando Parece simples, mas nosso modo único de ajudáexistem várias armadilhas no los a criar e promover seus processo. Não basta sermos produtos. eficientes com um software, É necessário, então, pois isso não nos torna indisque o cliente nos veja de pensáveis ao cliente nem a forma distinta e perceba que um possível empregador.
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É necessário habilidade com idéias e uso apropriado de ferramentas a disposição, de software a ilustrações, caligrafia, tipografia, fotografia e outras artes menosprezadas nestes novos tempos. Quando promovemos nosso trabalho, temos que ter em mente a eficácia dessa promoção. Publicidade e assessoria de imprensa ajudam a promoção institucional da empresa em um universo mas amplo, com um alto custo e retorno incerto. Participar de premiações e publicações especializadas sempre dá credibilidade ao escritório ou designer premiado, e muitas vezes alimenta a divulgação através de jornais e revistas a baixo custo. A internet é hoje um veículo em formação, cujos resultados são facilmente mensuráveis a um custo bastante democrático. Entretanto, é um veículo ardiloso, e além de um site com conteúdo e desenho
que prenda a atenção, requer mecanismos para atrair eventuais navegantes e informações de como acessá-lo. Outras formas de promoção envolvem o contato direto com o cliente. Estas são as mais eficientes, trazem maior retorno, mas exigem trabalho redobrado.Antes de tudo, é preciso conhecer o máximo o cliente em potencial: quem de fato adquire o serviço, quem o produz, se tem o hábito de comprar design e outras considerações variáveis. Muitas dessas informações podem ser obtidas em jornais sobre economia, nas associações de classe ou com trabalho de investigação. Em seguida deve-se apresentar o portfólio sob medida ou uma apresentação sobre os benefícios obtidos para o cliente e seus produtos. É aconselhável cuidado especial com o portfólio, o que nos remete a questão de identidade.
Philip Kotler (Chicago, 27 de maio de 1931) é um professor universitário estadunidense, “distinto professor S.C. Johnson & Son de Marketing Internacional na Kellogg School of Management na Universidade Northwestern. Ele obteve seu mestrado na Universidade de Chicago e seu PhD no MIT, ambos em economia. Ele fez pós-doutorado em matemática em Harvard e em ciências comportamentais na Universidade de Chicago.
EXPEDIENTE Projeto Gráfico/Diagramação: João Franz / Carol Rechden Capa: João Franz / Carol Rechden Impressão: Gráfica Odisséia Endereço para versão eletrônica: www.issue.com
EDITORIAL Design O nosso mercado é multifacetado, cheio de tendências, rótulos e conceitos, parte de uma realidade mutável, onde a linguagem e a tecnologia evoluem muito rápidas. Por isso o profissional do design visual deve se caracterizar por ter uma natureza em constante mutação: cabe a ele ser um estrategista de idéias inovadoras e flexíveis.
O designer criado pela ESPM deverá ter
um amplo entendimento da cultura visual global e do marketing.
Mais do que nunca, possuir uma visão clara de sua identidade O design contemporâneo muda conforme as necessidades, e as necessidades se modificam a cada dia, a cada hora. Com ausência de regras absolutas, o campo de estudo do design é o das imagens, formas, significadas e movimentos. É o estudo do mundo em evolução. local é uma questão de sobrevivência.
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