RESSIGNIFICAÇÃO DO ESPAÇO ESCOLAR
Caroline Ribeiro Pereira David
RESSIGNIFICAÇÃO DO ESPAÇO ESCOLAR
Trabalho Final de Graduação apresentado à Coordenação de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Belas Artes, como requisito parcial para obtenção do título de Arquiteta Urbanista.
Orientador Prof. Me Vanderlei Rossi
São Paulo, 2020
Dedico este trabalho aos meus pais, Luisa Amália e Ricardo César que sempre foram meu maior explemplo de garra e superação.
AGRADECIMENTOS
Agradeço, à minha família por estar sempre me ajudando e me incentivando a persistir naquilo que acredito, com muito amor. À minha mãe, Luisa Amália, grande mãe e amiga, que me deu força para enfrentar todas as dificuldades durante todos esses anos, me aconselhando e me motivando a manter o foco nos meus sonhos e objetivos que almejo.
Esse trabalho também não seria possível sem a presença primordial do meu orientador, Vanderlei Rossi, que sempre foi muito atencioso, me apoiou e me deu força para não desistir das minhas ideias projetuais, que seriam um grande desafio para mim. À todos meus professores, por todo conhecimento, conselhos e principalmente por transmitir esse amor pela arquitetura.
Ao meu pai, Ricardo César, por todo esforço e dedicação para me dar as melhores oportunidades ao longo da vida. À todos que fizeram parte dessa trajetória, Aos meus amigos, por todo apoio e companheirismo durante a minha jornada acadêmica. E ao meu namorado, Murilo, pela compreensão e por ter sido meu melhor amigo nas horas difíceis.
Muito obrigada!
SUMÁRIO
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02
03 04
INTRODUÇÃO 1.1 1.2 1.3 1.4
Apresentação do tema.......................02 Justificativa........................................03 Objetivos............................................06 Métodos.............................................08
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VISITA TÉCNICA
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BAIRRO GRAJAÚ
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PROJETO
TEORIAS PEDAGÓGICAS 2.1 2.2 2.3 2.4
Montessori..........................................10 Freiriana.............................................13 Construtivista.....................................14 Waldorf...............................................14
CONCEITOS 3.1 Arquitetura Sensorial...........................16 3.2 Autoeducação.....................................19 3.3 Criança e Natureza.............................21
ESTUDOS DE CASO E REFERÊCIAS PROJETUAIS 4.1 Avenues The Word School.................24 4.2 Fuji Kindergarden................................27 4.3 Wish School........................................29
5.1 Cadê Bebê..........................................32
6.1 6.2 6.3 6.4 6.5
7.1 7.2 7.3 7.4
Contextualização do Local..................38 Panorama Histórico.............................41 Diagnóstico.........................................43 Localização da Proposta.....................47 Legislação...........................................51
Programa de Necessidades................58 Partido Arquitetônico...........................61 Fases Projetuais.................................63 Arquitetura...........................................65 - Plantas..........................................71 - Cortes...........................................77 - Elevações.....................................81 - Plantas Estruturais........................85 - Perspectivas.................................91
Considerações Finais...................................................109 Referências..................................................................111
INTRODUÇÃO
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1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA O trabalho presente tem como finalidade o desenvolvimento do projeto de uma edificação escolar pública, que atenda do ensino infantil ao ensino fundamental II, tendo como base a pedagogia Montessori e abordagem de outros métodos pedagógicos, fugindo dos conceitos tradicionais. Dessa forma, o projeto tem o propósito de criar ambientes flexíveis e interativos, de modo que, estimule o processo de aprendizagem do aluno e atenda suas necessidades.
É de extrema importância se preocupar com tal assunto, uma vez que temos um grande número de escolas públicas com alta demanda de vagas e em situação precária na cidade de São Paulo. Por esses motivos, o local de implantação desse projeto é no bairro Grajaú, onde há pessoas de menor poder aquisitivo e com menos acesso a uma boa infraestrutura escolar.
"Comecemos pelas escolas: se alguma coisa deve ser feita para 'reformar' os homens, a primeira coisa é 'formá-los'" (Lina Bo Bardi)
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1.2 JUSTIFICATIVA Pode-se afirmar que o ensino utilizado na maioria das escolas brasileiras está ultrapassado, e que está aumentando cada vez mais a busca por novas técnicas de aprendizado. Nas escolas mais tradicionais o professor é o personagem principal na sala de aula, quebrando o princípio de igualdade e criando uma certa hierarquia entre os alunos e os professores. Em vista disso, as escolas particulares vêm adotando cada vez mais a aplicação de outras pedagogias, onde apresentam uma forma diferente de compreender o mundo e gera uma nova dinâmica.
Já na escola pública, destaca-se uma estagnação na falta de variedade dos métodos de ensino, além da falta de profissionais qualificados e de uma boa infraestrutura das edificações escolares, onde muitas não oferecem condições mínimas de conforto, acessibilidade, segurança e bem-estar aos alunos. Esse déficit provoca grandes problemas sociais, culturais, econômicos e educacionais para a população, e que apesar de ser um direito de todos, ainda não acontece de forma universal.
04 Segundo dados da Secretaria Municipal da Educação, ao todo temos 34.317 crianças na fila de espera por vaga nas creches da cidade de São Paulo, onde apenas 10 distritos, de um total de 96, concentram 44% do total, ou seja, 15.094 crianças. No gráfico abaixo, nota-se que Grajaú, localizado na Zona Sul da cidade de São Paulo, possui a maior fila, de 2.188 crianças. BAIRROS DA CIDADE DE SÃO PAULO COM MAIOR NÚMERO DE CRIANÇAS NA FILA DA CRECHE
Fonte: Elaborado pela autora com dados da GloboNews.
05 Apesar dos dados abordarem apenas o déficit na fila da creche, atualmente a maioria das escolas de ensino fundamental público são separadas das mesmas, fazendo com que os pais que tem dois ou mais filhos de idades distintas, tenham que se deslocar mais de uma vez para levar cada filho a uma escola, sendo que a maioria não tem condições de pagar mais de uma condução, ou seja, um filho acaba ficando sem estudar, ou vai sozinho até a escola, correndo enormes riscos. Por essas razões, o projeto resolverá uma completude pelo menos até o aluno alcançar o ensino médio.
São nas escolas onde os alunos iniciam o desenvolvimento de socialização, interação, descobrem seus potenciais a partir do incentivo à sua criatividade e às suas habilidades. Fazendo assim, a função da arquitetura ser ainda mais importante, com a responsabilidade de criar ambientes que permitem o aprendizado de forma criativa e social e fazendo com que a escola seja uma extensão da casa da criança. Dessa forma as crianças não irão mais às escolas pensando apenas na merenda.
"A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo" (Nelson Mandela)
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1.3 OBJETIVOS GERAL Consciente do contexto social e educacional da cidade de São Paulo e do bairro Grajaú, o objetivo desse trabalho final de graduação tem por finalidade implantar uma edificação escolar pública de qualidade, permitindo ao aluno um ensino de maneira prazerosa e contextualizada, cuja arquitetura deve potencializar as atividades sensoriais da criança, estimular o convívio social e gerar ambientes lúdicos e criativos, instigando a curiosidade e o desejo pelo saber. ESPECÍFICOS O trabalho prevê a constituição dos objetivos específicos em oito etapas: 1. Pesquisar os conceitos e princípios de diferentes métodos de pedagogia, como a Freiriana, Construtivista, Waldof, aprofundando na Montessori; 2. Estudar conceitos que sejam relevantes para o processo de aprendizagem da criança em relação com a arquitetura; 3. Compreender como funciona a relação entre a escola, a família e o entorno; 4. Fazer pesquisas e estudos de caso de projetos de escolas que sejam referências para as decisões projetuais; 5. Desenvolver espaços com boa iluminação natural, ventilação e conforto acústico, ambiental e ergométrico, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) Lei nº9.394, de 20 de dezembro de 1996;
07 6. Projetar espaços que despertem os sentidos das crianças, como a curiosidade e a criatividade, através do projeto de arquitetura e que reflitam na teoria pedagógica Montessori; 7. Promover ambientes de socialização, espaços verdes e dar importância da conexão da criança com a cidade; 8. Inserir a escola em local de fácil acesso.
"O trabalho de um arquiteto é sempre uma obra educacional ainda que não seja ele um professor. Entretanto, quando se juntam mestre e arquiteto então, uma obra poderá ser duplamente exaltada" (Hélio Duarte)
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1.4 MÉTODOS A metodologia utilizada para a realização dos objetivos do trabalho contemplará na identificação dos problemas atuais da escola pública, levantamento bibliográfico sobre os fundamentos das Pedagogias Montessori, Freiriana, Construtivista e Waldorf, para assim, definir diretrizes projetuais sobre o novo modelo de escola; analisar por meio de estudo de caso a contribuição do espaço para o aprendizado do estudante e desenvolver o programa de necessidades.
Desenvolver um estudo sobre a história do bairro Grajaú, e fazer uma leitura do lugar, por meio de análise dos usos, gabaritos, áreas verdes, fluxos, conexões, legislação e principalmente a ligação da necessidade que o espaço tem com o tema abordado. Assim, conclui-se sobre o papel da arquitetura em fornecer o melhor aos alunos, demonstrando que é possível criar um espaço de qualidade que influencie no aprendizado das crianças.
TEORIAS PEDAGOGICAS
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2.4 MÉTODO MONTESSORI No início do século XX, foi criado o método Montessori pela educadora e médica italiana Maria Montessori (1870-1952), sendo um destaque no Movimento Escola Nova (movimento de renovação educacional) que disseminou vários métodos de ensino que pregavam a autoeducação, autonomia, e debatiam não só a forma de educar, como também o espaço em que se educa. Nessa época, a principal pensadora foi Maria Montessori, realizando estudos e desenvolvendo pesquisas com crianças, utilizando princípios de individualidade e liberdade na educação. Após anos de pesquisas, Maria Montessori, ao constatar a eficácia do aprendizado por meio de estímulos a atividades motoras, defendeu em seu método que é preciso conhecer profundamente a criança e respeitar o seu desenvolvimento individual, para que a educação acompanhe o processo Fonte: novaescola.org. natural da vida, e não o contrário. Para ela, a compreensão do papel da criança como protagonista do saber, provou que ela tem uma capacidade nata para aprender, por meio da curiosidade, interesse e interação com o ambiente auxiliando no desenvolvimento do seu potencial. Dessa forma, o papel do professor seria de suporte à criança, interferindo ao mínimo e respeitando o ritmo de cada um.
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Ao contrário do método de ensino tradicional que divide as turmas de acordo com as idades, a pedagogia Montessori tem como viés o desenvolvimento multifatorial da criança conforme suas fases de desenvolvimento. Dessa forma, Maria Montessori conclui que o ser humano aprende e se desenvolve de acordo com períodos de faixa etária, sendo assim, a divisão de turmas é composta por crianças de diferentes fases etárias, conforme quadro abaixo:
Fonte: Elaborado pela autora com dados do TFG - EMEI Poço Draga.
O método Montessoriano se divide em 6 pilares principais: Autoeducação: capacidade natural que a criança tem de aprender, explorar, investigar; Educação Cósmica: forma como devemos apresentar todas as coisas à criança, para que ela consiga assimilar todas as informações de forma organizada; Educação como Ciência: compreende a partir da observação do professor, para entender a melhor forma de ensinar; Ambiente Preparado: local onde a criança desenvolverá sua autonomia, entenderá sua liberdade e limites; Adulto Preparado: profissional que por meio das ferramentas educativas vai orientar os criança no processo de aprendizagem; Criança Equilibrada: é a criança em seu desenvolvimento natural da criança por meio do correto uso do ambiente e da ajuda de um professor preparado.
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Fonte: Elaborado pela autora com dados do TFG - Arquitetura Escolar em Contribuição a Pedagogias Alternativas.
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MONTESSORI
FREIRIANA
MARIA MONTESSORI, MÉDICA IITALIANA
PAULO FREIRE, EDUCADOR BRASILEIRO
EXPERIÊNCIA
CONCIENTIZAÇÃO VALORES - SOCIAIS - CULTURAIS - HUMANOS
MATERIAL MONTESSORI
HABILIDADES MOTORAS E SENSORIAIS
Método Montessori de aplicação. Fonte: Google Imagens.
ORGANIZAÇÃO
RESPONSABILIDADE ESCALA DA CRIANÇA
SENTIDOS
TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
“A educação modela as almas e recria corações. Ela é a alavanca das mudanças sociais” (Paulo Freire)
RESPEITO
TOLERÂNCIA AUTONOMIA adj 1 Livre de poder externo, que se governa por leis próprias. 2 Independente, livre. (Dicionário Aurélio)
CURIOS
sf 1 Qualidade de curi desvendar, saber ou ve (Dicionário A
CONSTRUTIVISTA
WALDORF
JEAN PIAGET, FILÓSOFO E BIÓLOGO SUÍÇO
RUDOLF STEINER, FILÓSOFO AUSTRÍACO
EXPERIMENTAÇÃO
ANTROPOSOFIA
OBRAS DE REFERÊNCIA
ÂMBITOS - FÍSICOS - EMOCIONAIS - INTELECTUAIS
CONSTRÓI SEU PRÓPRIO CONHECIMENTO
HUMILDADE
“O principal objetivo da educação é criar pessoas capazes de fazer coisas novas não simplesmente repetir o que as outras gerações fizeram.” (Jean Piaget)
Método Waldorf de aplicação. Fonte: Google Imagens.
DESENVOLVIMENTO NATURAL IDADE
ioso; desejo de er. 2 Indiscrição. Aurélio)
RACIOCÍNIO
CRIATIVIDADE sf 1 Qualidade ou estado de ser criativo. 2 Capacidade de criar. (Dicionário Aurélio)
HABILIDADES MANUAIS E ARTÍSTICAS
EXPRESSÃO ARTÍSTICA CONEÇÃO COM NATUREZA
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CONCEITOS
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3.1 ARQUITETURA SENSORIAL A arquitetura sensorial vai além do sentido visual, ela pode proporcionar através de ambientes estimulantes, a sensação de aconchego, acolhimento, é capaz de instigar a curiosidade, despertando os 5 sentidos e podendo evocar emoções.
Comenius foi o primeiro a organizar um programa de escolarização universal, segundo Kowaltowski (2011) além de ele pregar uma pedagogia onde a escola, o professor e a família deviam ser um elo do processo educativo. Comenius enfatizava a importância do ambiente escolar arejado, bonito, com espaços livres e ecológicos onde, a aprendizagem se iniciasse pelos sentidos, para que posteriormente, quando essas experiências sensoriais fossem interiorizadas, seriam interpretadas pela razão. “O homem, não se constitui apenas de intelecto, pois as disposições primitivas como as emoções, os sentidos, os instintos e os sentimentos existem antes do pensamento elaborado” (KOWALTOWSKI, 2011, p. 17 apud CARRENHO; MARTINS, 2017, p. 288).
17 Dessa maneira, é empregada a responsabili-dade do arquiteto de projetar não só espaços, mas sim vivências a serem inseridas, indo além de normas de conforto termo acústico e visual. Fazer o usuário evoluir dentro de um espaço tão importante para o ser humano, a escola, proporcionando aquilo que não se vê, mas se sente. Um ambiente pode influenciar diretamente no fator sensorial e consequentemente comportamental do homem. Tal ambiente pode motivar estimular, e provocar sensações e reações relacionadas aos estímulos externos, pois somados aos estímulos internos direcionam ao comportamento do indivíduo (OKAMOTO, 2002, p. 79).
Martau (apud PALLASMAA, 2005), defende a arquitetura de experiências multissensoriais, oposta da arquitetura “visual” que é apresentada na maioria dos edifícios. O autor segue fazendo uma crítica que grande parte da arquitetura que se faz presente, está focada em apenas um sentido: a visão. Martau (apud PALLASMAA, 2005) ressalta que nossa percepção sobre o mundo está embutida nas informações que recebemos através dos cinco sentidos, e que ambos devem ser explorados. A arquitetura deve equilibrar-se entre a funcionalidade, conforto e os sentidos, de modo que motive a imaginação e a emoção (CARRENHO; MARTINS, 2017, p. 289).
18 É pensando nesses princípios que a proposta projetual se baseará, criando espaços que contribua para aprendizagem, qualidade na vivência das crianças e integrações entre a comunidade, para que forme futuros cidadãos.
"A arquitetura é a elaboração reflexiva dos espaços. Se trata da criação de espaços que evoam um sentimento de uso apropriado" (Louis Khan)
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3.2 AUTOEDUCAÇÃO A autoeducação é a capacidade natural que a criança tem de aprender. É a partir da curiosidade de querer descobrir o mundo: explorando, investigando e pesquisando, a partir de seus próprios esforços, que faz com que ela encontre respostas. A preparação do ambiente é um ponto importante para seu desenvolvimento, a criança deve ter liberdade dentro do espaço, podendo escolher o que ela quer aprender, e sempre sendo respeitada pelo seu próprio ritmo e interesse (MONTESSORI, 1990). Aos arquitetos, professores e educadores, cabe o papel de criar um ambiente adequado para que a criança se desenvolva, com o intuito de querer formar adultos livres, que possam achar seu caminho por iniciativa própria.
Não há, basicamente, em nenhum nível, uma educação que não seja a autoeducação. [...] Toda educação é autoeducação e nós, como professores e educadores, somos, em realidade, apenas o ambiente da criança educando-se a si própria. Devemos criar o mais propício ambiente para que a criança eduquese junto a nós, da maneira como ela precisa educar-se por meio de seu destino interior (STEINER apud BERGALLO, 2018, p. 6).
20 A autoeducação inclui o processo de conhecer o outro, além de apenas efetuar a positividade do individualismo. O ambiente social e cultural está ligado ao desenvolvimento de individualidades livres, proporcionando assim, boas condições ao mesmo.
Dessa forma, conclui-se que: “Naturalmente, a ideia de educação não consiste somente em formar a capacidade de aprender, mas também a de se autorrealizar” afirma Schneider (1982, p. 154).
O pensamento intuitivo e o individualismo ético são os princípios de uma evolução da consciência humana que traduzem a liberdade. No campo educacional, liberdade corresponde à ideia de autoeducação. De um ponto de vista epistemológico, autoeducação significa a capacidade de recriar a ação, através do pensamento intuitivo, de acordo com a percepção contextual (BACH, 2012, p. II).
"A escola, como instituição de ensino atualmente conhecida, é o resultado de um longo processo histórico, cuja evolução pode explicar o modelo aplicado" (Kowaltowski)
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3.3 CRIANÇA E NATUREZA Segundo um estudo da Aliança Internacional de Espaços Escolares (2017) e também a publicação do Instituto Alana pelo seu programa Criança e Natureza: Desemparedamento da Infância: a escola como lugar de encontro com a natureza (2017), foi comprovado que ambientes ricos em natureza, assim como, escolas, parques, praças, edifícios com áreas verdes, ajudam no desenvolvimento infantil de habilidades cognitivas, sociais, motoras e emocionais das crianças, além de, promover a saúde física e mental (NUNES, 2018). As grandes opções de tecnologias e a escassez de áreas verdes nas cidades, gera o distanciamento das crianças com a natureza, sendo uma grande preocupação com a sociedade, uma vez que o contato com a natureza na infância traz pequenos aprendizados cotidianos, onde elas aprendem a lidar com situações extremas, superar
os próprios limites, para assim, levar a vida adulta mais preparados e resistentes, capazes de enfrentar as adversidades da vida. Do ponto de vista da criança, a natureza é o meio no qual ela poderá estar mais livre e conectada com sua essência. “Quando a imaginação da criança encontra a natureza, ela se potencializa e se torna imaginação criadora. A natureza tem a força necessária para despertar um campo simbólico criador na criança”, disse Gandhy Piorski, artista plástico que pesquisa as práticas da criança e a relação entre criança e natureza (HUNGRIA, 2018).
22 É importante criar ambientes acolhedores e seguros para as crianças. A escola precisa se preocupar mais com a inserção da natureza em seus pátios ou até colocar hortas, pois assim possibilita aos pequenos de aprender melhor sobre o ciclo de vida dos seres vivos, podendo também despertar a criatividade, quando o galho vira espada e a folha vira um barquinho.
Educar as crianças conectadas a natureza está relacionado, também, a um futuro melhor para o planeta. “A criança que convive com o meio natural e desenvolve afinidade em relação à natureza aprecia e zela pelo mundo à sua volta porque o respeita e o reconhece como seu ambiente de pertencimento", afirma Hungria (2018).
O ambiente natural tem sido um local importante para brincadeiras e atividades físicas para muitas crianças. Um forte corpo de pesquisa baseada em evidências indica que as crianças, quando têm a opção, preferem brincar em ambientes naturais (SOBEL, 1993). Embora o contato com a natureza seja importante em todas as etapas do desenvolvimento, alguns pesquisadores e teóricos enfatizam que é especialmente importante durante a primeira infância (9 a 12 anos) (COBB, 1977 apud DYMENT, 2008, p. 959).
"A cidade somos nós e nós somos a cidade. E o tipo de cidade que dejamos depende do tipo de pessoas que queremos ser. E o tipo de pessoas que queremos ser depende das escolas que iremos construir e frequentar" (Paulo Freire)
ESTUDOS DE CASO e REFERÊCIAS PROJETUAIS
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4.1 AVENUES THE WORD SCHOOL Arquitetura: Aflalo/Gasperini e Pitá Arquitetura Local: São Paulo, Brasil Ano: 2018 Área Construída: 41.864 m²
Fonte: ArchDaily – Avenues The Word School. O projeto da escola Avenues The Word School, teve um grande desafio de transformar um edifício corporativo em uma escola com programa dinâmico e diversificado. Sua solução arquitetônica foi o retrofit do edifício, criando espaços internos que permitem a visualização e circulação entre os pavimentos, para instigar os alunos de diferentes idades a se comunicarem e obterem trocas de experiências.
Fonte: ArchDaily – Avenues The Word School.
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Observa-se que o projeto teve uma preocupação na conexão da criança com a cidade, os volumes em diferentes níveis criam acesso direto a áreas externas em cada pavimento da escola. As coberturas do edifício possuem quadras e terraços, assim, o contato com o ambiente externo pode ser utilizado como um espaço de aprendizado. “Os trabalhos paisagísticos, arquitetônicos e de interiores formam um tripé essencial para a escola. Eles se complementam e emolduram um ao outro ao trazer qualidade para os espaços”, complementa José Luiz (2018).
Fonte: ArchDaily – Avenues The Word School.
Fonte: ArchDaily – Avenues The Word School.
Fonte: ArchDaily – Avenues The Word School.
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Fonte: ArchDaily – Avenues The Word School.
Fonte: ArchDaily – Avenues The Word School.
As salas seguem os mesmos princípios do método Montessori de pedagogia, assim como a própria Maria Montessori (1990) diz: “[...] os espaços escolares devem favorecer a observação, a atividade, a ordem, a liberdade e a autonomia, além de fugir da estrutura repressora e não planejada para as atividades infantis”.
Fonte: ArchDaily – Avenues The Word School.
A escada toda de madeira traz um aconchego para o local, já que ela não tem função apenas de passagem. Por ela ser uma arquibancada também, acaba se tornando um espaço estático e de vivência para as crianças.
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4.2 FUJI KINDERGARDEN Arquitetura: Tezuka Architects Local: Tachikawa, Japão Ano: 2007 Área Construída: 1.304 m² O jardim de infância Fuji segue a pedagogia Montessoriana, tendo um programa de ensino diferenciado, onde oferece dança, música, carpintaria, jardinagem, entre outros, criando experiências livres, onde a criança tem total liberdade de brincar dentro ou fora da sala de aula, de forma a reconhecer suas habilidades, potenciais e interesses. O projeto possui uma forma elíptica simples e uniforme, ao redor de um pátio central, que estimula as crianças a correrem livremente em um percurso “infinito”, fazendo com que ela explore todo o ambiente ao redor, sendo internos e externos.
Fonte: Coisas do Japão.
Fonte: Coisas do Japão.
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Fonte: Arch Tonic.
Fonte: Arch Tonic.
Fonte: Arch Tonic. O edifício contém diversos elementos de destaque, como a sua cobertura, permitindo que a criança corra e brinque livremente; as claraboias de vidro, que além do aproveitamento da luz natural nas salas de aula, garante uma relação visual entres as crianças que estão na cobertura; e o uso predominante da madeira, que traz a sensação psicológica de acolhimento ao espaço, dando a ideia de lar.
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4.3 WICH SCHOOL Arquitetura: Garoa Arquitetos Associados Local: São Paulo, Brasil Ano: 2016 Área Construída: 1.166 m² A Wish School é uma escola de educação holística, ou seja, que constrói sua pedagogia através de uma visão completa do indivíduo, considerando os aspectos físicos, emocionais, sociais, culturais, corporais, criativos, intuitivos e espirituais.
Fonte: ArchDaily – Wish School.
Fonte: ArchDaily – Wish School.
Fonte: ArchDaily – Wish School.
O projeto teve como objetivo criar ambientes que não fosse uma construção fixa, fazendo com que todos os ambientes fossem expansões da sala de aula e propícios para a assimilação de conhecimento. Para isso foram utilizadas duas tipologias: as de vedo fixo/translúcido e as de vedo móvel, onde grandes armários pivotantes fazem a delimitação dos espaços. Por serem pivotantes, os armários mudam a configuração dos ambientes à sua volta, deixando a sala de aula aberta e conectadas com os ambientes ao redor. Esses armários dão total suporte às atividades que acontecem, servindo de apoio de mochilas, instrumentos e livros. Para a entrada de luz natural no pavimento térreo da escola, foi utilizado aberturas zenitais e recortes nas lajes, sempre vinculados às circulações verticais. O uso de diferentes vedos, entre eles o domos, permite a entrada de luz adequada de acordo com às necessidades do programa, além de a noite iluminar sua própria cobertura com a luz artificial de dentro do edifício.
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Fonte: ArchDaily – Wish School.
Fonte: ArchDaily – Wish School.
VISITA TÉCNICA
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5.1 CADÊ BEBÊ CRIAR, AMAR, DESENVOLVER, EXPLORAR, BRINCANDO Arquitetura: Basiches Arquitetos Associados Local: São Paulo, Brasil Ano: 2013 Área Construída: 500 m² O Cadê Bebê, é um espaço com diversas atividades para o desenvolvimento das crianças, onde os pais ou parentes também podem participar.
Foto Autoral.
Lá a criança tem total liberdade e autonomia pelos ambientes por conta do cuidado que os arquitetos tiveram em fazer os móveis e todos os materiais que se encontram por la, serem na escala da criança. Além disso mostra também que houve uma preocupação do contato sensorial da criança nas atividades.
Foto Autoral.
Foto Autoral.
Foto Autoral.
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Foto Autoral. Recepção.
Foto Autoral. "Prainha".
Foto Autoral. Lojinha.
Foto Autoral. Sanitário Infantil.
Foto Autoral. "Prainha".
Foto Autoral. Ateliê Livre.
Fonte: Galeria da Arquitetura. Hortinha e parede Criativa.
PLANTA TÉRREA
Entrada
Foto Autoral. Cantinho da Leitura.
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Foto Autoral. Casinha.
Foto Autoral. Casinha.
Fonte: Galeria da Arquitetura. Ă rea de Atividades.
Foto Autoral. Atividades Sensoriais.
Foto Autoral. Atividades Sensoriais.
Foto Autoral. Casinha.
Foto Autoral. Camarim.
Foto Autoral. "Feira".
Foto Autoral. Atividades Sensoriais.
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Foto Autoral. Área do Café.
Foto Autoral. Ateliê
Foto Autoral. Refeitório.
PLANTA SUPERIOR
Foto Autoral. Refeitório.
Foto Autoral. Sala de Aula (Explorar).
Administração
Foto Autoral. Área do Café.
Foto Autoral. Sala de Aula (Desenvolver).
36 Na entrada do Cadê Bebê temos a recepção que dá acesso a um jardim com playground descoberto, onde seria o recuo frontal do edifício. Esse playground é separado por um caixilho com folhas de vidro, quando recolhido permite a integração entre o interno e o externo, e em dias de chuva onde o caixilho estará fechado, o vidro torna-se uma grande tela para as crianças pintarem. O pavimento térreo foi projetado sem divisões, com dois grandes espaços abertos, que há vários tipos de atividades para as crianças, onde o limite de cada uma delas é determinado pelo tipo de piso e por um pequeno desnível. Todos esses ambientes tem ligações com áreas externas, permitindo a entrada de luz natural. No pavimento superior temos o café que é integrado com um pátio coberto por vidro e um pergolado de madeira em desenho quadriculado. Nesse mesmo pátio, tem uma edícula com duas salas, que chamam Explorar e Desenvolver, que integra-se por meio de portas de correr. O bloco principal conta, ainda, com espaços mais compartimentados, com uma sala administrativa e uma sala oficina/ateliê. “Todos os ambientes foram pensados e voltados para o convívio e a interação entre as crianças e os pais, sempre contemplando fatores lúdicos e funcionais por meio de uma linguagem contemporânea, que cativa e aguça a curiosidade dos usuários”, relata Basiches.
"Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda" (Paulo Freire)
BAIRRO GRAJAÚ
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6.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO LOCAL A escola pública deve ser um equipamento que atenda a demanda do bairro, a fim de se encaixar na rede escolas de ensino infantil e fundamental II do Grajaú, visando a qualificação profissional dos jovens, ou seja, prepara-los para o mercado de trabalho. Além disso, para o partido do projeto, foram considerados os contextos sociais do bairro, entendendo que existam características locais que não podem ser ignoradas.
39 Buscou-se trazer para o trabalho o conceito de integração e educação, onde a própria escola se torna uma comunidade, tanto entre os alunos e funcionários, em uma escala menor, quanto na relação entre a escola e o entorno. Assim, o edifício se tornaria a conexão principal para uma maior integração social e espacial, além de trazer mais vitalidade para uma área com tão poucos recursos sociais. “Quanto maior a integração dentro de uma sociedade, maior será a conformidade entre os seus membros e maior a estabilidade social dentro de uma comunidade”, afirma Maia (2018, p. 119).
FAMÍLIA COMUNIDADE ESCOLA
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6.2 PANORAMA HISTÓRICO Local de passagem entre aldeias indígenas.
Loteamento de ocupação da por trabalhadores
Construção das represas Guarapiranga e Billings.
Foto : Google Imagens.
Vista da barragem em construção. SÉCULO XIX
1829
1900 A 1930
Represa de Guarapiranga.
1950 A
Área deixa de pertencer ao município de Santo Amaro, sendo anexado a São Paulo.
Instalação de colônia de alemães na região.
Foto : Google Imagens.
1935
Foto : Google Imagens.
Largo do Socorro em 1936.
42
Aprovação da Lei Estadual nº 9.866 (28 de novembro de 1997), que define a área de Proteção e Recuperação dos Mananciais (APRM) como uma ou mais sub-bacias hidrográficas.
terras e região migrantes.
Estima-se a existência de cerca de 200 bairros irregulares na região da capela do socoro e 220 favelas.
Foto : Google Imagens.
Fila de embarque na Represa Guarapiranga.
A 1960
1975
Surge à Lei Estadual de Proteção aos Mananciais nº 898 (18 de dezembro de 1975) e a lei estadual nº 1.172 (17 de novembro de 1976).
1997
2014
2017
Requalificação da Avenida Dona Belmira Marin, proporcionando melhorias para o trânsito e transporte na região.
Foto : Site Data Geo.
Elaborado a partir das cartas do IBGE, entre 1970 e 1980.
43
6.3 DIAGNÓSTICO O local de intervenção é no Grajaú, um distrito do município de São Paulo, situado no extremo sul da cidade. O terreno encontra-se próximo à um dos braços da Represa Billings e fica a 1,5km da estação Grajaú da CPTM. 500m
Seu principal acesso público se dá pela Avenida Dona Belmira Marin, considerada o principal eixo da região, onde oferece ligação com os demais bairros e acesso à várias linhas de ônibus. A avenida, como mostra no mapa ao lado na linha dupla vermelha, possui um grande fluxo de carros e de pessoas, obtendo bastante comércios e serviços em seu percurso.
1000m
RAIO 2000m
Fonte: Elaborado pela autora com dados do site Geosampa.
44 O mapa ao lado demonstra um raio de 500 metros do terreno, onde encontramos apenas uma escola de Ensino Fundamental. A inexistência desses equipamentos educacionais na região faz com que muitos jovens tenham que se deslocar para outras regiões da cidade, ou muitas vezes acabam optando por não estudar.
500m
1000m
RAIO 2000m
Fonte: Elaborado pela autora com dados do site GeoSEADE e Geosampa.
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500m
1000m
RAIO 2000m
Fonte: Elaborado pela autora com dados do site e Geosampa.
Formado por bairros residenciais superpopulosos, Grajaú é uma área periférica da cidade, onde os equipamentos públicos existentes na região, encontram-se saturados e não possuem qualquer tipo de reforma ou ampliação. Sendo ainda agravados por ser um local que predomina a Zeis-1, adensando e reforçando ainda mais o aspecto residencial, assim com os loteamentos irregulares e favelas. Dessa forma, evidenciam-se o sentido de vulnerabilidade social, presentes no dia a dia das pessoas que vivem ali, constantemente expostas às situações de risco e violência.
46 A área de estudo possui uma topografia bastante acentuada, a maioria das calçadas são extremamente estreitas e há uma ausência de vegetação no local, se tornando uma problemática a ser resolvida no projeto, uma vez que essa vegetação tem um papel muito importante para a cidade, regulando a temperatura e a insolação das áreas edificadas e abertas. 500m
1000m
RAIO 2000m
Fonte: Elaborado pela autora com dados do site Geosampa.
Diante dos problemas identificados da área, o projeto tem como objetivo atribuir uma função social ao terreno escolhido, cercado de habitações, sendo uma centralidade auxiliadora no desenvolvimento social e econômico do bairro, fugindo um pouco das habitações sociais.
47
6.4 LOCALIZAÇÃO DA PROPOSTA Grajaú está localizado no extremo sul de São Paulo, administrado pela subprefeitura da Capela do Socorro; Segundo o ibge, estima-se que o distrito do Grajaú possui atualmente 372.079 mil moradores;
Área do Terreno
Região Metropolitana de São Paulo Fonte: Elaborado pela autora com dados do site e Geosampa.
48 Cerca de 90% do território da Capela está inserido em área de proteção aos mananciais, sendo dividindo em três distritos: Grajaú, Cidade Dutra e Socorro; Se encontra entre duas grandes represas, a represa Billings e a represa de Guarapiranga. Fonte: Elaborado pela autora com dados do site GeoSEADE e Geosampa.
A topografia do bairro é bastante irregular e a área do projeto possui 13m de declive; A maior parte das ruas são orgânicas nessa região, sendo possível encontrar algumas ruas ortogonais. Há predominância de gabaritos baixos no bairro; Falta de equipamentos educacionais, culturais, esporte e saúde.
49
Ă rea do Terreno
Fonte: GeoSampa.
Imagem Autoral. Esquina do terreno, Av. Belmira Marin com Av. Antonio Carlos Benjamin.
Ă rea do Terreno
Fonte: GeoSampa.
1- Imagem Autoral. Vista do terreno pela Av. Belmira Marin.
2- Imagem Autoral. Vista do terreno pela Av. Antonio Carlos Benjamin.
Ă rea do Terreno
Ă rea do Terreno
Fonte: GeoSampa.
Imagem Autoral. Esquina do terreno, Av. Antonio Carlos Benjamin com Rua Clarindo Santigo.
Fonte: GeoSampa.
Fonte: Google Imagens. Terreno, vista pela Rua Clarindo Santiago.
51
6.5 LEGISLAÇÃO O terreno escolhido situa-se em uma Macroárea de Redução da Vulnerabilidade Urbana e Recuperação Ambiental, compreendida pela existência de baixos índices de desenvolvimento humano, e altos índices de vulnerabilidade social. Essa área é ocupada por habitantes de baixa renda, apresenta precariedades territoriais, irregularidades fundiárias e déficits nas ofertas de serviços, equipamentos e infraestruturas urbanas. Devido a presença de mananciais de abastecimento hídrico, o território precisa de cuidados especiais para sua conservação.
O lote possui uma área de 3.214,70 m² e está compreendido entre as Avenidas Dona Belmira Marin, Antonio Carlos Benjamin dos Santos e a Rua Clarindo Santiago. Segundo o PDE 14/16.050 e Lei de Zoneamento 16/16.402, trata-se de uma área de Zona Especial de Interesse Social (ZEIS-1) e Zona de Centralidade em ZEIS (ZC-ZEIS), com maior predominância.
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A Zona Especial de Interesse Social é habitada predominantemente por população de baixa renda, caracterizada por áreas com presença de favelas, loteamentos irregulares e habitacionais com interesse social. Seu objetivo é de manter a população da região e promover a regularização fundiária e urbanística, recuperação ambiental e produção de Habitação de Interesse Social.
Fonte: Elaborado pela autora com dados do site Geosampa.
53 Já a Zona de Centralidade em ZEIS, que há maior predominância no território escolhido, são destinadas ao desenvolvimento de usos não residenciais (comércios e serviços), com objetivo de fomentar a geração de empregos. Ela ocorre em territórios lindeiros à ZEIS-1, justamente para promover a diversificação dos usos com a habitação de interesse social, tornando-o cada vez mais um bairro misto, e promover a regularização fundiária de interesse social e a recuperação ambiental. O projeto foi dimensionado com base nas leis de zoneamento, conforme o quadro abaixo:
54 A implantação da escola não visa somente a utilização do local como equipamento de educação, mas como um centro de convívio para os moradores do entorno, contando com biblioteca, auditório e salas de música, dança, abertos a comunidade, aumentando a utilização do espaço pelo público, hoje subutilizado. Para direcionar esforços e investimentos para a melhoria da qualidade da educação no país, foi criado o Plano Nacional de Educação (PNE) determina diretrizes, metas e estratégias para a política educacional no período de 2014 a 2024. Segue abaixo algumas das 20 metas estipuladas: Meta 1: Universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das crianças de até 3 (três) anos até o final da vigência deste PNE. Meta 2: Universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda a população de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que pelo menos 95% (noventa e cinco por cento) dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência deste PNE. Meta 6: Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) dos (as) alunos (as) da educação básica. Meta 7: Fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir as médias nacionais para o Ideb.
55 Mediante a aplicação de diferentes métodos de ensino à escola pública, a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) exige que:
SISTEMA DE ENSINO Art. 14º. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I - Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II - Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.
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ESCOLA PÚBLICA sf 1 Estabelecimento de ensino. 2 Instituição que tem o encargo de educar. 3 Conjunto formado pelo professor e pelos discípulos. (Dicionário Aurélio)
Art. 22º. A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. Art. 23º. A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não-seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar.
"Só existirá democracia no Brasil no dia em que se montar no País a máquina que prepara as democracias. Essa máquina é a escola pública" (Anísio Teixeira)
PROJETO
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7.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES O programa de necessidades define os ambientes necessários para a realização das atividades escolares, fundamentais para o desenvolvimento de crianças de 3 a 14 anos. Para sua definição adotou-se os parâmetros e diretrizes estipulados pelo MEC: Subsídios para Elaboração de Projetos e Adequação de Edificações Escolares (2002) e a incorporação de alguns ambientes do Catálogo de Ambientes da Fundação de Desenvolvimento da Educação (FDE), acrescentando espaços complementares com a função de enriquecer o aprendizado, estimulando as competências individuais e inteligências múltiplas dos alunos.
“O programa não é apenas uma lista de ambientes, mas um documento que interage com as pedagogias e o modo de abrigar as atividades essenciais para o tipo de ensino almejado”, afirma Kowaltowski (2011, p.63). A seguir, um quadro com os ambientes divididos em 5 setores, com a área estimada e a área total, a fim de definir suas relações funcionais e espaciais. Os ambientes que contém asterístico (*) são os que serão abertos à comunidade.
59
60
61
7.2 PARTIDO ARQUITETÔNICO
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63
7.3 FASES PROJETUAIS FASE 01
FASE 02
FASE 03
05/11/2019
03/12/2019
18/02/2020
Estudo formal e implantação.
Estudo formal e implantação com aumento do lote.
Análise de estrutura, acessos e topografia.
64
FASE 04
FASE 05
19/02/2020
04/03/2020
Anรกlise de estrutura, acessos e topografia.
Anรกlise de estrutura, acessos e topografia.
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7.4 ARQUITETURA Nesse capítulo será apresentado o projeto arquitetônico de uma Instituição Escolar, voltada a educação infantil até o fundamental II (3 a 14 anos) resultante dos estudos apresentados anteriormente. A intenção do projeto foi de criar espaços flexíveis e interativos para os alunos, além de conceber uma área que funcionasse como ponto de encontro para a comunidade. O projeto foi proposto em uma tipologia vertical de forma a aproveitar o desnível que o terreno apresenta, de 12 metros. A forma da escola trata-se de um bloco principal que concentram todas as atividades educacionais e um outro bloco menor, descolado do bloco principal, destinado a parte administrativa. Toda a faixada é composta por rampas, facilitando os acessos de entrada no edifício e tornando a escola acessível, conforme as normas de acessibilidade ABNT NBR 9050. Considerou-se para a implantação do edifício, inserida na próxima página, os principais acessos, sendo eles em 4 níveis diferentes, o primeiro na Av. Dona Belmira Marin, cota 812, de acesso público, o segundo e o terceiro na Av. Antônio Carlos Beijamin, cota 817 e 822, também de acesso público, e o quarto na Rua Clarindo Santiago, cota 825, somente para os alunos e funcionários, já que é uma rua com menos fluxo de carros.
66
IMPLANTAÇÃO
67
PERSPECTIVA - AV. DONA BELMIRA MARIN
68 A fim de promover uma relação direta com a comunidade, foram inseridos equipamentos e ambientes voltados ao uso público, como todo setor esportivo, alguns do setor pedagógico e de serviço. O primeiro pavimento, cota 812, é composto por uma grande área de foyer com exposições temporárias para o auditório, além de servir como um espaço de espera para quem for atendido nas salas da Psicóloga, Pediatra ou Enfermaria. A posição da circulação vertical fez com que o ambiente se divide-se em dois, obtendo um espaço significativo para a biblioteca. Ainda nesse pavimento, possui uma pequena sala para guardar doações que sejam feitas para a comunidade e depois distribuídas. O próximo pavimento, sendo na cota 817 e na cota 822 apenas como um mezanino, concentra todo o setor esportivo com os vestiários, o depósito de materiais e a quadra poliesportiva com uma arquibancada retrátil, portanto quando recuada, a quadra pode ser dividida ao meio, virando duas quadras. Mais embaixo contém uma sala de música e de dança.
O pavimento térreo da Rua Clarindo Santiago, cota 825, compreende por um grande pátio central com playground, pátio de areia, clarabóias de vidro que além do aproveitamento da luz natural na quadra, garante uma relação visual entres as crianças que estão no pátio. Ele é fechado por um muro de vidro que pode se tornar uma grande tela para as crianças pintarem e criarem suas artes. Nesse pavimento contém duas entradas, uma para os alunos com um grande portão e outra mais reservada para os pais ou parentes, afim de facilitar a chegada dos mesmos até o bloco administrativo. Mais no canto tem vestiários para os funcionários, junto com uma copa e um DML. Ainda no mesmo pavimento há o Pavilhão Infantil e Educativo I, todo aberto para o pátio, sem divisórias, com apenas armários com rodízio e na escala da criança, para obter mais liberdade em remanejar o ambiente (características do método Montessori). Próximo há o refeitório infantil.
69 Nas salas foram considerados 1.5m² por aluno, dessa forma, o pavilhão infantil e o pavilhão educativo I e II terão 32 crianças por sala. Porém, nelas não contém o número exato de cadeiras para todas as crianças, pois a maioria das atividades montessorianas são feitas no chão em cima de um tapete. Para os alunos de 9 a 14 anos de idade as salas ficam no pavimento superior, cota 828, junto com um ateliê de artes, um laboratório de ciências e um de informática. Esses ambientes contam o uso predominante da madeira, que traz a sensação de acolhimento ao espaço, dando a ideia de lar. As salas do Ensino Educativo II e III possuem divisórias para melhor absorção dos ruídos externos, já que nessa idade as atividades necessitam que os alunos estejam mais concentrados. No último pavimento, bloco descolado do bloco principal, cota 832, foi destinado a todo setor administrativo da escola. Junto possui uma cantina para os alunos maiores, e ao descer a rampa de acesso chega a um grande solário onde eles podem passar o intervalo e ter uma super conexão com a cidade e o verde que acontecer ao redor. Diferente dos outros fechamentos o bloco administrativo conta com um sistema de vedação em painéis de policarbonato alveolar leitoso, proporcionando um isolamento térmico e acústico. As rampas do edifício seguem como protagonistas da forma volumétrica do projeto, nelas contém divisórias de vidro que determinam um fluxo de passagem, ou seja, quem esta para “dentro” do edifício pode andar mais lentamente e se proteger de uma possível chuva e quem esta para fora um pouco mais rápido, ou vice versa. A cada metro que o aluno sobe/desce tem uma perspectiva diferente, seja da cidade ou da escola. Elas têm a capacidade de se tornar muito mais que um local de passagem.
70 Com o intuito de transformar a escola em um elemento integrante na paisagem, não foram utilizados muros de segregação no pátio, tornando-o permeável a cidade. Para isso foi utilizado elementos de fechamento junto com vidro, fazendo com que a cada hora do dia, em relação a posição do sol, a fachada mude de textura. Além disso traz experiências sensoriais para as crianças, fazendo com que os ambientes se tornem ainda mais lúdicos.
SOL NASCENTE
SOL POENTE
PERCURSO DO SOL - INSOLAÇÃO
71
PLANTA NÍVEL 812 - TÉRREO AV. DONA BELMIRA MARIN
72
PLANTA NÍVEL 817 - TÉRREO AV. ANTÔNIO CARLOS
73
PLANTA NÍVEL 822 - MEZANINO AV. ANTÔNIO CARLOS
74
PLANTA NÍVEL 825 - TÉRREO CLARINDO SANTIAGO
75
PLANTA NÍVEL 828
76
PLANTA NÍVEL 832
DET 01
DET 02
DET 02
CORTE AA
78 DET 01
CORTE BB
80
81
ELEVAÇÃO - AV. DONA BELMIRA MARIN
82
ELEVAÇÃO - AV. ANTÔNIO CARLOS BEIJAMIN
83
ELEVAÇÃO - RUA CLARINDO SANTIAGO
84
ELEVAÇÃO - LOTE VISINHO
85
PLANTA ESTRUTURAL - NÍVEL 812
86
PLANTA ESTRUTURAL - NÍVEL 822
87
PLANTA ESTRUTURAL - NÍVEL 825
88
PLANTA ESTRUTURAL - NÍVEL 828
89
PLANTA ESTRUTURAL - NÍVEL 828
90
"O espaço nunca é neutro, sempre educa" (Antonio Viñao Frago)
91
PERSPECTIVA - AV. DONA BELMIRA MARIN
92
PERSPECTIVA - AV. DONA BELMIRA MARIN
93
PERSPECTIVA - AV. DONA BELMIRA MARIN
94
PERSPECTIVA - ENTRADA COTA 812 - AV. DONA BELMIRA MARIN Imagem: artista de rua norueguês, Martin Whatson, mais conhecido por seus grafites em espaços em tons de cinza. Expressa em seus trabalhos a relação entre vulnerabilidade e força.
95
PERSPECTIVA - ESQUINA AV. DONA BELMIRA MARIN E AV. ANTÔNIO CARLOS BEIJAMIN
96
PERSPECTIVA - RAMPA COTA 821
97
PERSPECTIVA - AV. ANTÔNIO CARLOS BEIJAMIN - ENTRADA COTA 817 E 822
98
PERSPECTIVA - AV. ANTÔNIO CARLOS BEIJAMIN - ENTRADA COTA 817 E 822
99
PERSPECTIVA - AV. ANTÔNIO CARLOS BEIJAMIN - PÁTIO E SOLÁRIO
100
PERSPECTIVA - SOLÁRIO
101
PERSPECTIVA - RUA CLARINDO SANTIAGO - ENTRADA COTA 825
102
PERSPECTIVA - RUA CLARINDO SANTIAGO - ENTRADA COTA 825
103
PERSPECTIVA - RUA CLARINDO SANTIAGO - ENTRADA COTA 825Â
104
PERSPECTIVA -Â LOTE VISINHO
105
PERSPECTIVA - PÁTIO E PLAYGROUND - COTA 825
106
PERSPECTIVA - PÁTIO E PLAYGROUND - COTA 825
107
PERSPECTIVA -Â QUADRA POLIESPORTIVA - COTA 817
108
PERSPECTIVA -Â MEZANINO QUADRA POLIESPORTIVA - COTA 822
CONSIDERAÇÕES FINAIS
110 O estudo e aprofundamento sobre as edificações escolares é um processo rico e cheio de aprendizados, a arquitetura pode contribuir positivamente na qualidade de ensino e cabe a essencial atuação do arquiteto exercer um papel significativo no dia-a-dia da vida escolar. Dessa forma, a instituição projetada se torna uma obra pública, sendo um grande marco na região e algo que orgulha as pessoas que vivem naquele local, trazendo valores de respeito e cidadania. Ela possibilitará melhoria no desenvolvimento dos alunos, um futuro promissor a cada um deles e qualidade de vida aos cidadãos da cidade. Além disso, as crianças serão professores dos seus próprios pais, elas que vão dizer para eles que não pode jogar papel no chão, já que eles não tiveram a oportunidade de aprender e de ter todo esse aprendizado. O processo arquitetônico permite também exercitar a empatia, a entender como as crianças se apropriam dos espaços e enxergam o mundo, práticas que, as vezes, perdemos durante a fase adulta. Após o conhecimento sobre o tema, pode-se afirmar que é possível criar espaços escolares interessantes, flexíveis, interativos, criativos, lúdicos, humanizados, com estímulo do convívio social e atividades sensoriais, de modo que permita ao aluno um ensino de maneira prazerosa.
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