MARIA CAROLINA GUIMARÃES SANTOS
ISSN 2021 - 000-000 VOL 01-N-01 NOV/DEZ 2021
Revista Digital TFG (Trabalho Final de Graduação). Núcleo Docente Estruturante de Arquitetura e Urbanismo. Universidade de Marília, Vol. 1, nº 1 (nov./ dez. 2021). Marília: UNIMAR, 2021. Orientação: Profª. Miss. Walnyce Scalise. 1. Movimento Tiny House 2. Arquitetura Minimalista 3. Habitação Funcional e Autossuficiente CDD 725.5
REVISTA TFG - ARQUITETURA E URBANISMO UNIVERSIDADE DE MARÍLIA ARQUITETURA E URBANISMO
ISSN 2021 - 001 REVISTA TFG
VOL 1
CDD 725.5 NOV./DEZ, 2021
UNIVERSIDADE DE MARÍLIA
UNIVERSIDAD
REITOR MÁRCIO MESQUITA SERVA
NDE – NÚCLEO D MS. FERNANDO N DR. IRAJÁ GOUVE MS. WALNYCE DE MS. SÔNIA C. BOC MS. WILTON F. CA
VICE-REITORA REGINA LÚCIA OTTAIANO LOSASSO SERVA PRÓ-REITORA DE PÓS-GRADUAÇÃO FERNANDA MESQUITA SERVA PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO MARCO ANTONIO TEIXEIRA PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO JOSÉ ROBERTO MARQUES DE CASTRO PRÓ-REITORA DE AÇÃO COMUNITÁRIA FERNANDA MESQUITA SERVA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO FERNANDO NETTO
NÚCLEO INTEGRA DRA. WALKIRIA M
CPA - COMISSÃO DRA. ANDRÉIA C
COMISSÃO EDITO MS. FERNANDO N MS. WILTON F. CA DRA. WALKIRIA M DRA. HELOISA HE FERNANDO MAR
COORDENAÇÃO PROF. MS. FERNA
DE DE MARÍLIA
DOCENTE ESTRUTURANTE NETTO - COORDENADOR EIA - DOCENTE E OLIVEIRA SACALISE - DOCENTE CARDI DE MORAES - DOCENTE AMOLESE AUGUSTO - DOCENTE
ADO DE PESQUISA E EXTENSÃO – NIPEX DRI MARTINEZ HEINRICH FERRER – COORDENAÇÃO
O PRÓPRIA DE AVALIAÇÃO . F. BARALDI LABEGALINI - PESQUISA INSTITUCIONAL
ORIAL – REVISTA TFG NETTO – COORDENADOR / ARQUITETO E URBANISTA AMOLESE AUGUSTO – DOCENTE / ARQUITETO E URBANISTA MARTINEZ HEINRICH FERRER - DOCENTE / NIPEX DRI ELOU DOCA – DOCENTE / LETRAS TINS – MARKETING UNIMAR E JORNALISTA (MTB 76.753)
- ARQUITETURA E URBANISMO ANDO NETTO
MARIA CAROLINA GUIMARÃES SANTOS DISCENTE DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO DA UNIVERSIDADE DE MARÍLIA
MS. WALNYCE DE OLIVEIRA SCALISE ORIENTADORA E DOCENTE DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO DA UNIVERSIDADE DE MARÍLIA
MS. FERNANDO NETTO COORDENADOR E DOCENTE DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO DA UNIVERSIDADE DE MARÍLIA
PROFESSORES DO
Esp. Luiz Fernando Gentile
Dr. Irajá Gouvêa
Ms. Mariana Petru Pires Watzel
Ms. Wilton Flávio Camoleze Augusto
Ms. Fernando Netto Coordenador Arquitetura e Urbanismo
M
O CURSO
uccelli l
Ms. Odair Laurindo Filho
Ms. Palmira Cordeiro Barbosa
Ms. Walnyce de Oliveira Scalise
Esp. Marcelo Salmon
Dra. Sônia Cristina Bocardi de Moraes
Ana Carolina Menin
Lauren Beldinazzi
André Henrique da Silva
Leonardo Bartles
Bruna Cristina Pires
Lucas Piccinelli
Eneias
Maurício Rodrigues Fil
s Boaz
lho
Evandro Colombo dos Reis
Mayara Doreto
Nivaldo Cruz
Fernanda Tozim
Rebeca Mugnai Viera
Kelly C. Zavanelli
Tássia Lemes
13 RESUMO 14 ABSTRACT 16 INTRODUÇÃO 23 REFERENCIAL TEÓRICO 26
O QUE O MOVIMENTO DEFENDE?
29
MINIMALISMO
31
FUNCIONALIDADE
33
AUTOSSUFICIÊNCIA
34
CASA SOBRE RODAS
38
O MOVIMENTO TINY HOUSE NO BRASIL
42
JUSTIFICATIVA
43
OBJETIVO
44
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
49
UMA CASA SOBRE RODAS
50
LEGISLAÇÃO
55
PROJETOS CORRELATOS
60
ESTUDO DO TERRENO
64
PROGRAMA DE NECESSIDADES
65
SETORIZAÇÃO, ORGANOGRAMA E FLUXOGRAMA
67
PARTIDO ARQUITETÔNICO
69
CONSIDERAÇÕES FINAIS
71
REFERÊNCIAS
RESUMO No atual cenário mundial, caminha-se para o esgotamento dos recursos naturais e para a sobrecarga populacional do planeta, levando a uma preocupação ambiental. Diante disso, este trabalho tem como problemática principal a necessidade de enfrentamento à readaptação habitacional dos seres humanos. Portanto, temos como um dos objetivos a problematização de tais questões ambientais, estritamente vinculadas com a influência consumista e desenfreada do capitalismo, relacionando-as com a elaboração de projetos arquitetônicos. Discutir o movimento Tiny House e suas potencialidades, abordando, assim, a relação entre a forma de moradia e custo benefício, o impacto ambiental, a funcionalidade, o minimalismo e a autossuficiência como recursos construtivos e habitacionais. A metodologia adota um viés histórico acerca do desenvolvimento das habitações humanas e do conceito do movimento Tiny House e um estilo contemporâneo de vida de algumas comunidades. Por conseguinte, a presente pesquisa busca despertar um questionamento crítico-reflexivo no que concerne às formas de habitação elaboradas pela arquitetura contemporânea e à maneira de como se configura o convívio em comunidade, visando a elaboração de um projeto de Tiny House, como uma moradia sobre rodas e locais possíveis para abrigála temporariamente.
Palavras-chaves: Autossuficiência. Funcionalidade. Minimalismo. Tiny House.
ABSTRACT In the current world scenario, there is a path towards the depletion of natural resources and the overload of population on the planet, leading to environmental concern. Therefore, this work has its main problem the need to face the housing re-adaptation of human beings. Therefore, we have as one of the objectives the problematization of such environmental issues, strictly linked to the unbridled consumerist influence of capitalism, relating them to the elaboration of architectural projects. Discuss the Tiny House movement and its potential, thus addressing the relationship between the form of housing and cost-benefit, environmental impact, functionality, minimalism and self-sufficiency as constructive and housing resources. The methodology adopts a historical bias towards the development of human habitation and the concept of the Tiny House movement and a contemporary lifestyle of some communities. Therefore, this research seeks to arouse a criticalreflective questioning regarding the forms of housing elaborated by contemporary architecture and the way in which living in the community is configured, aiming at the elaboration of a Tiny House project, as a dwelling on wheels and possible places to house it temporarily.
Keywords: Functionality. Minimalism. Self Sufficiency.Tiny House.
O mo
de re
form
estilo
da o
mod
cont
cons
imple
socia
seme
afast
ovimento Tiny House surgiu no final dos anos 90, nos Estados Unidos, com o intuito
eduzir o impacto ambiental e o custo de uma habitação própria, reestruturando a
ma de moradia a um espaço minimalista e funcional. Considerado, assim, como um
o de vida que propõe uma reflexão acerca do consumismo, da forma de habitação e
ocupação dos espaços, carrega a conscientização do que perdemos na arquitetura
derna e os impactos ambientais atuais com habitação. Atualmente, as edificações
temporâneas, os materiais utilizados, o terreno, enquanto ambiente natural, deixa de
siderar alguns pontos durante a elaboração dos projetos. Muitas vezes, visando a
ementação das necessidades humanas, de acordo com uma perspectiva
almente
difundida
pelas
concepções
consumistas
do
sistema
capitalista,
elhantemente a um mundo huxleyano¹, a construção deixa de ser integrada ao local,
tando o homem da natureza e impedindo a coexistência desses dois elementos.
16
Em uma publicação do Life Edited, David Friedlander (2014), faz menção ao livro intitulado Vida em Casa no Século XXI: 32 famílias abrem suas portas²
(ARNOLD ET AL., 2012,
tradução nossa), cujos autores realizaram uma pesquisa de campo em que acompanharam o movimento, por meio de um
mapa
de
calor,
em
32
residências
familiares,
classificadas como classe média, na cidade de Los Angeles. Assim, com o intuito de efetuar o dimensionamento do espaço utilizado no cotidiano, tal pesquisa evidenciou que aproveitavam apenas 40% dos ambientes, sendo que alguns cômodos eram usados para a estocagem excessiva de bens materiais desnecessários. Esse fato acabava criando um distanciamento do convívio familiar entre esses grandes ambientes.
Diante
disso,
o
artigo
aponta
para
um
questionamento relativo ao modo com que as atuais residências são projetadas, sugerindo que deve ser levado em conta o comportamento dos indivíduos enquanto moradores.
¹ Alusão à obra intitulada Admirável Mundo Novo de Aldous Leonard Huxley (1894 uma sociedade alienada que enxerga as necessidades do homem sob uma ótica disto ²No original: Life at Home in The Twenty-first Century: 32 Families Open Their Doors
17
- 1963), por se tratar de rcida e superficial.
18
Esse fato que acarreta numa exclusão da convenção arquitetônica e desmistifica
convicta de que espaços habitacionais devem possuir grandes metragens para que
o conforto, sendo esta posição um desejo ilusório incentivado e fomentado pelo atu
o capitalismo. Portanto, a pesquisa se apresenta como crítica às grandes con
estimula o exercício do repensar, em termos de estratégia, acerca de outros movim
novas adequações sobre as necessidades humanas, como o movimento Tiny House
19
a a posição
e se alcance
ual sistema,
nstruções e
mentos e de
e.
Atualmente, pode-se repensar o estilo de vida de uma forma mais prática e confortável. O avanço tecnológico proporciona uma melhoria nas construções, que leva à elaboração de projetos de casas autossuficientes que atendem às necessidades humanas sem excluir o conforto. Isto é, uma relação não direcionada para o tamanho, mas para a funcionalidade.
O movimento Tiny House engloba todas essas questões, pois
direciona
a
um
repensar
do
estilo
de
vida,
questionando as reais necessidades de uma moradia. Uma vez que a tecnologia possibilita o convívio social onde o ambiente possa ser interligado à natureza, acaba por permitir uma readaptação das ultrapassadas convicções arquitetônicas. Uma construção fundida com a natureza pode diminuir o impacto ambiental ao minimizar a utilização de recursos naturais como matéria prima.
20
Esse trabalho parte de revisão bibliográfica sobre o assunto, conceitua e coloca aspectos da evolução histórica. Parte para a problematização e a justificativa da
escolha
do
tema
para
depois
realizar
os
levantamentos de legislação pertinentes e estudos de caso. Pela necessidade de existir um terreno real para implantação, mesmo que temporária, da Tiny house sobre rodas proposta. Foram estudados alguns locais e a partir daí desenvolvido o programa de necessidades, setorização e fluxograma da unidade de habitação e o local temporário que poderá abrigar essa e outras Tiny houses em trânsito.
O Projeto é a parte mais importante da Tiny house, pois através dele é possível colocar todas as necessidades
do
usuário,
definir
o
sistema
construtivo, dimensões, materiais adequados, além do desenho interno com funcionalidade, conforto, melhor aproveitamento dos espaços e do mobiliário, pois sendo sobre rodas ou não, é uma moradia que deve cumprir as necessidades de uma habitação.
21
REFERENCIAL REFERENCIAL TEÓRICO TEÓRICO
A Revolução ind
um período ond conforto para a
bens materiais, q
qual a felicidade (FRIEDLANDER,
Sendo influencia
Tiny House, inici
que considerava
casa com aprox
“Micro casa”. (BO
23
ustrial conduziu a sociedade para transformações que sucedeu, o início de
de as grandes construções habitacionais adquiriram o conceito do de população. Esse conceito nos dias atuais, gera nas famílias o acúmulo de
que são estocados nos cômodos residenciais, simulando uma realidade na
e está conectada a um ciclo de consumo que delimita o espaço da moradia. 2014).
ado pela análise de Friedlander (2014), Jay Shafer, o criador do movimento
iou um projeto nos Estados Unidos em 1999, removendo todas as partes
a desnecessárias de uma moradia habitual e assim, produziu sua própria
ximadamente 8m², inspirando o movimento traduzido para o português
ONI, 2020; MEIRA, 2020)
24
MINIMALISMO CONSUMO CONSCIENTE OCUPAÇÃO DOS ESPAÇOS SUSTENTABILIDADE ENERGIA LIMPA MINIMALISMO
A Tiny Ho
casas peq
móveis m simples
consumism
(BONI, 202
Está dire pequenas menos
OCUPAÇÃO DOS ESPAÇOS SUSTENTABILIDADE ENERGIA LIMPA
e
Possibilita utilizando 2020)
O QUE O MOVIMENTO DEFENDE? use é um movimento arquitetônico e social que defende a moradia em
quenas com, no máximo, 40 m², utilizando soluções sustentáveis e
multiuso para garantir o conforto. Trata-se de um estilo de vida mais e
conceito
minimalista,
que
propõe
uma
reflexão
acerca
do
mo consciente, da forma de habitação e da ocupação dos espaços.
20; MEIRA, 2020)
etamente relacionada à sustentabilidade pois, além de envolver quantidades de carbono incorporado na sua construção, ela consome
energia
em
iluminação
artificial
e
climatização
dos
ambientes.
ando a sua construção através da reciclagem de contêineres e estruturas desmontáveis como steel frame. (BONI, 2020; MEIRA,
26
O
projeto
espaços
exige e
a
o
aproveitamento
construção
mínima
dos de
cômodos, sendo que a maior parte dos ambientes são integrados e flexíveis pois, são consideradas habitações compactas, autossuficientes e funcionais, havendo um padrão de metragem máxima de 40m² da área total construída para ser considerada uma Tiny House. (BONI, 2020; MEIRA, 2020) A Tiny House pode inclusive ser pensada para ser fixada em algum local, como exemplo, na natureza, porém, podendo ser transportável, projetada sobre rodas ou até mesmo flutuante. Nem todas as pessoas se adaptam a esse estilo de vida, mas existe um movimento crescente de pessoas que optam por ele.
28
MINIMA O minimalismo³ iniciou nos Estados Unidos no século XX, partindo das artes plásticas com o intuito de reduzir a aplicação de elementos, formas geométricas na arte e construir um design mais simples em suas formas. (AGENCIA PAPOCA, 2019)
Apresentando uma forte influência em todas as vertentes artísticas, explorou novas transformações, culturais e históricas também na arquitetura com a intervenção de De Stijl, Bauhaus e Ludwig Mies van der Rohe, que assim como no design tradicional japonês, concentrou a remoção do supérfluo e a valorização da essencialidade dos elementos. (AGENCIA PAPOCA, 2019)
No decorrer dos anos, o movimento minimalista, alcançou uma popularização pelo estilo de vida contrário ao American Way of Life4 buscando, além da arquitetura, que prioriza a iluminação natural, simplicidade dos espaços e funcionalidade, gerar uma conscientização sobre o consumo consciente, propondo uma reflexão para a reestruturação da forma como vivemos e habitamos, adaptando da melhor maneira possível o espaço. (AGENCIA PAPOCA, 2019)
29
ALISMO
Viver em um espaço pequeno não deve ser encarado como um sacrifício, mas um desafio à capacidade Humana de se adaptar e preservar aquilo que realmente lhe é mais importante. (MARTINS, 2013, p. 11)
³ Minimalismo do inglês Minimal Art, denominada uma arte limpa de elementos excessivos no processo de produção. (CRUZ, 2019) 4
Estilo de vida americano, introduzido como um modelo de comportamento surgido
nos Estados Unidos, após a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, onde a fabricação em massa possibilitou o consumo em grande escala de bens materiais. (BEZERRA, 2017
30
A
funcionalidade
em
um
projeto
arquitetônico
é
unificar
as
necessidades de habitação, conjuntando os aspectos importantes como o lugar, usuário e suas necessidades de moradia. Deve-se observar, além da estética o conforto e projetar algo que facilite o cotidiano
do
morador
internamente
e
externamente,
como
a
adequação do mobiliário, segurança e sustentabilidade. (LOGSDON ET AL, 2018)
Assim como um terno sob medida só cabe numa pessoa, o espaço projetado para cumprir apenas uma função geralmente é muito pouco adequado a outras funções. No entanto, o uso e os usuários mudam com o tempo. É por isso que muitos arquitetos tentam produzir
estruturas
adequadas
a
usos
múltiplos,
permitindo interpretações e intervenções individuais. (VOORDT, 2013; WEGEN, 2013, p. 38).
31
Para Silva (1982 apud LOGSDON ET AL, 2018), funcionalidade diz respeito
à
tradução
características
espacial
geométricas
do
apropriada, ambiente:
relacionada formato,
com
as
dimensão,
disposição e arranjos de elementos internos, ou seja, o cumprimento das finalidades que o usuário demanda, capacidade, espaço e funcionalidade. (LOGSDON ET AL, 2018)
32
AUTOSSUFICIÊNCIA AUTOSSUFICIÊNCIA
AUTOSSUFICIÊNCIA AUTOSSUFICIÊNCIA O fornecimento de água, alimento e energia foi setorizado de acordo
com
o
autossuficiência,
surgimento como
a
e
crescimento
própria
palavra
das
cidades.
sugere,
busca
A a
independência do ambiente de insumo externo ligado a cidade. (BONI, 2020; MEIRA, 2020)
Casas autossuficientes utilizam os elementos da natureza, como a água da chuva, sol, ventos e plantas de maneira inteligente, coletando os recursos disponíveis, sendo capaz de produzir a energia que consome de maneira limpa e sustentável. (BONI, 2020; MEIRA, 2020)
Os principais exemplos de autossuficiência de energia são a instalação de placas solares, energia eólica com geradores em locais com ventos intensos e o biogás que decompõe matéria orgânica e transforma em energia elétrica. Além da possibilidade da capitação de água da chuva por cisterna. (BONI, 2020; MEIRA, 2020)
33
C A S ARODAS SOBRE
Uma evolução dos trailers convencionais, a casa sobre rodas é um estilo de vida, que cada vez mais, ganha adeptos pelo mundo. Em um espaço reduzido e funcional, temos a possibilidade de viajar e literalmente não sair de casa. Essa habitação é projetada para que o usuário tenha mais liberdade em viajar pelo mundo em um espaço sustentável e adequado, reduzindo o seu consumo, propondo a ideia de desapego de grandes espaços ao qual nos acostumamos habitar. (BONI, 2020; MEIRA, 2020)
O conceito da mobilidade, contudo, nunca se separou da arquitetura, sendo que os seus profissionais se deliciam com a vontade de desafiar e desenvolver novas soluções arquitetônicas, sobretudo na habitação. Nos dias de hoje, as habitações móveis têm estado cada vez mais presentes na sociedade. Um novo conceito de vida, onde a vida nômada aproveita e utiliza as novas tecnologias, vivendose com o mínimo de posses, mas com o máximo de liberdade. (GONÇALVES, 2017, p. 1)
34
C A S A
Na Revolução Industrial, grande parte da produção humana, foi substituída pelo maquinário, facilitando a área de construção e impactando a forma como projetamos na arquitetura. Tal influência, sugeriu novas formas de habitações, como a móvel, que oferece,
quase
sempre,
uma
possibilidade
de
adaptação ao terreno. (GONÇALVES, 2017, p. 2)
A Casa Modular Móvel 5 ou a Casa Flutuante dois
exemplos
de
movimento
instant
possuindo dentro de si uma forma d movimentar,
oferecendo
uma
portabil
imediata e simples, [...] incorpora uma estr que possibilita o seu movimento que, at 7
do seu chassi com rodas, é rebocado po veículo. (GONÇALVES, 2017, p. 41)
35
6
e são
tâneo,
de se idade
rutura ravés
or um 5
Modular House Mobile, uma habitação constituída por três partes, o chassi, que é a estrutura de suporte de carga, a unidade funcional, junto a cabine e a unidade de carga que, consiste em um espaço aberto. (GONÇALVES, 2017, p. 41)
6
Maison Flottante (2002-2006), obra dos irmãos Bouroullec, Ronan e Erwan, projeto de edificação nomeado arquitetura flutuante, com uma plataforma
de
20m,
fornecendo
um
espaço
para
habitação.
(GONÇALVES, 2017, p. 41) 7
Estrutura de suporte de carga.
RODAS SOBRE
O MOVIMENTO
NO BRASIL
No Brasil, o movimento Tiny House é pouco conhecido pela população, diante da singularidade do estilo de vida, divergente ao qual estamos habituados, assim como, a escassez de legislação específica para esse modelo de habitação que cria um distanciamento de novos conceitos de moradia inovadoras no país, por ser um método inexplorado e inviabilizado pela constituição. (ISSONAGA; SILVA, 2020, p.2)
A edificação contemporânea, consome um espaço privativo imóvel que, por sua vez, não viabiliza um projeto de acordo com a necessidade do morador, mas edifica, conforme o zoneamento disponível no terreno, dispondo desse território que, caso fosse executado, tendo em vista, as reais dimensões funcionais e habitáveis que o ocupante necessita, possibilitaria a utilização das demais áreas para uso público das cidades, criando
locais
de
convívio
para
a
população
e
incentivando
o
relacionamento e crescimento da comunidade como um todo.
Com a evolução das cidades e o crescimento populacional na atualidade,
vivenciamos,
cada
vez
mais,
um
distanciamento
da
convivência com o coletivo, perdendo nas gerações atuais, o processo de integração com a vizinhança, dissolvido na modernidade, onde as grandes
edificações,
gera
nos
moradores,
uma
introversão
que
fortalece o afastamento do convívio com o outro, seja por uma perspectiva de ausência da necessidade do relacionamento ou pela inexistência de espaços públicos adequados para convívio entre a vizinhança. (FRANCO, 2013)
38
[...] e é a casa que se torna dona dele [...] ficamos mais presos que abrigados dentro delas; e os maus vizinhos que teríamos de evitar são nossos próprios míseros eus [...]. Enquanto a civilização andou
melhorando
nossas
casas,
ela
não
melhorou por igual os homens que vão ocupa-las. Criou palácios, mas não foi tão fácil criar nobres e reis. (THOREAU, 1857, p. 35)
39
No ocidente é comum associar o conforto ao tamanho e a qualidade material. O vazio dos espaços dispensáveis nas moradias incentiva o consumo de adquirir objetos para satisfazer momentaneamente insatisfações pessoais. A publicidade conecta a felicidade ao produto, quanto maior a residência, mais espaços veremos a necessidade de ocupar com pertences. (MARTINS, 2013, p. 57)
Diante dessas questões, a proposta do movimento Tiny House é a reavaliação de tais prioridades, propondo o questionamento e um redimensionamento
da
necessidade
do
usuário
no
quesito
habitação e para a sociedade que o integra. (MARTINS, 2013, p. 57)
40
O presente trabalho tem como justificativa a problematização das habitações ocidentais interagindo com o tema do movimento Tiny House, estuda outra forma de moradia, divergente com a regra de um lugar fixo e com dimensões maiores que o usuário utiliza, integrado ao que a sociedade defende, onde o conforto está no tamanho e nos materiais conquistados.
Assim como outros movimentos, como o minimalista, esse é um estilo de vida que é necessário um desprendimento dos supérfluos, mas que questiona outros posicionamentos, como o convívio em comunidade e a sustentabilidade nas construções.
A arquitetura além da ambientação interna é o projeto e adaptação do que existe externamente, integrando a natureza e moradia, em essência a arte e técnica de organizar espaços para as atividades humanas, repesando sobre consumo e a necessidade de território individual extensos.
A Tiny House apresenta-se como opção de moradia para pessoas que querem adotar um estilo de vida minimalista, com maior liberdade e conexão com à natureza, que apesar de ser um conceito similar ao trailer é uma casa comum com protocolos específicos.
42
OBJETIVO O Objetivo geral será o de propor o projeto de uma Tiny House sobre rodas, algo em torno de 40.00m², uma casa prática, segura, confortável, preocupada com a funcionalidade, a autossuficiência, a sustentabilidade em uma edificação e a mobilidade para o usuário, bem
como
a
possibilidade
de
um
local
para
abriga-la
temporariamente.
A proposta pretende oferecer uma opção de estilo de vida que pondera o significado para o padrão de habitação, desvinculada do tradicional, com respeito socioambiental. O projeto deve visar um estilo de vida para quem está disposto ao desprendimento do consumo desenfreado, visto que, o espaço é reduzido, além de oferecer mobilidade, sendo possível sua locomoção e não havendo necessidade de permanecer em um único lugar. No entanto, o projeto deverá incluir um estudo de possibilidade de local para estacionar, contendo espaços para um maior conforto, lazer e contato com a natureza.
8
Arquitetura
Vernacular
-
arquitetura
local,
utiliza
recursos e matérias locais (GONÇALVES, 2017, p.19)
43
EVOLUÇÃO
EVOLUÇÃO HISTÓRICA HIS TÓRI CA FORMAS DE HABITAÇÃO A casa está relacionada a sobrevivência, considerando que o homem tende a construir uma habitação de acordo com suas necessidades, momento histórico, social e cultural, utilizando dos materiais de construção disponíveis de cada época. (MARQUES, 2018, p. 34) Na pré-história, a fase do período Paleolítico, o homem tinha como moradia a própria natureza, como grutas e cavernas. (MARQUES, 2018, p.35) Acompanhando o desenvolvimento histórico da sociedade, as primeiras comunidades humanas possuíam um estilo de vida nômade,
por
conta
da
escassez
de
recursos,
as
primeiras
8
construções eram a arquitetura vernacular . (GONÇALVES, 2017, p.19)
44
As comunidades nômades não tinham localização permanente, percorrendo territórios em busca de alimento e água. (GONÇALVES, 2017, p.19)
Nas diferentes regiões existiam uma variedade de tendas, cada uma projetada de acordo com o ambiente, atendendo as necessidades externas e climáticas. O abrigo é uma prioridade desde o princípio e dos artefatos criados pelo homem, os edifícios em movimento estão entre as primeiras criações que atendiam a forma de vida da época.
No decorrer do tempo com o desenvolvimento das comunidades, como a agricultura e pecuária, mesmo que temporário, permitiu a permanência das habitações em determinados locais. (GONÇALVES, 2017, p.19)
45
Antes da era moderna, os colonizadores do Oeste Americano foram uma das maiores referências móvel.
no
respeitante
Servindo-se
de
à
arquitetura
grandes
carroças
movidas por tração animal, as quais serviam tanto de transporte como de habitação móvel, os colonizadores norte-americanos atravessaram o continente de costa a costa, expandindo a fronteira dos Estados Unidos da
América
ao
mesmo
tempo
que
procuravam melhores condições de vida. (GONÇALVES, 2017, p. 21)
Com a existência de grupos sedentários, a mobilidade é uma característica marcante dos ciganos, visto como povo nômade. (ENCICLOPÉDIA MIRADOR INTERNACIONAL, 1984, p.2403 ET AL MARQUES, 2018, p. 50) No Brasil, a presença cigana é registrada desde 1574.
46
IN
ED No século XX com a Revolução industrial o desenvolvimento da engenharia automóvel, naval e aeronáutica teve um grande crescimento.
Uma das mais importantes ‘etapas’ da civilização no que se refere à mobilidade foi a navegação, a conquista dos rios, mares e oceanos. Há indícios de que, há cinco mil anos, marinheiros já tinham descoberto um método de aproveitar a energia de vento como uma força propulsionadora para os seus barcos. Com o passar do tempo, as distâncias percorridas no mar foram aumentando, criando a necessidade de ‘viver’ dentro do barco. O navegador vê-se, então, obrigado a inserir uma forma de habitar dentro do próprio veículo e, até, em alguns casos, a inserção de um local para habitar dentro do barco sobrepôs a forma do mesmo. Através da navegação foi possível
unir
sociedades
distantes,
permitindo
trocas
de
mercadoria e comunicação entre si. (GONÇALVES, 2017, p. 23)
Expandindo o potencial da navegação, através dos barcos e navios, nomeados de ‘palácios flutuantes’, como o Titanic e o Olympic, formaram verdadeiras ‘cidades navegantes’. Atuavam como habitações móveis e temporárias dos viajantes, oferecendo, também, todo o tipo de regalias que se encontravam em cidades normais desde restaurantes, piscinas, casinos e teatros. (GONÇALVES, 2017, p. 23)
47
REVOLUÇÃO
DUSTRIAL
DESENVOLVIMENTO DA Expandindo o potencial da navegação, através dos barcos e navios, nomeados de ‘palácios flutuantes’, como o Titanic e o Olympic, formaram verdadeiras ‘cidades navegantes’. Atuavam como habitações móveis e temporárias dos viajantes, oferecendo, também, todo o tipo de regalias que se encontravam em cidades normais desde restaurantes,
piscinas,
casinos
e
teatros.
MO BILI DA DE
(GONÇALVES, 2017, p. 23)
Assim como a navegação, a aeronáutica teve forte influência no desenho da arquitetura móvel, desde o material a forma do objeto, a 9
tecnologia desta vertente foi essencial também para a pré-fabricação. (GONÇALVES, 2017, p. 25)
9
Pré-fabricada são peças ou partes que estão prontas para serem montadas ou armadas. Um sistema amplo, utilizado para a produção em massa de materiais básicos e comerciais, como o tijolo ou peças maiores. Contudo, atualmente é associada a componentes inteiros, ou seja, formas inteiras de edificados. (GONÇALVES, 2017, p. 29)
48
UMA CASA SOBRE RODAS Considera-se que o conceito Tiny House surgiu nos Estados Unidos no final dos anos 90, e teve seu maior crescimento desde 2008, ganhando força após uma crise que causou a bolha imobiliária no país e a geração millennials, que busca um estilo de vida mais nômade e minimalista. (PÉS DESCALÇOS, 2020)
A Tiny House teve uma expansão de projetos no Canadá, Austrália, Nova Zelândia e está, cada vez mais, conhecida na Europa. No Brasil, o movimento Tiny House ainda é pouco explorado, mas começou a emergir empresas especializadas nesse modelo de casa pelo país.
Em 2018, foi anunciada a construção do primeiro condomínio de Tinys Houses no Brasil, em Curitiba, com uma área de 700 m² para receber até 25 unidades das habitações minúsculas ambulantes, mas o empreendimento foi multado e teve as obras paradas, por falta de alvará da prefeitura e por ser uma zona da cidade onde não é permitido esse tipo de infraestrutura, podendo causar congestionamento e o não cumprimento do protocolo da região, que deve ser seguido na hora de projetar condomínios e habitações. (GAZETA DO POVO, 2018)
49
LEGISLAÇÃO No Brasil, a Tiny House sobre rodas, é considerada pelo DENATRAN: Reboque> Trailer> Especial. Pelo Denatran Decreto Lei 16 de 2010, classifica-se como sendo da Categoria O3, com pesos entre 3.500kg a 10.000Kg. Para o cálculo do peso inclui-se: chassis, casa, mobiliário e pertences.
A Resolução 519/ 2015 do DENATRAN pode ser construída sobre rodas, determina a exigência de freio com relação ao peso, sendo a Categoria O3 exigido Pneumático ou Hidráulico e a Resolução 380/ 2011 do DENATRAN define o freio ABS obrigatório para categorias O3 e O4. (BRASIL, 2015)
Segundo a regulamentação do Conselho Nacional de Trânsito pode ser construída para fins de alojamento, escritório, comércio ou finalidades análogas, assim como os requisitos e normas para circulação e fiscalização dos veículos modificados ou transformados.
50
A Tiny House ainda não possui regulamentação específica no Brasil, porém para legalizar como uma moradia sobre rodas, deve seguir as normas do Inmetro, Conselho Nacional de Trânsito para trailers e é preciso do CCT (Certificado de Capacidade Técnica) e Inmetro e depois registro no CAT. Para estacionar em áreas urbanas deve obedecer às regras municipais sobre estacionamento de trailers em espaços públicos. (GAZETA DO POVO, 2021) Art.
8º
No
caso
de
o
motorcasa
tracionar
reboque,
semirreboque, trailer ou veículo de passeio, deverão ser observados os seguintes critérios: I - Será permitido o reboque de apenas 1 (um) veículo por vez; II - Fica vedado o transporte de pessoas no interior do veículo rebocado; e III - Os dispositivos originais de sinalização traseira do veículo rebocado
deverão
(motorcasa),
de
estar
forma
conectados
que
os
ao
comandos
veículo de
trator
sinalização
efetuados pelo condutor sejam replicados pelo sistema de sinalização traseira de ambos os veículos. (BRASIL, 2018)
51
O condutor do veículo deve possuir a categoria de habilitação de acordo com o peso da carga que está carregando, sendo a categoria B caso a soma não ultrapasse 6.500kg e a E caso seja mais pesada do que a notificada pela legislação. (PÉS DESCALÇOS, 2020)
Art. 9º O condutor de veículo do tipo motorcasa deverá possuir a categoria de habilitação conforme disposto no art. 143 do (CTB). IV - Art. 230, inciso VII: quando o veículo tiver sofrido as transformações ou modificações previstas nesta resolução e não possuir o tipo "motorcasa" no CRLV; (BRASIL, 2018)
O licenciamento de veículos modificados e transformados em motorcasa deve ser seguido pelo código de acordo com a tabela informada pelo DETRAN na legislação. O órgão executivo de trânsito dos Estados e do Distrito Federal deverá considerar o tipo do veículo original e o seu local de fabricação. (DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, 2019)
Como tendo rodas ou não, a Tiny House é uma casa deve obedecer também a protocolos específicos como o Código Sanitário do DECRETO Nº 12.342.
52
53
PROJETO HILLTOP PROJETO HILLTOP TINY HOUSE TINY HOUSE A Build Tiny House é uma empresa familiar da Nova Zelândia, que onstrói projetos de pequenas casas personalizadas e sob medida. Associada a New Zealand Tiny House Association, uma organização com membros da fabricação e jurisdição das pequenas casas no país com o intuito de promover o crescimento do movimento com qualidade. (BUILD TINY, 2019)
55
O Hilltop Tiny House foi um projeto exclusivo, criado para atender à necessidade do cliente, concluído em novembro de 2020 pela equipe. (BUILD TINY, 2020) Na execução do projeto utilizaram a estrutura de aço, revestimento de vinil, alumínio com vidros duplos nas janelas, forros internos de madeira compensada com núcleo de choupo leve e conexão de caravana de 16 APM na rede, précabeada para futura instalação solar. (BUILD TINY, 2020) O layout interno do mobiliário foi planejado sob medida para aproveitar ao máximo cada espaço, projetando um mezanino para o dormitório acima da cozinha e do banheiro.
56
As medida de largura
535kg de i
O mobiliár
externas, a
PR PRO
Com um qu esta
peq
necessidad
ideal para
acessibilida
setembro d
57
as totais do projeto são de 8m de comprimento, 2,4m e 4,2 de altura, pesando 3.492kg com a remoção de
itens removíveis do projeto.
rio foi projetado com sofá de gavetas internas e
armário superior e mesa lateral para armazenamento.
ROJETO DARK HORSE OJETO DARK HORSE TINY HOUSE TINY HOUSE
uarto duplo prático no térreo,
As medidas para projetar essa Tiny
quena
casa
a
House foram 9 m de comprimento x
de
escadas,
tornando
2,4 larguras x 3,2 h e os matérias para a
de
elimina
a quem tem problemas de
produção
foi
a de
estrutura vinil
de
com
aço,
ade, projeto concluído em
revestimento
cedro
de 2020. (BUILD TINY, 2020)
apresenta paredes, janelas de alumínio com vidros duplos, forros internos de madeira compensada. (BUILD TINY, 2020)
58
PROJETO CHERRY PICKE PROJETO CHERRY TINYPICKE HOUS TINY HOUS O Cherry Picker Tiny House com 2,9 m de largura foi a primeira casa minúscula com largura excessiva construída pela empresa. Contendo um sótão grande e espaçoso com detalhes de madeira nativa Rimu reciclada em toda a casa, incluindo uma estante feita por um artesão local. (BUILD TINY, 2020)
59
ER ER SE SE
ESTUDO DO TERRENO O projeto da Tiny House sobre rodas, por ter mobilidade pode, por vezes, temporariamente, necessitar de locais de parada que deverá ter alguns itens necessários para um contato com a natureza além de uma infraestrutura básica, semelhante a alguns campings, como por exemplo: água, energia e áreas de lazer, que possam receber tanto as Tiny Houses como Motorhomes.
60
0 1 TERRENO O Hotel Areia que Canta em Brotas, possui atividades turísticas, como
por
exemplo,
a
fazenda,
que
foi
aos
poucos
se
transformando em um sítio turístico receptivo. Localizada na Rodovia Eng. Paulo Nilo Romano, Brotas, possui acomodação, alimentação, ecoturismo e monitoria na fazenda. Apesar do Hotel ser um ótimo lugar para convívio, existe pouco espaço
disponível
para
uma
elaboração
de
projeto
para
habitações provisórias de Tiny House, para que seja feito um projeto de abertura para casa móveis, seria necessária uma readequação do terreno e do espaço para receber, além dos carros, as casas viajantes.
61
0 2 TERRENO A Pousada o Caipirão, está localizada na Rod. Cmte. João Ribeiro de Barros em Oriente, interior de São Paulo. Possui chalés aconchegantes para os hospedes e uma área de lazer com um cenário natural em meio ao lago com as árvores no entorno e um espaço para piquenique, trailers e barracas, caso os hospedes queiram passar um dia ao ar livre, também poderia ser utilizado para instalação da Tiny House ou Motorhomes. Apesar de ser uma área com um espaço considerável para realizar uma implantação que abrigue o projeto, as atrações que a Pousada possui ainda estão mais ligadas para eventos como casamento, festas ou um local para descanso nas férias, mas que com um planejamento do local, poderíamos realizar uma implantação agradável para quem está viajando com a Tiny House.
62
0 3 TERRENO
O local escolh
em Lupércio in
A pousada es
disponibiliza d
alternativa pa
adaptação do
espaço natura
PROG NECE
Para o desenv
um pré-dimen
com os requis
PRÉ-DIM DA
COMP
LARGU
ALTUR
ESTRU
VESTI 63
W.C E
hido para o projeto da implantação da Tiny House foi a pousada Gávea, localizada
nterior de São Paulo, a 39km de Marília.
stá, além de ter ume espaço muito amplo para receber as Tiny Houses, ainda
de uma área de lazer, alimentação, dormitórios, caso os moradores busquem outra
ara descanso, espaços naturais como, cachoeiras e trilhas. Um ótimo local para a
o estilo de vida escolhido pelos moradores de uma casa móvel, pois tem um
al e agradável que esse estilo de vida está buscando.
GRAMA DE ESSIDADES
volvimento da implantação, precisamos realizar um programa de necessidades e
nsionamento do projeto para que atenda o usuário de maneira eficiente e cumpra
sitos de uma moradia útil, conforme a execução e a ideia de uma Tiny House:
MENSIONAMENTO A TINY HOUSE
PRIMENTO: 8 METROS
ÁREAS INTERNAS SALA DE ESTAR
URA: 2,4 METROS
COZINHA/ LAVANDERIA
RA: 4,40 METROS
MEZANINO/ DORMITÓRIO BANHEIRO TERRENO
UTURA PARA LAZER
ÁRE PARA FOGUEIRA
IÁRIO
LAVANDERIA
EXTERNO
COZINHA
64
SETORIZAÇÃO, ORGANOGRAMA E FLUXOGRAMA SETORIZAÇÃO DO TERRENO
65 ,00 M
55,00M
80,00M
60,00M
FLUXOGRAMA O fluxo de pessoas entre os setores dispostos no organograma pode ser representado através do fluxograma abaixo. A fim de integrar os ambientes com a necessidade do morador, o organograma e o fluxograma apresentado anteriormente com o terreno
escolhido,
foram
desenvolvidos
uma
setorização no nível térreo e uma no nível superior.
65
ORGANOGRAMA DA TINY HOUSE A relação entre os setores apresentados no programa de necessidades se dá através do organograma ao lado, conectando os setores, pois a Tiny House, possui cômodos integrados.
66
PARTIDO
ARQUITETÔNICO
A escolha da adaptação de um estilo de vida diferente do convencional, levanta o questionamento não apenas sobre outras formas de moradia e de experiências variadas, mas também sugere um pensamento quanto ao meio ambiente e de como utilizamos os nossos recursos, conscientizando na construção de moradias mínimas e a busca de espaços que possam receber essas Tiny houses com conforto e contato e contato com a natureza
A Tiny House é uma alternativa mais econômica, o que não significa abrir mão da comodidade ou qualidade do espaço. A proposta convida a construir com novos materiais, possibilidades de utilização de novas formas dentro de uma base de 8,00m x 2,40m, com autossuficiência em água e energia, conforto, segurança além de configurações espaciais internas customizadas que tenham dupla função e mobiliários multifuncionais, além de incorporar avanços tecnológicos para a economia de espaço. A otimização do espaço vertical também é uma característica frequente e que deverá ser contemplada no projeto.
Por ser uma moradia, foram pensados a princípio os aspectos de durabilidade, segurança, conforto térmico e acústico, método construtivo, Wood frame, além de incorporar os conceitos de autossuficiência e reciclagem de materiais, design dos ambientes internos, customização, tudo isso em menos de 40 m²
A proposta é também gerar efeitos positivos no meio ambiente através de novos projetos de espaços pequenos de qualidade e flexíveis para permitir uma vida confortável em seu interior, podendo assim ajudar na mudança de mentalidade que permita habitar de modo mais eficiente e sustentável.
68
ORIENTANDA: MARIA CAROLINA GUIMARÃES SANTOS ORIENTADORA: MS. WALNYCE DE OLIVEIRA SCALISE
ORIENTADOR DE DIAGRAMAÇÃO: MS. WILTON F. CAMOLEZE AUG
GUSTO
VISUALIZE O PROJETO EM ALTA RESOLUÇÃO
ORIENTANDA: MARIA CAR
ORIENTADORA: MS. WALN
ORIENTADOR DE DIAGRAM
ÁREA DE CONVÍVIO OLINA GUIMARÃES SANTOS
NYCE DE OLIVEIRA SCALISE
MAÇÃO: MS. WILTON F. CAMOLEZE AUGUSTO
LOCALIZAÇÃO O Terreno 3, escolhido para a implantação e acomodação das Tiny Houses é a Pousada Gávea, localizada em Lupércio, interior de São Paulo a 39km de Marília. A Pousada que receberá as Tiny Houses, possui, além do que foi projetado nesse trabalho, locais existentes para lazer dos visitantes e hospedes. Uma alternativa para descanso, espaços naturais como, cachoeiras e trilhas. A localização é própria para o estilo de vida escolhido pelos moradores de uma casa móvel, pois podem usufruir da integração com a natureza.
ORIENTANDA: MARIA CAR
ORIENTADORA: MS. WALN
ORIENTADOR DE DIAGRAM
OLINA GUIMARÃES SANTOS
NYCE DE OLIVEIRA SCALISE
MAÇÃO: MS. WILTON F. CAMOLEZE AUGUSTO
55,00M
80,00M
ACESSO PRINCIPAL
1
PLANTA BAIXA - SUPERIOR
4
60,00M
ORIENTANDA: MARIA CAR
ORIENTADORA: MS. WALN
ORIENTADOR DE DIAGRAM
IMPLANTAÇÃO A iluminação natural auxilia no 2
projeto de reforma e ampliação da construção menos
existente,
iluminação
utilizando
artificial
nos
ambientes, por conta das janelas amplas conforto
posicionadas térmico,
para
contribuindo
65 ,00 M
para a ventilação e iluminação.
O 3
LEGENDA 1 ÁREA DE CONVÍVIO 2 ÁREA DA FOGUEIRA
4
3 PISCINA 4 PLAYGROUD
OLINA GUIMARÃES SANTOS
NYCE DE OLIVEIRA SCALISE
MAÇÃO: MS. WILTON F. CAMOLEZE AUGUSTO
o
L
No Oeste está a lateral do projeto, voltada para a lavanderia e no Leste posicionamos áreas como a piscina, playgroud e fogueira, garantindo
uma
eficiência
energética
e
conforto ambiental na construção e nas áreas de lazer.
22,00M 22,80M²
3
2 31,92M²
1
31,58M²
10,30M
10,30M
100,76M²
4
PLANTA BAIXA - TÉRREO ÁREA DE CONVÍVIO
PLAN ÁRE
ORIENTANDA: MARIA CAR
ORIENTADORA: MS. WALN
ORIENTADOR DE DIAGRAM
22,00M
LEGENDA 1 W.C FEM./ MASC. 26,37M²
2 LAVANDERIA
5
3 ÁREA DE LAZER 4 COZINHA 5
NTA BAIXA - MEZANINO EA DE CONVÍVIO
OLINA GUIMARÃES SANTOS
NYCE DE OLIVEIRA SCALISE
MAÇÃO: MS. WILTON F. CAMOLEZE AUGUSTO
MEZANINO
PROGRAMA DE NECESSIDADES O programa de necessidades da implantação foi desenvolvido para o conforto e estilo de vida do morador de uma Tiny House. Buscando a integração com a natureza, um ambiente confortável e de convívio social para os hóspedes e visitantes da Pousada Gávea, levando em conta a ideia de integração com o ambiente e comunidade, conforme a estadia dos viajantes,
3,00M
2,60M
gerando o senso de coletivo e familiaridade.
3,95M
7,30M
0,10
0,10
CORTE A ÁREA DE CONVÍVIO
ORIENTANDA: MARIA CAR
ORIENTADORA: MS. WALN
ORIENTADOR DE DIAGRAM
Com isso, o terreno é composto por áreas de convívio externas como, 1 piscina, 1 playgroud, 12 vagas de estacionamento para as Tiny Houses e 1 área para fogueira. Na construção existente que foi reformada e ampliada, temos 1 cozinha ampla, 1 mezanino para área de lazer, 1 sala ao lado da cozinha com mesas e sofás, 1 telhado verde com acesso, acima do mezanino, 1 lavanderia e 2 W.C, sendo um feminino e um masculino com vestiários.
OLINA GUIMARÃES SANTOS
NYCE DE OLIVEIRA SCALISE
MAÇÃO: MS. WILTON F. CAMOLEZE AUGUSTO
3,20M
10,70M 4,00M CORTE B ÁREA DE CONVÍVIO
ÁREA DE CONVÍVIO
ÁREA DA FOGU ORIENTANDA: MARIA CAR
ORIENTADORA: MS. WALN
ORIENTADOR DE DIAGRAM
UEIRA
ÁREA DE CONVÍVIO
OLINA GUIMARÃES SANTOS
NYCE DE OLIVEIRA SCALISE
MAÇÃO: MS. WILTON F. CAMOLEZE AUGUSTO
M
0M
0M
0M
PLANTA BAIXA TINY HOUSE
O reboque que é fixado embaixo construção da Tiny House possu peças
de
ferro
para
suportar
construção que será feita com W
Frame e outros materiais, como placas
abaixo
do
reboque
p
M
suporte das treliças e do piso.
0M M
M
M 0M
ORIENTANDA: MARIA CAR
ORIENTADORA: MS. WALN
ORIENTADOR DE DIAGRAM
o da i 18
r
a
ood
o as
REBOQUE EM AÇO PARA TINY HOUSE
para
TINY HOUSE OLINA GUIMARÃES SANTOS
NYCE DE OLIVEIRA SCALISE
MAÇÃO: MS. WILTON F. CAMOLEZE AUGUSTO
2,30M 1,00M
3 2,30M²
1 9,20M²
4,00M
2
4
2,50M
6,09M²
LEGENDA
5,63M² 2,45M
1 COZINHA/ LAVANDERIA 2 SALA DE ESTAR 3 BANHEIRO 4 MEZANINO/ DORMITÓRIO
PLANTA HUMANIZADA TINY HOUSE
PLANTA HUMANIZADA MEZANINO
ORIENTANDA: MARIA CAR
ORIENTADORA: MS. WALN
ORIENTADOR DE DIAGRAM
PLANTA BAIXA TINY HOUSE A Tiny House foi projetada, desde os armários até os móveis como, cama, sofá e escada. Os armários da cozinha foram projetados embaixo da pia e em frente a ela com prateleiras para organização da casa e ao lado uma mesa fixada na parede e na lateral do armário para as refeições e utilização, conforme necessidade e uma
maquina
lava
e
seca
roupas
que
foi
projetada para ser colocada embaixo do armário. No banheiro foi projetado prateleiras acima do espelho, ao lado do vaso sanitário e embaixo da pia para a organização do ambiente. A porta de correr para separar os ambientes maximiza o espaço, deixando mais amplo para a circulação do banheiro.
OLINA GUIMARÃES SANTOS
NYCE DE OLIVEIRA SCALISE
MAÇÃO: MS. WILTON F. CAMOLEZE AUGUSTO
ÁREA INTERNA TINY HOUSE COZINHA/ LAVANDERIA
A sala de estar, projetada em
A porta de correr ampla para
frente a cozinha, foi feita com
acesso a Tiny House é para
um
tornar o design do projeto mais
sofá
sob
medida
com
gaveteiro embaixo e na lateral.
bonito
e
ao
mesmo
tempo
contribuir para outros fatores As janelas foram distribuídas
como luz e ventilação.
para gerar iluminação natural nos ambientes durante o dia e
Cada
ventilação
porque é projetada de acordo
térmico.
para
o
conforto
Tiny
House
é
única,
com a necessidade do usuário.
ORIENTANDA: MARIA CAR
ORIENTADORA: MS. WALN
ORIENTADOR DE DIAGRAM
COZINHA - TINY HOUSE
SALA INTEGRADA COM COZINHA - TINY HOUSE
OLINA GUIMARÃES SANTOS
NYCE DE OLIVEIRA SCALISE
MAÇÃO: MS. WILTON F. CAMOLEZE AUGUSTO
TINY HOUSE
ORIENTANDA: MARIA CAR
ORIENTADORA: MS. WALN
ORIENTADOR DE DIAGRAM
2,10M
4,40M
CORTE B TINY HOUSE
OLINA GUIMARÃES SANTOS
NYCE DE OLIVEIRA SCALISE
MAÇÃO: MS. WILTON F. CAMOLEZE AUGUSTO
3,90M
1,70M
CORTE A TINY HOUSE
O presente trabalho surge como resposta a um assunto que vem ganhando importância atualmente que é a questão da sustentabilidade e a reflexão das formas
de
habitação.
As
atuais
residências
consomem um espaço demasiado complexo nos terrenos, a vantagem de construir uma Tiny House,
além do convívio em comunidade é a experiência de um novo estilo de vida, adepto ao consumo
consciente, que reflete uma forma de vida com autossuficiência, gerando menos lixo e minimizando o impacto ambiental.
Sendo assim, também podemos garantir um estilo de vida mais leve, para quem busca um desprendimento e que queira viajar, uma vez que, a Tiny House não foi projetada para permanecer em um único ambiente, mas para que seja possível o seu deslocamento junto com o morador
e
m
e
70
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO. DECRETO Nº 12.342,
DE
27
DE
SETEMBRO
DE
1978.
Disponível
em:
https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/decreto/1978/decreto12342-27.09.1978.html. Acesso em: 12 jul. 2021. B.O.B.. UMA HABITAÇÃO MÓVEL DE PEQUENA ESCALA. Archaily Brasil. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/880604/uma-habitacaomovel-de-pequena-escala. Acesso em 29 mar. 2021. BUILD
TINY.
Hilltop
Tiny
House.
Disponível
em:
https://www.buildtiny.co.nz/hilltop-tiny-house. Acesso em: 12 mar. 2021. CAROLINA MARQUES. Leis e especificações técnicas. Disponível em: https://www.lusitiny.com/blog/leis-especificacoes-tecnicas. Acesso em: 25 abr. 2021. GAZETA DO POVO. Legislação atrasada e inércia dos municípios emperram desenvolvimento das casas minúsculas no Brasil. Disponível em
https://www.gazetadopovo.com.br/haus/urbanismo/legislacao-
atrasada-inercia-municipios-curitiba-emperram-desenvolvimento-dastiny-houses-no-brasil/.. Acesso em: 25 abr. 2021. LAART. ARQUITETURA MINIMALISTA: CONCEITO, ARQUITETOS E CARACTERÍSTICAS. Disponível em: https://laart.art.br/blog/arquiteturaminimalista/. Acesso em: 10 mar. 2021. LEGIS WEB. Resolução CONTRAN Nº 743 DE 12/11/2018. Disponível em: https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=369596. Acesso em: 24 jun. 2021.
71
LOGSDON, L. ET AL. FUNCIONALIDADE E MOBILIÁRIO DA HABITAÇÃO: CONTRIBUIÇÕES PARA O PROJETO DE MORADIAS SOCIAIS, São Paulo, v. 15, n.2, jan/2018. Disponível em: https://www.redalyc.org/jatsRepo/1936/193660602001/html/index.html. Acessoem:4abr.2021. MARTINS, Kelly Franco. Micro Arquitetura no Japão: Compressão espacial e funcional, Lisboa, v. 156, p. 1-156, set./2013. Disponível em: http://repositorio.ulusiada.pt/bitstream/11067/359. Acesso em: 4 mar. 2021. PÉS DESCALÇOS. Com que carro rebocar uma casa pequena no Brasil?. Disponível em: https://pesdescalcos.com.br/blog/carro-rebocar-a-tinyhouse/. 2020 Acesso em: 25 abr. 2021. PÉS DESCALÇOS. O que são Tiny Houses e como tudo começou. Disponível
em
https://pesdescalcos.com.br/blog/o-que-sao-e-como-
tudo-comecou/ 2020. Acesso 12 abr, 2021. TINY BRASIL. Movimento “Tiny House”: É mais sustentável viver em menor escala?. Disponível em: https://www.tinybrasil.com.br/movimentotiny-house/. Acesso em: 20 abr. 2021. TODA
MATÉRIA.
American
Way
of
Life.
Disponível
em:
https://www.todamateria.com.br/american-way-of-life/. Acesso em: 10 mar. 2021. UGREEN. Os 3 passos para uma construção autossufiencite. Disponível em:
https://www.ugreen.com.br/os-3-passos-para-uma-construcao-
autossuficiente/. Acesso em: 04 abr. 2021. UGREEN.
Tiny
Houses:
um
guia
completo.
Disponível
em:
https://www.ugreen.com.br/os-3-passos-para-uma-construcaoautossuficiente/. Acesso em: 04 abr. 2021.
72