A nossa luta é todo dia! A população negra no Brasil, escravizada por 500 anos, antes das cotas raciais nas universidades ocupavam apenas 1,8% das vagas nas universidades. Em 2014, apenas 1,4% dos magistrados brasileiros são negros. A taxa de analfabetismo é duas vezes maior entre os negros que entre os brancos. A renda dos negros é 40% menor do que a dos brancos. 80% da população carcerária é negra e em 15 anos a taxa de encarceramento feminino a u m e nto u e m 5 0 3 % . E n q u a nto h á u m decréscimo de 32,3% na morte de jovens brancos, o assassinato de jovens negros aumentou em 32,4%. Para cada branco morto, morrem 2,7 negros, isto é genocídio e com forte impacto sobre as mulheres negras que seguem enterrando seus filhos, companheiros e, muita das vezes, são vitimados pela ação da força armada do Estado. À população negra são delegados os postos de trabalho informal e precários, além da invisibilidade na produção do conhecimento. É necessário travar o debate sobre as cotas e paridade não como um fim em si mesmo, mas como parte de um profundo processo de transformações e empoderamento de novos atrizes e atores políticos que, com muita luta e ousadia, o PT implementou; as políticas afirmativas não são apenas um número, mas uma política. Portanto, pensar políticas para atrair as mulheres, negros/as e jovens para se filiar e ocupar os espaços políticos do PT com protagonismo é um desafio importante para o próximo período. A luta contra o golpe explicitou a potência, capacidade de mobilização e articulação destes segmentos e sua importância não pode ser traduzida apenas em representação em mesas, mas sim na linha de frente e direção política das lutas sociais. Mulheres, negros e a juventude estiveram na linha de frente da luta contra o impeachment e estão na frente das mobilizações contra o golpe e são alvo prioritário no retrocesso de direitos. As tarefas que se apresentam para seguirmos nesse processo de mudanças passa por ampliarmos os instrumentos de permanência, alterarmos a lógica da divisão das tarefas nos espaços de poder e, de modo algum, admitirmos qualquer tipo de flexibilização no cumprimento destas políticas. A classe trabalhadora no Brasil tem cor e tem gênero. Debater gênero e raça no Brasil, é debater classe, é debater que modelo de sociedade e de partido nos propomos a construir. Defendemos a manutenção da paridade de gênero e das cotas étnico-raciais e etárias porque é necessário que a classe trabalhadora se identifique com o PT e de fato possa dirigi-lo.
Por um PT Feminista, Socialista e de massas! Para que a Secretaria Estadual de Mulheres do PT Bahia enfrente os desafios colocados para a prática feminista dentro do partido, é i n d i s p e n s á ve l s u p e ra r c o n t ra d i ç õ e s e ambiguidades, recuperando compromissos prioritários, que contribuam para fortalecer as mulheres como sujeito político coletivo. Desse modo, será possível garantir uma Secretaria cujo programa e atuação sejam coerentes com as bandeiras do feminismo. A Secretaria de Mulheres não tem força suficiente para encarar situações conflitantes e desiguais que marcam a presença das mulheres nos espaços da política. Engessada por uma política de não confronto, silencia frente às práticas machistas, fazendo com que vitórias resultantes das lutas sociais sejam esmagadas no interior do partido. Isto é agravado pela quase ausência de diálogo com a militância, especialmente com as mulheres dos municípios do interior do estado, que têm sido excluídas dos debates de interesse coletivo, entendendo os Territórios de Identidade como local de construção de direitos com participação e autonomia para os movimentos organizados de luta na zona rural focados na qualidade de trabalho das mulheres com promoção e efetivação da reforma agrária, bem como uma renovação cultural no campo e na cidade que proponha novas relações de gênero e perpassando pela cidadania das mulheres rurais. O trabalho coletivo voltado para a defesa de uma plataforma feminista do PT foi o que sempre nos permitiu, independente de nossas diferenças ideológicas, construir um espaço de ação, uma organização e presença sólida das mulheres no partido. Por isso, o feminismo do Muda PT acredita que a capacidade da construção coletiva, diversa e programática das mulheres petistas para dirigir o partido! Apresentamos as companheiras Vânia Galvão, ex-vereadora de Salvador, militante feminista da luta sindical, que já esteve à frente da Secretaria Estadual de Mulheres do PT e é parte fundamental dessa história, e a c o m p a n h e i ra Lu c i a n a Mo ta , m i l i ta nte feminista do Movimento de Mulheres Negras e de Mulheres das Religiões de Matrizes Africanas, que atuou na SPM BA para as Mulheres da Bahia no projeto Margaridas, para dirigir junto ao conjunto das mulheres petistas, o programa feminista e socialista que sairá no nosso encontro, com a capacidade de intervir no processo pré-eleitoral para garantir o cumprimento dos 30% de candidatas em n o s s a s c o l i g a ç õ e s , re c u r s o s d o f u n d o partidário, além de disputar o apoio internamente para que essas candidaturas sejam viáveis e que em 2018 o PT tenha uma ampla presença de mulheres nas Casas Legislativas e na composição do próximo governo Rui Costa, pois lutaremos dia e noite para derrotar o carlismo golpista na Bahia.