CENTRO COMUNITÁRIO JARDIM FILHOS DA TERRA - Centro de fomento a agricultura urbana no Tremembé

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CENTRO COMUNITÁRIO JARDIM FILHOS DA TERRA

centro de fomento a agricultura urbana no tremembé

Carolina Bacelar dos Santos

2022

CENTRO COMUNITÁRIO JARDIM FILHOS DA TERRA

centro de fomento a agricultura urbana o tremembé

Trabalho Final de Graduação

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

Universidade São Judas Tadeu

Autora: Carolina Bacelar dos Santos

Orientadores: Marcelo Galli e Fábio Custódio

São Paulo, Março de 2022

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Pé de Serra, Bahia em 2005 - Tia Patrícia, tio “Boneco”, eu, Andressa e Giulia

AGRADECIMENTOS

Escrevo com muito saudosismo, lembrando de todos esses anos, o desejo constante de desistir, motivado pelo cansaço, pela fome, horas no transporte público e algumas em claro. Muitos sentimentos.

Admiro muito a minha coragem e dedicação nesses anos, sem essa visão e fé no meu potencial não teria chegado aqui. Amadureci e evolui muito ao longo desses cinco anos de graduação.

Fiz amizades incríveis, que tornaram todos os momentos mais que especiais. Obrigada Aline, Gabi, Evandro, Susana, Karynne, Guilherme pelas risadas nos corredores, as conversas nas rampas, a mexericas e desabafos compartilhados. E especialmente Quezia, amiga que eu levo pra vida. Obrigada por tanto.

Aos professores e professoras, a emoção que eu sinto ao pensar em arquitetura e todo seu potencial veio das palavras, animo e empolgação dos mestres que tive a honra de conhecer e escutar..

A minha famíia. Obrigada mãe, vó, tias e tios por me ensinarem a sonhar alto. Da Bahia pra São Paulo, trÊs gerações de mulheres fortes e inspiradoras formaram minha família e minha visão de mundo. Faz parte de quem eu sou, os campos, as histórias da roça e a cidade.

A Giulia, minha irmã e confidente, a pessoa que eu mais amo no mundo. Sem a sua escuta, apoio e palavras esse caminho não teria sido tão especial.

Ao amor, que move tudo.

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Pé de Serra, Bahia em 2000 - eu e Giulia, minha irmã.

RESUMO

Esse Trabalho Final de Graduação tem como objetivo analisar os percursos na cidade através das relações espaciais e movimentos que se constituem quando falamos em renda e empregos. Por meio da investigação de projetos e teóricos essenciais para entender fenomenos socomo a urbanização, adensamento populacional e o crescimento da insegurança alimentar. Neste trabalho realizou-se um estudo e definição de um masterplan para uma agrofloresta e um Centro Comunitário no Tremembé, com um programa que propõe uma integração coletiva entre trabalho e lazer. criando laços entre a comunidade através de uma relação de cooperativismo, assim como as espécias no ecossistema agroflorestal, pensando no processo natural dos alimentos, desde o seu plantio até o seu consumo.

Por fim, a motivação deste trabalho consiste não apenas em criar uma centralidade periférica, capaz de gerar renda, emprego e segurança alimentar mas um espaço público democrático local.

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1 INTRODUÇÃO

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“A CIDADE FORA DA CIDADE”

JARDIM FILHOS DA TERRA

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ESTUDOS DE CASO

O LUGAR

6 O PROJETO

2.1. “A cidade fora da cidade”: território e desigualdade

3.1. De Serra Pelada a Jardim Filhos da Terra + Autonomia ZN

4.1.Sesc Limeira

5.1. Análise territorial

6.1. Diretrizes

2.2. Centralidade periférica

3.2. O homem e a terra

4.2. Fazenda Orgânica em Cuchi

6.2. Programa de necessidades

2.3. “O céu cheio de pipas”: fuga da realidade

3.3. Agricultura sintrópica e cooperativismo

6.3. Setorização e acessos: Masterplan

6.4. Estratégia: setorização espécies

6.5. Estratégia: volumetria e partido

6.6. Setorização e acessos

6.7. Plantas e Cortes

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1. INTRODUÇÃO

O cultivo de alimentos dentro das cidades não é uma novidade, desde o início do processo de urbanização até o que conhecemos hoje as prioridades para os assentamentos e consolidação dos centros urbanos sempre foram água e recursos naturais para que fosse possível desenvolver agricultura dentro de seus limites. Entretanto, o alto adensamento e os ideais de modernidade e industrialização tornaram a cidade um lugar onde só se consome e nada se produz (Ministério da Agricultura, 2018, p.11).

Entre as décadas de 1940 a 1980, a população brasileira passou de rural para predominantemente urbana, processo impulsionado pelo êxodo rural. Esse movimento ocorreu sob um modelo de desenvolvimento urbano excludente e concentrador de renda, que privou a população de menor renda de condições básicas de urbanidade e de inserção efetiva à cidade. A partir disso, surgiram assentamentos precários auto produzidos pelos próprios moradores em terras rejeitadas ou vetadas pela legislação ambiental e urbanística para o mercado imobiliário formal, “a cidade fora da cidade” (ROLNIK,2008, Le Monde Diplomatique, Ed. 13).

Esse movimento populacional impulsionou rotas comerciais e de conhecimentos que proporcionaram o crescimento das cidades, essenciais para a reprodução do sistema capitalista, como uma ordem social e um modo de vida.

Entretanto, o sistema vem colapsando e os motivos estão associados principalmente a um acúmulo de dívidas, agravamento da desigualdade e esgotamento de recursos naturais (GUATTARI, 1992).

Diante disso, o conflito urbanístico que se projeta envolve o futuro da espécie humana no planeta e não apenas o planejamento espacial das cidades. Sem uma reestruturação das formas de ocupar as cidades e sobretudo das finalidades da produção, o desequilíbrio da biosfera é iminente (GUATTARI, 1992, p. 172,173).

Nesse cenário de crise das cidades, agravado pela pandemia do Coronavírus, articulam-se movimentos que buscam alternativas para construção de uma nova cidade ou de uma nova ordem urbanística (ROLNIK, 2019, p. 237), onde a prioridade é entender as demandas dos mais afetados pelo colapso do sistema e na direção de um lugar mais equilibrado do ponto de vista socioambiental (ROLNIK, 2017, p. 225). Uma dessas práticas consiste na ressignificação da agricultura urbana como possibilidade para transformações de ordem ambiental, social, econômica e cultural.

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Figura 1 - acervo Coletivo Autonomia ZN
2.
“A CIDADE FORA DA CIDADE”

2.1. “A cidade fora da cidade”: território e desigualdade

O processo de industrialização/urbanização no Brasil impulsionou movimentos migratórios inter-regionais e rurais-urbanos. Com um slogan positivista, sustentado por uma oferta de novas oportunidades de emprego, melhoria de vida e idealizações sobre progresso e modernização (MARICATO, 1996. p. 55)

Entretanto, o sonho virou um pesadelo quando aos poucos as oportunidades se extinguiram, resultando em exclusão social e segregação espacial, caracterizadas pela dificuldade de acesso a serviços e infraestrutura básica (MARICATO, 1996, p. 55). Entre as décadas de 1940 a 1980 surgiram assentamentos precários auto produzidos pelos próprios moradores em terras rejeitadas ou vetadas pela legislação ambiental e urbanística para o mercado imobiliário formal, “a cidade fora da cidade” (ROLNIK, 2008, Ed. 13, p. 1). Por definição, denomina-se periferia toda área urbana localizada às margens do centro urbano, intra ou intermunicipal (região metropolitana).

Essa nova relação espacial impulsionou movimentos pendulares entre a periferia e o centro onde, os trabalhadores excluídos do mercado imobiliário frequentemente moravam/moram em favelas, o “produtivo excluído’’ (MARICATO, 1996, p. 56 apud ZALUAR, 1985; VALLADARES, 1986).

Porém, trata-se de um conceito ambíguo, pois o trabalhador marginal não está fora da sociedade já que está em maioria numérica e constitui a estrutura da economia entretanto, é excluído pois não é beneficiado, é rejeitado, explorado e reprimido (SANTOS, 2009, p. 36 apud GUNDER, 1966, p. 1).

2.2. Centralidade periférica

A periferia é a fonte da mão de obra que faz as engrenagens da cidade girarem, a “mega máquina” (GUATTARI, 1992, p.161). O processo de urbanização e industrialização possibilitou modernização tecnológica e econômica das cidades onde a localização do indivíduo no território define sua capacidade de produzir e consumir (SANTOS, 1979).

A partir disso surgem dois circuitos, o superior e o inferior. O primeiro corresponde a atividades derivadas da modernização tecnológica, por exemplo, infraestrutura básica como serviços de energia, água e esgoto. Já o circuito inferior representa um caminho indireto entre os indivíduos e os avanços da modernização, onde se beneficiam parcialmente das vantagens relacionadas (SANTOS, 1979, p. 126). Esses circuitos condicionam a circulação de pessoas, de bens e serviços e da divisão territorial de ofertas de emprego e renda, apesar de apresentarem diferenças o circuito inferior é dependente do superior (SANTOS, 1996).

Pensar na periferia como uma centralidade econômica consiste em dissolver os limites entre os circuitos econômicos criando centralidades além do circuito superior ou do núcleo metropolitano dando mais qualidade de vida e independência econômica para indivíduos que se beneficiam do circuito inferior, aliviando o núcleo da cidade do esgotamento de recursos e alto adensamento. Por exemplo,

no Rio de Janeiro desde 2000, dados mostram que através da instalação de equipamentos e ampliação de redes de comunicação foi possível criar novas formas de trabalho e consumo antes identificadas apenas no núcleo urbano (ROSA, 2019, p. 965).

Mesmo após a abolição e libertação do povo escravizado, com a substituição pela mão de obra imigrante, o trabalhador foi marginalizado e excluído da produção organizada. A terra não tinha valor sem os escravos, que sem a terra, ainda eram valiosos, muitas vezes utilizados como moeda de troca (MARICATO, 1996. p. 34). Segundo Baldez, existe uma articulação entre a extinção do cativeiro do homem e o processo de escravização da terra (MARICATO, 1996 apud BALDEZ, 1987). Atribuiu-se valor à terra, tratada como mercadoria.

Figura 7 - mapa Pedro Mendonça e Lab Cidade FAU USP, mapeado os locais que concentram os maiores números de origens ou destinos dos fluxos de circulação por transporte coletivo.
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2.3. “O céu cheio de pipas”: fuga da realidade

Desde o processo de industrialização, a população urbana é crescente. Segundo dados do IBGE de de 2001 e 2010, na década de 1970 mais de metade da população residia em áreas urbanas, em 2000 80% e em 2010 chegou a 84,4% (PERES; RUOTTI, 2015, p. 68).

Quando as oportunidades não acompanharam a demanda populacional, o sonho de muitos virou um pesadelo. O déficit habitacional e as condições precárias de residência resultaram em um aumento de favelas e cortiços, indicando a “periferização” das cidades (MARICATO, 1996).

Nesse contexto cheio de contrastes, de aumento populacional e das desigualdades sociais, se acentua a violência urbana como um problema social (PERES; RUOTTI, 2015). A exposição, direta ou indireta, a eventos como homicídios, agressões, criminalidade tem consequências no cotidiano da população, atravessando a subjetividade de cada indivíduo.

Em “Radicais, raciais, racionais: A Grande Fratria do Rap na Periferia de São Paulo”, a psicanalista Maria Rita Kehl diz que “o real domina a vida na periferia”, a droga, a violência, a miséria e acima de tudo a morte, não há lugar para o sublime (KEHL, 1999, p. 103).

As drogas e o álcool oferecem prazer e são opções para fugir da realidade. A criminalidade é o caminho para ter o que a burguesia tem, principal-

mente bens de consumo, marcas e grifes, ouro, carros e motos de luxo. A inveja da vida dos ricos, dos bairros burgueses, dos privilegiados, é inevitável (KEHL, 1999, p. 103).

“Olha só aquele clube, que da hora Olha aquela quadra, aquele campo, olha Quanta gente

Tem sorveteria, cinema, piscina quente Olha quanto boy, olha quanta mina Afoga aquela vaca dentro da piscina Tem corrida de kart, dá pra ver É igualzinho ao que eu vi ontem na TV.

Olha só aquele clube, que da hora Olha o pretinho vendo tudo do lado de fora”

“Fim de Semana no Parque” Raio X do Brasil - Racionais MC’s

De outro lado, também como uma fuga da realidade, da rotina que tira o brilho dos olhos, o céu cheio de pipas é um clássico periférico. O balé das pipas é capaz de acessar a infância, a inocência. Um céu limpo e livre da miséria e da violência criado com poucos recursos. “As pipas obrigam o olhar a se manter acima da miséria, na direção de um céu que não é o céu da morte, de Deus e das almas; é o céu dos vivos” (KEHL, 1999, p. 104).

Diante disso, a problemática que se estabelece é a de uma fragilidade social e urbana imposta ao indivíduo periférico. Quantas mentes brilhantes não foram descobertas por falta de oportunidade? Ou por falta de um ambiente mais saudável e capaz de estimular a subjetividade, os desejos e sonhos para o futuro?

Este trabalho propõe a criação de uma centralidade periférica, uma área que seja um respiro do alto adensamento oferecendo uma área verde abundante e com uma terra fértil, capaz de produzir alimentos. Além disso, um equipamento que possa ser destino de crianças, adolescentes e famílias que queiram se reunir para estudos e para produzir produtos através das colheitas da agrofloresta.

“Aqui não vejo nenhum centro poliesportivo Pra molecada freqüentar nenhum incentivo O investimento no lazer é muito escasso O centro comunitário é um fracasso Mas se quiser se destruir está no lugar certo Tem bebida e cocaína sempre por perto”

“Fim de Semana no Parque” Raio X do Brasil - Racionais MC’s

Figura 8 - Bruno Itan, matéria Archdaily com apresentação do projeto Pipasgrafias
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3.
JARDIM FILHOS DA TERRA

No início dos anos 80, nasciam os “Filhos da Terra”, após a “Odisséia” da Serra Pelada, no Jaçanã, extremo norte de São Paulo. Uma corrida por moradia registrada a partir de relatos de moradores acessados em registros do Museu da Pessoa.

Os moradores se articularam para ocupar a serra cada um fazendo o que era possível, construindo um patrimônio com uma arquitetura improvisada, no alto do morro, carpindo o mato, limpando o terreno, martelando pregos em madeiras, colocando telhas de barro sobre a estrutura de paus, formando barracos, dando nome ao lugar conhecido como “Serra Pelada”.

O movimento começou com a igreja local após a construção de um barraco à margem do córrego (Piqueri) para uma família vinda do nordeste com três filhos, a notícia se espalhou e surgiu uma possibilidade para outras famílias e a igreja local liderou a busca por um terreno grande o suficiente para abrigar quase mil famílias.

A ocupação foi intensa e para evitar confronto policial o padre representante levantou uma bandeira branca demonstrando que a ocupação seria pacífica

Ao lado da Comunidade Serra Pelada, acesso pela Avenida Antonelo da Messina existe um terreno que faz parte da Escola Estadual Professora Eunice Terezinha de Oliveira Fragoas, antes destino para descarte irregular de lixo e após 2015 com a articulação do Coletivo Do Estradão se tornou uma agrofloresta, ainda em projeto e constante design dos canteiros mas com claro avanço da massa árborea e eliminação quase total do lixo. A segurança também melhorou e o terreno se tornou um dos acessos mais usados pelos moradores.

Em 2020, com o avanço da pandemia a sobrevivência de muitas famílias esteve em risco, com o objetivo dar suporte e conter a fome e como uma opção para o desemprego surgiu o Autonomia ZN em parceria com o Prato Verde Sustentável, solideriedade e autonomia na pandemia.

Nesse projeto os moradores, principalmente as mulheres representando suas famílias produzem o que sabem e com o conhecimento passado de geração em geração, receitas, saberes e os produtos são vendidos pela rede solidária.

Hoje, as mulheres organizam almoços semanais com o objetivo de oferecer alimentação saudável para crianças e criar um momento de fortalecimento de laços após os multiroões na agrofloresta. Além disso, os integrantes do coletivo recebem treinamentos de apoiadores como o Restaurante Mocotó e da Prefeitura.

Figura 28 - serra pelada durante a ocupação, foto do acervo Museu da Pessoa, sem data Figura 29 - serra pelada após a ocupação, foto acervo Museu da Pessoa sem data Figura 30 - primeira feira em parceria com o assentamento do MST Irmã Alberta Figura 31 - formação do autonomia ZN em parceria com o Coletivo Prato Verde Sustentável em 2020
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Figura 32 - canteiros Do Estradão
3.1
De Serra Pelada a Jardim Filhos da Terra Autonomia ZN

3.2. O homem e a terra

A relação do homem com a agricultura é ancestral, durante sua evolução, o contato inicial foi com a coleta de frutos e a caça de animais. Em outro momento foi estimulado a se deslocar em busca de alimentos por escassez em seu habitat natural, por questões climáticas e excesso de consumo devido aumento populacional (FELDENS, 2018).

A observação da paisagem permitiu ao homem aprender a fazer trocas generosas com a natureza, percebeu que cuidando da terra e cultivando a permanência em seu habitat se estendia, evitando deslocamentos e migrações. Após essa descoberta, as evoluções e descobertas de outras possibilidades só aumentaram e nos trouxeram até o mundo de hoje. Ao longo da história egípcios, gregos e romanos contribuíram com técnicas e tecnologias que possibilitaram aumento da produção e formação de centros urbanos (FELDENS, 2018).

A partir disso, em outro contexto, no Brasil, se estabelece um contraste histórico durante as invasões e colonização de terras e povos originários e tráfico de pessoas em países africanos por portugueses e espanhóis no século XVI. A relação com a terra passa de trocas generosas e saudáveis, respeitando os ciclos e culturas que cada solo gerava para monoculturas que satisfaziam apenas os interesses monetários dos colonizadores, primeiro no Brasil Monarquia, depois no Brasil República.

Mesmo após a abolição e libertação do povo escravizado, com a substituição pela mão de obra imigrante, o trabalhador foi marginalizado e excluído da produção organizada. A terra não tinha valor sem os escravos, que sem a terra, ainda eram valiosos, muitas vezes utilizados como moeda de troca (MARICATO, 1996. p. 34). Segundo Baldez, existe uma articulação entre a extinção do cativeiro do homem e o processo de escravização da terra (MARICATO, 1996 apud BALDEZ, 1987). Atribuiu-se valor à terra, tratada como mercadoria.

3.3. Industrialização e alimentação

Com o avanço da revolução industrial, houve um distanciamento do campo, não só pelos movimentos populacionais em direção aos centros urbanos mas dos hábitos de compra. Antes da revolução industrial o avanço urbano dependia da agricultura, a alimentação era sazonal e conheciamos outras técnicas de conservação dos alimentos. O sistema fabril trouxe agilidade e facilidade de produzir em grande escala com uma diminuição no custo e do tempo de produção. Não dependia de uma demanda existente, era capaz de criar seu próprio mercado ( HOBSBAWM, 2007).

No Brasil, a revolução industrial aconteceu tardiamente, a partir da década de 1940 enquanto na Inglaterra começou no século XVIII, ou seja, 200 anos antes. O atraso deve-se ao regime colonial e escravagista que ainda era base da economia brasileira.

No novo modelo produtivo, a comida passa ser processada e vendida em supermercados. Logo, as atividades agrícolas avançam em função do centro urbano, invertendo a lógica pré revolução industrial (HOBSBAWM, 2007). As novas tecnologias trouxeram independência em relação a disponibilidade e sazonalidade, a comida chega a qualquer lugar (HOBSBAWM, 2007). [Impulsionando o avanço urbano e a concentração de pessoas no território.

Na gráfico 1 podemos observar a diferença expressiva a partir da década de 1970, com um número maior de pessoas vivendo em áreas rurais, mas já podemos notar movimentos em direção às áreas urbanas. Já nos censos de 2000 e 2010 a população urbana cresceu em mais de 20 milhões enquanto a população rural diminuiu em 2 milhões.

Para Abramovay (2010) o modelo industrial e agrícola atuais alimentam uma máquina de poder e propaganda para difundir estilos de vida e formas de consumo insustentáveis. Segundo Cruz e Schneider (2010) a produção de alimentos tem como princípio atender a população urbana, para atender a essa demanda o foco passou a ser a quantidade ofertada, o barateamento e a durabilidade dos alimentos. (Coelho, Juliano, 2017, p. 3 e 4)

Tudo o que você consome na cidade, você não produz na cidade. Foi ali que nasceu aquela ideia da criança de que o leite vem de uma caixinha, porque ele não vê a vaca. E que a água vem da torneira, ou da garrafa, porque ele não vê a fonte. (KRENAK, 2020, Revista Trip)

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Figura 2 - escravos na colheita do café Marc Ferrez, 1882, acervo IMS Figura 47 - Exôdo rural no Brasil, sensos IBGE. Elaborado pela autora

Ao longo do tempo, a partir das diversas transformações urbanas e tecnológicas que incentivaram movimentos inter regionais, a necessidade de produtividade do sistema capitalista se estende também a terra e diminui a diversidade de culturas e extinção de sementes cultivadas por anos para a padronização da produção através da monocultura. A população cresceu, a demanda aumentou e o desperdício também e em contradição a cidade virou um lugar onde só se consome e nada se produz (Ministério do Meio Ambiente, 2018, p. 11)

Segundo Ailton Krenak, líder indígena, ambientalista, filósofo e escritor brasileiro da etnia indígena Krenak em seu livro “Idéias para Adiar o Fim do Mundo” diz que a resistência dos povos originários e das etnias africanas guardam a memória profunda da terra (KRENAK, 2020, p.14).

A problemática que se estabelece está direcionada para esta relação esgotada entre a cidade e a terra, e busca uma possibilidade na retomada de valores ancestrais e memória de povos originários brasileiros. Além de proporcionar uma alimentação saudável a comunidade, que fortalece laços e através da afeição a valorização do espaço, elementos como ar e água se beneficiam também.

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Figura 48 - Mapa ocupação urbana de São Paulo em 1916 Figura 49 - Mapa ocupação urbana de São Paulo em 1943 Figura 50 - Mapa ocupação urbana de São Paulo em 2022 Figura 3 - plantação de eucalipto, acervo Rede Globo Figura 4 - avanço do garimpo ilegal na Amazonia em 2019, BBC News Brasil e Planet Labs 3.4. Impactos da produção agrícola no meio ambiente

3.6. Agricultura sintrópica e cooperativismo

A Agricultura Sintrópica consiste em técnicas agrícolas associadas a processos e ciclos naturais dos seres vivos, possibilita biodiversidade e materiais orgânicos de alta qualidade sem aceleradores como fertilizantes e pesticidas. Diferente da Agricultura Convencional, que tenta monetizar a terra, onde tenta-se adaptar as plantas e ecossistemas ao tempo às “necessidade”s da tecnologia” (OICS apud GOTSCH, 1996)

Idealizada e difundida no Brasil pelo pesquisador e agricultor suiço Ernst Götsch em 1948 e aplicada na Fazenda Fazenda Três Pontas, localizada em Piraí do Norte no interior da Bahia através de um Sistema Agroflorestal. tendo como lema: “Vida abundante em área que um dia foi castigada pela seca e degradação.” (Agenda Götsch/Life in Syntropy).

Em seu livro “O Renascer da Agricultura” publicado em 1996, Ernst Götsch traz de forma detalhada a experiência na aplicação de um Sistema Agroflorestal em um solo degradado no sul da Bahia.

O sistema é baseado no conceito de sintropia, que consiste na integração e organização preservando a energia do ambiente, com inspiração na organização dos ecossistemas. Em suas pesquisas, Ernst se questionou sobre as alterações genéticas feitas para melhorar a resistência das plantas ao invés de propiciar ambientes saudáveis para o desenvolvimento natural.

Os primeiros critérios para o planejamento e a realização de todas as nossas futuras intervenções, as nossas atividades, enfim, deverão ser o “aumento da vida”, particularmente da fotossíntese, e o “favorecimento dos processos sucessionais”. Concretamente, isto significa que eu, como agricultor, só posso fazer um trabalho, uma intervenção na minha plantação quando eu souber que o saldo ou o resultado da atividade planejada será um balanço energético positivo, com aumento da vida e favorecimento dos processos de sucessão. (GOTSCH, 1995)

O cultivo é feio através de uma variação de espécies de portes e características diferentes e possibilidade de introdução de espécies nativas através de podas regulares para adubagem da terra. Dessa forma, ao contrário da agricultura convencional há um enriquecimento do solo, graças à disponibilidade de matéria orgânica remanescente das colheitas e das podas.

A agricultura sintrópica tem se mostrado cada vez mais viável, já que demanda baixo investimento, com o mínimo de irrigação e sem produtos químicos. Além de beneficiar o agricultor, que garante uma fonte de renda constante.

Além disso, essa valorização e troca com a terra contribui para um sistema de cooperativa agrícola. Conceito defendido pelo filósofo e socialista utópico Charles Fourier que consistia numa adequação da sociedade urbana a sociedade rural, ,uma “racionalização das paixões” direcionadas a um rendimento máximo de cada indivíduo e consequentemente uma nova relação com o trabalho.

Os falanstérios eram espaços onde o trabalho era desenvolvido seguindo os interesses e necessidades de cada um. Em resumo, seriam como uma cidade auto suficiente, provida de terras para agricultura, equipamentos como fábricas e edifícios de assistência à produção agrícola e variadas atividades econômicas. Portanto, o trabalho deveria ser prazeroso e a distribuição da riqueza proporcional a qualidade do trabalho produzido por cada um.

No Brasil foi construído o falanstério do Saí, instalado em São Francisco do Sul, em Santa Catarina. Infelizmente as tentativas de instalações industriais e agrícolas não deram certo e após desentendimentos o falanstério foi desintegrado. A experiência no espaço vivido se expande para o espaço afetivo “a imensidão íntima” (BACHELARD, 1958, p. 316). Essa observação da paisagem permite que o espaço íntimo e o exterior se estimulem, ou seja, o espaço afetivo e o espaço vivido. Nesse trecho de uma das cartas trocadas por Claire Goll e Rilke, este dá o poder de grandeza às árvores, capaz de crescer o que as rodeia.

“Essas árvores são magníficas, porém mais magnífico ainda é o espaço sublime e patético entre elas, como se com o crescimento delas ele também aumentasse”

Claire Goll, Rilke et les Femmes, 1955, pág. 63

Figura 5 - Fazenda Três Pontas, Agenda Götsch
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Figura 6 - Falanstério Charles Fourier
4. ESTUDOS DE CASO
Figura 9 - Sesc Limeira Sesc Limeira

4.1 Sesc Limeira

Limeira, SP

Grupo SP Arquitetos + JPG. ARQ + Pedro Mendes da Rocha

Ficha Técnica

Ano: 2017

Localização: Limeira, São

Paulo, Brasil

Área 17010 m²

Concurso Nacional

Arquitetos: Grupo SP, JPG.

ARQ, Pedro Mendes da Rocha

Partido

O projeto ganhador do Concurso Nacional de projetos para construção da unidade Sesc Limeira tem como partido a integração dos diversos programas, topografia do terreno e a mobilidade do bairro.

Situado entre vales e rodeado por córregos, o terreno possui um declive de 12 metros. Para garantir essa integração de fluxos e proporções elaboraram três diretrizes:

a) articular a área de convivência com a passagem existente entre bairro e avenida formando uma praça de chegada, como um espaço complementar ao programa original, que acolhe os visitantes e distribui todos os usos e programas da nova unidade;

b) adaptar o edifício ao terreno de forma a potencializar o uso e acesso aos programas do novo conjunto;

c) construir um edifício capaz de inaugurar um marco visual na paisagem local sem agredir a atual configuração espacial do bairro.

A partir das diretrizes, a volumetria do Sesc Limeira será uma referência na paisagem urbana, objetivo que será traduzido em sua materialidade e volumetria, com uma arquitetura mais

e resistente.

econômica Figura 10 - Sesc Limeira croqui partido do projeto, com conexões em duas cotas de nível Figura 11 - Sesc Limeira render Figura 12 - Sesc Limeira render Figura 13 - Sesc Limeira render
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Figura 14 - Sesc Limeira render

Programa

Os acessos podem ser feitos tanto pela via Luiz Varga quanto pela rua João Ciarrochi, na parte superior do lote, mais próxima do conjunto habitacional Olindo de Luca (Azul). Ambos criam percursos até uma praça de chegada no térreo, aberta e arborizada e com equipamentos que incentivam a fruição pelo lote.

A circulação de veículos é feita pela via Luiz Varga. Já a circulação vertical está localizada nas laterais da volumetria principal, nessas torres estão escadas , elevadores e sanitários (Lilás).

O programa está categorizado em quatro tipos conforme mostra o diagrama ao lado, são eles:

- complexo sociocultural;

- serviços e programas de saúde e nutrição;

- complexo de atividades fisico-desportivas;

- administração e apoio operacional.

Na praça de chegada os programas são garantidores de grande movimento, central de atendimento e clínica odontológica. Passando pela central de atendimento, o visitante acessa os vestiários e as piscinas cobertas e descobertas. No térreo, numa área descoberta tem um pátio multiuso.

A escolha do Sesc Limeira como estudo de caso foi motivada principalmente pelo partido, a alocação da volumetria no terreno possibilitando dois acessos em níveis diferentes ajuda a visualizar uma solução possível no terreno escolhido que liga a Comunidade conhecida como Serra Pelada e a Travessa Igarapé Primavera, coletora da Rua Maria Amália Lopes de Azevedo. E pelo programa de necessidades, que engloba três núcleos interativos: sociocultural, esportivo e serviços e programas de saúde.

No primeiro pavimento estão, de um lado, área de convivência, cafeteria, galpão de uso múltiplo, salas para oficinas culturais; e de outro, biblioteca, midiateca, área infantil interna, além de parte do programa esportivo: vestiários e ginásio poliesportivo, além de um espaço de convivência, o foyer do teatro.

No segundo pavimento estão salas de uso flexível,salas para atividades físicas, salas de tecnologia e internet; e do outro lado sala técnica de projeção do teatro e o vazio da caixa cênica.

Mobilidade

Via Luís Varga: muito movimentada, pouca sinalização e opções de travessia para pedestres.

calçadas estreiras, iluminação precária.

Figura 15,16,17 - digramas de fluxos e programa Figura 18- digramas de fluxos peoduzido pela autora Figura 19- goole street view
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Figura 20- goole street view Rua João Ciarrochi: Figura 21 Fazenda Orgânica em Cuchi

4.2 Fazenda Orgânica em Cuchi Cuchi, Vietnã Integrate Field

Ficha Técnica

Ano: 2017

Localização: Ho Chi Minh, Vietnã

Área 6.250.000 m²

Plano Diretor de Agroturismo

Arquitetos: Integrated Field

Partido

Após a Guerra do Vietnã nos anos 70 o país teve um processo de industrialização repentino. A urbanização e o crescimento econômico levou a indústria de alimentos a um esgotamento. A conscientização sobre a crise alimentar não é apenas uma preocupação, mas uma necessidade.

A Fazenda de Orgânicos Cuchi tem como objetivo trazer as diretrizes da agricultura orgânica para o público. Através do Plano Diretor de Agricultura da cidade que consiste na reutilização de uma plantação de seringueiras desativada de 600 hectares. A primeira fase de 50 Ha. é um destino de agro-turismo.

A essência do projeto não é apenas a subsistência mas a educação através do agroturismo. O roteiro consiste em pontos de aprendizagem em cada zona do programa e eixo de design da fazenda, onde é possível explorar e aprender fazendo, com aulas de cultivo e colheita, por exemplo.

Além disso, o projeto oferece acomodações, restaurante, mercado, área de co-cultivo. A seringueira existente é seletivamente mantida como um corta-vento para filtrar a contaminação do ar e quase 80% preservada na área

turística e de hospedagem. 01. Área de Atividade Crescente 02. Frutas de Longo Prazo 03. Frutas de Curto Prazo 04. Vegetais de Curto Prazo 05. Ervas 06. Árvores 07. Área Piloto de Cultivo 08. Grupos de Comida 09. Criação Orgânica Raça 9A. Cavalos + Coelhos 9B. Porcos 9C. Galinhas + Patos 9D. Vacas 10. Criação Orgânica Animais Aquáticos 11. Reservatório de Água 12. Águas Residuais - Estação de Tratamento 13. Área de Processamento e Embalagem 14. Área de Berçário 15. Manutenção e Armazenamento 16. Área de Carga 17. Tratamento de Fertilizante Interno 18. Tratamento de Fertilizante ao Ar Livre 19. Vila de Fazenda 20. Aprendizagem Agroflorestal 21. Estacionamento 22. Estacionamento de Ônibus 23. Estufa 24. Plaza
Programa
Figura 22 - render fazenda orgânica em cuchi Figura 23 - render em perspectiva (sul) fazenda orgânica em cuchi
39 40
Figura 24 - implantação e setorização

Programa

A área total de aproximadamente 50 Ha do Parque está dividida em setores, são eles:

Zona Agroflorestal (Plant Zone): 25 hectares

Zona de Animais (Animal Zone): 1,6 hectares

Zona Técnica (Technical Zone): 13,2 hectares

Zona de Turismo (Tourism Zone): 4,5 hectares

Onde cada zona tem especificações de acordo com o tempo de cultivo de cada espécie:

Zona de Turismo (Tourism zone): 4,5 hectares

- Vila de Fazenda (Farm-Stay Vila)

- Vitrine Orgânica & Agrossilvicultura (Organic Showcase & Agroforestry)

Zona Agroflorestal (Plant zone): 25 hectares

- Frutas de Longo Prazo (Long Term Fruits)

- Frutas de Curto Prazo (Short Term Fruits)

- Ervas (Herbs)

- Árvores (Trees)

- Área Piloto de Co-Cultivo (Co-Farming Pilot Área)

- Colheitas de Alimentos (Food Crops)

Zona de Animais (Animal zone): 1,6 hectares

- Criação Orgânica - Raça (Organic Livestock - Breed)

- Criação Orgânica - Animais Aquáticos (Organic Livestock Aquatic animals)

Zona Técnica (Technical zone): 13,2 hectares

- Reservatório de Água (Water Reservoir)

- Reservatório de Água - Zona Comercial (Water Reservoir Commercial Zone)

- Águas Residuais - Estação de Tratamento (WastewaterTreatment Plant)

- Estradas e Canais de Água (Roads and Water Canals)

- Armazém de Processamento e Embalagem (Processing and Packaging Warehouse)

- Infraestrutura de Plantio (Planting Infrastructure)

- Área de Berçário (Nursery Area)

- Manutenção e Armazenamento (Maintenance Warehouse and Storage)

- Área de Carga e Estacionamento (Loading Area and Parking)

- Tratamento de Fertilizante Interno (Indoor Fertilizer Treatment)

- Tratamento de Fertilizante ao Ar Livre (Outdoor Fertilizer Treatment)

Figura 25 - partido e design
41 42
Figura 26 - partido e design
5. O LUGAR

Localizado na zona norte de São Paulo, no Jardim Filhos da Terra (Tremembé), o terreno tem aproximadamente 3 hectares e é limitrofe a Comunidade Serra Pelada e ao Conjunto Habitacional Pedras Preciosas. Além disso, os córregos Tremembé e Ribeirão Piqueri passsam pelo lote.

Zoneamento

Pelo Zoneamento, o terreno se classifica como ZEIS 2 e ZEIS 5.

ZEIS 2

Terrenos baldios ou subutilizados, nos quais deve ser proposta a produção de moradias de interesse social, equipamentos sociais, culturais, etc.

ZEIS 5

Terrenos baldios ou subutilizados, nos quais deve ser proposta a produção de moradias de interesse social, equipamentos sociais, culturais, etc.

Segundo o Quadro 3 do Zoneamento para lotes com área maior que 500 m².

Coeficiente de Aproveitamento Máximo 4 Taxa de Ocupação 0,70

1 2 45
Figura 33 - Mapa de localização do terreno. Elaborado pela autora terreno (3Ha) rios ZEIS 5 rios ZEIS 2 ZEIS 1 AC 1 terreno (3Ha)
1 2 46
Figura 34 - Mapa Zoneamento. Elaborado pela autora. 5.1 Análise Territorial

Áreas Livres

Topografia

Neste mapa estão representadas as curvas de nível. Na variação monocromática, quanto mais alto o ponto cotado mais escuro é o tom, quanto mais baixo o ponto cotado mais clara é a cor.

Situado entre vales e rodeado pelos córregos Tremembé e Ribeirão Piqueri, o terreno possui um declive de 15 metros.

Essa variação associada a orientação solar é ideal para o cultivo de espécies variadas além de favorecer a integração urbana criando possibilidades de acesso ao terreno em níveis diferentes.

Rodeado de áreas livres, algumas classificadas como reserva de Mata Atlântica. Além disso, passam pelo terreno os córregos Tremembé e Ribeirão Piqueri. Apesar da variedade de áreas verdes, um dos acessos ao terreno, a Travessa Igarapé Primavera possui pouca arborização.

árvores

áreas livres

curvas metras (variação monocromática) rios

terreno (3Ha)

reserva mata atlantica terreno (3Ha)

curvas metras rios

Figura 35 - Mapa hipsométrico. Elaborado pela autora.
47 48
Figura 36 - Mapa áreas livres. Elaborado pela autora.

Uso do Solo

Com ocupação predominantemente residencial o terreno é limitrofe a Comunida Serra Pelada e ao Conjunto Habitacional Pedras Preciosas.

Algumas áreas foram idenficadas pela autora e outras áreas desconhecidas tanto pela autora quanto pelo GeoSampa estão sem registro. Além disso é possível identificar a necessidade de equipamentos culturais na região, estão ativos apenas a Fábrica de Cultura Jaçanã e a Biblioteca Infanto Juvenil José Mauro de Vasconcelos.

área sem identificação/ sem dados no geosampa

uso comercial/serviços

uso residencial identidicado pela autora terreno (3Ha)

uso residencial rios

Equipamentos Culturais

O uso predominante é residencial e como um complemento o mapeamento mostra os usos culturais notáveis em um raio de 1Km e 2Km. A necessidade de espaços culturais é notável, nessa categoria atende a região apenas a Fábrica de Cultura do Jaçanã (1)e o CCA Jova Rural (2).

equipamentos culturais

escolas rios

terreno (3Ha)

49 50
1 2
Figura 37 - Mapa uso predominante do solo. Elaborado pela autora. Figura 38 - Mapa equipamentos públicos raio 2Km. Elaborado pela autora.

Cheios e Vazios

Apesar da fragmentação dos dados da base do Geosampa é possível idenficar as áreas com maior concentração de edificações (cheios) no limite do terreno, onde está localizada a favela.

Para entender melhor os dados a visita no local foi essencial, logo, algumas áreas sem edificações na verdade são “cheias”, para melhorar a compreensão foram feitos complementos em hachura nessas áreas.

Densidade Demográfica

Complementando a analise de cheios e vazios os dados de densidade ao redor do lote estão classificados entre 146 a 351 hab/ha.

Entretanto, o terreno apesar de inutilizado e vazio está classificado como alta densidade demográfica.

área sem identificação/ sem dados no geosampa

cheios

terreno

351-30356 hab/ha

207-351 hab/ha

146-207 hab/ha

92- 146 hab/ha

até 92 hab/ha

terreno (3Ha)

vazios rios

terreno (3Ha)

rios

51 52
Figura 39 - Mapa cheios e vazios. Elaborado pela autora. Figura 40 - Mapa de densidade demográfica. Elaborado pela autora.

Mobilidade

O principal acesso ao terreno é através das vias artetirias e coletoras, sendo as principais a Avenida Maria Amália e a Avenida Antonelo da Messina.

O acesso acontece através das linhas de ônibus, já que a estação mais próxima é a Tucuruvi há aproximadamente 6Km e 30 minutos de distância.

Mobilidade Macro

Uma visão macro, em uma escala maior possibilita visualizar a distância do terreno da estação Tucuruvi e de corredores de ônibus e ciclovias. Também é possível identificar oportunidas nessa escala. Segundo relatório do governo Dória, as analises para construção da linha 19 Celeste já iniciaram e tem previsão de entrega em duas etapas, em 2028 e 2029. A linha 19 Celeste fará conexão com Guarulhos, extremo Norte e o Centro de São Paulo.

pontos de onibus

vias locais

vias coletoras

vias arteriais

terreno (3Ha)

rios

terreno

estações de metro

ciclovias

corredores de onibus

53 54
Figura 41 - Mapa mobilidade. Elaborado pela autora. Figura 42 - Mapa mobilidade na escala macro. Elaborado pela autora.
6 . O PROJETO

6.1. Diretrizes

Após a leitura do território, foram elaboradas as seguintes diretrizes gerais para desenvolvimento do masterplan e para concepção do partido de projeto arquitetônico. Esse estudo visa melhorar algumas fragilidades identificadas no local, garantindo qualidades ambientais, infra estruturais e espaciais. As diretrizes adotadas para tentar diminuir as fragilidades encontradas interseccionam os elementos definidos. Dentre as diretrizes definidas estão:

- A agrofloresta deve ser um elemento articulador do projeto

- A agrofloresta deve ser de uso comunitário e não um elemento inacessível e disfuncional

- Entretanto, os locais de acesso público e privado precisam ser definidos, por isso deve-se pensar em um sistema viário para o lote

- Núcleos Cultural e Esportivo como um dos pilares de um centro de fomento a agricutura urbana e centralidade periferica

- A produção de alimentos da agrofloresta deve ter como objetivo auxiliar na alimentação da comunidade local

- A agrofloresta precisa ter conexões diretas com os núcleos de armazenamento e processamento

- Acessos pela Travessa Igarapé Primavera melhorando a conexão com a avenida, a segurança e o microclima

- Acessos pela Travessa Waldemar de Almeida e Silva

- Reativação dos córregos, assim como das áreas de preservação permanente

6.2. Programa

Programa de necessidades pensado em núcleos de estruturação para articulação de centralidade periferica.

Agrofloresta (SAF)

Praça Seca

Maternidade e armazenamento de sementes

Manutenção e armazenamento Processamento e embalagem

Aprendizagem

Cozinha industrial

Restaurante

Biblioteca/Espaço Infantil

Exposições

Estúdios Multiuso

Café

Quadra poliesportiva externa

57 58

6.3. Setorização e Acessos: Masterplan

O partido do masterplan para definição das áreas cultiváveis partiu da idéia de criar a possibilidade de circulação na agrofloresta, seguindo o ângulo natural existente entre os córregos

eixos dos rios

cinturões

O sistema viário em cinturões de 30m de largura, formando 7 eixos ao redor de uma praça central.

Os cinturões estão setorizados a partir do tom mais claro para o mais escuro como A, B e C.

vias arteriais

vias secundárias/ cinturões

setor b setor a

setor c

59 60
Figura 51 - Diagrama de masterplan sem escala. Elaborado pela autora. Figura 52- Diagrama de marterplan sem escala. Elaborado pela autora. Figura 53 - Diagrama de masterplan sem escala. Elaborado pela autora.

6.4. Estratégia: setorização e espécies

A definição do grupo de espécies componentes do sistema varia anualmente. Na composição do ecossistema existe uma hierarquia entre as espécies e os setores de cultivo sendo que, algumas são de ciclo curto e algumas de ciclo longo.

SETOR A:

- anuais de ciclo curto (arroz, feijão, milho, mandioca, verduras e vegetais)

SETOR B

- perenes ciclo médio (café, cacau, erva-mate, cítricos e outras frutíferas de ciclo longo e curto, palmeiras comerciais, palmito juçara, açaí, pupunha, etc.)

SETOR C

- condimentares, hortaliças e repelentes

Perenes: cacau, café, inúmeras frutíferas, erva-mate, espécies madeiráveis, algumas plantas medicinais, bambus, etc.

Ciclo médio: café, cacau, erva-mate, cítricos e outras fruteiras, palmeiras comerciais (palmito juçara, açaí, pupunha, etc).

Condimentares: pimenta-do reino, noz moscada, cardamomo, pimenta-da-jamaica, cravo-da-índia, canela, baunilha).

Madeireiras: preferencialmente nativas (por exemplo, pinheiro-do-paraná, jequitibá-rosa, vinhático, araribá-robusto, louro-pardo, pau-pereira, etc).

Quadro de áreas

São variadas e pertencem a pelo menos um dos seguintes grupos:

- Espécies Prioritárias

Utilizadas para o autoconsumo, considerando a segurança e soberania alimentar da família agricultora em diversidade e qualidade, e para a geração e apropriação da renda (beneficiamento e comercialização).

Anuais (ciclo curto) arroz, feijão, milho, mandioca, hortaliças, etc.

A partir dessa setorização foram determinadas espécies para compor não apenas o setor mas o ecossistema.

Plurianuais: frutíferas precoces e cultivos persistentes que continuam produzindo por um tempo maior, inclusive debaixo de sombra moderada (bananeiras, gengibre, araruta, abacaxi, etc.) e cultivos agrícolas perenes.

61 62
Figura 54- Diagrama de masterplan sem escala. Elaborado pela autora. Figura 54- Quadro de Áreas Masterplan. Elaborado pela autora.

6.5. Estratégia: volumetria e partido

A proposta volumétrica da edificação se deu inicialmente em aplicar os recuros exigidos para áreas de preservação permanente onde a área remanescente após difinição das APPs ficou concentrada em três platôs indicados com linhas tracejadas no diagrama, localizadas em níveis diferentes no terreno.

O partido se apropria do desnível natural do terreno e da direção das curvas para criar um percurso que se mantém principalmente entre os níveis 749 e 753, onde estão localizadas as volumetrias. O que justifica o tamanho do terreno escolhido é o sistema agroflorestal que vai ocupar á área mais ingrime onde a cota mais alta está no nível 753.

Com o objetivo de criar uma atmosfera que proporcione sensações em um ritmo distinto do que circunda o terreno, mais agitado. Através de um persurso que se estende por todo o conjunto com a possibilidade de apreciar a vista a partir dos platôs principais. O programa foi pensado em eixos: cultural, esportivo e ambiental, distribuidos em blocos e conectados através de uma passarela.

vento sol

sol verão - 9h

sol verão - 12h

sol verão - 17h

A implantação da volumetria nas cotas 749 e 753 é justificável também pela orientação solar e direção dos ventos. A fachada com luz solar mais abundante por maior parte do dia é a leste-oeste, no diagrama é notável a presença de luz ao compararmos a luz solar entre 9h, 12h e 17h. Além disso os ventos são predominantes do leste também, tornando a cota 752 ideal para uma praça seca e um campo aberto para empinar pipas.

Figura 43 - Diagrama de volumetria sem escala. Elaborado pela autora. Figura 44 - Diagrama de volumetria sem escala. Elaborado pela autora. Figura 45 - Diagrama de volumetria sem escala. Elaborado pela autora.
63 64
Figura 46 - Diagram de orientação solar e direção dos ventos sem escala. Elaborado pela autora. oeste

6.6. Setorização e Acessos Quadro de áreas

65 66
Figura 55 - Diagrama de setorização, sem escala. Elaborado pela autora. Figura 56 - Quadro de áreas - Coeficientes, sem escala. Elaborado pela autora. Figura 57 - Quadro de áreas - Projeto, sem escala. Elaborado pela autora.

6.7. Plantas e Cortes

68 67
Nível 749 - Implantação Nível 753 Nível 757
69 70
Corte BB
Corte AA
71 72

Lista de figuras

Figura 1 - foto do terreno Do Estradão no Jardim Filhos da Terra Fonte: acervo Autonomia ZN

Figura 2 - escravos na colheita do café Marc Ferrez, 1882, acervo IMS imagem retirada da tese de doutorado de Pedro Carvalho de Mello na Univerdidade de Chicago em 1977 “ The Econmics of Labor in Brazilian Coffee Plantations”

Fonte: https://www.insper.edu.br/conhecimento/conjuntura-economica/foi-a-politica-que-derrotou-o-escravismo/

Figura 3 - plantação de eucalipto, acervo Rede Globo

Fonte: http://redeglobo.globo.com/globoecologia/noticia/2011/10/pros-e-contras-do-plantio-do-eucalipto-na-preservacao-de-florestas.html

Figura 4 - avanço do garimpo ilegal na Amazonia em 2019, BBC News Brasil e Planet Labs

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-49053678

Figura 5 - Fazenda Três Pontas, Agenda Götsch

Fonte: https://agendagotsch.com/en/a-bit-of-our-history-first-records/

Figura 6 - perspectiva Falalnstério segunda as diretrizes de Charles Fourier

Fonte: http://conic-semesp.org.br/anais/files/2019/trabalho-1000004148.pdf

Figura 7 - mapa Pedro Mendonça e Lab Cidade FAU USP, mapeado os locais que concentram os maiores números de origens ou destinos dos fluxos de circulação por transporte coletivo.

Fonte: http://www.labcidade.fau.usp.br/circulacao-para-trabalho-inclusive-servicos-essenciais-explica-concentracao-de-casos-de-covid-19/

Figura 8 - foto de Bruno Itan, matéria Archdaily com apresentação do projeto Pipasgrafias

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/957146/pipasgrafia-cartografia-afetiva-mapeia-soltura-de-pipas-no-rio-de-janeiro

Figura 9 - render Sesc Limeira cedido pelos autores do projeto

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/879185/primeiro-lugar-no-concurso-para-o-novo-sesc-limeira

Figura 10 - Sesc Limeira croqui partido do projeto, com conexões em duas cotas de nível cedido pelos autores do projeto

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/879185/primeiro-lugar-no-concurso-para-o-novo-sesc-limeira

Figura 11 - render quadra esportiva Sesc Limeira cedido pelos autores do projeto

Fonte: https://siaa.arq.br/projeto/sesc-limeira/

Figura 12 -render em perspectiva, vista da via Luís Varga cedido pelos autores do projeto

Fonte: https://siaa.arq.br/projeto/sesc-limeira/

Figura 13- render acesso ao pátio central, cedido pelos autores do projeto

Fonte: https://siaa.arq.br/projeto/sesc-limeira/

Figura 14- render em perspectiva, vista das piscinas, cedido pelos autores do projeto

Fonte: https://siaa.arq.br/projeto/sesc-limeira/

Figura 15 - diagrama de fluxos cedido pelos autores do projeto

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/879185/primeiro-lugar-no-concurso-para-o-novo-sesc-limeira

Figura 16 - diagrama de circulação vertical e instalações hidrosanitárias cedido pelos autores do projeto

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/879185/primeiro-lugar-no-concurso-para-o-novo-sesc-limeira

Figura 17- diagrama de programa de necessidades, módulo esportivo, socioeconomico e de serviços cedido pelos autores do projeto

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/879185/primeiro-lugar-no-concurso-para-o-novo-sesc-limeira

Figura 18- diagrama de fluxos produzido pela autora desta pesquisa

Figura 19 - via Luis Varga, Limeira

Fonte: Google Street View

Figura 20 - Rua João Ciarrochi

Fonte: Google Street View

Figura 21 - render fazenda orgânica em cuchi cedido pelos autores do projeto

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/901017/fazenda-organica-em-cuchi-vietna-promovera-agricultura-organica-de-ciclo-fechado

Figura 22 - render fazenda orgânica em cuchi cedido pelos autores do projeto

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/901017/fazenda-organica-em-cuchi-vietna-promovera-agricultura-organica-de-ciclo-fechado

Figura 23 - render em perspectiva (sul) fazenda orgânica em cuchi, cedido pelos autores do projeto Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/901017/fazenda-organica-em-cuchi-vietna-promovera-agricultura-organica-de-ciclo-fechado

Figura 24 - programa e setorização Fonte: https://www.integratedfield.com/copy-of-bahao

Figura 25 - partido e diretrizes de design Fonte: https://www.integratedfield.com/copy-of-bahao

Figura 26 - partido e diretrizes de design Fonte: https://www.integratedfield.com/copy-of-bahao

Figura 27 - aulas de yoga com as crianças da Serra Pelada Fonte: Autonomia ZN

Figura 28 - Serra Pelada durante a ocupação Fonte: https://acervo.museudapessoa.org/pt/conteudo/historia/da-serra-pelada-ao-jardim-filhos-da-terra-99038

Figura 29 - Serra Pelada após a ocupação Fonte: https://acervo.museudapessoa.org/pt/conteudo/historia/da-serra-pelada-ao-jardim-filhos-da-terra-99038

Figura 30 - Primeira feira em parceria com o assentamento do MST Irmã Alberta

Fonte: acervo Autonomia ZN

Figura 31 -formação do autonomia ZN em parceria com o Coletivo Prato Verde Sustentável em 2020

Fonte: acervo Autonomia ZN

Figura 32 - canteiros Do Estradão

Fonte: acervo Autonomia ZN

Figura 33 - Mapa de localização do terreno

Fonte: Elaborado pela autora com dados GeoSampa

Figura 34- Mapa zoneamento

Fonte: Elaborado pela autora com dados GeoSampa

Figura 35- Mapa hipsométrico

Fonte: Elaborado pela autora com dados GeoSampa

Figura 36 - Mapa áreas livres

Fonte: Fonte: Elaborado pela autora com dados GeoSampa

Figura 37- Mapa uso predominante do solo

Fonte: Fonte: Elaborado pela autora com dados GeoSampa

Figura 38- Mapa equipamentos públicos

Fonte: Elaborado pela autora com dados GeoSampa

Figura 39- Mapa cheios e vazios

Fonte: Elaborado pela autora com dados GeoSampa

Figura 40- Mapa densidade demográfica

Fonte: Elaborado pela autora com dados GeoSampa

Figura 41- Mapa mobilidade

Fonte: Elaborado pela autora com dados GeoSampa

Figura 42- Mapa mobilidade macro

Fonte: Elaborado pela autora com dados GeoSampa

Figura 43- Diagrama de volumetria sem escala

Fonte: Elaborado pela autora

Figura 44- Diagrama de volumetria sem escala

Fonte: Elaborado pela autora

Figura 45- Diagrama de volumetria sem escala

Fonte: Elaborado pela autora

Figura 46- Diagrama de orientação solar e direção dos ventos sem escala

Fonte: Elaborado pela autora

Figura 47 - Exôdo rural no Brasil, sensos IBGE. Elaborado pela autora com dados IBGE de 2010.

Figura 48 - Mapa ocupação urbana de São Paulo em 1916

Figura 49 - Mapa ocupação urbana de São Paulo em 1943

Figura 50 - Mapa ocupação urbana de São Paulo em 2022

Figura 51 - Diagrama de masterplan sem escala. Elaborado pela autora.

Figura 52- Diagrama de marterplan sem escala. Elaborado pela autora.

Figura 53 - Diagrama de masterplan sem escala. Elaborado pela autora.

Figura 54- Quadro de Áreas Masterplan. Elaborado pela autora.

Figura 55 - Diagrama de setorização, sem escala. Elaborado pela autora.

Figura 56 - Quadro de áreas - Coeficientes, sem escala. Elaborado pela autora.

Figura 57 - Quadro de áreas - Projeto, sem escala. Elaborado pela autora.

73 74

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