OLHÃO ANO V | # 52 | ABR17 DIA 01 COM O JORNAL
O OLHANENSE | DISTRIBUIDO GRATUITAMENTE POR TODO O CONCELHO | DISPONÍVEL ONLINE EM http://issuu.com/casadajuventudedeolhao/docs
EDUARDO GARCIA
KARATÉ p.11
JUVENTUDE, ARTES E IDEIAS | OLHÃO | ANO V | # 52 | ABR’17
02 | PATRIMÓNIO
LUIS VALE NO MUSEU CONSTRUÇÃO DE FLAUTAS Entre o final do mês de março e princÍpio de abril, decorreu no Museu Municipal uma série de oficinas de Construção de Flautas, pelo artesão Luís Vale. Uma oportunidade para aprender a construir este instrumento de forma tradicional e fazer uma visita pelo Museu. O Museu Municipal de Olhão - Edifício do Compromisso Marítimo preserva no seu interior alguns fragmentos que compõe a história do concelho de Olhão; Possui cinco espaços expositivos onde é possível ver algumas das suas coleções, na Sala das Arcadas, na Sala de Exposições Temporárias, na Sala Ilustre do Edifício ou Sala dos Despachos e, no exterior, mais propriamente no Largo da Restauração, onde encontramos apontamentos expositivos de cariz temporário de fácil acesso.
JOSÉ ALEGRE NO MUSEU RETRATOS DE ALMA CAMINHOS DA GUITARRA PORTUGUESA
O Museu Municipal de Olhão acolheu um concerto do músico José Alegre, intitulado Retratos de A lma Caminhos da Guitarra Portuguesa, no âmbito do programa 365 A lgarve.
Construção de Flautas com o artesão Luís Vale
Nesta apresentação, o público foi convidado a embarcar numa viagem sonora imaginária pelos vários universos da guitarra, desde a sonoridade romântica e cheia de dramatismo da guitarra coimbrã até ao trinado dos guitarristas de Lisboa mais ligados à tradição fadista. Para além das duas guitarras e escolas referidas, foi também apresentado o guitolão, guitarra portuguesa barítono, instrumento do qual só existem três exemplares, idealizado por Carlos Paredes e construído pelo
mestre Luthier Gilberto Grácio. Foi executado repertório da autoria de Gonçalo, Artur e Carlos Paredes, José Nunes, Casimiro Ramos e Custódio Castelo, bem como temas originais, música antiga e mediterrânica. A guitarra portuguesa tem raízes históricas na família das cítaras renascentistas, que teve um período de grande expansão nos séculos XVI e XVII em toda a Europa, mas com especial incidência na bacia mediterrânica.
Para além das duas guitarras e escolas referidas, foi também apresentado o guitolão, guitarra portuguesa barítono, instrumento do qual só existem três exemplares.
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PATRIMÓNIO | 03
Joaquim Parra Professor de História
IMPRENSA LOCAL Hoje irei falar sobre jornais. Não daqueles de grande tiragem, mas sim dos outros. Daqueles que, tendo começado a surgir, principalmente na segunda metade do século XIX, viriam a consolidar a sua posição, contra ventos e marés, ao longo do século XX. Refiro-me à Imprensa Local, aquela que, em cada vila, cidade ou concelho, muitas vezes só com as mais valias e grande amor à camisola daqueles que os carregam aos ombros, lutando contra mil e uma adversidades, continuam no seu trabalho de divulgação cultural em prol da sua Terra, do seu Concelho e/ou do seu Distrito. Não cabe no conteúdo destes artigos fazer uma minuciosa bibliografia da imprensa olhanense, pelo que apenas aludirei àqueles que considero terem, de alguma forma, contribuído para as memórias olhanenses. O primeiro periódico de Olhão foi O Porvir que saiu à rua a 28 de Outubro de 1888, sendo o seu proprietário Roque Féria que, em 1889, cedeu a propriedade a Gustavo Cabrita. No seu cabeçalho ostentava: «Direito, Liberdade, Humanidade». Apresentava algumas secções regulares como: Correspondência, Noticiário, Folhetim, Livros e Jornais etc. Custava 20 réis. A sua precoce suspensão deve-se ao conteúdo dos artigos nele publicados, uma vez que, não só atacava a monarquia e o rei, como veiculava ideais republicanos e anarquistas, pouco consentâneas com as mentalidades da época e da região. Exactamente por isso é um jornal importantíssimo para o estudo desta cidade e da política republicana, socialista (e mesmo anarquista) da época, não só na região, como do país. Desde O Porvir até à actualidade foram muitos os títulos que Olhão viu nascer (mais de três dezenas) não só de carácter noticioso mas abrangendo diversas áreas, como o espectáculo (O Écran, 1919), a política (O Racional, 1922; Cruzeiro do Sul, 1976; O Povo de Olhão, 1975), o despor to (Boletim do Clube Desportivo Os Olhanenses 1956; Boletim Informativo do Bom Sucesso – Clube Náutico de Olhão, 1980; O Sporting Olhanense, 1963), escolar es, (O Caíque, 1969; O João Ratão, 1961; O Mirante, 1969) e até jor nais manuscr itos, copiografados e fotocopiados. O Futuro (1888)– Semanário Democrático (mais tarde, Semanário Democrático Algarvio) De carácter, noticioso, literário e republicano, sucedeu ao O Porvir, sendo seu Director Gustavo Adolfo Manuel Cabrita. Apresentava um bom conjunto de
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04 | PATRIMÓNIO
colaboradores onde se destacam Luciano Cabrita, António Cabreira, José Bacelar, Heliodoro Salgado, João Chagas, Homem Cristo, Nuno de Bulhão Pato, Marcos Algarve, António José de Almeida, Magalhães Lima, Henrique Galvão,Teofilo Braga, Higino Craveiro Lopes entre muitos outros. Custava 20 réis. Tinha várias secções regulares, como por exemplo: Folhetim, Curiosidades, Governo Civil de Faro, Tuna académica etc. Foi um dos mais importantes paladinos dos ideais republicanos algarvios, razão que o torna de incontornável importância para a história do republicanismo em Olhão, no Algarve e em Portugal. Terminou em 1909, por morte do seu Director. Correio Olhanense (1921) – Semanário Independente (com o nº50), mais tarde Bi – Semanário Independente. Mais tarde voltará à designação inicial. Noticioso, literário, cultural, regionalista e republicano, era seu Director João Lobo de Miranda Trigueiros, substituído em 1924 por José de Sousa Ferradeira. João Trigueiros voltará a este cargo em 1929, o mesmo sucedendo com José Ferradeira. João da Silva Nobre é outro nome que aparece nos cargos de chefia deste jornal, nomeadamente como Redactor e Editor. Entre os colaboradores são de destacar algumas figuras femininas, como é o caso de Lúcia de Lemos, Josefina Cláudia, Maria Otília Lima e Maria Odete Leonardo. Entre as figuras masculinas são de destacar entre muitos: Marcos Algarve, Antero Nobre, João Trigueiros, Francisco Fernandes Lopes, Abílio Gouveia, Francisco e José Dentinho Júnior e Henrique Cruz. São inúmeras as secções que apresentava, nomeadamente: Noticiário, Vida Desportiva, Folhetim, Crónica Religiosa, Coisas Antigas do Algarve, Tribuna dos novos, Arabescos etc. No entanto, a grande alma deste jornal é sem sombra de dúvida, João Trigueiros. Custava $10. Surge numa época em que Olhão começava a despontar como um dos maiores centros comerciais e industriais. Para a sua publicação foi mesmo constituída uma sociedade por quotas, a Editora Olhanense Lda.. Foi provavelmente um dos melhores, ou mesmo, o melhor jornal olhanense. Apesar de procurar ser imparcial e defensor da sua terra, viu a censura fechar-lhe as portas, por um ano, em 1929/30. Mas o seu corpo redactorial rapidamente contornou a situação, fazendo sair um outro jornal em tudo idêntico, apenas divergindo no título que era agora O Olhanense e apresentava como Redactor e Editor, Abílio Gouveia. Este jornal suspendeu a sua publicação em 1930 quando o Correio Olhanense foi amnistiado. Terminou a sua publicação em 1933. Olhão, tem gravado na sua toponímia o nome deste jornal, atribuído pela Câmara Municipal de Olhão, em 23 de Novembro de 1969. O Provinciano (1909) – Folha de notícias, anúncios, literária e charadística. É um daqueles casos difíceis de explicar em jornalismo. Era constituído apenas por uma meia folha de papel no antigo formato Z4, muito mal impresso, com constantes gralhas, mas que só vai suspender em 1921 por morte do seu fundador e director, Jaime Quirino Chaves (que anteriormente já tinha sido proprietário de um outro jornal olhanense Enciclopédia Literária Antiga e Moderna , de que apenas terão saído 3 números em 1905).Era um jornal semanal, custava 20 réis e contou com a colaboração de alguns nomes da cultura olhanense como Luciano Cabrita, Raul Pousão Ramos, José Dentinho Júnior, Francisco Xavier de Ataíde Oliveira,
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PATRIMÓNIO | 05
Dr. Francisco Fernandes Lopes e Honorato Santos entre outros. Das diversas secções é de destacar, pela sua importância para a história do Algarve, “ Coisas Antigas do Algarve” da autoria de Honorato Santos, que por si, tornam este jornal importante para o estudo desta província. O João Ratão (1961) – Este pequeno jornal de carácter estudantil, educativo e recreativo era publicado pela Escola Masculina nº3 de Olhão, de que era director José Raminhos Correia Dourado e que também orientava a sua redacção. Foi um jornal de efémera duração (suspendeu no ano seguinte, com o nº8), mas com um apurado aspecto estético. Custava $50. Trata-se essencialmente de um jornal feito por crianças e para crianças. Entre os seus colaboradores contava com os nomes, entre outros, de Virgílio da Conceição ramos, Maria do Carmo Charneca, Maria Lucinda de Jesus Conceição e Maria Emília da Conceição Quitério. O Sporting Olhanense (1963) – É o jornal olhanense de maior longevidade, pois ainda se publica. Propriedade do Sporting Clube Olhanense, foram seus directores, entre outros, o Dr. Francisco Inácio Reis e o Eng. Vítor Manuel Louro Neves. Dos seus colaboradores destacam-se Diamantino Augusto Piloto, António Henrique Cabrita, Ofir Chagas, João Trigueiros, Antero Nobre, Abílio Gouveia, Fernando Cabrita, José Tomás da Graça, José Raminhos Correia Dourado entre uma lista enorme de 48 anos de publicação. De todos eles, há um que se destaca e é mesmo inseparável do nome do jornal: Herculano Valente, durante anos a alma e o corpo deste periódico. Começou por custar 1$50. De grande importância para a história de Olhão, do Algarve e do desporto regional e nacional A partir de 1970, sob a direcção de Antero Nobre, passou a incluir um suplemento: A Voz de Olhão que, salvo erro, actualmente tem uma periodicidade anual para garantir o título. Atualmente também publica este suplemento mensal. O Farol (1973) - Propriedade do Centro Juvenil da Paróquia de Olhão, tinha como responsável o Cónego José Vieira Falé e como directores, Jorge Laborinho e Joaquim Mata Artur a que se seguiram António Gandara e Rui Águas, auxiliados por João Chaves, Carlos Farinha, António Anselmo e Carlos Afonso. Apesar de se tratar de um jornal copiografado, sobreviveu mais de 10 anos, chegando a ter tiragens de 1000 exemplares. Cruzeiro do Sul (1976) – Por uma Esquerda Unida. De inspiração marxista – leninista, apresentava-se com grandes pretensões, propondo-se ser «um baluarte da luta anti-fascista, não só em Portugal mas também em todos os países de expressão latina» .Em formato A5, mais aparentado com uma revista era impresso por Manuel & Diós Lda. . Tinha como director Manuel Tapadinha e no corpo redactorial contava com Isménio, Eduardo Calado, Joaquim Luís e Raimundo de Souza. Apenas saiu o primeiro número. Por curiosidade, aqui ficam aqueles que foram os primeiros boletins informativos municipais, Informação Municipal da Câmara de Olhão (1979) e o Boletim Municipal (1985) ambos de reduzidas dimensões e apenas com 4 páginas.
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06 | LETRAS
UM BOLLYCAO NÃO É UMA SARDINHA (V16)
João Pedro Baptista Músico
COR-DE-ROSA (V04)
Goreti Ferreira Escritora
Anda por aí de guitarra a tiracolo e deixa-me pontos de interrogação colados às ideias. Passa por mim rasteira mas se lhe quiser entrar pelo olhar adentro, tenho que me por em bicos de pés. Não é nada de especial: franzina, baixa, cabelo comprido, mal vestida… mas irrita-me! Dizem que o pai está preso e que a mãe se matou, ou é drogada. Fala pouco, não dá confiança. Anda assim como que pendurada das nuvens com fios de nylon… E não me sai do campo de visão, como se fosse uma sobreposição de hologramas que se espalham em to-
SELENOPHILE
Petra Martins Blogger
Gosto do teu vestido, Vermelho! E deste vinho! - Não gostas? Podemos ir para a minha varanda, dizem que hoje, é a lua mais bonita dos últimos tempos. Tenho que te dizer… Há algo em ti que... que, me faz pensar. Pensar bastante por sinal! Mesmo hoje quando estava a chegar a
Na mesma semana em que um senhor diz que não podemos pedir dinheiro, depois de gastarmos tudo em mulheres e em álcool, temos um atentado em Londres. É chocante, mau, do pior! Consegui assistir à transmissão das imagens do sucedido, às explicações e comentários dos entendidos, etc. Toda a gente estava em choque e a ver o corpo moribundo do terrorista. Palavras de ódio nas redes sociais contra raças, reminiscências Hitlerianas, contra reli-
giões, cores de pele. Mas, a imagem que me ficou foi a dos médicos e enfermeiros. Há uma imagem em que o terrorista está deitado no chão e tem 4 pessoas a tentar salvar-lhe a vida.
das as minhas direcções, todas! O seu olhar é insuflável e num relance despe-me mais depressa que o parvo do outro dia. Aquele como os outros só queria curtir. Os rapazes são todos apressados. Obcecados. Não pensam em mais nada: «És mesmo gira, bora curtir…». Mal dou por ela já fui… A pressa…Sempre à pressa… sempre depressa…. E eu que nem tenho pressa… Ela, nos fios de nylon, nas nuvens, nos intervalos, a guitarra como contrapeso para não se elevar no ar. Como como se fosse livre… Espera pelo filho do ricalhaço à porta do pavilhão. Quando a vê ele cai da pose de contracorrente e deixa que o sorriso chegue ao pé dela ainda antes do resto de si próprio. À boleia dos fios de nylon seguem nas nuvens, o mundo só dos três: dele, dela e da guitarra.
O parvo nunca tentou atirar-se a mim. Alta, magra, linda, «cool» e invisível para ele. Os outros cansam-se rápido. É como se me gastasse muito depressa, como os cigarros… De cada vez, de cada um, de cada mais um, fico menos de mim e mais longe de acreditar no amor. E eles por aí, sorrisos dependurados de nuvem como se se completassem. Desalinhados e em partilha. Ele é gentil só com ela e o sorriso procura-a. Ela espera só por ele e a guitarra canta-lhe sorrisos. Eles curtem e ela não se gasta. Queria tanto saber como isso se faz… Olho para os pontos de interrogação e tento dar-lhes uma ordem. Não consigo. Deixa: um dia hão-de achar-me especial e pendurar-me numa nuvem com fios de nylon. E pode ser que aprenda a tocar guitarra.
casa, por momentos desconcentrei-me e vi-te algumas vezes, durante uns breves segundos, finamente cheguei a casa e vi -te minutos mais tarde... Engraçado, Eu quis prolongar os minutos em horas, e acho que passei a tarde a pensar em ti. Vi-te! Vi-te em todos os cantos desta casa. Sem esse vestido vermelho! - Queres mais vinho? É do teu interesse saber que estou com uma certa curiosidade de subir o teu VE-S-T-I-D-O, de debruçar-te sobre a janela... - Podes entretanto, chegar mais perto.
Sinto que estás aqui tão ao meu alcance, que na melhor das hipóteses consigo agarrar-te sem te dar qualquer escapatória. Por momentos, até penso que é isso que queres que Eu faça. - Não é? (...) Sentes o leve peso das estrelas? Provavelmente viram tudo. E nós acabamos por nem reparar na lua... A que Eu te disse, que era a mais bonita dos últimos tempos.
Ainda sabendo que tinha morto 4 pessoas, ainda sabendo que foram mortes completamente aleatórias, houve alguém naquela tragédia que estava realmente interessado na vida de outro ser humano, independentemente da cor da
Selenophile (n) a person who loves the moon.
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LETRAS | 07
05, 12, 19, 26 ABR | 18H00 | Biblioteca Municipal
Numa organização conjunta, a Biblioteca Municipal José Mariano Gago e a FCHS da Universidade do Algarve, promovem o Curso Livre de Literatura, que decorre nos meses de abril e maio com oradores convidados, especialistas nos mais variados autores da literatura nacional e estrangeira. Serão abordadas as obras mais emblemáticas e as características de cada um dos autores apresentados ao longo das oito sessões previstas. Este curso tem a Coordenação do Professor Doutor João Minhoto Marques, docente da Universidade do Algarve, com vasta experiência na área da literatura.
Espetáculo de dança na Biblioteca Municipal
Decorreu na Biblioteca Municipal José Mariano Gago o espetáculo de dança integrado na programação do 365 Algarve, V illa-Lobos em Movimento. Heitor Villa-Lobos é, porventura, o mais conhecido compositor “nacionalista” do Brasil. Este espetáculo foi uma releitura das suas peças para guitarra e dança. Esta performance, criada e dirigida por Tela Leão, levou o público numa jornada pela evolução da identidade cultural do Brasil. Usou peças de Villa-Lobos para guitarra clássica, interpretadas por Josué Nunes, para acompanhar os movimentos fluentes de Simone Marçal, cujo rosto expressivo conduziu o público através dos sempre mutantes estados de espírito e vários idiomas narrativos do programa. A peça abriu com música e dança que evocaram o estabelecimento do Rio de Janeiro com o seu entorno espetacular, entre as montanhas e o mar. Continuou para a homenagem a Bach, onde Villa-Lobos ecoa as sonatas para violino solo, e refletindo de forma bem-humorada as primeiras influências europeias na cultura brasileira. Concluiu com as referências às culturas dos sertanejos e dos índios brasileiros, e às religiões afro-brasileiras, que refletem-se vividamente na música e na dança.
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08 | EVENTOS
SKATEPARK ASSINALOU 1º ANIVERSÁRIO O Majestoso Skate Park, em Olhão, assinalou o seu primeiro aniversário. A ocasião contou com muita animação e com o Skate Regional Open, a 1ª etapa do Circuito Regional da modalidade. O objetivo da iniciativa, uma coorganização do Município de Olhão e da Park & Ride, prendeu-se com a dinamização deste equipamento e a promoção à escala regional do skate enquanto modalidade desportiva. A ocasião, que contou, para além da
vertente desportiva, com animação musical, gastronomia e uma exposição fotográfica, serviu também fins solidários: foi pedido a todos os participantes que, a título de inscrição, fizessem uma doação de bens alimentares para animais, que reverteu a favor da ADAPO – Associação de Defesa dos Animais e Plantas de Olhão. Os vencedores da 1ª etapa do Circuito Regional de Skate na categoria Open foram: em 1º lugar Vlad Stets; em 2º
João Guerreiro; e em 3º José Palhinha. O Majestoso Skate Park foi inaugurado em 30 de janeiro de 2016. Com esta obra, a Autarquia pretendeu dotar a cidade de um equipamento multifuncional e adequado às necessidades da população urbana, ao mesmo tempo que reativa ecológica e culturalmente o espaço junto à Zona Industrial da cidade. A ideia conceptual foi baseada nas influências das atividades piscatórias presentes na cidade de Olhão, traduzindo a
sua alma para o Skate Park, através das formas e dos obstáculos e rampas desenhados. Juntamente com este conceito estético, foi recriada uma tipologia de praça, procurando uma aproximação às ruas e ao meio envolvente. O Skate Park foi idealizado para a prática de diversas atividades radicais e para diferentes faixas etárias, atribuindo diferentes graus de dificuldade, de forma a oferecer ao parque o caráter de iniciação, preparação e aperfeiçoamento.
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EVENTOS | 09
HOJE NÃO HÁ TEATRO OLHÃO COMEMORA DIA MUNDIAL DO TEATRO COM CASA CHEIA
O Dia Mundial do Teatro foi comemorado em Olhão, pela Gorda com a peça Hoje Não Há Teatro, de João Evaristo, interpretada pelo próprio, por Joaquim Parra e Mário Moreno e, como novidade, Isa Mondim e Leonel Santos. A grande adesão do público esgotou a sala do Auditório Municipal de Olhão alguns dias antes do espetaculo. Hoje Não Há Teatro vem na sequência da trilogia do mesmo autor, Bailarinas e Pezinhos de Xumbo. Ou melhor, desvenda-nos a origem dessa trilogia e a forma como um varredor de uma sala de espetáculos aproveita uma oportunidade única para realizar o seu sonho – ser diretor, encenador e cabeça de cartaz da sua própria companhia de teatro. Aqui, mostra-se o teatro dentro do teatro. Os atores fora das personagens.
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10 | TALENTO
J - JUVENTUDE ARTES E IDEIAS. 14 062 MEMBROS. 6 499 FÃS! EM DESTAQUE, AS PUBLICAÇÕES MAIS VISTAS DA CASA DA JUVENTUDE E DA PÁGINA E GRUPO DO J
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EVENTOS | 11
EDUARDO GARCIA KARATÉ
Eduardo Garcia já conquistou 130 pódios, dos quais 87 em 1º lugar, 23 em 2º lugar e 20 em 3º lugar.
Decorreu em Olhão o 3º Estágio da Liga de Karaté do Sul, com a presença de todos os atletas da LKS. Numa cerimónia emotiva Eduardo Garcia recebeu pelo seu Mestre Carlos Cadete o troféu de Prémio Carreira, pelos resultados obtidos em 12 anos de competição.
1º Lugar no Open Internacional de Tanger - 04-2017 Marrocos. Para jovem esta foi talvez a melhor prestação de sempre a competir em open's internacionais. Não havendo o escalão júnior, competi em séniores, onde defrontou atletas de muita qualidade.
Eduardo Garcia, nasceu em 1999, em Olhão, estuda na Escola Secundária de Olhão. É cinturão negro 1º Dan, atleta da Seleção Nacional de Karaté com Estatuto de Alto Rendimento atribuído pelo IPDJ. Iniciou na prática de karaté em 18 de outubro de 2004, apenas com 5 anos de idade. O seu pai, que já tinha praticado karaté, levou-o ao Clube de Karaté de Olhão, o seu clube de sempre, para experimentar. Nessa altura Eduardo já fazia natação e ténis. Um pouco mais tarde, por escolha própria, optou pelo karaté, pois queria continuar a praticar um desporto e aprender a defender-se. Com apenas 5 anos competiu pela primeira vez no dia 4 de Junho de 2005, ficando em 5º lugar. Aos 11 anos de idade começou a ser chamado para os treinos de Pré-Seleção Nacional e, aos 14 anos, na primeira época no escalão de cadetes (1º escalão das seleções nacionais), concretizou o sonho de qualquer atleta, o de fazer parte da Seleção Nacional. Eduardo Garcia conta-nos que está constantemente a fazer formação, normalmente um karateca leva cerca de 7 a 8 anos até ser graduado 1º Dan (cinto negro). “No meu caso demorou mais tempo, porque comecei muito cedo a praticar e apenas aos 16 anos de idade é que pude fazer o exame para cinto negro. Durante este período sempre tive formação, tanto pelos ensinamentos do meu Mestre Carlos Cadete, como em diversos estágios com outros Mestres portugueses e estrangeiros. No karaté estamos sempre a aprender.” A representar Portugal já participou nos Campeonatos Mundiais de Cadetes e Juniores de 2013 (Espanha) e 2015 (Indonésia), e nos Campeonatos Europeus de Cadetes e Juniores de 2014 (Portugal), 2015 (Suíça), 2016 (Chipre) e 2017 conquistou o 3º lugar na Bulgária. O atleta já conquistou 130 pódios, dos quais 87 em 1º lugar, 23 em 2º lugar e 20 em 3º lugar. Conta-nos que “mais importante que o reconhecimento, tenho o sentimento que todo o esforço e dedicação ao longo destes anos tem sido recompensado. Felizmente, desde muito cedo, tenho tido o privilégio de participar em vários Opens Internacionais, nos quais já tenho conseguido algumas vitórias e onde já defrontei grandes atletas, tendo-me permitido conhecer diversos países por toda a Europa.” Para o futuro o jovem atleta pretende “conciliar os estudos com a competição, pois gostava de continuar a competir durante muitos anos. Quero continuar a minha formação no karate e agora que vai ser modalidade olímpica em 2020 no Japão, sonho um dia estar presente a representar Portugal.”
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12 | CASA DA JUVENTUDE
TEATRO
Olhão: 6 Retratos à la Minuta A Sociedade Recreativa Progresso olhanense voltou a receber com casa cheia a peça do Clube de Teatro da Casa Juventude Olhão - Olhão: 6 Retratos à La Minuta. Cerca de vinte atores olhanenses interpretaram histórias bem humoradas, que relembram expressões, usos e costumes do antigamente.
TERTÚLIA
Estética Fotográfica 27 ABR | 21H00 | CASA DA JUVENTUDE
Tertúlia com o fotógrafo Paulo Côrte-Real. Qual o papel da Estética e sua relação com a Arte? Quais os fundamentos da própria Arte e a necessidade incessante da procura do Belo? Quais as implicações da perceção sobre a matéria, a técnica, criação e a obra? Será o sublime tangível numa obra de arte? A Fotografia – forma de arte com pouco mais de 190 anos, cedo conquistou o seu lugar no mundo da Arte. Mas donde provém a força de uma fotografia? Qual a capacidade da câmara para transformar a realidade em belo? Quais os elementos subjacentes à construção de uma estética fotográfica? Terá a Fotografia criado novos e mais abrangentes cânones de beleza? Estas e outras questões, serão matéria de reflexão na próxima conversa sobre fotografia no OLHAM - Clube de Fotografia de Olhão, com o fotógrafo Paulo CôrteReal, a qual terá lugar no dia 27 de Abril, pelas 21h, na Casa da Juventude de Olhão.
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PALCOS | 13
João Pedro Baptista Músico
CALEIDOSCÓPIO
Na passada sexta-feira tive a sorte de conseguir ver os Caleidoscópio no Cais Club, aqui em Olhão. Devo dizer, que para uma cidade onde ainda há poucos sítios que contratam música ao vivo, até estamos bem encaminhados, por isso, uma palavra de apreço para quem continua a apostar nisso. Mesmo que seja ocasionalmente. Os rapazes tocaram cerca de 1h. Tocaram bem, ensaiados e bem preparados
para o que iam fazer. Houve cuidado também com o som e alguns elementos de decoração. Foi uma noite de boa disposição e de energias positivas.
O quarteto composto por Tiago Silva nas vozes e guitarra, Mário Dias na guitarra, Rui Raminhos no baixo e Bruno Pita na bateria, conseguiu transmitir boa onda através de músicas bem compos-
tas, letras positivas e boa comunicação com o público. Está prometida a gravação de um disco, que tal como eu, todos devemos esperar ansiosamente.
oLUDO
da descoberta, com a serenidade da atualidade. O videoclip é da autoria do estúdio criativo Ferro & Ferreirim. Tendo A Minha Grande Culpa e Fica Não Te Vás Daqui como cartão de visita, oLUDO entra em 2017 com o seu 4º trabalho de estúdio, com atitude musical desconstruída do inecessário, forjada na pele, no coração e na resiliência. A banda nasceu em 2005 e são uma banda de indie pop rock portuguesa.
08 ABR | 21H30 | AUDITÓRIO
Abraço é o novo trabalho dos algarvios oLUDO, um álbum que personifica a encruzilhada entre o rock e o indie pop português. O single de apresentação, com o nome homónimo do álbum, é uma desventura de ritmo marcado pelo fogo da paixão e
DOMINGOS CAETANO 21 ABR | 21H30 | AUDITÓRIO
Domingos da Conceição Alexandre Caetano nasceu na Fuseta no dia 27 de dezembro de 1956. Autodidata, começou a tocar aos 20 anos, após o irmão lhe ter oferecido uma viola. Em 1979 formou os ÍRIS, banda que se lançou para o estrelato
com temas como V ão Dar Banhó Cão, Há Sempre Um Amanhã, Oh Mãe ou Isolados do Mundo. Considera-se disciplino de Telmo Marroquino, Sérgio Mestre, Ludgero Batista e Zeca Frazão. Apesar de continuar como vocalista da banda ÍRIS, tem abraçado muitos outros projetos, sendo um deles o que agora apresenta no Auditório Municipal de Olhão: Domingos Caetano canta Zeca Afonso.
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14 | GALERIA
EXPRESSÕES Zulmira Oliva expõe no Museu Municipal
A exposição de pintura Expressões, da artista algarvia Zulmira Oliva, está patente, na sala das arcadas do Museu Municipal de Olhão. “Em pintura, como imagem, a surpresa na leitura do indizível, de início intimida mas traz emoção particular comportando uma outra linguagem”, refere a artista sobre a exposição. Está patente desde o dia 14 de Fevereiro, no Museu Municipal – Compromisso Marítimo, a Exposição Expressões, de Zulmira Oliva. Esta mostra transporta-nos ao Universo das formas e do “indizível”, onde também somos convidados a reflectir sobre a Educação infantil através de alguns livros de sua autoria onde Zulmira Oliva, experiência e se deixa influenciar pela criatividade e a abstracção natural das crianças.
VER, SENTIR E INTERPRETAR Exposição pelos alunos da ESFFL
Terminou no dia 21 de março a exposição V er, Sentir e Interpretar, na Galeria da Biblioteca Municipal de Olhão. A exposição reuniu um conjunto de obras realizadas pelos alunos do Curso de Artes Visuais da Escola Secundária de Olhão, nas disciplinas de Oficina de Artes, Desenho e Design de Interiores e Exteriores. Uma parte significativa das obras expostas surgiu do desafio feito aos alunos revelando diferente abordagens, diferentes expressões, diferentes formas de sentir e de ver o que os rodeia, inspiradas em referências artísticas da Arte Contemporânea. Estas pinturas realizadas sobre Olhão resultaram da relação entre a arte da fotografia e a arte da pintura dos grandes mestres. Cada aluno interpretou através da pintura, tendo como base o estudo das técnicas e da expressividade de cada estilo, bem como nas paletas de cor e texturas dos mestres da pintura contemporânea.
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GALERIA | 15
CASIMIRO DE BRITO 05 a 28 ABR | ÁTRIO BIBLIOTECA
No âmbito do I Festival Literário Internacional de Querença, que decorreu entre 5 e 7 de Agosto do ano passado, promovido pela Fundação Manuel Viegas Guerreiro, foi prestada homenagem ao escritor Casimiro de Brito, através da exposição Entre mil águas: vida literária de Casimiro de Brito, a qual esteve patente ao público na biblioteca da Fundação Manuel Viegas Guerreiro entre 6 de Agosto e 30 de Setembro. Assim, a Biblioteca Municipal José Mariano Gago foi convidada a apresentar no seu espaço a referida exposição. Convictos de que esta exposição é merecedora desta parceria e que em muito contribuirá para o conhecimento e divulgação da obra de um autor contemporâneo com raízes algarvias e de alcance universal inegável, simultaneamente, para motivação da leitura da sua obra, a Fundação Manuel Viegas Guerreiro propõe-se levar a cabo esta exposição itinerante com distribuição regional. A mostra inclui uma estrutura composta por 7 painéis articulados e um vídeo para visionamento.
INTERIORES Primeira exposição na futura Casa Artística
Decorreu no inicio de março, na Rua das Lavandeiras, a inauguração da primeira exposição na futura Casa A rtística de Olhão, oferecida pela atriz e bailarina clássica, Alexandra Gonin, que vendeu o seu apartamento em Paris para comprar a antiga residência da família Cocco. A exposição Interiores, contou com a participação de onze artistas locais que ofereceram as suas representações do mundo interior doméstico Alexandra Gonin promete recuperar o edifício com as próprias mãos e contanos que o seu objetivo é ser a “casa artística” de Olhão, um centro cultural aberto à comunidade.
JUVENTUDE, ARTES E IDEIAS | OLHÃO | ANO V | # 52 | ABR‘17
16 | ÚLTIMA
» Móce Janica… Atão na vês qu’êu sou tã pobre que nem frie tenhe!
» Móce Zéi, má tu na tens frie, p’ra andar sempre só com esse paninhe de rende per cima do corpe?
Jady Batista Coordenadora Editorial J
ADAPTA ASSOCIAÇÃO DESPORTO E AVENTURA PARA TODOS, ALGARVE
A Secção de Ginástica (Federada) integra 60 atletas
A A DAPTA - Associação Desporto e Aventura Para Todos, Algarve, foi fundada, a 31 de maio de 2014, por um grupo de amigos com o intuito de corresponder às necessidades e anseios da população, do concelho de Olhão e concelhos limítrofes no que diz respeito à prática de atividade física. A sede localiza-se no Loteamento Maria Tereza Jesus Lopes Viegas, Rua A, nº13, loja A, Olhão. Criada no âmbito dos Clubes Desportivos, a ADAPTA é uma instituição sem fins lucrativos e tem como missão a promoção das atividades físicas, desportivas e recreativas de forma lúdica e sem qualquer vertente competitiva. Por
Iniciativa:
este motivo, consideram que as suas maiores conquistas são o trabalho realizado com as crianças, o seu desenvolvimento e o reconhecimento do mesmo. Paralelamente e associada à missão, a associação possuí também o objetivo de promoção de estilos de vida saudáveis. Atualmente, com a abrangência local, pois as atividades realizadas até ao momento têm contado com participantes residentes no concelho de Olhão e regiões limítrofes, não escondem no entanto o interesse em atingir uma abrangência mais regional em consonância com o nome da associação. Por enquanto, o público preferencial são as crianças dos 10 meses até aos 12 anos de idade, mas também dispõe de um conjunto de atividades para todas as
faixas etárias, como Campos de Férias de Verão (que irão voltar este ano, com atividades como a equitação, vela, canoagem, idas à praia, visitas a museus e parques temáticos, dança, expressão dramática, caça ao tesouro, escalada e ciências experimentais) Yoga, Ginástica para Crianças, Seniores e Adaptada, Dança (Kizomba e Salsa) e HipHop. Esta oferta mais alargada, visa contribuir para a criação de estilos de vida mais saudáveis, um dos objetivos da associação. A A DAPTA tem colaborado regularmente com várias instituições do concelho e participado em vários eventos locais como Olhão Em Forma, promovido pelo Município; Semana do Bebé, promovido pelo Centro de Saúde de
Colaboração:
Olhão; Olhão Solidário, promovido pela Policia de Segurança Pública, mostrando-se recetiva à participação em eventos desta natureza. Além das suas próprias atividades, a ADAPTA recebe outras entidades, como foi o caso do Agrupamento Dr. Alberto Iria que levou ao espaço da associação mais de uma dezena de turmas para uma aula aberta em que os alunos exploraram um circuito gímnico adaptado à suas idades. Para o futuro, a ADAPTA perspetiva a realização de um grande evento, com caráter anual, que envolva não só as crianças e jovens, mas também as famílias e as instituições concelhias, pelo que estão em vias de apresentar uma candidatura a um programa do IPDJ.