Novidades Casa da Palavra na Bienal do RJ

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Editora Casa da Palavra participa da Bienal 2011 Criada em 1996, a Casa da Palavra edita livros nas áreas de arquitetura & urbanismo, memória, música, história, educação, bem-estar, gastronomia e literatura, com foco especial em autores nacionais e em temas ligados ao Rio de Janeiro. Reconhecida por publicar livros com grande cuidado gráfico e conteúdo de destacada relevância cultural, a Casa da Palavra tem em catálogo cerca de 200 títulos e autores como Ruy Castro, Heloisa Seixas, Gonçalo Tavares, Carlos Lyra, Bráulio Tavares, João Máximo, Lédio Carmona, Marcelo Barreto, Marcelo Moutinho, Regina Zappa e Rosa Nepomuceno. Entre os lançamentos da editora para o evento literário que começa no dia 1º de setembro, escritores renomados como o português Gonçalo M. Tavares, autor de “o senhor Valéry e a lógica e o senhor Swedenborg e as investigações geométricas”, Heloisa Seixas, autora de “O prazer de ler” e Hugo Sukman, autor do mais recente lançamento da editora - “Histórias Paralelas – 50 anos da música brasileira”-. Os três participarão de mesas de debate, programadas pela organização da Feira. Outros nomes de destaque entre os lançamentos estão Rui Afonso, autor de “Um homem bom” e o pesquisador Ronaldo Conde Aguiar, que lança “Guia do passado – alegrias, venturas, e esperanças: os anos 1950”, uma verdadeira bíblia sobre a década mais marcante para a história mundial. Munida com o espírito de recordar momentos que marcaram época, a Casa da Palavra também faz um tributo aos principais ícones do cenário musical: Miles Davis e Paulo Moura. No livro “Kind of blue: Miles Davis e o álbum que reinventou a música moderna”, o autor Richard Williams acompanha o nascimento e os ecos da criação do jazz até os dias atuais. Já em “Paulo Moura, um solo brasileiro”, a autora e psicanlista Halina Grynberg, exesposa do cantor, compositor, arranjador e perscussionista faz uma entrevista inédita, fruto de uma série de conversas que teve com um dos maiores nomes da música instrumental brasileira. Para os apaixonados em Art Déco, um dos estilos mais marcantes e festejados da déacada de 30, a editora lança “Rio de Janeiro Art Déco”, de autoria do historiador Marcio Roiter. Em edição bilingue, o livro é uma contribuição ao movimento nascido


na França e que revolucionou a forma e o gosto estético nacional entre os anos 30 e 40, tendo o Rio de Janeiro como um capítulo importante desta trajetória. Também será lançado o livro “inteligência se aprende”, de autoria de Patricia Konder Lins e Silva e no qual ela afirma que tudo o que acontece hoje nas escolas está defasado da realidade dos alunos, que vivem em redes sociais e já nasceram com os computadores em casa. Na prateleira nutrição, a editora lança duas publicações. Em “Da colheita para a mesa”, as autoras Leticia Ferreira Braga e Ina Gracindo ensinam como devemos aproveitar de melhor forma os alimentos de cada safra para uma dieta mais saudável e equilibrada, privilegiando os produtos orgânicos. Já no livro “Nutrição no esporte” e dentro do selo COB Cultural, a editora publica uma coletânea de artigos sobre alimentação e nutrição a partir da experiência dos autores Marcelo Saldanha e Reury Bacurau com atletas de alta performance. O livro explica com detalhes técnicos temas como hidratação, carboidratos, micronutrientes, lipídios e proteínas, sob o ponto de vista dos maiores especialistas em nutrição e esporte no Brasil.

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Rio de Janeiro Art Déco De Marcio Roiter 256 páginas Edição bilíngüe Prefácio de Joaquim Ferreira dos Santos e quarta capa de Ruy Castro 23 x 30 cm R$ 120,00 ISBN 978857734180-1

Um dos estilos mais festejados do mundo, que influenciou as artes decorativas, a arquitetura, a moda, o cinema, a pintura, o design de interiores, entre muitos outros, acaba de virar livro pelas mãos de um dos maiores especialistas no assunto. Lançamento da editora Casa da Palavra e de autoria do historiador e presidente do Instituto Art Déco Brasil, Marcio Alves Roiter, “Rio de Janeiro Art Déco” é uma contribuição ao movimento nascido na França e que revolucionou a forma e o gosto estético nacional entre os anos 30 e 40, tendo o Rio de Janeiro como um capítulo importante desta trajetória. Em edição bilíngüe, o livro tem patrocínio das empresas SDI Incorporação Imobilíaria, UTE Norte Fluminense, Gefco Logística e RB Capital, por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Com prefácio do jornalista Joaquim Ferreira dos Santos e quarta capa do escritor Ruy Castro, Rio de Janeiro Art Déco traz ilustrações de época, retiradas de selos comemorativos, capas de revistas, pôsteres de exposições além de imagens dos principais símbolos Art Déco do Rio de Janeiro, como a tradicional fachada do edifício Biarritz, no Flamengo, a bela índia que recebe os visitantes no prédio Itahy, em Copacabana, o Cine Roxy, um dos últimos sobreviventes do estilo que mantém muito da sua decoração original, a Confeitaria Cavé, loja de doces portugueses inaugurada em 1920 e a coluna preta e amarela ovo do Edifício Petrônio, um dos mais importantes conjuntos de prédios Art Déco na região do Lido.


O Rio de Janeiro tem o maior acervo de prédios e construções Art Déco do Brasil: são cerca de 300 construções, sendo que Lido e Copacabana somam 100. A Estátua do Cristo Redentor, símbolo máximo da cidade, é uma construção típica do estilo e está prestes a completar 80 anos em outubro. São inúmeros prédios e ambientes lindíssimos, que contam a história da cidade dos anos 30 aos 45. Entre os destaques do estilo estão o Cassino Atlântico, o Palácio do Quitandinha, o Bar Lagoa, a Central do Brasil, o Edifício Paysandú, o prédio da Associação Comercial do Rio de Janeiro e o Teatro Carlos Gomes. Entre os achados do livro, textos sobre a chegada do Art Déco na cidade, sua presença na vida carioca e na formação do gosto nacional e a relação do artista Émile Gallé com o Rio de Janeiro, inspiração vista em seus vasos de vidro soprado e moldado, com paisagens da cidade gravadas a ácido em diversas camadas e que até hoje surpreendem pela proeza técnica. No Brasil, a chegada do movimento aconteceu no final da década de 30 e permaneceu até a década de 60, tomando fôlego em meados da década de 50. Entre as primeiras obras construídas na então capital federal estão A Noite, erguida em 1929 na Praça Mauá e o Ribeiro Moreira, antigo OK, construído no Lido em 1928, sob projeto de Gusmão, Dourado & Baldassini e considerado o primeiro arranha-céu de Copacabana. Rio de Janeiro Art Déco é um presente não só para os amantes do estilo, mas uma oportunidade única de conhecer e reviver este período de imensa riqueza para a arquitetura e design nacional, que inspirou diversas vertentes. “O livro pretende resgatar, de forma inédita, as personalidades não só arquitetônicas, mas que foram importantíssimas nas primeiras décadas do século 20 e que ficaram esquecidas, como o grande decorador, autor de teatro e escultor Luiz Peixoto, proprietário da casa Aladin, uma das principais lojas que vendia Art Déco na cidade ou ainda os Irmãos Liberal, responsáveis pela decoração do tradicional Copacabana Palace”, conclui Roiter.

Sobre o movimento Art Déco Art Déco foi um movimento popular internacional de design de 1925 até 1939, que afetou as artes decorativas, a arquitetura, design de interiores e desenho industrial, assim como as artes visuais, a moda, a pintura, as artes gráfica e o cinema. O termo se origina na contração do nome Exposition Internationale des Arts Décoratifs et Industriels Modernes (Exposição Internacioal das Artes Decorativas e Industriais Modernas). As principais características do estilo são as linhas geométricas,


privilegiando a aerodinâmica e inspiradas por diversas culturas antigas, como a Grécia, o Egito e no caso brasileiro a Cultura Marajoara (400-1400). Sobre o autor Marcio Alves Roiter é presidente do Instituto Art Déco Brasil, além de historiador, pesquisador, articulista e curador das exposições “Art Déco – Coleção Berardo, What a Wonderful World”, na Ilha da Madeira, 2010/2011, “A casa Art Déco carioca” (Espaço Cultural Península, 2006/2007), “Gallé et Rio de Janeiro” (Parc des Expositions, Nancy, 2005), “Hommage à René Lalique” (Casa França – Brasil, 1992) e assistente de curadoria do “Cinquantenaire de Paris 1925” (Museu de Artes Decorativas, Paris, 1976). Conferencista nos Congressos Mundiais dos Art Déco Societies de Nova York (2005), Melbourne (2007) e Montreal (2009), na Miami Design Preservation League (2007) e na Americas Society NY (2008). Em 2011, recebeu o Prêmio Cultura, da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, na categoria Patrimônio Material. Organizador do 11º Congresso Mundial de Art Déco da ICADS (International Coalition of Art Déco Societies), realizado no Rio, em agosto de 2011.


Inteligência se aprende

De Patricia Konder Lins e Silva 208 p. 14 X 21 cm R$ 29,90 ISBN 978-85-7734-204-4

Tudo o que acontece hoje nas escolas está defasado da realidade dos alunos, que vivem em redes sociais e já nasceram com os computadores em casa. Não há uma ligação do que se aprende na escola com a vida real. Quem propõe a polêmica discussão é a educadora e pedagoga Patricia Konder Lins e Silva no livro “Inteligência se aprende”, lançamento da Editora Casa da Palavra. O livro é uma coletânea de artigos escritos desde o ano 2000. Seu objetivo com esses textos foi contribuir para uma reflexão da família sobre a educação escolar dos filhos. Os quase 50 textos tratam de temas da educação de filhos, a escola, alunos, seus problemas, desafios, dificuldades e encantos. Para Patrícia, um dos grandes problemas da educação atualmente é o currículo engessado, a falta de contextualização do que se ensina em sala de aula. “Quantas vezes uma criança faz uma pergunta ao professor e ele responde: ‘Isso você só verá na série do ano que vem’? Não faz sentido postergar a curiosidade genuína da criança!", afirma Patricia. Com tantos anos dedicados à educação, Patrícia faz um exercício de futurologia do papel da escola. “Acredito que vá acabar a fronteira entre o que é ensino a distância e o presencial. Todos estarão conectados, resolvendo problemas em grupos nas redes. A escola terá novas funções, será um espaço de encontro para troca de idéias. As aulas como palestras serão raras”, prevê.


Química e matemática, duas ciências temidas por muitos alunos, são tratadas de uma forma leve e descontraída em “Inteligência se aprende”, que mostra a importância de olhar para essas duas disciplinas como algo fundamental para o pensamento, para a vida cotidiana e a compreensão do universo. Outro assunto de destaque é a questão da violência abordada pelos textos “Nossos filhos e a violência” e “Nenhuma Guerra é Justificável”. Patrícia afirma que a escola e a família precisam conversar com suas crianças e jovens sobre todas as informações a que estão expostos, já que os meios de comunicação estão ao alcance e divulgam as mais diversas notícias. “Precisamos que esses jovens aprendam que os acontecimentos, mesmo que muito longe deles, lhes dizem respeito e os atingem. Eles precisam perceber que os adultos que os formam não são indiferentes, que ficam indignados, que se importam. Os jovens precisam participar das discussões sobre os problemas sociais. A família e a escola têm um papel importante, têm que promover a possibilidade de conversas e troca de opiniões sobre os assuntos”, destaca a autora. A curiosidade fez Patrícia cursar quatro faculdades até se decidir pela Pedagogia. “Estudei Letras, Sociologia, Biologia e Filosofia, mas percebi que a resposta para meu interesse por todos os assuntos estava na Pedagogia”, afirma a diretora-pedagógica da Escola Parque, que antes de assumir a função, em 1985, foi bailarina e ceramista. A educadora contribuiu muito para tornar a Escola Parque o que ela é hoje, referência em ensino construtivista. “Entrei na Escola Parque com uma proposta de alfabetização inspirada nos estudos da pensadora argentina Emilia Ferreiro. Permitimos que as crianças experimentassem e lidassem com a escrita muito antes das classes de alfabetização, o que mudou inteiramente a abordagem do que se costumava propor”, conta.

Sobre a autora Nascida junto com o fim da Segunda Guerra Mundial, Patrícia Konder Lins e Silva cresceu numa casa efervescente de ideais pacifistas, onde aprendeu que o maior divertimento é o conhecimento. Leitora voraz, Patrícia fala três línguas estrangeiras. Há 25 anos se dedica ao trabalho na Escola Parque, que considera o lugar mais gratificante do mundo e onde realizou muitas de suas ideias sobre educação. Tem três filhos e três netos e mora no Rio de Janeiro.


Kind of Blue: Miles Davis e o álbum que reinventou a música moderna

De Richard Williams 288 p. 14x21 cm R$ 39,90 ISBN 978857734202-0

Mais de cinquenta anos atrás, Miles Davis e seu sexteto entraram no porão de uma igreja no centro de Manhattan convertida em um estúdio de música. O álbum que surgiu apenas nove horas depois, Kind of Blue, não só mudou o jazz de uma forma definitiva, mas também mudou a música popular para sempre. Kind of Blue: Miles Davis e o álbum que reinventou a música moderna, lançamento da Editora Casa da Palavra, é uma ambiciosa exploração deste álbum, que marcou toda a produção musical do final do século XX. Repórter do jornal britânico The Guardian, o autor Richard Williams acompanha o nascimento e os ecos da criação de Miles Davis até os dias atuais, sem perder o fôlego. A realização do álbum mais célebre do artista é o ponto de partida da espirituosa narrativa que mostra como diferentes movimentos artísticos, filosóficos e musicais alimentaram esta meditativa e melancólica obra-prima lançada em 1959: das inquietantes paletas de Picasso, Matisse e Yves Klein, que influenciaram o humor de toda uma cultura que valorizava imensamente a cor azul, ao blues e os outros sons que melhor traduziam o que era ser cool; das longas improvisações da banda The Allman Brothers aos concertos do Grateful Dead, passando pelo riff mais copiado de James Brown.


O álbum de Davis foi determinante na vida de seu colega de banda John Coltrane, e ambos assombraram os compositores de vanguarda Terry Riley, Steve Reich e Lamonte Young que, por sua vez, foram responsáveis por transmitir essa influência para o rock, atingindo artistas tão diversos quanto John Cale e Velvet Underground, The Who e Brian Eno, ainda no grupo Roxy Music, Talking Heads e U2.

Sobre o autor Richard Williams nasceu em 1947 na cidade de Sheffield, na Inglaterra. Trabalhou para a gravadora Island Records e nos jornais ingleses The Independent e The Times. Com textos publicados nas revista Granta, escreveu livros sobre Phil Spector, Bob Dylan e sobre a morte do piloto brasileiro Ayrton Senna. Atualmente trabalha no jornal The Guardian com suas duas paixões, esportes e música.


Guia do Passado - Alegrias, venturas e esperanças: os anos 1950 e suas adjacências

De Ronaldo Conde Aguiar 224p. 16 x 23cm R$ 39,90

“O tempo não é uma corda que se possa medir nó a nó, o tempo é uma superfície oblíqua e ondulante que só a memória é capaz de fazer mover e aproximar” José Saramago Uma viagem aos anos 50 e a década que consagrou momentos significativos da história da cultura, política e da evolução científica no Brasil e no mundo. Com riqueza de detalhes, o livro Guia do Passado – alegrias, venturas e esperanças: os anos 1950 e suas adjacências, lançamento da editora Casa da Palavra e de autoria de Ronaldo Conde Aguiar é repleto de emoções e memórias que agradarão tanto aqueles que viveram os anos dourados quanto aqueles que gostariam de ter vivido nessa época. Ao escrever o Guia do Passado, o autor, que também lançou pela mesma editora “Vitória na derrota: a morte de Getúlio Vargas”, “As Divas do Rádio Nacional” e “Almanaque da Rádio Nacional” teve como premissa levar o leitor pelos caminhos mais peculiares da agitação cultural e política que foi a década de 1950, marcada pelas revoluções tecnológicas e de comportamento que levaram milhares de pessoas a ter esperança no futuro. “A década de 50 definitivamente marcou a história da humanidade. Ao escrever o livro, percebi que vivi e assisti a momentos significativos da história, da cultura e da


evolução científica. Com 18 anos comecei a me interessar por todos os acontecimentos que marcaram esse período e hoje, 60 anos depois, fiz este registro seletivo, trabalhado em cima das minhas referências da época, que certamente coincidirão com as recordações de muitos leitores”, afirma o autor. Da mesma forma em que faz uma radiografia dos anos 1950 repassando os acontecimentos mais marcantes da década, o livro é enriquecido com fatos curiosos como a criação da Bossa Nova, o Cinema Novo, a construção da capital federal e o sentimento aflorado na época de que o Brasil iria dar certo. O guia também faz um passeio pelas personalidades, como Virgínia Lane e Carmem Verônica, Oscarito e Grande Otelo, Antonio Maria e Sérgio Porto e ainda traz informações sobre o bonde, a Rádio Nacional, as chanchadas, as certinhas do rebolado, o Reco-Reco, o samba canção, a marcha-rancho, os crimes que abalaram o Brasil, além do futebol paulista e carioca e seus principais ídolos. Ao final de cada capítulo o autor oferece sessões passatempos, que são pequenos textos ou crônicas de fatos cheias de curiosidades sobre as circunstâncias e personalidades da década de 50, as expressões mais usadas e outras pérolas do cotidiano humano que fizeram da época um dos períodos mais ricos da história do Brasil e do mundo. “Durante o processo de pesquisa para o livro descobri que o número de artigos científicos publicados até a década de 40 era baixíssimo. A partir dos anos 50 há um ápice e muitos artigos começam a ser escritos, a maioria em virtude da guerra e dos problemas que o mundo passou a ter que enfrentar. Esse guia servirá como testemunha destes acontecimentos e certamente inspirará a todos”, conclui Ronaldo. Sobre o autor Ronaldo Conde Aguiar nasceu em Penedo, Alagoas, e morou no Rio de Janeiro durante os anos dourados até 1967. Atualmente vive em Brasília, onde trabalha como professor de sociologia e cultura brasileira. Publicou, entre outros títulos, O rebelde esquecido: tempo, vida e obra de Manoel Bomfim, Adeus ao paraíso: a internacionalização da Amazônia, Vitória na derrota: a morte de Getúlio Vargas, Almanaque da Rádio Nacional e As divas do rádio, os três últimos publicados pela Casa da Palavra.


Paulo Moura, um solo brasileiro De Halina Grynberg 240 p. 16 x 21 cm R$ 55,00 ISBN 978857734190-0

Em homenagem a um dos maiores nomes da música instrumental brasileira, a Editora Casa da Palavra lança o livro Paulo Moura, um solo brasileiro. Falecido há exatamente um ano, Paulo Moura deixou uma entrevista inédita, fruto de uma série de conversas com sua esposa, a escritora e psicanalista Halina Grynberg que as compilou com maestria e as transformou nesta obra, que inaugura a primeira ação do recém criado Instituto Paulo Moura, em prol da música instrumental brasileira. O livro acompanha o CD “Fruto Maduro”, produzido por André Sachs, parceiro escolhido pelo próprio Paulo Moura por, assim como ele, ser um obstinado pela excelência, dedicação e improvisação ao utilizar arranjos e estilos variados. O processo para a produção e finalização do CD levou cinco anos. Durante a elaboração do livro, Halina, que foi casada com o regente, saxofonista, compositor, clarinetista e arranjador de choro, samba e jazz durante 26 anos e também era sua empresária e produtora musical, capta com sensibilidade e precisão o melhor de sua essência. “Ninguém jamais entrevistou o Paulo com foco em questões difíceis para ele, muito pessoais, como a relação com o pai”, afirma Halina. “Eu me lembro que, às vezes, à noite, quando todo mundo já estava dormindo, ele ficava na sala tocando


alguma coisa, ficava por lá meio que estudando, tocando, talvez até escrevendo alguma coisa dele mesmo, tocando baixinho, e eu dormia com aquele som”, relembra o músico. “Conversar com Paulo Moura é perseguir uma estética do im proviso. Nada é como parece ter sido. Paulo é invenção infinda, imensidão criativa que recusa a linearidade”, descreve a autora, que levou pouco mais de um ano e meio pra finalizar a produção do livro, que também conta com texto de apresentação de Luis Fernando Veríssimo. Paulo tocou com mestres da música brasileira como Ary Barroso, Dalva de Oliveira, Elis Regina, Milton Nascimento e Sergio Mendes. Também acompanhou astros internacionais como Lena Horn, Cab Calloway, Nat King Cole, Ella Fitzgerald, Cannonball Adderley, Sammy Davis Jr e Marlene Dietrich. Com mais de 40 discos lançados, ele ganhou o Grammy em 2000 por seu disco “Pixinguinha: Paulo Moura e os Batutas”. Paulo foi criado em uma família de músicos, incluindo o pai e 10 irmãos. Nasceu no dia 15 de julho de 1932 em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, porém radicou-se no Rio de Janeiro durante a adolescência. Tocou em orquestras sinfônicas, além de gafieira e grupos de regional, rodando o Brasil e o mundo com sua arte. Aos nove anos de idade e incentivado pelo pai, Pedro Moura, carpinteiro de profissão e clarinetista nas horas vagas, começou a estudar piano. Aos 13 começou a tocar clarinete. A chegada ao Rio de Janeiro aconteceu quando ele tinha 17 anos, na mesma época em que começou a tocar saxofone e quando, com a família, mudou-se para o bairro Tijuca. Paulo ingressou na Escola Nacional de Música, estudando teoria, harmonia, contraponto, fuga e composição. Também aprendeu o ofício de alfaiate, a pedido do pai. Mas, o amor e o talento para a música falaram mais alto e, junto com amigos da Tijuca como João Donato, Bebeto Castilho, Pedro Paulo e Everardo Magalhães Castro formou um grupo de jazz influenciado pelo som da Costa Oeste dos Estados Unidos. “O Paulo fundou um gênero, o “Música Instrumental Brasileira”, com influência do samba e do choro, misturando ritmos africanos, jazz, percussão e ainda passando pela música erudita. Lançou um modelo melódico baseado na improvisação. Daí vem o solo brasileiro junto ao título. Ele realmente foi alguém indefinível”, conclui Halina. Entre as boas recordações lembradas com bom humor pelo artista de talentos múltiplos, está sua participação pela primeira vez em um concurso de calouros.


“Eu estava estudando a minha clarineta lá em casa, quando fiquei sabendo de um programa de calouros na Rádio Tupi. O vencedor ganharia um par de sapatos (risos). Concorri e ganhei. Fiz um solo de “Lady Be Good” na clarineta. Mas o interessante disso é que, para receber esse sapato, tive que ir lá várias vezes falar com a direção do programa, gastei muito a sola do meu sapato velho, foi complicado eles soltarem esse par de sapatos para mim...”, diverte-se relembrando a história. Entre as preciosidades também encontradas no livro, tem destaque o ensaio de fotografias do estúdio do músico, ainda intacto como Paulo deixou, com as peças, instrumentos e partituras, eternizados em fotos de Alex Forman. A última vez que Paulo Moura tocou seu clarinete foi no quarto da Clínica São Vicente, na Gávea, Rio de Janeiro, onde esteve hospitalizado antes de falecer, em 12 de julho de 2010, aos 77 anos, vítima de um câncer no sistema linfático. Um dos saxofonistas e clarinetistas mais requisitados no Brasil e no exterior, Paulo Moura foi reconhecido no ano 2000 com o Grammy - o maior prêmio da música mundial, com seu trabalho "Pixinguinha: Paulo Moura e os Batutas”. Em 2009, ele se apresentou na Tunísia e no Equador e lançou o CD AfroBossaNova.

Sobre a autora: Halina Grynberg nasceu na Polônia e chegou com a família, ao Rio de Janeiro aos sete anos de idade. É psicanalista, escritora, roteirista e consultora de criação e comportamento. Casada durante 26 anos com o clarinetista e saxofinista, compositor e arranjador Paulo Moura (1932 - 2010), Halina lança, em julho pela editora Casa da Palavra com o patrocínio da Natura, o livro Paulo Moura, um solo brasileiro, uma série de entrevistas em tom coloquial, íntimo e profundo, fruto da relação conjugal e profissional de ambos, onde são revistas histórias e reflexões sobre a carreira e o destino profissional deste que é um dos maiores nomes da música instrumental mundial. A autora nos convida a participar deste encontro. Durante um ano e meio coletou o material que agora desvela a essência artística e sensível de Paulo Moura. Divagações com relação à família, tradições musicais que o marcaram, inovações estéticas que vanguardeou, reflexões conceituais sobre o seu savoir-faire profissional, e a devoção intensa à arte e ao desejo de criar um solo brasileiro; uma musica instrumental popular brasileira feita da miscigenação do samba, choro, musica erudita e jazz brasileiros - iluminada pela ritmica afrobrasileira que jamais cansou de refinar.


É autora, entre outros títulos, de Mameloshn: memória em carne viva, EdRecord, 2004.

Músicas do CD inédito, encartado no livro: 1 . Mulatas, etc e tal.. (Paulo Moura) 2. Caravan (Juan Tisol/Duke Ellington) arranjo Paulo Moura 3. Coquetel (André Sachs/Paulo Moura/Benita Michahelles) 4. Chorinho para Mignone (Paulo Moura/André Sachs) 5. Macunaima (Paulo Moura/André Sachs) 6. Andina (André Sachs/Paulo Moura) 7. Trem do Moura (André Sachs/Paulo Moura) 8. Obstinado (André Sachs/Paulo Moura) 9. Mantenha o Groove (André Sachs/Paulo Moura) 10. Chroma 2 (Paulo Moura)

Produzido por André Sachs. Direção Musical por Paulo Moura Copyright 2011 André Sachs / Stardust Produções Culturais Ltda.


O senhor Valéry e a lógica De Gonçalo M. Tavares 88 p. 13,5 x 21 cm R$ 21,00 ISBN 978857734199-3

O senhor Swedenborg e as investigações geométricas

De Gonçalo M. Tavares 112 p. 13,5 x 21 cm R$ 21,00 ISBN 978857734196-2

Um bairro com vizinhos ilustres e sem nacionalidades Escritor homenageia autores protagonistas de uma coleção

da

literatura

universal

transformando-os

em

Um dos mais respeitados nomes da literatura portuguesa contemporânea, Gonçalo M. Tavares lança dois novos títulos no Brasil. O senhor Valéry e a lógica e O senhor Swedenborg e as investigações geométricas fazem parte da Coleção O Bairro, lançamento da Editora Casa da Palavra. Gonçalo M. Tavares virá ao Brasil para participar da Bienal do Livro, no Rio de Janeiro, em setembro. A Coleção trata de problemas universais de forma simples e contundente, em estilo semelhante ao de grandes nomes da literatura mundial. Moradores de uma mesma região, os célebres vizinhos emprestam seus nomes aos personagens principais das obras. Histórias de ironia e filosofia, protagonizadas pelos “senhores” Bertolt Brecht, Roberto Juarroz, Italo Calvino, Karl Kraus, Robert Walser e André Breton inspiram


Gonçalo M. Tavares a trabalhar a temática de cada autor em minicontos acompanhados de ilustrações de Rachel Caiano. Segundo o escritor, a escolha foi intencional, para homenagear os autores. Tavares afirma que, apesar de considerar o fato de escrever em língua portuguesa um ponto de partida fundamental, a literatura deve ser encarada como um assunto do homem, não de pátrias. Para ele, a dor, o sentimento, a emoção não têm restrições lingüísticas. Pode-se concluir o mesmo em relação à literatura. Os moradores As histórias de cada senhor partem da idéia de colocar um escritor como protagonista da narrativa, mas não interessam ao autor as questões biográficas. “Há um cruzamento: não tanto no tipo de escrita, mas nos temas – há uma certa influência do universo literário de cada autor”, explica Gonçalo. O senhor Swedenborg e as investigações geométricas é baseado na obra do cientista e teólogo sueco Emanuel Swendenborg (1688-1772), reconhecido como o precursor do espiritismo. O Swedenborg fruto do imaginário de Gonçalo M. Tavares se utiliza das palestras que seus colegas e as pessoas que vivem em seu Bairro ministram para ajudá-lo a repensar e dar a cabo de sua análise geométrica do mundo. Já os escritos do poeta e ensaísta francês Paul Valéry (1871-1945) serviram de inspiração para os 25 minicontos que compõem O senhor Valéry e a lógica. A aparente inocência infantil do senhor Valéry, que mora no Bairro imaginário do autor, o faz distorcer a lógica até os limites, na tentativa de explicar as coisas da vida, geralmente das maneiras mais absurdas. Quando perguntado sobre que conselhos daria a um jovem escritor para melhorar seu nível de escrita, Gonçalo M. Tavares respondeu que “as experiências são determinantes, mas o fundamental é mesmo ler, ler, ler muito e ler bem, ler os melhores autores – e escrever, não parar de escrever”. Sobre o autor: Gonçalo M. Tavares nasceu em Luanda em 1970 e foi criado em Portugal. Publicou seu primeiro livro aos 31 anos e, seis anos depois, já somava 20 títulos – entre poesia, contos e romances. Reconhecido pela crítica por ser econômico com as palavras e certeiro em frases e versos, o escritor transita com tranqüilidade entre a prosa e a poesia. Leitor de romances de idéias, o autor admira a obra de Musil, Thomas Mann e Junger. Entre os brasileiros, os preferidos são Clarice Lispector, Guimarães Rosa, que apresentam conexões com sua obra, João Cabral de Melo Neto e Machado de Assis. Além de escritor, é professor de Teologia da Ciência em uma universidade de Lisboa. Entre seus livros lançados no Brasil estão O homem ou é tonto ou é mulher (Casa da Palavra) e Viagem à Índia (LeYa).


Solar da Fossa - O berço da vanguarda cultural e política dos anos 1960 De Toninho Vaz 256 páginas 16 X 23 cm R$ 39,90 ISBN 978857734191-7

“Mandei plantar folhas de sonhos no jardim do Solar” Caetano Veloso em “Panis et Circenses” “Era um lugar único e seminal que desenhou coisas ainda vigentes e não devidamente decodificadas: livros, textos, obras, ideias, posições. Não tenho medo de afirmar que as bases estratégicas do Rio contemporâneo, em termos culturais e comportamentais, foram criadas no Solar da Fossa”. Guilherme Vaz

Um casarão colonial em Botafogo, de dois andares e 85 quartos, que mudou para sempre os rumos da cultura carioca e, por que não?, brasileira. De 1964 a 1971, passaram pelo Solar da Fossa alguns dos principais nomes da música popular, teatro, cinema, televisão, imprensa, política e comportamento. Agora, o jornalista Toninho Vaz conta esta história, nunca antes registrada em livro, em Solar da Fossa - O berço da vanguarda cultural e política dos anos 1960 (Editora Casa da Palavra). Para a pesquisa do livro, foram entrevistadas 100 pessoas. “Até o último minuto para fechar o livro, eu continuava achando ex-moradores do Solar, todos com ótimas lembranças daquela época”, explica Toninho, que conseguiu entrevistas o ex-ministro Cristovam Buarque e o atual ministro Moreira Franco, ambos ex-moradores do Solar. Entre os inquilinos que viriam se tornar famosos estão Caetano Veloso, Gal Costa, Paulo Coelho, Paulinho da Viola, Paulo Leminski, Tim Maia, Maria Gladys, Betty Faria, Ítala Nandi, Antônio Pitanga, Marieta Severo, Zé Kéti, Gutemberg Guarabyra, Abel Silva, Cláudio Marzo, Mauro Mendonça, Naná Vasconcelos, Adelzon Alves e Darlene


Glória, a maioria na faixa de 23 ou 24 anos. “Se havia um terremoto cultural e político acontecendo na cidade maravilhosa, o Solar era o epicentro”, define o autor. Além de aberto e acessível à cidade que o cercava – na verdade, o Rio ia ao Solar para conhecer seus sedutores rapazes e moças, trocar ideias, aprender com eles, beber algumas, praticar certos esportes ilegais ou, o que era comum, namorá-los. O nome “fossa” foi aplicado ao Solar em 1967 pelo cenógrafo e carnavalesco salgueirense Fernando Pamplona, quando, arrasado, foi morar lá por ter se separado da mulher. No Solar foram compostas mais de 15 canções, como “Paisagem útil”, “Alegria, alegria”, de Caetano Veloso; “Sinal Fechado” de Paulinho da Viola; e Paulo Leminski escreveu longas partes de seu romance Catatau. Grupos como o trio Sá-RodrixGuarabyra e o Momento 4 se formaram no Solar. Três das primeiras grandes estrelas a posar nuas para uma revista masculina moravam lá: Betty Faria, Ítala Nandi e Tania Scher. Por causa do diretor Kléber Santos, o Solar era quase uma extensão do Teatro Jovem, em Botafogo, onde se gestava a renovação do teatro brasileiro, e do Casa Grande, onde o momento político e cultural era dissecado pelos grandes nomes. Os moradores do Solar tinham roupa lavada e passada, lençóis, colchas e toalhas trocadas e o chão varrido ou encerado semanalmente, tudo incluído no aluguel. Se quisessem, podiam fazer as refeições lá mesmo, pagando um pouco a mais. Em 1972, o Solar foi demolido para, em 1980, dar lugar ao primeiro shopping center da cidade: o Rio Sul. “Não é difícil imaginar que a destruição de um patrimônio desta natureza (comparável ao Paço Imperial) seria difícil nos dias de hoje, com a imprensa receptiva às denúncias contra crimes ao patrimônio”, arrisca Toninho. Ironia do destino: a imagem do casarão está gravada para sempre no filme Roberto Carlos em Ritmo de Aventura, de 1967, na sequência aérea do helicóptero que passa por dentro do Túnel Novo. O texto de apresentação do livro é assinado por Ruy Castro, que morou no Solar aos 19 anos, em dezembro de 1967. “Solar da Fossa” conta uma linda história de liberdade criativa em uma época de ditadura truculenta. Sobre o autor Toninho Vaz nasceu em Curitiba, em 1947. Trabalhou como jornalista no Diário do Paraná, Diário da Tarde, TV Bandeirantes e SBT. Na Rede Globo, atuou como editor por mais de 14 anos. Publicou artigos e reportagens no Jornal do Brasil, O Globo, revista Manchete, ISTOÉ e site NoMínimo.com. É autor das biografias dos poetas Paulo Leminski e Torquato Neto, além do livro ”O Rei do Cinema”, sobre Luiz Severiano Ribeiro.


Um homem bom De Rui Afonso 400 p. 16 x 23 cm R$ 48,00 ISBN 978857734186-3

A inédita história do homem que desafiou a autoridade do ditador Salazar para salvar milhares de vidas do nazismo é contada no livro “Um homem bom”, lançamento da Editora Casa da Palavra. O autor português Rui Afonso virá ao Brasil para lançamentos no Rio de Janeiro (18 de agosto, no Palácio São Clemente) e São Paulo (24 de agosto, na Casa de Portugal). Quando a França foi invadida pela Alemanha nazista em maio de 1940, o cônsul português em Bordeaux, Aristides de Sousa Mendes, viu-se perante um doloroso dilema: cumprir as ordens do ditador português Antônio de Oliveira Salazar, negando vistos para Portugal aos refugiados que os solicitavam, ou seguir sua consciência, autorizando os vistos que significavam a diferença entre a vida e a morte para milhares de pessoas, sobretudo judeus. O cônsul seguiu o caminho mais desafiador: expediu milhares de vistos, salvando a vida de cidadãos da Espanha, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, França, Polônia, Tchecoslováquia e Áustria. Os registros não são exatos sobre o número de vidas salvas por Sousa Mendes, mas historiadores afirmam que ele foi o responsável pela maior ação de salvamento por uma única pessoa durante o Holocausto, mais até que Oskar Schindler. Mas nem todos viram as ações de Souza Mendes como atos de heroísmo. Salazar nunca o perdoou. E a tragédia que se abateu sobre o diplomata e sua família foi o preço que Sousa Mendes teve que pagar por sua coragem até a morte, em 1954. “Um homem bom” conta a história real desse herói da humanidade, motivo de orgulho para todo o mundo.


No dia 18 de agosto, no Palácio São Clemente, o autor debaterá o tema do livro com o Fabio Koifman, cujo livro “Quixote nas Trevas: o embaixador Souza Dantas e os refugiados do nazismo” é citada no prefácio de “Um homem bom”. Já no dia 24 de agosto, o Rui lançará o livro em São Paulo, na Casa de Portugal, e debaterá com o sociólogo René Decol, que atualmente prepara uma biografia da funcionária diplomática Aracy Guimarães Rosa, mulher do grande romancista.

Sobre o autor Rui Afonso nasceu na cidade portuguesa de Funchal, na Ilha da Madeira, em 1951, e encontra-se radicado em Toronto, no Canadá. É biógrafo e autor do primeiro livro publicado sobre Aristides de Sousa Mendes: Injustiça — O caso Sousa Mendes. A primeira edição de Um homem bom foi desde o início reconhecida como a biografia definitiva desse diplomata português e mantém-se como uma obra de referência obrigatória.


O prazer de ler De Heloisa Seixas 80 p. 13 x 18 cm R$ 16,00 ISBN 978 85 77341238

Escritora conta casos pitorescos e experiências pessoais sobre o simples – porém enorme – prazer da leitura Quem nunca se pegou, ao término de uma boa história, refletindo sobre as diversas possibilidades e emoções que um livro pode transmitir, como companheirismo, inspiração para lidar com momentos difíceis, sorrisos, lágrimas incontidas, conhecimento, auto-conhecimento e até mesmo mudanças, por menores que sejam? No livro O prazer de ler, escrito pela carioca Heloisa Seixas e lançado pela Editora Casa da Palavra, estas questões são compartilhadas em forma de histórias curiosas e por meio de experiências pessoais da autora, que se propõe a guiar o leitor a descobrir algumas obras clássicas e seus autores, a entender livrarias e bibliotecas e a aprender a salvar-se do isolamento com o simples ato de virar algumas páginas. “A música pode ser a arte mais universal, o teatro, o cinema e as artes plásticas podem nos fazer viajar, mas a literatura nos permite ser mais do que meros espectadores. Lendo, somos cúmplices, coautores, temos a chance de criar(...) ler é, portanto, um exercício de liberdade quase tão amplo quanto pensar”, afirma a autora. O interesse de Heloisa pelo mundo dos livros apareceu quando ela ainda era pequena e ouvia da avó Mariá histórias e contos que narravam aventuras de princesas raptadas por mouros ou fugindo para encontrar com o príncipe às escondidas. Segundo a autora, estas histórias, narradas de forma envolvente e irretocável, inocularam o vírus da leitura e também o da escrita em sua vida. Além de apresentar ao leitor algumas de suas obras favoritas, como “Ela”, de H. Rider Haggard, “O grande Gatsby”, de Scott Fitzgerald e “A queda da casa de


Usher”, de Edgar Allan Poe, o livro também conforta e, ao mesmo tempo, instiga o leitor, ao lembrar que vale a pena ler as obras-primas consideradas difíceis, como é o caso de “Moby Dick”, “Os sertões” ou “Grande sertão: veredas”.

Heloisa Seixas nasceu em 1952 no Rio de Janeiro. Jornalista e tradutora, estreou como escritora em 1995, ao lançar um livro de contos chamado “Pente de Vênus”, elogiado, entre outros, pelo escritor Carlos Heitor Cony. No ano seguinte, a editora Record lançou seu primeiro romance, intitulado “A porta”. A partir de então tem escrito romances, contos e novelas, além de um livro de não-ficção sobre o Mal de Alzheimer, "O lugar escuro" (este pela editora Objetiva). Casada com o também escritor Ruy Castro, Heloisa fez em 2010 uma incursão pelo teatro, escrevendo, em parceria com Julia Romeu, o musical “Era no tempo do Rei”, baseado em livro do autor.


Da colheita para a mesa Receitas para aproveitar o que cada estação tem de melhor De Leticia Ferreira Braga e Ina Gracindo 204 páginas 16 x 23 cm R$ 34,90 ISBN 978857734181-8

“Não se vive só de pão, é preciso também o acompanhamento; e a arte de torná-lo mais econômico, mais saboroso, mais saudável – afirmo e reafirmo – é verdadeira arte. Reabilitemos o sentido do paladar e não nos envergonhemos de satisfazê-lo honestamente” Pellegrino Artusi Imagine que você está prestes a começar uma dieta saudável. O primeiro passo é pesquisar sobre o assunto, utilizando todos os recursos disponíveis. Tarefa quase hercúlea diante da enxurrada de informações que convivemos atualmente e que muitas vezes mais desorientam do que auxiliam, nos deixando sem saber o que é exatamente ou não saudável. Cientes desta dificuldade e da importância dos alimentos orgânicos para uma alimentação realmente equilibrada, as autoras Leticia Ferreira Braga e Ina Gracindo presenteiam o leitor com o livro Da colheita para a mesa – receitas para aproveitar o que cada estação tem de melhor, lançamento da Editora Casa da Palavra. Com quase 90 receitas e de forma inspiradora, o livro trata essencialmente sobre o valor dos alimentos orgânicos, porém vai muito além da simples sugestão de receitas e preparo de pratos vegetarianos originais. A ideia das autoras é estimular a descoberta de uma maior sintonia com o ritmo natural dos alimentos e a elaboração de pratos que levem em conta o tempo de colheita de cada um deles. Para a elaboração do livro, Leticia e Ina cruzaram informações de diversas tabelas e chegaram à conclusão de que é possível aproveitar melhor as safras e épocas naturais das colheitas. Os resultados da compilação mostram os meses do ano e os produtos (legumes, verduras e frutas) que devem ser consumidos em cada estação e ainda traz ao leitor receitas simples e saudáveis que podem se transformar ao longo do ano, de acordo com as safras dos alimentos. Alguns exemplos de alimentos e suas respectivas fases para melhor consumo:



“Corroboramos com a tendência já percebida na Europa e nos Estados Unidos e endossada pelo cantor Paul McCartney: pelo menos uma vez por dia na semana, devemos fazer uma alimentação vegetariana. Para facilitar, oferecemos no livro diversos cardápios para seguir essa proposta”, afirma Ina. O lançamento do livro Da colheita para a mesa ocorre em um bom momento. O chef do restaurante Noma, na Dinamarca, eleito o melhor do mundo em 2010 e 2011 pela revista inglesa Restaurant é um dos adeptos desta filosofia que alia refeições saudáveis e respeito com o ritmo natural dos alimentos. “Usar os produtos da estação é falar do futuro, de sustentabilidade. Quando escolho apenas produtos da estação, muitas pessoas pensam que estou dando passos para trás, já que meus concorrentes continuam importando frutas do Peru”, afirma René Redzepi, de 32 anos. Para as autoras, o primeiro passo para uma alimentação saudável é escolher os produtos com atenção, ainda nos supermercados, feiras e hortifrutis. “O maior erro é a falta de atenção. Muitas vezes nem paramos para refletir antes de escolhermos os alimentos. O ideal é ter uma atitude flexível e ir aos poucos experimentando novos hábitos tanto em casa como no supermercado. No começo, pode ser difícil se privar das tentações, como as laranjas importadas, por exemplo, que são lindas, mas foram transportadas de avião, vieram de outro clima que não o nosso. Na verdade, o que defendemos é que as pessoas comecem a se reeducar e passem a escolher os alimentos de acordo com as estações, quando têm maior potencial nutritivo”, enfatiza Leticia. A questão central que determina a qualidade da experiência de cada um é decidir se queremos viver ou apenas sobreviver. A seguir, algumas dicas das autoras para tentar descomplicar o excesso de informações e estabelecer uma relação simples com a escolha dos alimentos e a melhor maneira de consumi-los: •

Os alimentos orgânicos nem sempre são tão bonitos e perfeitos como os cultivados com fertilizantes sintéticos. Porém, seu cultivo respeita a integridade do solo e não polui as fontes de água potável;

Quanto mais fresco o alimento for, melhor; se ele estiver em sua época e for orgânico, melhor ainda;

Evitar comprar em excesso coisas que sabemos que viajaram de avião. Por exemplo: massas importadas, queijos, biscoitos, bebidas, frutas e outros produtos que claramente não são típicos do nosso clima;

Separe uma vasilha exclusiva para colocar frutas e legumes de molho quando necessário;

Legumes de casca grossa, como inhame e cenoura devem ser escovados durante a lavagem, sendo que nem sempre é necessário descascá-los antes do cozimento.

Para as folha durarem mais é importante secá-las bem depois de lavadas. Existem tigelas centrífugas que prometem eliminar toda a água, mas não


cumprem esse objetivo e machucam as folhas. É melhor deixá-las secando sobre um pano de prato limpo e bem seco, ou apertá-las suavemente entre folhas de papel toalha. Guarde-as em recipientes fechados na geladeira, alternando uma camada de vegetal com outra de papel. As autoras Ina Gracindo é tradutora consecutiva e literária. Em 1997, diplomou-se como chef Cordon Vert pelo Vegetarian Society of the UK, Altrincham, Manchester. Algum tempo depois, associou-se ao SPA HBD em Ipanema, onde abriu o Café Vert, com cardápio orgânico. Hoje, Ina é pesquisadora e consultora no segmento de alimentação, além de dar aulas sobre o tema. Sua carreira como autora de livros teve início com a publicação de Quatro amores e dois finais (7Letras), em 2005. O romance teve grande repercussão e acabou por permitir que Ina passasse a escrever para leitores de diversos portais femininos disponíveis na internet, entre eles Estrela Guia, Feminice, Bem Leve e Bolsa de Mulher, além de manter o blog http://chefcordonvert.blogspot.com. Leticia Braga é formada em direito e estudou educação ambiental na PUC-RJ. Há alguns anos vem pesquisando e escrevendo sobre temas que envolvem qualidade de vida e escolhas sustentáveis. Em 2007, como fruto de suas reflexões, publicou pela Casa da Palavra seu primeiro livro – O prazer de ficar em casa, um grande sucesso de vendas. Dois anos depois, foi a vez de Coração de mãe – uma narrativa emocionante que trata da vivência budista da autora e de seu exercício da maternidade consciente. Agora, em seu terceiro livro, a amor pela cozinha é o fio condutor da inspiração de Letícia, que aprendeu muito sobre culinária com familiares de origem italiana e aperfeiçoou seus conhecimentos em cursos especializados na Peter Kump's New York Cooking School. Letícia mora no Rio de Janeiro com a filha e, em sua casa, faz questão de cozinhar, escrever e estudar todos os dias.


Histórias Paralelas – 50 anos de música brasileira De Hugo Sukman 264 páginas 21 x 25 cm R$ 90,00 ISBN 978857734184-9

A música popular é a mais genuína e consistente manifestação do modernismo brasileiro. E os responsáveis por isso são os jovens cantores, compositores e músicos que começaram suas carreiras no início dos anos 1960, tendo como herança o período clássico da música brasileira de Noel Rosa, Pixinguinha e Ary Barroso e a revolução da bossa nova de Tom Jobim, João Gilberto e Vinicius de Moraes. E tendo à frente a indústria cultural se consolidando no país. O que o jornalista Hugo Sukman se dedica a mostrar em “Histórias paralelas”, lançamento da Casa da Palavra, é que a nossa música tem linhagens paralelas, ora afinadas e ora antagônicas, todas partindo de uma herança comum e de uma mesma perspectiva. O autor mostra que se há uma linha mestre que conecta Pixinguinha – Tom Jobim – João Gilberto – Chico Buarque, diversas outras correntes são responsáveis por nossa diversidade – e riqueza – musical. O samba, nascido no Rio, fruto da conexão de nomes como Clementina de Jesus, Paulinho da Viola, Dona Ivone Lara e Cartola; o Tropicalismo de Caetano Veloso, Gal Costa e Gilberto Gil; a Jovem Guarda capitaneada por Roberto e Erasmo; a música instrumental de Hermeto Pascoal e Paulo Moura, a música regional fora do eixo RioSão Paulo (Fagner, Djavan, Alceu Valença, Belchior), Novos Baianos, Clube da Esquina, os novos talentos (Chico Science, Zeca Baleiro, Arnaldo Antunes, Marisa Monte, Chico Cesar), todos fizeram da música brasileira um dos maiores fenômenos culturais do mundo nos últimos 50 anos. Trata-se de uma mesma história – um momento e um país em que a música popular conseguiu ter, ao mesmo tempo, relevância popular, cultural, política e econômica – vista em trajetórias paralelas que explicam a rica herança musical que o Brasil do século XXI tem nas mãos.


“A linha evolutiva, embora predominante no pensamento e de certa forma até inconsciente, foi apenas um dos caminhos possíveis para o desenvolvimento da música brasileira. Outras linhas evoluíram paralelamente. Esse livro é construído sobre algumas dessas histórias. E mostra como trajetórias paralelas, no nosso amor infinito pela música brasileira, acabaram se encontrando”, afirma Sukman.

Sobre o autor Hugo Sukman é jornalista. Trabalhou no Jornal do Brasil e em diversas publicações brasileiras. Foi repórter de cultura, editor, crítico de cinema e música popular do jornal O Globo por dez anos. Pelo mesmo jornal, foi correspondente em Paris entre 2000 e 2003. É coautor dos livros Heranças do samba (2004), com Aldir Blanc e Luiz Fernando Vianna, e de Canções do Rio (2010), ambos publicados pela Casa da Palavra. Também escreveu as biografias de Moacir Santos (in Cancioneiro Moacir Santos, 2006) e Djavan (in A música de Djavan, 2008). É gerente de comunicação da Fundação Roberto Marinho e do Canal Futura e curador do projeto do novo Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro (MIS-RJ).


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