Plano de Trabalho 2016
Fevereiro/2016
1. Apresentação O Rio de Janeiro tem em 2016 um ano que já nasce como marco: o fim do ciclo dos grandes eventos esportivos, com a realização dos Jogos Olímpicos em agosto, significará para a cidade uma etapa cumprida de expectativas, esforços coletivos e planejamento. Ao lado da conclusão da melhor maneira das tarefas associadas a este período, o ano traz consigo assim também o momento decisivo para a afirmação de uma visão de futuro à altura dos desafios que independente do balanço que se faça da etapa que termina seguirão exigindo a renovação de energias para a construção da cidade necessária. Mais confiante e com avanços relativos nas condições de vida e de provisão de serviços públicos do que há alguns anos, o Rio que emerge do impulso esportivo será no entanto uma cidade ainda profundamente desigual, permeada por premências sociais e urbanas diversas e desafiada a conferir universalidade e sustentabilidade à sua agenda pública. A criação da Casa Fluminense, em 2013, foi motivada amplamente pela antecipação deste momento, com o chamado para a expansão no tempo e no espaço dos horizontes da cidade – além de 2016 e do eixo central da capital – e com a elaboração da Agenda Rio 2017 como compilação coletiva de prioridades e propostas para dar conta da tarefa. Desde então, a Casa se dedicou à ampliação da sua rede de associados e parceiros institucionais em toda a “cidade metropolitana” do Rio de Janeiro, ao desenvolvimento da atuação regular no debate, formulação e difusão de ideias para um Rio mais justo, democrático e sustentável e à promoção contínua da agenda resultante no debate público carioca e fluminense1. Na sequência deste percurso, 2016 apresenta-se assim como um ano chave para a missão que deu origem à Casa há 3 anos. Será momento de atualizar a agenda de propostas para o futuro da cidade, mobilizar a rede de associados e parceiros com a abertura plena para os novos interlocutores que possam somar-se e direcionar toda a gama de atividades regulares para a assimilação da visão deste Rio inteiro no debate por vir, com o foco na incidência em três marcos decisivos: o momento de realização dos Jogos Olímpicos, em agosto; as eleições municipais; e a elaboração do Plano de Desenvolvimento Metropolitano do Rio. No horizonte, a perspectiva de que possamos chegar ao final do ano – e do ciclo que ele, desde já, demarca – com uma visão compartilhada clara para os próximos passos da cidade, em primeiro lugar, e com a materialização desta visão como a do Rio efetivamente para todos, inclusivo e voltado a avanços duradouros que precisamos. Ao lado disso, e certamente não menos importante, com a articulação ampliada da sociedade, governos e opinião pública em torno desta visão. As páginas a seguir apresentam a estratégia e atividades propostas para contribuir nesta direção, com a expectativa de um ano pleno de impulsos para o futuro, para além de jornadas cumpridas.
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O Plano Estratégico 2014-16, elaborado na sequência imediata à criação da Casa em 2013, que acompanha este Plano de Trabalho, e os Relatórios de Atividades da associação em 2014 e 2015, disponíveis em bit.ly/21072TO e bit.ly/20tmiXg, trazem um panorama detalhado da visão e da realização desta trajetória. A relação dos principais parceiros institucionais da Casa, disponível em seu site institucional, apresenta uma perspectiva do seu universo de mobilização no espaço da metrópole: casafluminense.org.br/a-casa/parceiros.
2. Contexto Uma abordagem sintética da trajetória recente do Rio de Janeiro permite identificar a coexistência profunda de conquistas e limites: vista da perspectiva das últimas duas décadas, o Rio é hoje uma cidade mais dinâmica economicamente, socialmente mais justa e com o acúmulo de investimentos urbanos que há muito não vivia. É também, decisivamente, uma cidade com maior confiança na capacidade de enfrentar problemas coletivos, e fazer-se melhor no curso do tempo. Vista do presente ou do que precisaria ser, é uma cidade que se pergunta inquieta em que medida o vigor econômico recente poderá sobreviver aos investimentos dos grandes eventos e à expansão da indústria de petróleo e gás que marcou o estado nas últimas décadas, que viu seus indicadores sociais e de desigualdades avançarem bem menos do que a média brasileira no mesmo período e que constata com ansiedade que a ampla maioria dos seus desafios crônicos – mobilidade, segurança, saneamento, integração de favelas e assentamentos informais – estará longe de superada no marco do ciclo delimitado simbólica e administrativamente pelas Olimpíadas. Na soma disso, e sem estar imune aos ventos de encruzilhada econômica e social também do país, combina a confiança readquirida na possibilidade de transformação com o flerte com o desalento por oportunidades perdidas e a imensidão do que há por fazer. A Casa Fluminense surge na percepção desta encruzilhada, e a busca por sem ignorar avanços e limites, promover a identificação coletiva deste o que há por fazer e sua tradução em ações e políticas que possam levar-nos adiante. Uma primeira premissa fundamental para isso foi sempre a da universalidade: o Rio é, de fato, e precisa ser, na perspectiva pública, a cidade metropolitana comum de 12 milhões de habitantes que compõe seu espaço urbano, econômico e populacional. 21 municípios, uma cidade só, que precisa ser abordada, planejada e tratada assim, pelo imperativo cidadão da universalidade e distribuição de benefícios e pelas evidências práticas de não poder ser diferente. Poucos processos públicos foram tão didáticos para o Rio nos últimos anos quanto a impossibilidade de avanços substantivos sem dar conta desta escala: com o deslocamento na metrópole de núcleos criminais e de violência, a partir da experiência das UPPs no eixo central da capital; o fracasso da meta de expansão do saneamento no entorno da Baía de Guanabara e da despoluição desta para os Jogos Olímpicos; o alcance da condição de capital com maior tempo de deslocamento casa-trabalho no Brasil, na esteira dos 2 milhões de pessoas que se deslocam diariamente dos municípios vizinhos para trabalhar na capital, entre outras dinâmicas. Mais além de identificar prioridades acertadamente e aprofundar esforços de redução de desigualdades, aprimoramento de uma vida pública democrática, transparente e eficiente e planejamento para a sustentabilidade, o Rio do pósJogos precisará ver-se e agir na proporção da sua grandeza, como destino e oportunidade maior de desenvolvimento perene. Falando em destino e oportunidade, o dado positivo é que este é vem sendo requisito crescentemente reconhecido na esfera pública e governamental da cidade. A atuação da Casa neste sentido a partir de 2013 é acompanhada pela incorporação da perspectiva metropolitana na voz e ação de diferentes atores da sociedade civil e veículos de comunicação, bem como, positivamente, de agentes governamentais – no âmbito da capital, com sua assimilação nos esforços de reflexão e planejamento do Instituto Pereira Passos e da Casa Civil, por
materializar-se agora na elaboração do Plano Estratégico da prefeitura para os próximos anos; e especialmente no Governo do Estado, com a criação da Câmara Metropolitana de Integração Governamental e o início da elaboração do Plano de Desenvolvimento da Região Metropolitana, aglutinando um corpo técnico dedicado a ele, as 21 administrações municipais da metrópole e, espera-se, um arco amplo da sociedade civil dedicada ao tema. Sem chegar, de fato, a estar maduro, o processo recente revela assim a existência do potencial na cidade para fazer frente ao chamado de universalidade que se impõe e aos desafios associados a ele. A conjugação das três dimensões expostas – trajetória, desafios postos e observação do processo em curso – ampara assim o trabalho da Casa e seus focos de trabalho para 2016. Se não será decididamente fácil para a cidade vencer os obstáculos para a afirmação de um novo ciclo virtuoso e compartilhado a partir do balanço do que se cumpre agora, a perspectiva de êxito é também a de uma metrópole capaz de ser de fato um exemplo nacional e global de possibilidades de reverter percursos de declínio, sustentar esforços concertados no longo curso e emergir social, econômica e ambientalmente melhor e mais justa, correspondendo também à escala territorial sem a qual grandes metrópoles contemporâneas não têm verdadeiramente como fazer jus a esta história.
3. Atividades Para cumprir a missão descrita até aqui, a Casa organizará suas atividades em 2016 em torno de dois eixos principais: o primeiro concentrado na incidência direta sobre a formulação, debate e afirmação da visão do Rio do pós-Jogos por desenvolver-se neste ano, o segundo norteado pelo aprofundamento das ações regulares da associação, direcionadas também a reforçar os instrumentos para o impacto buscado na esfera pública da cidade. O quadro a seguir sintetiza o conjunto das ações programadas, e os tópicos seguintes descrevem de forma breve cada uma delas.
Ação Olimpíadas
Campanha Eleições Municipais Atualização Agenda Rio 2017 Elaboração Plano de Desenvolvimento Metropolitano Suporte Transição Prefeituras
Ações Regulares AgendaRio.org – Fóruns Rio/Mobilização – FórumRio.org/Comunicação Formação e Difusão de Informações – Ações Rede/Casa
3.1. Visão e Incidência A frente de mobilização para a participação e impacto no debate do futuro da cidade por realizar-se ao longo do ano, espinha dorsal da atuação da Casa nele, será organizada em torno da atualização das propostas da Agenda Rio 2017 durante o 1o semestre, e a sua difusão nos principais focos do debate público na segunda metade do ano. Atualização Agenda Rio Como já exposto, a elaboração coletiva da Agenda Rio 2017 representou a primeira ação da Casa após a sua criação, com a realização de encontros, diálogos e entrevistas com vozes diversas de toda a metrópole ao longo de 2013/14 e o lançamento público das ideias elaboradas durante
as eleições estaduais de 2014. Os conteúdos da Agenda e suas propostas prioritárias norteiam também desde então a atuação pública da associação2. No curso do 1o semestre, a equipe do núcleo executivo da Casa renovará a rodada de consulta à rede de parceiros institucionais na metrópole e outras vozes de referência na sociedade, na academia e nos governos do Rio, com a realização de 30 entrevistas com agentes variados desses universos. A elas será somada a promoção de encontros e debates mensais, a consulta online aos associados e parceiros e a compilação de materiais e publicações voltados a apontar caminhos para o aprimoramento de políticas no Rio, para dar origem à versão atualizada do documento da Agenda. Submetida ao crivo, revisão e eleição de prioridades pelos associados e parceiros, a Agenda atualizada será então lançada no 8o Fórum Rio promovido pela Casa, por realizar-se em julho, norteando a partir daí os esforços de incidência no 2o semestre3. Ação Olimpíadas O lançamento da Agenda em julho será seguido pela realização dos Jogos Olímpicos na cidade em agosto. Não é preciso expor a centralidade simbólica do momento para o balanço do percurso recente da cidade e o divisar do seu futuro. Durante o 1o semestre, a Casa trabalhará com a rede de parceiros institucionais no planejamento de ações de debate e mobilização social sobre essas dimensões, buscando afirmar uma leitura partilhada das conquistas e desafios da cidade e o sentido de que a realização dos Jogos possa afirmar-se como ponto de partida naquilo que não serão de chegada para a construção da cidade desejada. Inspiradas pela vitalidade dos espaços da sociedade civil durante a promoção na cidade da Eco-92 e da Rio+20, as ações deverão ter a forma de encontros e mobilizações simbólicas em espaços públicos, debates e interlocução com veículos de comunicação, tomando forma pelo envolvimento aberto de organizações da sociedade civil da cidade e alcançando da forma mais ampla possível a extensão do seu território. Campanha Eleições Municipais O término das Olimpíadas dará lugar no ano à realização das eleições municipais, com os pleitos acontecendo em outubro e novembro e as campanhas desenrolando-se a partir do final de agosto. Seguindo-se às ações durante os Jogos, será assim momento essencial de exposição, disputa e definição de horizontes para a cidade nos próximos 4 anos (e além, no plano da visão, se considerarmos o marco dos Jogos como o término de um ciclo que extrapola de fato para o Rio o tempo dos mandatos municipais em curso e seguintes). Ampliando a difusão da Agenda Rio atualizada, e articulando-se também com a difusão da carta-compromisso do Programa Cidades Sustentáveis4, a Casa buscará assim durante a campanha o compromisso dos candidatos nos 21 municípios da metrópole com os conteúdos dos dois documentos, buscará promover com a rede de parceiros na metrópole a realização de debates entre os candidatos As propostas prioritárias e o documento completo da Agenda estão disponíveis em www.forumrio.org/agenda-rio. O tópico sobre os Fóruns Rio, no item 3.2 abaixo, traz mais detalhes sobre os encontros e seus objetivos. 4 Ver mais sobre o programa no seu site institucional: www.cidadessustentaveis.org.br. 2 3
em torno das propostas apresentadas e perseguirá também a disseminação delas no debate público, por meio do diálogo e parcerias com veículos de comunicação tradicionais e online. Não há como não presumir o potencial das eleições deste ano como divisor de águas para a pauta do Rio, e a ação estratégica e articulada para que delas possa emergir um horizonte comum consistente com os requisitos de equidade, democracia e sustentabilidade promovidos pela Casa será assim vital para dar consequência aos esforços de formulação e mobilização sobre o futuro acumulados na cidade nos últimos anos. Elaboração do Plano de Desenvolvimento Metropolitano Em paralelo aos processos descritos, 2016 será ano no Rio também da elaboração do seu 1o Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado da Região Metropolitana (PDUI), e do primeiro esforço de planejamento na escala imprescindível da metrópole desde a extinção da última plataforma pública dedicada à tarefa no Estado, em 1989. Conduzido pela Câmara Metropolitana de Integração Intergovernamental, criada em 2014 pelo Governo do Estado com a participação das prefeituras dos 21 municípios da metrópole, o Plano estabelecerá um marco governamental de referência para o desenvolvimento e gestão de políticas na “cidade metropolitana” comum nos próximos 25 anos. Como teria de ser, a Casa vem já dialogando com a Câmara e seus esforços no curso do ano e meio de existência desta, buscando demandar e colaborar com ações voltadas a materializar as propostas contidas na Agenda Rio e na pauta da rede de associados e parceiros como um todo, e fomentar a interação entre seus integrantes e a coordenação da Câmara. Em 2016, esta ação deverá ser aprofundada com o estabelecimento de uma cooperação e acompanhamento sistemáticos da elaboração do Plano Metropolitano, materializada pela promoção da participação social ampla no processo, a identificação de oportunidades de cooperação com a elaboração de metas e conteúdos do Plano e a difusão pública do esforço, buscando reforçar seu sentido como imperativo social e político da cidade que é, mais além da dimensão técnica do planejamento. Esta linha de ação será desenvolvida em colaboração específica com a Aliança Cidades e Territórios, voltada a promover a articulação entre organizações dedicadas ao aprimoramento da gestão urbana no Brasil. A parceria permitirá ampliar o leque de atores envolvidos com a construção metropolitana no Rio, reforçando o alcance público do esforço e seu potencial para oferecer passos adiante inspiradores na formação de referências para o desenvolvimento integrado e inclusivo de metrópoles no país. Transição Prefeituras e Programa 2017-20 As frentes de ação descritas deverão, por sua vez, lançar as bases para o trabalho regular de monitoramento e colaboração com os trabalhos da Câmara Metropolitana e as administrações municipais em 2017-20. À afirmação de visão e agenda comuns para avançar na trajetória pública do Rio por inteiro deverá seguir-se a promoção continuada da sua materialização, articulando esforços neste sentido, monitorando ações governamentais e buscando somar ao aprimoramento delas sempre que possível. A formação de um núcleo de suporte às equipes de transição dos prefeitos eleitos na metrópole, durante novembro e dezembro deste ano,
constituirá o passo inicial nesta direção. A partir dele, a consolidação do Plano de Desenvolvimento Metropolitano de um lado, o acompanhamento ou ampliação dos compromissos dos eleitos com a Agenda Rio de outro, e a expansão vislumbrada do respaldo público aos conteúdos de ambas as frentes, deverão amparar a ação continuada de cooperação, monitoramento e articulação no período de 2017 a 2020.
3.2. Ações Regulares As ações regulares da Casa, estruturadas e colocadas em marcha nos dois últimos anos, deverão naturalmente ter sequência ao longo deste ano, que marca também o fecho da implantação do Plano Estratégico elaborado após a fundação da Casa em 2013, para a execução no triênio de 2014 a 16. Como exposto a seguir, o desenvolvimento das ações deverá também nortear-se pelo objetivo principal de incidência no debate da cidade ao longo do ano, compondo o conjunto do seu plano de ação para o ciclo que se cumpre. AgendaRio.org A atualização da Agenda Rio será acompanhada pela criação da plataforma online AgendaRio.org, como espaço permanente para a difusão de propostas para a construção do Rio mais justo, democrático e sustentável que norteia a existência da Casa. Além de expor as propostas prioritárias e o documento completo da Agenda Rio, a plataforma reunirá ideias para o aprimoramento de políticas na cidade produzidas por sua rede de parceiros e outros atores sociais e acadêmicos, disseminará materiais e documentos relacionados a elas e abrigará vídeos e registros das entrevistas, diálogos e encontros promovidos nas ações de elaboração da Agenda. Atualizada continuamente, buscará assim constituir-se como espaço de referência para a agregação de propostas inspiradoras para a cidade e o aprimoramento permanente da Agenda Rio como acúmulo compartilhado da atuação da Casa e da sua rede de associados e parceiros. Fóruns Rio/Mobilização Em 2014 e 15, o Fórum Rio consolidou-se como um encontro regular da sociedade civil no Rio, reunindo associados e parceiros institucionais da Casa e outros atores para o debate de desafios prioritários na metrópole, a apresentação de trabalhos e iniciativas e o diálogo com representantes do poder público. Realizado a cada 4 meses, sempre em pontos diferentes do espaço metropolitano, o Fórum terá três novas edições em 2016. A primeira delas, na Pavuna, Zona Norte da capital, em abril, será voltada integralmente à reunião coletiva de ideias para a atualização da Agenda Rio, engajando os participantes no processo em curso de elaboração desta. A segunda, em Niterói, em julho, marcará o lançamento público da nova Agenda Rio e a partida da mobilização para as ações compartilhadas durante os Jogos Olímpicos e as eleições municipais, além de promover o diálogo entre as propostas consolidadas na Agenda e o processo de elaboração do Plano de Desenvolvimento Metropolitano, que estará então a meiocaminho. A terceira edição do Fórum no ano, em São João do Meriti, na Baixada Fluminense, em novembro, deverá promover um balanço dos avanços alcançados no ano e reunir representantes das equipes de transição nos municípios da metrópole e da Câmara Metropolitana para o diálogo em torno das tarefas à frente para a implantação do Plano Metropolitano e dos programas de governo nas novas administrações municipais.
FórumRio.org/Comunicação Lançando em 2014, o FórumRio.org é o principal canal de difusão de conteúdos pela Casa. A ele se soma na estratégia permanente de comunicação da associação a manutenção dos seus demais canais online – redes sociais, difusão por email de newsletter quinzenal e envio de boletim mensal aos associados e parceiros – e a busca contínua de interlocução e parcerias com outros veículos de comunicação. Em todas as frentes, o trabalho se volta à promoção de propostas e pautas da Casa, ao monitoramento e difusão de informações sobre políticas prioritárias na metrópole e à visibilização do trabalho da rede de associados e parceiros em toda ela. Mais do que um site, o FórumRio.org constitui assim o ponto de referência para uma estratégia ampla de inserção da agenda da Casa no debate da cidade e da ampliação de vozes nele, que em 2016 deverá nortear-se pela consolidação dos canais criados e o acompanhamento sistemático das propostas prioritárias da Agenda Rio e dos principais temas de ação conjunta identificados na rede de parceiros – mobilidade na metrópole, segurança cidadã na Baixada Fluminense, saneamento na Baía de Guanabara, desenvolvimento local na Zona Oeste da capital e transparência e controle social no Leste Metropolitano. Em paralelo, o trabalho de comunicação da Casa deverá apoiar os esforços de incidência pública no curso do ano, com a realização em maio de uma oficina com jornalistas e comunicadores sobre a pauta da cidade metropolitana, a Agenda Rio e as ações coletivas previstas para as Olimpíadas, as eleições municipais e a interface com a Câmara Metropolitana, a atuação como polo de difusão dessas ações e a construção de parcerias com veículos específicos em torno delas, compondo assim a ponta de lança para a interação ampla com a agenda pública da cidade. Formação e Difusão de Informações A atuação contínua da Casa guia-se também pelo objetivo de ampliar conjuntamente as capacidades de interação dos integrantes da sua rede com o debate de políticas públicas. Entre as ações neste sentido acumuladas até aqui estiveram a realização em 2015 do Curso de Segurança Cidadã na Baixada Fluminense e do Seminário de Desenvolvimento Local em Senador Camará, o lançamento dos Mapas da Desigualdade e da Participação Social na metrópole e o apoio regular em oficinas e encontros organizados pela rede de parceiros. Em 2016, o trabalho terá sequência com a promoção de abril a julho do 1o Curso de Formação em Políticas Públicas da Casa, reunindo ativistas e lideranças de pontos diversos da cidade para a ampliação do repertório sobre o contexto social, urbano e econômico e os desafios das políticas públicas no Rio, e a identificação de instrumentos de ação cidadã para a incidência sobre elas. Somando ao valor direto dele, o curso permitirá também a composição entre os parceiros da Casa de um grupo distribuído na metrópole para atuar na linha de frente das ações de incidência durante as Olimpíadas, as eleições municipais e a elaboração do Plano de Desenvolvimento Metropolitano. Ao lado do curso, a equipe de informações da Casa trabalhará também no curso do ano no desenvolvimento da plataforma MapasRio.org, com a atualização dos conteúdos dos mapas da desigualdade e da participação social, a reunião de indicadores de referência sobre os 21 municípios da cidade metropolitana e a consolidação de um espaço de referência para a disseminação de informações sobre as condições de vida, a provisão de serviços públicos e a ação cidadã na metrópole. A disponibilização aberta dos conteúdos no site será complementada pela realização em campo de 6 oficinas temáticas combinando-se com
ações de integrantes da rede de parceiros e a manutenção da participação regular em outros espaços, encontros e iniciativa promovidos também pelos parceiros. Ações Rede/Casa Por fim, e na base das atividades da associação, a Casa manterá no curso do ano a atuação permanente em torno de ações de apoio e articulação com iniciativas da rede de associados e parceiros, e promoção da interação e cooperação entre eles. As ações Rede/Casa são constituídas pela realização regular de atividades conjuntas, como os Encontros Casa – para a exposição e debate de temas de interesse; os Bondes da Casa – com a ida em grupo a atividades culturais, locais históricos e naturais e ações de intervenção em espaços públicos de toda a metrópole; os Seminários Internos - para a apresentação de trabalhos de parceiros e convidados; e pelo apoio também contínuo a ações, projetos e mobilizações na rede de parceiros, ampliando sua visibilidade pública e fomentando a colaboração em torno delas5. Com a identificação de focos de atuação guiada pelas propostas prioritárias da Agenda Rio e os principais temas conjuntos identificados na rede, as ações Rede/Casa contarão também em 2016 com a criação inicial de um fundo compartilhado para o apoio às iniciativas dos parceiros, somando o aporte possível de microdoações à cooperação institucional, técnica e de mobilização já existente.
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O Relatório de Atividades da Casa em 2015 oferece um panorama sintético do conteúdo e alcance das ações Rede/Casa no cotidiano da associação, assim como um resumo da implantação em campo das demais atividades descritas aqui no curso do ano: bit.ly/20tmiXg.
4. Desenvolvimento Institucional Assim como para a cidade, o ano de 2016 marcará também o cumprimento de etapas relevantes para a Casa. Após a sua criação, em 2013, a associação dedicou-se à elaboração de um Plano Estratégico para a estruturação e inserção institucional plenas, cuja execução, iniciada em 2014, encerra-se também neste ano. O Plano previa a constituição da estrutura de governança da Casa, com um pleno de associados ativo, um conselho diretor eleito por este e um núcleo executivo voltado à gestão direta das atividades, articulando-as com o conjunto completo da rede de associados e parceiros. No plano da atuação, apontava para a implantação do arco de atividades regulares descritas aqui, como instrumentos básicos para o cumprimento permanente da missão institucional. Por fim, no âmbito da ação pública, combinava a tarefa de expansão gradual da rede de parceiros em todo o espaço metropolitano com a da inserção plena no debate público, partindo da difusão da Agenda Rio 2017 para a multiplicação das frentes de interlocução, cooperação e defesa de ideias junto aos governos, sociedade civil e veículos de comunicação. O balanço positivo desta etapa lega uma série de novos desafios à frente, definidos pelas tarefas de consolidação dos espaços e rotinas de governança, o aprofundamento dos meios de interação e engajamento cotidianos com associados e parceiros e o avanço na construção da sustentabilidade financeira da associação. Delineada desde o princípio de forma clara e aberta à participação de todos, como associação viva e genuína que a Casa se propõe a ser, a governança da instituição conta já com estrutura e rotinas incomuns para organizações com seu tempo de vida. Em 2016, os próximos passos deverão ser dados pelo enraizamento do ciclo anual de planejamento, avaliação e prestação de contas institucionais, a expansão dos meios de transparência e auditoria na gestão de recursos e a preparação da transição na composição do Conselho Diretor e da Coordenação Geral, com a expiração dos atuais mandatos, marcando também o ciclo de consolidação institucional plena da associação. A interface e participação cotidiana dos associados e parceiros, nas várias dimensões da atuação contínua estruturada, é um desafio permanente para organizações de rede como a Casa. Tendo este envolvimento e o suporte ao fortalecimento da rede e seus integrantes no seu DNA, a Casa buscará explorar este ano novos meios e métodos de comunicação, interação e apoio regulares com seus integrantes – indo da participação no planejamentos das atividades à sua execução compartilhada, da multiplicação de formas de colaboração com a manutenção e atuação da Casa ao aprimoramento dos modos de apoio às iniciativas no âmbito da rede, e apontando assim para o aprofundamento também da natureza coletiva e distribuída que a define. A implantação do Plano Estratégico nesses três anos contou sobretudo com o apoio de dois parceiros institucionais, a Open Society Foundations e do Instituto Arapyaú, que se combinaram como principais fontes de recursos para o trabalho da associação, somando-se a outras parcerias específicas e ao engajamento voluntários e doações individuais dos associados
e parceiros. O cumprimento do ciclo trienal definido pelo Plano demandará a avaliação das oportunidades de renovação da parceria junto a esses apoiadores, e especialmente a multiplicação das fontes de recursos e dos mecanismos de captação de doações individuais e de outros apoiadores locais no Rio. Essas frentes definem assim os eixos estratégicos para o desenvolvimento institucional da Casa no curso do ano, compondo com o conjunto das atividades descritas aqui o arco de tarefas para emergir do cumprimento dos ciclos interno e da cidade com a missão cumprida e as condições dadas para uma nova etapa de colheita de frutos e realizações na direção do Rio mais justo, democrático e sustentável, universalmente tratado e vivido, que nos norteia. Com esta perspectiva, o último trimestre do ano deverá marcar também a elaboração do novo Plano Estratégico da Casa, desta vez para o período de 5 anos indo de 2017 a 2021, por desdobrar-se após o cumprimento nos próximos 12 meses do roteiro decisivo para o Rio descrito aqui.
5. Marco L贸gico
6. Cronograma