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GASTRONOMIA
from Edição 107
by Casa Sul
café e arquitetura para viagem
Imagine um elixir milagroso, capaz de conceder agilidade, energia e concentração: uma poção tão maravilhosa que seu simples perfume é suficiente para despertar os sentidos e melhorar o humor. Parece coisa de ficção mas estamos falando, simplesmente, do bom e velho café. A paixão dos curitibanos pela bebida garantiu a abertura de vários empreendimentos especializados. Até 2017, porém, nenhum deles havia sido pensado para combinar praticidade e qualidade. Foi então que surgiu a Go Coffee, marca criada pelo arquiteto André Henning e seu sócio
Elói Ferreira para permitir aos curitibanos incluir uma pausa para o café em qualquer momento ou ocasião do seu dia a dia. Entrevistamos o profissional para saber mais sobre o mundo dos cafés e colher seus depoimentos sobre o mundo do design, arquitetura e empreendedorismo
CS. Fale um pouco sobre a história da Go Coffee:
como surgiu a idéia de investir neste tipo de estabelecimento?
A Go Coffee surgiu da inquietude, minha e do meu sócio Elói Ferreira, de criar algo que ainda faltava em Curitiba até o final de 2017 – um café com foco 100% “to go” para quem tem uma rotina agitada mas não abre mão das pequenas pausas e prazeres do dia a dia. Foi então que criamos a Go Coffee, pensada para ser um café de passagem com espaços instagramáveis, identidade forte e produtos de altíssima qualidade. Fomos os primeiros da cidade a trazer um conceito totalmente sem cerâmicas, louças e metais: tudo que servimos é possível comer e beber andando. CS. Quando a Go Coffee iniciou as atividades?
Como era o empreendimento no início?
Começamos em novembro de 2017. Eu dividia meu tempo entre meu escritório de arquitetura e o atendimento da loja, que ficava no mesmo endereço. Aos poucos fomos aperfeiçoando os itens e criando produtos que atendessem melhor nosso público. As características físicas da loja também foram se alterando para tornar o espaço mais moderno, contemporâneo e de forte identidade. A arquitetura arrojada foi pensada para se encaixar e destacar em todos os espaços, desde lojas de 7m², totalmente “to go”, até lojas maiores com 120m² e mais de 30 clientes sentados. Queríamos uma marca que pudesse marcar presença desde shoppings até endereços “pé na areia” em praias paradisíacas.
CS. Que aspecto da atividade ou da marca Go Coffee
lhe dá mais orgulho e alegria?
É muito gratificante ver o crescimento da marca, a valorização dos clientes e a identificação deles com o negócio. Postar nas redes sociais, indicar aos amigos e criar até um fanatismo pela marca é algo que eu acho lindo demais. Lembro de uma vez que, andando no centro de Curitiba, vi passar por mim duas pessoas com copos da marca comentando como aquele café estava gostoso. Quase parei para conversar com eles pois me emocionou ver uma reação assim, tão espontânea. Hoje, cada loja que abre em um novo canto do país me dá muito orgulho e alegria!
CS. Quais conceitos inspiraram a marca e identidade
visual da Go Coffee? Algum arquiteto, local ou estabelecimento serviu como referência?
Nos inspiramos muito nas cafeterias americanas, tanto no estilo arquitetônico quanto de servir. Como sou arquiteto e meu sócio também entende muito de branding, as coisas foram se desenhando de forma muito natural. Costumo brincar que a primeira loja foi minha prova de fogo como arquiteto perante a sociedade: sendo o cliente e o arquiteto ao mesmo tempo, todas as decisões de design representavam o melhor que eu tinha a oferecer. Hoje fico muito feliz em saber que somos referência para diversas outras marcas. Fomos até indicados a prêmios de arquitetura como o melhor ambiente de cafeteria de Curitiba!
CS. Fale um pouco sobre a arquitetura das lojas
Go Coffee. Qual foi o ponto de partida do projeto e como isso se traduziu no resultado final?
Buscamos criar um refúgio em meio à cidade através dos contrastes de cores como verde, preto, branco e revestimentos naturais. Elementos marcantes como a arte urbana, grafitti e parede de assinaturas também ajudaram a transformaram as lojas em espaços de interação da marca com o usuário. Letreiros de neon, jardins verticais e sinalizações de marca bem personais convidam a “pausar, relaxar e ir” - ou a pegar um café e ir apreciando no caminho. O layout para servir foi pensado para inovar a proposta das cafeterias e fugir dos clichês: a interação e proximidade entre a marca e o cliente criam um refúgio dentro da cidade, onde você consegue relaxar nos poucos minutos livres do dia.
Rodrigo Rocth CS. Arquitetos precisam de mais café ou os cafés
precisam de mais arquitetos, como é sua relação com esse mundo?
Os dois andam juntos, não é mesmo? Não à toa, muitos arquitetos acabam abrindo cafeterias - seja pela paixão, pelos espaços, ou pela necessidade de incluir mais cafeína no dia a dia! Acredito que todo lugar precisa de mais arquitetos, mas os cafés são minha paixão. Por isso me especializei na área e acabei criando diversas cafeterias e torrefadoras dentro e fora de Curitiba. Meu know how acabou crescendo muito e, por isso, virei referência nessa área. Hoje acho incrível quando inspiramos a criação de novos projetos, fico feliz ao ver novos espaços bem pensados por outros profissionais.
CS. Quais os planos para o futuro da marca? Gosto de falar que os planos são muitos, mas o pé no chão para realizar eles é o que diferencia nossa marca das demais. Nossa ideia é aumentar nosso mix de produtos próprios, criando maior margem de lucro para franqueados comprarem direto de nós. O conceito da marca de estimular o crescimento contínuo das franquias e de beneficiar mutuamente as partes é algo que nos alegra muito. Eu, o Elói Ferreira e o Caio Nardes, que entrou na sociedade depois, tínhamos planos de fechar 2021 com 100 lojas confirmadas, mas já atingimos essa meta agora no último mês. Vamos continuar acelerando e focando no branding e atenção aos clientes e franqueados: assim chegaremos em patamares que, por enquanto, estão apenas em nossos sonhos.
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1 Interior de uma das lojas da Go Coffee. 2 O arquiteto e fundador da Go Coffee, André Henning. 3 Fachada de uma das lojas criadas por André .