Revista Vida E Natureza

Page 1

E

EIO AM OM B

8

NTE IE

COM VOCÊ

N‘ 157 | Setembro 2014 | R$ 7,90

s ano

“A Revista Vida & Natureza circula onde você nem imagina. Mas o importante é que ela sempre está onde o Meio Ambiente mais precisa: em suas mãos”.

Leão Baio

À beiRa da extinção Corpo de texto Latin Lorem Ip

Dolor sit atem Lorem ipsum

Página 14

Página 8

adipiscing elit. Praesent rhoncus a risus vel suscipit.

dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Praesent


Seres em harmonia

4-5

Índice 6

Suporte ambiental

Visão Perdidos na rua

8

“Ser um meio de comunicação referencial seguindo princípios e valores éticos, alcançando assim, a consciência na preservação da Natureza”.

Missão

SETEMBRO 2014

10-11

Perto do fim

13

14

Mais estrutura

12

Expediente

O bem do reconhecimento

Como proteger?

Sob risco

“Fazer com que todos tenham oportunidade de obter informações envolvendo o meio ambiente e atingir a consciência futura”.

15

Contato Rua: Presidente Roosevelt, 344 Centro – CEP: 88.504 – 020 Lages – Santa Catarina Fone: (49) 9148-4045 E-mail: vidaenatureza@brturbo.com.br www.vidaenatureza.com.br Diretor Geral Paulo Chagas Vargas Consultoria Ambiental Bióloga Ana Clarice Granzotto O. Vargas

16

Pulmão verde

Função: catador

17

Jornalista Responsável Betina Pinto - Reg. SC 01940 - JP Diagramação e Projeto Gráfico Revista Vida & Natureza Caroline Colombo Tiragem e Impressão 2.000 exemplares

2


O

mês de setembro torna-se marcante para o projeto Vida & Natureza. É o mês em que acontece uma grande mudança. Afinal, há mais de oito anos, a primeira tiragem deu destaque de capa à inauguração do aterro sanitário de Lages. Depois disso, a cada 15 dias, nova edição começava a circular, até os tempos de hoje. m projeto, confesso, nada fácil de manter. Mas, mesmo diante das dificuldades, ele segue vivo e com boas perspectivas de crescimento nos próximos anos. De qualquer forma, a proposta, agora, do Vida e Natureza, a Revista, alcançou patamares nacionais que jamais poderia imaginar. Conhecido no meio ambiental, tem sido enorme a participação de assessorias de imprensa de todo o Brasil, enviando reportagens especiais sobre os acontecimentos em cada região. or outro lado, coincidência ou não, o aniversário do projeto, em junho, ocorre no mesmo mês do meio ambiente e da ecologia. Aliás, são

U P

exatamente em cima destas propostas que o projeto ganha alicerce. Também, leva junto o conceito da preservação e da consciência por onde quer que ele circule. s escolas têm sido o destino da maioria das edições. Seguramente, professores e alunos fazem muito bem o uso do material como um de seus instrumentos didáticos no dia-a-dia das aulas, principalmente nos municípios da Serra Catarinense. Mas, a proposta tem ganhado novas dimensões com o envio de exemplares para outras regiões do Estado, e, aos poucos a consolidação se encaminha. or fim, feliz por ter completado oito anos e mais um passo gigante sendo dado, a partir da nova formatação. Uma história que começou cercada de desafios e temeridades. Hoje, entendo exatamente os por quês do receio inicial para a implantação do projeto. Mas, afinal, quem chegou até aqui, pode seguir em frente, ainda por muitos e muitos anos. Uma nova era do projeto, se inicia.

SETEMBRO 2014

Palavra do Editor

A

P

Paulo Chagas 3


Animais de estimação e bebês podem conviver sem riscos? • A resposta é sim, e crianças em contato com bichinhos só saem ganhando.

A

resposta é sim, e crianças em contato com bichinhos só saem ganhando. Cabe aos pais ter bom senso e tomar alguns cuidados para evitar contratempos m bebê de um ano de idade e um doberman brincando em total harmonia. A cena, impensável para muitos pais, fez sucesso na internet. O vídeo postado no Youtube mostra a criança feliz da vida, tentando se aproximar do cachorro e rindo muito toda vez que o bicho late ou rosna. A mãe incentiva a interação entre os dois. s imagens levantam uma questão importante: como deve ser a relação dos bichos de estimação da família com o bebê que chega? Algumas pessoas decidem se distanciar do assunto e se desfazer do animal. Outras agem como se não fosse haver uma mudança na casa e não chegam a se preocupar com a divisão do espaço entre animal e criança e com os cuidados que a relação exigirá. São extremos, e o melhor caminho é o do meio, segundo especialistas. “O animal deverá ser acostumado com a futura rotina, com os limites que terá com a chegada do bebê. Sem preparo, ele poderá ficar ansioso e, dependendo do temperamento, traduzir esse sentimento em agressividade contra a família e a criança. Sofrerá e correrá um risco enorme de ser doado ou abandonado”, alerta Alessandra Caprara, veterinária e consultora comportamental. lém da profissão, ela tem bagagem para falar sobre o assunto: seus filhos, Ian, de 6 anos, e Ana Catarina, de

SETEMBRO 2014

U

A

A

4

4, cresceram cercados por cachorros (o vira-lata Wilber, o pastor suíço Luke, a bichón frise-yorkshire Babi – os três já falecidos – e a poodle Linda). Foi no dia a dia que a família encontrou a medida ideal de contato. “Eles levaram várias mordidinhas, justamente por explorar e perseguir os bichos, e eu tinha que afastá-los para eles entenderem que estavam machucando. Um dia o Ian foi mordido, olhou para mim e disse: ‘Ela não queria que eu mexesse nela, né?’. As crianças aprendem limites, a se desculparem, percebem que o medo pode ser bom e que os seres vivos deixam saudades porque nos fizeram felizes.” equilíbrio, afirma Daniela Ramos, veterinária e doutora em comportamento animal pela Universidade de São Paulo (USP), traz benefícios para todos. “Para o cão ou o gato, um bebê é mais uma fonte de carinho. A criança, por sua vez, entende melhor conceitos como a rotina, já que o animal tem hora para comer e passear, e fica mais sociável, pois gosta de falar sobre o bichinho”, exemplifica.

O

Animais não são vetores de doenças

D

iferentemente do que muitos acreditam, um bicho de estimação não é um potencial vetor de doenças para bebês e crianças. “Com as vacinas em dia, ele não representa risco para os moradores da casa”, diz Daniela. lessandra ressalta que muitas famílias temem doenças que os animais dificilmente transmitem, como a toxoplasmose. “O cão não faz parte

A

da cadeia de transmissão e o gato é bem injustiçado. Garanto que é mais fácil pegar toxoplasmose em uma folha de alface mal lavada do que pelo gato.” edo de alergias e doenças respiratórias também não é desculpa para se desfazer do animal. “Não há uma contraindicação absoluta nesse sentido. Existem estudos que mostram que o contato com cães e gatos desde cedo diminui o surgimento de alergias no futuro e que até a asma tende a diminuir, por causa do ganho emocional desse relacionamento”, explica o pediatra Fábio Picchi Martins. “Havendo higiene e o bom senso de não expor as crianças a animais não treinados, que possam morder ou arranhar, todos só têm a ganhar.”

M


Os especialistas que falaram à matéria dão dicas para facilitar o convívio entre animal e bebê. Confira:

Antes do nascimento do bebê 1. Impeça a entrada do animal no quarto do bebê - Assim, ele não associará a restrição de circulação pela casa à chegada do novo membro da família. 2. Habitue o cão a passear com várias pessoas – Nos primeiros meses de vida do bebê, a mãe dificilmente consegue sair com o cão. Acostumando-se com outras pessoas, o animal não se sentirá deixado de lado por causa da criança.

2. Mantenha o chão de todos os cômodos bem limpo – Cães e gatos soltam pelos (às vezes imperceptíveis) diariamente. Para que o bebê não os aspire e fique livre de alergias, é preciso passar um pano úmido no chão de toda a casa pelo menos uma vez ao dia. 3. Permita que o animal se aproxime aos poucos do bebê – E de preferência depois do terceiro mês. Deixe o cão ou o gato cheirar os pés do bebê, as mãos, a cabeça. Impeça as lambidas nesse começo, já que o boca do animal é repleta de bactérias.

A partir dos seis meses do bebê

não são brinquedos e que não é legal puxar pelo rabo ou enfiar os dedos nos olhos e nas orelhas deles, pois eles podem sentir dor e atacar para se defender. Além disso, o comportamento com o bichinho de casa moldará como ela será com animais de outras pessoas, com os quais é essencial ter limites. 2. Incentive a criança a se aproximar do animal – Ensine-a a dar petiscos para o cachorro e a brincar com varetas ou cordas com o gato. Todos vão se divertir! 3. Inclua o animal nas brincadeiras com o bebê – Jogar um brinquedo alternadamente para o bebê e para o cão ou o gato é uma forma simples de mostrar que todos têm atenção na casa. 4. Mantenha os potes de comida e de água do animal fora do alcance da criança – Se ela alcançar os recipientes, vai querer comer a ração e beber a água, o que não é aconselhável. 5. O animal é de toda a família – Vendo o carinho e os cuidados dos pais com o cão ou o gato, a criança agirá da mesma maneira. O exemplo é um ótimo professor.

1. Oriente a criança quanto aos excessos – Explique que cão e gato

SETEMBRO 2014

3. Consulte um adestrador ou um especialista em comportamento animal – Se o cão ou o gato for agressivo, suas atitudes devem ser controladas para se adequarem ao lar com uma criança pequena. Como o treinamento pode levar alguns meses, providencie-o o quanto antes.

Do nascimento até os seis meses do bebê 1. Peça para tirarem o animal da casa quando você for voltar da maternidade com o bebê – O cachorro e o gato sentem que seu território está sendo invadido se os pais surgem com um novo ser humano a quem dão muita atenção. O ideal é chegar, acomodar o bebê e só então trazer o animal de volta da casa de parentes, de amigos ou de um hotelzinho.

Por Raquel Paulino - IG SP

Desde que não haja excessos, crianças e animais podem viver juntos, em total harmonia

Divulgação

5


SETEMBRO 2014

Apoio ao meio ambiente na região serrana

IABio

Divulgação

C Objetivo é amplo, mas a promoção do desenvolvimento sustentável está entre os grandes desafios do Instituto.

6

O

Instituto das Águas e Biodiversidade da Serra Catarinense – IABio está em funcionamento desde 2011 e tem como objetivos promover o desenvolvimento ambiental sustentável, além de prestar serviços de utilidade pública ou de interesse privado na área ambiental, desenvolver projetos técnicos na área de gerenciamento ambiental e planos de consultoria. Estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações, assim como a criação e transmissão de conhecimentos técnicos e científicos através de eventos de capacitação também são atividades delegadas ao IABio.

O

Instituto vem realizando ações diversas, como o apoio aos festivais de conservação de espécies da região, plano de recuperação de áreas degradas e a implantação do Laboratório de análises de Água na Uniplac. Com a posse da nova diretoria do IABio presidida por Marcio Andrade Pacheco, no mês de julho de 2014, o trabalho de articulação e planejamento de ações junto

à organizações públicas e privadas para celebração de parcerias futuras foi intensificado. A secretária executiva do Instituto, a bióloga Ana Clarice Granzotto, salienta que alguns projetos estão em avaliação das entidades parceiras para futura implantação, como é o caso do Projeto das “Perícias em Saneamento Básico” com a parceria do Ministério Público.

O

Instituto também promoveu grandes eventos, como: o “Curso de Saneamento Básico” e o “Seminário Regional do Meio Ambiente” com grande participação das comunidades acadêmicas, entidades civis, públicas, colégios, etc. “É importante frisar o apoio e contribuição que o IABio tem recebido dos professores de graduação, pós-graduação e mestrado e também de empresas preocupadas como nosso meio ambiente em todas as suas esferas. (O IABio está alocado no prédio da Fundação Uniplac, no campus da Universidade. O telefone de contato é (49) 3251.1148 e o e-mail iabio@uniplaclages. edu.br.)


SETEMBRO 2014

De Olho no Ambiente

N

o Brasil, 84% da população vivem em cidades, e grande parte dela em cidades poluídas. Caso a poluição não seja refreada, em cinquenta anos ela será a maior causadora de mortes por doenças respiratórias no mundo todo! A OMS e a AIC já declararam que a poluição (o ar tóxico e uma espécie de poeira fina, chamada de material particulado) é um agente carcinogênico do Grupo I, ou seja, que pode causar cânceres. Quanto mais poluição e mais ozônio, mais prevalentes e mais graves são os episódios de asma, e demais doenças respiratórias, com mais hospitalizações. material particulado (ou MP) presente na poluição que aspiramos, em um índice nominado de 2,5, é aspirado pelo nariz, penetra em nossos pulmões, atravessa nosso alvéolos e pode passar para a nossa corrente sanguínea. Lá, podem estimular a

agregação plaquetária que pode, por sua vez, levar a trombos e enfartos, principalmente em idosos. nfim, o mundo tem que reverter a poluição e, enquanto isso, proteger nosso organismo. Uma das formas é através do cuidado com nosso sistema respiratório, e sem ‘medicamentos’. Através da hidratação, para manter nossas mucosas íntegras.

E

O

Lei dos resíduos

A

final, quem conseguiu cumprir? Primeiro vale lembrar que nos lixões, os resíduos se decompõem atraindo animais que transmitem doenças. Os lixões também liberam grandes quantidades de gás metano, que agrava o efeito estufa. Para pôr fim aos lixões foi aprovada em 2010 a política nacional de resíduos sólidos. A nova lei estabeleceu o prazo de quatro anos para a erradicação dos lixões em todo o território nacional. O prazo terminou. Porém, o que se sabe é que mais de 60% dos municípios não cumpriram a lei. São mais de 78 mil toneladas de lixo por dia indo para o lugar errado. A lei determina a destinação inteligente e segura dos resíduos, como aterros sanitários, reciclagem e produção de energia.

Na Serra

N

a Serra Catarinense os prefeitos mostram preocupação. Foram inúmeras as discussões para os encaminhamentos, especificamente sobre a implantação do Plano Intermunicipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos da Serra Catarinense. Foram cinco as etapas realizadas e deverão tornar a região modelo em destinação de resíduos sólidos para o Brasil. Creio que os municípios fizeram certo. Percorreram todos os passos, e a partir do diagnóstico dos resíduos sólidos, através de audiências, a hora agora é da prática. Houve a consciência é de que o lixo é gerado por todos, logo é responsabilidade de todos a busca de solução. Os professores do CAV e da Uniplac, e acadêmicos foram bons parceiros nos encaminhamentos. 7


8

Cães de rua Livres e soltos, eis o problema • Os cães de rua são um sério problema aos municípios. Divulgação

e a consequência é o abandono”, afirma Andressa.

SETEMBRO 2014

Castração começa

A responsabilidade pode evitar a proliferação dos animais nas ruas

O

s cães de rua são um sério problema aos municípios. A zona urbana, em especial, as periferias, estão tomadas por muitos deles. Cães e gatos se misturam de forma descontrolada. Em Lages, na Serra Catarinense, por exemplo, a estimativa é que existam cerca de 90 mil desses animais, completamente livres, com ou sem donos, mas libertos nas ruas e se proliferando sem nenhum controle. Porém, o número não passa disso. Há, segundo o secretário Mushue Hampel, um equilíbrio natural. Pois, muitos também morrem por uma série de fatores. astante preocupado com a situação, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente passou a contar com um serviço di-

B

ferenciado supervisionado por uma veterinária, a jovem Andressa Amaral. Ela é a responsável pela gerência da saúde animal e tem uma função abrangente, a começar pela verificação das denúncias de maus tratos. As notificações são feitas e depois têm acompanhamento para ver se o agressor está seguindo as orientações no tratamento adequado ao animal. avanço da consciência sobre os cuidados e as possíveis adoções, chega também às escolas, onde, através de palestras, alunos da 3ª até a 8ª séries são orientados sobre a posse responsável e de todos os cuidados que devem ter com os animais. “Um dos problemas é o fato de as pessoas enjoarem de seus cães,

O

P

or decisão do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comdema), as castrações deverão ocorrer, basicamente, no Centro de Zoonoses. No local, uma sala foi adequada e equipada, para então dar início às castrações, priorizando os cães de rua; ou de donos que não ganhem mais do que dois salários mínimos, e os das Ongs, as quais têm parcela de apoio nos cuidados com os animais. “Importante dizer, que existe também uma excelente parceria com o Centro Agroveterinário (CAV), também nas castrações”, reforça a jovem veterinária. constatação é segura: o grande problema para o melhor controle, são os animais de rua. Eles serão o foco do trabalho a ser feito para diminuir a proliferação. Nesse caso, o conhecido “castramóvel” será utilizado apenas no transporte dos animais até o Centro de Zoonoses. E, depois de castrado, o cão será devolvido ao mesmo local em que foi retirado. “Estamos muito próximos de vencer todas as etapas, até chegarmos à necessária prática das castrações”, conclui Andressa.

A



10

Recuperação sob risco • A onça conseguiu se recuperar, mas ainda corre risco de desaparecer. Em Santa Catarina restam cerca de 150 animais.

SETEMBRO 2014

E

studos indicam que a volta do Puma em Santa Catarina é uma constatação. O professor doutor, Marcelo Mazolli, da Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac) é a pessoa que mais tem se dedicado aos estudos sobre o crescimento da população do felino no Estado. Para respaldar os suas estatísticas ele relembra o tempo do ciclo da madeira, na Serra Catarinense, entre os anos 60 e 70. Na época as inúmeras serrarias criavam também comunidades, tornando no entorno delas verdadeiras interiorizações urbanas, e, justamente, em áreas do habitat desses animais. “O aumento de pessoas na área rural levou à quase extinção dos leões. Felizmente, temporária”, ressaltou. om o fim do ciclo da madeira, o interior foi novamente despovoado, devolvendo naturalmente o habitat dos animais. Além disso, o surgimento de leis de proteção às florestas, caso da proteção à Mata Atlân-

C

tica, entre os anos de 92 e 93, proibindo qualquer corte de árvores também tornou-se outro fator que possibilitou a recuperação desses felinos de grande porte na região. “Por outro lado, tais leis, geraram grande descontentamento dos madeireiros na época, e somente com muita persistência é que foram aos poucos sendo assimiladas, inclusive, com a introdução do pinus”, destaca Mazolli.

Risco de desaparecer

C

onforme Mazolli, o animal, antes da extinção temporária, habitava a região em grande número principalmente, entre os anos de 40 e 70. As pesquisas identificaram com precisão o que aconteceu com o ecossistema, exatamente no período em que o felino quase desapareceu. Pois foi mesmo com o aumento populacional em função das serrarias, dos locais em que o animal habitava. O fim do ciclo na madeira provocou o despovoamento populacional, e, com ele, veio a recupe-

A volt leão ração gradativa das matas e a espécie também voltou. constatação só foi sentida recentemente, entre 2004 e 2011, justamente quando houve também registros da invasão da espécie nas cidades. Porém, a ameaça de qualquer desordenamento que possa vir a ocorrer na área rural pode desencadear novamente o processo de extinção, mesmo com a existência de alguns refúgios. Hoje, não existem mais do que 150 animais em todo o território catarinense, o que é considerado pouco. “Nacionalmente o animal está enquadrado como em risco de extinção”, lamenta o professor.

A

O animal, extinção te habitava em grande principalmen anos de


Rastros da existência do Puma • Os conflitos com o homem têm sido a principal causa da mortandade do Puma

, antes da emporária, a região e número nte, entre os 40 e 70.

O

nça-parda (português brasi -leiro) ou Puma (português europeu) (nome científico: Puma concolor), também conhecido no Brasil por suçuarana, onça-vermelha, onça-bodeira, mossoroca, leão-baio, leãozinho-de-cara-suja e Jaguaruna. É um mamífero carnívoro da família Felidae e gênero Puma. É o mamífero terrestre com a maior distribuição geográfica no ocidente, ocorrendo desde a Columbia Britânica, no Canadá, até o extremo sul do Chile, habitando desde florestas densas, até áreas desérticas, com clima tropical ou subártico, exceto a tundra. É capaz de sobreviver em áreas extremamente alteradas pelo homem, como pastagens e cultivos agrícolas.

A

No território brasileiro

N

o Brasil, somente as populações fora da Amazônia são listadas como “vulnerável” pelo Instituto Brasileiro do Meio

Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Possui classificações diferentes em listas estaduais: é classificada como “vulnerável” nas listas dos estados de São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro; como “em perigo” na lista dos estados do Rio Grande do Sul e Espírito Santo e como “criticamente em perigo” na lista de Minas Gerais. Como mostrado, o grau de ameaça da espécie varia ao longo do país, e provavelmente está extinta em grande parte do litoral do Nordeste e leste da Bahia, assim como em largas porções dos pampas, no Rio Grande do Sul.

Conflito com o homem

A

SETEMBRO 2014

lta do baio

É

o maior membro da subfamília Felinae, medindo até 155 cm de comprimento, sem a cauda, e pesando até 72 kg, com porte semelhante ao do leopardo (Panthera pardus), sendo o segundo maior felídeo das Américas. Possui coloração variando do cinzento ao marrom-avermelhado, com a ponta da cauda de cor preta, áreas laterais do focinho e ventre de cor brancas. Os filhotes nascem com manchas escuras na pelagem, que geralmente persistem até 14 semanas de idade. Possui as mais longas patas traseiras dentre os felinos. Vivem em média, entre 7,5 e 9 anos de idade. É um animal solitário e mais ativo à noite. Alimenta-se predominantemente de cervídeos, mas pode variar a dieta, sendo considerada um predador oportunista. onça-parda não é considerada em risco de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais, mas já foi extinta em grande parte de sua distribuição na América do Norte e em algumas localidades das Américas Central e do Sul.

tropelamentos são uma causa importante de mortalidade em áreas populosas. Uma das maiores ameaças à onça-parda é a caça, seja por esporte, seja por retaliação, dado que ela frequentemente ataca o gado doméstico e as ovelhas. Certamente, a maior ameaça atual à conservação da onça-parda, assim como de todos os grandes felinos, é a fragmentação e destruição do habitat. A expansão urbana e agropecuária é responsável não só por diminuição das presas disponíveis e conflitos com humanos, como também por uma supressão total do ambiente em que habita e perda de qualidade de fragmentos remanescentes.

Ataques aos rebanhos

A

volta do Leão Baio começou a ser sentida mais no final de 80, quando foram registrados os primeiros ataques a rebanhos de animais de menor porte, caso dos ovinos e caprinos, e ocasionalmente a filhotes de equinos e bovinos. Foi então, que o professor Mazolli iniciou com mais profundidade seus estudos exatamente para ter um diagnóstico preciso sobre os hábitos do animal, além de reconhecer e identificar exatamente a espécie que estava atacando os rebanhos nas propriedades rurais. A comprovação de que era mesmo o Puma, ocorreu em 1990. 11


12

SETEMBRO 2014

Lages agiliza projeto da Fundação do Meio Ambiente • Município poderá agilizar todos os processos ambientais, através da Fundação

O

município de Lages está muito perto de conseguir a emancipação de órgãos ambientalistas, com a Fatma, para poder gerir os próprios processos liberatórios ambientais, a partir do avanço do processo de criação da Fundação de Meio Ambiente. Conforme explica o secretário municipal de Meio Ambiente, Mushue Hampel, assim que a Fundação for implantada, com certeza, todos os

processos ambientais vão ganhar celeridade. “Atualmente, para se ter ideia, pela Fatma há casos em que os processos levam de um a um ano e meio para serem liberados. Pela Fundação não mais do que três ou quatro meses, servindo, inclusive, como atrativo de novas empresas”, reforça Hampel. O projeto da Fundação de Meio Ambiente de Lages, foi criado a partir de experiências bem sucedidas de outros municípios.

S

ervirá também para resolver questões como da liberação de cascalheiras, um problema crônico dos pequenos municípios da região. O projeto deverá ser concluído ainda este ano e em seguida encaminhado à Câmara de Vereadores.


13

Prêmio Empresa Cidadã 2014: o reconhecimento Sandro Sheurmannn

• Reconhecer e premiar são formas de valorizar áreas voltadas para a preservação.

SETEMBRO 2014

Empresas catarinense se destacam por ações sociais e ambientais

R

econhecer e premiar são formas de valorizar setores e áreas voltadas para a preservação. Assim, as Iniciativas de empresas catarinenses que tiveram destaque nas áreas de responsabilidade social e sustentabilidade tiveram reconhecimento, através da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing de Santa Catarina (ADVB/SC). A entidade entregou a Adami, Arxo Industrial do Brasil, Aurora Alimentos, Celulose Irani, Döhler, Grupo RBS, Grupo RIC SC, Nord Eletric, Portonave, RBS TV, SESC/SC, SESI/SC, Tatticas, Transpetro e Univali, o Prêmio Empresa Cidadã 2014. Os projetos

vencedores são nas áreas de Preservação Ambiental, Participação Comunitária ou Desenvolvimento Cultural. solenidade, realizada na Pousada Rural do Sesc em Lages, em meados de agosto, contou com a presença de um grande público. O prefeito de Lages, Elizeu Mattos, o secretário de Desenvolvimento Regional de Lages, João Alberto Duarte, representando o Governador do Estado, além de outras autoridades do poder público municipal e representantes de entidades de classe prestigiaram o evento. “É uma honra para a cidade receber um evento deste porte,

A

que reúne grandes empresas catarinenses e todas preocupadas em deixar algo positivo para a sociedade”, destacou o prefeito de Lages, Elizeu Mattos. ara o presidente da ADVB/ SC, Octávio René Lebarbenchon Neto, empresas que assumem a responsabilidade de agir e implementar projetos sociais e ambientais merecem ser destacadas. “Ao reconhecer o sucesso destas iniciativas, a ADVB mostra a todos que é sim possível agir e melhorar a sociedade que nos cerca, independente dos desafios e dificuldades encontradas pelos empresários brasileiros”, disse.

P


Base Avançada de Painel:

SETEMBRO 2014

E

m Santa Catarina o IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, possui duas Bases Avançadas de Pesquisa (BAPs). Uma delas está localizada em Chapecó, no Oeste do Estado, e a outra, em Painel, na Serra Catarinense. A unidade serrana começou as atividades em 1985. Na época era chamada de Estação Nacional de Truticultura, e era vinculada à Superintendência do Desenvolvimento da Pesca, pertencente ao Ministério da Agricultura (MA). Porém, a partir de 1990, com o surgimento do IBAMA, as BAPs passaram a fazer parte dele, com subordinação ao Ministério de Meio Ambiente (MMA). o início, a BAP desenvolvia somente atividades ligadas à piscicultura e com uma única espécie exótica, a Truta-arco-íris (Oncorhynchus mykiss), com reprodução e produção de alevinos, além de assistência técnica e pesquisa. Os alevinos eram distribuídos entre piscicultores da Região Sul. A atividade se estendeu até o ano de 2003. esse meio tempo, a partir do ano de 2000, em conjunto com a BAP de Chapecó, tiveram início estudos para a reprodução em cativeiro de espécies nativas da Bacia do Rio Uruguai. Várias espécies foram testadas, com destaques para algumas que até hoje são utilizadas como o Jundiá, o Grumão, o Lambari, a Saicanga e a Piava. trabalho evoluiu ainda mais a partir de convênios firmados entre IBAMA e a empresa Consórcio Itá, em 2003, e em 2009 com a empresa Fóz do Chapecó, e mais tarde com a Tractebel Energia, com a destinação de recursos. A produção com

N N

O

serviços além do propósito as espécies nativas e as atividades de educação ambiental ganharam novo impulso e passaram a ser focos principais da BAPs. onforme explica o gerente da BAP, João Luiz Farias Bueno, além do que estava previsto nos convênios, a BAP de Painel ainda exerce outras atividades ligadas à área ambiental como pesquisa, apoio à fiscalização, recuperação e reintrodução de animais silvestres, atendimento a estagiários entre outras. tualmente, a Base Avançada de Painel está com praticamente todas as atividades paralisadas. No entanto, alguns animais silvestres ainda seguem sendo protegidos, em parceria com a Polícia Ambiental. No cativeiro permanecem em cativeiro um macaco-prego, um filhote de bugio e três papagaios. Todos devem ser reintroduzidos à natureza em breve. A manutenção dos animais está sendo feita de forma provisória, inclusive, alimentados com recursos dos técnicos responsáveis pela Base, enquanto aguardam os avanços do processo de transição das instalações para as mãos do Estado (Epagri).

C A

Dados atualizados dos trabalhos da BAP: Mamíferos recuperados e reintroduzidos na área da BAP = 39 Mamíferos que não resistiram e morreram = 15 Mamíferos encaminhados a outros centros = 6 Mamíferos reintroduzidos em outras áreas = 10 Aves recuperadas e reintroduzidas na área da BAP = 93 Aves que não resistiram e morreram = 30 Aves encaminhadas a outros centros = 3

Educação Ambiental: Instituições atendidas = 331 Quantidade de pessoas = 22.186

Repovoamento: Rios da região serrana = 55 Pontos de soltura = 120 Quantidade de Alevinos Nativos soltos = 3.145.000

14


Éspecie sob risco

Papagaio-de-peito-roxo O O

N

do arroxeado das penas do peito. As penas da cabeça, dorso e cauda são verdes e na nuca há uma “gola” azul. Pode-se observar uma coloração vermelha nos extremos das asas, base do bico, encontro e espelho alar. Não há dimorfismo sexual. Estima-se que esse papagaio pode viver por até 30 anos. período de reprodução inicia-se em Agosto e vai até Janeiro. Os ninhos são construídos em ocos de árvores e os ovos são incubados por cerca de 25 dias. Normalmente a postura é de dois a quatro ovos, chocados principalmente pela fêmea, que durante esse período é alimentada pelo macho. Os filhotes abandonam o ninho geralmente após dois meses e somente se separam dos pais quando começa um novo período de acasalamento, após seis ou oito meses.

O

SETEMBRO 2014

gênero Amazona inclui doze espécies de papagaios que ocorrem no Brasil, sendo que quatro estão em estado vulnerável ou ameaçados de extinção, entre eles o papagaiode-peito-roxo (Amazona vinacea). A perda de habitat, em função do desmatamento, e a coleta para abastecer o tráfico de animais silvestres foram os fatores que mais contribuíram para colocar essa espécie em risco. papagaio-de-peito-roxo é endêmico da Mata Atlântica, ou seja, ocorre somente nesse bioma. No Brasil, é encontrado do sul da Bahia ao Rio Grande do Sul, mas também vive no sudeste do Paraguai e Misiones, na Argentina. Geralmente está associado à Mata de Araucárias. ão é à toa que ele é chamado de papagaio-de -peito-roxo. Tem cerca de 35 cm de comprimento total e é identificado pelo padrão escama-

Fonte: Espaço Silvestre

Possui dieta bem variada, alimentam-se de sementes, frutas, flores e folhas.

15


Parque ecológico: área a ser preservada • O Parque Ecológico de Lages, é uma das mais completas riquezas naturais de SC

SETEMBRO 2014

O

16

Crédito Fotos

O

Parque Ecológico de Lages, João José Theodoro da Costa Neto, é uma das mais completas riquezas naturais de Santa Catarina, encravada praticamente no perímetro urbano da cidade, no entroncamento das BR 116 e 282. Um verdadeiro pulmão em benefício dos seres vivos locais. A área do Parque possui cerca de 3 milhões de metros quadrados, e precisa de cuidados especiais para que não sofra mais agressões. A preocupação é expressada pelo único funcionário que procura preservar o local. Seu Antônio Velho, cuida do Parque há oito anos. Segundo ele, o socorro ainda está à caminho. Enquanto isso não acontece, o ponto em que foi a sede principal está desativada, e à noite e nos fins de semana, está à mercê dos vândalos. No entanto, a providências para tornar o Parque num dos mais atraentes pontos turísticos, passa efetivamente pelo início das operações da nova área administrativa. Parque, chamado oficialmente de João José Theodoro da Costa Neto numa homenagem ao antigo proprietário - contém mais de oito mil pinheiros nativos (araucária), sendo que vários atingem mais de 20 metros de altura. E entre as diversificadas árvores centenárias habitam animais já ameaçados de extinção, como a gralha azul - que é um indicador biológico, pois sobrevive apenas em áreas bem preservadas. Praticamente no perímetro urbano, no entroncamento das Br. 116 e 282. “Toda esta área deve se tornar em breve, num importante território de visitação e lazer. Toda área deverá ser monitorada, e trilhas terrestres devem ser melhor adaptadas para

O Parque Ecológico de Lages passa por cuidados especiais facilitar o ecoturismo, mantendo a preocupação com a preservação do meio ambiente, ressalta a bióloga da Secretaria de Meio Ambiente, Michelle Pelozato. inda segundo Michelle, Lages está entre as poucas cidades do Brasil que tem um parque ecológico municipal escriturado. Com esta iniciativa a Prefeitura estará investindo na manutenção da qualidade de vida dos lageanos, principalmente das futuras gerações. Além disso, o Parque acabou de ser cadastrado ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação, permitindo total acesso a todas as informações.

A

Sede administrativa

C

onstruída no Bairro São Paulo, a nova sede administrativa vai centralizar todo o trabalho de coordenação envolvendo as atividades do Parque Ecológico. Para entrar em operação, resta apenas o mobiliário e a defi-

nição dos servidores que prestarão serviço. Os recursos já estão garantidos após aprovação do Conselho Municipal de Defesa ao Meio Ambiente – COMDEMA. O paisagismo no entorno da sede dará um novo visual. Por outro lado, há intenção de revitalizar as trilhas e a antiga sede às margens da BR 116. O objetivo é tornar a velha sede como base de apoio ou ainda de uma base da Polícia Militar Ambiental. No entanto, o projeto de revitalização carece ainda da captação de recursos.

Nova sede administrativa do Parque


17

A sobrevivência que vem do lixo • É o papel dos catadores de materiais recicláveis. São anônimos, mas considerados fundamentais num processo fundamental para a natureza

D

P

C

Catadores foram assunto de seminário

E

m Lages, na Serra Catarinense, recentemente, representantes dos municípios, Udesc, Consórcio Serra Catarinense (Cisama), Uniplac, Amures e de associações de catadores realizaram Seminário Interno com vistas à formação de associações ou cooperativas de catadores de materiais recicláveis. A proposta faz parte do Plano Intermunicipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos que deve ser implantado na Serra Catarinense. o seminário foi destacada a importância de um plano integrado e como os catadores de toda região podem ser beneficiados.

N

T

ambém ganhou destaque de como a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP) pode fomentar os projetos relacionados aos catadores e sobre a importância de se obter um projeto com inclusão social, valorização do trabalho do catador e que garanta melhores condições de vida e trabalho aos catadores. stá sendo trabalhada uma minuta de uma Lei Municipal para que seja aprovada nas Câmaras de Vereadores, o plano integrado de resíduos e a participação dos catadores é fundamental nesse processo”, destacou o diretor-executivo do Cisama, Selênio SartoriSartori. professor Everton Skoronski, que coordena a construção do plano de resíduos lembrou que, mesmo já existindo uma lei nacional que proíbe a existência de lixões, ainda existem no Brasil mais de 1.700 lixões a céu aberto, o que não é o caso da região. E apresentou aos participantes do seminário, a proposta de destinação de todos os tipos de resíduos a partir do plano integrado que está sendo trabalhado.

E

O

Créd ito F otos

P

desta categoria. Catadores são vítimas de preconceito por parte da sociedade e constantemente são associados ao problema do lixo podendo ser associados as soluções. No entanto, são atores históricos da gestão dos resíduos nas cidades e da cadeia produtiva da reciclagem e merecem políticas públicas que fortaleçam seu perfil empreendedor e ecológico.

SETEMBRO 2014

e acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico realizada pelo IBGE, coleta-se no Brasil diariamente 125,281 mil toneladas de resíduos domiciliares, e 52,8% dos municípios Brasileiros dispõem seus resíduos em lixões. Hoje estima-se que 1 em cada 1000 brasileiros é catador. E 3 em cada 10 catadores gostariam de continuar na cadeia produtiva da reciclagem mesmo que tivessem uma alternativa. Estes têm orgulho de serem catadores. ara quem não sabe, o Catador é um sujeito que, historicamente, tira do lixo o seu sustento. Seja através da prática da coleta seletiva junto a alguns parceiros que doam o seu lixo ou, melhor ainda, seus recicláveis selecionados na fonte; seja caçando recicláveis pelas ruas e lixões, sacando os recicláveis do lixo misturado que o gerador não teve a decência de separar e colocou no mesmo saco o que pode e o que não pode ser reaproveitado. om esse “trabalho” a companhia de limpeza urbana deixa de pagar inúmeros quilos que seriam coletados e dispostos em aterro ou lixão. Na pior das hipóteses é uma economia. É um serviço à população, já que esses materiais coletados pelos catadores vão evitar o consumo de matéria prima virgem – recursos naturais esgotáveis – além da economia com coleta e disposição final. ortanto, é imperativo que o apoio aos catadores seja compromissado com o protagonismo deles e a construção dos processos emancipatórios


Comdema • Conselheiros formam o organismo de proteção ambiental

SETEMBRO 2014

Os conselheiros se reúnem periodicamente sob a presidência do secretário municipal de Meio Ambiente

C

P

R

18

Crédito Fotos

I

mportante que a sociedade lageana e serrana tenha real conhecimento desse importante organismo que não só decide os encaminhamentos ambientais, mas também ajuda na preservação de tudo o que envolve a natureza, no Município de Lages. Conheça o histórico: riação do Conselho - Lei 1051/86 | Lei nº 1051 de 27 de novembro de 1986 de Lages criou o Conselho Municipal de Defesa ao Meio Ambiente – COMDEMA. Na época a lei foi sancionada pelo então prefeito Paulo Duarte. Trata-se de um órgão consultivo e de assessoramento da Prefeitura Municipal de Lages, em questões referentes ao equilíbrio ecológico e ao combate à poluição ambiental, na área do Município de Lages. Em parágrafo único da lei, a afirmação de que o COMDEMA ficará subordinado diretamente ao Prefeito e terá grau de hierarquia igual ao de Secretaria. rimeira modificação – A Lei 1051/86 que criou o Conselho, sofreu a primeira modificação em 1997, na gestão do então prefeito Décio Ribeiro da Fonseca. Na ocasião, houve a alteração no parágrafo único do artigo 7º da Lei, através de lei complementar no 69, originando uma nova redação, que deu ao Secretário Municipal de Meio Ambiente, a condição também de presidir o COMDEMA. evogação – em 2006, foi criada uma nova lei, a de nº 3307 de 29 de junho de 2006 de Lages, pelo então prefeito Renato Nunes, revogando por inteiro a editada em 1986, mantendo como base a lei original, com algumas modificações, mas com reda-

ção ampliada sobre as obrigações, principalmente no artigo 2º, sobre a denominação da poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que possam direta ou indiretamente, prejudicar a saúde, a segurança e o bem estar da população; criar condições adversas às atividades sociais e econômicas; afetar desfavoravelmente a biota; afetar as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; lançar matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.

Outros artigos importantes da lei:

A

rt. 3º - E expressamente proibido o lançamento, de resíduos em qualquer estado de matéria ou forma de energia, proveniente de atividade humanas, em corpos de água, atmosfera ou no solo e que venham implicar em qualquer forma de poluição ou contaminação do meio ambiente, de acordo com o Art. 2º desta lei.

A

rt. 4º - As áreas de proteção especial, para fins de preservação de mananciais, são fixadas por Decreto do Chefe do Poder executivo, que condicionará sua utilização. rt. 5º - O corte de araucárias nas zonas urbanas e de expansão urbana do Município de Lages, depende de aprovação do Executivo. rt. 9º - O Município poderá estabelecer normas critérios e padrões para a instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa poluição ambiental, visando a prevenção ou correção do dano ambiental, respeitadas as demais normas, critérios e padrões fixados pela legislação federal e estadual. rt. 10 - O Município de Lages através do COMDEMA promoverá a divulgação de conhecimento e providências relativas à preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida.

A A A




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.