CENTRO
CENTRO COMUNITÁRIO JARDIM JAQUELINE, SP ANA JÚLIA PILON CASTELLO
CENTRO COMUNITÁRIO JARDIM JAQUELINE, SP ANA JÚLIA PILON CASTELLO
ENTRE ESCALAS E VAZIOS urbano Este memorial se refere à continuação do projeto urbano Entre Escalas e Vazios realizado no primeiro semestre de 2018 através da orientação do professor Fábio Boretti Netto de Araújo e também de outros dois professores presentes em cada entrega, colaborando com a evolução dos diagnósticos e prognósticos existentes na região da Vila Sônia, Mônica Moreno e Cláudio Manetti. Através de discussões em grupo, um novo arco no sentido diagonal foi descoberto, dando força às premissas encontradas durante o desenrolar do urbano. Através de escalas maiores, recortou-se o território até a escala do homem, trazendo os projetos individuais apresentados no segundo semestre de 2018. Vale lembrar que os memoriais individuais se referem à pré banca, realizada no dia 5 e 12 de novembro de 2018, podendo haver alterações com relação à banca final. Os equipamentos foram implantados dentro do eixo arco criado pelo plano urbano visando promover a integração entre o território e como tentativa de solucionar os problemas existentes na área. Desta maneira, neste memorial, apresentar-se-á o Centro Comunitário, localizado na favela do Jardim Jaqueline.
AGRADEÇO Ao meu orientador Fábio, por toda a sua contribuição e respeito às nossas escolhas, me desaf iando sempre a buscar as melhores soluções. Aos meus pais, fonte de segurança, conf iança, fé e amor, por me proporcionarem essa experiência. Ao grupo de TFG, que tornou as segundas feiras únicas. Em especial, a Marina, por nos ensinar a permenecermos unidos, fortes, incentivados e comprometidos com nosso objetivo. A família FAU, pelo companheirismo em todos os momentos desses corridos 5 anos, deixando os dias mais leves e alegres. A todos que direta ou indiretamente participaram do desenvolvimento deste trabalho, estando sempre ao meu lado. A Deus. Obrigada.
Fonte: registro da visita.
SUMÁRIO 1. PROPÓSITO..................................................................09 2. INSERÇÃO URBANA......................................................10 3. TEMA..........................................................................12 4. ÁREA ESCOLHIDA.........................................................15 5. PARTIDO......................................................................15 6. PROGRAMA.................................................................19 7. IMPLANTAÇÃO.............................................................22 8. PLANTAS......................................................................24 9. CORTES........................................................................31 10. SISTEMA ESTRUTURAL E MATERIALIDADE.................37 11. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................53 12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................58
“A cidade em que vivemos possui uma relação fundamental com o que somos, que não habitamos da porta para dentro, mas também da porta para fora, onde encontram as atividade coletivas e os encontros. Fora da casa as pessoas circulam, andam pelas ruas, se divertem, realizam festas e exercem os espaços de lazer.” (ZAMONER, Tatiana. 2013)
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1. PROPÓSITO Este trabalho é uma grande oportunidade de reflexão sobre nós e nossa inserção onde vivemos, de que forma ocupamos e usuf ruímos dos espaços e equipamentos coletivos que constituem a cidade, e como eles foram e são projetados hoje.
No decorrer da estruturação do plano urbano no primeiro semestre o bairro Jardim Jaqueline foi generosamente investigado, e a partir de reflexões a respeito das condições existentes, surge a possibilidade de enf rentamente de um equipamento social, feito com muita cautela e carinho.
Em meio à espaços vulneráveis, à multiplas adversidades, a solução não se trata de escondê-los perante os olhos da sociedade, pelo contrário, procura-se criar espaços includentes, espaços de apoio à comunidade carente, oferecendo maior visibilidade e oportunidades.
Desta maneira, o presente trabalho tem como proposta a elaboração de um projeto arquitetônico para um Centro Comunitário.
É responsabilidade de arquitetos e urbanistas compreender o fenômeno e seu contexto, respeitando a realidade, para projetar espaços mais adequados, justos e acolhedores. Por isso, possui um olhar preocupado com a liberdade dos cidadãos de transitar e de permanecer nos espaços, desaf iando conceitos e questionando a sua própria arquitetura como forma de defender a identidade da comunidade e do lugar que está inserido, abrindo discusões de resignif icação do espaço público COLETIVO.
Foram realizados levantamentos para compreender as necessidades e as demandas da região, bem como foram estudadas referências de projetos nacionais e internacionais, a f im de obter parâmetro e repertório para a implantação deste projeto, considerando como fatores norteadores as legislações municipais, políticas públicas, etc. O trabalho incentiva a diversidade e a humanização das relações entre cidadãos, visando integração comunitária, fortalecendo reencontros dos moradores da região, sem se esquecer de atender o padrão de sustentabilidade social nos espaços publicos. 9
2. inserção urbana O Bairro Jardim Jaqueline, foi fundado aproximadamente na década de 1950, junto com todo o Butantã. Hoje em dia abriga cerca de 10.000 famílias. No geral, apresenta, sem dúvida, uma topograf ia bastante acentuada, e isso resultou em lotes desvalorizados em relação a regiões do seu entorno mediato, e portanto, acessíveis para quem não possui condições de comprar um terreno no mercado formal. E assim, não se fazia acontecer de fato o direito à moraria, de responsabilidade do governo. Porém, o sonho de ter um lugar para viver, ou melhor, uma casa própria, se realizava desta maneira. O resultado dessa ocupação informal, é um tecido desorganizado, com pouquíssima inf raestrutura urbana necessária. As casas em sua maioria possuem mais de um pavimento. O plano urbano previu a desapropriação de unidades mais precárias, com a intenção de oferecer moradia melhor, e assim obter, estrategicamente, um espaço livre adequado para inserir o projeto. Desta maneira, ao enf rentar as dif iculdades territóriais deste lugar, com muita precariedade também de espaços para atividades f ísicas, coletivas, recreativas em geral, nasceram as diretrizes estruturadoras do projeto. 10
Fonte: Google Earth 2018
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3. tema Centros Comunitários são lugares de amparo social, cujo principal objetivo é assistir cidadãos em situação de risco f ísico ou psicológico. Logo, proporcionará espaços para desenvolvimentos de diversas atividades, que de maneira simples, benef iciam e dão maior qualidade de vida a uma sociedade em situação de vulnerabilidade dentro da cidade, incentivando a coletividade, com intenção de dar voz à população da comunidade.
Fonte: BARROS, Marli
Fonte: BARROS, Marli
A escolha para o tema Centro Comunitário, somado a proposta de uma nova f rente de cidade ativa, veio vinculado a essa crítica à coletividade pré existente. Portando, estima-se projetar um espaço que ressalte a importância do viver em comunidade neste território, e comprove a influência que a própria arquitetura pode ter na vida da sociedade. Por isso, foi essencial escutar e atender de imediato necessidades e desejos apresentados pelos moradores do Jardim Jaqueline, como: local adequado para conf igurar a sede de associação de moradores da comunidade; espaço para realização de esportes; espaço para lazer e passatempo de adolescentes, além é claro, de atender a qualquer morador da região que deseje desf rutar dos seus espaços de recreação. 12
Fonte: GERALDO, Tatiana Zamoner
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Fonte: Google Street View, 2018
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4. ÁREA ESCOLHIDA
5. partido
Estudos e diagnósticos do território alertou a necessidade de um programa deste tema na localização da comunidade do Jardim Jaqueline. Ou seja, a própria investigação da cidade nos indicou a determinação das áreas para todos os projetos dos integrantes da equipe do plano urbano.
O projeto busca entender questões de forma, função e signif icado para criar espaços arquitetônicos que despertem harmonia entre o preexistente e o novo. O desenho foi resultado do entendimento do espaço a partir dos seus restos e vazios. Por isso foi dotado como partido sua localização, pensando na maneira em que as pessoas chegam até ele, passam por ele, ou saem dele. Ou seja, permitindo vários acessos e uma continuidade das ruas para dentro do projeto, criando espaços livres e atrativos de praças para o pedestre, entre áreas internas e externas, cobertas e descobertas.
Desta forma, a localização preestabelecida ainda no projeto macro para a implantação deste equipamento é coerente com as demandas e considerações locais e singulares do bairro de estudo aprofundado neste semestre. A área determinada de 2.500m², situa-se entre a Rua Julio Barata, a Avenida Olaria e a Rua Alessandro Bibiena. Ponto central e inicial do Jardim Jaqueline, faz f rente, (agora nova f rente ativa), com a linha de alta tensão, “linhão”, (agora novo eixo de mobilidade). Assim sendo, o projeto se tornou pórtico de entrada ao bairro, e ao mesmo tempo, transição entre bairro e linhão. Sof re influência de dois outros equipamentos projetados pela equipe: escola de ensino fundamental e creche e apoio à mulher.
Os muros não existem, contribuindo para a liberdade dos usuários deste espaço. Além disso, foi da conformação do terreno que surgiu a idealização de um equipamento que se conf igurasse também como palco de manifestação popular. O terreno valorizou a possibilidade de grandes escadarias como arquibancadas. Há também o desejo de prever a noção de autoconstrução reforçando a ideia de identidade e de pertencimento daquele espaço público construído pelo próprio público. Assim, é moldado as necessidades da população, atribuindo seu nível de autonomia como equipamento coletivo. 15
“É muita correria, eu não sei o que é cuidar das minhas coisas, cuidar da minha casa. Essa hora mesmo e eu não almocei. Já envelheci uns cinquenta anos (...). Eu aprendi muita coisa nessa história, mas é muito sof rimento. Todo dia indo atrás disso, documento daquilo. Arranjando briga com os moradores daqui também para tentar fazer a coisa andar (...). A gente só que ter o nosso canto, mas não consegue nem dormir em paz.” (Depoimento de morador)
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Fonte: GERALDO, Tatiana Zamoner
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Comunidade (co·mu·ni·da·de) sf. 1 Qualidade ou estado daquilo que é comum a diversos indivíduos. 2 Grupo de pessoas que vivem em comum e cujos recursos materiais pertencem a todos. 3 Conjunto de pessoas que vivem numa mesma região, com o mesmo governo, e que partilham as mesmas tradições históricas e/ou culturais. 4 A sociedade como um todo. 5 SOCIOL População que vive em determinado local ou região, ligada por interesses comuns. 6 POR EXT Esse local ou essa região. Qualquer conjunto de indivíduos ligados por interesses comuns (culturais, econômicos, políticos, religiosos etc.) que se associam com f requência ou vivem em conjunto. 8 Grupo de pessoas com características comuns, inseridas numa sociedade maior que não compartilha de suas características básicas; sociedade. 9 Grupo de pessoas ligadas pela mesma prof issão ou atividade. 10 Conjunto de indivíduos (animais ou vegetais) que vivem juntos na mesma área e que, em geral, interagem ou dependem uns dos outros para existir; biocenose.
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6. PROGRAMA Associação de Moradores do Jardim Jaqueline: O intuito desde equipamente que promove a coletividade é oferecer um espaço f ísico adequado onde encontros, conversas, e reuniões que já acontecem timidamente, possam se apropriar, permitindo uma maior comunicação entre os membros da comunidade e poderes públicos responsáveis em diagnosticar e resolver problemáticas urbanas e estruturais existentes na região.
Dormitórios Provisórios: Uma vez que os equipamentos deste complexo comunitário devem contar com programas que supram as carências dos diversos indivíduos que habitam a comunidade, é importantíssimo oferecer tipos de alternativas, trazendo maior salubridade e dignidade, para moradores em situações de risco. Prevê-se um espaço arquitetônico que cumpra o seu papel de responder a demanda de onde se encotra inserido, principalmente transmitindo acolhimento da comunidade. Ocorre uma discussão em torno do funcionamento e gerenciamento
deste lugar, consequentemente, foi estabelecido que: é administrado pela associação de moradores, possiblitando monitoramento e controle da ocupação deste espaço, também promovendo a manutenção e conservação do espaço em geral.
Ateliês Livres + Centro de Estudos: Trata-se de um incentido a educação de crianças e adolescentes, oferecendo um lugar apropriado, seguro, e próximo as suas casas. Promovendo também oportunidades de emprego, seja para o gerenciamento do centro de estudos, que comportará uma modesta biblioteca, ou professores responsáveis pelas of icinas, aulas, e encontros no geral.
Cozinha comunitária + Banheiro Público + Quadra Poliespotiva: Espaços comunitários de extrema importância para a nova f rente de cidade ativa, uma vez que o linhão se transforma em um grande eixo de mobilidade, gerando alterações de zoneamento e densidade, onde hoje se encontra como espaço inseguro, inútil, e insalubre para as moradias que estão muito próximas a ele. 19
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7. IMPLANTAÇÃO A implantação do projeto do Centro Comunitário foi desenvolvida por meio de vários desenhos, considerando a preexistência de fluxos e percursos existentes, tentando conversar o território com o programa. Inicialmente foi prezado dois grandes eixos de passagem perpendiculares entre si, indo de ponta a ponta do terreno, para permitir fluidez e transições, tirando proveito do desnível do terreno. Analisando a topograf ia, localiza-se possíveis muros de arrimos, eles indicam a implantação de determinados volumes, margiando e marcando os eixos de passagem. A ideia geral é de um espaço coletivo contínuo e acessível, criando uma dinâmica entre espaços cobertos e descoberto e entre espaços livres e funcionais. A organização das geometrias que compõe o projeto é reflexo da desorganização do tecido da favela. 22
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8. PLANTAS Planta nível 764:
A pretenção desta planta é a extensão da R. Julio Barata na cota 764. Esta grande laje representa na íntegra a Associação de Moradores. Apoia o setor funcional, (ambiente delimitado composto por algumas salas de reuniões), e oferece ampla área externa aberta, que também pode ser utilizada como espaço para conversas e encontros, portando é provida de mobiliário urbano. Ao leste, encontra-se o mezanino do Centro de Estudos, que comporta uma modesta Biblioteca Comunitária, na qual é prevista estantes baixas para o acervo de livros e grande bancada com cadeiras, apreciando a visão interna do térreo. Nesta planta valoriza-se a vizibilidade e a continuidade geral dos espaços, responsáveis pela transição entre rua e edif ício. 24
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8.PLANTAS Planta nível 760: O desaf io de vencer o desnível de 4 m entre a R. Julio Barata e a R. Olaria denotou um possível pé direito agradável para o programa do térreo. Assim, projeta-se uma galeria de Ateliês Livres, na cota 760, onde podem desenvolver diversas atividades e of icinas como: artesanato, dança, teatro, música, luta, yoga, costura, culinária, etc. E o Centro de Estudos, na cota 761, área ampla com mesas, cadeiras e bancos, computadores e internet, bastante acessível aos usários.
Na cota 760, atravessando a R. Olaria, sentido sul, apresentam-se os Dormitórios Temporários. São espaços que proporcionam acolhimento, proteção e convivencia social. Os seus acessos acontecem través de uma passagem posterior, que, além de estabelecer relação com a vizinhança de moradias, permite maior privacidade.
A presença de uma sala expositiva é sucedida da responsabilidade da Associação de Moradores na albetização de adultos e idosos, assim como, com reforços escolares.
As tipologias foram pensadas com banheiros coletivos e amplo espaço de camas, para que fossem simples e aconchegantes. Possui uma tipologia mais íntima, para menor quantidade de pessoas, ou para uma família, por exemplo.
Este espaço, no geral, conecta-se diretamente com o Praça Central, onde podem ocorrer manisfestações políticas, apresentações culturais, e outros tipos de eventos festivos.
Para vencer 6 m, até a quadra poliesportiva, nasce o desenho de um Mezanino Livre, articulando os lances da escada, e com possível permanencia e visão para a quadra.
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8. PLANTAS Planta nível 754:
Igualmente à quadra superior, cria-se uma escadaria que vence mais 4,5 m, permitindo que a laje dos dormitórios seja cobertura do térreo, até a R. Alessando Bibiena, na cota 754. A intenção desta planta foi conceber um espaço permeável, tendo uma conf iguração livre, onde podem ocorrer atividades recreativas, práticas culinárias e exercícios f ísicos, por isso é constituída por apenas dois pequenos volumes que se encaixam dentro da modulação estrutural. São eles: Cozinha Comunitária e Banheiro Público. O espaço coletivo e livre é importantes para possibilitar a realização de feiras, comércios informais e demais encontros. Possui relação fundamental com ponto de ônibus, ponto de coleta de lixo, e horta, def inidos no plano urbano. Faz transição entre linhão e moradias.
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CORTE A
9. CORTES
9. CORTES
CORTE B CORTE 33B
CORTE C
9. CORTES
CORTE D
“O segredo é dar aos espaços públicos uma forma tal que a comunidade se sinta pessoalmente responsável por ele...” (HERTZBERGER, Herman. Lições de Arquitetura)
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10. SISTEMA ESTRUTURAL E MATERIALIDADE O sistema estrutural do Centro Comunitário foi inicialmente pensado a partir da existência de três situações que compõe o projeto, são elas: ambientes delimitados, lajes externas e coberturas externas, ocasionando a possibilitando de vedações independentes da estrutura. Desta forma, as estruturas do projeto assumiram o compromisso de se moldar sobre uma grelha de 6 m x 6 m, concebendo vãos domésticos, fator relevante prevendo a possibilidade de autoconstrução pela comunidade, para assim despertar o pertencimento, a utilização e a conservação do espaço construído, além de obter uma redução do custo f inal da obra. Pilares, vigas e lajes são projetados de concreto armado moldados in loco, enquanto a cobertura, podendo ser um elemento mais leve, foi pensada em material metálico, constituída por vigas, treliças, terças e telhas metálicas, planejando encaixes simples a serem executados.
Em todas as situações do projeto há apenas um nível de laje, que conforma cobertura para o pavimento térreo e piso para o pavimento superior. A cobertura do pavimento superior se dá pela própria cobertura metálica. O projeto desf ruta das grandes coberturas para gerar espaços amplos, contínuos, fluídos, aconchegantes e protegidos. Desta maneira, foram explorados possíveis balanços, os quais são importantes para maior proteção de chuva e vento. Respeitando a inclinação de 10%, também foi estudado o sentido dos caimentos, considerando o posicionamento de pilares, de vedações e das vigas metálicas, que apoiam a telha.
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Telha metálica trapezoidal
Vigas metálicas perfil i
terças metálicas
estrutura superior de pilar e viga de concreto armado moldado in loco
laje de concreto armado moldado in loco
estrutura térrea de pilar e viga de concreto armado moldado in loco
muro de arrimo
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Telha metálica trapezoidal Vigas metálicas perfil i
terças metálicas
estrutura superior de pilar e viga de concreto armado moldado in loco
treliça metálica
laje de concreto armado moldado in loco
estrutura térrea de pilar e viga de concreto armado moldado in loco treliça metálica
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Treliça metálica:
Telha metálica trapezoidal: Com inclinação de 10%, é solução para todas as coberturas do projeto, proporcionando leveza, vedação e proteção aos ambientes internos e externos, ajudando a configurar continuidade e transição dos espaços.
Viga metálica Perfil I:
Terças metálicas:
Com altura de 25 cm, são travamentos superiores dos pilares de concreto, resolvendo também a cobertura, uma vez que, são apoios para as terças metálicas.
Com altura de 15 cm, moduladas de 1,5 m a 1,5 m, e encaixadas nos vãos de 6 m entre as vigas perfil I, são essenciais para compor a grelha que apoia a telha metálica.
Com altura de 25 cm e presente apenas na estrutura da cobertura da quadra poliesportiva, (momento único do projeto que existe grande vão: 16 m), são travamentos superiores dos pilares de concreto, suportando a grelha composta pelas terças metálicas, que por sua vez, geram apoio para telha metálica.
Pilar (25 x 25 cm), viga (50 x 25 cm) e laje (h = 20 cm):
Escada metálica:
Concretados in loco, são estruturas contínuas configuradas dentro de uma modulação de 6 m x 6 m.
Elemento leve e complementar a estrutura de pilares, vigas e lajes concretados in loco.
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Plano com ripas de madeira de reflorestamento: Alvenaria de VEDAÇÃO DE bloco de concreto sustentável: A escolha deste material é a resposta aos desejos dos moradores na realização de uma usina de fabricação de blocos de concreto para uso da própria comunidade.
Janela de vidro, com caixilharia metálica pivoltante: Porta de vidro de correr, com caixilharia metálica: Coerente ao desejo de criar espaços amplos e abertos, possivelmente fechados por questões de segurança e conservação.
Com área de vidro relativamente pequena, foi pensada desta forma para baratear o custo do material, além de permitir boas aberturas verticais e harmonização com a caixilharia das portas.
Com 10 cm de largura e ocorrendo em situações diferentes, é um dos elementos responsável pela linguagem geral do projeto. Hora possui função de guarda-corpo, hora é brise de proteção de janelas, hora é revestimento. Permite maior controle de luz e ventilação.
Guarda corpo de madeira de reflorestamento: Definido neste material e nesta configuração para, além de, se encaixar dentro da modulação de 6 m x 6 m, dialogar com a ortogonalidade e a materialidade do restante do projeto.
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“Se as feridas do teu irmão não te causam dor, a tua doença é mais grave que a dele.” (Frei Jaime Bettega)
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11. CONSIDERAÇÕES FINAIS O problema de favelização no brasil está enraizado. A análise de aspectos socioeconômicos e f ísico-urbanísticos, bem como seus reflexos nas transformações territoriais foi de extrema importância para desenvolver um projeto que se insere em uma favela, em São Paulo, procurando entender suas singularidades e sua complexidade. Foi um trabalho bastante sensível, na busca por uma solução adeguada a demando local, me questionando da forma que os cidadãos vivem e me questionando porque a cada instante o mundo chora. A principal ideia é transmitir uma arquitetura, que como instrumento social, é democrática, capz de desenvolver espaços mais justos, e condições de convívio mais humanas para todos. Eu entrei em uma favela e sai de lá partida. Mas sai de lá sonhando. 53
“Hoje eu sei Que quem me deu a idéia De uma nova consciência E juventude Tá em casa Guardado por Deus Contando o vil metal Minha dor é perceber Que apesar de termos Feito tudo, tudo Tudo o que f izemos Nós ainda somos Os mesmos e vivemos Ainda somos Os mesmos e vivemos Ainda somos Os mesmos e vivemos Como os nossos pais”
(Elis Regina)
Fonte: BARROS, Marli
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Fonte: registro da visita.
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12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GERALDO, Tatiana Zamoner. “Jardim Jaqueline: a Disputa pela Paisagem entre a Cidade Formal e a Ocupação Espontanea.” Dissertação de Mestrado. Paisagem e Ambiente - FAUUSP, São Paulo, 2013.
http://www.habitasampa.inf.br/
FIORAVANTI, Lívia Maschio. “Do Lugar as Contradições Espaciais: Conflitos e Estratégias a partir da Operação Urbana Butãtan - Vila Sonia.” Dissertação de Mestrado. Geograf ia Humana - Faculdade de Filosof ia, Letras e Ciencias Humanas USP, São Paulo, 2013.
http://www.favelasaopaulomedellin.fau.usp.br/
BARROS, Marli. “Operação Urbana Consorciada Vila Sonia: Conflitos Socioespaciais na Reprodução da Metrópole.” Dissertação de Mestrado. Geograf ia Humana - Faculdade de Filosof ia, Letras e Ciencias Humanas USP, São Paulo, 2013. VIVO, Isabel Samaia de. LOPES, Marina Vasarini Lopes. “FAU Social: Praça do Jardim Jaqueline.” Extensão Universitária. Planejamento Urbano, Projeto FAUUSP, São Paulo, 2017.
http://www.prefeitura.sp.gov.br/ http://www.geosampa.prefeitura.sp.gov.br/
http://www.vitruvius.com.br/ http://www.vilaitororo.org.br/ http://www.porvir.org/escola-de-tocatins-ganha-premio-internacional-de-arquitetura/ http://www.archdaily.com.br/br/898884/salao-comunitario-de-curra-bark-architects/
(Todas as f iguras foram profuzidas pela discente ou pelos demais integrantes do grupo responsável pelo plano urbano. As f iguras provenientes de fontes externas estão devidamente informados na própria legenda.)
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