As Canecas do Brasil

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O INÍCIO Certa vez, em uma conversa com os meus alunos, um deles levantou a costumeira questão: durante dois anos seguimos fazendo cilindros e, nos três anos seguintes, seguimos fazendo chawan. São cinco anos entre exercícios repetitivos de cilindros e chawan. Para que produzimos milhares de cilindros e chawan? E o que fazer com eles? Sempre respondo que são exercícios e que a pequena proporção boa e honesta vai para a prateleira da casa de cada um, em busca de uma utilidade. O destino da maior parte do exercício, cuja qualidade é regular, é a reciclagem. Digo que o objetivo é a repetição, pois a repetição um dia nos levará à perfeição Justamente nesse dia, sentindo-nos muito inspirados e continuamos a debater, até que surgiu uma feliz oportunidade de se oferecer aulas sobre alças, especialmente para serem colocadas nestes cilindros. Porque as chawan são chawan e estão finalizadas. Já os cilindros, com sua forma básica, nos desafiam a dar continuidade à criação. As nossas canecas de sala de aula nasceram assim, dessa necessidade de se apropriar do objeto cilindro-exercício, dar-lhe uma função prática e criativa e então prosseguir, aprimorando as técnicas deste fazer. Na ocasião, lembrei-me de uma citação de Platão: “os homens não desejam aquilo que fazem, mas os objetivos que o levaram a fazer aquilo que fazem”. aquilo que fazem”.


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