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Histórico da campanha

Anualmente, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) desenvolve a campanha “Eu viro carranca para defender o Velho Chico” com o objetivo de visibilizar um tema de relevância para o contexto de proteção do rio, e que seja abraçado pela comunidade da bacia hidrográfica de forma geral.

O ano de 2023 marca o início de uma reestruturação da Política Nacional de Recursos Hídricos, desmantelada nos últimos tempos. Começamos a fortalecer essa política com a formação de uma Frente Parlamentar que vai tratar e fiscalizar as ações de revitalização do Rio São Francisco, a recomposição do CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente, com maior participação da sociedade nas tomadas de decisão, e a esperada, porém ainda não anunciada, recomposição do CNRH – Conselho Nacional de Recursos Hídricos, fragilizado e desmontado na gestão do último governo federal.

Assim como toda a questão política relacionada ao meio ambiente, um grande avanço consiste na criação de ministérios voltados aos direitos humanos, tais como o Ministério dos Povos Indígenas, da Igualdade Racial, das Mulheres, entre outros. Porque sabemos que o rio São Francisco se faz de gente que dele cuida, que dele depende e que dele sobrevive.

Cuidar dos povos é preservar o rio. Preservar o rio é cuidar dos povos. Neste contexto, o Rio São Francisco continua sendo o elo de esperança que mobiliza todos esses atores em busca de saúde, equilíbrio, biodiversidade e qualidade de vida.

Em meio a esse contexto, a proposta para a campanha de 2023 tem o objetivo de atender aos seguintes pontos:

Destacar a importância do Rio São Francisco e de seus afluentes tanto na formação histórica da nossa sociedade, quanto nos seus múltiplos usos;

Apresentar os principais fatores de pressão que têm impactado gravemente o Rio São Francisco e a quantidade e qualidade de suas águas;

Destacar o forte engajamento histórico em torno da recuperação do Rio São Francisco, que mobilizou ao longo dos anos sociedade civil e poder público;

Visibilizar a necessidade de incorporar a revitalização do Rio São Francisco na agenda política nacional;

Estimular o sentimento de pertencimento pela Bacia Hidrográfica e cada um dos seus múltiplos territórios;

Aproximar o povo de suas tradições e valorizar a vida de cada um. Elaborar um material que, interaja e traga conhecimento para o publico em geral e para os povos da Bacia.

Para marcar o início e posicionamento da Campanha, ações nas redes sociais e site do CBH Rio São Francisco serão feitas a partir do dia 03 de maio. O lançamento ocorre no dia 18 de abril, em coletiva de imprensa, em Brasília.

Este será, contudo, apenas o pontapé inicial para a Campanha Velho Chico. Gentes, tradições, vidas. Ao longo de todo o ano de 2023, outras ações e produtos (como vídeos, podcasts, reportagens, posicionamento nas redes sociais, assessoria de imprensa, etc) serão desenvolvidos sob a identidade e objetivos da campanha.

A proposta é que a campanha inicie um mês antes do Dia Nacional em Defesa do Velho Chico, o dia 03 de junho, quando terá seu ápice.

A campanha continua, de forma mais moderada e espaçada, durante o decorrer do ano. Proposta as cores principais que compõem o logo foram inspiradas pelo barro e a madeira, elementos da natureza que são diversamente usados no artesanato das cidades que passam pelo Rio São Francisco. Como o da artista/ ceramista Ana das Carrancas, da cidade de Petrolina, que usa o barro para fazer as famosas releituras das carrancas.

O dia 03 de junho será marcado com atividades presenciais nas cidades determinadas pelo CBHSF nas quatro regiões da Bacia, a saber: Felixlândia (Alto), Paratinga (Médio), Floresta (Submédio) e São Brás (Baixo). Os eventos serão realizados em parceria com as prefeituras das cidades sede.

O Velho Chico é muito mais que um veio de água. É inspiração de tradições, berço de comunidades, nascedouro de sonhos, lar de povos inteiros.

Geraizeiros, vazanteiros, quilombolas, comunidades de fundo de pasto, pescadores artesanais, ribeirinhos, sertanejos, caatingueiros, povos originários e muitos outros têm o rio correndo nas veias.

A identidade do São Francisco se entremeia com as deles em um novelo multicolorido onde a cultura, o trabalho e a vida se encontram, se confundem e se complementam.

Rio de muitas faces, gente de um rio só.

Falar do Velho Chico e de suas gentes é falar de pertencimento, de diversidade e de um cuidado para que se preserve o rio por meio do cuidado com as pessoas. E vice-versa.

Conhecer para entender. Entender para admirar. Admirar para proteger, valorizar e respeitar.Cuidar de gentes, tradições e vidas que se banham na imensidão do São Francisco.

Cuidar dos povos para preservar o rio. Preservar o rio para cuidar dos povos.

O símbolo da campanha é a Carranca, relacionada com as esculturas típicas das embarcações que navegam pelo rio São Francisco. Eram utilizadas nas proas das embarcações que percorriam o Velho Chico, pois os navegadores acreditavam que essa figura ajudava a afastar os maus espíritos e protegia a tripulação do ataque de monstros do rio. Este ano a carranca foi reestilizada e caminha com as cores da campanha 2023.

Inspirada pelo Movimento Armorial, e seu alfabeto criado por artistas nordestinos como Ariano Suassuna que usam em seus desenhos características da literatura de cordel e da xilogravura ( impressão muito usada no sertão para revistas de cordel) o mote da campanha “velho chico, gentes, tradições, vidas” traz uma aproximação com os povos do Velho Chico. A família tipográfica Congenial foi modificada e estilizada para trazer aproximação com o tema.

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