COMISSÃO DE COORDENAÇÃO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL DE LISBOA E VALE DO TEJO
Finanças Locais 2012- Municípios Região de Lisboa e Vale do Tejo
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
FICHA TÉCNICA
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo Rua Alexandre Herculano, 37, 1250-009 Lisboa Propriedade
T: +351 213 837 100 F: +351 213 837 192 Website: http://www.ccdr-lvt.pt
Título
Finanças Locais 2012 – Municípios Região de Lisboa e Vale do Tejo Helena Santos (Chefe de Divisão para a Administração Local, DAL/DSAJAL)
Coordenação Carla Gonçalves (Ex- Chefe de Divisão para a Administração Local, DAL/DSAJAL)
Responsável pela Teresa Rosa (DSRVT) elaboração técnica
Conceção gráfica
Teresa Rosa (DSRVT)
Data
Agosto 2014
SIGLAS E ACRÓNIMOS CCDR LVT | Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo DAL | Divisão para a Administração Local DSAJAL | Direção de Serviços de Apoio Jurídico e à Administração Local DSRVT | Delegação Sub-Regional do Vale do tejo GL| Grande Lisboa IMI| Imposto municipal sobre imóveis IMT| Imposto Municipal sobre a Transmissão onerosa de imóveis INE | Instituto Nacional de Estatística IUC | Imposto Único de Circulação LAL | Lei das Autarquias Locais LFL | Lei das Finanças Locais LT | Lezíria do Tejo MT | Médio Tejo NUTS | Nomenclatura Comum das Unidades Territoriais Estatísticas O | Oeste POCAL | Plano Oficial de Contas das Autarquias Locais PS | Península de Setúbal RLVT | Região Lisboa e Vale do Tejo
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Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo Índice
Introdução ............................................................................................................................................................... 5 1– O município e a administração local................................................................................................................... 6 1.1 – História do município: das origens ao Estado Novo ................................................................................... 6 1.2 – A autonomia da administração local depois do 25 de Abril ....................................................................... 7 1.3 – Fontes de financiamento .......................................................................................................................... 10 2 – Análise da execução orçamental dos municípios ............................................................................................. 12 2.1 – Caracterização das receitas ...................................................................................................................... 14 2.1.1 – Estrutura das receitas totais .............................................................................................................. 14 2.1.2 – Receitas fiscais ................................................................................................................................... 17 2.1.3 – Transferências recebidas ................................................................................................................... 19 2.1.4 – Recurso ao crédito ............................................................................................................................. 21 2.1.5 – Análise evolutiva das receitas 2011 / 2012 ....................................................................................... 22 2.2 – Caracterização das despesas .................................................................................................................... 24 2.2.1 – Estrutura das despesas totais ............................................................................................................ 24 2.2.2 – Aquisição de bens de capital .............................................................................................................. 27 2.2.3 – Serviço de dívida ................................................................................................................................ 29 2.2.4 – Análise evolutiva das despesas 2011 / 2012 ..................................................................................... 31 2.3 – Indicadores de gestão financeira .............................................................................................................. 34 2.3.1 – Independência financeira .................................................................................................................. 34 2.3.2 – Poupança corrente ............................................................................................................................. 35 2.3.3 – Saldos finais ....................................................................................................................................... 36 3 - Análise económica - financeira e patrimonial .................................................................................................. 37 3.1 – Caracterização do Balanço em 31-12-2012 .............................................................................................. 39 3.1.1 – Ativo ................................................................................................................................................... 39 3.1.1.1 – Estrutura do Ativo ...................................................................................................................... 39 3.1.1.2 – Bens e recursos naturais............................................................................................................. 42 3.1.1.3 – Imobilizado corpóreo .................................................................................................................. 44 3.1.1.4 – Dívidas a receber ........................................................................................................................ 45 3.1.1.5 - Disponibilidades .......................................................................................................................... 47 3.1.2 – Fundos Próprios ................................................................................................................................. 49 3.1.3 – Passivo ............................................................................................................................................... 51 3.1.3.1 - Estrutura do Passivo.................................................................................................................... 51
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Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo 3.1.3.2 – Dívidas a terceiros ...................................................................................................................... 53 3.1.4 – Análise evolutiva, Balanço 2011/2012 .............................................................................................. 54 3.1.4.1 – Evolução estrutura do Balanço .................................................................................................. 54 3.1.4.2 – Evolução de componentes do ativo ............................................................................................ 55 3.1.4.3 – Evolução de componentes dos fundos próprios ......................................................................... 56 3.1.4.4 – Evolução de componentes do passivo ........................................................................................ 57 3.2 – Indicadores de gestão económica - financeira ......................................................................................... 58 3.2.1 – Liquidez .............................................................................................................................................. 58 3.2.2 – Endividamento ................................................................................................................................... 59 3.2.3 – Rentabilidade ..................................................................................................................................... 61 4 – Conclusão ......................................................................................................................................................... 62 Bibliografia ............................................................................................................................................................ 66 Webgrafia .............................................................................................................................................................. 66
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Introdução
Este trabalho tem por objetivo analisar o exercício financeiro 2012, dos municípios da Região de Lisboa e Vale 1
do Tejo, com agregação ao nível das respetivas NUTS III , incluindo também uma análise evolutiva na observação do exercício financeiro relativo ao biénio 2011 / 2012. Para o efeito, recorreu-se à informação disponível no portal autárquico da DGAL – Direção-Geral das Autarquias Locais, https://appls.portalautarquico.pt/DGALAplicacoes/, tendo-se consultado, em Novembro de 2013, a Base de Dados – Sistema Integrado de Informação das Autarquias Locais (SIIAL), nomeadamente mapa de execução orçamental da receita (coluna receitas cobradas brutas), mapa de execução orçamental da despesa (coluna despesas pagas) e mapa resumo fluxos de caixa, bem como informação relativa ao balanço, onde é apurada a posição patrimonial, financeira e económica das autarquias. Esta informação, contida nas prestações de contas 2012, foi introduzida pelos 52 municípios da RLVT na respetiva aplicação. Este estudo inicia-se com uma breve reflexão sobre a autonomia da administração local, consolidada pelo sistema democrático, na concretização dos princípios de descentralização e da autonomia administrativa e financeira do poder local. Analisa-se a prestação de contas dos municípios, numa perspetiva de execução orçamental, baseada na caracterização das receitas cobradas e despesas pagas e apresentação de alguns indicadores de gestão financeira, nomeadamente independência financeira, poupança corrente e saldos finais. O exercício financeiro é igualmente abordado na ótica da gestão financeira e patrimonial, tendo-se, para o efeito, recorrido à informação do mapa balanço, nomeadamente massas patrimoniais do ativo, passivo e fundos próprios. A análise efetuada incidiu também sobre os indicadores de liquidez, endividamento e rentabilidade. A população surge habitualmente como uma importante variável associada à receita e à despesa, sendo, por conseguinte, tida em conta nesta análise, tanto mais que elimina potenciais enviesamentos que poderão decorrer da análise feita unicamente com base em valores absolutos.
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GRANDE LISBOA (GL): Amadora, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Odivelas, Oeiras, Sintra, Vila Franca de Xira.
PENÍNSULA DE SETUBAL (PS): Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal. LEZÍRIA DO TEJO (LT): Almeirim, Alpiarça, Azambuja, Benavente, Cartaxo, Chamusca, Coruche, Golegã, Rio Maior, Salvaterra de Magos, Santarém. MÉDIO TEJO (MT): Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas, Vila Nova da Barquinha. OESTE (O): Alcobaça, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Nazaré, Óbidos, Peniche, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras.
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1– O município e a administração local 1.1 – História do município: das origens ao Estado Novo
O município português é uma comunidade política anterior à formação do Estado. A sua origem não está completamente alicerçada à presença romana na Península, mas sobretudo às circunstâncias da Reconquista cristã: os senhores feudais estavam ocupados com assuntos de natureza bélica, em detrimento da administração das povoações, facto que tornou as comunidades autogestionárias (SPI, 2007). Até ao século XIX, o município possuiu sempre a mesma organização, sendo essencialmente a única instituição descentralizada, o pilar da autonomia face ao poder central. Com a sua vocação de proximidade junto das populações, desde a sua origem que se perspetivam tendências de controlo por parte do poder central. É a partir da Revolução Liberal, na cristalização da monarquia constitucional, que o município se insere realisticamente no jogo e na ação sociopolítica dos equilíbrios entre a centralização e a descentralização. Esta posição mais central do município deve-se à instituição das eleições e dos círculos eleitorais uninominais que possibilitam maior visibilidade às personalidades dos municípios. Foi durante o período da Regeneração (18501890) que aconteceu a grande reforma descentralizadora de Rodrigues Sampaio (SPI, 2007). Com o Estado Novo ocorreu uma alteração na definição do município dentro do aparelho de Estado. A reforma de Marcelo Caetano resultou na viragem do pêndulo para a centralização, visto que a presidência da câmara passou a ser nomeada pelo poder central, ocorrendo, por outro lado, uma completa tutela das finanças locais. A circunscrição administrativa, que empreendeu o código administrativo de 1936-1940, dividiu o território nacional em quatro níveis de administração: província, distrito, concelho e freguesia, em que apenas o concelho detinha um órgão de administração autónomo, sem ser eleito, consubstanciado na figura do Presidente de Câmara. O enquadramento financeiro do sistema autárquico do Estado Novo era completamente fiel à ideia centralizadora do Estado sobre as unidades periféricas de governação. O documento regulador das finanças locais (Código Administrativo de 1940) consagrava a autonomia financeira no seu artigo 688.º. No entanto, o seu artigo 55.º obrigava a que qualquer deliberação proveniente dessa esfera autonómica carecesse de ser referendado e aprovado por parte do Governo e do conselho municipal. Assim, durante o Estado Novo, assistiu-se a uma prevalência do centro sobre a periferia e, qualquer atividade local era subvencionada, referendada e imposta pelo poder central. As funções das autarquias locais eram supervisionadas pelo poder central e mesmo novas funções, como de previdência social, eram exercidas pelos funcionários do Estado central. Mesmo as mudanças administrativas levadas a cabo, bem como alguma iniciativa de descentralização, foram efetuadas de cima para baixo e nunca da iniciativa do poder local (SPI, 2007).
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1.2 – A autonomia da administração local depois do 25 de Abril
Com a instauração do regime democrático, o papel e a posição das autarquias alterou-se radicalmente, com incidência especial na autonomia municipal e na descentralização. A primeira questão basilar de mudança, consagrada na Constituição de 1976, é a eleição das instituições autárquicas e a consagração da autonomia do poder local. Nos termos do art.º235 da Constituição da República Portuguesa (CRP), a organização democrática do Estado compreende a existência de autarquias locais, que são definidas como pessoas coletivas territoriais dotadas de órgãos representativos e que visam a prossecução de interesses próprios das populações respetivas. No continente, as autarquias locais são as freguesias, os municípios e as regiões administrativas (nº 1 do art.º 236.º da CRP), embora estas últimas ainda não tenham sido instituídas em concreto (artigos 255.º e 256.º). Os municípios visam a prossecução de interesses próprios da população residente na circunscrição concelhia, mediante órgãos representativos por ela eleitos. Os órgãos representativos do município (art.º 250.º da CRP) são a Assembleia Municipal, órgão deliberativo e a Câmara Municipal, órgão executivo. O artigo 237.º da CRP estabelece a organização das autarquias locais, define o seu estatuto jurídico e consagra a sua autonomia administrativa e financeira. Assim, o regime democrático consagrou constitucionalmente as autarquias locais enquanto instituições que possuem estatuto jurídico autónomo, dotadas de liberdade de iniciativa, tendo pessoal, património e finanças próprios (art.º 238 da CRP), relativamente a assuntos da sua competência fixados por lei. Por outro lado, nos termos do n.º 2 do artigo 238.º da CRP, o regime das finanças locais é estabelecido por lei e visa a justa repartição dos recursos públicos pelo Estado e pelas autarquias locais e a necessária correção de desigualdades entre autarquias do mesmo grau. A transferência de atribuições e competências foi o meio encontrado pelo legislador para a concretização dos princípios da descentralização administrativa e da autonomia do poder local. Sobre esta matéria destaca-se a referência da Sociedade Portuguesa de Inovação, na sua publicação “Economia do conhecimento e administração Local”: “Poder central e poder local: entre o aumento de competências e a limitação de financiamento - Uma das maiores contendas que assola a relação entre poder central e poder local é o equilíbrio entre o aumento das competências que o Estado central tem vindo a delegar nas autarquias e, por outro lado, conseguir cumprir as atividades que lhe estão associadas com a dotação anual instaurada pelo poder central. O contrário também acontece: as câmaras municipais requerem mais competências em sectores importantes, como a fiscalização, com o poder central a negar-lhes através do controlo financeiro. A controvérsia entre o sistema político e os grupos de pressão do espaço municipal efetua-se no facto de estes reivindicarem maior capacidade financeira para promover as competências. Por outro lado, no sistema político, bem como nas instâncias e personalidades em seu redor,
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Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo advoga-se a existência de poderes a mais conferidos às autarquias. Mesmo dentro de quem defende a restrição dos poderes autárquicos existe polémica. Para muitos a solução passa pela regionalização, conseguindo com estes poderes intermédios controlar e administrar melhor as finanças locais, havendo também um poder responsável que fiscalize o poder local. Com a regionalização pensa-se conseguir também adquirir a dimensão e o estatuto para absorver as competências mais alargadas que os municípios reclamam. Para outros, passa por encontrar dentro do quadro legal em vigor uma solução de intermunicipalidade que garanta dimensão e capacidade aos poderes autárquicos para adquirir mais competências e financiamento.”
O princípio da autonomia local é relevado no nº 1 do artigo 3.º da Carta Europeia de Autonomia Local referindo-se que “a autonomia local é o direito das autarquias locais regulamentarem e gerirem, nos termos da lei, sob sua responsabilidade e no interesse das respetivas populações, uma parte importante dos assuntos públicos”. A descentralização administrativa assegura a concretização do princípio da subsidiariedade, devendo as atribuições e competências ser exercidas pelo nível da administração, melhor colocado, para as prosseguir com racionalidade, eficácia e proximidade junto dos cidadãos. No entanto, apesar desta autonomia de ação, o Estado detém a tutela administrativa das autarquias locais e as suas associações. A tutela, meramente inspetiva, faz cumprir a lei e verifica se esta está a ser executada, nomeadamente no que concerne à gestão financeira e patrimonial. À luz destes desígnios democráticos, o regime financeiro das autarquias locais teve diferentes períodos de autonomia:
Entre 1976 e 1979 – apesar do reconhecimento constitucional da autonomia financeira das autarquias, estas apresentaram-se subalternas ao poder central neste período, sendo que demorou três anos a promulgação da Lei n.º 1/79, de 2 de Janeiro de 1979 (primeira Lei das Finanças Locais);
Entre 1979 e 1984 – as autarquias começaram a ter conhecimento das verbas que receberiam e a poder executar as suas atividades com receitas definidas. Contudo, este período é marcado pelo sucessivo corte de verbas pelos Governos centrais;
Entre 1984 e 1986 – com a alteração da Lei das Finanças Locais, é revogado o mínimo de 18% na participação das autarquias nas despesas públicas fixadas anualmente pelo Orçamento de Estado, estando assim as autarquias dependentes da decisão do Governo quanto à sua dotação anual;
A partir de 1986 – com a entrada de Portugal na Comunidade Europeia, as fontes de financiamento foram alargadas e com maior capacidade de independência das autarquias face às imposições do Governo.
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O regime financeiro dos municípios assentava :
Na Lei das Autarquias Locais (LAL) que definia o quadro de competências e regime jurídico de funcionamento dos órgãos das autarquias - Lei n.º 169/99, 18 de Setembro, republicada pela Lei n.º 5A/2002, de 11 de Janeiro.
Na Lei das Finanças Locais (LFL) - Lei n.º 2/2007, de 15 de Janeiro, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 22-A/2007, de 29 de Junho - a qual definia o regime das finanças locais, estando a autonomia financeira das autarquias locais particularmente aqui concretizada.
No Plano Oficial de Contas das Autarquias Locais (POCAL), constante do Decreto-Lei nº 54-A/99, de 22 de Fevereiro, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 162/99, de 14 de Setembro, pelo Decreto-Lei nº 315/2000, de 2 de Dezembro e pelo Decreto-Lei n.º 84-A/2002, de 5 de Abril.
Segundo o autor Joaquim Alexandre, a Lei das Finanças Locais, visando a disciplina financeira das autarquias, constituiu um desafio profundo para a gestão das câmaras municipais, impondo aos políticos eleitos a adoção de medidas de renovação que integrassem objetivos e práticas de remoção “das causas estruturais do caos financeiro” em presença na administração local, “pois é publicamente sabido que a esmagadora maioria dos municípios portugueses chegou ao limiar do colapso orçamental, atingindo patamares de insustentabilidade incompaginável com o exercício dos seus poderes de autoridade, com a lei e com o adiamento de medidas drásticas”. Impondo-se uma disciplina financeira na administração local, era reconhecido que o poder local influenciava decisivamente o quotidiano das populações, o padrão de qualidade de vida da sua comunidade e o nível dos serviços que lhes eram prestados. “Há hoje um consenso alargado relativamente ao papel da administração local no desenvolvimento económico do país. (…) Com o advento da mudança tecnológica, a administração local torna-se, devido à proximidade com os agentes económicos e populações, um interlocutor central na gestão da inovação e do empreendedorismo. Por outro lado, a difusão da economia do conhecimento coloca à administração local um desafio para si própria e para a sua modernização, assistindo-se por isso a novas interações entre tecnologia e formas de governo norteadas pela eficiência e pela redução dos custos” (SPI, 2007).
2- O quadro legislativo associado às autarquias locais foi entretanto objeto de grandes alterações, nomeadamente:
Lei nº 73/2013, de 3 de Setembro, a qual define o novo regime Financeiro das Autarquias Locais e das Entidades Intermunicipais. Este diploma revoga a atual Lei das Finanças Locais (Lei 2/2007, de 15 de Janeiro), a partir de 1 de Janeiro de 2014, altura em que entra em vigor.
Lei n.º 75/2013, de 12 de Setembro, estabelece o regime jurídico das autarquias locais, aprova o estatuto das entidades intermunicipais, estabelece o regime jurídico da transferência de competências do Estado para as autarquias locais e para as entidades intermunicipais e aprova o regime jurídico do associativismo autárquico.
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1.3 – Fontes de financiamento
As autarquias locais devem dispor de recursos financeiros adequados ao exercício das suas atribuições. De acordo com o princípio da autonomia financeira, as autarquias têm património e finanças próprios, cuja gestão compete aos respetivos órgãos, tendo o poder de arrecadar e dispor de receitas que por lei lhe sejam destinadas. A autonomia financeira supõe, portanto, a disposição, por parte das autarquias, de receitas suficientes para a realização das tarefas correspondentes à prossecução das suas atribuições e competências. No âmbito da Lei das Finanças Locais constituíam as principais receitas dos municípios: Receitas fiscais (artigo 10.º da Lei das Finanças Locais), nomeadamente Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI); Imposto Municipal sobre a Transmissão onerosa de Imóveis (IMT); Imposto Único de Circulação (IUC); Derrama Municipal; Impostos indiretos.
Taxas e Preços - A criação das taxas (artigo 15.º da Lei das Finanças Locais) estava subordinada aos princípios da equivalência jurídica, da justa repartição dos encargos públicos, e da publicidade, incidindo sobre utilidades prestadas aos particulares, geradas pela atividade dos municípios, ou resultantes da realização de investimentos municipais. Repartição de recursos públicos entre o Estado e os municípios, nomeadamente Fundo de Equilíbrio Financeiro, Fundo Social Municipal e Participação no IRS (artigo 19.º da Lei das Finanças Locais): Fundo de Equilíbrio Financeiro (FEF) - tendo em vista atingir os objetivos de equilíbrio financeiro horizontal, promovendo a correção de desigualdades entre autarquias do mesmo grau, bem como de equilíbrio financeiro vertical, visando adequar os recursos de cada nível de administração às respetivas atribuições e competências. O valor do FEF é igual a 25,3% da média aritmética simples da receita proveniente do IRS, IRC e IVA do ano anterior. O FEF é repartido:
50% como Fundo Geral Municipal, correspondendo a uma transferência financeira do Estado que visava dotar os municípios de condições financeiras adequadas ao desempenho das suas atribuições, em função dos respetivos níveis de funcionamento e investimento;
50% como Fundo de Coesão Municipal, visando reforçar a coesão municipal bem como fomentar a correção de assimetrias, em benefício dos municípios menos desenvolvidos, onde existissem situações de desigualdade relativamente às correspondentes médias nacionais. A compensação por desigualdade de oportunidades visava compensar, para certos municípios, a diferença de oportunidades decorrente da desigualdade de acesso a condições necessárias para poderem ter uma vida mais longa, com
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Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo melhores níveis de saúde, de conforto, de saneamento básico e de aquisição de conhecimentos; Fundo Social Municipal - constituindo uma transferência financeira do Orçamento do Estado consignada ao financiamento de despesas determinadas, relativas a atribuições e competências dos municípios associadas a funções sociais, nomeadamente na educação, na saúde ou na ação social;
Participação de 5% no IRS - o município teria direito, em cada ano, a uma participação variável, até 5% do IRS dos sujeitos passivos com domicílio fiscal na respetiva circunscrição territorial, relativa aos rendimentos do ano imediatamente anterior.
Receitas patrimoniais, resultantes da gestão do património municipal – rendimentos de propriedade, venda de bens duradouros e não duradouros, e ainda venda de bens de investimento e ativos financeiros.
Crédito e endividamento municipal – decorrentes da contração de empréstimos bancários, empréstimos obrigacionistas, contratos de locação financeira e dívidas a fornecedores. A urgência inerente ao desenvolvimento de uma estratégia de consolidação orçamental no âmbito da administração local conduziu a que na LFL fossem ratificadas medidas conducentes ao controlo do endividamento municipal. Segundo o art.º 35.º da LFL, o endividamento autárquico dever-se-ia orientar por princípios de rigor e eficiência, de forma a minimizar custos diretos e indiretos numa perspetiva de longo prazo, a garantir uma distribuição equilibrada de custos pelos vários orçamentos anuais, a prevenir a excessiva concentração temporal de amortização e a evitar uma exposição a riscos excessivos. Com o intuito de alcançar um maior controlo do endividamento municipal, através da determinação de novas regras de cálculo para a capacidade de endividamento de cada município, estabeleceu-se, no art.º 36º da LFL, o conceito do montante de Endividamento Líquido Municipal. A possibilidade de recorrer ao crédito para realizar investimentos liberta recursos no curto prazo, mas gera compromissos de despesa futura, em juros e amortizações do capital. Um executivo, ao recorrer excessivamente a este instrumento, está a limitar a ação política dos executivos seguintes, sendo do interesse do poder local que haja limites à possibilidade de contração de dívidas. Definiram-se assim, na LFL, limites ao endividamento líquido, ao endividamento de curto prazo e ao endividamento de médio e longo prazo.
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2 – Análise da execução orçamental dos municípios
A Câmara Municipal, órgão executivo do município, está obrigado a “prestar contas”. Os documentos de prestação de contas devem fornecer informação oportuna e fiável, de forma a permitir executar o controlo financeiro, verificar a legalidade, e analisar a eficácia, a eficiência e a economia das decisões. Por outro lado, a informação financeira dos municípios deve ser transparente e estar acessível aos seus cidadãos e a entidades institucionais. A estrutura das receitas encontra-se definida no classificador económico apresentado no Decreto-Lei nº26/2002, de 14 de Fevereiro, adaptado às autarquias locais. As receitas são agrupadas, pela sua natureza económica, em receitas correntes e receitas de capital. Cada um destes grupos é constituído por um conjunto de capítulos de agregados económicos com a denominação apresentada na tabela seguinte: Estrutura da Receita Receitas Correntes
Receitas de Capital
Outras Receitas
01 - Impostos diretos: - Imposto único de circulação; -Imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis; - Imposto municipal sobre imóveis; - Derrama; - Impostos abolidos, como contribuição autárquica, imposto municipal de sisa e outros impostos diretos diversos. 02 - Impostos indiretos: - Taxas, licenças, emolumentos ou outras semelhantes, pagas por unidades empresariais. 04 - Taxas, multas e outras penalidades: - Taxas pagas pelos particulares, em contrapartida da emissão de licenças e da prestação de serviços, nos termos da lei - Multas e outras penalidades, pela transgressão da lei, posturas e outros regulamentos.
09 - Venda de bens de investimento: - Rendimentos provenientes da alienação, a título oneroso, de bens de capital que, na aquisição ou construção, tenham sido contabilizados como investimento.
15 - Reposições não abatidas nos pagamentos: - Receitas resultantes das entradas de fundos na tesouraria, em resultado de pagamentos orçamentais indevidos, ocorridos em anos anteriores, ou em razão de não terem sido utilizados, na globalidade ou parte, pelas entidades que os receberam. 16 - Saldo da gerência anterior
05 - Rendimentos de propriedade: - Receitas provenientes do rendimento de ativos financeiros, como depósitos bancários, títulos e empréstimos cedidos, e rendas de ativos não produtivos, como terrenos e ativos incorpóreos. 06 - Transferências correntes: - Recursos financeiros auferidos sem qualquer contrapartida, destinados ao financiamento de despesas correntes ou sem afetação preestabelecida. 07 - Venda de bens e serviços correntes: - Produto da venda dos bens, inventariados ou não, que inicialmente não tenham sido classificados como bens de capital ou de investimento; - Recebimentos de prestação de serviços.
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10 - Transferências de capital: - Recursos financeiros auferidos sem qualquer contrapartida, destinados ao financiamento de despesas de capital. 11 - Ativos financeiros: - Venda e amortização de títulos de crédito, designadamente obrigações e ações ou outras formas de participação, assim como as resultantes do reembolso a favor da autarquia, do valor da amortização de empréstimos afetos aos serviços municipalizados, ou subsídios reembolsáveis concedidos nos termos da lei. 12 - Passivos financeiros: - Receitas provenientes da emissão de obrigações e de empréstimos contraídos a curto prazo e a médio e longo prazo.
17 - Operações extra-orçamentais
13 - Outras receitas de capital: - Receitas que não tiveram cabimento nas rubricas anteriores; trata-se de um capítulo económico com carácter residual.
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Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo 08 -Outras receitas correntes: - Receitas que não tiveram cabimento nas rubricas anteriores: indemnizações por deterioração, roubo e extravio de bens patrimoniais; indemnizações de estragos provocados por outrem em viaturas ou outros equipamentos pertencentes às entidades; recuperações de IVA.
O mesmo diploma apresenta o classificador económico das despesas, estrutura das despesas públicas, para todo o sector da administração. Assim, também as despesas são agrupadas pela sua natureza económica, em despesas correntes e despesas de capital. Cada um destes grupos é constituído por um conjunto de capítulos de agregados económicos com a denominação apresentada no quadro seguinte:
Estrutura das Despesas Despesa Corrente
Despesas de Capital
Outras Despesas
01- Despesas com o pessoal: - Remunerações principais, abonos acessórios e compensações que requeiram processamento nominalmente individualizado e que, de forma transitória ou permanente, sejam satisfeitos pela autarquia local, tanto aos seus trabalhadores que exerçam funções públicas, como aos indivíduos que prestam serviço na autarquia local em regime de tarefa ou avença; - Despesas que a autarquia suporta, como entidade patronal, com a segurança social dos seus trabalhadores. 02- Aquisição de bens e serviços: - Despesas em bens de consumo (duráveis ou não) e com aquisição de serviços.
07- Aquisição de bens de capital: - Aquisições do tipo investimentos, locação financeira e bens do domínio público.
12Operações extra-orçamentais
03- Juros e outros encargos: - Juros, montante que o devedor tem a responsabilidade de pagar ao credor ao longo de um determinado período pela utilização de um determinado montante de capital; - Outras despesas correntes inerentes à contratação e gestão dos empréstimos até ao seu vencimento; - Despesas inerentes aos serviços bancários e outras despesas/encargos financeiros que não sejam juros. 04- Transferências correntes: - Importâncias a entregar a entidades para financiar despesas correntes, não implicando qualquer contraprestação direta para o município por parte das unidades recebedoras. 05- Subsídios: - Fluxos financeiros não reembolsáveis, dos municípios para as empresas públicas municipais e intermunicipais ou empresas participadas, com o objetivo de influenciar níveis de produção, preços ou remunerações dos fatores de produção. 06- Outras despesas correntes: - Despesas que não tiveram cabimento nas outras rubricas das despesas correntes.
08- Transferências de capital: - Importâncias a entregar a entidades, para financiar despesas de capital, não implicando qualquer contraprestação direta para o município por parte das unidades recebedoras. 09- Ativos financeiros: - Operações financeiras com a aquisição de títulos de crédito e com a concessão de empréstimos e adiantamentos ou subsídios reembolsáveis, nomeadamente a serviços municipalizados. Englobam as aplicações financeiras de tesouraria mas também as aplicações financeiras de médio e longo prazo. 10- Passivos financeiros: - Pagamentos decorrentes da amortização de empréstimos, regularização de adiantamentos ou subsídios reembolsáveis e garantias. 11- Outras receitas de capital: - Despesas que não tiveram cabimento nas outras rubricas das despesas de capital.
Neste estudo, procede-se a uma breve análise da execução orçamental apresentada pelos municípios da RLVT, resultante dos exercícios financeiros de 2012, com especial destaque, e 2011 – análise evolutiva, refletindo-se sobre a estrutura das receitas cobradas e das despesas pagas, evidenciando-se também uma análise a alguns indicadores de gestão financeira.
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2.1 – Caracterização das receitas 2.1.1 – Estrutura das receitas totais No ano de 2012, os municípios da RLVT arrecadaram 2.742,2 milhões de euros, equivalente a 749 € por 3
habitante , sendo que 61% das receitas foram cobradas pelos municípios da sub-região de Grande Lisboa. Na RLVT, a maior parte das receitas resultou da cobrança de receitas fiscais (impostos diretos e indiretos) representando 37% do total de receitas, 303 € por habitante. As transferências recebidas, nomeadamente Fundos Municipais e Fundos Comunitários, ascenderam aos 28% (213 € por habitante), enquanto o produto da cobrança de taxas, rendimentos e venda de bens e serviços teve um peso de 16%, 94 € por habitante. De realçar o maior peso das transferências no total das receitas, associado aos municípios das sub-regiões do Médio Tejo, da Lezíria do Tejo e do Oeste, relativamente à média da RLVT, as quais apresentaram um peso, respetivamente de 65%, 58% e 45%, decorrente essencialmente da dependência relativamente a receitas externas e fundos estruturais da Comunidade Europeia. Sendo sub-regiões formadas por municípios de pequena e média dimensão, a capacidade de gerar receitas próprias é mais limitada. O recurso ao crédito em 2012, na RLVT, representou 3 % do total de receitas, sendo que a sub-região do Oeste ultrapassou a média da região, neste ano, em que 4% das suas receitas resultaram do endividamento bancário, 29 € por habitante, quando, para a RLVT, essa média foi de 21 € por habitante. De destacar também os 274,1 milhões de euros recebidos a título de indemnização por municípios, nomeadamente Lisboa, representando 16 % das receitas totais da sub-região de Grande Lisboa. O saldo da gerência anterior, transitado para o exercício financeiro de 2012, ascendeu aos 91,3 milhões de euros, 3% das receitas totais da RLVT.
RLVT - Estrutura das receitas totais dos municípios, por NUTS III, 2012 RLVT € IMPOSTOS DIRECTOS IMPOSTOS INDIRECTOS TAXAS, MULTAS E OUTRAS PENALIDADES RENDIMENTOS DA PROPRIEDADE TRANSFERÊNCIAS CORRENTES VENDA DE BENS E SERVIÇOS CORRENTES OUTRAS RECEITAS CORRENTES RECEITAS CORRENTES
GL %
€
PS
LT
MT
O
%
€
%
€
%
€
%
€
%
939.158.004
35
645.358.392
38
157.167.210
38
37.662.314
21
32.710.893
17
66.259.194
28
63.747.359
2
26.907.029
2
27.356.845
7
1.835.720
1
1.664.632
1
5.983.132
3
106.615.296
4
82.341.415
5
15.214.277
4
2.151.925
1
3.273.024
2
3.634.655
2
88.845.731
3
56.644.658
3
11.742.190
3
6.035.154
3
7.543.157
4
6.880.572
3
524.434.211
19
262.567.911
15
78.416.969
19
61.327.336
34
60.420.788
31
61.701.207
26
255.852.553
9
127.699.152
7
65.509.105
16
14.489.417
8
16.258.503
8
31.896.375
13
24.108.011
1
17.386.283
1
2.279.841
1
1.275.076
1
2.195.023
1
971.789
0
2.002.761.166
73
1.218.904.841
71
357.686.438
86
124.776.942
69
124.066.020
64
177.326.925
75
3
Os dados da população reportam ao INE - resultados definitivos Censos 2011: RLVT (3.659.868 hab); Grande Lisboa (2.042.477 hab); Península de Setúbal (779.399 hab); Lezíria do Tejo (247.453 hab); Médio Tejo (227.999 hab); Oeste (362.540 hab).
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Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo VENDA DE BENS DE INVESTIMENTO TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL ACTIVOS FINANCEIROS PASSIVOS FINANCEIROS OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL (indemnizações) RECEITAS DE CAPITAL REPOSIÇÕES NÃO ABATIDAS NOS PAGAMENTOS SALDO DA GERÊNCIA ANTERIOR RECEITAS TOTAIS
32.226.878
1
30.220.793
2
313.803
0
462.896
0
673.638
0
555.747
0
255.319.630
9
59.767.673
3
42.033.297
10
42.796.274
24
66.294.769
34
44.427.617
19
2.365.699
0
615.128
0
1.137.287
0
10.120
0
228.727
0
374.437
0
78.385.348
3
48.508.722
3
11.581.195
3
5.213.966
3
2.591.117
1
10.490.348
4
276.696.657
10
274.121.232
16
1.167.962
0
426.531
0
327.665
0
653.266
0
644.994.211
24
413.233.548
24
56.233.544
14
48.909.788
27
70.115.916
36
56.501.416
24
3.145.984
0
2.387.637
0
261.595
0
290.321
0
122.780
0
83.650
0
91.279.681
3
79.969.908
5
2.123.202
1
5.745.317
3
829.840
0
2.611.414
1
100
1.714.495.933
100
416.304.780
100
179.722.367
100
195.134.556
100
236.523.406
100
2.742.181.041
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios controlo orçamental da receita
RLVT - Receitas municipais, 2012 Passivos financeiros 3% Venda de bens de investimento 1%
Outras receitas 15%
Receitas fiscais 37%
Taxas, Rendimentos e venda de bens e serviços 16%
PS - Receitas municipais, 2012 Passivos financeiros 3%
Outras receitas 2%
Receitas fiscais 44%
Transfer. (Fundos municipais e outras) 65%
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Transfer. (Fundos municipais e outras) 19%
Taxas, Rendimentos e venda de bens e serviços 15%
LT - Receitas municipais, 2012 Venda de financeiros 3% bens de investimento 0%
Outras receitas 4%
Transfer. (Fundos municipais e outras) 58%
MT - Receitas municipais, 2012 Passivos financeiros 1%
Receitas fiscais 39%
Outras receitas 22%
Passivos
Taxas, Rendimentos e venda de bens e serviços 22%
Venda de bens de investimento 0%
Passivos financeiros 3% Venda de bens de investimento 2%
Transfer. (Fundos municipais e outras) 28%
Venda de bens de investimento 0% Transfer. (Fundos municipais e outras) 29%
GL - Receitas municipais, 2012
Outras receitas 2%
Receitas fiscais 18%
Taxas, Rendimentos e venda de bens e serviços 14%
Receitas fiscais 22%
Taxas, Rendimentos e venda de bens e serviços 13%
O - Receitas municipais, 2012 Passivos Venda de financeiros bens de 4% investimento 0%
Transfer (Fundos municipais e outras) 45%
Outras receitas 2%
Receitas fiscais 31%
Taxas, Rendimentos e venda de bens e serviços 18%
15
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
RLVT - Receitas municipais, por NUTS III, 2012 (€) Outras receitas
1.800.000.000,00 1.600.000.000,00
Passivos financeiros
1.400.000.000,00 1.200.000.000,00
Venda de bens de investimento
1.000.000.000,00
Transferências (Fundos municipais e outras)
800.000.000,00 600.000.000,00
Taxas, Rendimentos e venda de bens e serviços
400.000.000,00 200.000.000,00
Receitas fiscais
0,00
GL
PS
LT
MT
O
RLVT - Capitação das receitas totais dos municipios, por NUTS III, 2012 (€/hab)
900 800 700 600 500 400 300
O
200
MT 100
LT PS
Receitas fiscais Taxas, Rendimentos e venda de bens e serviços
Receitas fiscais
GL Transferências (Fundos municipais e outras)
Venda de bens de investimento
Passivos financeiros
RLVT Outras receitas Total receitas
Taxas, Rendimentos e Transferências (Fundos venda de bens e serviços municipais e outras)
Venda de bens de investimento
Passivos financeiros
Outras receitas
Total receitas
RLVT
303
94
213
9
21
109
749
GL
369
90
158
15
24
183
839
PS
256
99
155
0
15
9
534
LT
168
83
421
2
21
31
726
MT
165
104
556
3
11
16
856
O
209
107
293
2
29
13
652
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios controlo orçamental da receita; População: INE - Resultados definitivos Censos 2011
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2.1.2 – Receitas fiscais
Em 2012, as receitas fiscais ascenderam aos 1003 milhões de euros na RLVT, decorrendo da cobrança:
Impostos diretos, 94% da receita fiscal, nomeadamente receitas provenientes do imposto único de circulação (8%), imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis (18%), imposto municipal sobre imóveis (53%) e Derrama (15%);
Impostos indiretos, representando 6% das receitas fiscais.
Cada habitante da RLVT contribuiu em média com 303 € na cobrança desta receita fiscal, sendo que os municípios da Grande Lisboa e da Península de Setúbal, essencialmente municípios de grande e média dimensão, participaram em 369 € e 256 €, respetivamente. RLVT - Estrutura da receita fiscal dos municípios, 2012 (€, %) RLVT IMPOSTOS INDIRETOS IMP MUNICIPAL SOBRE IMÓVEIS IMP ÚNICO CIRCULAÇÃO IMP MUNICIPAL SOBRE AS TRANSMISSÕES ONEROSAS DE IMÓVEIS DERRAMA IMPOSTOS ABOLIDOS IMPOSTOS DIRECTOS DIVERSOS IMPOSTOS DIRETOS TOTAL RECEITA FISCAL
GL
PS
LT
MT
O
63.747.359
6%
26.907.029
4%
27.356.845
15%
1.835.720
5%
1.664.632
5%
5.983.132
8%
526.498.500
53%
339.732.593
51%
102.813.582
56%
21.774.887
55%
20.062.123
58%
42.115.315
58%
82.105.575
8%
52.296.897
8%
14.264.229
8%
4.561.581
12%
4.072.522
12%
6.910.346
10%
177.986.352
18%
126.841.988
19%
25.351.755
14%
7.217.158
18%
5.272.877
15%
13.302.573
18%
150.246.372
15%
125.123.916
19%
14.016.434
8%
4.040.590
10%
3.254.883
9%
3.810.548
5%
1.745.431
0%
1.157.298
0%
351.134
0%
68.099
0%
48.488
0%
120.412
0%
575.774
0%
205.699
0%
370.076
0%
0%
0
0%
939.158.004
94%
645.358.392
96%
157.167.210
85%
37.662.314
95%
32.710.893
95%
66.259.194
92%
1.002.905.363
100%
672.265.421
100%
184.524.055
100%
39.498.035
100%
34.375.525
100%
72.242.327
100%
0%
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios controlo orçamental da receita
RLVT - Estrutura da receita fiscal dos municípios, 2012 DERRAMA 15% IMP MUNICIPAL SOBRE AS TRANSMISSÕES ONEROSAS DE IMÓVEIS 18%
IMP ÚNICO CIRCULAÇÃO 8%
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IMPOSTOS INDIRETOS 6%
IMP MUNICIPAL SOBRE IMÓVEIS 53%
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Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
RLVT - Receitas fiscais dos municípios, por NUTS III, 2012 (€) 700.000.000
IMPOSTOS DIRETOS DIVERSOS
600.000.000
IMPOSTOS ABOLIDOS
500.000.000
DERRAMA
400.000.000
IMP MUNICIPAL SOBRE AS TRANSMISSÕES ONEROSAS DE IMÓVEIS
300.000.000
IMP ÚNICO CIRCULAÇÃO 200.000.000
IMP MUNICIPAL SOBRE IMÓVEIS 100.000.000
IMPOSTOS INDIRETOS 0
GL
PS
LT
MT
O
RLVT - Estrutura receitas fiscais dos municípios, por NUTS III, 2012 IMPOSTOS INDIRETOS
O
IMP MUNICIPAL SOBRE IMÓVEIS
MT
IMP ÚNICO CIRCULAÇÃO
LT
IMP MUNICIPAL SOBRE AS TRANSMISSÕES ONEROSAS DE IMÓVEIS DERRAMA
PS IMPOSTOS ABOLIDOS
GL 0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
IMPOSTOS DIRETOS DIVERSOS
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios controlo orçamental da receita
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18
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
2.1.3 – Transferências recebidas
Em 2012 as transferências recebidas pelos municípios da RLVT ascenderam a cerca de 780 milhões de euros (28% das receitas totais) decorrendo essencialmente das transferências do Estado, através dos fundos municipais, com 578 milhões de euros (74% do total de transferências), e dos fundos comunitários, com 118 milhões de euros, ou seja 15% das transferências recebidas. Particular destaque para as sub regiões do Médio Tejo, do Oeste e da Lezíria do Tejo, as quais evidenciam um maior apoio dos fundos estruturais da comunidade europeia. RLVT - Estrutura das transferências recebidas pelos municípios, 2012 (%, €) RLVT
GL
PS
LT
MT
O
Transferências do Estado, Fundos municipais
578.163.836
74%
245.037.042
76%
91.761.288
76%
80.681.820
77%
81.617.168
64%
79.066.518
75%
Correntes
479.011.235
61%
226.133.509
70%
76.021.009
63%
59.540.176
57%
58.446.218
46%
58.870.323
55%
Capital
99.152.601
13%
18.903.533
6%
15.740.279
13%
21.141.644
20%
23.170.950
18%
20.196.195
19%
117.933.646
15%
17.556.663
5%
21.331.526
18%
21.503.035
21%
34.660.056
27%
22.882.365
22%
Transferências Estado, Fundos comunitários Correntes
2.525.210
0%
853.659
0%
240.514
0%
324.438
0%
603.497
0%
503.102
0%
Capital
115.408.436
15%
16.703.004
5%
21.091.012
18%
21.178.597
20%
34.056.559
27%
22.379.263
21%
Transferências do Estado, outras
20.197.210
3%
20.160.880
6%
36.330
0%
0
0%
0
0%
0
0%
Outras transferências
63.459.149
8%
39.580.998
12%
7.321.122
6%
1.938.755
2%
10.438.333
8%
4.179.941
4%
779.753.841
100%
322.335.583
100%
120.450.266
100%
104.123.610
100%
126.715.557
100%
106.128.824
100%
Total
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios controlo orçamental da receita
RLVT - Estrutura das transferências recebidas pelos municípios, 2012 Outras transferências do Estado 3% Transferências Estado - Fundos comunitários 15%
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Outras tranferências 8%
Transferências do Estado - Fundos municipais 74%
19
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
RLVT - Transferências recebidas pelos municípios, por NUTS III, 2012 (€)
350.000.000
Outras tranferências
300.000.000 250.000.000
Transferências do Estado, outras
200.000.000
Transferências Estado, Fundos comunitários
150.000.000 100.000.000
Transferências do Estado, Fundos municipais
50.000.000 0
GL
PS
LT
MT
O
RLVT - Estrutura das transferências recebidas pelos municípios, por NUTS III, 2012
O
Transferências do Estado, Fundos municipais
MT
Transferências Estado, Fundos comunitários
LT Transferências do Estado, outras
PS Outras tranferências
GL 0%
20%
40%
60%
80%
100%
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios controlo orçamental da receita
DSAJAL / DSRVT
20
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
2.1.4 – Recurso ao crédito Em 2012 os municípios da RLVT contratualizaram 78, 4 milhões de euros de empréstimos, dos quais 38 milhões de euros (48%) decorreram de contração de empréstimos de curto prazo e 40,4 milhões de euros (52%) de recurso ao crédito a médio e longo prazo. RLVT - Estrutura do passivo financeiro, 2012 (%, €) RLVT
GL
PS
LT
MT
O
EMPRÉSTIMOS A CURTO PRAZO
37.990.338
48%
24.800.000
51%
3.750.000
32%
4.029.338
77%
701.000
27%
4.710.000
45%
EMPRÉSTIMOS A MÉDIO E LONGO PRAZOS
40.395.010
52%
23.708.722
49%
7.831.195
68%
1.184.628
23%
1.890.117
73%
5.780.348
55%
TOTAL PASSIVOS FINANCEIROS
78.385.348
100%
48.508.722
100%
11.581.195
100%
5.213.966
100%
2.591.117
100%
10.490.348
100%
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios controlo orçamental da receita
RLVT - Empréstimos a Curto, Médio e Longo prazo contratualizados em 2012 EMPRÉSTIMOS A MÉDIO E LONGO PRAZOS 52%
EMPRÉSTIMOS A CURTO PRAZO 48%
RLVT - Recurso ao crédito efetuado pelos municípios, por NUTS III, em 2012 (€) 50.000.000 45.000.000 40.000.000 35.000.000
EMPRÉSTIMOS A MÉDIO E
30.000.000
LONGO PRAZOS
25.000.000 20.000.000
EMPRÉSTIMOS A CURTO
15.000.000
PRAZO
10.000.000 5.000.000 0
GL
PS
LT
MT
O
RLVT - Empréstimos a Curto, Médio e Longo prazo, contratualizados em 2012, por NUTS III O EMPRÉSTIMOS A CURTO PRAZO
MT LT
EMPRÉSTIMOS A MÉDIO E LONGO PRAZOS
PS GL 0%
20%
40%
60%
80%
100%
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios controlo orçamental da receita
DSAJAL / DSRVT
21
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
2.1.5 – Análise evolutiva das receitas 2011 / 2012
As receitas totais da RLVT apresentaram uma evolução positiva relativamente a 2011 (+ 10%) em especial resultante da cobrança de receitas efetuada pelas sub-regiões da Grande Lisboa (+ 19%), nomeadamente indemnizações recebidas, e Península de Setúbal (+ 3%), já que ocorreu uma evolução negativa na Lezíria do Tejo (- 8%), Médio Tejo (- 5%) e Oeste (- 2%). Comportamento semelhante ocorreu com a evolução das receitas próprias, à exceção da sub-região do Oeste em que este agregado subiu ligeiramente. As transferências recebidas pelos municípios da RLVT cresceram ligeiramente (+ 1,3%), em especial devido ao acréscimo ocorrido na Península de Setúbal e no Médio Tejo. O recurso ao crédito, em 2012, foi 45% menor que no ano de 2011, tendo diminuído em todas as sub-regiões.
RLVT - Evolução das receitas totais dos municípios, por NUTS III, 2011/2012 (€)
RLVT - Capitação das receitas totais dos municípios, por NUTS III, 2011/2012 (€/hab)
3.000.000.000
2011
2012
2.500.000.000
898 856
839 788
749
2.000.000.000
681
726
708
664
1.500.000.000
652
534 521
1.000.000.000
500.000.000
0 RLVT GL PS 2011 2.492.730.863 1.446.621.013 405.757.537
LT
MT
O
194.997.123
204.641.770
240.713.420
2012 2.742.181.041 1.714.495.933 416.304.780
179.722.367
195.134.556
236.523.406
RLVT
GL
PS
LT
MT
O
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios controlo orçamental da receita; População: INE - Resultados definitivos Censos 2011
DSAJAL / DSRVT
22
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo RLVT - Evolução das receitas próprias dos municípios, por NUTS III, 2011/2012 (€)
RLVT - Capitação das receitas próprias dos municípios, por NUTS III, 2011/2012 (€/hab) 2011
2.000.000.000
2012
1.800.000.000 1.600.000.000
658
1.400.000.000 1.200.000.000
515 508
1.000.000.000
432 365 354
800.000.000
331 329 305 316 289 284
600.000.000 400.000.000 200.000.000 0 RLVT GL PS LT 2011 1.580.915.9 1.037.907.2 275.792.743 78.312.203
MT O 69.521.737 119.381.981
2012 1.884.041.8 1.343.651.6 284.273.319 70.384.791
65.827.882 119.904.233
RLVT
GL
PS
LT
MT
O
RLVT - Capitação das transferências recebidas (fundos municipais e outras), por NUTS III, 2011/2012 (€/hab)
RLVT - Evolução das transferências recebidas (fundos municipais e outras), por NUTS III, 2011/2012 (€) 900.000.000 800.000.000
2011
2012
700.000.000
556 540
600.000.000 500.000.000
424 421
400.000.000 300.000.000
213 210
200.000.000 100.000.000 0
RLVT
GL
PS
LT
MT
O
2011
769.942.106
324.926.946
110.464.641
105.022.929
123.209.648
106.317.942
2012
779.753.841
322.335.583
120.450.266
104.123.610
126.715.557
106.128.824
RLVT
RLVT - Evolução do Passivo financeiro, por NUTS III, 2011/2012 (€)
293 293 159 158
155 142
GL
PS
LT
MT
O
RLVT - Capitação do passivo financeiro, por NUTS III, 2011/2012 (€/hab)
160.000.000
2011
140.000.000
2012
120.000.000
52 100.000.000
47
80.000.000
41
41
39
60.000.000 40.000.000
21
24
21 15
20.000.000 0
29
25
RLVT
GL
PS
LT
MT
O
2011
141.872.829
83.786.803
19.500.153
11.661.991
11.910.386
15.013.497
2012
78.385.348
48.508.722
11.581.195
5.213.966
2.591.117
10.490.348
RLVT
GL
PS
11
LT
MT
O
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios controlo orçamental da receita; População: INE - Resultados definitivos Censos 2011
DSAJAL / DSRVT
23
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
2.2 – Caracterização das despesas 2.2.1 – Estrutura das despesas totais No ano de 2012 os municípios da RLVT despenderam 2.622,2 milhões de euros, equivalente a 716 € por habitante. Na RLVT, as despesas com o pessoal representaram 28% do total das despesas (203 € por habitante), sendo que as sub-regiões da Península de Setúbal e da Lezíria do Tejo ultrapassaram a média regional, com 38% e 33%, respetivamente. As despesas que foram pagas para aquisição de bens e serviços obtiveram um peso de 23% das despesas totais. Quanto ao serviço de dívida, relativo aos encargos financeiros e amortizações de capital de empréstimos de curto, médio e longo prazo, na RLVT regista-se um peso de 21%, 149 € por habitante, sendo que na sub-região Grande Lisboa aqueles encargos correspondem a 28% do total das suas despesas, ou seja 222 € por habitante, e na sub-região da Península de Setúbal correspondem a 9% do total de despesas, ou seja, 47 € por habitante. A aquisição de bens de capital envolveu um gasto correspondente a 13% das despesas (93 € por habitante), aplicando-se na sua maioria ao financiamento de investimento, enquanto as transferências pagas a outras entidades, nomeadamente freguesias, ascenderam aos 10% do total de despesas, na RLVT. Registe-se ainda, que na região, 64% das despesas totais são correntes, refletindo-se o peso das despesas de funcionamento, o qual é particularmente maior nas sub-regiões do Oeste, Península de Setúbal e Lezíria do Tejo, em que, respetivamente 74%, 69% e 68% das despesas são correntes.
RLVT - Estrutura das despesas totais municipais, por NUTS III, 2012 (%, €) RLVT
GL
PS
LT
MT
O
DESPESAS COM O PESSOAL
743.614.408
28%
419.031.941
26%
156.173.90 6
38%
55.905.287
33%
48.869.566
26%
63.633.709
28%
AQUISIÇÃO DE BENS E SERVIÇOS
604.365.244
23%
339.575.551
21%
96.598.985
23%
43.245.931
25%
49.774.315
27%
75.170.462
33%
JUROS E OUTROS ENCARGOS
44.542.688
2%
27.508.090
2%
5.522.076
1%
3.272.074
2%
3.646.492
2%
4.593.955
2%
TRANSFER CORRENTES
203.027.017
8%
148.217.642
9%
20.860.416
5%
9.075.253
5%
7.128.110
4%
17.745.597
8%
SUBSÍDIOS
43.852.878
2%
36.516.112
2%
539.059
0%
2.210.614
1%
1.819.611
1%
2.767.481
1%
OUT.DESPESAS CORRENTES
33.442.185
1%
17.621.839
1%
5.318.307
1%
2.481.397
1%
2.870.859
2%
5.149.783
2%
Despesas correntes
1.672.844.419
64%
988.471.175
61%
285.012.749
69%
116.190.556
68%
114.108.952
61%
169.060.987
74%
AQUISIÇÃO DE BENS DE CAPITAL
341.259.513
13%
155.536.196
10%
60.263.930
15%
31.793.252
19%
54.170.720
29%
39.495.416
17%
TRANSFER DE CAPITAL
59.800.885
2%
34.999.566
2%
8.583.926
2%
5.235.054
3%
4.533.845
2%
6.448.493
3%
ACTIVOS FINANCEIROS
1.183.493
0%
240.000
0%
50.000
0%
223.983
0%
483.220
0%
186.290
0%
PASSIVOS FINANCEIROS
501.971.579
19%
425.606.650
26%
31.409.704
8%
16.319.011
10%
14.140.492
8%
14.495.723
6%
OUT DESPESAS DE CAPITAL
45.161.733
2%
16.650.640
1%
28.006.064
7%
70.886
0%
367.532
0%
66.612
0%
Despesas de capital
949.377.204
36%
633.033.052
39%
128.313.624
31%
53.642.186
32%
73.695.808
39%
60.692.534
26%
DESPESAS TOTAIS
2.622.221.623
100%
1.621.504.226
100%
413.326.373
100%
169.832.742
100%
187.804.761
100%
229.753.521
100%
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios controlo orçamental da despesa
DSAJAL / DSRVT
24
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo RLVT - Despesas municipais, 2012 OUTRAS DESPESAS 3%
SERVIÇO DA DÍVIDA 21%
TRANSFERÊN CIAS E SUBSÍDIOS 12%
GL - Despesas municipais, 2012
DESPESAS COM O PESSOAL 28%
AQUISIÇÃO DE BENS E SERVIÇOS 23%
AQUISIÇÃO DE BENS DE CAPITAL 13%
SERVIÇO DA DÍVIDA 28%
TRANSFER E SUBSÍDIOS 13%
TRANSFERÊN CIAS E SUBSÍDIOS 7%
OUTRAS DESPESAS 8%
AQUISIÇÃO DE BENS DE CAPITAL 15%
DESPESAS COM O PESSOAL 38%
SERVIÇO DA DÍVIDA 11% TRANSFER E SUBSÍDIOS 10%
AQUISIÇÃO DE BENS DE CAPITAL 19%
AQUISIÇÃO DE BENS E SERVIÇOS 23%
SERVIÇO DA DÍVIDA 9%
AQUISIÇÃO DE BENS DE CAPITAL 29%
DSAJAL / DSRVT
OUTRAS DESPESAS 2%
AQUISIÇÃO DE BENS E SERVIÇOS 21%
AQUISIÇÃO DE BENS DE CAPITAL 10%
MT - Despesas municipais, 2012
TRANSFERÊN CIAS E SUBSÍDIOS 7%
DESPESAS COM O PESSOAL 26%
LT - Despesas municipais, 2012
PS - Despesas municipais, 2012 SERVIÇO DA DÍVIDA 9%
OUTRAS DESPESAS 2%
OUTRAS DESPESAS 2%
DESPESAS COM O PESSOAL 33%
AQUISIÇÃO DE BENS E SERVIÇOS 25%
O - Despesas municipais, 2012
DESPESAS COM O PESSOAL 26%
AQUISIÇÃO DE BENS E SERVIÇOS 27%
SERVIÇO DA OUTRAS DÍVIDA DESPESAS TRANSFER E 8% 2% SUBSÍDIOS 12%
AQUISIÇÃO DE BENS DE CAPITAL 17%
DESPESAS COM O PESSOAL 28%
AQUISIÇÃO DE BENS E SERVIÇOS 33%
25
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
RLVT - Despesas municipais, por NUTS III, 2012 (€) 1.800.000.000,00
OUTRAS DESPESAS 1.600.000.000,00
SERVIÇO DA DÍVIDA
1.400.000.000,00 1.200.000.000,00
TRANSFERÊNCIAS E SUBSÍDIOS 1.000.000.000,00
AQUISIÇÃO DE BENS DE CAPITAL
800.000.000,00 600.000.000,00
AQUISIÇÃO DE BENS E SERVIÇOS
400.000.000,00
DESPESAS COM O PESSOAL 200.000.000,00 0,00
GL
PS
LT
MT
O
RLVT - Capitação das despesas totais dos municípios, por NUTS III, 2012 (€/hab)
900 800 700 600 500 400 300
O MT LT PS
200 100 0 DESPESAS COM O PESSOAL
AQUISIÇÃO DE BENS E SERVIÇOS
AQUISIÇÃO DE BENS DE CAPITAL
GL TRANSFERÊNCIAS E SUBSÍDIOS
SERVIÇO DA DÍVIDA
DESPESAS COM O PESSOAL 203
AQUISIÇÃO DE BENS E SERVIÇOS 165
AQUISIÇÃO DE BENS DE CAPITAL 93
TRANSFERÊNCIAS E SUBSÍDIOS 84
GL
205
166
76
PS
200
124
LT
226
MT O
RLVT
RLVT
OUTRAS DESPESAS
TOTAL DESPESAS
SERVIÇO DA DÍVIDA
OUTRAS DESPESAS
TOTAL DESPESAS
149
22
716
108
222
17
794
77
38
47
43
530
175
128
67
79
11
686
214
218
238
59
78
16
824
176
207
109
74
53
15
634
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios controlo orçamental da despesa
DSAJAL / DSRVT
26
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
2.2.2 – Aquisição de bens de capital Os encargos com a aquisição de bens de capital ascenderam aos 341,3 milhões de euros na RLVT, 93 € por 4
habitante, sendo que 285,5 milhões de euros (84%) aplicaram-se na realização de investimento , Incindindo essencialmente na construção de escolas (22% do total investido), e de viadutos, arruamentos e obras complementares (12%). RLVT – Estrutura relativa à aquisição de bens de capital pelos municípios, 2012 (€,%) RLVT
GL
PS
LT
MT
O
15.880.220
5%
13.203.566
8%
347.824
1%
418.498
1%
1.226.377
2%
683.954
2%
9.879.299
3%
5.719.482
4%
3.386.779
6%
156.413
0%
389.471
1%
227.154
1%
8.568.060
3%
2.585.757
2%
1.989.172
3%
692.744
2%
2.120.094
4%
1.180.292
3%
10.990.508
3%
1.893.570
1%
5.673.210
9%
1.529.731
5%
687.976
1%
1.206.020
3%
6.812.445
2%
2.102.446
1%
2.074.605
3%
1.363.203
4%
305.715
1%
966.476
2%
CRECHES
2.069.061
1%
1.213.194
1%
512.181
1%
232.369
1%
0
0%
111.316
0%
ESCOLAS
63.924.238
19%
21.191.597
14%
6.099.726
10%
8.841.354
28%
16.967.308
31%
10.824.253
27%
35.605.964
10%
17.215.241
11%
6.409.162
11%
2.994.916
9%
3.671.220
7%
5.315.425
13%
4.735.031
1%
1.734.926
1%
1.582.883
3%
608.915
2%
69.175
0%
739.131
2%
1.816.516
1%
1.060.702
1%
322.881
1%
368.108
1%
35.914
0%
28.910
0%
13.925.088
4%
6.334.603
4%
2.183.787
4%
819.701
3%
2.424.407
4%
2.162.591
5%
3.040.354
1%
0%
2.327.499
4%
118.669
0%
506.827
1%
87.359
0%
1.740.320
1%
0%
0%
243.230
1%
1.304.679
2%
192.411
0%
3.122.864
1%
2.127.156
1%
659.786
1%
160.845
1%
68.503
0%
106.574
0%
233.679
0%
58.961
0%
129.063
0%
29.547
0%
1.844
0%
14.264
0%
2.064.807
1%
580.505
0%
684.302
1%
393.799
1%
98.816
0%
307.385
1%
1.602.342
0%
961.783
1%
213.973
0%
20.375
0%
10.594
0%
395.616
1%
TERRENOS HABITAÇÕES INSTALAÇÕES DE SERVIÇOS INSTALAÇÕES DESPORTIVAS E RECREATIVAS MERCADOS E INSTALAÇÕES DE FISCALIZ SANITÁRIA
VIADUTOS, ARRUAM E OBRAS COMPLEMENT. SIST DRENAGEM E TRATAM DE ÁGUAS RESIDUAIS ILUMINAÇÃO PÚBLICA PARQUES E JARDINS CAPTAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA VIAÇÃO RURAL SINALIZAÇÃO E TRÂNSITO INFRAESTR P DISTRIB DE ENERGIA ELÉCTRICA INFRAESTRUT e EQUIP P TRATAM E RECOLHA RESÍDUOS SÓLIDOS CEMITÉRIOS
99.488.685
29%
54.396.313
35%
23.311.648
39%
8.191.799
26%
7.804.590
14%
5.784.334
15%
INVESTIMENTOS
285.499.480
84%
132.379.802
85%
57.908.482
96%
27.184.219
86%
37.693.512
70%
30.333.466
77%
LOCAÇÃO FINANCEIRA
3.171.966
1%
392.282
0%
1.412.109
2%
180.675
1%
680.339
1%
506.561
1%
52.588.067
15%
22.764.112
15%
943.339
2%
4.428.358
14%
15.796.869
29%
8.655.389
22%
341.259.513
100%
155.536.196
100%
60.263.930
100%
31.793.252
100%
54.170.720
100%
39.495.416
100%
OUTROS
BENS DE DOMÍNIO PÚBLICO TOTAL AQUISIÇÃO DE BENS DE CAPITAL
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios controlo orçamental da despesa
4
Na análise do investimento municipal recorreu-se às rubricas do classificador económico aprovado pelo POCAL. Atente-se que o investimento apurado através da prestação de contas dos municípios não reflete a totalidade dos investimentos realizados pelos mesmos. Isto porque não inclui obras realizadas por administração direta, o que em certos municípios representa investimentos substanciais por parte das câmaras e também não inclui investimentos realizados pelas freguesias ao abrigo de protocolos firmados entre estas e os municípios. Estes últimos investimentos são contabilizados como transferências de capital dos municípios.
DSAJAL / DSRVT
27
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo RLVT - Aquisição de bens de capital pelos municípios, 2012
RLVT - Aquisição de bens de capital pelos municípios, por NUTS III, 2012
BENS DE DOMÍNIO PÚBLICO 15%
O
INVESTIMENTO 84%
LOCAÇÃO FINANCEIRA 1%
INVESTIMENTOS
MT LT
LOCAÇÃO FINANCEIRA
PS BENS DE DOMÍNIO PÚBLICO
GL 0%
50%
100%
RLVT - Aquisição de bens de capital, por NUTS III, 2012 (€) 160.000.000 140.000.000 120.000.000
BENS DE DOMÍNIO PÚBLICO
100.000.000 80.000.000
LOCAÇÃO FINANCEIRA
60.000.000
INVESTIMENTOS
40.000.000 20.000.000 0
GL
PS
LT
MT
O
RLVT - Investimento municipal, 2012 TERRENOS 6%
HABITAÇÕES 3%
INSTALAÇÕES DE SERVIÇOS 3%
INSTALAÇÕES DESPORTIVAS E RECREATIVAS 4%
MERCADOS E INSTALAÇÕES DE FISCALIZAÇÃO SANITÁRIA 2%
OUTROS 35%
CRECHES 1%
ESCOLAS 22%
CEMITÉRIOS 1%
INFRAESTRUTURAS E EQUIPAMENTOS PARA TRATAMENTO E RECOLHA DE RESÍDUOS SÓLIDOS 1%
PARQUES E JARDINS 5%
VIADUTOS, ARRUAMENTOS E OBRAS COMPLEMENTARES 12%
SINALIZAÇÃO E TRÂNSITO 1%
VIAÇÃO RURAL 1% CAPTAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA 1%
ILUMINAÇÃO PÚBLICA 1%
SIST DRENAGEM E TRAT ÁGUAS RESIDUAIS 2%
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios controlo orçamental da despesa
DSAJAL / DSRVT
28
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
2.2.3 – Serviço de dívida As despesas com o serviço de dívida reportam ao conjunto de despesas com encargos financeiros (juros) e passivos financeiros (amortizações de capital) relativas a empréstimos de curto, médio e longo prazo. Na RLVT, em 2012, despenderam-se 546,5 milhões de euros no serviço de dívida, 83% dos quais gastos pelo conjunto dos municípios da sub-região Grande Lisboa. Um total de 502 milhões (92%) foi aplicado na amortização de capital em dívida, maioritariamente respeitante a empréstimos de médio e longo prazo, à exceção da sub-região de Grande Lisboa em que ocorreram outros passivos financeiros junto de sociedades financeiras. De realçar também a expressividade, relativamente à média regional, das despesas com a amortização de empréstimos de curto prazo nas sub-regiões da Península de Setúbal e do Oeste, destinados a cobrir exclusivamente dificuldades de tesouraria, com, respetivamente 31% e 26% do total de serviço de dívida. RLVT - Estrutura do serviço de dívida dos municípios, 2012 (%, €) RLVT JUROS E OUTROS ENCARGOS PASSIVO FINANCEIRO EMPRÉSTIMOS A CURTO PRAZO PASSIVO FINANCEIRO EMPRÉSTIMOS A MÉDIO E LONGO PRAZO OUTROS PASSIVOS FINANCEIROS
GL
PS
LT
MT
O
44.542.688
8%
27.508.090
6%
5.522.076
15%
3.272.074
17%
3.646.492
21%
4.593.955
24%
44.490.338
8%
24.800.000
5%
11.500.000
31%
2.479.338
13%
701.000
4%
5.010.000
26%
216.551.217
40%
159.876.625
35%
19.909.704
54%
13.839.673
71%
13.439.492
76%
9.485.723
50%
240.930.024
44%
240.930.024
53%
PASSIVOS FINANCEIROS - Total
501.971.579
92%
425.606.650
94%
31.409.704
85%
16.319.011
83%
14.140.492
79%
14.495.723
76%
SERVIÇO DA DÍVIDA Total
546.514.267
100%
453.114.740
100%
36.931.780
100%
19.591.084
100%
17.786.984
100%
19.089.678
100%
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios controlo orçamental da despesa
RLVT - Serviço de dívida, 2012 OUTROS PASSIVOS FINANCEIROS 44%
JUROS E OUTROS ENCARGOS 8%
PASSIVO FINANCEIRO EMPRÉSTIMOS A CURTO PRAZO 8%
PASSIVO FINANCEIRO EMPRÉSTIMOS A MÉDIO E LONGO PRAZO 40%
DSAJAL / DSRVT
29
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
RLVT - Serviço de dívida por NUTSIII, 2012 (€)
500.000.000
OUTROS PASSIVOS FINANCEIROS
450.000.000 400.000.000 350.000.000
PASSIVO FINANCEIRO EMPRÉSTIMOS A MÉDIO E LONGO PRAZO
300.000.000 250.000.000 200.000.000
PASSIVO FINANCEIRO EMPRÉSTIMOS A CURTO PRAZO
150.000.000 100.000.000
JUROS E OUTROS ENCARGOS
50.000.000 0
GL
PS
LT
MT
O
RLVT - Serviço de dívida dos municípios, por NUTS III, 2012
JUROS E OUTROS ENCARGOS
O
MT
PASSIVO FINANCEIRO EMPRÉSTIMOS A CURTO PRAZO
LT PASSIVO FINANCEIRO EMPRÉSTIMOS A MÉDIO E LONGO PRAZO
PS
GL
OUTROS PASSIVOS FINANCEIROS
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios controlo orçamental da despesa
DSAJAL / DSRVT
30
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
2.2.4 – Análise evolutiva das despesas 2011 / 2012 Na RLVT as despesas totais subiram 9%, de 2011 para 2012, situação que se deveu ao crescimento das despesas municipais nas NUTS de Grande Lisboa (+ 18%) e Península de Setúbal (+ 5%), essencialmente tendo por base o aumento do serviço de dívida (+ 110%) e o crescimento de despesas com a aquisição de bens e serviços (+ 7%), uma vez que nas restantes sub-regiões as despesas totais desceram. As despesas com o pessoal desceram drasticamente na RLVT (- 12%), situação que ocorreu em todas as subregiões da RLVT. As despesas destinadas ao financiamento de investimento também desceram na RLVT (- 9%), tendo tido uma evolução diferente apenas na NUTS III da Península de Setúbal (+ 13%). Em termos médios, ocorreu também uma descida na atribuição de transferências e subsídios na RLVT (- 2%) apesar de a sub-região da Grande Lisboa ter apresentado mais gastos (+ 2%) possivelmente devido a transferências para as juntas de freguesia. No entanto, todo o esforço de contenção de despesas não ocorreu ao nível da aquisição de bens e serviços (+ 7%), tendo subido em todas as sub-regiões, à exceção da Lezíria do Tejo. Refira-se, ainda, o aumento significativo de encargos com o serviço de dívida (+ 110% na RLVT), os quais decorreram essencialmente da amortização de empréstimos a médio e longo prazo e de outros passivos financeiros na sub-região de Grande Lisboa (+ 167%) e na Península de Setúbal (+ 38%), contrariamente ao ocorrido nas outras sub-regiões.
RLVT - Evolução das despesas totais dos municípios, por NUTS III, 2011/2012 (€)
RLVT - Capitação das despesas dos municípios, por NUTS III, evolução 2011/2012 (€/hab)
2011
2012 891 824
794 716 655
755 686
674
504
RLVT
GL
PS
LT
MT
O
2011
2.397.731.095
1.377.307.387
393.163.725
186.857.457
203.052.758
237.349.768
2012
2.622.221.623
1.621.504.226
413.326.373
169.832.742
187.804.761
229.753.521
DSAJAL / DSRVT
RLVT
GL
655 634
530
PS
LT
MT
O
31
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo RLVT - Evolução das despesas com o pessoal, por NUTS III, 2011/2012 (€)
RLVT - Capitação das despesas com o pessoal, por NUTS III, evolução 2011/2012 (€/hab) 2011
2012 257
230
233 205
203
MT
O
2011 843.339.200 476.022.371 175.721.590 63.520.935
RLVT
GL
PS
LT
55.893.098
72.181.206
2012 743.614.408 419.031.941 156.173.906 55.905.287
48.869.566
63.633.709
RLVT
RLVT - Evolução das despesas com a aquisição de bens e serviços, por NUTS III, 2011/2012 (€)
GL
245
226
225 200
PS
214
LT
199 176
MT
O
RLVT - Capitação das despesas com a aquisição de bens e serviços, por NUTS III, evolução 2011/2012 (€/hab)
2011
2012 205
154
165
218
177 175
161 166
207 175
124 102
RLVT
GL
PS
LT
MT
O
2011 562.681.741 329.068.277 79.396.717 43.902.894 46.850.810 63.463.042 2012 604.365.244 339.575.551 96.598.985 43.245.931 49.774.315 75.170.462
RLVT - Evolução das despesas com aquisição de bens de capital, por NUTS III, 2011/2012 (€)
RLVT
GL
PS
LT
MT
O
RLVT - Capitação das despesas com a aquisição de bens de capital, por NUTS III, evolução 2011/2012 (€/hab)
2011
2012 273 238
143 97 93 LT
MT
O
2011 356.488.372 162.409.566 54.938.917
RLVT
GL
PS
35.400.411
62.150.268
41.589.210
2012 341.259.513 155.536.196 60.263.930
31.793.252
54.170.720
39.495.416
RLVT
DSAJAL / DSRVT
80 76
70 77
GL
PS
128
LT
115 109
MT
O
32
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
RLVT - Evolução das despesas em transferências e subsídios, por NUTS III, 2011/2012 (€)
RLVT - Capitação das despesas com as transferências e subsídios, por NUTS III, evolução 2011/2012 (€/hab)
2011
2012
105 108
86 84
85
83 74 67 59 59
44 38
PS
LT
MT
O
2011 314.288.234 215.418.186
RLVT
GL
34.183.483
21.099.009
13.417.437
30.170.118
2012 306.680.780 219.733.320
29.983.401
16.520.921
13.481.566
26.961.572
RLVT
RLVT - Evolução das despesas com o serviço de dívida, por NUTS III, 2011/2012 (€)
GL
PS
LT
MT
O
RLVT - Capitação das despesas com o serviço de dívida, por NUTS III, evolução 2011/2012 (€/hab)
2011
2012
222
149
83
83 79
71
84
78 66 53
47 RLVT
GL
PS
LT
MT
O
2011 260.177.853 169.917.681 26.769.855
20.522.590
19.045.517
23.922.209
2012 546.514.267 453.114.740 36.931.780
19.591.084
17.786.984
19.089.678
34
RLVT
GL
PS
LT
MT
O
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios controlo orçamental da despesa; População: INE - Resultados definitivos Censos 2011
DSAJAL / DSRVT
33
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
2.3 – Indicadores de gestão financeira 2.3.1 – Independência financeira Como foi referido, os municípios e as freguesias têm património e finanças próprios, cuja gestão compete aos respetivos órgãos. No entanto, deter autonomia financeira não significa deter independência financeira, sendo que esta é avaliada através do rácio que relaciona as receitas próprias com as receitas totais. Considera-se haver 5
independência financeira quando este rácio for superior a pelo menos 50% . RLVT - Independência financeira 2011 2012
RLVT
GL
PS
LT
MT
O
63%
72%
68%
40%
34%
50%
69%
78%
68%
39%
34%
51%
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios controlo orçamental da receita e da despesa
NA RLVT, em 2012, o melhor nível médio de independência financeira foi obtido com os municípios da subregião de Grande Lisboa (78%), municípios que na sua maior parte são de grande dimensão, detendo maior capacidade de gerar receitas próprias, alcançando este indicador ainda melhor pontuação do que a obtida em 2011 (72%). As NUTS III da Lezíria do Tejo e do Médio Tejo, formadas por municípios de pequena e média dimensão, mais dependentes das transferências externas, apresentam, em 2012, um peso médio dos recursos próprios nas receitas totais de apenas 39% e 34%, respetivamente, evidenciando falta de independência financeira.
RLVT - Evolução índice de independência financeira, por NUTS III RLVT
GL
PS
LT
MT
O 0,78
0,72 0,68 0,63
0,68
0,69
0,50
0,51
0,40 0,34
0,39 0,34
2011
2012
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios controlo orçamental da receita e da despesa
5
Neste estudo não se está a proceder à análise de contas consolidadas, facto que poderá enviesar a leitura deste indicador, nomeadamente no caso da venda de bens e serviços correntes onde o proveito de vendas de serviços é transferido para o setor empresarial local.
DSAJAL / DSRVT
34
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
2.3.2 – Poupança corrente Em termos médios os municípios da RLVT apresentaram, em 2012, uma capacidade de geração de receitas superior às despesas pagas, produzindo também poupança corrente, com especial ênfase para a sub-região da Grande Lisboa, a qual foi, na sua maior parte, aplicada nas despesas de capital, nomeadamente na amortização de empréstimos e outros passivos financeiros.
RLVT - Estrutura das receitas e despesas, correntes e de capital, 2012 (€) RLVT Receitas correntes Receitas capital
Despesas correntes Despesa capital
GL
PS
LT
MT
O
2.002.761.166
1.218.904.841
357.686.438
124.776.942
124.066.020
177.326.925
644.994.211
413.233.548
56.233.544
48.909.788
70.115.916
56.501.416
1.672.844.419
988.471.175
285.012.749
116.190.556
114.108.952
169.060.987
949.377.204
633.033.052
128.313.624
53.642.186
73.695.808
60.692.534
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios controlo orçamental da receita e da despesa
RLVT - Estrutura das receitas e despesas, correntes e de capital, 2012 (€)
RLVT - Evolução da poupança corrente dos municípios, 2011/2012 (€) 350.000.000
2.500.000.000 300.000.000
2011 2.000.000.000
250.000.000
2012
200.000.000
1.500.000.000
150.000.000 1.000.000.000 100.000.000 500.000.000 50.000.000 0 Receitas correntes
Receitas capital
Despesas correntes
Despesas capital
0
RLVT GL
PS
LT
MT
O
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios controlo orçamental da receita e da despesa
Em termos evolutivos, durante o biénio em estudo, e à exceção do ocorrido na sub-região do Oeste (- 9%), a poupança corrente evoluiu favoravelmente na RLVT (+ 17%). RLVT - Evolução poupança corrente (€) RLVT
GL
PS
LT
MT
O
2011
283.008.558
206.751.998
53.091.535
5.835.415
8.229.371
9.100.239
2012
329.916.747
230.433.666
72.673.689
8.586.386
9.957.068
8.265.938
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios controlo orçamental da receita e da despesa
DSAJAL / DSRVT
35
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
2.3.3 – Saldos finais No final de 2012, o saldo final de gerência do conjunto dos municípios da RLVT foi de 270,2 milhões de euros. Observando a evolução dos saldos finais de caixa, dos exercícios referentes aos períodos de 2011 e 2012, crescimento em todas as sub-regiões, evidencia-se um acréscimo médio nos saldos finais (+ 9%), saldo a transitar para o exercício seguinte, essencialmente devido à evolução positiva do saldo final de operações orçamentais. Relativamente ao saldo final de operações de tesouraria, este decresceu ligeiramente nas sub-regiões da Lezíria do Tejo, Oeste e Península de Setúbal, denotando-se, por parte das autarquias, em termos de tesouraria, um recurso às suas poupanças, para fazer frente aos seus encargos imediatos. RLVT - Saldo final de operações orçamentais, 2011/2012 RLVT
GL
PS
LT
MT
O
2011
203.441.921
140.753.694
35.450.678
9.681.941
6.924.670
10.630.938
2012
225.578.735
147.232.599
36.305.883
13.826.250
13.424.625
14.789.378
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios fluxos de caixa
RLVT - Saldo final de operações de tesouraria, 2011/2012 RLVT
GL
PS
LT
MT
O
2011
44.109.116
23.781.091
8.591.837
3.963.248
1.639.812
6.133.128
2012
44.648.047
25.494.846
8.341.507
3.288.282
1.837.041
5.686.370
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios fluxos de caixa
RLVT - Saldo para a gerência seguinte, 2011/2012 PS
LT
2011
RLVT 247.551.037
164.534.786
GL
44.042.515
13.645.189
MT 8.564.482
16.764.066
O
2012
270.226.782
172.727.445
44.647.390
17.114.532
15.261.667
20.475.748
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios fluxos de caixa
300.000.000
RLVT - Saldo para a gerência seguinte, 2011/2012
RLVT - Capitação do saldo para a gerência seguinte, 2011/2012 (€/hab)
250.000.000
2011
2011
2012
200.000.000
68
74
2012
81 85 69
150.000.000
57 57
67 56
55 46 38
100.000.000
50.000.000
0
RLVT
GL
PS
LT
MT
O
RLVT
GL
PS
LT
MT
O
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios fluxos de caixa
DSAJAL / DSRVT
36
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
3 - Análise económica - financeira e patrimonial
Neste ponto pretende-se evidenciar o desempenho financeiro por parte dos municípios da Região de Lisboa e Vale do Tejo, na sua agregação por NUTS III, relativo ao ano de 2012, analisando-se também a sua evolução face a 2011. O Balanço, peça contabilística trabalhada, é um mapa que representa a posição financeira e patrimonial de um município, num determinado período económico, dividindo-se em três massas patrimoniais: ativo, passivo e fundos próprios. O Ativo corresponde aos elementos patrimoniais que o município tem (os bens) e ou tem a receber (os direitos). O Passivo corresponde aos elementos patrimoniais que o município tem que pagar, ou seja, as obrigações, nomeadamente as dívidas a terceiros, de curto prazo e ou de médio/longo prazo. Os Fundos Próprios representam o valor do património de um município, também designado por património líquido, situação líquida ou capital próprio, devendo corresponder à diferença entre o ativo e o passivo. No final deste ponto, a análise económico-financeira apoia-se nos indicadores de liquidez, endividamento e rentabilidade. Estrutura das componentes do Balanço
Ativo
Fundos Próprios e Passivo
Ativo Imobilizado:
FUNDOS PRÓPRIOS:
4 - Imobilizado e Investimentos Financeiros
51 - Património Nesta conta são registados os fundos relativos à constituição da entidade, resultantes dos ativos e passivos que lhe são consignados, bem como as alterações subsequentes que venham a ser formalmente autorizadas.
Incluem-se os bens de carácter permanente ou duradouro (superior a um ano) e que não se destinam a ser vendidos ou transformados no decurso normal das operações da entidade, quer sejam da sua propriedade, incluindo os bens de domínio público, quer estejam em regime de locação financeira: Imobilizado: Bens e recursos naturais; Imobilizações incorpóreas: integra os bens intangíveis, designadamente os direitos e despesas de constituição, arranque e expansão do município; Imobilizações corpóreas: inclui os bens duradouros, concluídos, não destinados a venda e não considerados bens de domínio público; Investimentos financeiros: integra as aplicações financeiras de carácter financeiro, superiores a um ano.
DSAJAL / DSRVT
37
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo Ativo Circulante: 3 – Existências: Nesta classe, e tendo em consideração a organização existente na entidade, ou se incluem as compras e os inventários inicial e final (Sistema de inventário intermitente), ou o inventário permanente. 2 - Dívidas a receber Na classe dos terceiros incluem-se as operações derivadas de relações com outros agentes económicos. A sua classificação nas respetivas subcontas tem em atenção o tipo de entidade associada à transação e com as diversidades das operações realizadas. 1 - Disponibilidades Incluem-se na classe 1 os meios monetários e as aplicações de tesouraria de curto prazo, destinados ao lançamento dos fluxos financeiros de entrada e de saída do município.
Reservas: 56 - Reservas de reavaliação: esta conta serve de contrapartida às valorizações emergentes da atualização do cadastro matricial e aos ajustamentos monetários; 571 - Reservas legais 572 - Reservas estatutárias 573 - Reservas contratuais 574 - Reservas livres 577 - Subsídios: esta conta regista os subsídios e comparticipações que se destinam a investimentos em bens não amortizáveis e não objeto de exploração, concedidos quer pela administração autárquica quer por outras entidades públicas ou privadas. 576 - Doações: nesta conta registam-se as doações de que a entidade seja beneficiária. 577- Reservas decorrentes da transferência de ativos: nesta conta regista-se o valor patrimonial atribuído aos bens transferidos, a título gratuito, provenientes de entidades abrangidas pelo POCAL. 59- Resultados Transitados: Esta conta acolhe os resultados líquidos do exercício económico anterior. 88- Resultado Líquido do Exercício O Resultado Líquido do Exercício representa a diferença entre os proveitos e os custos de um determinado exercício económico.
Total dos Fundos Próprios Acréscimos e Diferimentos: A conta 27 – Acréscimos e diferimentos, embora pertença à classe 2 Terceiros tem um tratamento diferenciado tendo em consideração a sua característica de conta de regularização. Esta conta permite o registo dos custos e dos proveitos nos exercícios a que respeitam, tendo subjacente o princípio da especialização do exercício. Entende-se por acréscimo o aumento de custos e de proveitos do exercício, tendo como contrapartida uma conta de custos ou de proveitos. Por outro lado, entende-se por diferimento o registo contabilístico de despesas e de receitas no exercício, mas que são custos e proveitos de exercícios seguintes. 271- Acréscimos de proveitos – são proveitos a reconhecer no próprio exercício, ainda que não tenham documentação vinculativa, cuja receita só venha a obterse em exercício (s) posterior (es), de acordo com o POCAL, nomeadamente juros de aplicações de tesouraria que vencem em exercícios seguintes, subsídios para formação a receber, etc. 272- Custos diferidos – compreendem os custos que devam ser reconhecidos nos exercícios seguintes, de acordo com o POCAL, nomeadamente as rendas pagas já referentes ao ano económico seguinte, despesas de conservação plurianual, seguros que envolvem meses relativos a exercícios económicos diferentes.
PASSIVO: Dívida a pagar de curto e de médio/longo prazo (passivo exigível)
Provisões para riscos e encargos (passivo possivelmente exigível) Os municípios devem constituir provisões para todos os processos em contenda em tribunal dos quais possa advir responsabilidades financeiras para as autarquias. Provisões que estarão em risco de se transformarem em futuros custos.
Acréscimos e Diferimentos 273- Acréscimos de custos (passivo não exigível) – são custos que devem ser reconhecidos no próprio exercício, ainda que não tenham documentação definitiva, cuja despesa só venha a ocorrer em exercício (s) posterior (es), de acordo com o POCAL, nomeadamente encargos com férias. 274- Proveitos diferidos (passivo não exigível) – proveitos que devem ser reconhecidos nos exercícios seguintes, de acordo com o POCAL, como por exemplo subsídios ao investimento, em resultado de projetos de cooperação, contratos programa e outros.
Total Passivo
TOTAL DO ATIVO
DSAJAL / DSRVT
TOTAL DOS FUNDOS PRÓPRIOS E PASSIVO
38
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
3.1 – Caracterização do Balanço em 31-12-2012 3.1.1 – Ativo 3.1.1.1 – Estrutura do Ativo
O ativo líquido do conjunto dos municípios da RLVT ascendeu, a 31 de Dezembro de 2012, aos 11,8 biliões de euros, sendo que 63% destes elementos patrimoniais se encontram nos municípios da sub-região de Grande Lisboa, formada, na sua grande maioria, por municípios de grande dimensão. O imobilizado representa 92% do ativo total dos municípios da RLVT, constituído por bens e recursos naturais, de domínio público (34%), imobilizado corpóreo (54%) e investimentos financeiros, com 4 % do total do ativo. Destaque também para a sub-região da Península de Setúbal em que o registo do valor patrimonial dos bens de domínio público é significativamente inferior à média regional, 17% do seu ativo total. Por outro lado, assumem um peso superior à média da RLVT, as rubricas do imobilizado corpóreo e das dívidas a receber de terceiros, com 61% e 6%, respetivamente, do seu ativo total. As dívidas a receber de terceiros, disponibilidades, bem como acréscimos e diferimentos representam, cada um dos agregados, 2 % do ativo total, na região. O fraco peso das existências (0,5%) evidencia uma delegação dos serviços produtivos em serviços ou empresas municipais, na RLVT.
RLVT – Estrutura do ativo, Balanço 2012, por NUTS III (€, %) RLVT Bens de domínio público Imobilizado incorpóreo Imobilizado corpóreo Investimentos financeiros Existências Dívidas a receber Títulos negociáveis Depósitos e Caixa Acréscimos e diferimentos Total do ativo
GL
PS
LT
MT
O
4.073.632.984
34%
2.704.374.326
36%
270.833.711
17%
322.422.656
38%
442.864.642
44%
333.137.648
36%
24.685.042
0%
8.164.528
0%
6.432.983
0%
2.143.106
0%
4.484.671
0%
3.459.755
0%
6.377.777.452
54%
4.102.779.236
55%
951.591.681
61%
373.765.709
44%
441.237.425
44%
508.403.401
54%
491.802.203
4%
254.778.254
3%
87.111.445
6%
82.213.161
10%
41.812.359
4%
25.886.985
3%
58.140.721
0%
27.390.497
0%
24.772.889
2%
1.606.262
0%
2.049.030
0%
2.322.044
0%
285.184.787
2%
99.821.486
1%
96.989.572
6%
22.951.131
3%
31.953.195
3%
33.469.403
4%
2.421.425
0%
0%
756.867
0%
620.000
0%
1.044.534
0%
25
0%
267.825.719
2%
172.717.195
2%
43.889.843
3%
16.494.532
2%
14.255.786
1%
20.468.363
2%
252.931.276
2%
121.265.361
2%
76.293.087
5%
21.667.378
3%
27.788.976
3%
5.916.473
1%
11.834.401.611
100%
7.491.290.883
100%
1.558.672.078
100%
843.883.936
100%
1.007.490.618
100%
933.064.096
100%
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios Balanço
DSAJAL / DSRVT
39
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
RLVT - Estrutura do Ativo, Balanço 2012 Dívidas a receber 2%
financeiros 4%
Imobilizado incorpóreo 0%
Imobilizado incorpóreo 0%
PS - Estrutura do Ativo, Balanço 2012
LT - Estrutura do Ativo, Balanço 2012
Dívidas a receber 3%
Acréscimos e diferimentos 5%
Bens de domínio público 17%
Depósitos e Caixa 3%
Existências 0%
Investimentos financeiros 6%
Imobilizado incorpóreo 0%
Existências 0%
3%
Bens de domínio público 38%
Imobilizado corpóreo 44% Imobilizado incorpóreo 0%
MT - Estrutura do Ativo, Balanço 2012 Depósitos e Caixa 1%
Depósitos e Caixa Acréscimos e 2% diferimentos
Investimentos financeiros 10%
Imobilizado corpóreo 61%
Dívidas a receber 3%
Bens de domínio público 36%
Imobilizado corpóreo 55%
Imobilizado corpóreo 54%
Existências 2%
Acréscimos e diferimentos 2%
Dívidas a receber Investimentos 1%
Bens de domínio público 35%
Investimentos financeiros 4%
Dívidas a receber 6%
Depósitos e Caixa 2%
Existências 0%
Depósitos e Caixa Acréscimos e 2% diferimentos 2%
Existências 1%
GL - Estrutura do Ativo, Balanço 2012
Acréscimos e diferimentos 3%
Investimentos financeiros 4%
Bens de domínio público 44%
O - Estrutura do Ativo, Balanço 2012
Existências 0%
Dívidas a receber 4%
Depósitos e Caixa 2%
Acréscimos e diferimentos 1% Bens de domínio público 36%
Investimentos financeiros 3%
Imobilizado corpóreo 54%
Imobilizado corpóreo 44%
Imobilizado incorpóreo 1%
Imobilizado incorpóreo 0%
.
DSAJAL / DSRVT
40
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
RLVT - Estrutura do ativo, Balanço 2012, por NUTS III (€) 8.000.000.000
7.000.000.000
6.000.000.000
5.000.000.000
Acréscimos e diferimentos Depósitos e Caixa Títulos negociáveis Dívidas a receber 4.000.000.000
Existências Investimentos financeiros Imobilizado corpóreo Imobilizado incorpóreo Bens de domínio público
3.000.000.000
2.000.000.000
1.000.000.000
0
GL
PS
LT
MT
O
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios Balanço
DSAJAL / DSRVT
41
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
3.1.1.2 – Bens e recursos naturais
Na RLVT, em 2012, o valor dos bens e recursos naturais ascendeu a cerca de 4,1 biliões de euros, dos quais 46% respeitam a outras construções e infraestruturas e 30% a terrenos e recursos naturais. À exceção da sub-região de Grande Lisboa, em que os elementos patrimoniais relativos a terrenos e recursos naturais corresponderam a 40% do total destes bens de domínio público, em todas as outras sub-regiões a maior parte do património esteve ligado às outras construções e infraestruturas, com particular destaque para o Médio Tejo (83%), Oeste (82%) e Lezíria do Tejo (80%). São considerados bens de domínio público: as estradas (por imposição constitucional - artigo 34.º da Constituição da República Portuguesa), bem como os museus, bibliotecas e arquivos (de acordo com o DecretoLei n.º 477/80, de 15 de Outubro). Seria espectável um maior equilíbrio proporcional entre os bens de domínio público e o restante Imobilizado. No entanto, muitas das vias públicas, praças e jardins, e outros bens imóveis do domínio municipal não estão inventariados ou avaliados, sendo também reduzido o valor contabilístico, refletido no ativo, nas contas de registo dos bens referentes a museus, bibliotecas ou arquivos municipais. As imobilizações em curso (obras em curso) representam 14% do total dos bens e recursos naturais, na RLVT, muito devido ao peso que este agregado aufere na sub-região de Grande Lisboa.
RLVT - Bens e recursos naturais, Balanço 2012, por NUTS III (€/%) RLVT Terrenos e recursos naturais
GL
PS
LT
MT
O
1.215.597.867
30%
1.073.620.021
40%
66.173.406
24%
28.927.682
9%
32.106.555
7%
14.770.203
4%
28.457.143
1%
9.033.886
0%
5.930.747
2%
9.482.602
3%
3.147.789
1%
862.120
0%
1.871.187.426
46%
804.170.905
30%
167.487.200
62%
257.640.048
80%
367.429.768
83%
274.459.504
82%
22.562.938
1%
14.436.653
1%
4.423.706
2%
1.324.971
0%
1.695.066
0%
682.543
0%
Outros bens de domínio público
355.535.702
9%
345.476.667
13%
337.575
0%
6.053.337
2%
2.427.815
1%
1.240.308
0%
Imobilizações em Curso
580.071.332
14%
457.610.823
17%
26.481.078
10%
18.798.812
6%
36.057.648
8%
41.122.971
12%
220.576
0%
25.372
0%
0%
195.204
0%
0
0%
4.073.632.984
100%
2.704.374.326
100%
100%
322.422.656
100%
442.864.642
100%
Edifícios Outras construções e infraestruturas Bens do património público
Adiantamentos por conta de bens de domínio público Bens e recursos naturais
270.833.711
0%
333.137.648
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios Balanço
DSAJAL / DSRVT
42
100%
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
RLVT - Bens e recursos naturais, Balanço 2012 Imobilizações em Curso 14%
Outros bens de domínio público 9%
Terrenos e recursos naturais 30%
Bens do património público 0% Outras construções e infra-estruturas 46%
Edifícios 1%
RLVT - Bens e recursos naturais, Balanço 2012, por NUTS III (€) 3.000.000.000
Adiantamentos por conta de bens de domínio público
2.500.000.000
Imobilizações em Curso 2.000.000.000
Outros bens de domínio público 1.500.000.000
Bens do património público
1.000.000.000
Outras construções e infraestruturas Edifícios
500.000.000
Terrenos e recursos naturais
0
GL
PS
LT
MT
O
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios Balanço
DSAJAL / DSRVT
43
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
3.1.1.3 – Imobilizado corpóreo Grande parte do imobilizado corpóreo – 6,4 biliões de euros em 2012 na RLVT, do qual 64% se encontra na subregião de Grande Lisboa – é formada por edifícios e outras construções (51%), terrenos e recursos naturais (24 %) e imobilizações em curso (16%).
RLVT - Imobilizações corpóreas, Balanço 2012, por NUTS III (€/%) RLVT
GL
PS
LT
MT
O
Terrenos e recursos naturais
1.522.307.341
24%
975.457.158
24%
240.543.361
25%
96.811.619
26%
82.549.198
19%
126.946.006
25%
Edifícios e outras construções
3.238.514.194
51%
1.865.252.543
45%
550.854.016
58%
231.682.281
62%
276.671.192
63%
314.054.162
62%
Equipamento básico
86.992.278
1%
46.527.098
1%
16.462.231
2%
9.021.835
2%
7.864.783
2%
7.116.331
1%
Equipamento de transporte
32.421.313
1%
9.350.685
0%
12.002.576
1%
2.373.203
1%
4.371.110
1%
4.323.740
1%
Ferramentas e utensílios
2.580.772
0%
960.457
0%
919.559
0%
194.802
0%
334.217
0%
171.737
0%
Equipamento administrativo
24.855.295
0%
9.204.018
0%
10.608.758
1%
1.576.673
0%
1.937.663
0%
1.528.183
0%
6.189
0%
0%
1.455
0%
368
0%
4.366
0%
425.552.010
7%
388.528.661
9%
26.201.224
3%
2.318.613
1%
2.763.004
1%
5.740.509
1%
1.020.542.182
16%
784.465.941
19%
93.991.112
10%
29.082.862
8%
64.745.891
15%
48.256.377
9%
24.005.878
0%
23.032.675
1%
8.845
0%
702.368
0%
0
0%
261.990
0%
6.377.777.452
100%
4.102.779.236
100%
951.591.681
100%
373.765.709
100%
441.237.425
100%
508.403.401
100%
Taras e vasilhame Outras imobilizações corpóreas Imobilizações em curso Adiantamento por conta de imobilizações corpóreas Total Imobilizações corpóreas
0%
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios Balanço
RLVT - Imobilizações corpóreas, Balanço 2012
Outras imobilizações corpóreas 7%
Imobilizações em curso 16%
Adiantamento por conta de imobilizações corpóreas 0%
Terrenos e recursos naturais 24%
Equipamento de transporte 1% Equipamento básico 1% Ferramentas e utensílios 0%
Edifícios e outras construções 51%
Equipamento administrativo 0%
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios Balanço
DSAJAL / DSRVT
44
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
RLVT - Imobilizações corpóreas, Balanço 2012, por NUTS III (€) 4.500.000.000
Adiantamento por conta de imobilizações corpóreas
4.000.000.000
Imobilizações em curso
3.500.000.000
Outras imobilizações corpóreas
3.000.000.000
Taras e vasilhame
2.500.000.000
Equipamento administrativo
2.000.000.000
Ferramentas e utensílios Equipamento de transporte
1.500.000.000
Equipamento básico
1.000.000.000
Edifícios e outras construções 500.000.000
Terrenos e recursos naturais 0
GL
PS
LT
MT
O
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios Balanço
3.1.1.4 – Dívidas a receber
6
O total apurado de dívidas a receber de terceiros pelos municípios da RLVT, no final de 2012, foi de 285,2 milhões de euros, dos quais 35 % são a receber pelos municípios de Grande Lisboa e 34% pelos municípios da Península de Setúbal. Este valor poderá estar subdimensionado, uma vez que nem todos os municípios registam contabilisticamente os direitos sobre terceiros no momento em que se vencem, mas sim no momento da cobrança. Esta dívida a receber decorre essencialmente das dívidas de clientes, contribuintes e utentes (40%), bem como da administração autárquica (11%, com particular incidência em municípios da Grande Lisboa) e ainda de outros devedores, representando esta 38% do total de dívidas a terceiros, na RLVT. A dívida do Estado às autarquias (2% na RLVT, sendo que foi de 4% na sub-região da Península de Setúbal) poderá decorrer, eventualmente, do facto de terem sido cobrados impostos no final do ano económico pelo 6
Neste trabalho, as dívidas respeitantes aos empréstimos concedidos foram consideradas de médio e longo prazo, enquanto as restantes dívidas, a receber de terceiros, foram apuradas como dívida de curto prazo.
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45
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo Ministério das Finanças, por conta das autarquias, cuja entrega aos municípios só se concretizou no ano económico seguinte. Por outro lado, poderá estar incluído o pagamento de protocolos com os municípios, pelos quais o Estado possa estar em dívida. As sub-regiões da Lezíria do Tejo e do Médio Tejo apresentam um valor negativo relativo à dívida por clientes de cobrança duvidosa. De realçar, também, que a maior parte da dívida a receber é de curto prazo, 96% do seu total, para a RLVT. RLVT - Dívidas de terceiros, Balanço 2012, por NUTS III (€/%) RLVT Empréstimos concedidos (M/LP)
GL
PS
LT
MT
O
11.098.372
4%
7.736.804
8%
441.040
0%
276.619
1%
0
0%
2.643.909
8%
113.463.115
40%
43.100.482
43%
60.102.080
62%
3.401.468
15%
3.879.620
12%
2.979.466
9%
11.380.585
4%
10.072.841
10%
1.478.613
2%
-763.422
-3%
-783.653
-2%
1.376.206
4%
Adiantamentos, incluindo a fornecedores de imobilizado
1.610.027
1%
651.820
1%
843.506
1%
0
0%
114.702
0%
0
0%
Estado e outros entes públicos
5.466.074
2%
616.038
1%
3.621.964
4%
183.245
1%
754.889
2%
289.937
1%
32.662.872
11%
17.615.924
18%
6.685.600
7%
494.201
2%
1.422.916
4%
6.444.231
19%
109.503.742
38%
20.027.577
20%
23.816.770
25%
19.359.021
84%
26.564.721
83%
19.735.654
59%
274.086.415
96%
92.084.682
92%
96.548.532
100%
22.674.512
99%
31.953.195
100%
30.825.494
92%
285.184.787
100%
99.821.486
100%
96.989.572
100%
22.951.131
100%
31.953.195
100%
33.469.403
100%
Clientes, contribuintes e utentes Clientes de cobrança duvidosa
Administração autárquica Outros devedores Dívidas a receber (CP) Total Dívidas a receber
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios Balanço
RLVT - Dívidas a receber, Balanço 2012 Outros devedores 38%
Empréstimos concedidos (M/LP) 4%
Clientes, contribuintes e utentes 40%
Administração autárquica 11%
Estado e outros entes públicos 2% Adiantamentos, incluindo a fornecedores de imobilizado 1%
Clientes de cobrança duvidosa 4%
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios Balanço
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46
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
RLVT - Dívidas a receber, Balanço 2012, por NUTS III (€) 120.000.000
100.000.000
Outros devedores 80.000.000
Administração autárquica Estado e outros entes públicos
60.000.000
Adiantamentos, incluindo a fornecedores de imobilizado Clientes de cobrança duvidosa
40.000.000
Clientes, contribuintes e utentes Empréstimos concedidos (M/LP)
20.000.000
0
GL
PS
LT
MT
O
-20.000.000
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios Balanço
3.1.1.5 - Disponibilidades Os depósitos constituídos em instituições financeiras e caixa foram de 267,8 milhões de euros, no final de 2012, na RLVT, 64% pertencendo à globalidade dos municípios da Grande Lisboa. Anote-se que a interpretação do valor das disponibilidades deve ser efetuada em simultâneo com a informação obtida no mapa de Fluxos de Caixa, no qual estão desagregadas as disponibilidades orçamentais e as operações de tesouraria (ver capítulo 2.3.3 deste trabalho). RLVT - Disponibilidades, Balanço 2012, por NUTS III (€/%) RLVT Depósitos em instituições financeiras Caixa Depósitos e Caixa
GL
PS
LT
MT
O
266.273.513
99%
171.664.628
99%
43.811.520
100%
16.342.381
99%
14.211.932
100%
20.243.052
99%
1.552.206
1%
1.052.567
1%
78.323
0%
152.151
1%
43.853
0%
225.312
1%
267.825.719
100%
172.717.195
100%
43.889.843
100%
16.494.532
100%
14.255.786
100%
20.468.363
100%
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios Balanço
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Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
RLVT - Disponibilidades, Balanço 2012 Caixa 1%
Depósitos em instituições financeiras 99%
RLVT - Disponibilidades, Balanço 2012, por NUTS III (€) 200.000.000 180.000.000 160.000.000 140.000.000 120.000.000
Caixa 100.000.000
Depósitos em instituições financeiras
80.000.000 60.000.000 40.000.000 20.000.000 0
GL
PS
LT
MT
O
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios Balanço
DSAJAL / DSRVT
48
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
3.1.2 – Fundos Próprios O valor do património líquido da RLVT, em 31 de Dezembro 2012, ascendeu a cerca de 8,2 biliões de euros, 68% do qual pertencente ao conjunto dos municípios da Grande Lisboa. O património municipal representou, em termos médios, 80% do capital próprio da RLVT. Para as sub-regiões da Lezíria do Tejo e do Médio Tejo os resultados transitados foram negativos, respetivamente em - 19% e em - 5% do total dos respetivos fundos próprios, decorrente do facto de no ano anterior terem obtido um resultado líquido negativo e ou terem ocorrido correções relativas a valores de exercícios económicos anteriores. 7
O Resultado Líquido do Exercício , representando a diferença entre os Proveitos e os Custos de um determinado exercício económico, foi de 475,4 milhões de euros, na RLVT, tendo sido afetado negativamente pelos resultados apurados na Lezíria do Tejo, cerca de - 3,5 milhões de euros, bem como no Médio Tejo, cerca de - 3,7 milhões de euros. RLVT - Composição dos Fundos Próprios, Balanço 2012, por NUTS III (€, %) RLVT Património Reservas, subsídios, doações e outros Resultado líquido do exercício Resultados transitados Total Fundos Próprios
GL
PS
LT
MT
O
6.548.498.040
80%
4.252.504.980
76%
800.913.071
78%
459.358.988
111%
618.770.706
99%
416.950.295
80%
710.058.975
9%
440.933.513
8%
124.789.636
12%
37.229.621
9%
42.522.077
7%
64.584.129
12%
475.404.906
6%
458.754.005
8%
21.517.555
2%
-3.496.123
-1%
-3.663.425
-1%
2.292.894
0%
432.538.690
5%
421.807.765
8%
82.581.757
8%
-78.227.809
-19%
-29.500.858
-5%
35.877.835
7%
8.166.500.611
100%
5.574.000.262
100%
1.029.802.020
100%
414.864.677
100%
628.128.500
100%
519.705.153
100%
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios Balanço
RLVT - Fundos próprios, Balanço 2012 Património 80% Reservas, subsídios, doações e outros 9%
Resultados transitados 5%
Resultado líquido do exercício 6%
7
O Resultado Líquido tem alguma subjetividade, enquanto não for reconhecido no Ativo todo o imobilizado, e nas Demonstrações financeiras, as respetivas amortizações.
DSAJAL / DSRVT
49
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
RLVT - Componentes dos Fundos Próprios, Balanço 2012, por NUTS III (€) 6.000.000.000
5.000.000.000
4.000.000.000
Resultados transitados 3.000.000.000
Resultado líquido do exercício Reservas, subsídios, doações e outros Património
2.000.000.000
1.000.000.000
0
GL
PS
LT
MT
O
-1.000.000.000
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios Balanço
DSAJAL / DSRVT
50
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
3.1.3 – Passivo 3.1.3.1 - Estrutura do Passivo O valor do passivo na RLVT, em 31 de Dezembro de 2012, ascendia a cerca de 3,7 biliões de euros, do qual 51% 8
decorria de dívidas a pagar , nomeadamente 32 % de dívidas de médio e longo prazo e 19% de dívidas de curto prazo. Os acréscimos e diferimentos representaram 34% do total do passivo na RLVT. Destaque para o passivo de 566,6 milhões de euros, respeitante a provisões para riscos e encargos (15% do total do passivo na RLVT), grande parte da responsabilidade de municípios da sub-região de Grande Lisboa, cujas provisões ascenderam ao valor de 521, 7 milhões de euros.
RLVT - Estrutura do passivo, Balanço 2012, por NUTS III (€, %) RLVT Dívidas a pagar a Médio e Longo prazo
GL
PS
LT
MT
O
1.155.522.131
32%
620.600.767
32%
214.759.549
41%
108.069.756
25%
117.265.931
31%
94.826.129
23%
700.139.593
19%
247.266.012
13%
184.095.646
35%
109.595.335
26%
62.615.764
17%
96.566.835
23%
Total de dívidas a terceiros
1.855.661.724
51%
867.866.779
45%
398.855.195
75%
217.665.091
51%
179.881.695
47%
191.392.964
46%
Provisões para riscos e encargos
566.573.830
15%
521.748.430
27%
13.143.779
2%
19.398.347
5%
4.823.603
1%
7.459.671
2%
Acréscimos de Custos
131.369.044
4%
80.428.632
4%
19.328.237
4%
12.503.376
3%
10.070.874
3%
9.037.924
2%
1.117.608.358
30%
450.536.975
23%
97.542.847
18%
179.452.445
42%
184.607.707
49%
205.468.385
50%
3.671.212.955
100%
1.920.580.815
100%
528.870.058
100%
429.019.259
100%
379.383.880
100%
413.358.943
100%
Dívidas a pagar a Curto prazo
Proveitos diferidos Total do Passivo
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios Balanço
RLVT - Componentes do passivo, Balanço 2012
Proveitos diferidos 30%
GL - Componentes do passivo, Balanço 2012
Dívidas a pagar a Médio e Longo prazo 32%
Proveitos diferidos 24% Acréscimos de Custos 4%
Dívidas a pagar a Médio e Longo prazo 32%
Acréscimos de Custos 4%
Provisões para riscos e encargos 15%
Dívidas a pagar a Curto prazo 19%
Provisões para riscos e encargos 27%
Dívidas a pagar a Curto prazo 13%
.
8
Entendeu-se, neste trabalho, como dívida a pagar de médio e longo prazo a resultante da contração de empréstimos de médio e longo prazo, correspondendo as restantes dívidas a endividamento de curto prazo.
DSAJAL / DSRVT
51
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
LT - Componentes do passivo, Balanço 2012
PS - Componentes do passivo, Balanço 2012 Proveitos diferidos Acréscimos 18% de Custos 4% Provisões para riscos e encargos 2%
Dívidas a pagar a Médio e Longo prazo 41%
Dívidas a pagar a Médio e Longo prazo 25%
Proveitos diferidos 42%
Acréscimos Provisões de Custos para riscos e 3% encargos 4%
Dívidas a pagar a Curto prazo 35%
MT - Componentes do passivo, Balanço 2012
O - Componentes do passivo, por NUTS III, 2012
Dívidas a pagar a Médio e Longo prazo 31%
Proveitos diferidos 49%
Acréscimos de Custos 3%
Provisões para riscos e encargos 1%
Dívidas a pagar a Curto prazo 26%
Dívidas a pagar a Médio e Longo prazo 23%
Proveitos diferidos 50%
Dívidas a pagar a Curto prazo 16%
Acréscimos de Custos 2%
Provisões para riscos e encargos 2%
Dívidas a pagar a Curto prazo 23%
RLVT - Componentes do passivo, Balanço 2012, por NUTS III (€) 2.500.000.000
Proveitos diferidos 2.000.000.000
Acréscimos de Custos 1.500.000.000
1.000.000.000
Provisões para riscos e encargos
500.000.000
Dívidas a pagar a Curto prazo Dívidas a pagar a Médio e Longo prazo
0
GL
PS
LT
MT
O
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios Balanço
DSAJAL / DSRVT
52
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
3.1.3.2 – Dívidas a terceiros As dívidas a terceiros, realizadas pelo conjunto dos municípios da RLVT, ascenderam a cerca de 1,86 biliões de euros, a 31 de Dezembro de 2012, 62% das quais decorrentes da contração de empréstimos a médio e longo prazo. Relativamente ao endividamento de curto prazo, as dívidas a pagar junto dos fornecedores e outros credores constituem, respetivamente 24% e 14% do total de dívidas a terceiros. RLVT - Dívidas a terceiros, Balanço 2012, por NUTS III (€/%) RLVT
GL
Empréstimos Médio e Longo Prazo
1.155.522.131
62%
Empréstimos de curto prazo
PS
620.600.767
72%
214.759.549
MT
O
54%
108.069.756
50%
117.265.931
65%
94.826.129
50%
0%
2.890.000
1%
0
0%
700.000
0%
3.590.000
0,2%
Fornecedores - Faturas em receção e conferência
143.073.562
8%
76.705.617
9%
33.944.026
9%
7.689.264
4%
10.111.168
6%
14.623.488
8%
Fornecedores, c/c
220.509.296
12%
46.334.666
5%
95.397.055
24%
23.340.103
11%
20.746.845
12%
34.690.626
18%
Fornecedores de imobilizado, c/c Outras dívidas a pagar Total dívidas a terceiros
0%
LT
82.033.983
4%
26.526.286
3%
15.507.406
4%
9.566.534
4%
12.682.863
7%
17.750.894
9%
250.932.751
14%
97.699.443
11%
39.247.159
10%
66.109.434
30%
19.074.888
11%
28.801.827
15%
1.855.661.724
100%
867.866.779
100%
398.855.195
100%
217.665.091
100%
179.881.695
100%
191.392.964
100%
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios Balanço
RLVT - Dívidas a terceiros, Balanço 2012 Fornecedores de imobilizado, c/c 4%
Outras dívidas a pagar 14%
Fornecedores, c/c 12%
Empréstimos Médio e Longo Prazo 62%
Fornecedores - Facturas em recepção e conferência 8% Empréstimos de curto prazo 0,2%
RLVT - Dívidas a terceiros, Balanço 2012, por NUTS III (€) 1.000.000.000 900.000.000
Outras dívidas a pagar
800.000.000
Fornecedores de imobilizado, c/c
700.000.000 600.000.000
Fornecedores, c/c
500.000.000
Fornecedores - Facturas em recepção e conferência
400.000.000 300.000.000
Empréstimos de curto prazo
200.000.000
Empréstimos Médio e Longo Prazo
100.000.000 0
GL
PS
LT
MT
O
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios Balanço
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53
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
3.1.4 – Análise evolutiva, Balanço 2011/2012 3.1.4.1 – Evolução estrutura do Balanço Na RLVT, entre 2011 e 2012, embora a massa patrimonial do ativo tenha descido (- 2%), uma vez que ocorreu uma descida acentuada do passivo (- 11%), resultou um aumento positivo dos fundos próprios (+ 3%). Esta evolução foi substancialmente devida ao posicionamento dos municípios da Grande Lisboa, com descida substancial do passivo (- 20%), descida relativa do ativo (- 2,5%), e reforço dos fundos próprios em 5%. Na sub-região da Península de Setúbal, o aumento do ativo mais que compensou o crescimento do passivo tendo resultado um aumento de fundos próprios, situação que não aconteceu na Lezíria do Tejo, uma vez que o crescimento do passivo (+ 3%) foi superior ao crescimento do ativo (+ 0,4%) provocando uma queda nos fundos próprios (- 2,1%). Na sub-região do Médio Tejo, o ativo desceu (- 1,7%), o passivo subiu (+ 1,8%), provocando também uma queda no capital próprio (- 3,8%). RLVT - Estrutura do Balanço 2011/ 2012 (Milhares de euros) RLVT 2011
GL 2012
2011
PS 2012
2011
LT 2012
MT
2011
2012
O
2011
2012
2011
2012
Passivo
4.114.080
3.671.213
2.385.001
1.920.581
517.646
528.870
416.290
429.019
372.574
379.384
422.570
413.359
Fundos próprios
7.949.467
8.166.501
5.297.123
5.574.000
1.021.016
1.029.802
423.800
414.865
652.834
628.128
554.694
519.705
9
12.063.547
11.834.402
7.682.124
7.491.291
1.538.662
1.558.672
840.090
843.884
1.025.407
1.007.491
977.264
933.064
Ativo
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios Balanço
RLVT - Estrutura do Balanço, por NUTS III, 2011/ 2012 (€)
8.000.000.000 7.000.000.000 6.000.000.000 5.000.000.000
Passivo
4.000.000.000
Fundos próprios
3.000.000.000
Ativo
2.000.000.000 1.000.000.000 0
2011
2012 GL
2011
2012 PS
2011
2012 LT
2011
2012 MT
2011
2012 O
9
O total de Fundos Próprios com o Passivo não corresponde, em 2012, ao total do Ativo, dado que os Balanços em SIIAL de 2 municípios da sub-região de Grande Lisboa e 1 município da sub-região do Médio Tejo não se apresentarem em conformidade, à data de 08-11-2013 (data da recolha de informação).
DSAJAL / DSRVT
54
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
3.1.4.2 – Evolução de componentes do ativo
Analisando a evolução dos maiores agregados do ativo, constata-se uma descida generalizada, em todas as sub-regiões, dos bens e recursos naturais, de domínio público (- 6,8% na RLVT) e uma subida em toda a região das imobilizações corpóreas (+ 1,4% na RLVT), essencialmente devido à subida do imobilizado em terrenos e recursos naturais, bem como em edifícios e outras construções, entre 2011 e 2012.
RLVT - Componentes do Ativo (Imobilizado corpóreo e Bens e recursos naturais), Balanço 2011/2012, por NUTS III (Milhares de euros) RLVT
GL
PS
2011
2012
2011
2012
Imobilizado corpóreo
6.289.937
6.377.777
4.054.387
Bens e recursos naturais, de domínio público
4.371.498
4.073.633
2.897.097
LT
MT
O
2011
2012
2011
2012
2011
2012
2011
2012
4.102.779
937.110
951.592
367.783
373.766
433.796
441.237
496.861
508.403
2.704.374
277.351
270.834
331.654
322.423
479.187
442.865
386.209
333.138
RLVT - Imobilizado corpóreo e Bens e recursos naturais, Balanço 2011/2012, por NUTS III (€)
4.500.000.000 4.000.000.000 3.500.000.000
Bens de domínio público
3.000.000.000 2.500.000.000 2.000.000.000 1.500.000.000
Imobilizado corpóreo
1.000.000.000 500.000.000 0
2011
2012 GL
2011
2012 PS
2011
2012 LT
2011
2012
2011
MT
2012 O
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios Balanço
DSAJAL / DSRVT
55
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
3.1.4.3 – Evolução de componentes dos fundos próprios O valor do património subiu em todas as sub-regiões da RLVT, (+1%, média regional), à exceção do ocorrido na Lezíria do Tejo (- 0,7%). A evolução, significativamente positiva do resultado líquido do exercício, na RLVT (+ 181%), deveu-se essencialmente ao exercício financeiro de municípios da sub-região da Grande Lisboa (+ 150%), uma vez que ocorreram resultados negativos na Lezíria do Tejo e no Médio Tejo, mas melhorados em 2012, evidenciando-se também o resultado positivo do Oeste, em 2012. RLVT - Património e Resultado Líquido do Exercício, Balanço 2011/ 2012, por NUTS III (Milhares de euros) RLVT
Resultado líquido do exercício Património
GL
PS
LT
MT 2012
2011
O
2011
2012
2011
2012
2011
2012
2011
2012
2011
2012
168.922
475.405
183.836
458.754
10.324
21.518
-18.469
-3.496
-5.570
-3.663
-1.200
2.293
6.485.292
6.548.498
4.216.912
4.252.505
795.159
800.913
462.554
459.359
608.871
618.771
401.796
416.950
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios Balanço
RLVT - Resultado líquido do exercício, Balanço 2011/2012, por NUTS III (€)
500.000.000 450.000.000 400.000.000 350.000.000 300.000.000 250.000.000 200.000.000 150.000.000 100.000.000 50.000.000 0 -50.000.000
2011
2012 GL
DSAJAL / DSRVT
2011
2012 PS
2011
2012 LT
2011
2012 MT
2011
2012 O
56
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo RLVT - Património, Balanço 2011/ 2012, por NUTS III (€)
5.000.000.000 4.000.000.000 3.000.000.000 2.000.000.000 1.000.000.000 0
2011
2012
2011
GL
2012
2011
PS
2012
2011
LT
2012 MT
2011
2012 O
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios Balanço
3.1.4.4 – Evolução de componentes do passivo Um destaque especial e significativo para a descida no passivo exigível no setor autárquico da RLVT (- 24%), entre 2011 e 2012, representando um volume considerável de abate à dívida dos municípios: (- 13%) para as dívidas de médio e longo prazo e (- 37%) para as dívidas a terceiros de curto prazo. RLVT – Dívidas a terceiros, Balanço 2011/2012, por NUTS III (Milhares de euros) RLVT 2011
GL 2012
2011
PS
LT
MT
2012
2011
2012
2011
2012
O
2011
2012
2011
2012
Dívidas a pagar a Curto prazo
1.117.327
700.140
606.824
247.266
183.581
184.096
120.824
109.595
78.344
62.616
127.755
96.567
Dívidas a pagar a Médio e Longo prazo
1.329.510
1.155.522
756.763
620.601
226.837
214.760
118.587
108.070
128.806
117.266
98.517
94.826
Total dívidas a terceiros
2.446.837
1.855.662
1.363.586
867.867
410.418
398.855
239.411
217.665
207.150
179.882
226.272
191.393
RLVT - Dívidas a terceiros, Balanço 2011/2012, por NUTS III (€)
800.000.000 700.000.000
Dívidas a pagar a Curto prazo
600.000.000 500.000.000 400.000.000 300.000.000 200.000.000 100.000.000 0
2011
2012 GL
2011
2012 PS
2011
2012 LT
2011
2012 MT
2011
2012
Dívidas a pagar a Médio e Longo prazo
O
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios Balanço
DSAJAL / DSRVT
57
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
3.2 – Indicadores de gestão económica - financeira 3.2.1 – Liquidez A liquidez global dos municípios apresenta valores negativos, situação que significa que a soma dos valores das dívidas a receber de curto prazo (créditos sobre terceiros) e das disponibilidades, não são suficientes para pagar as dívidas de curto prazo (débitos a terceiros). Em média, a RLVT apresenta falta de liquidez (- 155,8 milhões de euros) apesar de a mesma ter evoluído favoravelmente, já que em 2011 era significativamente mais baixa (- 557,4 milhões de euros). A sub-região de Grande Lisboa foi a única NUTS III que apresentou uma liquidez positiva em 2012 (17,5 milhões de euros) tendo evoluído de forma muito significativa face a 2011, quando o resultado apurado se cifrava em 319,8 milhões de euros. Apesar de a liquidez geral das sub-regiões da Península de Setúbal, Lezíria do Tejo, Médio Tejo e Oeste continuar a ser negativa, é de realçar que a mesma progrediu favoravelmente, face a 2011. RLVT - Liquidez geral dos municípios, por NUTS III (€) RLVT 2011 Depósito s e Caixa (1) Títulos negociáv eis (2) Dívidas a receber (CP) (3) Dívidas a pagar a Curto prazo (4) Liquidez (5=1+2+3 -4)
GL 2012
2011 164.524.388
PS 2012 172.717.195
LT
MT
O
2011
2012
2011
2012
2011
2012
2011
2012
43.042.515
43.889.843
13.498.189
16.494.532
7.874.948
14.255.786
16.756.492
20.468.363
1.000.000
756.867
147.000
620.000
689.534
1.044.534
25
25
245.696.533
267.825.719
1.836.558
2.421.425
312.421.960
274.086.415
122.548.627
92.084.682
95.385.481
96.548.532
22.325.637
22.674.512
36.314.481
31.953.195
35.847.735
30.825.494
1.117.326.904
700.139.593
606.823.833
247.266.012
183.580.773
184.095.646
120.823.669
109.595.335
78.343.543
62.615.764
127.755.086
96.566.835
-557.371.852
-155.806.033
-319.750.818
17.535.865
-44.152.776
-42.900.404
-84.852.844
-69.806.291
-33.464.580
-15.362.250
-75.150.834
-45.272.953
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios Balanço
RLVT - Liquidez geral dos municípios, por NUTS III (€) 100.000.000 0 -100.000.000 -200.000.000 -300.000.000 -400.000.000 -500.000.000 -600.000.000
RLVT
GL
PS
LT
MT
O
2011
-557.371.852
-319.750.818
-44.152.776
-84.852.844
-33.464.580
-75.150.834
2012
-155.806.033
17.535.865
-42.900.404
-69.806.291
-15.362.250
-45.272.953
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios Balanço
DSAJAL / DSRVT
58
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
3.2.2 – Endividamento O endividamento líquido municipal, definido no artigo 36º da LFL, melhorou consideravelmente em todas as sub-regiões, entre 2011 e 2012, uma vez que baixou em 574,4 milhões de euros, na RLVT, passando a ser de 1,3 biliões de euros, em 2012. Assim, enquanto em 2011 o endividamento líquido, da RLVT, era de 512 € por habitante, em 2012 esse valor desceu para 355 € por habitante. Destaque também para o facto de nas sub-regiões da Lezíria do Tejo e do Médio Tejo estes valores serem significativamente superiores à média regional, apesar de terem descido neste biénio, com respetivamente, 718 € e 582 € de endividamento líquido por habitante, em 2012. Considerando apenas as dívidas a terceiros, embora tenham também diminuído favoravelmente em toda a região, a dívida por habitante da RLVT, em 2012, foi de 507 € por habitante, sendo que foi na Grande Lisboa que se apresentou o valor mais baixo (425 € por habitante), e na Lezíria do Tejo o valor mais alto (880 € por habitante), logo seguido do Médio Tejo, com 789 € por habitante, de dívidas a pagar a terceiros. RLVT - Endividamento líquido, por NUTS III (€) RLVT
GL
2011 Dívidas a receber (CP_M/LP)
2012
2011
LT
MT
O
2012
2011
2012
2011
2012
2011
2012
2011
2012
99.821.486
96.383.115
96.989.572
22.613.054
22.951.131
36.314.481
31.953.195
38.863.854
33.469.403
1.000.000
756.867
147.000
620.000
689.534
1.044.534
25
25
324.679.535
285.184.787
Títulos negociáveis
1.836.558
2.421.425
Depósitos e Caixa
245.696.533
267.825.719
164.524.388
172.717.195
43.042.515
43.889.843
13.498.189
16.494.532
7.874.948
14.255.786
16.756.492
20.468.363
Total (1)
572.212.626
555.431.932
295.029.419
272.538.682
140.425.630
141.636.282
36.258.243
40.065.663
44.878.962
47.253.514
55.620.371
53.937.791
Dívidas a pagar a Médio e Longo prazo
1.329.510.253
1.155.522.131
756.762.655
620.600.767
226.836.892
214.759.549
118.587.040
108.069.756
128.806.342
117.265.931
98.517.324
94.826.129
Dívidas a pagar a Curto prazo
1.117.326.904
700.139.593
606.823.833
247.266.012
183.580.773
184.095.646
120.823.669
109.595.335
78.343.543
62.615.764
127.755.086
96.566.835
2.446.837.157
1.855.661.724
1.363.586.488
867.866.779
410.417.665
398.855.195
239.410.710
217.665.091
207.149.885
179.881.695
226.272.410
191.392.964
1.874.624.530
1.300.229.792
1.068.557.068
595.328.098
269.992.034
257.218.913
203.152.467
177.599.428
162.270.922
132.628.181
170.652.039
137.455.173
Total (2) Endividame nto líquido (2-1)
130.505.031
PS
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios Balanço
RLVT - Endividamento líquido, por NUTS III (€) 2.000.000.000 1.800.000.000 1.600.000.000 1.400.000.000 1.200.000.000 1.000.000.000 800.000.000 600.000.000 400.000.000 200.000.000 0
RLVT
GL
PS
LT
MT
O
2011
1.874.624.530
1.068.557.068
269.992.034
203.152.467
162.270.922
170.652.039
2012
1.300.229.792
595.328.098
257.218.913
177.599.428
132.628.181
137.455.173
DSAJAL / DSRVT
59
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
RLVT - Endividamento líquido por habitante, por NUTS III (€/hab) 2011
2012 821 718
712 582
523
512
471 355
379
346
330
291
RLVT
GL
PS
LT
MT
O
RLVT - Dívidas a terceiros por habitante, por NUTS III (€/hab) 2011
2012
967 880
909 789
669
668
624 527
507
528
512
425
RLVT
GL
PS
LT
MT
O
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios Balanço
DSAJAL / DSRVT
60
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
3.2.3 – Rentabilidade A análise económica e financeira dos municípios pode também apoiar-se nos rácios da rentabilidade - grau de eficiência com que a entidade utilizou os recursos à sua disposição - nomeadamente rentabilidade dos fundos próprios e rentabilidade do investimento. O rácio da rentabilidade dos fundos próprios representa a razão entre o resultado líquido do exercício e os fundos próprios, no exercício económico em referência. O rácio do investimento total permite a análise da forma como a combinação das aplicações de fundos proporcionaram um determinado resultado do exercício, comparando-se o resultado líquido do exercício com o ativo, no período económico em estudo. A análise ao exercício económico dos municípios da RLVT, em 2011 e 2012, revela o débil grau de eficiência com que os municípios utilizaram os recursos à sua disposição, sendo que em algumas sub-regiões, como a Lezíria do Tejo e o Médio Tejo, chegou a ser negativo.
RLVT – Rácios de rentabilidade, por NUTS III RLVT 2011 Rácio do investimento Rácio rentabilidade dos fundos próprios
GL 2012
2011
PS 2012
2011
LT 2012
MT
2011
2012
2011
O 2012
2011
2012
0,014
0,040
0,024
0,061
0,007
0,014
-0,022
-0,004
-0,005
-0,004
-0,001
0,002
0,021
0,058
0,035
0,082
0,010
0,021
-0,044
-0,008
-0,009
-0,006
-0,002
0,004
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios Balanço
RLVT - Rácios de rentabilidade, por NUTS III 0,100 0,080
Rácio do investimento
0,060 0,040 0,020
Rácio rentabilidade dos fundos próprios
0,000 2011 -0,020
2012
RLVT
2011
2012 GL
2011
2012 PS
2011
2012 LT
2011
2012
MT
2011
2012 O
-0,040 -0,060
Fonte: DGAL (SIIAL) – Informação produzida a partir dos relatórios Balanço
DSAJAL / DSRVT
61
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo
4 – Conclusão
Este trabalho desenvolve uma breve caracterização do exercício financeiro de 2012, relativa ao conjunto dos municípios da Região de Lisboa e Vale do Tejo, na sua agregação por NUTS III, nomeadamente Grande Lisboa, Península de Setúbal, Lezíria do Tejo, Médio Tejo e Oeste. O volume de receitas arrecadadas pelos municípios da RLVT, em 2012, ascendeu aos 2,74 biliões de euros, 749 € por habitante, sendo que 35% teve por proveniência a cobrança de impostos diretos e 28 % decorreram das transferências recebidas. A média regional foi influenciada pela capacidade dos grandes municípios da subregião de Grande Lisboa em gerar receitas fiscais, já que em todas as outras sub-regiões, com particular destaque para o Médio Tejo e a Lezíria do Tejo, as transferências constituíram a receita mais representativa na estrutura da receita autárquica. As receitas totais apresentaram uma evolução positiva (+ 10%) relativamente a 2011, essencialmente devido ao crescimento das receitas na sub-região de Grande Lisboa (+ 19%) - em particular devido ao montante de indemnizações recebido pelo município de Lisboa - e da Península de Setúbal (+ 3%), já que ocorreu uma evolução negativa nas sub-regiões da Lezíria do Tejo (- 8%), Médio Tejo (- 5%) e Oeste (- 2%). Destaque também para o recurso ao crédito contratualizado em 2012 (78,4 milhões de euros, 21 € por habitante, na RLVT) o qual decresceu 45% relativamente a 2011, tendo diminuído em todas as sub-regiões.
No tocante às despesas, os municípios da RLVT despenderam cerca de 2,62 biliões de euros (716 € por habitante), a maior parte para pagamento das despesas de pessoal (28%), aquisição de bens e serviços (23%), serviço de dívida (21%) e realização de investimento (11%). As despesas totais aumentaram 9%, na RLVT, entre 2011 e 2012. No entanto, as despesas com o pessoal desceram (- 12%), bem como as despesas com a realização de investimento (- 9%) e ainda a atribuição de transferências e subsídios (- 2 %). Este esforço de contenção não aconteceu na aquisição de bens e serviços cuja despesa aumentou 7 %. Por outro lado, as despesas com o serviço de dívida cresceram significativamente, 110% na RLVT, muito em função da amortização de empréstimos bancários e outros passivos financeiros ocorridos, principalmente, na sub-região de Grande Lisboa e também Península de Setúbal, já que nas outras NUTS III ocorreu uma descida nestas despesas.
NA RLVT, em 2012, o melhor nível médio de independência financeira - rácio que relaciona as receitas próprias com as receitas totais, devendo ser pelo menos igual a 50% - foi obtido com os municípios da sub-região de Grande Lisboa (78%), municípios que na sua maior parte são de grande dimensão, detendo maior capacidade
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Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo de gerar receitas próprias. Na Lezíria do Tejo e no Médio Tejo, sub-regiões formadas por municípios de pequena e média dimensão, mais dependentes das transferências externas, o peso médio dos recursos próprios no total das receitas foi de apenas 39% e 34%, respetivamente, evidenciando falta de independência financeira. Em termos médios, os municípios apresentaram uma capacidade de geração de receitas superior às despesas pagas, produzindo também poupança corrente, a qual evoluiu favoravelmente em todas as sub-regiões (+ 17%), com exceção do Oeste (- 9%). No final de 2012, o saldo final de gerência, a transitar para o ano seguinte, foi de 270,2 milhões de euros, tendo aumentado em todas as sub-regiões (+ 9%), essencialmente devido à evolução positiva do saldo final de operações orçamentais.
Em termos de análise económico-financeira e patrimonial, o total do ativo dos municípios da RLVT ascendeu aos 11,8 biliões de euros, em 2012, sendo que 63% destes elementos patrimoniais se encontram nos municípios da sub-região de Grande Lisboa. O imobilizado representa 92% deste ativo, constituído por bens e recursos naturais, de domínio público (34%), imobilizado corpóreo (54%) e investimentos financeiros (4%). Os depósitos constituídos em instituições financeiras e caixa foram de 267,8 milhões de euros, correspondendo a 2% do ativo total. As dívidas a receber, de terceiros, pelos municípios da RLVT, ascenderam aos 285,2 milhões de euros, ou seja 2% do total do ativo. Foi nas sub-regiões de Grande Lisboa e na Península de Setúbal que se registou o maior volume de dívidas de terceiros, essencialmente de clientes, contribuintes e utentes. Por outro lado, apesar das questões financeiras, houve municípios que concederam empréstimos - 11,1 milhões de euros – com particular relevância para as sub-regiões da Grande Lisboa e do Oeste, onde a concessão de empréstimos representou, para cada uma, 8% do total da sua dívida a receber, de terceiros.
O capital próprio da RLVT ascendeu a cerca de 8,2 biliões de euros, no final de 2012 - 68% pertencente ao conjunto dos municípios da Grande Lisboa, sendo que 80% respeitou ao património municipal. Por outro lado, o Resultado Líquido do Exercício, representando a diferença entre os proveitos e os custos de um determinado exercício económico, foi de 475,4 milhões de euros, na RLVT, tendo sido afetado negativamente pelos resultados apurados na Lezíria do Tejo, cerca de - 3,5 milhões de euros, bem como no Médio Tejo, cerca de 3,7 milhões de euros. O valor do passivo na RLVT ascendeu aos 3,671 biliões de euros, do qual 51% decorreu de dívidas a pagar, a terceiros (1,856 biliões de euros), sendo 32 % de dívidas a médio/longo prazo e 19% de dívidas a curto prazo.
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Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo Destaque para o passivo de 566,6 milhões de euros, respeitante a provisões para riscos e encargos (15% do total do passivo na RLVT), grande parte da responsabilidade de municípios da sub-região de Grande Lisboa, cujas provisões ascenderam ao valor de 521,7 milhões de euros. Em termos evolutivos, na RLVT, entre 2011 e 2012, embora a massa patrimonial do ativo tenha descido (- 2%), uma vez que ocorreu uma descida acentuada do passivo (- 11%), resultou um aumento positivo dos fundos próprios (+ 3%). Esta evolução foi substancialmente devida ao posicionamento dos municípios de Grande Lisboa. Analisando a evolução dos maiores agregados do ativo, constata-se uma descida generalizada dos bens e recursos naturais, de domínio público (- 6,8%), e uma subida, em toda a região, das imobilizações corpóreas (+ 1,4%), essencialmente devido à subida do imobilizado em terrenos e recursos naturais, bem como em edifícios e outras construções. O valor do património subiu também em todas as sub-regiões da RLVT (+ 1%), à exceção do ocorrido na Lezíria do Tejo (- 0,7%). Relativamente ao resultado líquido do exercício, ocorreu uma subida generalizada, em toda a região, evidenciando-se os resultados negativos da Lezíria do Tejo e do Médio Tejo, mas melhorados em 2012, e o resultado positivo do Oeste em 2012. Também a realçar, como aspeto positivo da gestão financeira municipal, o facto de o passivo exigível no setor autárquico da RLVT ter descido significativamente (- 24%), representando um volume considerável de abate à dívida dos municípios: (- 13%) para as dívidas de médio e longo prazo e (- 37%) para as dívidas a terceiros de curto prazo.
Por último, a análise económico-financeira apoia-se nos indicadores de liquidez, endividamento e rentabilidade. A liquidez global dos municípios apresenta valores negativos, situação que significa que a soma dos valores das dívidas a receber de curto prazo (créditos sobre terceiros) e das disponibilidades, não são suficientes para pagar as dívidas de curto prazo (débitos a terceiros). Em média, a RLVT apresenta falta de liquidez (- 155,8 milhões de euros) apesar de a mesma ter evoluído favoravelmente, já que em 2011 ainda era mais baixa (- 557,4 milhões de euros). A sub-região de Grande Lisboa foi a única sub-região que apresentou uma liquidez positiva em 2012 (17,5 milhões de euros) tendo evoluído de forma muito significativa face a 2011, quando o resultado apurado se cifrava em - 319,8 milhões de euros. Apesar de a liquidez geral das NUTS III da Península de Setúbal, Lezíria do Tejo, Médio Tejo e Oeste continuar a ser negativa, é de realçar que a mesma progrediu favoravelmente, face a 2011.
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Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo Por outro lado, neste biénio e na RLVT, o endividamento líquido desceu acentuadamente, de 512 € por habitante para 355 € por habitante. Destaque para as sub-regiões da Lezíria do Tejo e do Médio Tejo, onde estes valores foram significativamente superiores à média regional, apesar de terem descido, registando-se um endividamento líquido, respetivamente, de 718 € e 582 € por habitante, em 2012. Ainda relativamente à análise do exercício financeiro dos municípios, revela-se o débil grau de eficiência com que os municípios utilizaram os recursos à sua disposição, sendo que em algumas sub-regiões, como a Lezíria do Tejo e o Médio Tejo, chegou mesmo a ser negativo.
Num contexto de crise nacional, de escassez de recursos e financiamentos, a sustentabilidade financeira das autarquias locais é de todo relevante, sendo que a consolidação financeira do sector autárquico se terá que fazer pela ótica da despesa, promovendo-se a economia de consumo, a rentabilização de recursos e uma melhor eficiência na utilização dos meios. Perspetiva-se também um conjunto de orientações estratégicas, direcionadas para a reforma, reestruturação e racionalização das estruturas do estado central, regional e local, através da reforma do poder local e reforma do Estado, já em curso, bem como da definição dos princípios da descentralização e da subsidiariedade. Sendo certo que os municípios têm uma capacidade especial de intervir no desenvolvimento económico e social do território, posicionando-se mais eficazmente na administração dos recursos e na obtenção dos resultados, dando a cada problema um tratamento mais adequado em função da capacidade competitiva de cada território, como medidas excecionais e de emergência, recomenda-se um enfoque especial à redução da despesa e do endividamento e uma maior eficiência na utilização dos recursos disponíveis, redefinindo-se prioridades de atuação.
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Bibliografia
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