comunicação, fotografia e multimédia
& Joana de Matos Campelo João Pedro Silva Jorge Magalhães Alves Nádia Henriques Luís
viagem collage | collage journey Iniciamos uma viagem por Campanhã: Lugar que se apresenta diferente a quem passa e a quem o habita. Afastando-nos da estação, temos o Porto; uma rua estreita, retorcida claro está, o velho casario, uma ilha que espreita, azulejos, azuis, vermelhos, amarelos, um armazém, alguém à janela, outra ilha… Lá em cima o que resta de uma velha fábrica. Recebidos pelo seu silêncio esquecemo-nos do apressado corre-corre ali tão próximo. A ruína mostra-se como um artefacto, ignorado, ou piedosamente detido. Mas não é caso único. Campanhã é um campo heterogéneo, formado por estratos; onde retalhos de um passado de tradição rural resistem ao contágio das estruturas “Nos não-lugares cada vez mais se da modernidade. É exemplo do que nos fala Colin Rowe, em Collage City: um contínuo de fragmentos, colisões e superimposições. A sobreposição de layers temporais cruzam os destinos irrequietos e perdidos numa experiência cheia de compõe uma imagem complexa onde convivem as memórias de uma época fabril e a agitação de um presente de chegadas e partidas. solidão disfarçada pela aparência de uma superabundância de comu- Neste projecto a leitura de quem habita o Lugar e de quem o atravessa (con) fundemnicação, afinal apenas fingidas.” -se. O centro de mobilidade com que cresceu e se fortaleceu Campanhã seduziu-nos a utilizar o Transporte como mais um argumento que representa a área de trabalho M. Auge in Não Lugares e que poderia contribuir para um elemento de identificação e coesão da nossa proposta. Ficcionamos a velha fábrica como receptáculo directo do viajante obrigado-o a conhecer ao sua interioridade. O projecto apresenta-se sequencialmente, numa apropriação gradual do espaço em ruína, onde vão surgindo elementos familiares ao viajante de forma a construir uma imagem incoerente e perturbadora. Com esta sensação de estranheza pretende-se, fundar uma crítica ao desprezo deste espaço; que figura uma situação comum na cidade. À semelhança do que acontece no projecto Fictions de Filip Dujardin, gerador inicial da nossa proposta; onde as regras de construção elementares e princípios básicos de funcionalidade são pervertidos, aplicamo-lo neste caso como ferramenta para um reconhecimento irrefutável da diversidade do vocabulário do Lugar. Recorremos também ao trabalho de Xavier Delory, que utilizando um processo inverso, também associa imageticamente símbolos de épocas diferentes, acabando assim por se aproximar do resultado final deste projecto.
autores de referĂŞncia 1-3 h
Filip Dujardin 4-5 f Xavier Delory 6 g Ana AragĂŁo
g
& Joana de Matos Campelo João Pedro Silva Jorge Magalhães Alves Nádia Henriques Luís 3