comunicação, fotografia e multimédia
TRI Ana Aroso Cláudia Sousa Pedro Oliveira
U
FLUX S “Nos ‘não-lugares’ cada vez mais se cruzam caminhos ou destinos irrequietos e perdidos numa espécie de experiência crua da solidão disfarçada pela aparência de uma superabundância de comunicações, afinal apenas fingidas.” 1 Neste excerto encontramos os temas do nosso projecto fotográfico. Espacialmente focados em seis locais, a estação de caminhos-de-ferro, a estação de metro, o terminal de autocarro, as ruas secundárias e vias principais que pretendemos usar para partilhar o nosso olhar sobre Campanhã como espaço de chegada e partida, de ausências e vivências, verificando em diferentes tempos, ao longo do dia e durante a noite, as velocidades a que são experienciados / vividos, analisando os fluxos e massas. Partimos para o terreno com expectativas que rapidamente se desmoronaram. Se quanto ao metro pensávamos que de noite este tinha pouca vivência, tal não se verificou, já o contrário aconteceu quanto aos autocarros. Na ponte de Bonjoia foi interessante perceber que de manhã há mais fluxo no sentido de saída e de noite no sentido oposto, já na VCI as expectativas foram confirmadas, sendo que o maior movimento nocturno se revela no sentido Norte-Sul e de manhã o oposto. Visualmente quisemos marcar a presença do grupo nas diferentes imagens e de uma forma semelhante em todas elas. Essa estratégia passa pela colocação de um dos elementos, como avatar do mesmo, ou, como se tratasse de um observador externo (aos ambientes/cenas) desses diferentes espaços. A ideia de repetição do elemento sempre colocado na mesma postura pretende contrastar com o ambiente da cena pela antagonia ao movimento das pessoas, fluxos, e diferentes tipos de vivências dos espaços em diferentes tempos do dia. Perseguindo estas ideias exploramos o arrastamento das imagens para mostrar os movimentos de pessoas e transportes e reforçar a ideia dos não-lugares de Campanhã. Ao longo da evolução do nosso trabalho observamos as obras de Virgílio Ferreira, analisando as atmosferas e ambiências em espaços públicos e arquitectónicos com semelhança aos locais que, como grupo, também estudamos. O não lugar que não existe afinal tem mais vida. 1.
TAVARES, Vitor; “Não lugares na cidade do Porto”
Ruas
Metro
Comboio
Autocarros
Bonjoia
VCI