Dezembro2016

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newsletter dezembro|2016

nº 9 neste número Editorial A Cruz Vermelha e a Paz no Mundo Dezembro em destaque Entrevista fictícia a Madre Teresa de Calcutá Os nossos heróis Em nome da Paz Notícias da nossa Delegação Conselhos sobre saúde Agenda de janeiro

Não há um caminho para a Paz. A Paz é o caminho. Seja a mudança que quer ver no mundo. Mahatma Gandhi

HUMANIDADE IMPARCIALIDADE INDEPENDÊNCIA NEUTRALIDADE VOLUNTARIADO

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Carla Tavares Vice-Presidente Cruz Vermelha Portuguesa Delegação de Setúbal

A Paz...depende de nós! Paz,

algo desejado por quase todos, mas infelizmente não lucrativa para as grandes potências. A paz torna-se assim uma utopia, uma história de ficção. Desde criança nunca compreendi a guerra, pois tudo o que se destrói sempre me fez confusão. O mundo está em desequilíbrio, as pessoas movem-se por interesses económicos e pelo poder. Matam indiscriminadamente, destroem vidas, património, sonhos, camuflados em nome de religiões que nem elas conhecem e em troca de quê? Resta-nos então fazer o nosso próprio caminho para paz, a paz interior. Não há uma definição certa ou errada, depende somente do significado que a mesma tem para cada um de nós. A paz de espírito é quanto a mim a essência, pois quando estamos em paz com as nossas atitudes e a nossa consciência, tudo à nossa volta está em harmonia. A vida no seu dia-a-dia é feita de obstáculos, que desafiam a nossa inteligência; todavia, se olharmos para estes como uma aprendizagem, encontramos força nas perdas, a segurança floresce no caos e encontramos grandeza e paz em pequenos actos. Respeitar e não humilhar o outro, saber colocar-se no seu lugar são exercícios que promovem a paz, a paz da psique.

Muitas vezes sento-me à beira-rio observando toda aquela imensidão, aquela beleza inexplicável com que a natureza nos brindou e entre pensamentos e meditações encontro a paz, porque me sinto grata por tudo o que tenho, nada mais precisando. A felicidade é algo que vamos construindo, não é algo genético. Somos pessoas privilegiadas, não nascemos em ambiente de guerra, foramnos dadas as oportunidades e o livre arbítrio para vivermos em Paz, temos a oportunidade de construir um mundo melhor, mais igual e justo. “Mais sábios que os homens são os pássaros. Enfrentam as tempestades noturnas, tombam de seus ninhos, sofrem perdas, dilaceram suas histórias. Pela manhã, tem todos os motivos para se entristecer e reclamar, mas cantam agradecendo a Deus por mais um dia.” Augusto Cury A autora deste texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico

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A Cruz Vermelha e a Paz no Mundo Humanidade, imparcialidade, neutralidade, independência, voluntariado, unidade e universalidade: eis os sete princípios fundamentais da Cruz Vermelha, que têm como guardião o seu Comité Internacional. Tudo começou com Henri Dunant, um jovem suíço, durante a batalha de Solferino, que ficou horrorizado com o sofrimento de milhares de feridos sem acesso a serviços médicos organizados . Depois da guerra e com base nessa experiência, em 1862 escreve um livro, “Memórias de Solferino”, no qual sugere a criação de grupos de ajuda a feridos de guerra, propondo a criação de uma organização internacional que permitisse melhorar as condições de vida e prestar auxílio a vítimas da guerra. O resultado foi o estabelecimento do Comité Internacional da Cruz Vermelha que nasceu desta preocupação e da necessidade em prestar auxílio aos feridos da guerra dentro e fora dos campos de batalha, procurando aliviar o sofrimento humano em todas as circunstâncias, protegendo a vida e a saúde das pessoas. Em 1901, Henri Dunant ganha o Prémio Nobel da Paz e, com o apoio de figuras e entidades importantes várias, cria em Genebra, em conjunto com os helvéticos Gustave Moynier, general Guillaume Henri Dufour, Louis Appia e Théodore Maunoir, estes dois últimos médicos

de profissão, o Comité Internacional de Socorro aos Feridos que teve a colaboração de peritos de 16 países. Deste trabalho conjunto, que teve lugar em outubro de 1863 em Genebra, resultou o estabelecimento de dez resoluções que compuseram a carta da fundação da futura Cruz Vermelha. Um ano depois, e com a ajuda do governo suíço, realizou-se uma conferência diplomática com a presença de delegados de 12 governos, incluindo o norte-americano. Aqui foi estabelecido que o corpo médico, os seus ajudantes e os próprios feridos, em local de guerra, não poderiam ser considerados inimigos. Para que pudessem ser identificados, foi criado um emblema reconhecido por todos como um sinal de neutralidade: uma cruz vermelha sobre um fundo branco. Em 1875, a organização adotou o nome pelo qual ainda hoje é conhecida - Comité Internacional da Cruz Vermelha. A comissão reúne-se em assembleia 10 vezes por ano, a fim de garantir o cumprimento dos deveres que lhe estão exigidos: promover as leis humanitárias internacionais e zelar pelos princípios fundamentais da Cruz Vermelha.

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A Cruz Vermelha e a Paz no Mundo

O Comité Internacional da Cruz Vermelha foi distinguido três vezes com o Prémio Nobel da Paz: em 1917 e em 1944, o prémio foi atribuído devido ao trabalho levado a cabo durante as duas guerras mundiais e, na última vez, em 1963, repartiu o prémio com a Liga das Sociedades da Cruz Vermelha, no ano em que se assinalava o centenário da sua fundação. Atualmente, o Comité Internacional está englobado num grande movimento que inclui as Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho e a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho - este último símbolo foi adotado nos países muçulmanos em lugar da tradicional cruz vermelha. Fonte: Netprof – Documento Direitos Humanos www.netprof.pt

Ao longo da sua história, a Cruz Vermelha Portuguesa, por si só ou enquadrada no seu Movimento Internacional, tem prestado auxílio em cenários emergentes de conflitos armados, tanto em território nacional como internacional, como os movimentos revolucionários e campanhas coloniais de Portugal. Alguns exemplos disso são as 2 Guerras Mundiais, a Guerra Civil de Espanha, os conflitos da ExJugoslávia, a Guerra Civil de Angola entre muitos outros. No cenário dos grandes desastres e catástrofes, destacamos a Gripe Pneumónica (1918-19) e Tuberculose (1949); sismos no Faial (1926), na Grécia (1953), em Agadir (1960) e S. Jorge,

Açores (1964 e 1990); o ciclone em Portugal (1941); as inundações no Distrito de Lisboa (1967 e 1983); o Incêndio no Chiado (1988); as cheias em Moçambique (2000); o acidente da Ponte Hintze Ribeiro, Castelo de Paiva (2001); as vagas de calor e incêndios em Portugal (2003 e 2005); o tsunami na Ásia (2004); os Sismos no Paquistão (2005) e China (2008); a vaga de frio em Portugal (2008); o terramoto no Haiti (2010); as chuvas intensas na Ilha da Madeira (2010 e 2012); Sismo e tsunami no Japão (2011). Conforme afirmou o Comité Internacional da Cruz Vermelha numa carta enviada à Assembleia Geral das Nacões Unidas em outubro de 2011, “ Ao longo dos anos, as operações de manutenção da paz têm-se tornado cada vez mais complexas, pois para além do tradicional monitoramento de cessar-fogos e de frágeis acordos de paz, passou também a abarcar aspetos como a proteção a civis, o estado de direito, a reforma do setor de segurança, a assistência humanitária e o desarmamento entre outros. (...) A proteção a indivíduos e comunidades durante conflitos armados e outras situações de violência tornou-se uma das grandes prioridades das operações de manutenção da paz.

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A Cruz Vermelha e a Paz no Mundo

- 8 milhões de pessoas receberam alimentos. -1,1 milhão de pessoas tiveram acesso à assistência à saúde. E é o que tem acontecido no maior conflito dos últimos 15 anos na Síria. Os últimos 5 anos têm sido de extrema violência com mortes e destruição para a Síria em que milhões de pessoas foram obrigadas a sair das suas casas ou abandonar o país. Muitas delas são crianças. Eis alguns números: -6,3 milhões de pessoas deslocadas dentro da Síria -5 milhões de pessoas vivem em cidades sitiadas e áreas de difícil acesso -4,8 milhões de refugiados vivem nos países vizinhos e outras regiões O presidente do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Peter Maurer, descreveu o confronto na cidade síria de Aleppo como um dos mais devastadores conflitos dos nossos tempos. A Cruz Vermelha tem atuado em várias frentes e, graças aos seus esforços conjuntos com o Crescente Vermelho Árabe Sírio, tem conseguido ajudar as pessoas em áreas que nenhuma outra organização humanitária pode ter acesso:

No passado dia 22 de dezembro, a operação para evacuar os civis e combatentes do leste de Aleppo foi finalizada e ,como refere o comunicado de imprensa do Comité Internacional da Cruz Vermelha, “(...) aproximadamente 35 mil pessoas foram evacuadas às áreas rurais próximas pelo Crescente Vermelho Árabe Sírio e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV). Cem feridos e doentes críticos estavam entre os evacuados. (...) Com temperaturas abaixo de zero, as pessoas queimavam o que podiam encontrar, inclusive cobertores e roupas, para manterem a si e a seus filhos aquecidos enquanto esperavam o momento de partir. Mais de 100 voluntários do Crescente Vermelho Árabe Sírio e funcionários do CICV permaneceram ao lado delas todo o tempo para garantir a segurança e tentar orientá-las e reconfortá-las. Esta é a missão da Cruz Vermelha hoje e todos os dias na manutenção da liberdade e da paz: prestar assistência humanitária e social - em especial aos mais vulneráveis - prevenindo e reparando o sofrimento, e contribuindo para a defesa da vida, da saúde e da dignidade humana.

-15 milhões de pessoas foram beneficiadas com o acesso à água potável e ao saneamento.

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Notícias da nossa Delegação

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Jantar de Natal Foi num ambiente muito alegre e descontraído que decorreu mais um jantar de Natal da nossa Delegação da Cruz Vermelha, na qual participaram a Direção, Colaboradores e Voluntários num total de cerca de 50 pessoas. O papel de Pai Natal coube ao João Rodrigues, responsável pela Estrutura Operacional de Emergência (EOE) e membro da Direção, que generosamente distribuiu os presentes que cada um comprou para o seu amigo oculto.

Cabaz Solidário O nosso cabaz está a ficar cada vez mais cheio com as oferendas que colegas e amigos têm dado. O sorteio vai ser no dia 9 de janeiro, dia em que vamos conhecer o feliz contemplado ou contemplada. Com o dinheiro angariado iremos ajudar as famílias que apoiamos a ter uma vida melhor. Por isso, obrigada a todos os que participaram! Custa tão pouco e vale tanto!

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Entrevista em destaque Dezembro

Tarde de Fados Silêncio... que se vai cantar o fado! O Grupo EnvelheSeres promoveu uma tarde de fados no dia 30 de novembro no Grupo Desportivo “ O Independente”, na qual participaram várias instituições do Concelho. A Delegação de Setúbal da Cruz Vermelha esteve lá com utentes do Apoio Domiciliário e foi uma tarde muito bem passada onde a alegria e o convívio salutar marcaram presença, tendo os artistas sido muito aplaudidos por todos. Um agradecimento especial aos artistas que, de forma voluntária, participam neste evento fazendo as delícias de todos os presentes. Para o ano há mais...!

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Dezembro em destaque

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Concurso do postal de Natal da Cruz Vermelha Delegação de Setúbal

Este ano a Delegação de Setúbal da Cruz Vermelha Portuguesa lançou um concurso reservado aos alunos da Escola Básica dos Pinheirinhos em Setúbal para a escolha dos melhores desenhos que figurariam no Postal de Natal da nossa Delegação. O desafio foi desde logo muito bem aceite pelos professores e pelos nossos afilhados. Munidos de lápis, tintas e pincéis, os meninos e meninas desta escola meteram mãos à obra e com muito entusiasmo desenharam árvores, renas, Meninos Jesus e Pais Natal, não tendo faltado muitas alusões à Cruz Vermelha. A tarefa do júri que escolheu os desenhos não foi nada fácil, mas no fim foram apurados os desenhos vencedores ( um por turma) que iriam fazer parte do postal de Natal e que foi enviado a todos os nossos Associados, Parceiros e Amigos. Para agradecer o empenho e a criatividade de todos, foram entregues diplomas de participação. Obrigada afilhados por encherem de orgulho o nosso coração!

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Dezembro em destaque

Fundação Luís Figo convida a Cruz Vermelha a participar em evento de Natal No dia 13 de dezembro, a Fundação Luís Figo convidou a Cruz Vermelha Portuguesa a participar no evento de Natal do Dolce Vita Tejo em Lisboa. A Delegação de Setúbal levou os meninos e meninas da Escola Básica das Manteigadas em Setúbal a passar um dia muito divertido: patinaram no gelo, brincaram no Espaço Lego Fun e ainda assistiram ao espectáculo Teatro no Cinema com a peça “ Aladino”. Abaixo transcrevemos palavras de apreço da Diretora da Escola Básica das Manteigadas: “Muito obrigada, pela magia de hoje. Chegámos tarde, mas andámos sozinhos na pista de gelo e com o Luís Figo a assistir. Os alunos portaram-se muito bem e estavam deliciados a patinar. Alunos que nunca tinham experimentado pareciam profissionais. Ficam aqui algumas lembranças deste dia. Um beijinho dos alunos da Escola Básica das Manteigadas.”

Um Natal mais feliz Um dos apoios prestados pela Delegação de Setúbal da Cruz Vermelha Portuguesa é o transporte para as escolas de crianças com necessidades educativas especiais. Neste Natal estivemos com os meninos e meninas que transportamos para tornar o seu Natal um pouco mais feliz com a oferta de pequenos presentes.

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Dezembro em destaque

Entrevista

É Natal... É Natal... Cantámos, conversámos, rimos, abraçámos, acarinhámos. Foi assim na Escola Básica dos Pinheirinhos, da qual somos padrinhos, e também na Escola Básica das Manteigadas. Chegámos, distribuímos as prendas e no final foi a brincadeira do costume, o brilho no olhar, os sorrisos rasgados, o abracinho tímido. Saímos já a sentir saudades e com muita vontade de voltar.

Sejam felizes!

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Dezembro em destaque

O Grupo Envelheseres e o Natal

Para assinalar a quadra do Natal, o Grupo EnvelheSeres preparou uma série de atividades que contaram com a participação das várias instituições que fazem parte deste grupo, incluindo a Delegação de Setúbal da Cruz Vermelha. O Centro Comunitário de Sta. Maria da Graça foi o responsável pela execução de um trenó e as restantes instituições elaboraram as inúmeras prendas recorrendo a diversos materiais e formatos. As prendas estiveram em exposição no Parque Urbano da Albarquel para que todos os que por ali passaram tivessem oportunidade de as apreciar. O Grupo EnvelheSeres fez ainda parte das Comemorações do Natal da Baixa com atuações de vários níveis como cantares, dança, poesia e um flash mob no Mercado do Livramento. Parabéns aos artistas que fizeram deste um Natal mais bonito e alegre para todos!

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Entrevista fictícia

Anjezë Gonxhe Bojaxhiu M.C. nasceu em Üsküp a 27 de agosto de 1910 e faleceu em Calcutá a 5 de setembro de 1997 com 87 anos, tendo ficado conhecida como Madre Teresa de Calcutá ou Santa Teresa de Calcutá. Filha de albaneses, foi uma religiosa católica nascida em território sob o Império Otomano, na capital da atual República da Macedônia e naturalizada indiana. Foi beatificada pela Igreja Católica em 2003 pelo Papa João Paulo II e canonizada em 2016 pelo Papa Francisco na Praça de São Pedro, no Vaticano. Considerada, por alguns, a missionária do século XX, fundou a congregação religiosa das Missionárias da Caridade que conta hoje com cerca de 4.500 religiosas espalhadas por mais de 130 países entre os quais Portugal e a cidade de Setúbal. Em julho de 1975, Dom Manuel Martins foi nomeado primeiro bispo de Setúbal . Segundo noticiou o Diário de Notícias, para a diocese queria uma Igreja não de palavras "mas de sinais", que "vive para o serviço dos outros, sobretudo dos mais pobres". E em 1976 escreveu a Madre Teresa de Calcutá. Segundo a mesma fonte, “ A resposta chegou por carta, "escrita por mão própria", lembra D. Manuel Martins, e nela Madre Teresa dizia que "nunca tinha ouvido falar de uma terra chamada Setúbal", mas que abrindo uma casa em

Portugal seria aí. Não muito tempo passado, a diocese recebeu a notícia de que as irmãs da congregação Missionárias da Caridade chegavam na semana seguinte. "Arranjámos uma casa, preparámos a casa modestamente, mas com um sofá, uma televisão, um frigorífico. Logo que chegaram, quatro raparigas muito simpáticas, de sari, pediram que retirássemos o sofá, a televisão e o frigorífico. Bom... o frigorífico estranhámos, mas elas explicaram: "Nosso Senhor disse que nem às aves do céu faltaria com comida". Elogiada e adorada por inúmeras pessoas, governos e organizações, Madre Teresa de Calcutá, que dedicou a sua vida aos pobres, foi também duramente criticada, especialmente pelas causas que abraçou na luta acerca do controle de natalidade, do aborto e da contraceção. Em 1979, Madre Teresa recebeu o prémio Nobel da Paz, pelos serviços prestados à humanidade.

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Entrevista fictícia

1. O que é que a motiva no caminho para o bem? Jesus é que me motiva, ele disse que o bem que fizermos aos outros também o estaremos a fazer a ele. É isso que me motiva: ajudarmo-nos uns aos outros. A maior fonte de inspiração para o meu trabalho é o amor; em primeiro lugar, o amor de Deus Todo Poderoso e , a partir daí, o amor universal. Os desamparados têm que saber que são amados e queridos. É muito importante que esta mensagem de amor seja entendida e que surta efeito. A nossa missão é trazer a paz ao mundo através do nosso trabalho missionário. 2. Deixou o noviciado para se dedicar aos pobres. Nunca duvidou da sua fé? Não, nunca. Posso duvidar de outras coisas da vida, mas da fé em Deus nunca. Na altura, senti que podia ser mais útil junto dos pobres do que na Congregação das Irmãs de Loreto onde estava.

resposta. A mim não me cabe tomar decisões, só Deus é dono da minha vida, de todas as vidas. Estou aqui por vontade de Jesus. 5. Tem dedicado a sua vida a ajudar os pobres. Tem algum conselho para as pessoas em geral e para os governantes do mundo? Envolverem-se no nosso trabalho para ajudar os pobres. 6. Em 1979, recebeu o Prémio Nobel da Paz. O que é que isto representou na sua vida? Foi uma ocasião muito bonita, na qual pudemos proclamar juntos a alegria da paz: a alegria de nos amarmos uns aos outros, a alegria de perceber que os mais pobres dos pobres são nossos irmãos e irmãs. Quando refletimos sobre nós mesmos, quando questionamos a nossa relação com os outros, damo-nos conta que somos todos iguais.

3. Em 1949, funda em Calcutá, na India, a Congregação " Missionárias da Caridade". Sim, é verdade. Pessoas que não têm nada, que não são desejadas por ninguém, que se tornaram um fardo para a sociedade, que esqueceram o que é o amor e o toque humano, para nós eles são os filhos de Deus e é para eles que trabalhamos. 4. Por que é decidiu iniciar o seu trabalho em Calcutá e não noutro lugar? Isso é um mistério para o qual não tenho

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Entrevista fictícia

7. Quais os principais problemas que enfrenta no seu trabalho? Aqui há muitos problemas, mas o tempo ensinou-nos que cada um deles vem com uma solução e que a maior parte das vezes o tempo é a solução. Nos nossos hospitais, no leprosário, por exemplo, um dos graves inconvenientes é que os doentes não seguem o tratamento que lhes prescrevemos, pois não compreendem que a sua doença se agrava há medida que o tempo passa se não se tratarem. O tratamento para a lepra é muito prolongado e caro, e em muitas vezes os leprosos são abondonados pela família e não têm onde dormir. Também recebemos muitos infetados com HIV nos nossos centros de saúde para que não vivam na rua, pois temos casos em que a própria mãe deixa o seu filho na rua para que não infete os restantes membros da família. 8. Visitou Portugal 2 vezes para visitar as missões da sua congregação, que então começava a desenvolver trabalho em Portugal: da primeira vez a Lisboa e da segunda a Fátima. Quer falar-nos destas visitas? Na maravilhosa cidade de Lisboa, pedimos que nenhum homem, nenhuma mulher, nenhuma criança se sinta não amado e não querido. Se encontrarem alguém que se sinta assim, levemnos às irmãs. Esta casa é a casa de todos nós. Onde todos nós vamos por o nosso amor por Jesus numa ação de vida. (...) Nossa Senhora de Fátima é a mãe deste maravilhoso país. (...) Se ficardes juntos, amarvos-ei uns aos outros, como Deus vos ama. Por isso vamos ensinar as crianças a rezar e vamos rezar com elas. E assim agradecemos a Nossa Senhora por ter

ido ao nosso encontro em Fátima e ter trazido o seu amor e a sua ternura a todos nós. (...) Há tanto sofrimento no mundo hoje (..) e há muitos lugares onde as pessoas estão a morrer de fome. 9. Tem sido muito criticada pela forma como as Irmãs da Caridade vivem. Foi assim que escolhemos viver. Essa é a diferença entre nós e os pobres. Como é que poderíamos ser verdadeiras com os nossos pobres se levássemos uma vida diferente? Se tivessemos tudo o que o dinheiro pode comprar, então qual seria a nossa ligação com os pobres? Agora se me disserem que há muito calor, então podem vir e visitar o lugar onde vivemos. 10. Que mensagem gostaria de deixar aos nossos leitores? Ajudem-se uns aos outros. Há sempre alguém que necessita de companhia, de amizade ou de uma palavra amiga; há sempre alguém para quem pouco significa muito. Temos de ir à procura das pessoas, porque podem ter fome de pão ou de amizade. Ajudem alguém que esteja doente, um idoso ou uma criança; abracem uma causa como voluntários, há sempre alguém a quem podemos dar a mão e ajudar. O que eu faço é uma gota no meio de um oceano. Mas sem ela, o oceano será menor.

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Hobb

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Os nossos heróis

Quem são os nossos HERÓIS? Continuando a nossa crónica tributo, que nunca fará verdadeira justiça e agradecimento bastante a quem alimenta os nossos sorrisos, será esta a vez dos HERÓIS INVISÍVEIS. Estes heróis, apesar de não terem um rosto, têm muito ADN. Os nossos heróis não são sempre logotipos, imagens e personalidades reconhecíveis e conhecidas de todos. Poderão até ser cidadãos anónimos, mas são seguramente grandes em coração! Desta vez, os nossos agradecimentos vão para os MECENAS - CNR-Construção e Reparação Naval, Lda, APSS-Associação dos Portos de Setúbal e Sesimbra, Castelo de Cores, e Farmácia Costa, que nos apoiam sempre e com generosidade extrema. São eles o apoio que muitas vezes necessitamos para fazer chegar aos que mais precisam de nós! São o nosso apoio de bastidores, são a ajuda invisível que tanto é necessária, os seus contributos preciosos! Queremos dar-lhes rosto porque são eles TAMBÉM que FAZEM OUTROS ROSTOS FELIZES! BEM HAJAM, SEMPRE! Rita Ferreira Cruz Vermelha Portuguesa Direção Local de Setúbal

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Em nome da Paz

O Prémio Nobel é um dos mais prestigiados prémios do mundo e foi criado por Alfred Nobel, o inventor da dinamite, com o propósito de prestigiar aqueles que praticassem o ao serviço da humanidade na sequência da destruição da sua casa causada por uma invenção sua. Assim, Alfred Nobel deixou toda a sua herança para financiar a criação de uma instituição que teria a função de administrar este prémio: a Fundação Nobel. O Nobel da Paz é um dos cinco prémios e premeia pessoas que fizeram pesquisas de grande valor para o bem do ser humano em diversas áreas como a Química, a Física, a Medicina, a Literatura, a Economia e a Paz. Alfred Nobel decidiu que fosse a Noruega a decidir o laureado pelo Nobel da Paz, de forma a prevenir a influência de poderes políticos internacionais no processo de atribuição do Nobel. De acordo com a vontade do seu fundador, o prémio deveria distinguir "a pessoa que tivesse feito a maior ou melhor ação pela fraternidade entre as nações, pela abolição e redução dos esforços de guerra e pela manutenção e promoção de tratados de paz". Ao contrário dos outros prémios Nobel, o Nobel da Paz pode ser atribuído a pessoas ou organizações que estejam envolvidas num processo de resolução de problemas, em vez de apenas distinguir aqueles que já atingiram os seus objetivos em alguma área específica. É, portanto, um prémio Nobel com características próprias. Eis algumas das personalidades e organizações a quem já foi atribuído este prémio: Henri Dunant (1901) - fundador da Cruz Vermelha Theodore Roosevelt ( 1906) - pela paz na guerra russo-japonesa Comité Internacional da CV (1917,1945 e 1963) Martin Luther King Junior ( 1964) - ativista dos direitos humanos

Madre Teresa de Calcutá ( 1979) - pela luta contra a pobreza na Índia Desmond Tutu ( 1984) - pela luta contra o apartheid Nelson Mandela (1993) - pelo trabalho pelo fim do regime do apartheid e por estabelecer os princípios para uma nova África do Sul Organização das Nações Unidas e Kofi Annan (2001) pela dedicação a um mundo melhor organizado e mais pacífico Malala Yousafzai (2014) - pela sua luta contra a discriminação das crianças e jovens e pelo direito destes à educação. Mas também muitas são as pessoas anónimas que dedicam as suas vidas em prol dos outros, voluntários que deixaram as suas casas, famílias e amigos para partir para lugares onde são mais precisos. Seguem missões humanitárias em regiões carenciadas, oferecendo os seus serviços nas mais diversas áreas, como a saúde, a educação, o aconselhamento familiar, a assistência jurídica, entre outras. Outros trabalham nas suas comunidades , mas em todos se alberga o sonho de construir um mundo mais justo, tolerante e pacífico. Uma criança, um professor, um livro e um lápis podem mudar o mundo. Malala Yousafzai

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Conselhos sobre Saúde

Ano Novo, Vida Nova! diferentes instituições científicas para a atividade física mínima diária. O esforço que estas atividades de vida diária Sempre que um novo ano começa, pensamos em

representam é muito importante, pelo

tudo o que gostaríamos de fazer e que, por

envolvimento de grandes áreas musculares,

motivos vários, não vamos conseguindo.

pela força que requerem e pela habilidade que

A saúde deve estar nas nossas opções e decisões

exigem para a acção.

de ano novo. Aliás, deve ser a prioritária pois

Reduzidas estas atividades de vida diária e

sem saúde nada tem importância.

passando longos períodos do dia sentado,

Mexer-se é tão importante! Por isso, tome a

estamos perante um sedentarismo severo.

decisão de mexer-se mais neste novo ano.

Além disto, faça passeios a pé de 30 a 60

Uma vida ativa é fundamental para termos

minutos. Os benefícios de exercitar o corpo

saúde. Não estamos a falar de idas ao ginásio

durante 30 a 60 minutos por dia, vários dias por

nem de treinos para correr a maratona, mas sim

semana, são muitos:

de manter uma vida ativa e preenchida pelas

-reduz o risco de doenças cardiovasculares;

diferentes atividades da vida diária, como andar

-ajuda a controlar e a prevenir fatores de risco

a pé, ir às compras, subir escadas, fazer

como a pressão arterial alta, o colesterol

jardinagem, dançar, atividades domésticas,

elevado e a obesidade;

passear o cão, etc. Este tipo de atividade tem um

-ajuda a baixar os níveis de stress;

papel altamente positivo para a sua saúde.

-aumenta a energia;

Com base em múltiplos estudos, sabe-se que o

-melhora o sono e a digestão;

somatório da energia gasta nessas atividades,

-melhora o bem estar geral e estimula a procura

desde que em quantidade suficiente, tem um

de estilos de vida mais saudáveis.

efeito tão benéfico para a saúde como outras formas de exercício estruturado.

Mexa-se! Pela sua saúde!

Cinco minutos numa atividade, outros dez minutos noutra, que perfaçam, pelo menos, trinta

minutos,aproximam-se

das

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recomendações definidas pela generalidade das

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Atividades em destaque no mês de

janeiro

agenda

4 de janeiro 3ª Jornada Taça CTT: Vitória FC x Sporting CP

6 de janeiro

Ficha Técnica

Dia de Reis - Entrega de presentes Escola Básica das Manteigadas - 1º ciclo.

Coordenação: Fátima Henriques

9 de janeiro

Edição:

Sorteio do Cabaz de Reis da Cruz Vermelha Setúbal

Fátima Henriques

14 de janeiro

Revisão:

Liga Nos: Vitória FC x Nacional

Carla Tavares

18 de janeiro

Isabel Machado

Liga Nos: Vitória FC x SL Benfica

Rita Ferreira Colaboraram nesta edição: Duarte Machado

Contactos

Carla Tavares Isabel Machado

Delegação de Setúbal da Cruz Vermelha Portuguesa

Rita Ferreira

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pág. 19 HUMANIDADE IMPARCIALIDADE INDEPENDÊNCIA NEUTRALIDADE VOLUNTARIADO

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22 UNIDADE UNVERSALIDADE


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