Circuito Cultural Praça da Estação
Belo Horizonte Primeira cidade planejada do Brasil, de traçado positivista, a capital de Minas Gerais é emoldurada pelos planaltos da Serra do Curral. A serra que virou símbolo da cidade leva o nome do antigo arraial que deu lugar à capital, em 1897, o Curral Del Rei. Belo Horizonte ocupa posição estratégica no mapa geopolítico do Brasil e da América Latina, uma vez que sua malha viária e ferroviária permite fácil acesso aos principais centros e portos do país e do continente sulamericano. Moderna, rica em vida cultural, palco das primeiras obras do arquiteto Oscar Niemeyer, Belo Horizonte é conhecida como a capital dos bares e da boa música. Centro de excelência médica, de biotecnologia, informática e moda, vem se impondo como polo turístico de eventos e negócios. BH dispõe de um patrimônio arquitetônico, cultural e natural diverso e preservado. Há hoje na capital quase 2,5 milhões de habitantes.
Circuito cultural Praça da Estação A Arte, cultura, arquitetura e história. Encantos que nos convidam à apreciação do conjunto de atrativos singulares no entorno da belíssima Praça da Estação, fundada praticamente ao mesmo tempo em que nascia a nova capital mineira. O Circuito, localizado no Vale do Arrudas, no hipercentro, envolve bens tombados que compõem o patrimônio do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Praça da Estação, sendo eles: o Centro Cultural UFMG; os hotéis Sul América Palace e Amazonas Palace, Hotel Itatiaia; o Viaduto Santa Tereza; a Serraria Souza Pinto; a Estação Ferroviária; a antiga Estação Ferroviária da Central do Brasil e a antiga Estação Ferroviária da Oeste de Minas, as quais condecoram o Museu de Artes e Ofícios; o CentoeQuatro; o Complexo Casa do Conde e os jardins e esculturas da Praça Rui Barbosa, Museu Giramundo, Centro Cultural JK SESC, Centro de Referência da Juventude,
Circuito Cultural Praça da Estação
5
Edifício Chagas Dória, Museu da Força Expedicionária Brasileira, Museu da Rede Ferroviária, BRT. Vivencie.
PATRIMÔNIO MATERIAL DO CIRCUITO PRAÇA DA ESTAÇÃO Centro Cultural UFMG
História O edifício Alcindo da Silva Vieira, sede do Centro Cultural UFMG, foi o primeiro a ser construído na região do hipercentro. Quando a cidade, ainda em 1906, apenas começava sua história de urbanização, o sobrado foi idealizado pela comissão construtora da nova capital, como símbolo da sua prosperidade. O projeto arquitetônico, arrojado para a época, foi localizado estrategicamente em frente à estação ferroviária, para dar as boas vindas aos visitantes e novos moradores da cidade.
6
Belo Horizonte
Por sua presença em momentos fundamentais da história de Belo Horizonte, o edifício Alcindo da Silva Vieira tornou-se importante marco da trajetória econômica e política da cidade. O projeto inicial era que o sobrado se tornasse um grande hotel. Para isso, o português Antônio Maria Antunes, fechando o Hotel Antunes em Ouro Preto, muda-se para a Capital e faz um enorme investimento para construí-lo, mas o projeto não chegou a se concretizar. Ainda em meados de 1906, o Governo do Estado de Minas Gerais adquire a construção em andamento e a transforma no Quartel do 2º Batalhão de Brigada Policial. As obras de adaptação, pintura e acréscimos foram executadas sob a responsabilidade do engenheiro Honório Soares Couto. Desde sua inauguração, em 1906, até 1911, o edifício passou por várias reformas em função das diversas instituições que abrigou, como Junta Comercial e órgãos do Ministério da Guerra. Em 1911, a força pública se transfere para Juiz de Fora, e o sobrado passa a ser sede da Escola Livre de Engenharia. Para atender às finalidades da nova ocupação do edifício, tornaram-se necessárias reformas. Novamente o engenheiro responsável foi Honório Soares Couto, juntamente com Emílio Gomes Regata. Em 1926, o sobrado torna-se parte do patrimônio da recém fundada Universidade de Minas Gerais (hoje Universidade Federal de Minas Gerais), que ali instala a Escola de Engenharia. O nome do sobrado − Alcindo da Silva Vieira − está ligado a este momento da sua história. Alcindo da Silva Vieira (Rio de Janeiro-RJ, 1888 − Belo HorizonteMG, 1945) foi professor e diretor da Escola de Engenharia, e reitor da UFMG de novembro de 1944 a dezembro de 1945, quando participou ativamente da Comissão de Planos de Construção da Cidade Universitária.
Circuito Cultural Praça da Estação
7
Em 1989 foi inaugurado o Centro Cultural UFMG, que realiza a produção, promoção e divulgação da cultura e das artes, atuando em todas as suas esferas, através de exposições, espetáculos de música, poesia, teatro, dança e performance, mostras de filmes, encontros, debates e oficinas, privilegiando a diversidade, a qualidade ética e estética, e a socialização da informação transdisciplinar. As atividades em sua maioria são gratuitas ou são oferecidas a preços populares.
Características arquitetônicas As principais características arquitetônicas do Centro Cultural UFMG, de estilo eclético, se configuram pelo pé direito alto – aspecto imponente da construção, projetado para garantir a circulação de ar – e pela grande quantidade de madeira no piso, no teto, nas janelas, na escadaria e na balaustrada, o que dá ao edifício um ar elegante e acolhedor. Suas portas e janelas são muito maiores do que as utilizadas hoje nas construções, já que, no início do século XX, além de manter relação com o pé direito, elas também tinham de garantir a iluminação natural. As colunas e os umbrais das portas e janelas, que seguem padrão europeu, causam impressão de luxo e riqueza. Em 1988 o edifício foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA-MG) e, em 1994, pela Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte. Funcionamento: Aberto diariamente das 10h às 21h Localização: Av. Santos Dumont, 174, esquina com a Rua da Bahia Tel.: 3409 8290
8
Belo Horizonte
Centro de Memória da Engenharia
A instalação do Centro de Memória da Engenharia iniciou-se em1993 por iniciativa da Associação dos Ex-Alunos da Escola de Engenharia da UFMG. Seu objetivo primordial é recuperar, reunir e manter o acervo técnico-científico e cultural da Escola de Engenharia da UFMG , de seus funcionários e ex-alunos, preservando a memória da instituição em seu contexto histórico. Estão instalados no CME uma biblioteca (em quatro salões) e um museu (em sete salões), para exposição de equipamentos de topografia, cálculo, física, eletricidade, sistemas de medidas, transmissão e recepção de som e mecânica. O CME integra a Rede de Museus e Espaços de Ciência da UFMG. O prédio, no qual se abriga o Centro de Memória da Engenharia, foi tombado pelo patrimônio estadual em 1988. Associação dos Ex-Alunos da Escola de Engenharia da UFMG Localização: Rua da Bahia, 52, Centro Tel.: 3273 3023 – Isabeli
Circuito Cultural Praça da Estação
9
Complexo Casa do Conde (Funarte e IPHAN)
O Complexo da Casa do Conde de Santa Marinha, tombada pelo patrimônio histórico nacional, abriga dois importantes órgãos de incentivo à cultura, a Funarte e o IPHAN. A edificação foi construída em 1896 por encomenda do conde português Antônio Teixeira Rodrigues, que chegou ao Brasil em 1894, para integrar a equipe construtora da nova capital de Minas. O Complexo compreende uma área aberta de aproximadamente 4.000m², é formado por um palacete imperial, seis galpões e oito salas, que ocupam cerca de 10.000m² de área construída. A Funarte-MG ocupa os galpões reformados do Complexo e o iIPHAN tem como sede o casarão da Casa do Conde. A Fundação Nacional de Artes – Funarte –, órgão pertencente ao Governo Federal, é responsável pelo desenvolvimento de políticas públicas de fomento às artes visuais, à música, ao teatro, à dança e ao circo. Vinculada ao Ministério da Cultura, a Fundação tem como objetivos principais o incentivo à produção e à capacitação 10 Belo Horizonte
de artistas, o desenvolvimento da pesquisa e a formação de público para as artes no Brasil. O Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Cultura. O órgão foi criado em 1937, no governo de Getúlio Vargas. Sua função é preservar, divulgar e fiscalizar o patrimônio cultural, de modo a garantir o usufruto dos bens culturais pelas atuais e futuras gerações. Com mais de 70 anos, o IPHAN já salvou um número considerável de patrimônios culturais brasileiros do desaparecimento, contabilizando mais de 300 mil bens preservados pelo órgão. Localização: Rua Januária, 68, Floresta Tel.: 3213 084 / 3213 7112
CentoeQuatro
O CentoeQuatro surge com o objetivo de produzir e difundir e expor trabalhos artísticos, como danças, músicas, pinturas, mostras de cinema. O foco baseia-se na geração do conteúdo interdisciplinar, na divulgação da arte e na democratização do acesso ao conhecimento e aos bens culturais. O CentoeQuatro propicia
Circuito Cultural Praça da Estação
11
também uma formação profissional artística, oferecendo oficinas e minicursos. O ambiente é multiuso, sendo ao mesmo tempo café, cinema e galeria; e também mutável, já que ele se adapta aos diversos eventos que abriga. O CentoeQuatro acolhe programações que incluem projetos próprios e intervenções propostas por organizações coletivas e individuais acerca da cultura e da produção artístico-intelectual. O prédio já possuiu diversas ocupações, tendo sido seu projeto original a instalação da Companhia Industrial Belo Horizonte, primeira grande indústria da capital mineira. Sua construção se iniciou em 1906 e a inauguração se deu em 1908. A partir da década de 30, o edifício foi ocupado por companhias têxteis e o prédio ficou conhecido, então, como 104 Tecidos. Devido a várias reformas, houve uma descaracterização acentuada do projeto inicial, de Edgar Nascentes Coelho. Essa desvalorização se deu até 1984, ano em que o prédio foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA), passando a integrar o Conjunto Arquitetônico da Praça da Estação. Em 2009 é inaugurado no prédio o CentoeQuatro, que retoma a função simbólica da Praça da Estação: conectar Belo Horizonte com o resto do mundo. O CentoeQuatro conta com programações no Café, no Cinema e no Espaço Multiuso. O Café é disponibilizado por meio de agendamento, para realização de eventos particulares. Há no CentoeQuatro, um projeto que se configurará permanente assim que se finalizar sua implementação. Tal projeto, “Produção e Mostra Audiovisual 104”, visa habilitar jovens do ensino médio das escolas públicas de Belo Horizonte, de modo a viabilizar o acesso aos meios de criação em tecnologia audiovisual; além de ampliar a capacidade de expressão e análise crítica e, sobretudo, contribuir para a formação humanística e sociocultural dos alunos. Hoje o CentoeQuatro é sede do Instituto Antônio Mourão Guimarães,
12 Belo Horizonte
o qual defende a arte e a educação como ferramentas para o desenvolvimento social. Funcionamento: terça a sexta – 17h às 24h Localização: Praça Rui Barbosa, 104, Centro Tel.: 3222 6457 Estacionamento: R$5,00
“Monumento à Terra Mineira”
O Monumento à Civilização Mineira (Terra Mineira) é uma das obras do escultor italiano Giulio Starece, que se encontra na Praça da Estação, em Belo Horizonte. Foi inaugurado no dia 15 de julho de 1930 na presença do autor, do então Presidente Antônio Carlos, do então ministro Francisco Campos e de Aurélio Pires. O Monumento foi esculpido em granito, possui placas em bronze, com imagens alusivas a fatos importantes da história de Minas Gerais, retratando conquistas do estado pelos bandeirantes. Cada placa “conta” um fato relevante e, simultaneamente, homenageia
Circuito Cultural Praça da Estação
13
os mártires de Inconfidência – principal movimento contra a Coroa Portuguesa. São retratadas nas placas: a história do caçador de esmeraldas, Fernão Dias Paes Leme; a revolta de Vila Rica, com a execução de Felipe dos Santos; o enforcamento de Tiradentes e o desbravamento de Bruzza Spinosa. No alto, a figura de um homem nu, também em bronze, inspirada em Apolo, representa o heroísmo do cidadão mineiro. A escultura está de frente para a estação, como a dar as boas-vindas a quem desembarca. Conta-se que, por reação das mulheres da elite mineira, o autor colocou uma bandeira em uma das mãos da figura que, caindo em dobras, tampa a sua nudez. Abaixo de uma das placas encontra-se a inscrição em latim Montani Semper Liberti (a montanha sempre está livre).
Metrô
Um dos mais importantes transportes urbanos, o metrô de Belo Horizonte foi implementado em 1986. Ele é gerido e operado pela Companhia Brasileira de Transportes Urbanos – CBTU. Atualmente está em andamento o processo de transferência do metrô para a responsabilidade do Governo do Estado e dos 14 Belo Horizonte
municípios de Belo Horizonte e Contagem. As estações que compõem a principal linha de atuação são: Vilarinho, Floramar, Waldomiro Lobo, 1° de Maio, São Gabriel, Minas Shopping, José Cândido da Silveira, Santa Inês, Horto, Santa Tereza, Santa Efigênia, Central, Lagoinha, Carlos Prates, Calafate, Gameleira, Vila Oeste, Cidade Industrial e Eldorado. O metrô tem um projeto chamado “Quartas Culturais”, que acontece nas estações, sempre às 18 horas, com apresentações musicais. As inscrições para as apresentações são viabilizadas por meio de edital permanente. Os interessados devem entrar em contato pelo telefone 3250 3946.
Estação Central É uma das opções de acesso ao Circuito da Praça da Estação, sendo a estação de embarque e desembarque de trens de passageiros de fluxo mais intenso do metrô. Na Estação Central, situa-se a “Biblioteca Estação Leitura”, uma iniciativa de incentivo à busca pela literatura e pelo conhecimento. A Biblioteca conta com um acervo de 2200 livros, incluindo-se obras em braile e audiolivros. O espaço contabiliza mais de 1500 associados. Funciona de segunda a sexta das 11h às 17:30 h. Para o cadastro, é preciso documentos como uma foto 3x4 e cópias de rg, cpf e comprovante de residência. Funcionamento da Estação Central: todos os dias de 05h15min às 23h. Tarifas variáveis. Abertura das bilheterias juntamente com o início de circulação dos trens somente nas estações Vilarinho, São Gabriel e Eldorado. Nas demais estações, as bilheterias abrem às 05h40min.
Circuito Cultural Praça da Estação
15
Museu de Artes e Ofícios
A partir da iniciativa do Instituto Cultural Flávio Gutierrez – ICFG –, em parceria com o Ministério da Cultura – MEC – e a Companhia Brasileira de Trens Urbanos – CBTU –, inaugurou-se em 2005 o Museu de Artes e Ofícios, um espaço cultural que abriga acervo correspondente aos instrumentos e utensílios utilizados no trabalho, nas artes e nos ofícios no Brasil desde o período pré-industrial. O Museu foi criado a partir de doação de uma colecionadora e empreendedora cultural, Angela Gutierrez, que doou mais de duas mil peças ao patrimônio público. As etapas de implementação do Museu incluíram a restauração do prédio em que foi instalado, adaptação das plataformas para abrigar galerias expositivas, restauração do prédio da Estação Oeste de Minas e elaboração de um programa de conservação permanente do acervo. Também houve investimentos em projetos de museografia e museologia para que os prédios se transformassem em atraentes e criativos espaços culturais.
16 Belo Horizonte
O acervo de peças originais, datadas do século XIII ao XX, como ferramentas, utensílios, máquinas e equipamentos diversos, faz parte da exposição permanente do Museu e é distribuído entre várias linhas temáticas dos ofícios do trabalhador brasileiro. Mas há também as exposições temporárias, que são exibidas nas galerias e espaços alternativos, em que se realizam eventos culturais, empresariais e sociais. No MAO situa-se o Café dos Ofícios, que oferece bebidas e especialidades da gastronomia mineira; e também a Loja de Artes, que disponibiliza produtos com a marca do Museu, e publicações com temas relacionados aos ofícios e às artes. Funcionamento: Terça e sexta-feira – de 12h às 19h Quarta e quinta-feira – de 12h às 21h (de 17h às 21h – ENTRADA GRATUITA) Sábado, domingo e feriado – de 11h às 17h Aos sábados ENTRADA GRATUITA De terça a sexta-feira – de 8h às 12h – horário reservado exclusivamente para grupos escolares, mediante agendamento prévio pelo telefone 3248 8621 ou pelo site www.mao.org.br Preços dos Ingressos: Inteira: R$ 4,00 – Meia: R$ 2,00 Entrada gratuita para crianças de até 5 anos de idade. Para as escolas públicas e ONGs, a entrada é gratuita e, para as escolas particulares, é garantido o direito à meia entrada. Localização: Praça Rui Barbosa, s/n, Centro Tel.: 3248 8600 O Museu de Artes e Ofícios ocupa os prédios das antigas Estações Ferroviárias de Belo Horizonte, da Estrada de Ferro Central do Brasil e da Estrada de Ferro Oeste de Minas.
Circuito Cultural Praça da Estação
17
Prédio da Antiga Estação Ferroviária da Central do Brasil A Estação Ferroviária de Belo Horizonte teve sua inauguração em 07 de setembro de 1895 – antes mesmo da inauguração da capital mineira – com o nome de Estação Minas. A estação era atingida por um ramal que saía da Estação General Carneiro, e de lá até a Estação Minas, os trens eram operados pelo chamado Ramal Férreo da Capital do Estado de Minas Gerais, vendido a União no final de 1899 e incorporado à Central do Brasil em 1º de janeiro 1900. A estação, na sua inauguração, era um prédio provisório, que foi demolido em 1915. Em 1922 inaugurou-se o novo prédio, o qual preserva até hoje sua estrutura e fachada. Os trens de passageiros foram desativados da Central e a estação passou progressivamente por outros usos até ser completamente desativada como local de recepção de transportes de cargas e pessoas. A partir de 2005, passou a abrigar o Museu de Artes e Ofícios.
Prédio da Antiga Estação Ferroviária Oeste de Minas A antiga Estação Ferroviária da Estrada de Ferro Oeste de Minas, em Belo Horizonte- MG, foi construída pela E.F. Oeste de Minas no ano de 1920 e fica exatamente atrás da Estação da e.f. Central do Brasil. O que separa as duas estações são as linhas da antiga Central do Brasil e as linhas do Metrô de superfície. A E.F. Oeste de Minas operava uma linha de passageiros, com embarques para destinos como Divinópolis, Itaúna e Garças de Minas. Ambas as estações têm mais ou menos o mesmo estilo, neoclássico com eclético. O teto da cúpula da Estação da Oeste de Minas é algo incrível, com pinturas maravilhosas. A partir de 1931, a estação passou a ser administrada pela Rede Mineira de Viação e depois pela Viação Férrea Centro Oeste e, por fim, pela Rede Ferroviária Federal S.A. – RFFSA. Hoje abriga uma das partes do Museu de Artes e Ofícios. 18 Belo Horizonte
Estação Ferroviária da Estrada de Ferro Vitória a Minas
A partir de 1994, a edificação da década de 20, construída sobre o alinhamento da via pública, passou a abrigar a Estação de Trem de Belo Horizonte da Estrada de Ferro Vitória a Minas. A edificação foi projetada para abrigar o armazém da extinta Rede Ferroviária Federal S. A. – RFFSA. O segundo bloco, de pavimento único, é mais recuado. Sua cobertura, onde estão localizadas as plataformas de embarque e desembarque, é sustentada por mãos francesas em ferro trabalhado e por condutores de águas pluviais, com detalhes florais em alto relevo. A edificação é toda arrematada por cunhais, cimalha, platibanda, e recortes e detalhes em relevo de massa. Hoje a Estrada de Ferro Vitória a Minas é administrada pela Vale S.A. Por seus 905 quilômetros de extensão, passam diariamente, pelo menos, 60 tipos de produtos, entre minério de ferro, aço, soja, carvão e calcário, entre outros, o que representa 40% de toda a carga ferroviária do país. A “Vitória a Minas” é a maior estrada de
Circuito Cultural Praça da Estação
19
ferro em densidade de tráfego e apresenta alguns dos melhores índices de produtividade, resultado da segurança e eficiência, que a colocam entre as principais ferrovias do mundo. O segredo deste desempenho está na qualidade do trabalho desenvolvido por seus colaboradores, e nas modernas tecnologias que são empregadas na estrada. A Estrada de Ferro Vitória a Minas mantém também o único trem de passageiros diário do país que liga duas capitais, Vitória (ES) e Belo Horizonte (MG), em funcionamento desde 1994. Cerca de 3 mil pessoas utilizam os trens diariamente. O trem possui 13 vagões de classe econômica com capacidade para 1040 passageiros, e quatro vagões de classe executiva com capacidade para 296 pessoas, incluindo duas lanchonetes a bordo. Funcionamento: o trem parte da capital mineira às 7h30min e encerra a viagem às 20h30min na capital capixaba. bh – Vitória: Classe Econômica: R$ 50,00 (inteira) Classe Executiva: R$ 75,00 (inteira) Localização: Rua Aarão Reis, 423, Centro Tel.: 3273 5976
20 Belo Horizonte
Viaduto Santa Tereza
O Viaduto Santa Tereza, que liga os bairros Floresta e Santa Tereza ao Centro, foi inaugurado em 1929,sendo na época o maior vão de cimento armado de toda a América do Sul, com mais de 400 metros de extensão e arcos parabólicos de 14 metros de altura. Em 1931, devido a erros técnicos observados no parapeito esquerdo, o viaduto passou por reformas. Foi necessário remover parte da extremidade próxima à Rua Sapucaí, permitindo uma curva no trilho dos bondes. Já nos anos 1940, carros, fios, trilhos e bondes conviviam harmonicamente no Viaduto Santa Tereza. Mas, para evitar acidentes, um aviso advertia os motoristas de que era preciso cuidado para usar a contramão na hora de ultrapassar os bondes. E isso só era possível, é claro, graças ao pequeno movimento de trânsito e ao clima pacato que ainda reinava na Belo Horizonte de anos atrás. Arquiteto: Emílio Baumgart
Circuito Cultural Praça da Estação
21
Serraria Souza Pinto
Inaugurada em 1913, a Serraria Souza Pinto produzia material para as edificações da, então jovem capital de Minas Gerais. A Serraria foi o primeiro imóvel em estrutura metálica construído em Belo Horizonte, cidade que representa um dos mais belos projetos arquitetônicos do início do século. Em 1988, depois de criterioso trabalho de restauração e adaptação, executado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais, o prédio foi incorporado ao patrimônio do Estado, tornando-se um espaço multiuso para eventos e cultura, destinado à realização de shows, cursos, congressos, feiras e exposições. Em dezembro de 1998, passou a ser administrado pela Fundação Clóvis Salgado. O prédio é adaptado para receber telões, cenário e equipamentos de sonorização, iluminação, informática e telefonia. Possui sala vip, lanchonete, área para eventos ao ar livre, elevador interno, adaptações para deficientes físicos, teto com tratamento termoacústico, sistema de alarmes e saídas de emergência.
22 Belo Horizonte
Localização: Av. Assis Chateaubriand, 809, Floresta Tel.: 3213 3484
Hotel Histórico Amazonas Palace
O Amazonas Palace foi inaugurado em 1952 pela família Haas, sendo o hotel mais inovador e sofisticado da jovem capital mineira. O hotel abriga o famoso Bar Tejuco, que era frequentado pela elite mineira, a qual podia apreciar nesse espaço o som do piano e jazz e ainda os painéis artísticos do famoso pintor e escultor francês, Robert Tattin. No hall de entrada do Amazonas Palace, já se podia admirar o painel de Theodoro Braga, inspirado nas culturas indígenas. O projeto arquitetônico do prédio foi elaborado por Mazoni e Magalhães no estilo “protomoderno”. O imóvel foi tombado pelo patrimônio histórico da cidade em 2003. Localização: Av. Amazonas, 120, Centro Tel.: 3207 4644
Circuito Cultural Praça da Estação
23
Sul América Palace Hotel Edifício Aurélio Pires
Projetado por Luiz Signorelli, o prédio de seis andares foi construído em 1928, em estilo neoclássico. Trata-se de um dos edifícios mais antigos ainda em funcionamento em Belo Horizonte. Na inauguração do Monumento à Terra Mineira, em 1929, ele já figurava entre os mais altos construídos na Capital. O seu restaurante, atualmente terceirizado, está instalado em um grande salão decorado com lustres vindos da Rússia e circundado por um corredor com parapeito em bronze. Localização: Av. Amazonas, 50, Centro
24 Belo Horizonte
Praça Rui Barbosa
Mais conhecida como Praça da Estação, a Praça Rui Barbosa foi fundada praticamente ao mesmo tempo em que nascia Belo Horizonte. Pelo antigo ramal ferroviário, localizado em frente à Praça, chegava o material para a construção da capital mineira, o que fez surgir o nome Praça da Estação. As obras para a construção da praça tiveram início no final do século XIX. Em 1898, começou a funcionar o primeiro relógio público da cidade, instalado na torre do prédio da estação. Várias esculturas integram seu conjunto arquitetônico. Há três conjuntos de estátuas em mármore, duas estátuas de leões e duas de leoas, uma Ninfa e o “Monumento à Terra Mineira”, estátua de bronze em homenagem aos heróis da Inconfidência Mineira, que causou polêmica pelo fato da escultura ser um homem nu. Cercada por muitas árvores e jardins, a praça, onde também se localiza a estação ferroviária, era local de recepção e despedida das pessoas que vinham conhecer as inovadoras obras arquitetônicas e urbanísticas da nova capital mineira.
Circuito Cultural Praça da Estação
25
Em 1914, a praça ganhou o nome de Praça Cristiano Otoni. Nove anos depois, passou a ser chamada oficialmente de Praça Rui Barbosa, em homenagem ao grande jurista e político baiano. Durante os anos 1930, a Praça Rui Barbosa era tão bem cuidada que existem registros de que ali havia aproximadamente 250 variedades de roseiras. Em 2004, a Praça da Estação, como é popularmente conhecida a Praça Rui Barbosa, passou por obras de requalificação. As intervenções tiveram o objetivo de melhorar as condições de acesso à Estação Central do Trem Metropolitano, o metrô. O espaço ganhou pisos em placas de concreto, instalação de dois conjuntos de fontes, postes de iluminação, além da implantação de um projeto paisagístico. Vários espaços culturais e importantes edificações fazem parte do complexo da Praça da Estação. Atualmente, a praça é um dos mais importantes espaços de manifestações populares e principal espaço público para a realização de shows e eventos. Localização: hipercentro de Belo Horizonte
26 Belo Horizonte
BRT (Bus Rapid Transit)]
O BRT (Bus Rapid Transit), ou Transporte Rápido por Ônibus, é um sistema de transporte coletivo de passageiros que proporciona mobilidade urbana rápida, confortável, segura e eficiente por meio de infraestrutura segregada com prioridade de ultrapassagem, operação rápida e frequente. Os corredores serão posicionados junto ao canteiro central e serão de uso exclusivo dos veículos ônibus. Neles irão operar linhas expressas, semi expressas e paradoras. A cobrança da tarifa nos corredores será feita antes do embarque em estações fechadas, o que reduzirá o tempo de espera dos veículos nas estações, pela maior celeridade no embarque dos passageiros. As áreas de Belo Horizonte que contarão com o serviço são: • • • •
Av. Santos Dumont / Av. Paraná Av. Antonio Carlos / Av. Pedro I Av. Pedro II / Av. Carlos Luz Av. Cristiano Machado
Circuito Cultural Praça da Estação
27
O BRT Área Central totalizará R$ 58 milhões em investimentos. Os recursos do PAC da Copa serão de R$55 milhões, o governo municipal irá investir R$3 milhões. Para o projeto básico, os recursos serão de R$1 milhão do governo municipal. Não serão necessárias desapropriações. No Corredor da Área Central (7,3 Km) não está prevista a construção de terminais de integração. Serão seis estações com distância de 200 metros entre elas. Existirão áreas de ultrapassagem em todos os trechos entre as estações. A expectativa é que trafegue pelo corredor 135 mil passageiros/ dia e 19,9 mil passageiros/hora-pico, as obras estão 13% concluídas e a estimativa de término é para outubro de 2013.
CENTRO CULTURAL JK - SESC
O prédio que abriga a Unidade do Sesc Centro Cultural JK tem expressivo valor cultural e histórico para Belo Horizonte: foi construído para ser a sede do antigo Banco do Comércio, na Rua São Paulo com Caetés. Hoje o local é um Centro Cultural: o Sesc Centro Cultural JK - Liceu de Artes, Cultura, Esporte e Saúde Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira. Uma homenagem ao centenário de nascimento 28 Belo Horizonte
do ilustre estadista Juscelino Kubitschek de Oliveira, cuja contribuição para o desenvolvimento do País é inegável. Com a reforma e recuperação do imóvel, o Sesc Minas cumpre seu papel social e cultural através da preservação da memória arquitetônica de Belo Horizonte. Além disso, oferece à população um espaço multifuncional, onde são desenvolvidas variadas manifestações artísticas, culturais, educativas, eventos ligados ao esporte, recreação, lazer e saúde. Endereço: Rua Caetés, 603 - Centro CEP: 30.120-080 / Belo Horizonte - MG telefone: (31) 3272 0150 E-mail: lacesjk@sescmg.com.br
MUSEU DA FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA
Circuito Cultural Praça da Estação
29
Sua missão é a preservação da memória da Força Expedicionária Brasileira (FEB), aspersão de sua história escrita com o sangue suor e lágrimas do homem brasileiro e ainda imputar a ela o seu lugar de direito no estado democrático em que vivemos. Avenida Francisco Sales, 199 Floresta - Belo Horizonte. Horário de Funcionamento: Segunda a sexta das 13h a 17 h Contato: (31) 3224 9891 Entrada Franca
EDIFÍCIO CHAGAS DÓRIA
Tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico - IEPHA/MG, em 1988 e pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural da Cidade de Belo Horizonte em 1996, o edifício Chagas Dória foi construído no ano de 1934, inspirado 30 Belo Horizonte
no estilo Art Decó, período em que o gênero estava sendo introduzido na nova capital. Suas fachadas refletem a composição geométrica do Art Decó com grandes frisos verticais se contrapondo à horizontalidade das varandas, com marquises e grandes panos de esquadrias de ferro e vidro. O revestimento de todas as fachadas é em pó-de-pedra, característico do estilo. Os materiais de acabamento são típicos da época: pisos em parquet, com tacos claros e escuros nas salas, seguindo diferentes paginações em cada uma; pastilhas cerâmicas nas varandas e circulações; e mármore no hall de entrada e escadas Arquiteto: Alfredo Carneiro Santiago.
HOTEL ITATIAIA O Hotel Itatiaia ou Internacional foi construído em 1951, projeto dos arquitetos Raffaello Berti e Shakeaspeare Gomes. Atualmente abriga diversos serviços.
Circuito Cultural Praça da Estação
31
MUSEU DA RFFSA
Para a instalação do museu ou do centro, o acordo prevê a recuperação, pelo Iphan, do imóvel da Rua Sapucaí, 383, no Bairro Floresta, sede da extinta RFFSA. O prédio é composto por três pavimentos, porão e sótão, e atualmente, em seu segundo andar, funciona a Inventariança da RFFSA. O acervo do antigo Museu Ferroviário de Belo Horizonte esteve depositado na Casa do Conde até o ano de 1996, quando, com a desativação da rede, foi retirado e levado para a Rua Sapucaí sem qualquer organização ou exposição ao público. Da Rua Sapucaí, parte do acervo foi recolhido pelo IEPHA e pela Secretaria de Estado da Cultura numa intervenção comandada pelo MP Estadual.
32 Belo Horizonte
CENTRO DE REFERÊNCIA DA JUVENTUDE O Centro de Referência da Juventude de BH tem por objetivo construir o primeiro aparelho público direcionado especificamente para o segmento jovem em Minas Gerais, promovendo atividades de cultura, lazer, esporte, educação, formação profissional, dentre outras, voltados para o público de 15 a 29 anos, além de produzir e divulgar informações de interesse dos jovens, ampliando, assim, a formação, o conhecimento, as oportunidades e as habilidades que auxiliem na inserção social dos jovens. Também se propõe a articular-se com entidades e instituições ligadas ao universo da juventude, bem como integrar e apoiar iniciativas locais.
MUSEU GIRAMUNDO
O Museu Giramundo é o arquivo vivo e em constante mutação da produção do grupo. Nele, estão reunidas todas
Circuito Cultural Praça da Estação
33
as experiências da história do Giramundo, na forma de bonecos, composições cenográficas, fotografias, projetos e desenhos originais, documentos, filmes, áudios e arte gráfica. Manter este complexo acervo organizado e aberto à visitação do público é o compromisso assumido pelo Giramundo desde 2001, quando o Museu foi inaugurado. De lá para cá, o Museu Giramundo se consolidou como referência cultural e um importante ponto turístico da capital mineira. Com sua estrutura física e conceitual ligada à da Escola Giramundo, o Museu Giramundo é não só um mostruário permanente da produção do grupo, mas também um completo referencial didático para quem deseja aprender ou se aprofundar na arte do teatro de bonecos. Cerca de 400 bonecos e marionetes enfeitam este curioso museu. É o acervo e a história do Giramundo, o mais importante grupo de teatros de bonecos do país, ganhador de diversos prêmios nacionais e internacionais. O Museu foi criado em 2001, e expõe todos os personagens utilizados pelo Giramundo em suas apresentações. Rua Varginha, 235
34 Belo Horizonte
Avenidas e ruas no entorno A movimentada e importantíssima Avenida dos Andradas, que passa pelo Circuito da Praça da Estação, recebeu esse nome em homenagem aos irmãos Andradas: José Bonifácio – o mais conhecido, por ter tido, entre outras funções, a de tutor do jovem Dom Pedro i –, e Antônio Carlos e Martim Francisco – importantes personagens da História do Brasil, por terem lutado contra os atos de força do Imperador Dom Pedro I. A Avenida do Contorno, cujo nome original era Avenida Dezessete de Dezembro, acabou ganhando o nome usual por ser a via que contornava a primitiva Belo Horizonte, separando a zona urbana da zona suburbana. Com o tempo, Belo Horizonte cresceu e perdeu este contorno. Mas, nesta expansão, a cidade guarda uma curiosidade: ao cruzar a Avenida do Contorno, todas as ruas trocam de nome, com exceção da Rua Itajubá, que tem este mesmo nome nos dois lados da avenida. Tanto pela Avenida dos Andradas, quanto pela Avenida do Contorno, passa o Ribeirão Arrudas, que tem este nome por causa de um antigo morador, Francisco Arruda de Sá, que se localizava justamente onde o Ribeirão desaguava no Rio das Velhas. Conforme a tradição, o nome de um rio era sempre associado ao nome do proprietário das terras por onde passava. A Avenida Santos Dumont, antiga Rua do Comércio, liga a Praça da Estação à Praça Rio Branco. No início do século XX, considerada uma das principais vias da época, a antiga Rua do Comércio fazia parte de uma Belo Horizonte pacata e silenciosa. Mas esse clima tranquilo foi quebrado com a chegada do inventor do avião 14 Bis, Alberto Santos Dumont, em 1903, que desfilou pelas avenidas da cidade no “Landau” presidencial – uma carroça puxada por quatro cavalos de raça. A capital, agradecida pela honraria, em homenagem ao mineiro ilustre, deu à Rua do Comércio o nome
Circuito Cultural Praça da Estação
35
de Avenida Santos Dumont. Hoje, a via guarda alguns prédios antigos que, silenciosamente, teimam em contar a história do progresso da cidade entre o trânsito intenso de pessoas e veículos. Vale salientar que prevalece no local a sua principal marca: as atividades comerciais que impulsionaram a economia da cidade e ainda contribuem de maneira importante com ela. A Rua Caetés foi inicialmente o corredor de instalação de comerciantes de origem árabe, síria e libanesa, que vendiam produtos de armarinho, tecidos e enxovais. Com o passar dos anos, instalaram-se na rua as lojas de artigos esportivos, perfumaria e restaurantes. Sua localização estratégica, que a torna eixo de ligação entre a Praça da Rodoviária e a Praça da Estação, influenciou o comércio da rua a atender às pessoas vindas das cidades do interior, as quais percorriam a rua por seu acesso aos terminais rodoviários e ferroviários, respectivamente. Outro aspecto importante da Rua Caetés é sua condição de museu arquitetônico ao ar livre. Ao longo da via, são encontradas amostras de vários estilos da arquitetura, como ecletismo, modernismo e Art Decó. Estes estilos marcam épocas diferentes da construção e da consolidação de Belo Horizonte como centro urbano. Essas peculiaridades levaram a Prefeitura de Belo Horizonte a escolher a Rua Caetés como a primeira via a ser tratada dentro das diretrizes do Projeto Caminhos da Cidade, o qual propõe que o modo a pé de deslocamento seja visto como uma forma de transporte, priorizando, antes de tudo, o pedestre. Entre as intervenções realizadas, destacam-se a ampliação e melhoria da pavimentação de suas calçadas, a aplicação de novo asfalto nas pistas de rolamento, a implantação de projeto paisagístico, a instalação de equipamentos urbanos específicos e a reformulação do sistema de iluminação pública, com focalização especial nos edifícios históricos que se destacam no conjunto que integra a Rua Caetés. Vale salientar que algumas fachadas de edificações históricas da rua foram recuperadas numa parceria entre Câmara de Dirigentes Lojistas e Telemar, com o apoio da PBH. 36 Belo Horizonte
A Rua da Bahia faz parte do projeto original de Belo Horizonte e foi inaugurada junto com a capital, que se chamava Cidade de Minas Gerais, em 1897. Nas primeiras décadas do século XX, a rua experimentou grande efervescência política e cultural, sendo palco de manifestações políticas e objeto de diversas crônicas e poemas de autores mineiros e até de autores de outros estados. A Rua da Bahia ficou conhecida como a porta da cidade, por traçar uma linha reta entre a antiga Estação Ferroviária de Minas Gerais e o Palácio da Liberdade, sede do Governo Estadual. Em toda a sua extensão, existiam cafés, livrarias, charutarias e leiterias. A rua abriga verdadeira coletânea de épocas e estilos arquitetônicos, indo do neoclássico ao contemporâneo. Entre os estabelecimentos famosos no período, destacam-se a confeitaria Suíça, o Grande Hotel, a sorveteria Camponesa, o Trianon, a Gruta Metrópole e o Clube Belo Horizonte. Alguns fatos marcaram a existência da Rua da Bahia na capital mineira. Em 1908, durante a visita de Alberto de Oliveira – poeta carioca e um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras – à cidade, a população atirou das janelas pétalas de rosas em sua homenagem, enquanto ele seguia pela rua rumo à Praça da Liberdade. Em 20 de fevereiro de 1910, Rui Barbosa – candidato civil durante a Campanha Civilista movida contra o Marechal Hermes da Fonseca – realizou seu ato político descendo a Rua da Bahia e discursando no Grande Hotel. Em 1916, estudantes universitários celebraram na via a chegada de Olavo Bilac – poeta carioca – cobrindo o chão com capas sobre as quais andou o poeta. Como iniciativa de reviver a história da Rua da Bahia, existe hoje o “Projeto Corredor Cultural Rua da Bahia: educação patrimonial e memória urbana”. Em sua segunda edição, o programa estabelece visitas guiadas à região, agora atendendo ao público em geral, além do já regular – formado por estudantes do ensino fundamental.
Circuito Cultural Praça da Estação
37
Durante duas horas, até 40 pessoas podem desfrutar do passeio (a pé), com direito a histórias divertidas e exemplares dos diversos estilos arquitetônicos que retratam a evolução urbanística da capital. No projeto, incluem-se também as paradas em espaços de uso cultural, como Teatro da Cidade, Teatro Icbeu, Arquivo Público Mineiro e Museu Mineiro, entre outros, localizados na rua e no entorno. A Rua Sapucaí ganha um charme especial pela presença à esquerda da balaustrada que compõe o muro da estação ferroviária. É um trecho pequeno que liga os viadutos Santa Tereza e Floresta. Seu conjunto arquitetônico é composto de várias estilos como arte decó e neoclássico. Uma característica é que a história antiga se encontra com o presidente através de algumas edificações seculares e outras edificações seculares e outras edificações contempoâneas. Atualmente duas edificações estão passando por reformas e restauração para sediarem o museu da Rede Ferroviáira e um centro de cultura Instituto Cultural Flávio Gutierrez. Uma escada e um túnel com azuleijos antigos liga o Bairo Floesta ao Complexo Arquitetônico da Praça da Estação.
38 Belo Horizonte
O Centro Cultural UFMG, sob diretoria da Maria Inês de Almeida, é responsável pelo Projeto Circuito Cultural Praça da Estação, que é coordenado por Alice de Mello. O projeto gráfico e diagramação deste folheto é de Gabriela Brasileiro e Mário Vinícius. Textos de Josiany Diniz e Alice de Mello; Preparação do original foi feita por Juliana Martins e Patrícia Fonseca, e Paulo Henrique Alves e Alice de Mello foram responsáveis pela revisão de provas. Fotografias de Iuri Santos Tomaz, Tiago Garcias e Daniel Ferreira. A capa é de Dayane Gomes. O miolo foi composto em caracteres Candara e fotocopiado em papel reciclado 75 m/g2.