ELE FOI E É O NOSSO ADELINO
Capa: Fotografia e título da primeira página da Folha do CDS, edição especial de Dezembro de 1980.
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Nota editorial
No ano em que o CDS-PP comemora os 40 anos, tantos quantos tem a democracia em que vivemos, faz sentido relembrar os que lutaram e se entregaram
para
o
fortalecimento
dos
seus
alicerces. Uma dessas pessoas inevitavelmente foi o Engº. Adelino Amaro da Costa. Há 34 anos atrás, aquele que para muitos representava a esperança e a força do CDS entregava a sua vida na tragédia de Camarate, juntamente com Francisco Sá Carneiro e todos os que os acompanhavam naquele avião. Adelino marcou
incontornavelmente
uma
geração
e
alimentou ideários futuros. Logo após essa fatídica noite de Dezembro de 1980, a folha do CDS fez uma edição especial recolhendo testemunhos de personalidades suas
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contemporâneas, que viveram e compreenderam de maneira diversa Amaro da Costa. Da iniciativa resultou um documento único revelador do seu forte e vincado carácter, numa “homenagem sentida” por todos aqueles que deram o seu contributo. Ao reeditar a publicação, da responsabilidade do Departamento de Opinião Pública (DOP) do CDS, quisemos perpetuar esses testemunhos para que não se perdessem no tempo. Tentou-se por isso ser o mais fiel possível ao documento original, editado em formato de jornal, apresentando já alguns sinais de degradação. A opção pela edição eletrónica pareceu-nos a melhor forma de divulgar e guardar para memória futura esses “testemunhos”. Queria agradecer o apoio a todos os que se envolveram neste projecto, nomeadamente o António Miguel Lopes, André de Soure Dores, António Reis Faria e Alexandra Benitez no apoio que deram na edição, composição e revisão dos textos.
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Espero que apreciem e disfrutem de um documento único que pretende prestar homenagem a um grande homem que “foi e é o nosso Adelino”.
Nuno Serra Pereira Editor e coordenador da 2ª Edição. (Dezembro de 2014)
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Excerto da Intervenção em homenagem a Adelino Amaro da Costa1 Paulo Portas Presidente do CDS-PP
Eu não faço parte da geração que conviveu pessoalmente com o Engº. Adelino Amaro da Costa, mas faço parte da geração que aprendeu a gostar de política, no sentido de serviço nobre a uma causa, com o Engº. Adelino Amaro da Costa. É uma honra muito grande presidir a um Partido que teve entre os seus fundadores vitais o Engº. Adelino Amaro da Costa. No percurso destes quarenta
anos,
eu
lembro
sempre
que,
independentemente das mudanças e oscilações, é
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Sessão evocativa de Adelino Amaro da Costa, na sede do IDL no dia 07/12/2012.
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ao conjunto dos fundadores do CDS que nós devemos a existência do CDS. É ao núcleo duro desses fundadores que nós devemos a resistência contra os que queriam eliminar
o
CDS.
Não
tendo
convivido
pessoalmente, para além do cumprimento furtivo, da admiração de um jovem como muitos outros por um extraordinário dirigente político, eu queria apenas dizer aqui hoje aquilo que no CDS se diz e se pensa sobre o Engº. Amaro da Costa, seja qual for a geração e seja qual for a perspectiva. O Engº. Amaro da Costa é recordado como um militante de extraordinária proximidade com os outros. Ele viveu um tempo em que a política tinha muitos riscos, incluindo riscos de vida. E nunca a circunstância da importância que ele tinha - dizem todos os militantes que o conheceram - lhe deu qualquer espécie de arrogância perante os outros e, pelo contrário, o Eng. Amaro da Costa era um homem de uma extraordinária proximidade - e eu já ouvi contar histórias absolutamente extraordinárias
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e verdadeiras sobre a sua disponibilidade para os outros e para os outros que não conhecia. Esta é a primeira característica que eu gostava de lembrar. Ele era fundador. Era o número dois porque queria ser o número dois. E era de uma enorme simplicidade e proximidade, como são os homens grandes e as almas maiores. A segunda forma como ele é recordado é como dirigente. Como é normal na vida de um partido democrático, há sempre sensibilidades, há sempre diferenças que são democraticamente resolvidas pela forma adequada. Foi sempre um político unificador no Partido e acho que sempre contribuiu para diminuir as divergências e aumentar as convergências. Ele é recordado como um homem de união do Partido. O terceiro elemento que eu considero essencial é lembrá-lo como muito provavelmente os seus adversários o lembram e respeitam: Amaro da Costa, porventura um dos maiores estrategos
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políticos que o sistema democrático português conheceu. Foi em grande medida Adelino Amaro da Costa que concebeu e ajudou a traduzir a estratégia do CDS, um Partido que a facção sectária da Revolução queria ilegalizar: o Partido que teve a coragem
de
votar
contra
uma
constituição
socialista. Foi o Engº. Amaro da Costa que ajudou a conceber a estratégia de como é que um Partido que tinha esta firmeza podia ser reconhecido e aceite como um dos partidos de Governo para o futuro de Portugal. E foi ele que concebeu a então pouco compreendida aliança, em circunstâncias de emergência nacional, que, aliás, foi breve e precária, quando o CDS esteve pela primeira vez no Governo. E hoje, muitos anos passados, toda a gente percebe que esse foi o selo de legitimação de que o CDS precisava para ser um dos partidos de Governo. O Engº. Amaro da Costa foi essencial a conceber a ideia de que Portugal era governável sem a
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esquerda, e, se necessário, contra a esquerda, através da aliança entre o CDS e o PSD, formando uma frente para reformar o País e o livrar de perigos maiores. E essa ideia, comungada por Sá Carneiro e Freitas do Amaral - é preciso, evidentemente,
salientá-lo
e
reconhecê-lo
-,
transformou completamente a vida política a partir de 1979. Lembro também Amaro da Costa, o parlamentar, porventura um dos mais brilhantes parlamentares que o País conheceu. A alegria, a humanidade, a ironia, a inteligência, a resposta pronta, a capacidade de admitir as ideias dos outros, a argumentação sólida - num tempo em que muitas vezes não se usava gravata no Parlamento, e ainda se fumava no Plenário, e onde a Assembleia da República corria o risco de dia sim dia não estar cercada, porque havia sempre gente que achava que tinha mais poder e autoridade do que autoridade e o poder que o povo tinha dado àqueles que lá estavam.
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Amaro da Costa, se quiserem, o doutrinário, manifestamente um homem confortável com uma ideia social cristã da vida, do País e do mundo, para quem valores como a liberdade de educação - a que ele dedicou muito tempo -, a liberdade de escolha a que ele dedicou muita energia -, a empresa e a família - a que ele entregava muita convicção -, a tolerância e o saber vencer os outros por termos melhores ideias, sem precisar de ofender quem quer que seja, são marcas que ficaram para sempre do Engº. Amaro da Costa.
Ilustração 1 - 24 de Outubro de 79 – Conferência de imprensa para apresentação do programa da A.D. Amaro da Costa, Freitas do Amaral e Sá Carneiro, três pedras basilares do espírito que nos uniu.
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Índice O colaborador directo ...................................................... 14 Instituto Adelino Amaro da Costa .................................... 21 Homenagem da Assembleia da República a Adelino Amaro da Costa ........................................................................... 22 Sindicato dos Jornalistas .................................................. 28 Perda irreparável ............................................................. 30 Homem de Fé ................................................................... 36 Tive o privilégio de aprender com Amaro da Costa ......... 41 Um homem muito próximo de cada um de nós .............. 44 Fazia-nos esquecer os aborrecimentos............................ 48 Manteve-se sem mácula no sujo mundo da política ....... 52 Na morte de um vencedor ............................................... 56 Obrigado Adelino! ............................................................ 62 Homem Grande................................................................ 67 O seu trabalho será continuado....................................... 72 Exemplo vivo para todos nós ........................................... 75 Indicava-nos por onde ir .................................................. 80 Não teria havido CDS sem ele .......................................... 81 Simplicidade cristã ........................................................... 84 Um grande amigo............................................................. 87
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Aplauso e incentivo para a Juventude ............................. 94 Exemplo do Adelino triunfará .......................................... 97 Deus Quer o homem sonha, a obra nasce ..................... 101 Gostaria de ser igual a Amaro da Costa ......................... 103 O arquitecto discreto ..................................................... 106 Quem era Manucha? ..................................................... 111 Uma Homenagem … ...................................................... 113 A voz dos outros............................................................. 115
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O colaborador directo Diogo Freitas do Amaral (Editorial)
Conheci o Adelino Amaro da Costa, em 1967, quando entrámos na Marinha para aí prestarmos o nosso serviço militar. Foi aí que se criou, entre nós, uma forte amizade que nunca mais deixou de existir. Pode mesmo dizer-se que foi nesse ano de 1967 que o CDS, que um partido centrista, democratacristão, europeu, moderado e personalista, começou a nascer. Sete anos ainda faltavam para o dia 19 de Julho de 1974, em que um conjunto de determinado de fundadores contraiu a responsabilidade de lançar o Centro Democrático Social.
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Mas foi a partir daquele ano de 1967, num contacto permanente que nunca deixámos de manter, que foram ganhando corpo as ideias e o espírito que haviam, depois, de enraizar o nosso partido. Amigos na Marinha, nunca mais deixámos de nos reunir regularmente, convivendo com amizade, mas analisando também a evolução política de Portugal, comungando das mesmas apreensões quanto ao futuro, debatendo questões universitárias do nosso tempo. Assim
formámos
e
consolidámos
a
nossa
solidariedade profunda e fomos alargando, a pouco e pouco, um grupo de amigos que vieram, mais tarde, alargando-se mais ainda, a construir os primeiros fundamentos do CDS. Foi um contacto longo e permanente, marcado também pelo jornal universitário TEMPO, que o Adelino dirigia e que igualmente pude colaborar. Depois … depois, em 1974, foi a hora do CDS. E muito do que, então formámos, encontramos
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justamente em textos do Adelino Amaro da Costa, quer em três artigos magistrais que, então, escreveu no “Diário Popular”, quer sobretudo na nossa própria Declaração de Princípios, de que ele foi o redactor e para cuja leitura chamo de novo a atenção. Aí encontramos, afinal aquela que era uma das características mais conhecidas do Adelino. O Homem de doutrina e de síntese política, capaz de resumir, em cada momento, com o maior rigor, aquilo que, na verdade, importava ser dito e merecia ser sublinhado. Uma característica que marcou toda a sua vida política e que todos nele apreciávamos,
quando
redigia
comunicados,
manifestos, documentos de orientação, que são outros tantos marcos relevantes da evolução política do CDS, na Aliança Democrática e do País. O Adelino era, porém, muito mais que isso. O meu “braço-direito”, colaborador permanente e directo de todos os momentos, porque nos unia, além de
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uma amizade total, uma inteira solidariedade e identificação política. Ele foi, sem dúvida, ao longo de todos estes anos, que não posso deixar de recordar com mágoa e saudade, o meu apoio principal. Um organizador imaginativo,
um
militante
empenhado,
um
estratega notável, um ânimo persistente e alegre, uma vontade determinada de alcançar o objectivo. Nestas ironias que o destino tem, é curioso como o conheci ligado à vida militar, em serviço na Reserva Naval e todos o perdemos, de novo ligado à instituição militar – servindo agora como Ministro da Defesa Nacional. E este, que foi o último posto da sua rápida e brilhante carreira política, é o posto de que nos fica a memória e que muito serve, aliás, para recordarmos a sua inteligência, a sua capacidade, o seu enorme sentido político. Ao primeiro ministro civil da Defesa Nacional, em governos constitucionais, ficam o País, as Forças
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Armadas e a democracia a dever serviços assinaláveis. Quando assumiu essas funções, muitos punham alguma desconfiança no bom êxito da sua missão. Era um civil, as Forças Armadas não estavam na dependência do Governo e tratava-se justamente de preparar o terreno para esse futuro de normalização democrática. Mas o facto é que o Adelino o conseguiu, não se perturbando sequer, nem deixando que o seu trabalho fosse minimamente perturbado por um clima desagradável de “conflito institucional” que se desenvolveu e tornava ainda mais delicada e espinhosa a sua tarefa. Na verdade, conseguiu. Desenvolveu uma política de respeito profundo pela instituição militar, lançando as bases legislativas da orgânica futura do Ministério da Defesa Nacional, ultimando a lei da Defesa a propor ao Parlamento, orientando a racionalização dos métodos de colaboração do
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orçamento das Forças Armadas – preparando em tudo, com uma capacidade e um senso político notáveis, o caminho em que, num quadro democrático normal, as Forças Armadas venham a inserir-se na dependência do Governo. E também no plano internacional, nas relações com os outros países da Aliança Atlântica, os progressos que conseguiu foram assinaláveis, confirmando um singular sentido estratégico no crítico momento internacional dos nossos dias, como a participação pela primeira vez em Portugal nas reuniões do NPG
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e a aceitação para o nosso País da
presidência do EUROGRUPO bem demonstram. Essa presidência, que muito honra Portugal, está ainda disponível para Portugal vir a assumi-la – numa atitude que homenageia certamente o Ministro Amaro da Costa, a que se destinava e que a assumiria precisamente apenas quatro dias depois do trágico acidente em que veio a morrer.
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Grupo de Planeamento Nuclear (da NATO).
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Dirigente
dedicado,
parlamentar
brilhante,
governante competente e atento – todos, assim, o ficámos a conhecer e admirar no País. Porém, a mim, coube-me, além de tudo isso, privilégio único: o de conhecer como colaborador directo e imediato e de com ele privar como amigo – e quase mesmo como um irmão.
Ilustração 2 - Amaro da Costa um dos principais fundadores do CDS integra o grupo de personalidades que a 13 de Janeiro de 1975 apresentou no Supremo Tribunal de Justiça, mais de seis mil e duzentas assinaturas para a legalização do Partido.
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Instituto Adelino Amaro da Costa O Instituto Democracia e Liberdade, ligado ao CDS, passou a designar-se por Instituto Adelino Amaro da Costa, por decisão do respectivo Concelho Directivo, ao aprovar por unanimidade uma proposta apresentada por Ribeiro e Castro. A proposta presta homenagem à “inteligência, capacidade
criadora
no
profundo
sentimento
doutrinário, ao trabalho dedicado ao esforço persistente de Amaro da Costa”. Recorde-se que Adelino Amaro da Costa foi, em 1975 um dos fundadores do Instituto Democracia e Liberdade, tendo sido presidente do Conselho Directivo até 3 de janeiro de 1980, lugar que deixou em virtude do cargo ministeriável que ocupava.
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Homenagem da Assembleia da República a Adelino Amaro da Costa
A Assembleia da República dedicou a sessão de 10 de Dezembro último à evocação de Francisco Sá Carneiro, Adelino Amaro da Costa e António Patrício Gouveia, tendo estado presentes, além dos deputados, os membros do Governo e os filhos mais velhos daquele que foi Primeiro-Ministro em Portugal. Nessa sessão de homenagem aos homens que tanto lutaram pela democracia em Portugal ficou patente que
de
um
lado,
mesmo
reconhecendo-se
adversários dos políticos desaparecidos, tiveram coragem de enaltecer a sua inteligência e a sua militância ao serviço de um ideal. Do outro, os que aproveitaram uma vez mais para o baixo ataque
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político a chicana, mesmo naquela sessão, de homenagem póstuma. Em Portugal nem todos são portugueses … O deputado social-democrata Pedro Roseta referiu-se àquele que foi o líder carismático do seu partido, traçando a sua carreira política e tendo afirmado que “nós continuaremos a sua obra”. Aludindo à figura de Amaro da Costa, o deputado social-democrata salientou a sua competência profissional, o seu êxito nas lides jornalísticas, o elevado nível do especialista em problemas da educação e, sobretudo, um conjunto impressionante de qualidades humanas e políticas: a inteligência, a capacidade de trabalho, a simpatia esfusiante e a abertura ao diálogo. “Ele foi o político integral na oposição e no Governo – assim o definiu Pedro Roseta – e foi também um dos máximos entusiastas do projecto da Aliança Democrática”.
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Por seu turno o líder do Grupo Parlamentar do CDS, Francisco Oliveira Dias disse que “a Aliança
Democrática
perdeu
dois
dos
seus
criadores, dos seus dirigentes mais aptos e mais experientes, dois dos mais notórios e mais populares garantes da sua capacidade de acção”. Segundo o deputado democrata-cristão, o CDS perdeu alguém que foi, desde o início, a incarnação do entusiasmo criador, do realismo e da capacidade de fazer com que as dificuldades fossem apenas obstáculos que é preciso superar. “O Governo, a Assembleia da República e Portugal sofreram rudes golpes com a morte de governantes e parlamentares brilhantes e superiormente dotados com
provas
que
o
povo
português
teve
oportunidade de apreciar”, referiu Oliveira Dias. Em nome do PPM falou Ferreira do Amaral que salientou, em relação a Adelino Amaro da Costa, que era, todo ele, um político cheio de vida, um deputado pleno de brilhantismo, um governante de
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profunda ponderação e um amigo de muita simpatia. “Para nós – disse – importará para além da digna tarefa de evocar a sua memória, colher a lição de como se pode ser adversário sem ser inimigo, debater vigorosamente ideias e pontos de vista sem perder precisamente o irrecusável respeito pelo homem”. Um dirigente dificilmente substituível Mário Soares, secretário-geral do PS referia que “hoje, encontramo-nos perante um grande vazio político”. Depois de recordar um pouco a vivência política que teve com Sá Carneiro e Amaro da Costa, o dirigente Socialista salientou: “Ao contrário do que muitas vezes se disse, as nossas relações, apesar de todas as sólidas divergências, ficaram marcadas sempre por uma acentuada solidariedade e por uma real e efectiva simpatia mútua”. Ao referir-se a Amaro da Costa, considerou-o um dirigente
dificilmente
substituível,
“tendo-se
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caracterizado como um homem de conciliação e compromisso, de arranjos subtis e sobretudo de imaginação política”. Parlamentar até à medula, dir-se-ia, no entender de Mário Soares, que os sobressaltos da política o encantavam e o divertiam caso “não conhecêssemos a primazia das suas convicções políticas”. No final da sua intervenção, como homenagem póstuma a Sá Carneiro, Amaro da Costa e os seus acompanhantes, o dirigente socialista foi aplaudido pelas bancadas da Aliança Democrática e FRS. O reconhecimento da coragem política Bastante aplaudido foi também o discurso proferido pelo dirigente da UEDS, Lopes Cardoso, tendo sublinhado que “adversários do Dr. Francisco Sá Carneiro e do Engº. Amaro da Costa, não é isso que nos impede de reconhecer a sua coragem política, a inteligência e a militância que demonstraram no combate
pelas
suas
ideias
que
marcaram
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profundamente a vida política portuguesa dos últimos anos”. E acrescentou: “para além das suas indiscutíveis qualidades de inteligência foi clareza com que souberam assumir o seu próprio projecto que deu a verdadeira dimensão política àqueles que foram Primeiro-Ministro e Ministro
da Defesa de
Portugal”. E já a terminar, reafirmou Lopes Cardoso: “Clareza que nem todos os dirigentes políticos portugueses se podem reclamar e que para todos ficará como exemplo sobre o qual talvez valha a pena meditar”.
Ilustração 3 - O grande parlamentar. O tom firme que imprimia nos seus discursos está bem presente nesta intervenção por ocasião da votação na A. R. da lei eleitoral e do Recenseamento.
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Sindicato dos Jornalistas A direcção do Sindicato dos Jornalistas lamenta o trágico acidente que vitimou personalidades de relevo da vida política e, associando-se ao pesar geral pelo falecimento de todos eles, expressou um voto de sentidas e especiais condolências pela memória do Engº. Adelino Amaro da Costa. Ao fazê-lo, ciente de traduzir o sentimento da classe dos jornalistas portugueses, a direcção do sindicato dos
jornalistas
recorda
os
serviços
que
desinteressadamente ele prestou a este sindicato e a óptima relação
que soube manter
com os
profissionais de informação com que contactava, mostrando uma compreensão, infelizmente pouco comum, entre os políticos portugueses, da missão dos jornalistas. O Engº. Amaro da Costa foi colaborador da revista “Jornalismo”, órgão oficioso do Sindicato dos
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Jornalistas, participou nos trabalhos da comissão para o estudo de um projecto de ensino do jornalismo em Portugal e foi professor no curso organizado pelo Sindicato dos Jornalistas em 1968/1969. Director do jornal católico universitário “Tempo”, que se publicava antes do 25 de Abril e colaborador de alguns jornais, Amaro da Costa sempre dedicou aos problemas da informação uma especial atenção. Nos seus contactos com os jornalistas, já como dirigente partidário do CDS, como Ministro da Defesa, Amaro da Costa sempre demonstrou ter a perfeita consciência do que é a missão de informar.
Ilustração 4 - Junho de 78 – Amaro da Costa no 1º Encontro Nacional de Quadros de Informação e Propaganda.
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Perda irreparável Vasco de Sousa Presidente do Secretariado Nacional da FTDC
A
Federação
dos
Trabalhadores
Democrata-
Cristãos (FTDC) sente, muito especialmente, a perda irreparável de Adelino Amaro da Costa, pelas razões que consideramos nosso dever salientar. Adelino Amaro da Costa foi dos principais mentores da Federação decerto um dos nossos maiores amigos. Tivemos sempre da sua parte palavras de encorajamento, pois estava no seu espírito
a
imperiosa
necessidade
da
nossa
existência, como representantes dos Trabalhadores Democrata-Cristãos, da nossa utilidade para o movimento sindical e para o CDS.
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Compreendia que uma FTDC activa é uma via desejável
de
congregação
de
simpatizantes,
possíveis militantes do CDS. Somos o veículo dos interesses dos Trabalhadores Democrata-Cristãos que desgarradamente, sem apoio nem poder, se batem ingloriamente no campo sindical. Há importantes metas a atingir-se para os Trabalhadores Democrata-Cristãos,
através do
papel que a FTDC quer desempenhar no campo sindical. Assim, temos como vital obter, do próprio CDS, a audição
que
tanto
nos
tem
sido
negada,
principalmente porque muitos elementos do partido não estão informados sobre a nossa actividade e valor, como estava o Eng.º Adelino Amaro da Costa. Temos como prioridade maior, necessidade de conhecer quantos somos, onde estamos, e o que
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cada um de nós tem para oferecer das suas ideias e saber. No âmbito sindical, é urgente que possamos desempenhar papel moderador, que trave as lutas que se adivinham entre as tendências SocialistasSocial Democrata pela hegemonia da UGT, que tão claramente se está definindo. Somos dos que, sem ambições políticas, lutam no campo sindical pelo ideal Democrata Cristão, sem esperar contrapartida, a não ser o reconhecimento do nosso justo valor, do esforço e do trabalho que temos
desenvolvido,
apesar
das
extremas
dificuldades de ordem logística com que nos debatemos. Dificuldades que teremos que superar, apesar de nos sentirmos neste momento mais pobres do que nunca, com o desaparecimento de Adelino Amaro da
Costa,
não
iremos
desfalecer;
somos
sindicalistas e como tal vamos lutar pelos nossos
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direitos, cônscios dos nossos deveres, conforme seria seu desejo. A FTDC é o órgão coordenador de diversas Associações sectoriais – de Seguros, Bancária, de Professores,
Hotelaria,
Função
Pública,
etc.,
representando pela sua acção os Trabalhadores de Tendência
Democrata-Cristã,
não
podendo
confundir-se com sindicatos ou centrais sindicais, mas sim pretendendo nestes ser porta-voz dos Democrata-Cristãos. Das nossas carências salientamos a necessidade primária de instalações próprias, que em nenhuma circunstância nos confundissem com o partido, pois somos, na nossa acção, totalmente independentes daquele. Como se compreende, esta falta, agravada pela circunstância de não haver ainda sequer local de trabalho, sala de reuniões, etc., etc., têm impedido a nossa implantação e provocado nalguns casos alguma desmotivação.
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No entanto, esperamos a breve trecho ultrapassar estas dificuldades, para enfim podermos aguardar colaboração activa de todos os Trabalhadores Democrata-Cristãos, para assim termos maior capacidade de intervenção no campo sindical. Avizinha-se em 30, 31 de Janeiro e 1 de Fevereiro o Congresso da UGT, e contamos já com um número apreciável de delegados ao Congresso, para assim colaborarmos activamente na estabilidade e dinamização da UGT, pois defendemos ser esta a única representante dos Trabalhadores Democratas e para tal, torna-se imperioso que nos reconheça por direito próprio. Não é legítimo que se lamente a actuação da InterSindical se nada fizermos que contrarie os processos Sindical
antidemocráticos que,
nesta
de
altura,
uma não
Central sabemos
concretamente o que representa e que se encontra enfeudada ao PCP.
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Dado que toda a acção planeada contava com o apoio do Engº. Adelino Amaro da Costa, tão infelizmente
desaparecido,
não
é
de
mais
salientarmos que a nossa vontade de prosseguir não esmoreceu, muito pelo contrário, mas que somos dependentes daqueles que no CDS queiram compreender a importância que temos e daquilo a que nos propomos, dando-nos o indispensável apoio, conselhos e indicações como tanto fez o Sr. Engº. Adelino Amaro da Costa, cuja perda é para nós irreparável.
Ilustração 5 - Dezembro 79 – No 2º Encontro da Federação dos Jovens Trabalhadores Democratas-Cristãos em Viana do Castelo.
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Homem de Fé Pedro Vasconcelos
A notícia da morte do Engº. Adelino Amaro da Costa caiu sobre nós com tal brutalidade que parece ter parado o nosso tempo. Ainda hoje nos é difícil acreditar. A morte é a coisa mais certa e mais comum da vida. Mas também é a mais misteriosa. Para um católico, há sempre uma mensagem na vida e na morte. Por mim, porém, ainda não consegui compreender os desígnios de Deus ao levar Adelino na força da sua capacidade e no momento em que todos mais precisávamos dele. Não compreendo, mas acato, na fé. Faço-o, além do mais, porque o Adelino era um homem de fé, que acreditava. Acreditava em Deus,
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acreditava em Portugal e nos portugueses, na Democracia Cristã, no CDS, em nós e muito particularmente, acreditava nele próprio. Tinha fé e tinha uma vontade sobre-humana. Para ele tudo era possível. E por ele muito foi possível. Daquele punhado de mulheres e homens que fundaram o CDS em Julho de 1974 saiu um Partido que está agora no Governo pela segunda vez, que alcançou o poder e o exerce conforme a sua doutrina. Um partido fresco, vivo, diferente, coeso, implantado, forte, cheio de nobreza, de capacidade e de ideais, muito particularmente, um partido capaz de encaminhar
Portugal pelo
melhor
caminho. Ele assim o quis e assim o conseguiu. Não esteve só, mas deve-se-lhe muito. Devemoslhe muito. O Partido deve-lhe muito.
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Teve, sobre os seus ombros, quantas vezes ao mesmo tempo, um sem número de tarefas e responsabilidades. Além de fundador, foi Secretário-Geral, Presidente do
Grupo
Parlamentar,
Vice-Presidente
e
Presidente da Comissão Directiva do Partido. Foi Presidente da Direcção do IDL. A Juventude Centrista, o MCDS 3 , a FTDC 4 , a FJTC5, o CDS dos Açores, o CDS da Madeira, o GAMA
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, o GATIMOR
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, as organizações
partidárias para emigrantes e retornados, qualquer Distrital, qualquer Concelhia, guardam a marca profunda e alegre da sua iniciativa. A Democracia 76, a Folha CDS, cada jornal e cada jornalista muito se dessedentaram em tão rica fonte. Era incansável com a comunicação social. 3
Mulheres do Centro Democrata Social Federação dos Trabalhadores Democrata Cristãos 5 Federação da Juventude dos Trabalhadores Cristãos 6 Gabinete de Apoio a Macau 7 Gabinete de Apoio a Timor 4
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Era também um impenitente manobrador, um estratega de fundo, um táctico sempre adaptado. Lembram-se dos seus famosos “golpes de rins”? Quantos almoços, jantares, reuniões, conversas, artigos,
entrevistas,
viagens,
quilómetros,
madrugadas e mais que tudo, quantos cigarros … E assim influiu decisivamente na vida do Partido e dos portugueses. Para todos nós, a sua acção e a sua presença eram uma espécie de tranquilizante, um convite ameno à lassidão. Hoje deixou de ser assim. Talvez seja esta a mensagem da sua morte: despertar da lassidão e sermos nós, todos nós, a repartir e tomar em mãos as generosas tarefas a que Adelino metera ombros. De qualquer modo, faço minha uma tal mensagem e, como Presidente da Mesa do Congresso, a todos vós apelo, neste momento em que o nosso tempo
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parece parado e é mais viva dentro de nós, a solenidade da vida e da morte, para que se coloquem
à
disposição
do
Partido
e
dos
portugueses, em torno de Diogo Freitas do Amaral, para tentarmos, todos juntos, dar corpo aos ideais por que morreu o Adelino.
Ilustração 6 - Em Julho de 78, Amaro da Costa intervém no Encontro Nacional sobre a Família.
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Tive o privilégio de aprender com Amaro da Costa Luís Queiró
Pedem-me umas breves palavras sobre o Engº. Adelino Amaro da Costa. Que dizer, que não seja a mera repetição do muito que sobre ele, antes e depois da sua trágica morte, se escreveu? Foi alguém que conheci recentemente. No princípio deste ano, começava uma semana de trabalho na Juventude Centrista, quando recebi o recado urgente de que o recém-empossado Ministro da Defesa Nacional queria falar comigo. Até àquele momento tinha tido apenas breves e formais contactos com o Engº. Amaro da Costa. Recebeu-me
com uma
simplicidade
e
uma
informalidade que normalmente se guardam só para
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os velhos amigos e perguntou-me se queria trabalhar com ele no Ministério. Logo ali tive o privilégio de aprender com Adelino Amaro da Costa.
Aprender
simplicidade,
humildade,
confiança nos outros. Começaram assim onze meses de actividade no seu gabinete. Onze meses em que nada me foi exigido, para além da colaboração jurídica a que me comprometi. E voltei a aprender com Amaro da Costa. Aprender, agora, a isenção e honestidade política.
Ilustração 7 - Amaro da Costa não podia deixar de estar presente no 2º Congresso da Juventude Centrista em Maio de 1977.
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ELE FOI E É O NOSSO ADELINO
Ilustração 8 - 1º Encontro Nacional dos estudantes centristas em Maio de 78.
Ilustração 9 - Setembro de 1979 – Seminário do DEMYC. A presença de Amaro da Costa era sempre solicitada e preferida nos encontros da juventude.
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ELE FOI E É O NOSSO ADELINO
Um homem muito próximo de cada um de nós Maria Laura Pinheiro
Perante o pouco tempo que me foi dado, para pôr numas linhas qualquer coisa que me ficou dos anos de relacionamento com o Adelino, vou tentar fazêlo – com muito orgulho. Dá-me jeito falar daquele Adelino muito humano, muito próximo de cada um de nós – da sua grandeza de alma, da sua firmeza de carácter, da sua abertura para com todos, da sua capacidade de chegar a todos. Deixarei para os políticos a oportunidade de falarem do Adelino e da sua actuação e participação da vida partidária e política; presto-lhe entretanto, a minha maior homenagem (sentindo-
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ELE FOI E É O NOSSO ADELINO
me honrada por ter sido um dos nossos) pela determinação com que sempre se bateu. Conheci o Adelino em Julho de 74, altura em que algo de muito importante se gizava e tentava construir – aquilo a que, na manhã do dia 19 apareceu nos órgãos de Comunicação Social, como partido do Centro Democrático Social, o C.D.S. Na
sequência
dos
encontros
realizados,
é
interessante salientar aquele, na única sala limpa e decente do Largo do Caldas nº 5, onde o Adelino, em mangas de camisa, diante de um quadro branco, com um marcador e um ponteiro na mão, expunha, da maneira mais brilhante, qual a mensagem nova que lhe ia ser apresentada. Empenhou-se a fundo na transmissão dessa mensagem e levou-nos consigo. Recordo o Adelino nos primeiros comícios do C.D.S., nos acontecimentos do 4 Novembro de 74, no Congresso do Porto – com que aprumo e dignidade respondia às agressões pessoais e aos
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ataques ao Partido, às ameaças que muitas vezes um povo em fúria dirigia a todos aqueles que se atreviam a falar de democracia, paz, justiça social, progresso e liberdade. Recordo, com muita saudade, as suas passagens pela minha casa onde, desde as reuniões da maior responsabilidade, à preparação de intervenções na televisão, à simples conversa de profunda amizade, não é fácil apagar a sua presença. Admirei sempre no Adelino, a sua força interior, o vigor na defesa da verdade, a coerência de vida – apoiado numa grande Fé e Confiança em Deus; esse mesmo Deus que cedo lhe abriu as portas do eterno, preservando-o da vida dura e difícil que ele se propunha viver. Recordo o Adelino no dia do seu casamento (penso que foi uma das poucas vezes em que não chegou atrasado!);
dia
em
que,
com
a
Manucha
comunicava Felicidade e Alegria – viveram em
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ELE FOI E É O NOSSO ADELINO
“lua-de-mel” durante um ano e um mês que só terminou porque terminaram as suas vidas. O País perdeu uma extraordinária Personalidade Política, o CDS perdeu um excepcional Dirigente e eu, perdi tudo isso e … um grande Amigo.
Ilustração 10 - 18 de Outubro de 79 – bem longe da tragédia Manucha e Adelino Amaro da Costa com Filipa Melo e Castro e António Corte Real, seus mais directos colaboradores nos últimos anos.
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ELE FOI E É O NOSSO ADELINO
Fazia-nos esquecer os aborrecimentos Fernando Borges
Pediram-me para escrever, a título póstumo, sobre Adelino Amaro da Costa. Como posso eu fazê-lo se ainda não acredito que aquele que eu conheci há mais de seis anos e que me habituei a admirar e a respeitar, não pertence já ao mundo dos vivos. Vou
assim,
imaginário,
vagueando fingir
que
pelo
caminho
acredito
nesse
do facto
consumado e tentar dizer algo que vai mais profundo da minha alma. Tive a honra e o prazer de conhecer Adelino Amaro da Costa em Setembro de 1974 quando comecei a colaborar nos serviços administrativos do CDS.
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ELE FOI E É O NOSSO ADELINO
Se há pessoas que interessa conhecer, Adelino Amaro da Costa contava-se nesse número de pessoas. Afável no trato, companheiro e amigo nas horas boas e más, habituou-nos a todos à sua compreensão e eu pessoalmente via nele mais do que um chefe, mais do que um líder incontestado no meu Partido um amigo que tinha sempre uma palavra de ânimo, uma graça muito sua para por vezes disfarçar os maus momentos e fazer-nos esquecer as adversidades porque todos passámos nos tempos difíceis do CDS em 1974 e 1975. Acompanhei-o na sua dor quando dos selváticos assaltos à nossa Sede em 04/11/74 e 11/03/75 e com ele, lado a lado, percorri nos dias imediatos a esses assaltos às nossas instalações andando sobre tapetes de papéis e documentos rancorosamente lançados para o chão, vendo máquinas e utensílios destroçados,
em suma,
constatando
a raiva
esquerdista à nossa razão, à nossa ideologia ao nosso humanismo personalista.
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ELE FOI E É O NOSSO ADELINO
Com ele chorei lágrimas de desgosto pelo espectáculo deparado. Dele ouvi, no meio da dor, uma palavra de esperança e fé na implantação do CDS. Nestes seis anos acompanhei a sua ascensão quer como parlamentarista brilhante quer como político competente e dificilmente substituído. Nele vi sempre humildade, vontade de bem servir sem vaidades, sem falsas modéstias, sem complexos de superioridade. Para mim Adelino Amaro da Costa está e estará sempre PRESENTE.
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ELE FOI E É O NOSSO ADELINO
Ilustração 11 - 1º Grande Comício do CDS no Campo Pequeno em Fevereiro de 76. O CDS tinha vencido a primeira batalha pela sua implantação como grande Partido. Amaro da Costa tinha de estar presente.
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ELE FOI E É O NOSSO ADELINO
Manteve-se sem mácula no sujo mundo da política Comandante Costa Santos
Muito se tem escrito sobre o Eng.º Amaro da Costa focando as suas qualidades humanas, a sua elevada qualidade intelectual, a sua enorme capacidade de trabalho, a sua total dedicação ao partido que criara, a sua extrema lealdade e amizade por Diogo Freitas
do
Amaral.
Por
isso,
neste
breve
apontamento, gostaria de referir apenas três aspectos que pude observar ao longo do tempo em que, com ele, tive o privilégio de colaborar. O primeiro tem um carácter pontual e diz respeito ao modo como soube encarar e desempenhar as funções de Ministro da Defesa Nacional, funções a que foi chamado como sinal percursor da prevista e desejada subordinação das Forças Armadas (F.A.) ao poder político civil e como preparador das
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condições necessárias àquela subordinação. Ao ser convidado a proferir no ISDM uma conferência sobre temas de Defesa Nacional menos de trinta dias depois da sua posse, poucos esperariam que ele pudesse revelar ideias tão claras e “arrumadas” tanto no quadro da Defesa a nível internacional como no especificamente inerente ao nosso País. As suas respostas às numerosas perguntas que então
lhe
foram
dirigidas
desde
logo
impressionaram muito positivamente a audiência militar
à
qual
se
dirigia
pelo
misto
de
conhecimentos e rapidez de claro raciocínio que demonstraram. A sua acção à frente daquele Ministério conquistou o respeito e admiração dos sectores das F.A. com que mais directamente trabalhava e o futuro se encarregará de demonstrar não ser fácil a qualquer civil impor-se, no campo da Defesa Nacional, à consideração e respeito da Instituição Militar. O segundo aspecto que referi diz respeito à sua evolução como homem público, podendo talvez
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constituir alguma surpresa e afirmação de que o Eng.º Amaro da Costa que desapareceu brutalmente a 4 de Dezembro estava já muito longe, neste aspecto, do que era alguns anos atrás. Embora aparentemente a sua imagem fosse a de sempre, brilhante e multifacetada, a experiência vivida aliada a um trabalho permanente de reflexão e estudo como que foram criando e desenvolvendo uma disciplina mental interior das pessoas ou seja por um lado o conjunto daqueles princípios que estão na base da sua posição face à vida e por outro, a capacidade e força existente (se existirem) para a sua preservação. O Eng.º Amaro da Costa, conhecedor como poucos de tudo o que de pouco limpo existe em redor da política, quer no plano moral quer no plano material, contudo e com todos lidava sem que a muita porcaria sujasse um pouco que fosse. Creio bem poder dizer-se que tal como água duma represa se mantém limpa sobre o lodo imundo assim também Amaro da Costa se manteve sem
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mácula no sujo mundo da política que tão bem conhecia e tanto influenciava.
Ilustração 12 - Em Janeiro de 1980, Adelino Amaro da Costa, aos 36 anos toma posse do difícil cargo de Ministro da Defesa Nacional do Iº Governo da Aliança Democrática.
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ELE FOI E É O NOSSO ADELINO
Na morte de um vencedor João Mattos e Silva
O “Diário Popular” de Junho de 1974 publicava, com muito realce, um artigo de Adelino Amaro da Costa – “O Governo Centrista e Democrático” – em que o conhecido activista católico e qualificado técnico de Educação, defendia, no auge da manipulação ideológica marxista, “o ter-se esbatido o primado do próprio fenómeno ideológico como repositório da acção política” e que “uma base doutrinal mais ampla – de raiz acentuadamente personalista – e, por isso, bem mais rica e complexa, passa a fecundar e a legitimar os programas políticos … na Europa Ocidental”. Numa sociedade que, em plena revolução marxista em marcha, se polarizara no maniqueísmo dos socialistas (a esquerda) e dos fascistas (a direita) a defesa do centrismo” – que não é ideologia, mas
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uma plataforma aberta às ideologias que rejeitam qualquer forma de transpersonalismo … que é um contraste entre o centro-direita e o centro-esquerda” – O artigo de Amaro da Costa foi uma pedrada no charco. A resposta à pergunta que finalizava esse artigo “Esse centrismo … onde está em Portugal? Quem o interpreta?
Quem
o
proíbe
como
atitude
fundamental de Governo? e ao desafio de que “sem ambiguidades urge preenchê-lo”, veio de imediato com a fundação do Partido do Centro Democrático Social – CDS, de que foi um dos pilares, um dos obreiros, um dos entusiastas, um dos melhores, um dos mais puros, um dos mais fiéis, sem dúvida o que maior sacrifício por ele ofereceu. Cinco anos depois, em 1980, o primeiro Governo centrista, proveniente de uma coligação de partidos do centro esquerda e do centro direita, entrava em funções e ficava para trás um combate duro por uma ideia agora realidade e um socialismo e uma esquerda que não tinham nada a ver com este
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Portugal, com estes portugueses e com esta Europa Ocidental. Adelino Amaro da Costa viu concretizar o seu objectivo para a sociedade portuguesa. Foi um vencedor. O que foi o combate do Adelino, todos os sabemos: a sua luta foi a vida do próximo partido de que foi fundador, primeiro Secretário-Geral e primeiro Vice-Presidente. Foi a coragem no Congresso do Porto e dos comícios boicotados pela violência totalitarista que se fizera filosofia e prática política; foi a afirmação do pensamento Democrata-Cristão e do centrismo em todas as circunstâncias e contra todos os ventos e marés, todos os recuos, todos os oportunismos; foi a pedagogia da democracia pluralista, contra todas as tentações totalitárias; foi a fecunda formação política em inúmeros artigos publicados na imprensa nacional e partidária. O sector da informação e da opinião pública mereceu sempre o maior carinho e o maior interesse de Adelino Amaro da Costa. Foi, no CDS o seu maior impulsionador, o seu mais interessado
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coordenador, o seu mais sensível colaborador. Os órgãos
partidários
–
a
Democracia
74,
a
Democracia 76 e a folha CDS – devem-lhe a criação, o crescimento, o entusiasmo de renovação, artigos, ideias, arranjos gráficos, orientações. E se mais não foi feito e se nem todas as ideias tiveram continuidade, não foi porque o seu interesse, a sua criatividade, a sua luta por mais e por melhor deixaram alguma vez de manifestar-se, mas porque o próprio CDS se foi forjando nas dificuldades financeiras, nas depredações do seu património e nos boicotes à divulgação do seu ideário, que tiveram expressão também neste sector. Recordar, num órgão de informação partidário, Adelino Amaro da Costa, é recordar o seu contributo … ciência doutrinária, ideológica e política se alargasse e abrangesse um de cada vez maior número de concidadãos; o semeador que lançou a semente e viu-a germinar. Recordar aqui Amaro da Costa é, também, recordar a palavra de confiança, de apoio ou crítica, a
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ternura que punha em tudo, a generosidade que o fazia esquecer-se de si próprio para, sem dormir ou sem comer, escrever um artigo ou uma entrevista, corrigir um texto, ouvir sugestões ou viabilizar projectos, definir estratégias, animar desilusões ou acalmar exaltações. Recordar aqui – Amaro da Costa, é recordar, com uma saudade dolorida, o amigo, o homem, o português, o democrata-cristão, o centrista. Mas é sobretudo recordar o vencedor. Morreu Adelino Amaro da Costa. Morreu o nosso amigo, o nosso irmão, o nosso companheiro de luta – da luta que continua e de que temos de saber ser dignos -, o que acreditava, como Miguel de Unamuno, que “Filho o Homem Filho;/Tu, Cristo deste com a tua morte/finalidade humana ao Universo/e foste, por fim, a morte da própria morte”. Por isso o Adelino Amaro da Costa permanecerá connosco!
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Ilustração 13 - Julho 80 – Na conferência de Imprensa de apresentação do programa do Congresso da União Europeia Democrata- Cristã.
Ilustração 14 - 5º Aniversário do CDS – Julho de 79 – Missa na Capela da Sede Nacional.
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Obrigado Adelino! Luiza Raposo M.C.D.S.
Falar de Adelino ainda é bem difícil! Ele está tão presente, a sua personalidade marcou-nos tanto, não conseguimos ter aquele distanciamento que nos levaria a poder fazer uma análise do que foi a sua vida. O primeiro contacto que tive com o Eng.º Adelino Amaro da Costa foi através dos brilhantes cursos de formação política, organizados por ele, no Largo do Caldas, em princípios de Novembro de 74, já o CDS começava a ter vida dura. Depois foi o Iº Congresso do CDS e tudo o que se seguiu. Foi ele um dos primeiros a pensar na utilidade de uma organização feminina no Partido, tendo sempre havido uma palavra sua de encorajamento, para o nosso trabalho. Nunca poderei esquecer a
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sua simpatia e alegria, chamando-me um dia para me dizer que tinha encontrado a definição certa para a actuação do MCDS: “Cabe-nos também sublinhar, com não menos alegria o trabalho discreto mas eficaz, que o MCDS tem desenvolvido por todo o País, com uma coragem e uma persistência que honraram as melhores tradições da Mulher Cristã Portuguesa” (3º Congresso do CDS – Porto/78). Foi para nós o exemplo e a prática de um cristianismo actuante e destemido, deu-nos a dimensão do que um cristão pode fazer no mundo actual e dentro da complicada vida política do nosso País. De o ter acompanhado, mais que uma vez a Congressos Internacionais, era brilhante nas suas análises, quando expunha os problemas de Portugal e lançava o grito de alarme para o que se passava no País.
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Mais de uma vez foi-me dado apreciar como o ouviam eminentes políticos cheios de experiência. Foi ele um dos grandes obreiros das relações internacionais do CDS. Não posso também de deixar de lembrar a sua permanente disponibilidade em serviço de Partido. Se algumas vezes tinha de recusar pedidos feitos para intervir nas nossas reuniões a nível nacional, sentia-se que era um desgosto de não poder estar em dois sítios ao mesmo tempo. Esteve no nosso Iº Congresso em Janeiro passado, já era ministro da Defesa. Lamento imenso que o seu improviso não tenha ficado gravado por ter sido extraordinariamente nova a sua tese sobre Política de Defesa Nacional e o papel de um Ministro da Defesa civil. Falou muito directamente às Mulheres e de forma como ele encarava o nosso papel na construção da Paz. Entre os apontamentos tomados citarei alguns que julgo devem ficar gravados no nosso coração:
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ELE FOI E É O NOSSO ADELINO
“Só as Mulheres conseguem ter o verdadeiro sentimento de Pátria gravado no seu coração, porque o conceito de Pátria é o conceito de Maternidade”. “Na qualidade de Ministro da Defesa Nacional eu teria de lhes agradecer por isso, seja qual for a relação do ministro com as Forças Armadas, pois não há Defesa Nacional que não se alicerce na noção de Pátria”. Deixo também outra nota do mesmo discurso que calou bem fundo em todas nós e que ficará como fecho deste meu muito modesto depoimento: “A Política da Família diz respeito não só à Mulher, mas também ao Homem. A Família ou aceita que tem um papel político a desempenhar na sociedade Portuguesa ou estará a cavar a sua própria sepultura. Não sejamos tímidos covardes ou ineptos, só assim poderemos alcançar a vitória. Não seremos
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derrotados
enquanto
o
espírito
do
MCDS
permanecer!”. Obrigado Adelino!
Ilustração 15 - Julho de 1978 – 4º Aniversário do CDS, os bons momentos com Amaro da Costa serão inesquecíveis.
Ilustração 16 - Sempre acarinhado pelos militantes e simpatizantes do partido, Amaro da Costa dá autógrafo a uma jovem por ocasião do 2º Aniversário do CDS em Mangualde.
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Homem Grande Francisco Lucas Pires
Quando se recorda o Adelino, um problema é saber por onde começar. É aliás, no sentido de ser um homem que não acaba que ele, aliás, resiste à morte. O Adelino chegava sempre e agora não chega mais, mas chegou sempre tão longe que está por toda a parte, dentro de nós próprios. Não sei se era a sua sensibilidade que estava à
medida da sua
inteligência, se era a sua inteligência que estava à medida da sua sensibilidade e ambas criavam um ambiente dentro do qual os outros se moviam. Havia um estilo, um ambiente, um método que dentro do Largo do Caldas era particularmente notório e visível. Entre todos os acontecimentos e pessoas o Adelino era uma força de junção e movimento, tão serena quanto interrogante.
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ELE FOI E É O NOSSO ADELINO
E, no entanto, o Adelino era um homem fiel, nomeadamente ao partido e ao seu presidente. Pode até parecer, excessivamente, um homem do partido. Mas depois vinha a abertura. Gostava, porém, do partido-família, da própria vida doméstica do partido. Discutia-se com ele mas ninguém se zangava como nas zangas de família. O que não impedia que fosse um homem de poder e de influência, neste aspecto tendo parecido tantas vezes, como o enorme órgão de comunicação de massas do seu partido. Homem múltiplo mas fiel e límpido. Era um homem caloroso, tocante e expansivo, no que traduzia um enorme respeito dos outros. A atenção e a dádiva por igual intensa em relação aos outros eram um apanágio da sua personalidade. Sabia ouvir e sabia falar às pessoas, como que numa atitude de respeito, curiosidade e empenho permanente e activos. O Adelino era um corredor de fundo. Não caía. Lembrou-me às vezes os candeeiros transmontanos
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a que os meus avós chamavam “teimoso” e estão sempre em pé. Com um sorriso, sem arrogância, passava por tudo, tudo vivendo até à última gota e por vezes até ao limite de resistência física. Homem de Paz e de alegria também. O seu sorriso é um clássico. O Adelino aliava toda a carga dramática que a política tem. Nunca ninguém o viu furibundo. Homem de Paz e pacificador, neste aspecto “ministro da defesa” onde quer que estivesse – não da guerra mas da Paz pois! A Paz do CDS e AD devem-lhe muito. Homem vivo até à medula. Vivendo tudo por dentro, sabia reproduzir com minúcia, às vezes fazendo até gostosamente como os “imitadores” para os amigos, as conversas, os pormenores, os tiques. Homem de memória, pois, também, mas sempre de agulha na mão, a continuar os factos, a tecer os fios de que se faz a História, procurando cerzir as razões que alguém viesse fazer da sua malha.
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Homem grande em suma! Homem, sobretudo, e por isso mesmo nunca teve sentido o que se chamou o “adelinismo” ou o “amarismo”. A redução total dos “ismos” com que se simplificam os grandes carácteres para os pôr ao nível de uma compreensão mais geral, não chega para abarcar este quem profundo e largo que é o Adelino Amaro da Costa. Homem grande porque ficou, ao mesmo tempo, no nosso coração, na nossa memória e na nossa sensibilidade … e para sempre.
Ilustração 17 - 25 de Abril de 1980 – Na sessão solene realizada na Assembleia da República.
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ELE FOI E É O NOSSO ADELINO
Ilustração 18 - Encontro PSD/CDS em Junho de 79 no edifício da Assembleia da República.
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O seu trabalho será continuado Basílio Horta
O desaparecimento de Adelino Amaro da Costa constituiu para todos quantos o conheceram e com ele mantiveram um profundíssimo desgosto. Nos nossos corações permanecerá a saudade enorme por alguém que, ao longo de tempos difíceis, sempre nos deu com generosidade total o muito que a sua amizade, o seu talento, a sua inteligência tinham para nos oferecer. Nesta hora de homenagem é, sobretudo e antes de mais, o Amigo que cumpre recordar. O Amigo no conselho sempre avisado, na palavra adequada dita no momento próprio, na compreensão generosa dos problemas humanos de cada um, na dedicação levada ao sacrifício, na presença corajosa em todas as horas e situações difíceis.
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ELE FOI E É O NOSSO ADELINO
Além do Amigo, desapareceu também o Político. O homem que, tanto no campo da actividade partidária como no plano da política nacional desempenhou
um
papel
de
enorme
relevo,
manifestando brilhantemente a sua riquíssima personalidade de político ao longo de seis difíceis e fecundos anos de vida do C.D.S., na preparação do grande projecto nacional da A.D., em tantas intervenções memoráveis no Parlamento, em inúmeros artigos de análise e pedagogia política publicados na Imprensa, na sua presença sempre tão
apreciada
em
meios
internacionais
e,
ultimamente, como ministro da Defesa Nacional, empenhado com rara inteligência em instituir o princípio
fundamental
da
democracia
nesse
importante sector da vida pública, ou seja, a subordinação do poder militar ao poder civil. Toda essa intensa actividade desenvolvida ao serviço do C.D.S., da Democracia e de Portugal. Por isso, nós no C.D.S. afirmamos que o exemplo de Amaro da Costa será seguido e o seu trabalho
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será continuado. E também, porque recordar com fidelidade a memória do Adelino é prosseguir com entusiasmo a sua obra.
Ilustração 19 - Na Assembleia da República quando se discutia o Programa do 1º Governo Constitucional.
Ilustração 20 - Freitas do Amaral, Amaro da Costa e Basílio Horta com os membros do CDS que participaram no IIº Governo Constitucional.
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ELE FOI E É O NOSSO ADELINO
Exemplo vivo para todos nós Ruy G. de Oliveira
Morreu o Amaro da Costa! Dolorosa notícia que a família democrata-cristã recebeu e que aturdiu, deixando-a
destroçada,
desmoralizada
e
profundamente magoada pela marca da injustiça que ela aparentemente continha. Perder um tão querido amigo, deixar de sentir a sua forte, insinuante, sã e acalentadora presença ao nosso lado é algo difícil de aceitar e muito mais de suportar. Jovem de corpo e de espírito, rico de inteligência e saber, fonte inesgotável de ideias, dotado de uma sã moral e de sentimentos nobres que lhe davam a condição de homem de excepção, o Adelino era generoso e bom até ao limite do sobre humano,
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dedicado até ao sacrifício, como aconteceu, à defesa das causas justas e ao amor entre os homens. Dotado de uma extraordinária centelha para a coisa política, serviu a Pátria, o Partido e a comunidade internacional de uma
forma
brilhante,
com
humildade, por vezes bem na sombra, sofrendo incompreensões e agravos, que só um ser superior é capaz de admitir, sem rancor nem desmotivação. Homem de uma só fé e um só querer, estabeleceu a sua linha de rumo, definiu objectivos, marcou tempos e metas e, indómito, suave e serenamente, foi vencendo todas as barreiras a caminho do êxito que sempre alcançou. Foi um homem vitorioso, porque nunca teve necessidade de se trair e de pôr em causa carácter e princípios para atingir os fins que tinha em vista. Foi e será um exemplo vivo para todos nós, seus amigos devotados e companheiros, nesta luta sem cartel que vimos travando para salvar e reanimar Portugal.
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Ariete da democracia-cristã entre nós, desde o tempo da sua não longínqua juventude, foi um dos mais influentes fundadores do nosso Partido, o grande obreiro da sua organização e arranque, o alimentador por excelência de iniciativas que o tornaram uma peça imprescindível da vida política nacional e um dos partidos mais prestigiados nas organizações internacionais a que está vinculado. Afirmativo, sempre apoiou todos aqueles que tinham algo para oferecer e realizar a favor da causa a que se tinha entregado de alma e coração. A sua alegria contagiante e a fé ardente que destilava, foram o bálsamo e o motor para muitos de nós que, a seu lado, menos sólidos, por vezes desmoralizávamos. Bem hajas, querido Amigo, pelo muito que a todos deste em tão curto período da tua breve mas decisiva passagem pelo mundo dos vivos. Não serás esquecido, tão forte foi a herança que nos deixaste. Tudo faremos por merecer os valores sem
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conta que nos ofereceste, preservá-los-emos e embora com dificuldades vamos procurar aumentálos, honrando-te e compensado o sacrifício sem preço que por todos fizeste – o de dares a tua vida e o da querida Manucha a que, como tu, adorávamos. A tua presença pairará sempre sobre nós, o que bem desejamos, pelo que não nos despedimos de ti, antes diremos – até já, pois estou seguro de que em cada acção que venhamos a realizar ela terá a tua marca, o teu compromisso, a tua inspiração. Que o Céu te tenha recebido em alvoroço e alegria. Acolheu no seu seio um grande espírito, um grande coração, um grande homem. Lisboa, 10 de Dezembro de 1980.
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Ilustração 21 - Setembro de 1977 – Convívio em Corelhã, Ponte de Lima.
Ilustração 22 - Em Junho de 79, no comício do Pavilhão dos Desportos em Lisboa. Amaro da Costa, como sempre, empolgou a multidão – o CDS lançava publicamente o seu repto contra a maioria de esquerda.
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Indicava-nos por onde ir Victor de Sá Machado
Dele nos sentíamos mais que companheiros irmãos – beneficiários dessa fraternidade solidária e atenta, capaz de infinitas delicadezas. E todos lhe ficamos devedores desse seu jeito descomprometido e afável de nos indicar por onde ir, sobretudo quando, como nos tempos da perversão totalitária da revolução, o horizonte nos parecia fechado e sem esperança: a sua inteligência fulgurante, o seu optimismo generoso, a confiança nos valores que servíamos, a sua espantosa coragem, aí estavam, como luzeiros, iluminando o caminho.
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Não teria havido CDS sem ele Adriano Moreira
A morte do engenheiro Adelino Amaro da Costa pareceu, nas circunstâncias dramáticas que a rodearam, em completa harmonia com a sua breve mas fecunda vida. Não teria havido CDS sem ele, e todavia não disputou proeminências; não teria havido coligação com o Partido Socialista, por imperativo do interesse nacional de então, sem a sua argúcia, e todavia não reivindicou qualquer notoriedade; não teria havido Aliança Democrática sem o seu entusiasmo, e todavia foi alheio a qualquer triunfalismo; a tragédia que explodiu sobre o país seria mais sem esperança, se não ficasse o exemplo dessa persistente vontade de servir sem alardes escusados. Não era um homem de segundo plano, era sim uma energia sem a qual nenhum projecto parecia viável, uma pedra de
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alicerce. Recordo-me das suas participações de jovem nos colóquios em que se discutiam os difíceis problemas nacionais agudizados na década de sessenta, e que a sua geração teve de enfrentar na década seguinte. Parecia esperar sempre, com modéstia, que a luz aparecesse noutra boca, mas finalmente, socrático na atitude, contribuía para alargar a meditação e a pesquisa como uma série de perguntas que mais eram respostas. Ligeiramente cético como convém aos políticos, irónico como é útil aos polemistas, cortês como é indispensável aos homens públicos, era também firme como é próprio dos crentes, tolerante por amor ao próximo, pluralista por espírito comunitário, institucionalista por formação. As pequenezes da vida política não pareciam afectá-lo de maneira apreciável, talvez porque a formação cristã o ensinara a contar sem surpresa com as debilidades humanas. Combatia pela boa causa, mas parecia não esquecer, em qualquer momento, que o Reino em que acreditava é deste mundo.
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Ilustração 23 - Ilustração 38 - Com a habitual jovialidade, Amaro da Costa troca impressões com candidatos às autárquicas locais no Encontro Nacional realizado em Setembro de 1976.
Ilustração 24 - A juventude de Amaro da Costa esteve sempre em primeiro plano, podemos vê-lo na recepção duma delegação de Jovens Conservadores Noruegueses em Maio de 78.
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Simplicidade cristã Luiz de Azevedo Coutinho
Conheci o Engº Adelino Amaro da Costa quando conheci o CDS. Recordar-me-ei sempre do primeiro encontro que tivemos no Caldas em Agosto de 1974. Adelino era o único dirigente do partido presente nesse dia; conversámos
durante
mais
de
uma
hora.
Convenceu-me… e a partir desse instante iniciámos uma amizade que sempre se reforçou. Não falarei do Adelino como político, como deputado, como dirigente do Partido. Para mim, foi muito mais do que isso. Adelino foi um Homem, com um coração tão grande que todos lá couberam. De uma generosidade sem … apagarse para que outros fossem poupados. De uma grandeza de alma e de uma coragem reflectida que
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o levaram sempre a tomar as atitudes mais decididas. De uma simplicidade cristã, que o fazia estar alegre e confiante, quando tudo parecia ruir. Tantas
vezes
ficávamos
em
minha
casa,
conversando até altas horas fazendo projectos, tecendo críticas, abrindo perspectivas, buscando soluções… Tantas horas amargas e de desilusão, que sempre acabavam por se transformar em esperanças com firme convicção de nada aceitar como facilidade! Adelino alargou a sua amizade à minha família. Tocava piano, contava histórias, vivia a vida de um homem simples. E tantas vezes sentíamos lá em casa, como ele precisava dos amigos, como confiava neles. E depois, encontrou a Manucha! Adelino Amaro da Costa, tinha finalmente a seu lado, a todas as horas, alguém que com o seu amor,
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a sua firmeza de carácter, a sua inteligência, o completava. Nada se alterou nas suas amizades. Continuou a distinguir aqueles em quem desde a primeira hora confiou. E teve razão. Esses como a minha mulher, como eu e como tantos outros lembrar-se-ão sempre de Adelino Amaro da Costa como um dos nossos maiores amigos com quem gostávamos de estar. Com ele continuaremos, com ele lutaremos, com ele aguentaremos, com ele completaremos a missão do CDS.
Ilustração 25- Julho de 1977, 3º Aniversário do CDS, em Lamego. Amaro da Costa sempre procurado pela sua simpatia e “charme” pessoal, rodeado por militantes do partido.
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Um grande amigo Teresa Costa Macedo
Adelino Amaro da Costa, o homem que amava e que nos fazia acreditar, que pensava e nos fazia agir, que sonhava e nos fazia cheios de esperança. Projetado no futuro de um país, dimensionado a um projecto que para ele ambicionou, Adelino Amaro da Costa foi tudo o que já tantos disseram e muito mais impregnado em tantos actos e ideias que tantos não conhecem! Homem à medida de um mundo que queria transformar; político à medida de um povo que queria libertar; é também aquele que tantos de nós encontrámos no dia-a-dia de um combate ou em horas de tranquila e divertida intimidade, sempre grande, a alargar-se em cada conversa, projecto ou estratégia.
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Quanto dói, hoje, falar ou escrever de quem como ninguém falou ou escreveu. Quanta saudade de quem viveu cheio de alegria, inteligência, certeza. Para nós que o admirámos, que com ele nos identificámos é uma permanência e um exemplo, uma mesma luta, ideal a defender. É um Homem na História de Portugal. É um homem no devir do CDS a quem deu tanto e tão plenamente. Olho para trás e vejo o Adelino em Anadia a pedirme opinião sobre assuntos relacionados com a política de segurança social que então, estávamos em 1975, se praticava em Portugal. Logo ali soubemos que as mesmas ideias, um mesmo sentido da política, eram para nós o princípio de uma grande e perene amizade. Depois, pela sua mão, comecei a colaborar na “Democracia 76”. Pela sua mão, comecei uma luta, a luta pelos valores fundamentais que o povo português via destruídos dia a dia, e que o CDS, Diogo Freitas do
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Amaral e Adelino Amaro da Costa, assumiam na grandeza da sua certeza e da sua esperança. Diogo Freitas do Amaral, em quem desde tão nova acreditava viesse a pertencer ao futuro do nosso país, que desde sempre sentia, e sentíamos todos os que éramos seus amigos, viria a ser alguém que seguiríamos porque era competência e confiança, foi com o Adelino, um motor histórico da viragem essencial de um País à procura de si próprio. Falar do Adelino é pensar no Diogo e olhar o dom maravilhoso da amizade, da lealdade e de uma solidariedade absoluta e sem falhas. Ter comungado, na pequena parte que me coube, neste projecto de vida, que foi ao mesmo tempo projecto político e projecto social, será imperativo para continuar, para nunca ter a tentação de desistir ou desanimar. Adelino sabia o que valia e o que os outros valiam. Sabia os riscos que devia correr e aqueles que os outros deviam correr por uma causa eterna, que
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para ele e para nós era a causa da liberdade, da justiça, do progresso, que víamos cada vez mais longe dos nossos filhos. Adelino acreditava nos outros quando sabia que eles eram capazes de dar tudo na medida das suas capacidades. Fazia-os partir. Eram as suas certezas e as suas esperanças que nos guiavam. Lembro quanto ele soube a hora fundamental em que uma política de família teria de começar a ser definida em Portugal, para que o valor que esta representa no progresso de um país, fosse tida em conta pelas forças e grupos sociais nele existente. Foi ele que, através do IDL, hoje Instituto Adelino Amaro da Costa, mais apoios e incentivos deu àqueles, tantos, que até sem filiação partidária mas comungando os mesmos princípios, iniciavam o militantismo familiar, pioneirismo de que fez parte integrante. Criou quadros, deu possibilidades a uma maior competência técnica neste domínio como noutros, procurou que um eficaz intercâmbio se delineasse
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ao nível das Democracias Cristãs europeias e internacionais e doutros movimentos que a nós militantes familiares nos deram uma autêntica dimensão de modernidade. Escrever sobre este grande projecto que foi apoiar e dinamizar as Associações Familiares, para que elas neste país assumissem o lugar fundamental que era e é o seu, e a função social que lhes cabe, não é só lembrar o Adelino que o avalizou, o sentiu como essencial, lhe deu meios; é lembrar conjuntamente o Zé Ribeiro e Castro, que conheci por intermédio do Adelino, e que o complementava através da sua competência e dinamismo, e que o Adelino descobriu, motivou e acreditou, como aconteceu com tantos de nós. Diogo Freitas do Amaral, Adelino Amaro da Costa e Zé Ribeiro e Castro hão-de perdurar, cada um na sua própria dimensão, mas num todo de dinâmica vivência partidária e nacional.
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É com o coração que recordo o Adelino e por isso o faço com a simplicidade que a sua lembrança me traz. De um dirigente de que todos gostávamos, de uma alegria e um humor que a todos encantava, de uma profundidade que a muitos espantava. Se a amizade é um dom, a alegria também o é. E o poder da amizade e da alegria perduram para todo o sempre: Contar esse poder, é contar o Adelino. Passadas as horas mais tristes de uma falta irrecuperável, depois de termos ouvido quanto o Adelino representava para tantos, só quero dizer simplesmente que Adelino era, para além de tudo, um grande amigo. É por isso que vejo nele a dimensão do Homem que ama os princípios e os homens e por isso os faz acreditar e os faz seguir, a dimensão do político que pensa para agir e faz os outros agirem, a dimensão do cristão cuja fé é envolvente, cuja esperança contagiante, cujo sonho é a realidade do futuro.
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Em todos nós deixou uma afirmação de verdade e de verticalidade, e certeza de que um político pode ser um “Homem bom”.
Ilustração 26 - Almoço de aniversário de Filipa, secretária de Amaro da Costa.
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Aplauso e incentivo para a Juventude Francisco Cavaleiro Ferreira
Morreu o Eng. Adelino Amaro da Costa. Mais do que relembrar aqui a sua vida, devemos talvez reflectir sobre o seu exemplo. Foi indiscutivelmente um dos políticos mais hábeis. Porque
era
um
homem
extraordinariamente
trabalhador e dedicado. Foi um político agressivo e rápido. Porque era um homem de uma inteligência viva e transbordante. Foi um negociador dificilmente igualável. Porque era um homem simultaneamente sereno e de uma alegria contagiante.
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Deixou em todos os recantos do partido que fundou um risco personalizado do seu trabalho, um toque da sua alegria – a dor da sua ausência. Neste momento de luto, em que respeitosamente nos curvamos diante da sua imagem, não podemos deixar de salientar esta característica rara nos políticos que vamos conhecendo. Foi um homem amigo e afável mesmo quando o político
estava determinadamente discordante.
Nessas alturas nunca deixou de nos dar um conselho, uma palavra de ânimo, ou um pouco de boa disposição. Na sua última aparição na RTP, exactamente no dia do acidente, Amaro da Costa acabou o seu discurso com palavras de aplauso e de incentivo para a Juventude. Aceitamo-las com o respeito e determinação que se devem às últimas vontades. Adelino Amaro da Costa restaurou o prestígio do político, honrando as virtudes da tolerância e da firmeza, da tolerância dos homens e da firmeza dos
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princípios, cultivando o risco das situações e a elegância dos modos, resistindo à tentação do conforto. Morreu! Ao nosso profundo respeito pela sua inconfundível personalidade veio juntar-se a forma trágica e inesperada como encontrou a morte. Com o seu espírito. A sua presença torna-se mais fácil, mais fluída e o seu pensamento mais permeável e mais penetrante. Exista ou não exista, Amaro da Costa sobre existe, existindo-nos, fazendo-nos existir.
Ilustração 28 - Em Dezembro de 1978 é reeleito no Congresso do Porto Vice-Presidente do CDS. O seu contributo está presente na estratégia do partido nos últimos 2 anos.
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Exemplo do Adelino triunfará Alexandre Sousa Pinto
Não há palavras que resumam, nem elogios suficientes
para
descrever
o
que
Adelino
representou para o CDS, para o País e para o momento internacional da Democracia Cristã na Europa. Só recolhendo depoimentos de muitas pessoas, desde muitos eleitores modestos que ele contactava e contagiava com o seu entusiasmo, até aos políticos europeus que o admiravam nas suas claríssimas exposições doutrinárias, até aos seus colegas no Eurogrupo de Ministros da NATO que quereriam eleger seu presidente, todos terão uma achega a dar,
uma
faceta para ilustrar a
personalidade viva e brilhante do Adelino Amaro da
Costa.
O
professor
Freitas
do
Amaral
testemunha privilegiada da sua acção política prometeu já dar-nos em tempo oportuno, uma
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descrição de como o viu e aguardamos com impaciência esse depoimento fundamental. Porém, a riquíssima personalidade multifacetada do Adelino tinha aspectos particulares susceptíveis de mais profundamente influenciar cada um de nós e nesse sentido é que poderei apresentar um depoimento, sem a preocupação de contemplar todas as suas muitas qualidades humanas. Admirava
no
Adelino
em
especial
a
sua
“endurance” isto é, a sua enorme capacidade de manter intactas as suas faculdades de raciocínio claro, de palavra viva, alegre, colorida, mas exacta, forte e acutilante quando necessária, de presença comunicativa, independente das circunstâncias favoráveis ou desfavoráveis que o rodeavam. Moderado e equilibrado no triunfo, o Adelino mantinha exactamente o mesmo rigor combativo nos momentos em que tudo parecia correr contra nós. Não se deixava inebriar pela vitória como não se deixava deprimir pela derrota. Era um lutador que ficada sempre de pé, respeitando o adversário,
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não subestimando o inimigo, mas não receando nem se deixando deprimir por ele. Quem não se lembra da grandeza com que o Adelino aceitou o que toda a comunicação social – que ele tanto prezava – descreveu erroneamente como sendo a derrota da sua estratégia no Terceiro Congresso do CDS? Quem não se lembra de o ver na televisão, no dia seguinte a esse Congresso, manter todo o seu brilho, todo o seu entusiasmo, toda a sua clareza de exposição e de raciocínio sem estremecer, pouco que fosse, com críticas que imerecidamente lhe dirigiam? O Adelino tinha uma enorme força interior que não deixava abater em circunstâncias, por mais adversas que fossem. Essa força vinha-lhe de uma completa identificação entre as suas palavras, as suas obras e as suas convicções. Ele era acima de tudo sincero e honesto consigo próprio, como era com os que o escutavam. A sua sinceridade ter-lheá trazido uma ou outra antipatia, mas trouxe-lhe também uma total serenidade em todas as
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circunstâncias, a certeza de que a sua verdade triunfará e a tranquilidade perante os revezes que nunca considerou se não como curtos incidentes de um percurso que não pode conduzir senão à vitória final. O exemplo de Adelino triunfará: nenhuma batalha perdida nos desviará do rumo certo para a vitória.
Ilustração 29- Abril 80 – Visita de cortesia a uma esquadra holandesa no Tejo.
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Deus Quer o homem sonha, a obra nasce Nuno Gonçalves
“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”. Só quem da Política tem a concepção aristotélica, só quem conhece que tem de ser a meta política a enformar a política, só quem sabe que no modelo civilizacional que perfilhamos, a Cidade se constrói na
permanente
prospeção
da
articulação
harmoniosa entre as várias componentes do todo social – a Cultura, a Arte, a Economia, a Educação, o Sindicalismo – poderá compreender a dimensão e o sentido do sonho e da obra de Adelino Amaro da Costa em prol de um determinado projecto de vida para Portugal, projecto que é também o que motiva os membros da Federação dos Trabalhadores Democrata-cristãos.
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Morreu um Amigo: deixa-nos a chama do seu exemplo. Com ele a obra nasceu. Sem ele, e também em sua intenção, a obra continuará.
Ilustração 30 - Na assembleia da república quando se discutia o Programa do 1º Governo Constitucional.
Ilustração 31 - Novembro 79 – Amaro da Costa, ao lado de Sá Carneiro, discursa num comício na Campanha Eleitoral para a Assembleia da República.
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Gostaria de ser igual a Amaro da Costa Jeannete Fonseca e Silva
Se fosse figura pública gostaria de ser “igual” ao Engº. Amaro da Costa. Inteligente, sabedor, ponderado, honesto e sincero, audaz e autêntico, respeitador dos outros e das suas ideias. Brilhante. A melhor homenagem que posso prestarlhe é dizer que, em tais condições pretendia assemelhar-me a ele. Como militante-colaboradora do CDS pude seguir a sua carreira desde a fundação do Partido em 1974, tendo o grande prazer de com ele conviver muito de perto no dia-a-dia do trabalho, então em condições muito difíceis. Era nessa ocasião necessária muita perseverança e força de ânimo para difundir o Partido e a sua doutrina, coragem
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para enfrentar a intolerância, a incompreensão, a injúria e mesmo a violência que outros mal formados contra nós usavam. Entre os bravos lutadores de primeira linha, cheio de dinamismo, optimismo e aceitação dos outros, estava o nosso Engenheiro. A força do seu carácter a sua jovialidade e humor nessas horas duras eram para todos nós motivo de boa disposição e de renovação da vontade de prosseguir sem desfalecimentos. Em qualquer tarefa aparecia a nosso lado como um “colega” amigo e pronto a dar uma ajuda, acamaradando com todos, sem distinção. Sempre assim se manteve ao longo do melhor tempo que, progressivamente foi chegando, sem que o muito trabalho e preocupações lhe roubassem o dito ou a graça própria, para cada um de nós. Quando os “jovens” do DOP se reuniam havia que o “AMAC” (assim o tratávamos com ternura, usando a forma sincopada da sua rubrica) para que
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com a sua alegria e enorme graça, fizesse das reuniões momentos altos. É esta imagem que dele quero guardar. Homem
de
espírito
vivo
e
elevado,
extraordinariamente perspicaz na vida, como na política, com o dom da resposta pronta e acertada, ficará para sempre nos nossos corações, como exemplo a seguir de um lutador pelas ideias democratas cristãs. Se fosse figura pública gostaria de ser “igual” ao Engenheiro Amaro da Costa.
. Ilustração 32 - Outubro de 79 – o casal Amaro da Costa com um grupo de colaboradores do Departamento de Opinião Pública.
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O arquitecto discreto José Ribeiro e Castro
Durante algum tempo, foi corrente na Imprensa designar o Eng.º Amaro da Costa de o “arquitecto discreto”, uns elogiando-o, outros procurando ridicularizar essa designação. Ora, a verdade é que, naquilo que tem a ver com a fundação do CDS, o seu crescimento, a sua consolidação, o Eng.º Amaro da Costa – o nosso Adelino – foi sempre o “arquitecto” de passos sucessivos, no êxito do nosso caminho, até à Aliança Democrática em que nos encontramos. E “discreto” também nessa sua influência decisiva e permanente, porque, mau grado ser um destacado dirigente e serem muitos os aspectos em que conhecemos a sua presença, a discrição foi sempre uma característica dominante da sua acção, quer pela humildade que o caracterizava pessoalmente, quer por conhecer o
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valor que a humildade tem também, quantas vezes, para
a
própria
eficácia
política
dos
comportamentos. Há
muitos
aspectos
em
que
o
País
e
particularmente os militantes democrata-cristãos, não terão dificuldades em identificar o nome de Amaro da Costa. Mas a verdade é que são muitos mais ainda os pormenores, os elementos, as linhas de crescimento político do nosso partido e da evolução política do nosso País, em que o dedo de Amaro da Costa se manifestou de forma decisiva e determinante, sem que a maioria disso se desse sequer conta. Uma personalidade política decisiva no CDS, que rapidamente se tornou numa personalidade política central também da Aliança Democrática, do seu projecto, do seu Governo. Arquitectando sempre o nosso crescimento e a nossa vitória, com eficácia, dedicação e discrição assinaláveis. E sobretudo portador ainda de um exemplo humano de perseverança e tenacidade, nunca deixando cair os
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braços diante de qualquer adversidade ou percalço e tendo a imaginação de transformar mesmo estes em novos trampolins para novos avanços, sem nunca os encarar como fonte de desânimo e fosso de derrota. Um homem que vivia mais as paredes-mestras de um
projecto
doutrinário,
profundamente
personalista, do que o mero encantamento e a ostentação banal de acenar às janelas. E um homem que, mesmo quando aparecia à janela, o fazia apenas na estrita medida em que fossem já seguras as paredes e as traves do edifício. Foi assim que nos habituámos a conhecê-lo e a respeitá-lo.
Tenaz,
alegre,
determinado,
imaginativo, empenhado no serviço de valores. E que aprendemos também a admirar e a estimar o seu exemplo humano, de quem conhecia que a vida e a política se fez com homens que são pessoas, credoras sempre de respeito e não apenas devedoras de serviços.
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Esse é o Adelino Amaro da Costa que conheci. Um Homem que sabia que a política precisa de uma bandeira, mas que conhecia sobretudo que a bandeira flutua mais alto e por tanto mais tempo, quanto mais extenso e mais sólido for o mastro que a segura. Um Homem que sabia como, na vida, a bandeira é mais olhada que o mastro, mas que sem o mastro, que é a solidariedade efectiva das pessoas e o trabalho discreto da organização, da estrutura, dos mecanismos de base, seria a própria bandeira que não flutuaria em parte nenhuma. E um Homem, enfim, que nunca se importou – antes apreciava – fazer o trabalho duro, cansativo e discreto do “mastro”, mesmo quando aí não era o palco, as palmas se ouviam menos e as luzes não iluminavam tanto
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Ilustração 33 - Conselho Nacional do CDS em Maio de 76. Discutia-se a questão presidencial. Adelino Amaro da Costa conversa com Ribeiro e Castro.
Ilustração 34 - Março de 80 – Nas III Jornadas Parlamentares do CDS.
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Quem era Manucha? Maria Manuela Pires da Costa, para os amigos simplesmente “Manucha”, era jovem encantadora esposa de Adelino Amaro da Costa. Casada com aquele que foi o vice-presidente do partido, em 3 de Novembro de 1979, “Manucha” era natural de Lourenço Marques, tendo apenas 28 anos. Era doutorada em Química e lecionava como assistente na Faculdade de Ciências de Lisboa. Era filha do comandante Gustavo Pires e de Manuela Simões Vaz. Ao que consta, a jovem esposa de Amaro da Costa tinha receio de viajar de avião, pelo que raramente acompanhava o marido nas suas frequentes deslocações. Nesta ida ao Porto, “Manucha” teria decidido, entusiasticamente, fazer a viagem.
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Uma viagem curta. Fatal. Uma viagem onde “Manucha” quis estar com Amaro da Costa, para todo o sempre.
Figura 35 – Manucha e Adelino Amaro da Costa em Outubro de 1979, no almoço na Sede Nacional do partido. Avizinhavam-se dias de alegria para o jovem casal.
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Uma Homenagem … Luiz Pinto Gonçalves (Coordenador da Edição Especial da Folha do CDS)
“ … Toda a acção impõe uma doutrina; mas o cristão não pode admitir a que implique uma filosofia materialista e ateia, e não respeite a orientação religiosa da vida para o seu último fim, a liberdade e dignidade humana. Mas garantidos esses valores, é admissível e, até certo ponto útil, um pluralismo de organizações, contando que projetam a liberdade e exaltem a dignidade… É com
toda
a
nossa
Alma,
que
prestamos
homenagem, a quem quer que, por este meio, trabalha, servindo desinteressadamente os seus irmãos” – é também, a nossa homenagem a Adelino Amaro da Costa, um exemplo de espírito,
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ainda bem vivo entre nós, do que trabalhou, lutou e sacrificou-se em luta de um ideal, ideal esse que tinha como fim a liberdade e a dignidade humana. Adelino Amaro da Costa morreu! Mas só o seu corpo está reduzido a cinzas…; pelo contrário, o espírito, a luta, os ideais e a dignidade de Amaro da Costa, são em nós um exemplo bem vivo, onde o seu espírito é agora a nossa consciência, onde a sua luta é o nosso alimento, onde os seus ideais constituem o nosso modelo de vida, onde a sua dignidade é o nosso objectivo. Não há palavras que consigam adjectivar o que foi o exemplo de Amaro da Costa… ANOSSA HOMENAGEM A SI SR. ENG.º!
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A voz dos outros Francisco Oliveira Dias
Porque é que os adversários do CDS admiravam ADELINO AMARO DA COSTA e respeitam como respeitam a sua memória? Porque o ADELINO fazia aquilo que se deve fazer no CDS – e também nisso deve ser exemplo vivo para nós. Distinguia os erros daqueles que erram. Ninguém mais frontal, mais corajoso, mais brilhante, mais arguto do que ele a desmascarar e combater o erro. Ninguém mais compreensivo, mais aberto, mais cordial para aquele que caiu no erro, que apenas o repetiu ou mesmo o engendrou.
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Manuel Alegre (Dirigente do PS)
Presto a minha homenagem a Adelino Amaro da Costa, com quem convivi mais de perto, homem cordial que gostava da vida e que era, sem dúvida um dos mais brilhantes políticos da cena política nacional.
Mota Pinto (Primeiro-Ministro do IV Governo Constitucional)
Adelino Amaro da Costa foi um político hábil
e
brilhantíssimo,
competente, dirigente
parlamentar esfuziante
de
vivacidade e capacidade de galvanização.
Alfredo Barroso (Director do jornal “Acção Socialista”)
A morte de Adelino Amaro da Costa – que tive o privilégio de conhecer pessoalmente em 1978 – chocou-me profundamente:
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tratava-se, sem dúvida, de um político de excepcional talento, que indiscutivelmente se
tornou
um
dos
mais
notáveis
parlamentares da história ainda breve do regime democrático após o 25 de Abril.
Jaime Gama (Deputado do PS)
Adelino Amaro da Costa, que recordo desde os tempos da universidade, era um notável político. Brilhante parlamentar e governante não
menos
eficaz,
Amaro
da
Costa
conseguia aliar a uma sólida formação democrática-cristã um precioso sentido de negociação política e um salutar espírito de diálogo com os outros partidos. Fiz com ele uma viagem à China Popular e negociámos em conjunto os acordos políticos tendentes à formação do IIº Governo. No mais aceso da controvérsia política, não se apagou entre nós uma amizade de aí gerada.
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Gonçalo Ribeiro Teles (Líder do PPM e da AD)
A morte em circunstâncias trágicas de Francisco Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa suscitou, por parte da grande maioria dos políticos nacionais e estrangeiros, diversas manifestações de pesar. Muitos deles adversários políticos, nesta hora de luto, e dor nacional baixaram-se perante a memória dos dois estadistas prestando-lhes
a
homenagem
devida
aqueles que souberam entregar-se com determinação e tenacidade à defesa dos seus ideais. Em
jeito
de
homenagem
póstuma,
recolhemos diversos depoimentos através de órgãos de comunicação social, de políticos que directa ou indirectamente conviveram e trabalharam com aqueles que pereceram no auge de uma intensa luta política.
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ELE FOI E É O NOSSO ADELINO
O desaparecimento de Adelino Amaro da Costa constitui perda insubstituível para o País, para o seu partido, para o Governo. Desempenhava um importantíssimo papel na consolidação das nossas instituições democráticas. É com imenso pesar que vejo desaparecer
um
amigo
com
quem
estabeleci, desde que o conheci, as mais leais relações.
Vaz Portugal (Ministro do Governo de Mota Pinto)
Com a morte de Adelino Amaro da Costa, o parlamentarismo, o Estado e o CDS, perdem uma figura de notável capacidade. Recordo com imensa saudade a vivacidade da sua inteligência e a coragem da sua determinação.
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Salgado Zenha (Dirigente do PS)
São uma tragédia para Portugal e para a democracia as mortes de Francisco Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa.
António
Ramalho
Eanes
(Presidente
da
República)
Desapareceram brutalmente homens que dedicaram toda a sua vontade, toda a sua determinação à defesa de Portugal e dos interesses
dos
portugueses.
Como
Presidente da República quero prestar a homenagem
sentida
e
exprimir
o
testemunho de respeito profundo que todos devemos àqueles que colocaram acima de tudo a missão de orientar a nossa vida política.
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Ilustração 36 - Posse do Presidente da República em 1976.
Ilustração 37 - Em 14 de Setembro de 1976 Amaro da Costa felicita Carlos Assumpção pela assinatura do acordo CDS com a Associação para a Defesa dos Interesses de Macau (ADIM).
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Ilustração 38 - Primeira Cimeira CDS/PSD em Maio de 1977. Amaro da Costa com Sousa Franco, Sá Carneiro e Freitas do Amaral.
Ilustração 39 - Acordo do Governo PS/CDS em 19 de Dezembro de 1977. Na Sede Nacional, reunião com o Partido Socialista. Amaro da Costa tem a perfeita noção do que é o interesse nacional.
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Ilustração 40 - 10 de Agosto de 79 – Cimeira PSD/CDS/PPM na sede do PSD.
Ilustração 41 - Apresentação pública da candidatura do General Soares Carneiro.
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Edição Original: ELE FOI E É O NOSSO ADELINO Folha do CDS especial • Edição do Departamento de Opinião Pública do CDS • Orientação e coordenação João Guerra Tavares Luis Pinto Gonçalves • Orientação gráfica Henrique de Queiroz e Lima • Fotografia António Ortigão Ramos • Composição e Impressão Mirandela & Cª Travessa Condessa do Rio, 7-9 • Tiragem 80.000 Exemplares
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ELE FOI E É O NOSSO ADELINO
2ª Edição (4 de Dezembro de 2014): ELE FOI E É O NOSSO ADELINO Edição CDS Notícias - Publicações Editor e coordenador Nuno Serra Pereira Colaboradores António Miguel Lopes André de Soure Dores António Reis Faria Alexandra Benitez Email cdsnoticias@cds.pt https://www.facebook.com/pages/CDS-Not%C3%ADcias/208645085837560
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