Equipe Técnica
Sumário
Coordenação-Geral Túlio Antônio de Amorim Carvalho Secretaria Estadual da Educação Carlos Guilherme Pinheiro, Daiani de Freitas Silveira, Denize Datri Furtado dos Santos, Fernanda Mendes Tavares Marques, Sandra Garcia Polino, Stela Maris Pires Gayer, Susana Cecília Lavarello Mintegui e Virgínia Bobsin Tietböhl. Secretaria Estadual do Meio Ambiente/FEPAM Artur Renato Albeche Cardoso, Carmem Marília Machado, Fernando Antônio Valença Floresta, Jackson Müller, Lairton Pedro Kleinübing, Lilian Maiara Zenker, Luiz Carlos da Costa, Maria Elisabete Farias Ferreira, Niro Afonso Pieper, Sidnei Carneiro e Silva e Túlio Antônio de Amorim Carvalho. Aracruz Celulose S/A Adriana Alves de Ávila, Clóvis Zimmer, Francisco Bueno, Jacira Maria S. Bazotti, Maurem Kayna Lima Alves e Sabrina de Freitas Bicca. Borrachas Vipal S/A Carlos Júlio Lautert, Claudete de Campos, Glauco Bao, Ilda Paludo e Sílvia Bem Olivo. Grupo Gerdau Cristiane Maurer Koch, Erico Teodoro Sommer, Luiz Fernando Bodanese, Marcele Moreira Nickhorn, Sharon Bicca Treiguer, Vanessa Machado Fabian e Vera Rossana Martini Wanner. ACPM-Federação Indiara Souza, Jairo Fernando Martins Pacheco e Robison Giudici Minuzzi.
Aprensentação A visão da Secretaria Estadual do Meio Ambiente sobre o PEAC
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O PEAC no Projeto Escola Aberta para a Cidadania
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Uma ferramenta para a construção de uma nova sociedade
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"Planto árvores porque acredito nos jovens..."
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Grupo Gerdau apóia difusão do conhecimento ambiental nas comunidades
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O PEAC e a Federação das Associações e Círculos de Pais e Mestres do RS
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As indústrias e a experiência com o PEAC
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Os agentes da esperança para uma sociedade global com problemas locais
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Introdução Meio ambiente, saúde e cidadania no centro da questão educacional
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Artigos O PEAC e a quebra de paradigmas em Educação Ambiental
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Um desafio lançado à mesa: um pouco da história do PEAC
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A visão dos parceiros da iniciativa privada
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O Sistema Estadual de Educação Ambiental e o PEAC
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A sensibilização para as questões ambientais no sistema público de ensino
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Projeto Escola Aberta para a Cidadania e a Educação Ambiental
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O PEAC e o Pró-Mar-de-Dentro: uma parceria "dentro de casa"
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A contribuição da Produção mais Limpa na Política Ambiental gaúcha
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Projetos Amostra de projetos do PEAC: Anais do I Congresso de Agentes Prevencionistas
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Resultados e Perspectivas O Primeiro Ano de Atividades
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Materiais desenvolvidos para o PEAC
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Escolas integradas ao PEAC
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Novas perspectivas do PEAC: uma questão de oportunidades
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A visão da Secretaria Estadual do Meio Ambiente sobre o PEAC O Programa de Educação Ambiental Compartilhado – PEAC, pode ser considerado como a primeira parceria público-privada, no âmbito do Estado do Rio Grande do Sul, a atingir resultados significativos quanto aos seus objetivos e metas. Este Programa vem preencher uma imensa lacuna existente no Sistema Estadual de Proteção Ambiental – Sisepra. Atualmente, o Sisepra tem nos instrumentos de comando e controle a sua dimensão mais perceptível para os cidadãos gaúchos. Contudo, sabe-se que a fiscalização, o licenciamento e o monitoramento são instrumentos mais efetivos quando, em momento anterior, há um processo de disseminação de dados e informações que levem ao conhecimento, necessário ao planejamento e à implementação de ações de gestão ambiental. Os instrumentos de comando e controle podem ser usados em sistemas imaturos ou em sistemas em que a informação disponível não é utilizada coerentemente para a gestão de processos produtivos. Mesmo nesse último caso, há que se garantir que esse conhecimento seja capaz de habilitar a população a empreender um rol de ações que, ao longo do tempo, modifiquem e implementem uma cultura mais adequada à manutenção e ao incremento da qualidade ambiental e da qualidade de vida. E tal objetivo só pode ser plenamente alcançado quando a Educação Ambiental ocupa o lugar de ferramenta essencial do processo de gestão ambiental. Esse espaço de verdadeira transformação cultural foi legitimamente ocupado pelo PEAC, através do qual inúmeras comunidades, com o apoio da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e da Secretaria Estadual da Educação, aliadas aos grandes stake-holders da economia gaúcha, estão construindo uma nova visão de nossa atitude em relação aos ecossistemas, ambientes e recursos naturais, de forma que se espera que, em um futuro próximo, haja a compreensão de que nosso povo e nossa terra são interdependentes, e que a qualidade de vida de um depende da qualidade ambiental de outro. Claudio Dilda Secretário Estadual do Meio Ambiente
A Educação Ambiental Inovando a Gestão
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O PEAC no Projeto Escola Aberta para a Cidadania
Uma ferramenta para a construção de uma nova sociedade
A Educação Ambiental se constitui numa forma abrangente de educação, que se propõe a atingir todos os cidadãos, através de um processo pedagógico participativo e permanente, o qual procura sensibilizar tanto o educando quanto a comunidade escolar sobre uma consciência crítica em relação à problemática ambiental, compreendendo-se como crucial a capacidade de captar a gênese e a evolução de problemas ambientais. Para ser efetivo, um programa de Educação Ambiental deve promover, simultaneamente, o desenvolvimento de conhecimento, de atitudes e de habilidades necessárias à preservação, à prevenção e à melhoria da qualidade de vida. Essas características ficaram amplamente comprovadas nos belíssimos projetos de Educação Ambiental, em execução, desenvolvidos por nossas comunidades escolares nos mais diversos rincões de nosso Estado. O Projeto Escola Aberta para a Cidadania, da Secretaria da Educação, através do Programa de Educação Ambiental Compartilhado – PEAC, visa contribuir com a melhoria da qualidade de vida da população e com a conservação do meio ambiente, e deve continuar a encontrar caminhos para promover e fortalecer processos participativos, buscando o desenvolvimento de ações coletivas que almejam o bem-estar de todos. O sentido de trabalhar por um meio ambiente sadio constrói-se num fazer diário, numa relação pessoal e grupal, e, por isso, a tomada de consciência ambiental cidadã só pode traduzir-se em ação efetiva quando segue acompanhada de uma população organizada e preparada para conhecer, entender e exigir seus direitos e exercer suas responsabilidades. Por isso, o PEAC, o Projeto Escola Aberta para a Cidadania e os parceiros estão de parabéns por esta iniciativa inédita e exitosa, a qual deve ser contínua, pois a educação é o melhor meio de desenvolver condutas protetoras do meio ambiente.
Desde a década de 90 a Aracruz desenvolve na sua área de abrangência atividades de Educação Ambiental. Por isso, quando foi convidada a aderir ao PEAC – Programa de Educação Ambiental Compartilhado, experiência público-privada inédita no Rio Grande do Sul, aceitou imediatamente. Por considerar a Educação Ambiental uma importante ferramenta na construção de valores e conceitos que se traduzem em ações concretas em prol da melhoria da qualidade de vida das comunidades onde atua, a Aracruz percebeu de pronto a importância de um programa como o PEAC. Assim, surgia mais uma parceria cujo objetivo maior estava em valorizar a ação pró-ativa e voluntária daqueles que buscam, através da implantação de projetos sustentáveis nas comunidades, a melhoria da qualidade de vida das mesmas. Nesse sentido, o caráter pró-ativo e voluntário do PEAC imprimiu, desde o início, o desafio de conciliar os interesses das diversas instituições promotoras do programa à diversidade de necessidades da realidade das áreas de sua atuação. Essa adesão ao programa significou também considerar as experiências de cada parceiro e unificar objetivos que trouxessem resultados concretos às comunidades envolvidas. Os resultados dessa primeira fase evidenciaram-se na realização do I Congresso Estadual de Agentes Prevencionistas, o qual trouxe ao público projetos ambientais focados nas necessidades das comunidades, com a efetiva participação dos voluntários que promoveram sua execução. Fazendo um exercício de avaliação dessa primeira fase, o que se destaca, além da mobilização das comunidades, é a parceria entre as diversas instituições, tanto públicas quanto privadas, estabelecidas nos municípios. E se entendermos que é nos municípios que os projetos acontecem, o desafio que ora se imprime está em alavancar essas parcerias, para que esses projetos continuem colhendo resultados, e que tais resultados se traduzam em benefícios às comunidades. Além disso, é preciso promover a participação de outros tantos parceiros e projetos, que sabemos existir, para que eles se fortaleçam e cresçam através da troca de experiências. Neste momento, é indispensável que a continuidade do programa considere a necessidade de estabelecer esses vínculos com as instituições municipais, para garantir o apoio e o suporte necessários aos Agentes Prevencionistas.
Nelsi Hoff Muller Secretária Estadual da Educação
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Programa de Educação Ambiental Compartilhado
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Ao considerarmos como desafio conciliar o crescimento econômico e social com o equilíbrio ecológico – e entendendo que o PEAC foi uma das ferramentas dessa combinação –, nos cabe, além do orgulho de termos participado dessa primeira fase, e já considerando-nos parceiros da nova fase que se aproxima, convidar aqueles que quiserem a integrar-se ao desafio de continuar promovendo ações que busquem o crescimento de suas comunidades. Experiências como essa, que a primeira fase do PEAC nos mostrou, indicam que o caminho ainda está por fazer e que queremos continuar participando dessa construção. Aracruz Celulose
"Planto árvores porque acredito nos jovens..." Foi a frase proferida quando, em 1992, o Sr. Vicêncio Paludo, aos 71 anos, resumiu a responsabilidade social e ambiental que o grupo das empresas que idealizou já praticava. A Vipal, empresa que carrega o nome de seu fundador e idealizador Vicêncio Paludo, tem como missão industrial a fabricação de produtos para recuperação de pneumáticos, o que faz dela uma empresa já concebida com o fim de preservar a natureza. Afinal, a reforma de pneus é uma saída para minimizar os impactos causados no meio ambiente pelo grande número de pneus produzidos mundialmente. Esta atividade permite que um pneu seja reformado até quatro vezes, reduzindo o descarte na natureza. Além da questão ambiental, os pneus reformados chegam a rodar mais que os novos e permitem gerar uma economia superior a 50% no custo do quilômetro rodado. Depois do combustível, os pneus representam o segundo produto de maior custo no transporte. Assim, imagine a economia gerada por uma transportadora, por exemplo, ao optar pela reforma. O principal motivo para a significativa redução do custo é que a reforma de um pneu, comparada com a produção de um novo, economiza até 80% de petróleo. É simples: uma vez que se empregam menos borracha e outras matérias-primas, há a redução dos gastos de produção. Mas nossa caminhada incessante para proporcionar o desenvolvimento da empresa e, ao mesmo tempo, garantir conforto e qualidade de vida das pessoas exigia a implantação de sólidos programas internos e externos, tanto na área ambiental quanto na social. Por isso, não poderíamos deixar de atender ao convite da SEMA – Secretaria Estadual do Meio Ambiente, para acompanhar esta parceria público-privada e, com muito orgulho, colaboramos com o Programa de Educação Ambiental Compartilhado. A frase de nosso idealizador, Sr. Vicêncio Paludo, citada no início deste texto, faz parte da nossa ideologia de investir em programas que permitam a formação de grandes cidadãos e a construção de um mundo cada vez melhor. Borrachas Vipal
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Programa de Educação Ambiental Compartilhado
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Grupo Gerdau apóia difusão do conhecimento ambiental nas comunidades
O PEAC e a Federação das Associações e Círculos de Pais e Mestres do RS
Crescer com responsabilidade. É assim que o Grupo Gerdau vem ampliando as suas bases. Essa responsabilidade é refletida, por exemplo, na preocupação constante em preservar o meio ambiente, bem como na transferência de conhecimento entre todos os setores da sociedade. O Grupo Gerdau destina investimentos permanentes em tecnologias de proteção ambiental, porque tem a certeza de que o mundo só pode ser transformado de forma sustentável se o meio ambiente for tratado com respeito. É por esse motivo que a Gerdau é parceira do Programa de Educação Ambiental Compartilhado – PEAC. Acredita na difusão do conhecimento como instrumento excelente para conscientizar a população da necessidade de preservar o meio ambiente. O trabalho de Educação Ambiental que está sendo realizado com as crianças das escolas da rede pública do Rio Grande do Sul formará agentes prevencionistas motivados e esclarecidos a sensibilizar adultos e crianças. O resultado implicará em mudança de hábitos relacionadas às atitudes prejudiciais à natureza, com soluções aplicáveis a cada realidade de modo compartilhado. O sucesso do Programa só se torna possível pela colaboração de todos os parceiros do PEAC, tanto da iniciativa pública quanto privada, e também devido à participação ativa dos colaboradores voluntários. Atitudes solidárias fazem parte da cultura e dos valores que foram construídos pelo Grupo Gerdau ao longo de 105 anos de história. A empresa continuará investindo em projetos de Educação Ambiental como forma de garantir um futuro melhor para as próximas gerações. O Grupo Gerdau entende que o Brasil ainda tem muito que conquistar na área social. A participação da sociedade é fundamental para o desenvolvimento de soluções inteligentes frente aos desafios nas áreas de meio ambiente, educação, cultura, pesquisa científica, entre tantas outras.
A ACPM-Federação foi fundada em 26 de setembro de 1984, tendo por objetivo integrar e representar os Círculos de Pais e Mestres e as associações congêneres ou afins das escolas públicas federais, estaduais e municipais no Rio Grande do Sul. A escola depende do que está no seu entorno. Escola integrada é escola protegida. A utilização dos seus espaços por programas educativos beneficia, além dos alunos, os pais e os professores. O PEAC converteu um dos objetivos dos CPMs em realidade. A ACPMFederação mostrou que é possível estabelecer parcerias entre o público, o privado e a comunidade escolar na busca de soluções para a melhoria na qualidade de vida das pessoas. A Educação Ambiental é fundamental na formação dos indivíduos para o exercício da cidadania. O Programa, nesse sentido, conseguiu envolver todos os segmentos da comunidade escolar, com atividades básicas, como a formação de Agentes Prevencionistas e a divulgação de estratégias educacionais, mostrando que é possível proteger o meio ambiente. A experiência, participando do Programa, permitiu que se ampliasse o elo da escola com a comunidade e com a ACPM-Federação, apesar de todas as dificuldades inerentes a um trabalho responsável, persistente e, principalmente, voluntário. Esperamos estar cooperando para a elaboração de políticas que envolvam a educação numa tentativa de reduzir os riscos ambientais. Organização, mobilização e participação, de modo a envolver não só a escola, mas as famílias e os demais membros da comunidade escolar, foram e são fundamentais para o sucesso do Programa de Educação Ambiental Compartilhado. Robison Minuzzi Presidente da ACPM-Federação
Grupo Gerdau
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As indústrias e a experiência com o PEAC
Os agentes da esperança para uma sociedade global com problemas locais
Certamente, o PEAC surpreendeu a muitos pelos resultados que alcançou em tão curto período de tempo. Acredito que superou até o mais otimista dos otimistas. Após os percalços dos primeiros encontros, nos quais de um lado estavam sentados os representantes do poder público, e de outro, os do setor privado, o PEAC foi implementado e posto à prova pelo público a que se destinava. Os números não deixam dúvidas de que foi plenamente aprovado. Seus projetos foram postos em execução nos 106 municípios que se envolveram com o Programa. São de iniciativas como essa que a sociedade não pode prescindir. Se o meio ambiente é o tema do século XXI, não o deixemos como tema, façamos dele nossa lição. A Educação Ambiental é tema recorrente no meio industrial. Segundo uma pesquisa que realizamos, inserida no Anuário RS Sustentável, de uma base de amostra de 71 empresas, nada menos que 55 (77% do total da amostra) desenvolvem ações de Educação Ambiental na empresa. Já no que se refere a ações de Educação Ambiental na comunidade, o índice é de 32 empresas (45% do total) que mantêm esse tipo de atividade. Consideramos este um índice elevado, pois a maioria das empresas participantes do levantamento é média e pequena, portanto, com menor capacidade financeira e de recursos humanos para o desenvolvimento de ações comunitárias de Educação Ambiental. O PEAC é um programa inovador, que possibilitou apresentar as questões ambientais em seus diversos temas, em 165 comunidades escolares, atingindo diretamente mais de 50 mil pessoas. Esperam-se inúmeros desdobramentos desses projetos, os quais, certamente, contribuirão para a construção de uma sociedade sustentável em nosso país. Agradecemos e parabenizamos a todos os que fizeram do Programa de Educação Ambiental Compartilhado um grande sucesso.
A Famurs – Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul – deseja inicialmente celebrar o êxito alcançado com toda sociedade gaúcha pelo Programa de Educação Ambiental Compartilhado, que é um exemplo de como deve ser a gestão pública. Ressaltam-se a integração, a união e, acima de tudo, o profissionalismo de todos os envolvidos, e a visão estratégica das empresas privadas que nele investiram. Como já tínhamos afirmado no lançamento do Programa de Agentes Prevencionistas, eles são agentes de esperança para uma sociedade com informações globais e problemas locais. Da mesma forma, para as comunidades locais, os prefeitos, ou melhor, as administrações municipais, são agentes de esperança e indutores de desenvolvimento e de mudanças de paradigmas. O Município, em função da Constituição de 1988, foi considerado ente federado, no mesmo patamar dos Estados e da União. Em vista disso, passou a ter um conjunto cada vez mais amplo de competências administrativas e legislativas, especialmente alicerçadas na ampliação da noção de interesse local, que é onde a vida dos cidadãos acontece. A área ambiental é central nesse processo. Mas, se, por um lado, se deve comemorar a consolidação dos Municípios na Federação brasileira, por outro, ampliam-se as necessidades de integrar o gestor municipal com o cidadão, e assim tornar o Município o efetivo espaço de demanda da sociedade. Por outro lado, tem se tornado claro para a sociedade brasileira que os Municípios têm sido os grandes indutores de cidadania. Nesse contexto, o PEAC é um exemplo a ser seguido e mostra que é possível ter parcerias público-privadas neste País. Saudamos e cumprimentamos todos os envolvidos, em especial a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, a Secretaria Estadual da Educação, a Fepam, as empresas Aracruz, Gerdau e Vipal, as Associações de Bairros, os Municípios envolvidos, as escolas e as Associações de Pais e Mestres, pois as mãos de todos geraram um exemplo. Certamente, os cidadãos que estamos formando terão conhecimento para melhorar o mundo, tendo mais qualidade em suas vidas e nas de todos que habitam no seu entorno, tanto os homens quanto a fauna, a flora, o solo, a água e o ar.
Torvaldo Marzolla Filho Coordenador do Conselho de Meio Ambiente da Fiergs
Valtemir Goldmeier Presidente do Conselho Estadual do Meio Ambiente – Consema e consultor da FAMURS
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Meio ambiente, saúde e cidadania no centro da questão educacional As primeiras preocupações com a questão ambiental começam com o desdobramento de esforços efetivamente iniciados na década de 1960, quando a expressão "Educação Ambiental" passou a ser utilizada. Naquele período, o mundo refletia sobre o futuro da civilização, na medida em que os inúmeros prejuízos causados no meio físico-biológico do planeta mostravam progressiva deterioração dos ecossistemas e os primeiros sinais de comprometimento da qualidade de vida. Iniciaram-se, então, debates promovidos pela Organização das Nações Unidas – ONU, trazendo à luz, com o devido amparo científico, as primeiras propostas norteadoras de uma ação coletiva mundial pela melhoria ambiental. Hoje, a Educação Ambiental se apresenta como um instrumento que pretende contribuir na formação de cidadãos críticos e responsáveis, na busca de uma cultura prevencionista. Trata-se de um processo longo e contínuo de aprendizagem, com uma filosofia de trabalho voltada ao exercício pleno da cidadania, tendo como espaço de aprendizagem os sistemas educacionais formais, através da incorporação da dimensão ambiental no âmbito dos currículos e das atividades extracurriculares das instituições de ensino, e as ações e práticas educativas voltadas à sensibilização, organização, mobilização e participação da coletividade, de modo a envolver e obter o comprometimento não só da escola, mas também da família e da comunidade em geral. O Programa de Educação Ambiental Compartilhado – PEAC – nasceu no momento em que as instituições públicas responsáveis pela execução das políticas de educação e de gestão ambiental estabeleceram, de forma conjunta com empresas privadas que já desenvolviam ações de gestão ambiental internas e voltadas para as comunidades nas quais encontram-se inseridas, um grupo de trabalho. Esse grupo surgiu com o objetivo de planejar e desenvolver uma política de Educação Ambiental, de modo a compartilhar esforços, recursos e resultados, dentro de uma visão de parceria das instituições públicas e privadas, e de protagonismo dos cidadãos agindo diretamente em suas comunidades. Equipe de coordenação do PEAC
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O PEAC e a quebra de paradigmas em Educação Ambiental Lairton Pedro Kleinübing, Historiador e Assessoria do Gabinete da Secretaria Estadual do Meio Ambiente
A educação é, por excelência, a ação humana mais comprometida com o futuro. Todo investimento e todo esforço aplicados em educação, embora subordinados às demandas, prioridades e expectativas do presente, dirigem-se sempre à construção de um projeto de futuro. Isto é mormente verdadeiro quando se trata da Educação Ambiental. Durante muito tempo, foi necessário vaticinar que o nosso futuro estava conectado, de modo irremediável, aos resultados, positivos ou negativos, de nossas ações sobre o meio ambiente. Esse esforço de convencimento, embora ainda necessário, já não é mais prioritário: a conexão entre futuro e meio ambiente é uma evidência, obnubilada apenas por obscurantismos culturais, por torpezas imediatistas ou pela mais míope irresponsabilidade social. Os problemas ambientais que se nos apresentam, presentes ou futuros, exigem que esta tarefa de convencimento seja necessariamente complementada por um esforço de ação. Já não basta, para a satisfação de nossas esperanças de futuro, a recitação de hipotéticos apocalipses ambientais. É necessário elaborar estratégias de ação e, principalmente, colocá-las em prática. Nesse contexto, a Educação Ambiental tem sua importância redobrada. Só ela é capaz de sedimentar as convicções e o engajamento em projetos de futuro ambientalmente sustentáveis. E só através da Educação Ambiental é possível dar a tais projetos a autenticidade, a legitimidade, a viabilidade e a urgência que são conferidas apenas às causas que expressam o espírito de uma época histórica. É nesse universo de preocupações e planos que se insere o PEAC. Contudo, comprometido em atingir resultados significativos e palpáveis e em fomentar uma cultura de responsabilidade socioambiental, o PEAC rompeu com uma série de paradigmas, assentados nas concepções e práticas mais usuais em programas de Educação Ambiental. As respostas inovadoras aos desafios, construídas e implementadas pelo Programa, são uma das principais bases de seu sucesso e um dos maiores indícios de suas potencialidades. A própria concepção de um programa de Educação Ambiental, elaborado e executado de modo compartilhado entre o poder público e a iniciativa privada,
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já indica o primeiro paradigma rompido pelo PEAC. O Estado do Rio Grande do Sul fomentou e fomenta vários programas de Educação Ambiental. E diversas empresas privadas, social e ambientalmente responsáveis, mantêm ou financiam projetos na área. Entretanto, qualquer projeto de futuro ambientalmente sustentável tem que considerar a necessidade de associar, numa comunhão de esforços, o poder público, a iniciativa privada e as comunidades. Por isso, o PEAC foi pensado como um programa que, necessariamente, deveria promover essa associação. Para o PEAC, o objetivo da parceria entre o poder público e a iniciativa privada nunca foi, prioritariamente, a divisão de custos. Mais importante é a potencialidade, apresentada por tal parceria, de multiplicar o alcance do Programa, de somar experiências diversas e complementares de Educação Ambiental e de compartilhar responsabilidades. Essa situação fica evidente quando se observam os parceiros da iniciativa privada que se associaram à primeira fase do PEAC. A Aracruz, a Borrachas Vipal e a Gerdau são empresas que já tinham, antes do Programa, uma política consolidada de sustentabilidade socioambiental, uma ampla inserção nas comunidades das suas respectivas áreas de abrangência e, inclusive, projetos de Educação Ambiental próprios. Mais do que viabilidade financeira, essas empresas aportaram ao PEAC uma vasta experiência e uma cultura de responsabilidade empresarial de valor inestimável. Há três indícios que demonstram que a parceria entre o poder público e a iniciativa privada foi um dos grandes acertos do PEAC. O primeiro é que o PEAC contou sempre com o apoio decisivo do Conselho de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul – Fiergs. Esse apoio deu ao Programa um grau de visibilidade, inserção e respeitabilidade no mundo empresarial que foi e será estratégico e decisivo. O segundo indício é que todos os parceiros da primeira fase do Programa, Aracruz, Borrachas Vipal e Gerdau, se comprometeram com sua continuidade, e o fizeram com entusiasmo redobrado. O terceiro indício de sucesso da parceria público-privada representada pelo PEAC é a adesão, para a segunda fase do Programa, de novos parceiros da iniciativa privada, como a Copesul, a GM, a Tramontina, a Votorantim, a CEEE e a RGE. Outra inovação do PEAC foi o protagonismo que, desde o início, foi conferido à participação dos cidadãos, representados, no caso do Programa, principalmente pelas comunidades escolares envolvidas. Daí a parceria construída com o Projeto Escola Aberta para a Cidadania, da Secretaria da Educação e da Unesco, e com a Federação das Associações e Círculos de Pais e Mestres do Rio Grande do Sul – ACPM-Federação.
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O PEAC apresentou a Educação Ambiental como uma dimensão potencializadora da mobilização, da inserção e da articulação das comunidades. O símbolo máximo dessa conquista do Programa foi o processo de formação e a atuação dos Agentes Prevencionistas. A própria concepção de Agentes Prevencionistas é inovadora. Ela atribui aos cidadãos, em sua maioria representantes das comunidades escolares, um papel integral no processo de Educação Ambiental. Não temos no PEAC, como sói ocorrer em outros programas, voluntários que executam tarefas concebidas e delineadas por outras instâncias. Os Agentes Prevencionistas são voluntários que, sensibilizados pelo Projeto, mas agindo autonomamente, passam a conduzir um processo de diagnóstico da sua própria realidade socioambiental e de elaboração e implementação de estratégias de ação, que são consubstanciadas nos projetos. Após cumprir essa tarefa inicial de sensibilização, o PEAC continua atuando apenas no sentido de apoiar, subsidiar e viabilizar operacionalmente os projetos elaborados e conduzidos diretamente pelos Agentes Prevencionistas. Outro efeito positivo do PEAC sobre as comunidades escolares foi a qualificação dos Agentes Prevencionistas quanto à elaboração e ao gerenciamento de projetos. Mesmo quando aplicada exclusivamente ao PEAC, essa qualificação certamente terá outros desdobramentos, habilitando os agentes a se inserirem, com um grau mais elevado de organização e liderança, em outras dimensões da vida comunitária. Nos casos de vários projetos, tais habilidades podem ser percebidas inclusive entre os alunos envolvidos; temos, deste modo, a Educação Ambiental, através do PEAC, vinculando-se diretamente aos primeiros ensaios e exercícios de cidadania de crianças e jovens. Graças à ação dos agentes prevencionistas, muitas escolas tiveram uma melhoria de sua infra-estrutura física, além de incrementos substanciais na quantidade e qualidade dos materiais didáticos. Ou seja, sem qualquer aporte adicional de recursos públicos, como resultado da organização da comunidade escolar e do gerenciamento dos recursos do PEAC, algumas escolas obtiveram melhorias estruturais. Em tempos de crise financeira do Estado esta é uma notícia alentadora. Embora não tenha sido um dos objetivos do PEAC, a melhoria estrutural das escolas acabou sendo uma de suas conseqüências positivas colaterais. Além disso, o PEAC também contribuiu para estabelecer uma sintonia e uma sinergia entre programas e projetos já existentes ou anteriormente almejados, nas comunidades escolares e nos próprios municípios. É o que se pôde observar com vários projetos que abordaram a problemática da destinação dos resíduos domésticos, da recuperação das matas ciliares e da preservação dos recursos hídricos. Por essas razões, o PEAC foi apelidado de "programa fermento", pois potencializa, multiplica e viabiliza os projetos que são desenvolvidos pelas pró-
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prias comunidades. Não temos o Estado nem uma empresa elaborando e financiando um projeto a ser executado pelas escolas. Temos, sim, uma parceria entre Estado e empresas para que as iniciativas das comunidades sejam viabilizadas e otimizadas. Ligado a esse fator, temos um efeito catalisador observável em relação aos próprios programas de Estado. O PEAC acabou por se tornar um programa mobilizador e aglutinador para as ações de programas do Governo do Estado, programas que, de outro modo, teriam maiores dificuldades para interagir diretamente com a população. É o caso, por exemplo, das interfaces consolidadas do PEAC com os Programas Escola Aberta para a Cidadania e Pró-Mar-de-Dentro, e com o Sistema Integrado de Gestão Ambiental – Siga-RS, da interface que se ensaia com os programas de recuperação de matas ciliares e da interface que se estuda com o Programa de Produção Mais Limpa. É necessário destacar um último elemento que, acredito, foi fundamental para o sucesso do PEAC: a simplicidade da sua concepção, da sua estrutura e dos seus modos de operação. Apenas um programa com tais características teria condições de concentrar todos os seus sucessos na capacitação de agentes educadores, para atuar localmente na construção de uma nova cultura ambiental. Por ser um programa de Educação Ambiental, o PEAC é uma aposta na construção de um projeto de futuro ambientalmente sustentável. A todos nós, que de alguma forma estivemos envolvidos com o Programa, cabe apostar no futuro de iniciativas como esta. Esperamos que o futuro do Programa de Educação Ambiental Compartilhado seja tão profícuo quanto foi esta primeira fase, que agora se encerra.
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Um desafio lançado à mesa: um pouco da história do PEAC Túlio Antônio de Amorim Carvalho Engenheiro Agrônomo, assessor técnico da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e coordenador do PEAC
O fechamento, com grande sucesso, da primeira fase de execução do Programa de Educação Ambiental Compartilhado – PEAC – nos autoriza e, de certo modo, exige que empreendamos um esforço de rememoração, na tentativa de historiar o processo de gênese e construção desta experiência tão singular, para, ao fazê-lo, contribuir para a consolidação de sua continuidade. A história do PEAC, ou quem sabe possamos dizer, a história de uma parceria público-privada que quebrou velhos paradigmas, contada do ponto de vista de quem a acompanha desde o início, no centro de suas ações, começou quando do retorno da bancada gaúcha da reunião da ABEMA, em Brasília, em novembro de 2004. Segundo o então diretor-presidente da Fepam, professor Cláudio Dilda, hoje Secretário de Estado do Meio Ambiente, após algumas "provocações mútuas" entre representantes do Rio Grande do Sul, em pleno vôo de retorno a Porto Alegre, ele, Cláudio Dilda, e a Coordenadora Jurídica da Gerdau, Vera Rossana Martini Wanner, acertaram uma reunião de trabalho visando à publicação de alguns trabalhos elaborados pela Fepam. Já na primeira reunião, ocorrida em novembro de 2004, ficou claro para todos que teríamos muito mais a compartilhar do que apenas publicações. As ações de Educação Ambiental desenvolvidas pela empresa, apresentadas naquela tarde quente de novembro, nos mostraram que o caminho a percorrer deveria ser repensado. Saímos desse encontro convictos de que tínhamos dado início a algo de novo. Por sugestão da Coordenadora Jurídica da Gerdau, pautamos, entre tantas tarefas, a de buscarmos outro parceiro, ou outros parceiros. Por uma mera coincidência, alguns poucos dias após esse primeiro passo, uma equipe da Aracruz, chefiada pelo diretor de Operações, Valter Lídio Nunes, esteve no gabinete do diretor-presidente da Fepam apresentando o projeto da nova planta industrial que, sinalizava-se, seria em Guaíba. Após uma explanação detalhada do plano da empresa, ficou perceptível a preocupação com as questões ambientais, bem como uma proposta de construção de canais de conversação com o órgão licenciador antes de qualquer decisão ou manifestação pública de decisões. Para nós, en-
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tão representantes da Fepam nessa reunião, foi muito gratificante ver uma empresa do porte da Aracruz buscar, primeiro, o entendimento da viabilidade ambiental do seu novo empreendimento no Rio Grande do Sul, para depois desencadear as negociações com a Secretaria de Desenvolvimento. Essa atitude, bem como o próprio projeto apresentado, com detalhes importantes no sentido de uma tecnologia moderna, mais poupadora de recursos naturais, nos levou a questionar o diretor da Aracruz sobre o interesse de sua empresa de participar desse desafio de construir uma parceria em Educação Ambiental. Sua resposta foi imediata e positiva, solicitando ao coordenador de Relações Públicas, o jornalista Francisco Bueno, o estabelecimento de uma equipe para participar do Grupo de Trabalho implementado. Enquanto estávamos reunidos com a Aracruz, em uma sala ao lado o engenheiro Carlos Júlio Lautert, da Projeconsult, empresa que representa a Borrachas Vipal nos procedimentos junto aos órgãos licenciadores, participava de outra reunião com técnicos da Fepam. Sendo ele um técnico que tem trânsito fácil em todos os setores da Sema e da Fepam, fruto de sua competência técnica e de sua ética profissional, ao ficar sabendo da negociação, solicitou que fosse incluída a Borrachas Vipal na parceria. Como conhecíamos a história de Vicêncio Paludo, o patriarca do grupo Vipal, notório por ter comprado e recuperado a Fazenda Tupy, em Nova Prata (que estava sendo destruída por madeireiros), aceitamos a adesão do terceiro parceiro do setor privado para "compartilhar" o desafio que se desenhava. Não pararam aí as coincidências. Em outra tarde quente de novembro de 2004, em uma sala junto ao gabinete do diretor-presidente da Fepam, enquanto discutíamos a idéia de compartilharmos ações de Educação Ambiental, a geógrafa Carmem Franco, que de forma carinhosa chamamos de "um dos dinossauros da Educação Ambiental no Estado do Rio Grande do Sul", o químico Artur Renato Albeche Cardoso, que batizou os representantes do PEAC de Agentes Prevencionistas, e este que tem o privilégio de vos contar a história desses primeiros e decisivos passos, chegou uma pequena representação da Secretaria de Educação, do Projeto Escola Aberta para a Cidadania, com o objetivo de nos apresentar o Projeto e propor alguma parceria. Nesse momento, se construiu essa importante parceria entre o PEAC e o Projeto Escola Aberta para a Cidadania, que se estendeu a mais de 80 municípios e de 150 comunidades escolares de forma quase instantânea. Nos primeiros debates de construção das ações, ficou claro o papel das comunidades escolares, ou seja, que era necessário ultrapassar os muros da Escola para chegar a todos os segmentos representativos desse coletivo. Nesse momento, tomamos a decisão (com certeza, uma das tantas decisões importantes toma-
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das nessa construção) de procurar a direção da Associação de Círculos de Pais e Mestres do Rio Grande do Sul – ACPM-Federação, instituição da qual tenho orgulho de ter sido diretor regional, quando minhas filhas freqüentaram a escola pública, de meados dos anos 80 aos anos 90. Lá, encontramos esses incansáveis pais que tinham a tarefa de comandar a ACPM: Indiara Souza, que presidia a Federação naquele momento, Jairo Pacheco e Robison Minuzzi, que é o atual presidente. Foi outra grande adesão ao Programa. O papel dos pais na escola, o trabalho da ACPM e a dedicação desses três parceiros no Grupo de Trabalho foram fundamentais para o sucesso do PEAC. Em 17 de janeiro de 2005, em Guaíba, na Escola Estadual Solon Tavares, com a presença do governador Germano Rigotto e de representantes das instituições e empresas parceiras, foi assinado o primeiro protocolo de intenções, que tinha como objetivo maior construir um Plano de Trabalho em Educação Ambiental, no qual fossem compartilhados recursos humanos, materiais e financeiros para o desenvolvimento de ações conjuntas. Este "projeto fermento" (apelido que foi dado ao PEAC) foi crescendo de forma espantosa. A percepção de que uma nova forma de pensar e agir estava em curso chegou à Fiergs e à Famurs. Aqui, cabe destacar a importante participação de Marilene Conte, representante do Conselho de Meio Ambiente da Fiergs (Codema), e de seu coordenador, Torvaldo Marzolla Filho, que transformaram a Fiergs numa importante apoiadora do PEAC. Nesse momento, já percebíamos que estávamos fazendo história. Ainda em janeiro de 2005, já então contando com o reforço à nossa equipe representado pela professora Lilian Maiara Zenker, experiente profissional na área de gestão ambiental municipal, em Tapes, cedida para coordenar a Educação Ambiental da Fepam (e que hoje coordena a Assessoria de Educação Ambiental da Sema, e é a coordenadora, pela Sema, da Secretaria Executiva do Sistema Estadual de Educação Ambiental), começamos os trabalhos de elaboração de um convênio. Esse convênio estabelecia competências e compromissos dos parceiros e apresentava um Plano de Trabalho. Durante os meses de janeiro a março deste ano, foram realizados mais de dez encontros, alternando os locais, para buscar um maior conhecimento e integração em relação aos parceiros, através de visitas às empresas e a seus projetos ambientais. Foi uma grande experiência para todos, pois passamos a conhecer e admirar o trabalho desenvolvido por cada uma das instituições envolvidas. Não seria necessário dizer como os primeiros encontros foram tensos e regados a críticas e incertezas. Aqui começou a derrocada de alguns velhos paradigmas. Falo isso com uma grande convicção pois sou, pessoalmente, prova disso. Durante muitos anos, fui um agudo crítico do trabalho de Educação Ambiental da Riocel, empresa que posteriormente
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foi adquirida pela Aracruz, agora convertida em parceira do PEAC. Meus preconceitos foram postos ao chão. A Aracruz apresentou não só um projeto bem construído, como o fez a partir de um corpo técnico de extrema competência. Para registro, é importante dizer que a construção do PEAC possibilitou a todos nós um crescimento técnico, pois os primeiros objetos de compartilhamentos foram o conhecimento e as experiências com projetos já desenvolvidos pelos parceiros, experiências que eram, na sua maioria, desconhecidas pelas partes envolvidas. Antes mesmo de assinarmos o convênio, em abril, realizamos nosso primeiro encontro técnico, envolvendo as equipes de coordenação de Educação Ambiental e do Projeto Escola Aberta para a Cidadania, da Secretaria de Educação, a equipe de Educação Ambiental da FEPAM (o quadro técnico da SEMA entraria no PEAC mais tarde) e os representantes dos parceiros do setor privado. Foram quase cem pessoas envolvidas na discussão das diretrizes filosóficas, técnicas e do Plano de Trabalho. Uma das importantes tarefas traçadas nesse momento foi a de que, através das Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) da Secretaria de Educação e dos parceiros, seria feita a seleção dos candidatos a Agentes Prevencionistas. O primeiro critério estabelecido foi a escolha de um representante do corpo docente da escola e um representante da comunidade. O primeiro universo de Agentes Prevencionistas representava mais de 150 escolas envolvidas no Projeto Escola Aberta para a Comunidade e mais 15 comunidades escolares vinculadas a ações de Educação Ambiental dos parceiros Aracruz, Gerdau e Vipal. Nesse período, já contando com a contratação da agência de publicidade Kraskin e A+, elaboramos o Manual do Agente Prevencionista, primeira publicação do PEAC. Em maio, assinamos o convênio e partimos para a elaboração das demais peças de apoio técnico e pedagógico. Selecionados os agentes prevencionistas, prontas as peças de apoio técnico e pedagógico, realizamos o primeiro grande encontro do PEAC, em julho de 2005, na Fiergs, em Porto Alegre. Esse foi um momento muito especial do Programa, pois oportunizou trazer os 330 Agentes Prevencionistas e os 96 coordenadores selecionados, além de representantes dos gestores de educação, meio ambiente e saúde dos 80 municípios onde estávamos implantando o trabalho. Cerca de 500 pessoas contracenaram com os representantes das instituições públicas e privadas, trocando experiências de gestão em saúde, educação e meio ambiente. Ali começou a ser construída uma teia de ações integradas. Um exemplo que se destacou nessa teia de integração foi a adesão do Programa Pró-Mar-de-Dentro, da Sema, às ações do PEAC. Por intermédio do trabalho da arquiteta Maria Elisabete Farias Ferreira, coordenadora do Programa, cerca de 50 municípios se engajaram nessa construção compartilhada de uma cul-
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tura prevencionista. Alguns desses municípios já contavam com trabalhos do PEAC, via Escola Aberta para a Cidadania. Nesse processo, foram integrados gestores municipais de saúde, meio ambiente e educação, representantes de conselhos municipais dessas três áreas, bem como representantes das comunidades escolares, com a inclusão de representações estudantis. Outros momentos importantes do PEAC foram os encontros regionais, espaço criado para dar visibilidades aos projetos em execução, e realimentar o planejamento estabelecido pela coordenação do Programa. Foram três momentos: em abril de 2006, em Bento Gonçalves; em maio, em Erechim; e em junho, em Santa Maria. Nessas oportunidades, o já então secretário de Estado do Meio Ambiente, professor Claudio Dilda, além de representantes dos demais parceiros, tiveram a oportunidade de conhecer os trabalhos em andamento nas 165 comunidades escolares. A partir dos resultados obtidos nesses encontros regionais, decidiu-se realizar o I Congresso Estadual de Agentes Prevencionistas, um espaço no qual todos os 165 projetos se apresentariam, de forma verbal ou através de exposições, contribuindo assim para uma integração, complementação e realimentação dos trabalhos implantados, bem como para uma melhor avaliação e elaboração do Plano de Trabalho para o quadriênio 2007-2010 do PEAC. O Congresso, realizado nos dias 25 e 26 de novembro de 2006, no Centro de Eventos São José – Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre1, agregou mais de 400 participantes, com a apresentação de projetos que, em grande medida, já tinham a mostrar uma série de resultados positivos e significativos para o desenvol- Apresentação do Relatório da 1ª Fase do PEAC, na abertura do I Congresso de Agentes Prevencionistas vimento de uma cultura prevencionista. A maioria desses projetos está sumariada nesta publicação. Outro grande momento do PEAC foi o recebimento do Prêmio Expressão de Ecologia na categoria de Educação Ambiental. O Prêmio, entregue no dia 30 de novembro de 2006, na sede da empresa Bunge, em Gaspar (SC), é um dos mais 1
Aproveito a oportunidade para agradecer aos colegas da Sema que, mesmo não fazendo parte da Equipe Técnica do PEAC, deram contribuições inestimáveis à realização do Congresso. São eles: Ana Maria Cruzat, Bianca Lopes, Débora Paixão, Fabielle Toniolo, Fernanda Canez, Guilherme da Silva, Jefferson Machado, Jussara Pelisoli, Sílvia Petry e Suzana Pohia. Fica também nosso agradecimento a todos os outros apoiadores, mobilizados pelas instituições e empresas parceiras do PEAC, os quais não tenho condições de aqui enumerar.
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A visão dos parceiros da iniciativa privada Carlos Júlio Lautert Engenheiro Civil, Diretor da Projeconsult Engenharia e Integrante do Conselho de Meio Ambiente da Fiergs
Entrega do Prêmio Expressão de Ecologia 2006 aos representantes das instituições parceiras do PEAC. Gaspar (SC), 30 de novembro de 2006
importantes símbolos brasileiros de reconhecimento à inovação na área ambiental. Essa premiação (que, perdoem-me por isso, eu arrogantemente tinha como certa) foi um coroamento dos esforços empreendidos por todos, pelo Grupo de Trabalho de Coordenação, pelos parceiros, pelos Agentes Prevencionistas, pelos colaboradores, apoiadores e todos que, de uma forma direta ou indireta, contribuíram para tal. Nessa oportunidade, todos nós, parceiros dessa construção, tivemos o reconhecimento e a admiração dos setores público e privado da região sul do Brasil, o que nos deu a certeza de que construímos algo novo, que quebrou velhos paradigmas e que agregou uma importante experiência em Educação Ambiental. Com o objetivo de registrar esses importantes momentos e destacar e enaltecer o pioneirismo dos parceiros, bem como agradecer e parabenizar a todos os colaboradores, é que apresentamos aqui essa história, descrita em forma narrativa, buscando retomar nossas memórias e nossas emoções e procurando registrar e socializar esta exitosa parceria público-privada em ações de Educação Ambiental. Por fim, é preciso destacar nesse momento que tudo isso começou, avançou e obteve sucesso porque o professor Cláudio Dilda, que tem reconhecimento público por seu trabalho em gestão ambiental no Rio Grande do Sul e no Brasil, esteve sempre à frente de todas as decisões, acreditando na proposta, cumprindo, de maneira corajosa e eficiente, seu papel de diretor-presidente da FEPAM e de secretário de Estado do Meio Ambiente, sempre na busca do bem-estar socioambiental.
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A missão de educar o homem pelo homem foi-nos concedida pelo Criador do Universo, como sendo a mais nobre e acertada que já nos foi atribuída. Igual a esta, estou a aguardar. Quando os idealizadores de mais esta caminhada, simbolizados nas pessoas dos amigos Cláudio Dilda e Vera Martini Wanner, e do incansável coordenador do PEAC – Programa de Educação Ambiental Compartilhado, Túlio Carvalho, nos convidaram a levar à Borrachas Vipal esta idéia, identifiquei oportunidade única para, além de fazermos um trabalho diferenciado junto às crianças do nosso País, quebrar paradigmas no que dizia respeito ao relacionamento entre instituições públicas e empresas privadas, assim como no relacionamento entre diferentes secretarias da Administração Pública (no caso, as Secretarias da Educação e do Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul). Explico o porquê. Como Conselheiro da Fiergs – Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, no seu Codema – Conselho de Meio Ambiente, sempre ouvia críticas, principalmente à Sema – Secretaria Estadual de Meio Ambiente, e à Fepam – Fundação Estadual de Proteção Ambiental. E quando me relacionava, na condição de consultor de empresas, com a Sema/Fepam, estas manifestavam sua cautela em relação às indústrias, principalmente no tocante às suas ações em prol do meio ambiente. Através do PEAC, esse modelo foi rompido, pois instituições públicas e privadas entenderam que é possível trabalhar juntas. Um paradigma foi quebrado. Podemos dizer que há muito mais a ser trabalhado conjuntamente, mas o início está feito. Há ainda uma quebra de barreiras entre instituições públicas, no caso, a Secretaria de Educação e a Secretaria do Meio Ambiente, as quais trabalham em conjunto no PEAC, utilizando o espaço do Projeto Escola Aberta para a Cidadania. Ambas formulam estratégias de como levar às escolas estaduais a Educação Ambiental, ultrapassando os muros e limites físicos das instituições de ensino, envolvendo a comunidade em geral, por meio das prefeituras, secretarias municipais de meio ambiente, pais, mães e alunos.
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Após dezoito meses de trabalho, o PEAC é uma realidade, proporcionando resultados práticos com a implantação de medidas no ambiente escolar, com a construção de hortas e jardins, além de mostrar aos alunos que a organização e a limpeza são parte do sucesso para a vida. Essas medidas, do portão da escola para dentro, certamente minimizam também despesas aos cofres públicos, com a reforma e manutenção de nossas escolas. Mas resultados práticos já são notados além dos portões da escola, com implantação de projetos de saneamento básico, iniciados através da divulgação das boas práticas de comportamento das pessoas e comunidades, desde a redução da geração de resíduos sólidos, sua adequada seleção e reaproveitamento, através da Técnica dos "R", até a minimização dos impactos sobre os recursos naturais, como a água. Agradeço a oportunidade, a mim oferecida pelo Grupo Vipal, de participar deste trabalho na condição de seu representante, assim como agradeço a todos os colegas que me motivaram a contribuir com o PEAC. Espero que, através dessa parceria público-privada, que com justiça foi agraciada com o Prêmio Expressão de Ecologia, o Estado do Rio Grande do Sul e o nosso povo possam continuar mostrando ao país e ao mundo que ações como esta, que buscam na humanidade das pessoas a força para o sucesso, sempre darão certo. Obrigado pela oportunidade.
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O Sistema Estadual de Educação Ambiental e o PEAC Lilian Maiara Zenker, Professora e coordenadora da Assessoria de Educação Ambiental da Secretaria Estadual do Meio Ambiente
O enfrentamento da problemática ambiental, com o efeito desejável na construção de sociedades sustentáveis, ocorre através de uma articulação coordenada com as várias formas de intervenção ambiental e, em especial, com as ações de Educação Ambiental. O Sistema Estadual de Proteção Ambiental – Sisepra (Lei nº 10.330, de 27 de dezembro de 1994) estabelece como base os princípios da descentralização regional, do planejamento integrado, da coordenação intersetorial e da participação representativa da comunidade. Além disso, temos as diretrizes específicas da Política Estadual de Recursos Hídricos (Lei nº 10.350, de 30 de dezembro de 1994), que prevê a descentralização da ação do Estado por regiões e bacias hidrográficas. No sentido de promover a articulação das ações educativas voltadas às atividades de proteção, recuperação e melhoria socioambiental, e de potencializar a Educação Ambiental, o Governo do Estado do Rio Grande do Sul, de acordo com a legislação federal e estadual, criou e instituiu o Órgão Gestor da Política Estadual de Educação Ambiental, através do Decreto nº 43.957, de 8 de agosto de 2005. A esse órgão caberá a definição de diretrizes para implementar a Política Estadual de Educação Ambiental, em conformidade com a Política Nacional de Educação Ambiental, bem como a articulação, coordenação e supervisão de planos, programas e projetos na área de Educação Ambiental. Cabe ainda ao órgão gestor a exemplo do que ocorre como Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental, estimular os Fundos de Meio Ambiente e de Educação nos diferentes níveis à alocarem recursos para o desenvolvimento de projetos em Educação Ambiental. Daí a importância da implemantação da Política Estadual de Educação Ambiental. Caberá inda a Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental (CIEA-RS), estabelecer o diálogo entre is distintos setores e entidades para criar a sinergia, estabelecer diretrizes otimizar recursos para projetos de Educação Ambiental desenvolvidos de forma integrada, a exemplodo que ocorre com o Programa de Educação Ambiental Compartilhado.
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Considerando a Educação Ambiental como um dos instrumentos fundamentais da gestão ambiental, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente – SEMA, desenvolve o Programa de Educação Ambiental Compartilhado – PEAC, demonstrando com ele a possibilidade de efetiva integração no setor público. O PEAC possui conexões operacionais com uma série de outros programas e projetos do Governo do Estado, como, por exemplo, a interface já em execução com o Programa Pró-Mar-de-Dentro, bem como a importante ligação com o Sistema Integrado de Gestão Ambiental – Siga-RS, vista como forma de propiciar a execução efetiva das ações de Educação Ambiental nos municípios, onde realmente a gestão local e os seus impactos acontecem. Além disso, a integração do PEAC com o setor privado busca otimizar as ações de Educação Ambiental já desenvolvidas por empresas aos programas do Governo do Estado, numa relação de parceria, sinergia. Não há dúvida de que estamos no caminho certo. Buscamos, através da educação (no caso do PEAC, uma ação integrada da educação formal e da não-formal), a mudança efetiva de hábitos e atitudes, individuais e coletivos, como forma de garantir algo que está muito além de uma educação meramente conservacionista. Buscamos, sim, aquilo que vários autores chamam de uma educação prevencionista, que nos conduza a uma profunda mudança de valores e de atitudes culturais, sociais e ambientais.
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A sensibilização para as questões ambientais no sistema público de ensino Carlos Guilherme Pinheiro Coordenador do Projeto Escola Aberta para a Cidadania Secretaria Estadual da Educação
O Programa de Educação Ambiental Compartilhado – PEAC, uma parceria da Secretaria Estadual da Educação com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, se caracterizou, em curto espaço de tempo, como um dos programas essenciais nas questões referentes ao meio ambiente. Todo esse processo de sensibilização, realizado nas escolas do Projeto Escola Aberta para a Cidadania, tornou-se realidade porque o Grupo de Trabalho formatado pelas duas secretarias de Estado, unidas pelo mesmo objetivo, atingiu as metas previstas neste ano de 2006. Prova disso é o prêmio de referência nacional da Revista Expressão, especializada nas questões ambientais, ao PEAC. O Estado do Rio Grande do Sul, referência nacional em todas as ações de prevenção ao meio ambiente, realizou o I Congresso Estadual de Agentes Prevencionistas em Porto Alegre, nos dias 25 e 26 de novembro de 2006, com a participação de Coordenadores Regionais de Educação – CREs, Coordenadores do Projeto Escola Aberta para a Cidadania nas CREs, diretores de escola, professores e voluntários efetivamente engajados no processo de prevenção junto às suas escolas e comunidades, conscientes dos problemas ocasionados pela falta de informação e, principalmente, de atitudes que possam levar à desestrutura natural desse processo. Foram apresentados inúmeros projetos já devidamente aplicados nas diferentes comunidades escolares do Estado e, pelo que pudemos observar, notamos que estamos no caminho certo para o incremento de uma cultura de proteção à nossa riqueza natural: a água e as florestas. Todos os programas educacionais necessitam de um desenvolvimento sustentável e, como tal, o PEAC apresenta todos os requisitos indispensáveis para se tornar uma política pública de Estado, como pode ser verificado pelo interesse das empresas privadas em colaborar efetivamente com o Programa. Institucionalizar o PEAC é o próximo passo, e, devido à importância do tema, já caracterizado como fundamental à rede de proteção ambiental, certamente um maior número de empresas privadas deverá investir no Programa, aumentando com isso a responsabilidade do sistema governamental.
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Transformar a cultura numa sociedade requer ações efetivas, tanto por parte do sistema público quanto do sistema privado, em parcerias com os diversos segmentos da comunidade. Precisamos urgentemente multiplicar atitudes positivas de combate ao desequilíbrio ambiental. No Rio Grande do Sul, as atitudes positivas se dão através das atividades realizadas nas escolas do Projeto Escola Aberta para a Cidadania, as quais, em parceria com as Secretarias Municipais de Meio Ambiente, realizam atividades importantes para o desenvolvimento regional ordenado. Acreditamos que, em curto espaço de tempo, poderemos ampliar o PEAC para nossas 3002 escolas públicas estaduais. Para tanto, precisamos consolidá-lo através da criação de uma secretaria executiva, capaz de captar, cadastrar, mapear e articular todas as ações da rede de prevenção ambiental no Rio Grande do Sul. A Secretaria Estadual da Educação, certamente, abraçará essa causa tão importante na qualificação do ensino público, bem como na formação integral de novos cidadãos.
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Projeto Escola Aberta para a Cidadania e a Educação Ambiental Alessandra Schneider Coordenadora do Escritório Antena da Unesco no Rio Grande do Sul Marisa Timm Sari Assessora Técnica Sênior para Educação e Cultura do Escritório Antena da Unesco no Rio Grande do Sul e Oficial do Projeto Escola Aberta para a Cidadania
O Projeto que abre as escolas estaduais nos finais de semana às comunidades gaúchas transforma em ações concretas o Programa Abrindo Espaços: Educação e Cultura para a Paz, implementado no Brasil pela Unesco – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Esse programa foi lançado em 2000, no conjunto de ações comemorativas ao Ano Internacional para uma Cultura de Paz, propondo uma estratégia de abertura das escolas públicas nos finais de semana com atividades de esporte, arte, cultura e lazer, numa perspectiva de disseminação de uma cultura de não-violência e de promoção da cidadania de adolescentes, jovens e demais membros da comunidade escolar. Como combater a violência e aumentar a segurança no ambiente escolar? Pesquisas realizadas em vários países demonstram que o melhor caminho é promover uma nova forma de interação entre os alunos, a escola e a sociedade. É imprescindível que as escolas ofereçam ações educativas preventivas e de promoção da paz, que ajudem a melhorar a auto-estima dos alunos e aumentar o envolvimento dos professores e da comunidade. Todos precisam ter, de novo, o sentimento de pertencimento e de identidade com a escola. Assim, o espaço escolar volta a ser visto como um "porto seguro" a ser preservado, constituindo-se em fonte de esperança dos jovens por um futuro melhor. O Projeto Escola Aberta para a Cidadania foi implantado no Rio Grande do Sul mediante acordo de cooperação técnica com a Unesco, assinado em dezembro de 2003, tendo como objetivo "promover o desenvolvimento de uma cultura de paz na rede estadual de ensino, com a abertura das escolas nos finais de semana, desenvolvendo atividades socioculturais e esportivas, que priorizem o protagonismo juvenil, a integração com as famílias dos alunos e a comunidade, e
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a redução dos índices de violência, contribuindo para a construção do exercício pleno da cidadania na sociedade gaúcha". Dois importantes aspectos a destacar no processo desenvolvido pelo Rio Grande do Sul são o engajamento das lideranças comunitárias e a conquista de importantes parcerias em nível estadual e local. Além disso, os dados divulgados ressaltam a integração dos jovens em atividades efetivamente mobilizadoras e a redução da violência escolar. Dentre as parcerias mais relevantes estabelecidas pelo Projeto, destaca-se o Programa de Educação Ambiental Compartilhado – PEAC, no qual atuam as Secretarias Estaduais da Educação e do Meio Ambiente, por meio das comunidades das escolas abertas, contando com o apoio decisivo da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), das empresas Aracruz Celulose S/A, Borrachas Vipal S/A e Gerdau Aços Longos S/A, bem como da Federação das Associações e Círculos de Pais e Mestres do RS – ACPM-Federação. Para os educadores, alunos e famílias dessas comunidades, este programa é muito importante na medida em que oportuniza a formação de agentes prevencionistas, por meio da realização de ações de interesse comum, com mecanismos de educação e de gestão ambiental compartilhados, dentro de uma visão de parceria público-privada. Todos esses aspectos envolvidos na formação de nossos alunos e comunidades fazem parte dos princípios e valores defendidos pela Unesco, que considera o respeito ao meio ambiente como essencial para a construção da cultura da paz. Apresentamos, pois, nossos cumprimentos aos que, de forma solidária, promoveram o I Congresso Estadual de Agentes Prevencionistas do Programa de Educação Ambiental Compartilhado, ressaltando ainda o merecido destaque alcançado pelo Programa ao ser agraciado com o Prêmio Expressão de Ecologia – categoria Educação Ambiental, considerado como o maior concurso ambiental do país. Esse é o resultado da convergência de esforços realizados em prol do meio ambiente, em benefício de todos e com o envolvimento das novas gerações.
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O PEAC e o Pró-Mar-de-Dentro: uma parceria "dentro de casa" Maria Elisabete Farias Ferreira Arquiteta e coordenadora do Programa Pró-Mar-de-Dentro
Outubro de 2005, município de São Lourenço do Sul: I Seminário do Programa Pró-Mar-de Dentro: Gestão Ambiental Compartilhada para o Desenvolvimento. Esse foi o marco inicial da parceria estabelecida entre o Programa de Educação Ambiental Compartilhado – PEAC e o Pró-Mar-de-Dentro. As ações voltadas aos municípios da área de abrangência do Pró-Mar-de-Dentro têm por base, desde então, o seguinte tripé: Educação Ambiental, como ferramenta para a gestão ambiental compartilhada; gestão ambiental na esfera de atuação do município e no âmbito do Sistema Integrado de Gestão Ambiental – Siga-RS; e gestão de recursos hídricos, como elemento aglutinador regional. Desenvolvimento sustentável, recuperação da qualidade ambiental das áreas urbanas e rurais, gerenciamento ambiental participativo e melhoria da qualidade de vida da população que vive na região de abrangência. Esses são os objetivos principais do Programa Pró-Mar-de-Dentro, o qual é desenvolvido pela Secretaria do Meio Ambiente – Sema – do Governo do Estado do Rio Grande do Sul em 50 municípios ao longo do território banhado pela laguna dos Patos, lagoas Mirim, Mangueira e do Peixe, canal São Gonçalo, rios Jaguarão, Piratini, São Lourenço e Camaquã, arroios Pelotas, Turuçu e Velhaco, entre outros, atingindo comunidades do escudo sul-rio-grandense à planície costeira gaúcha; do pampa, da Serra, do sudeste e da restinga; da barra do Chuí ao farol de Itapuã. Desenvolvido de forma indireta, o Programa conta com a cooperação de parceiros institucionais (co-executores), que são: municípios, Coredes, Comitês de Bacias Hidrográficas, instituições de ensino e pesquisa, órgãos governamentais estaduais e federais, organizações não-governamentais ambientais, organizações da sociedade civil, Parcerias Público-Privadas – PPPs. Mas o programa Pró-Mar-de-Dentro não é apenas um trabalho de pesquisadores, biólogos, botânicos, cientistas e políticos em uma área de 63 mil quilômetros quadrados. O Pró-Mar-de-Dentro é a esperança que mais de 1 milhão de pessoas, habitantes da região, têm de reencontrar este fabuloso manancial aquático em suas melhores condições. Nessa região do Rio Grande do Sul, os frutos dessas lagoas, rios, arroios e das terras por eles banhados são o sustento de milhares e a economia de dezenas de
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municípios. É preciso sensibilizar, mobilizar e dar instrumentos à população para que ela mesma assuma o controle dos destinos do seu patrimônio ambiental. Daí a fundamental interface educacional que se expressa nessa parceria com o PEAC, o qual tem o foco de atuação justamente na disseminação de conhecimentos a partir das escolas e das comunidades. O subprograma 3 do Pró-Mar-de-Dentro tem como objetivo primordial a Educação Ambiental como instrumento para as mudanças comportamentais e das formas de produção e consumo, e para o desenvolvimento sustentável sem as habituais e desnecessárias agressões à natureza. Ao envolver nessa capacitação as escolas públicas dos municípios do Pró-Mar-de-Dentro, além de seus professores, alunos e representantes comunitários, fazemos o trabalho desejado em todo e qualquer programa de cunho ambiental: lançar as bases de uma consciência formadora de opinião. Essa consciência tende a ser duradoura, com resultados mais permanentes. Desde as primeiras atividades de formação e capacitação de Agentes Prevencionistas no Pró-Mar-de-Dentro, buscou-se atingir um número (mínimo) de 11 Agentes por município. São eles: (a) representantes dos órgãos municipais envolvidos – no mínimo, 3 por município (de Meio Ambiente, de Educação e de Saúde); (b) representantes dos conselhos municipais – no mínimo, 3 por município (de Meio Ambiente, de Educação e de Saúde); (c) representantes das escolas envolvidas – no mínimo, 2 por escola (direção e professor); (d) representantes da comunidade escolar – no mínimo, 2 por escola (CPM ou pai de aluno, e Grêmio Estudantil ou aluno); (e) representantes de organizações comunitárias do entorno da escola – no mínimo, 1 por escola (associação ou entidade comunitária). Os resultados não poderiam ser mais promissores. Foram seis eventos, entre seminários e encontros, totalizando 622 participantes de 34 municípios, e 173 Agentes Prevencionistas formados. Foi viabilizada, com recursos do Programa, a 2ª edição do Manual do Agente Prevencionista, material pedagógico utilizado na capacitação dos Agentes. Além disso, cinco municípios do Pró-Mar-de-Dentro – Camaquã, Canguçu, Osório, Turuçu e Viamão – apresentaram projetos envolvendo Escolas Municipais de Ensino Fundamental e comunidades do seu entorno no I Congresso Estadual de Agentes Prevencionistas, realizado em novembro de 2006. Além dos resultados quantificáveis, houve um enorme avanço na inserção do Programa como política pública para a Região, demonstrado pelo planejamento (compartilhado) de ações estratégicas, através de quatro blocos de implementação: Bloco I – Consolidação dos Estudos Preliminares; Bloco II – Consolidação dos Projetos Demonstrativos (em execução); Bloco III – Constituição do Plano Diretor de Gestão Ambiental e Desenvolvimento Regional do Pró-Mar-deDentro; Bloco IV – Implantação do Plano Diretor.
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A criação do Grupo de Gestores Municipais de Meio Ambiente do PróMar-de-Dentro, composto por 54 representantes indicados pelos prefeitos de 27 municípios, já em sua 5ª Reunião Ordinária e tendo como primeiro resultado a Carta do Mar-de-Dentro – documento endossado por mais de 100 instituições públicas, entidades privadas e representantes da sociedade civil e encaminhado ao Governo Estadual –, também ocorreu neste período de 12 meses (até outubro de 2006) da parceria PEAC e Pró-Mar-de-Dentro. Destaco, ainda, a instalação do Comitê Gestor da Laguna dos Patos – CGLP – como instrumento de gestão das águas deste corpo hídrico de quase 10 mil km2, adequado à sua condição de excepcionalidade como manancial integrante do Sistema Estadual de Recursos Hídricos do Estado – composto por: (a) representantes dos Comitês de Bacias Hidrográficas que aportam para a Laguna (Comitês Camaquã, Litoral Médio, Mirim-São Gonçalo e Lago Guaíba); (b) representantes dos usos preponderantes da Laguna (Pesca, Navegação, Turismo e Lazer e Agricultura Irrigável); (c) representantes de órgãos públicos estaduais (Secretaria da Coordenação e Planejamento; Secretaria dos Transportes, através da Superintendência de Portos e Hidrovias; e Secretaria do Meio Ambiente, através da Fundação Estadual de Proteção Ambiental – Fepam, do Departamento de Recursos Hídricos – DRH e do Pró-Mar-de-Dentro). A 1ª Reunião do CGLP aconteceu durante o II Seminário do Programa Pró-Mar-de Dentro: Gestão Ambiental Compartilhada para o Desenvolvimento, ocorrido em outubro de 2006 no município de Tapes. É inegável que a aplicação da metodologia do PEAC nas ações do Pró-Marde-Dentro, propiciada pela parceria estabelecida, foi fundamental para o alcance dos frutos arrolados, conquistados a partir da otimização dos recursos humanos e materiais existentes, da potencialização das ações das instituições parceiras do Programa e, principalmente, do comprometimento das pessoas sensibilizadas e identificadas com os princípios norteadores do PEAC. Por fim, devo salientar que o Pró-Mar-de-Dentro tem o compromisso original de pensar no meio ambiente e no seu agente transformador, o ser humano. Essa é a razão essencial de um programa que busca o desenvolvimento regional, o gerenciamento hidrográfico planejado e sustentável, mas, sobretudo, está focado na participação comunitária e solidária para corrigir desigualdades, recompor perdas ambientais e, ao mesmo tempo, dar uma chance de sobrevivência prolongada a um dos mais importantes patrimônios naturais do Rio Grande do Sul. A continuidade da parceria com o PEAC é fundamental para vencermos esta longa e irreversível caminhada, que faz brotar o que temos de melhor – a criatividade. Assim, nasce em Pelotas, um dos maiores municípios da área do PróMar-de-Dentro, a idéia de desenvolver em 2007 o primeiro PEAC Municipal,
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atingindo 96 escolas públicas municipais, cerca de 30.300 alunos de uma cidade com aproximadamente 340 mil habitantes. O Programa de Educação Ambiental Compartilhado foi criado a partir da simplicidade de uma idéia de parceria público-privada. Já na caminhada nos associamos (o Pró-Mar-de-Dentro e seus municípios) ao PEAC. Agora, nos cabe (a todos os parceiros), para acompanhá-lo e bem conduzi-lo, um incansável esforço, pois "filhos pertencem ao mundo e não aos pais".
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A contribuição da Produção mais Limpa na Política Ambiental gaúcha Alex Neves Strey Oceanólogo e Chefe de Gabinete da Secretaria Estadual de Meio Ambiente
O Sistema Estadual de Proteção Ambiental – Sisepra – é o âmbito no qual são realizadas todas as discussões para o planejamento e a implementação da Política Ambiental do Rio Grande do Sul. Os instrumentos que auxiliam essa discussão estão baseados nas atividades de planejamento ambiental, zoneamento ambiental, Educação Ambiental, licenciamento e monitoramento ambiental. O planejamento ambiental é a atividade que, uma vez consolidado o conhecimento acumulado, proporciona a construção do Plano Institucional de Atividades e Programas, o qual considera a elaboração das diretrizes, metas e objetivos da Política Ambiental Estadual. O zoneamento ambiental é o principal instrumento de orientação entre o Sisepra e as comunidades rio-grandenses, já que é o documento que demonstra onde e como os processos produtivos de bens e serviços podem ser implantados e operados de forma a se manter ou incrementar a qualidade ambiental. A Educação Ambiental é o instrumento de relacionamento pelo qual é disponibilizado e disseminado o conhecimento na sociedade, possibilitando, a longo prazo, influenciar aspectos da cultura e o modus vivendi, de forma que haja a aglutinação da qualidade de vida com a qualidade ambiental. O licenciamento e o monitoramento ambiental são as portas de entrada para o relacionamento entre os processos produtivos de bens e serviços e o Sisepra. Todos os instrumentos descritos acima, de alguma maneira, com maior ou menor precariedade, podem ser identificados no âmbito do Sisepra. Apesar disso, a sociedade gaúcha percebe a atuação do Sistema principalmente pelo instrumento do Licenciamento Ambiental, no qual, de forma geral, se persegue a obtenção de uma licença ou se foge da emissão de um Auto de Infração. Assim, o licenciamento ambiental, em detrimento dos outros instrumentos, detém a absorção do maior esforço da energia em se fazer gestão ambiental no Estado do Rio Grande do Sul, de modo que tal esforço se reveste das qualificações do binômio comando/controle. Nos processos de licenciamento ambiental, há o julgamento das propostas de onde e como os processos produtivos podem ser operacionalizados, analisando-se, via de regra, caso a caso, em uma visão fragmentada do sistema ambiental. Com essa premissa, a gestão se caracteriza
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como um processo em que a maior parte da informação provém da sociedade e se destina ao governo, oportunizando a tomada de decisão por parte deste. Hoje, há uma absoluta necessidade de inverter-se a direção desse fluxo, no qual todos os dados e informações já produzidos e armazenados no âmbito do Sisepra se transformem no conhecimento capaz de nortear o planejamento, o zoneamento, a Educação Ambiental e, inclusive, qualificar o processo de licenciamento ambiental. Não obstante o tempo que se requer para a consolidação de um cenário ideal para essa inversão de fluxo, é nítida a movimentação independente da sociedade no sentido de suprir a informação necessária à correta inserção dos processos produtivos em seus ambientes receptores. Nesse contexto, os instrumentos e ferramentas produzidos pelos programas de Produção mais Limpa e Ecoeficiência, embora não exigidos (e até desconsiderados) nos processos de licenciamento ambiental, têm contribuído para a minimização das externalidades negativas causadas por empreendimentos industriais e agrícolas, de forma que a capacidade suporte dos ambientes envolvidos não seja perdulariamente pressionada, oportunizando a instalação de novos empreendimentos. No Rio Grande do Sul, onde está instalado o Centro Nacional de Tecnologias Limpas – CNTL, o avanço dessas técnicas e ferramentas tem sido uma dádiva para a gestão ambiental de processos produtivos privados e, obviamente, com conseqüências positivas para a manutenção da qualidade dos ecossistemas envolvidos. Considerando-se o histórico de sucesso dessas iniciativas, o Governo Estadual, por intermédio da Secretaria de Meio Ambiente, com o objetivo de dar melhores subsídios à construção dos referidos instrumentos que executam as Políticas Ambientais Estaduais, consentidamente se apropriou desse histórico de sucesso para implantar o Fórum Gaúcho de Produção mais Limpa, no qual tais iniciativas possam ser incorporadas às ferramentas do Sisepra. Um dos objetivos desse Fórum é ser o espaço permanente de difusão das experiências acumuladas e em desenvolvimento, sendo constituído por entidades públicas e privadas interessadas em compor esse espaço interinstitucional, tendo a responsabilidade de criar as definições que nortearão as atividades de Produção mais Limpa no Estado. Em dezembro de 2005, foram iniciados vários trabalhos de sensibilização junto aos órgãos estaduais de meio ambiente, com o objetivo de consolidar conceitos e idéias para a implantação de Fóruns Estaduais de Produção mais Limpa – PmaisL, destinados a promover discussões entre os segmentos público, privado e acadêmico sobre o tema consumo sustentável e ecoeficiência. Esses fóruns visam difundir a prevenção como instrumento da proteção ambiental e estimu-
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lar a adoção de procedimentos e de tecnologias que resultem em ações de Produção Mais Limpa, melhorando a eficiência dos processos, reduzindo os riscos ao meio ambiente e à saúde da população. A proposta também inclui a viabilização da criação de uma Rede de Produção mais Limpa para subsidiar o Comitê Gestor Nacional de PmaisL – CGPL, criado em 2003 com o objetivo de elaborar a Política Nacional de Produção mais Limpa e Ecoeficiência. O Rio Grande do Sul, assim como São Paulo, Minas Gerais e Bahia, foi identificado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) como sendo um dos estados brasileiros capacitados para estar à frente dessa iniciativa, devido ao intenso trabalho desenvolvido através do Centro Nacional de Tecnologias Limpas – CNTL/Senai, na difusão dos conceitos de PmaisL junto ao setor produtivo e à sociedade, por meio de ensino, capacitação e pesquisa. Aceitando o desafio, a Sema assumiu a responsabilidade de conduzir esse processo, realizando em junho de 2006 um Seminário de Sensibilização, para organizar a estruturação e implantação do Fórum Gaúcho de Produção mais Limpa. O evento reuniu mais de 120 profissionais dos mais diversos segmentos e foi promovido pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente, em parceria com a Secretaria de Qualidade Ambiental nos Assentamentos Humanos do Ministério do Meio Ambiente, no âmbito do Projeto Competitividade e Meio Ambiente (acordo GTZ, instituição alemã de apoio a projetos ambientais em países em desenvolvimento), com o Centro Nacional de Tecnologias Limpas/Senai – CNTL/Unido/Unep, com o Conselho de Meio Ambiente da Fiergs – Codema, o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos – IBTeC, e apoio da empresa de consultoria ambiental Projeconsult Engenharia Ltda. A partir desse momento, começava a ser criado, com a coordenação da Sema, um espaço de relacionamento entre os processos produtivos privados, os órgãos reguladores de governo e a sociedade civil organizada, que permitirá que as experiências de sucesso em PmaisL possam ser contempladas na elaboração de políticas públicas na área ambiental. Na medida em que o Estado apóia iniciativas nesse sentido, está apontando para a direção de um Programa Estadual de Tecnologias Limpas. Com essa mobilização, o Rio Grande do Sul tornou-se o quarto estado brasileiro a implantar um espaço para discutir, dentro de uma política de Estado, como montar uma estrutura fortalecida e desenvolvê-la com benefícios econômicos e ambientais para as empresas, a sociedade e o meio ambiente. O Fórum, instituído através do decreto nº 44.723 de 10 de novembro de 2006, deverá ser o ambiente no qual as iniciativas de sucesso sejam reconhecidas e possam nortear padrões a serem utilizados dentro da Política Ambiental do Estado, inclusive na melhoria e consolidação do arcabouço legal.
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Existem seis princípios que regem a Política Internacional de Produção mais Limpa: Liderança; Conscientização; Educação e Formação; Integração; Pesquisa e Desenvolvimento, e Disseminação. Com a implantação do Fórum, tem-se a expectativa de que tais princípios sejam em breve claramente reconhecidos pelos parceiros e pela sociedade gaúcha. Com isso, se terá legitimidade para que seja assinada a Declaração Internacional sobre Produção Mais Limpa (Unep). À medida que forem criados instrumentos, técnicas, metodologias e procedimentos de Produção mais Limpa, os quais sejam reconhecidos como minimizadores das externalidades negativas dos mais variados processos produtivos, será oportuno que esse rol de medidas esteja disponível para a construção de novos instrumentos de Educação Ambiental institucional, no âmbito de relacionamento entre o Programa de Educação Ambiental Compartilhado – PEAC e o Fórum Gaúcho de Produção mais Limpa. Nesse sentido, há que se perceber o processo sinérgico resultante do relacionamento de dois programas que instrumentalizam o Sisepra, no qual o desenvolvimento de produtos em um programa (PmaisL) se transforma em subsídios aos procedimentos do outro programa (PEAC).
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Amostra de projetos do PEAC: Anais do I Congresso de Agentes Prevencionistas O I Congresso Estadual de Agentes Prevencionistas, "Juntos Construindo Soluções", foi realizado em Porto Alegre, nos dias 25 e 26 de novembro de 2006, no Centro de Eventos São José. Os mais de 400 participantes tiveram a oportunidade de, durante dois dias, trocar impressões e experiências, discutir estratégias de ação e de aperfeiçoamento dos projetos e debater questões ambientais. Todos os 165 projetos foram apresentados, de forma verbal ou através de exposição de banners. Além disso, foi discutido o Plano de Trabalho do Programa de Educação Ambiental Compartilhado – PEAC – para o quadriênio 2007-2010 e detalhado o Plano de Trabalho para 2007. Ao final do Congresso, os agentes prevencionistas presentes formularam e endossaram uma Moção de Apoio ao PEAC, a ser entregue à governadora eleita do Rio Grande do Sul, deputada federal Yeda Crusius, solicitando a continuidade e a ampliação do Programa. A seguir, temos uma amostra do conjunto de projetos apresentados, constituindo os Anais do I Congresso de Agentes Prevencionistas, "Juntos Construindo Soluções".
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O Impacto do Lixo no Meio Ambiente
Vamos Cuidar do Meio Ambiente
Escola Estadual de Ensino Fundamental Professora Aurora Peixoto de Azevedo 1ª Coordenadoria Regional de Educação – Porto Alegre
Escola Estadual de Ensino Fundamental Toyama 1ª Coordenadoria Regional de Educação – Porto Alegre Coordenação-geral: Profa. Diva Sangalli e Julio Oliveira Colaboradores: Equipe Administrativa / Profas do CAT/ funcionários da escola / famílias dos alunos / Posto de Saúde e Biblioteca Pública do bairro.
O projeto começou no 2º semestre de 2005 com a intenção de ser permanente e culminando, anualmente, na Feira Cultural da Escola. Os autores são: Equipe Diretiva e os agentes prevencionistas Eliane Maria de Souza Lima e Maria Helena Sidney. O público-alvo e o envolvimento são com toda a comunidade escolar e seu entorno e o projeto tem como objetivo a conscientização, a informação, a postura e a atitude responsável diante da problemática do lixo no meio ambiente local, com visão global, já que grande parte de nossa comunidade é de catadores e/ou recicladores de lixo. Iniciamos com atividades de palestras, filmes, visitas a aterro sanitário e ao galpão de reciclagem, trabalhos interdisciplinares, seleção diária de lixo orgânico e reciclável em recipientes separados em todas as dependências da Escola. Em 16 de setembro – Dia Mundial de Limpeza de Rios e Lagos –, foi feita uma atividade fora da escola no Arroio Sarandi com camisetas próprias, luvas, carta aberta à comunidade e cartilha informativa. Os alunos, pela manhã, coletaram o lixo do entorno do arroio e conversaram sobre o assunto com os moradores. Foram feitas constatações, caracterização, motivos e encaminhamentos sobre a poluição observada. O lixo recolhido foi depositado em containeres da Prefeitura anteriormente solicitados. O projeto continuará vigorando em 2007, inclusive com planos de reforma e distribuição melhor de todos os espaços do pátio, com plantio de arbustos e folhagens e mais coletores coletivos, inclusive, um para pilhas.
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Este projeto iniciou em 2005 a partir de um trabalho de conscientização na sala de aula, através de vídeos e separação do lixo, e após, atingindo a comunidade sobre a necessidade de preservação do meio ambiente, com vistas a uma melhoria na qualidade de vida das pessoas e a conscientização de que somos parte integrante do meio ambiente. As ações iniciaram-se com a coleta seletiva na sala de aula e nas casas dos alunos, com trabalho coletivo na horta aos finais de semana, e com a colocação de uma composteira junto à horta. Em 2006, foram realizados passeios no bairro para detectar os problemas na comunidade. Organizou-se, então, uma comissão formada por 2 alunos de cada turma para organizar um cronograma de atividades para interferências na comunidade, que foi chamada de Patrulha do Verde. Dentre as atividades, estavam panfletagens, questionários sobre a coleta seletiva e a utilização desse serviço já existente. Periodicamente são realizados novos passeios na comunidade pelas turmas. Concluiu-se que o grupo tem que se fortalecer periodicamente, pois a questão do lixo é cultural no bairro. A participação das crianças está sendo fundamental, pois as mudanças já aconteceram no entorno e dentro da escola.
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Programa Interdisciplinar do Meio Ambiente
Mudando Hábitos e Atitudes
Escola Estadual de Ensino Médio José do Patrocínio Porto Alegre – 1ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Jandira Terezinha Prevedello Cervo e Darcila Almeida Ferreira
A escola desenvolve atividades interdisciplinares, mostrando a importância de uma alimentação saudável e de um ambiente urbano aprazível e arborizado. O projeto tem duração prevista até o ano de 2015 (dentro dos Objetivos do Milênio). Entre as metas definidas, estão: sensibilização da comunidade escolar sobre a importância de preservarmos o meio em que se vive e capacitação de voluntários envolvidos na questão ambiental. Entre os objetivos da escola, destacam-se: sensibilizar a comunidade escolar para uma tomada de consciência sobre a necessidade de preservar nossos recursos naturais; capacitar a comunidade local para o plantio e construir coletivamente hortas e jardins da escola; elaborar e executar oficinas de jardinagem com vistas ao envolvimento da comunidade em seu entorno. O projeto surgiu a partir da necessidade de conscientização e preservação da área verde da escola e da comunidade, pois alguns desses espaços estavam sendo depredados pelos próprios moradores.
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Escola Estadual de Ensino Básico Gomes Carneiro Porto Alegre – 1ª Coordenadoria Regional de Educação Responsável: Cristiane Maria da Silva Vianna
Buscamos através da Educação Ambiental uma prática que ocorra em sintonia com a vida em sociedade. Essa iniciativa tem por finalidade sensibilizar e conscientizar a comunidade escolar (professores, funcionários, alunos e pais/responsáveis) com medidas simples, a fim de diminuir o desperdício de recursos recicláveis e nãorecicláveis, o descaso e o mau uso dos bens públicos, e valorizar o patrimônio escolar. Reciclar e especializar o aluno, bem como a comunidade do projeto Escola Aberta para Cidadania, para capacitá-lo e torná-lo um difusor da consciência ambiental. Num primeiro momento, foi feita uma sondagem à comunidade escolar para aproximá-la do projeto e incluir suas contribuições. Após, foram realizadas atividades de sensibilização através de oficinas, palestras, entre outras, levando ao público-alvo uma maior integração com o ambiente. Materiais recicláveis foram arrecadados e os recursos empregados na manutenção e nas reformas da escola. Outras questões ambientais estão sendo trabalhadas, com o objetivo de diminuir os gastos, como o desperdício de água, de energia elétrica e o uso irracional do telefone. A compra de materiais de consumo e permanente, bem como a manutenção e conservação dos últimos foram revistas e modificadas com auxílio do Conselho Escolar e dos demais usuários da escola.
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Reciclagem do Lixo
Educação Ambiental e Cidadania
Escola Estadual de Ensino Fundamental Travassos Alves Porto Alegre – 1ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Maria Inês de A. Rego Bins e Eovane Leopoldino Ferreira
Escola Estadual de Educação Fundamental Professor Sylvio Torres Porto Alegre – 1ª Coordenadoria Regional de Educação Responsável: Professora Vilma Rosane Arrial
O projeto tem por objetivos provocar no quotidiano das pessoas a reflexão, a ação sobre o seu papel e a sua responsabilidade no que se refere à problemática do lixo por elas gerado, proporcionar situações de orientações específicas em relação ao reaproveitamento do lixo e desenvolver atividades dirigidas relacionadas à comunidade. O projeto visa envolver paulatinamente a comunidade na seleção do lixo orgânico e inorgânico, formando uma consciência ecológica coletiva. Ao implementar um projeto de educação para o ambiente, estaremos facilitando aos alunos e à população uma compreensão fundamental dos problemas existentes, da presença humana no ambiente. A metodologia de trabalho consiste em debate com estudantes e comunidade escolar sobre as questões anteriormente citadas e sua relação com a saúde, higiene, prevenção doenças e a cidadania.
O projeto iniciou a partir da agente prevencionista professora Vilma Rosane Arrial. A escola está inserida numa comunidade onde se localiza a nascente do Arroio Dilúvio (principal arroio da cidade), que inunda com freqüência devido aos resíduos jogados pela população ribeirinha. Após o primeiro contato com o PEAC, foi organizado um grupo de alunos que, juntamente com a professora, passou a debater a questão ambiental na escola e tentar descobrir quais as atitudes que a comunidade poderia desenvolver para a formação de uma consciência ecológica. Definiu-se como objetivo geral formar cidadãos com consciência local e planetária, tendo como objetivos específicos: valorizar o espaço geográfico onde está localizada a escola, sensibilizando-a sobre a importância da biodiversidade local; formar cidadãos com consciência crítica partindo da transformação do local para o global; incentivar o envolvimento afetivo do aluno e da comunidade com o meio ambiente, através do respeito e reconhecimento de seu espaço. A primeira etapa foi diagnosticar a necessidade ambiental local e determinar a metodologia a ser aplicada. O trabalho vem sendo desenvolvido a partir de oficinas multidisciplinares, sensibilizações através de esquetes teatrais, história oral, vivências e caminhadas ecológicas.
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Caracterização, Diagnóstico e Planejamento dos Resíduos Sólidos
Atividades de Educação Ambiental na Escola Aberta
Escola Estadual de Ensino Médio Professora Haydee Mello Rostirolla São Leopoldo – 2ª Coordenadoria Regional de Educação Responsável: Ivanice Magalhães da Silva
Instituto Estadual Professora Nena Sapiranga – 2ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Rosane Maria Sebastiany e Soni Tânia Heidecker
O projeto teve início em setembro de 2005, tendo como público-alvo seus alunos. A escola, então, desenvolveu um trabalho de caracterização, diagnóstico e planejamento das questões ambientais envolvendo os resíduos sólidos produzidos no estabelecimento de ensino. O projeto está sendo realizado num primeiro momento na escola com os alunos, através de palestras, atividades práticas nas quais ensina-se a reutilizar os resíduos sólidos gerados por eles dentro da escola, dando subsídios para que os alunos compreendam a importância da reciclagem, da necessidade de reduzir os resíduos sólidos produzidos em suas casas e dar um destino apropriado a estes, evitando assim contaminações no solo, na água e no ar. E que estes percebam também a relação existente entre o manejo dos resíduos sólidos, a saúde pública e a qualidade de vida. A partir dos primeiros trabalhos desenvolvidos na escola, percebe-se a conservação da mesma, pois os alunos estão fazendo o bom uso das lixeiras distribuídas no pátio e nas salas de aula. Por meio de conversas informais, observa-se a preocupação dos mesmos em reutilizar e reciclar o que é produzido em suas residências. O grupo envolvido apresenta uma grande expectativa de ampliar seus conhecimentos para a comunidade local, através de parcerias com empresas para o financiamento do projeto na íntegra.
O projeto começou em outubro de 2005 e foi organizado um grupo de alunos, no caso uma turma de 4ª série do turno da tarde e o respectivo professor, Silas Camacho, para integrarem o projeto que passou a debater a questão ambiental na escola e quais trabalhos a comunidade escolar poderia desenvolver. A primeira etapa foi diagnosticar a necessidade ambiental da comunidade e determinar a metodologia a ser desenvolvida. De posse dessas informações foi estabelecido o período entre novembro de 2005 e dezembro de 2006 para a realização do projeto. Foram colocados em prática, nos finais de semana, os conhecimentos adquiridos durante a semana sobre Educação Ambiental, tais como coleta de lixo, plantio e manutenção de canteiros. A partir desse projeto houve, de fato, a integração dos alunos, o aumento da criatividade e, sobretudo, os relacionamentos se tornaram mais sadios e a escola como um todo passou a ser mais valorizada. O projeto formou equipes, envolveu toda a comunidade escolar e terá sua continuidade nos próximos meses, porque necessitamos desse ambiente sadio e feliz.
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Educação Ambiental na Escola
Desenvolvimento Sustentável: Água – o bem mais precioso que temos
Escola Estadual Ensino Fundamental Dr. João Daniel Hillebrand São Leopoldo – 2ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Silvânia Jane Picolli Boneberg e Carli Margarete Röpke
Após o 1º Encontro de Capacitação na Fiergs, em junho de 2005, elaboramos nosso projeto pensando o que poderia ser melhorado em nossa escola e no entorno, em relação ao meio ambiente. Um dos problemas mais visíveis no Bairro Independência e no Loteamento Parque dos Imigrantes, onde nos localizamos, é o acúmulo de lixo nos terrenos baldios, além da poluição com resíduos sólidos, do Arroio Sem Nome, o que em anos anteriores contribuiu para alagamentos da escola e das casas vizinhas. Nosso público-alvo, conforme descrito no projeto, são os alunos menores, do Currículo por Atividades. Com esses alunos, está sendo trabalhada de forma teórica e prática a necessidade de se respeitar e se preservar o meio ambiente, a noção de que se deve utilizar de forma racional os recursos naturais, que são escassos. Durante as aulas, os alunos saem a campo para observar a realidade em que estão inseridos. Através dessa observação, passamos aos estudantes que quase 100% dos resíduos sólidos que são depositados de forma indevida nos terrenos poderiam ser reciclados, gerando renda e contribuindo para a preservação do ambiente natural. Aos sábados, dentro do Projeto Escola Aberta, são realizados trabalhos de jardinagem, os quais embelezam a escola, e às quintas-feiras há a implantação da horta escolar, cuja produção é utilizada na merenda escolar, além do plantio de mudas frutíferas ao lado do arroio. Para a comunidade, houve a exposição de material reciclado, a doação de mudas de árvores frutíferas e plantas medicinais, fornecidas pela Escola Técnica Visconde de São Leopoldo, nossa parceira no Projeto, e o incentivo à reciclagem de resíduos sólidos (garrafas pet, papelão, plásticos e jornais).
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Escola Estadual de Ensino Fundamental Profª Luiza Teixeira Lauffer Novo Hamburgo – 2ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Maria Clara Graff e Aldrim Vargas de Quadros
O projeto da escola iniciou em maio de 2005, a partir da agente prevencionista Maria Clara Graff com a assessoria do professor Aldrim Vargas de Quadros. A escola se propôs a avaliar a conscientização da comunidade escolar sobre o uso adequado da água, comparar o consumo de água no período de realização do projeto e verificar a capacidade de síntese e execução dos trabalhos propostos aos estudantes. Como metodologia, o grupo pesquisou em livros, artigos científicos e revistas, realizou palestras sobre o tratamento da água, formas de minimização do consumo, passeio no barco Martin Pescador para conhecer o Rio dos Sinos, construção de tabelas sobre o desperdício de água com torneiras abertas, pesquisa sobre a qualidade da água do arroio da comunidade da escola, construção de gráficos da qualidade da água na região, comparação e análise do consumo médio de água dos alunos no ano de 2005 e 2006. Houve concurso de redações com premiação ao aluno vencedor e publicação na imprensa do município. Através do trabalho desenvolvido, houve uma conscientização maior quanto ao consumo da água, eliminando hábitos de desperdício e ocorreu, conseqüentemente, um decréscimo no seu uso durante os dez meses de 2006, comparando com o ano anterior.
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Valorização do Ser Humano e do Meio em que Vive. A Paz é a Gente que Faz!
Educação Ambiental – Preocupação com a Vida
Escola Estadual de Ensino Médio Santo Antônio Lajeado – 3ª Coordenadoria Regional de Educação Número de participantes: 715 pessoas Responsáveis: Moisés José Berté, Sandra Saviano e Márcia Bomm Weiler Coordenadores: Jurandy Antonio Pretto e Fátima Giovanoni Fillmann
Escola Estadual de Ensino Médio Alfredo José Kliemann Santa Cruz do Sul – 6ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Jurilde Ghisleni, Maria de Fátima Fabres Castro, Vera Lúcia Mainardi, Edia Milbradt Rosa, Tânia Maria Costa Vicente e Venute Ione Abreu dos Santos.
O presente projeto promove ações de paz em busca de uma cultura prevencionista e de atividades relacionadas ao ambiente natural, social e cultural, ambiente do trabalho e ambiente doméstico, dadas as condições de violência, vandalismos e falta de saneamento básico no bairro onde está inserida nossa escola. Tem como objetivo principal desenvolver a cultura da paz com engajamento no Projeto Escola Aberta para Cidadania e comunidade escolar, através de ações direcionadas ao cuidado do meio ambiente e do próprio ser, na busca da valorização do ser humano e do meio em que vive. O projeto está adequado a cada nível de ensino com atividades contextualizadas de acordo com cada área de conhecimento, através de teatros, músicas, oficinas da paz, parcerias com a universidade, escolas da região, posto de saúde, Emater, vídeos, mensagens na comunidade, monitores da Paz na escola, debates, coleta seletiva e aproveitamento do lixo seco e orgânico, organização da horta escolar, jardim, reativação do Grêmio Estudantil para ações conjuntas, fundação de um DTGE e Show da Paz no centro da cidade, bem como a Caminhada da Paz no próprio Bairro Santo Antônio. O referido projeto está tendo resultados satisfatórios, uma vez que todos estão envolvidos e notam-se atitudes mais conscientes dos nossos alunos, bem como bons exemplos de comportamento, relacionamento consigo, com os outros e com o ambiente. Além disso, a escola está mais bela, somente com a ajuda dos alunos, e isso é muito gratificante, comprovando, assim a seriedade deste trabalho.
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O projeto, que tem abrangência nos bairros Bom Jesus e Senai, SCS, iniciou em 2003 com avaliação e indicação das diretrizes, tendo como público a comunidade escolar. Em 2005, a inserção do PEAC no Projeto Escola Aberta viabilizou a capacitação de Agentes Prevencionistas. A proposta do projeto é de sensibilizar, preservar e modificar os fatores identificados, destacando aspectos positivos e negativos, minimizando comportamentos inadequados, buscando a redução do lixo, do desperdício da energia elétrica e da água, dos custos de manutenção predial e do mobiliário, do desperdício de materiais didáticos e acidentes pessoais, entre outras metas. O projeto fez um levantamento de dados na comunidade, obtendo indicações da situação da infra-estrutura urbana antes e atual, o que gostam e não gostam no bairro e as doenças mais freqüentes na família. Formou-se o grupo Eco-escola como multiplicador, o qual desenvolveu atividades de limpeza, sensibilização, envolvimento e comprometimento da comunidade. O resultado dos primeiros trabalhos, até agora, apontou para redução do lixo espalhado no ambiente escolar, do desperdício da luz, da água e de materiais didáticos, da depredação de mobiliário e do prédio. Notou-se um aumento da sensibilização, com mudanças de hábitos e atitudes, espaço para o diálogo e compartilhamento com a associação dos bairros e ONG, estabelecendo laços estáveis entre escola e comunidade, assim como apoiar professores com subsídios, dando um enfoque interdisciplinar.
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Resgate da Fauna, Flora e Ajardinamento
Comunidade Partilhada Princesa Isabel
Escola Estadual de Ensino Médio Dr. Araby Augusto Nacul Lagoa Vermelha – 7ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Ernesto Rui Telles e António Abelardo Teixeira
Escola Estadual de Ensino Médio Princesa Isabel Santa Maria – 8ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Girce Maria Aparecida N. de Souza, Haydée M. S. França de Vargas e Luiz Carlos Tonetto da Silva
O projeto da nossa escola começou em abril de 2005. O primeiro contato foi organizar um grupo de alunos de 1ª a 5ª série e professores, que passou a debater a questão ambiental na escola, com o que a comunidade escolar poderia participar. A primeira etapa foi diagnosticar a necessidade ambiental da comunidade e determinar a metodologia a ser desenvolvida. De posse dessas informações, foi estabelecido um cronograma de atividades que consistiu em visitar o aterro sanitário, a barragem da Corsan e reorganização da área de jardinamento da escola. Determinado o espaço, arrecadamos pneus velhos que foram colocados ordenadamente, buscou-se corrigir adequadamente o solo. Foram exatamente seis finais de semana com fotografias, entrevistas e depoimentos com divulgação em jornais e rádios regionais. Formado o grupo de trabalho, criou-se uma peça teatral Vida + vida, apresentada quinzenalmente para a comunidade escolar em troca de mudas de flores, de árvores e casinhas para pássaros. Essas mudas serão plantadas e colocadas pelos voluntários do projeto. Atividades fotografadas foram distribuídas em forma de calendário escolar. É necessário persistir na conscientização, mobilização e sensibilização sempre nos pequenos grupos com muita amostragem, prática e utilização dos exemplos que ficaram do realizado. "Você deve ser a mudança que quer ver no mundo" – Gandhi.
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O objetivo do projeto é o de sensibilizar a comunidade de Arroio do Só, cerca de 22 quilômetros da cidade de Santa Maria, para a preservação do meio ambiente, através de atividades integradas na educação formal do currículo e não-formal do Programa Escola Aberta. O projeto se justifica por uma relação que envolve o PEAC dentro de uma abrangência histórica, pré-existente, que vai nortear a metodologia das intervenções dos agentes prevencionistas através da organização do espaço escolar, do paisagismo, da horta comunitária e de atividades para celebração da vida. Em 2003, começou a reorganização dos espaços internos das salas de aula. Em 2004, ocorreram a delimitação e o cercamento da área externa da escola; criação da horta comunitária e aproveitamento do lixo orgânico. Em 2005 e 2006, houve capacitações e integração ao Projeto Comunidade Partilhada.
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Comunidade Partilhada Irmão José Otão
Comunidade Partilhada Érico Veríssimo
Escola Estadual Ensino Básico Irmão José Otão Santa Maria – 8ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Amauri José Ruosso, Haydée M.S. França de Vargas, Luiz Carlos Tonetto da Silva, Marcelle Chagas e Maria Gorete Bellaguarda Silva.
Escola Estadual Ensino Básico Érico Veríssimo Santa Maria – 8ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Èlio Rezende da Silva, Haydée M.S. França de Vargas, Luiz Carlos Tonetto da Silva, Iara Zambrano da Silva e Fátima Perius
A escola fundamenta seu projeto na concepção sistêmica e considera a Educação Ambiental na complexidade da formação humana, no sentido ontológico e antropológico das dimensões emocional, simbólica e estética do sujeito histórico, comprometido com a ação e a transformação da realidade. Nesse contexto, os atores do PEAC construíram a metodologia junto à 8ª CRE nos princípios do Projeto Escola Aberta para a Cidadania, uma equipe partilhada no foco da formação cidadã. A priori, projetaram uma gincana ambiental com outras escolas do entorno, para sensibilizar uma intenção comum, uma comunidade partilhada ambiental. Sem êxito e colocando a crítica na mudança cultural e gradativa da realidade escolar, estabeleceram uma meta mais próxima: o embelezamento estético do próprio espaço escolar. Uma propositiva para problematizar na dimensão estética a representação simbólica e emocional da comunidade, ou seja, uma dinâmica para (re)significar interna e externamente a relação homem/mundo/sociedade. Uma intervenção atrelada à educação como formação humana, que no sentido grego conceitua a estética, ou Aesthésis, como " o belo que se faz com o outro e para outro". Assim os agentes prevencionistas da Comunidade Partilhada Ambiental José Otão buscam, desde 2005, parcerias que a partir da educação informal possam sensibilizar professores e alunos da educação formal, para construção e valorização dos jardins. Um marco individual, coletivo e social para a ética ambiental compartilhada, com valores, atitudes e comportamentos, centrado no cuidado, na união, no prazer, na cooperação e na responsabilidade.
A escola está inserida no Bairro Perpétuo Socorro, vizinha ao Arroio Cadena, pelo qual realizamse várias intervenções de controle ambiental, as quais vão envolver várias instituições do bairro, universidades e a prefeitura municipal de Santa Maria, para atenuar a poluição e drenagem das águas deste entorno. Em contrapartida, visto essa realidade maior, a Educação Ambiental no espaço escolar vinha sendo minimizada, fato que provocou em 2005 a atenção dos agentes prevencionistas do PEAC, os quais, juntos à 8ª CRE no Projeto Escola Aberta para a Cidadania, decidiram unir esforços para recuperar essas áreas. Uma idéia de comunidade partilhada, um pensamento sistêmico para Educação Ambiental, que vislumbrou também outras propositivas, como o prêmio do concurso de práticas educativas do programa de Educação Fiscal, quando os agentes prevencionistas do PEAC integraram cidadania, direitos e deveres através da coleta seletiva do lixo, cuja venda geriu recursos e ações solidárias na compra de livros para a biblioteca e na distribuição de roupas em asilos. Esses fatos sensibilizaram diferentes instâncias sociais da esfera escolar. Assim, a Comunidade Partilhada Ambiental Érico Veríssimo mobilizou mudanças significativas nos jardins, que ganharam atenção e carinho da comunidade, ações essas que receberam, em outro momento, a parceria da Academia de Cadetes da Brigada Militar, a qual também colaborou para a promoção dos indicadores qualitativos que mostram a celebração da vida, plantada no contexto sociocultural do espaço escolar.
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Horto Educativo Conhecendo a Flora Regional
A Busca por uma Vida Equilibrada
Escola Estadual de Ensino Fundamental Arthur Brum Cruz Alta – 9ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Maria Cristina Librelotto Rubin, Oscar Alfredo Nazário de Oliveira e Fátima Eliane Duarte Jardim.
A escola decidiu resgatar e conhecer melhor a flora regional e promover melhorias ambientais. Partiu para a implantação de um Horto Educativo na escola, localizada em área urbana do município, a qual possui uma área ociosa de 1,2 ha. O público-alvo do projeto são estudantes, ACPM, Conselho Escolar, amigos da escola e comunidade residente no Bairro Brum. Este projeto teve início em abril de 2006. São consideradas como metas a implantação e o acompanhamento do horto educativo, a sensibilização quanto às questões socioambientais, o envolvimento da comunidade escolar e seu entorno. Até o momento já foi efetivada a parceria com uma empresa local, apresentado o projeto à comunidade, ministradas palestras de sensibilização e realizado levantamento do local pelo Ibama. Percebem-se grande envolvimento, interesse e comprometimento da comunidade.
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Programa de Educação Ambiental Compartilhado
Escola Estadual de Ensino Médio Maria Bandarra Westphalen Cruz Alta – 9ª Coordenadoria Regional de Educação Autores e responsáveis: Maria Cristina Librelotto Rubin, Oscar Alfredo Nazario de Oliveira e Jusiani Cristina Morini de Mattos.
O projeto proposto pela escola localizada no Bairro Nossa Senhora de Fátima, considerado um dos bairros socialmente mais carentes do município, teve início em 2005, com continuidade em 2006, com a finalidade de criar e implantar um sistema socioeconômico-ecológico que contribua para um futuro de vida sustentável, de forma que os indivíduos adotem posturas pessoais e comportamentos sociais construtivos da necessidade de uma convivência equilibrada. Pretendemos atingir a comunidade escolar e seu entorno, promovendo conscientização e sensibilização de todos os envolvidos quanto ao destino dos resíduos sólidos domésticos, separação correta dos resíduos, reciclagem de papel, necessidade de embelezamento e limpeza do bairro, culminando, assim, com a construção de grandes lixeiras. Destacamos que a relevância deste projeto é para uma melhoria da qualidade de vida do homem e do meio ambiente. Após a realização do levantamento das necessidades na comunidade, estamos desenvolvendo este trabalho por meio de palestras, procurando sensibilizar a comunidade para que ocorra melhoria no meio ambiente, oficinas de reciclagem e aproveitamento de resíduos. Também ocorrem limpeza de pátios, embelezamento do bairro, campanha para separação correta dos resíduos domésticos e para a confecção de uma lixeira grande. Até o momento, constatamos que algumas famílias já se organizam com a seleção dos resíduos, e houve uma melhora visível quanto ao destino dos resíduos na escola e no bairro. Além disso, os materiais produzidos na reciclagem do papel estão tendo retorno financeiro para algumas famílias, cuja principal renda é a reciclagem do lixo. Mas existe necessidade ainda de um trabalho conjunto com a Prefeitura Municipal para a confecção da lixeira e a coleta seletiva do lixo.
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Projeto
Projeto
Fruticultura
Horta Orgânica Comunitária
Escola Estadual de Ensino Médio Dr. João Fagundes Uruguaiana – 10ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Professor Liz Cristiani Pereira Veloz e Lilia Inês Both
Escola Estadual de Ensino Médio Embaixador João Baptista Lusardo Uruguaiana – 10ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Pedro Vicente Bolsson Coronel e Rita de Cássia Adolfo
O Projeto de Educação Ambiental com o tema Fruticultura, desenvolvido junto à comunidade do Bairro São Miguel, em que está situada a escola, começou em maio de 2006, com o intuito de plantar o maior número de mudas de árvores frutíferas em frente às casas dos moradores que se dispuserem a cuidá-las. Tem como objetivos integrar a comunidade numa ação socioambiental e conhecer e cultivar as árvores frutíferas nativas. O tema foi escolhido em pesquisa junto à comunidade escolar. Em um universo de 607 pessoas entrevistadas, entre pais e alunos, 13% optaram por horta orgânica comunitária, 23% por reciclagem do lixo, 26% por arborização e 38% escolheram fruticultura. Após a escolha da atividade, foi realizada nova pesquisa para cadastrar os moradores dispostos a colaborar. As atividades seguintes foram: concurso para escolha do slogan do projeto, palestra sobre o tema, doação de mudas pela Emater e plantio. Num total de 60 famílias pesquisadas quanto ao desejo e ao compromisso de cuidar uma muda de árvore frutífera plantada em frente às suas casas, 100% dos entrevistados disseram "sim". Até o momento, foram plantadas 30 mudas nessas residências. Em 2007, entre as ações previstas, destaca-se : estabelecer uma parceria com a Prefeitura Municipal de Uruguaiana com o objetivo de integrar-se ao Plano Diretor Municipal, o que possibilitará o plantio de novas mudas abrangendo novas áreas.
O Projeto Escola Aberta para a Cidadania, através do Programa de Educação Ambiental Compartilhado – PEAC, tem como tema Horta Orgânica Comunitária, desenvolvido junto à comunidade da Vila Prolar, no Bairro Tabajara Brites. A escola possui em seu Plano de Estudos o componente curricular Técnicas Agrícolas, de 5ª a 8ª séries, em anos anteriores com o trabalho na horta. A partir do PEAC e do Projeto da Fundação LOGROS (Uruguai), o projeto da escola tomou uma dimensão maior. Tem como objetivo contribuir com o desenvolvimento socioambiental, através de experiências pedagógicas com a integração da escola com a comunidade, construindo hortas nas famílias. O tema foi escolhido por meio de uma pesquisa com a seguinte pergunta: "Em qual dessas atividades você gostaria de participar na sua escola e bairro?" Num universo de 634 pessoas entrevistadas (pais e alunos), 11,82% escolheram Arborização; 17,67%, Fruticultura; 21,29%, Reciclagem do Lixo, e 49,22%, Horta Orgânica Comunitária. As ações realizadas foram: pesquisa para escolha do tema, preparação do terreno (capina e revolvimento), plantio de sementeiras, distribuição de mudas nas residências. Atualmente, a horta escolar está colhendo as hortaliças e utilizando-as no melhoramento da merenda escolar. O plantio na comunidade beneficiou 20 famílias, que conseguiram produzir em seu quintal hortaliças para sua alimentação e para comercialização.
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Projeto
Projeto
Educar é Ensinar a Preservar
Por Que Cuidar do Meio Ambiente?
Escola Estadual de Ensino Fundamental José Quartiero Torres – 11ª Coordenadoria Regional de Educação Autores e responsáveis:Lisany Hüth Zimmermann, Gizeli Selau de Matos Rodrigues, Rudinéia Bauer, Roziris Magnus Trajano, Adriane Leal, Maria Inês Krüger, Sílvia Mesquita Santos, Nádia Berenice Masschmann dos Santos e Rosângela Goldani de Borba.
Instituto Estadual Marechal Rondon Butiá – 12ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Jane Novak e Rozelhane Perdoná
O Programa de Educação tem como objetivos: incentivar a cultura do plantio de sementes, identificar as possíveis plantas e suas propriedades medicinais e conscientizar a comunidade na preservação da natureza, plantando, cuidando e conhecendo a diversidade das plantas. As agentes prevencionistas, juntamente com professores, alunos, parceiros e comunidade em geral, iniciaram o projeto preparando o terreno da escola, o qual era baixo e úmido. Os envolvidos destinaram parte de seu tempo para aterrar, preparar os canteiros e adubar a terra. Durante esse processo, grupos de professores e alunos analisaram as plantas, seus efeitos terapêuticos e a forma como deveria acontecer o plantio. Foram plantadas ervas medicinais, árvores frutíferas e flores para o embelezamento do pátio da escola. Criaram-se espaços de lazer e outros foram aperfeiçoados através de bancos e pinturas novas. Foram confeccionados e distribuídos panfletos na comunidade. Realizou-se um desfile com roupas em material reciclado e, durante a Semana da Pátria, os envolvidos participaram do Desfile Cívico, divulgando o projeto no município de Torres. Ocorreu também uma Feira de Ciências para exposição das ervas medicinais e seus respectivos efeitos terapêuticos.
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Programa de Educação Ambiental Compartilhado
A escola escolheu o tema resíduos sólidos e lixo para trabalhar junto à comunidade escolar. Ações sobre o tema foram desenvolvidas em praticamente todos os espaços escolares a partir da sala de aula, passando pela sala dos professores, secretaria, cozinha, banheiro e pátio. Entre as ações desenvolvidas pela escola, estão: grupos de alunos recolhem os latões do lixo orgânico (verdes); das latas de alumínio (amarelos); e plásticos (vermelhos). Os latões azuis são recolhidos pelas funcionárias da limpeza e colocados para coleta regular. A escola realizou uma visita ao aterro sanitário e ao lixão da cidade (desativado). Além disso, foram feitas entrevistas com autoridades municipais como: secretários de Administração, do Meio Ambiente, da Agricultura e de Obras.
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Meio Ambiente e Reciclagem do Lixo
Meio Ambiente e Cidadania
Escola Estadual de Ensino Fundamental Ver. José Adão de Assis Barbosa Camaquã – 12ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Maria Helena de Freitas Miranda, Elenita Amaral e Taciana da Silveira.
Colégio Estadual Sete de Setembro Camaquã – 12ª Coordenadoria Regional de Educação Responsável: Cátia Audréia Da Silveira Pogozelski
O projeto envolveu, além dos 450 alunos da escola, suas famílias e a comunidade, os professores e funcionários. Com este projeto, visa-se oportunizar aos jovens a modificação de atitudes em relação ao meio ambiente, através da cooperação e interação com a comunidade. Busca-se ainda melhorar o ambiente, embelezando a escola e tornando-a mais agradável. Para tal, foram realizadas reuniões com a comunidade, concurso para escolha de slogan, vídeos, palestras, visitações, coleta de material para reciclagem, plantio de árvores e flores, entre outros. Na primeira etapa, o projeto visou conscientizar a comunidade sobre a importância da preservação do meio ambiente, por meio da reciclagem do lixo. Com a implantação do projeto, notou-se uma melhora significativa na postura dos alunos, os quais passaram a trazer mais material para reciclagem e a cuidar das plantas cultivadas por eles próprios. Também os moradores passaram a se envolver mais com a escola e a coordenadora do projeto para saber mais sobre o trabalho realizado e já começaram a melhorar o aspecto de suas casas, juntando o lixo, plantando árvores e flores. Contudo, ainda é necessário que mais moradores participem das atividades, e isso será feito com a visita dos alunos e dos participantes da Escola Aberta às casas da comunidade.
O Projeto de Educação Ambiental da nossa escola já vem caminhando há mais de uma década, procurando conscientizar e alertar os alunos e a comunidade sobre a importância de reformularmos nossas ações, criando-se novos hábitos e práticas ecologicamente corretas, nas quais o indivíduo seja o reformulador dessa nova atitude frente aos problemas ambientais da nossa cidade e do mundo. Em 2004, foi iniciada na escola a campanha Dia da Reciclagem, na qual os alunos trazem, todas as terças-feiras, para a escola os materiais recicláveis separados em suas casas. Estes são vendidos e o valor arrecadado aplicado em matérias pedagógicos. Essa conscientização é feita através de visitas ao aterro sanitário, para que os alunos tenham uma visão mais concreta do local para onde vai o lixo que produzimos. Concomitantemente, são apresentadas palestras e mostras de vídeos para professores e alunos serem sensibilizados pela temática ambiental. A escola também recolhe as pilhas usadas que os alunos trazem de suas residências, com posterior encaminhamento para a o destino correto. Nas salas de aulas, é oferecida, além da lixeira tradicional, uma outra, para que nela sejam acondicionados todos os restos de papéis que são produzidos no decorrer das aulas. A separação também ocorre na cozinha da escola, e todos esses materiais são encaminhados pelas funcionárias para a reciclagem. As professoras de artes realizam a confecção de caixas decoradas para serem colocadas nos banheiros das residências. Há também uma parceria na realização do I Seminário de Agentes Multiplicadores em Gestão Ambiental, para que mais escolas se tornem parceiras, e o Concurso de Redação sobre a temática ambiental.
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Projeto
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Cultura e Ambiente: Uma Leitura Através do Lixo
Nossa Escola e Nosso Rio: Uma História com Final Feliz
Colégio Estadual Augusto Meyer Guaíba – 12ª Coordenadoria Regional de Educação
Escola Estadual de Ensino Fundamental José Gomes de Vasconcelos Jardim Eldorado do Sul – 12ª Coordenadoria Regional de Educação Responsável: Eliana Nely Salazar da Silveira
Este projeto trata de aproveitar a relação do ensino formal com os espaços comunitários abertos pelo Programa Escola Aberta para Cidadania, como forma de sensibilizar a comunidade para as questões do meio ambiente, tendo como público-alvo os alunos, os professores e a comunidade do entorno da escola, com duração prevista de dois anos para implementação, sem previsão de término. O projeto visa à conscientização da comunidade para os cuidados com o meio ambiente, a criação de 'salas-verdes' ao ar livre, arborização do pátio escolar, manutenção do jardim, seleção de lixo para reciclagem com aproveitamento do resíduo orgânico na horta que também será implementada na escola. Os objetivos do projeto fazem alusão à busca por mudanças de atitudes e hábitos através de uma reflexão – a partir do lixo produzido e sua deposição, que refletem o comportamento cultural e visão ambiental da comunidade-alvo – sobre o papel da sociedade na promoção de um meio ambiente saudável e solidário, envolvendo a mesma na busca de soluções, bem como a possibilidade de reutilização de resíduos, para geração de renda. Assim, a premissa da melhoria do ambiente escolar e comunitário, buscando-se a ação educativa voltada à reflexão sobre a relação entre o lixo produzido e o meio ambiente, justifica a importância do projeto. Para a realização do trabalho, os métodos utilizados são palestras, formação do grupo ecológico, oficinas de reciclagem e geração de renda, saídas de campo, produção de material educativo e outras atividades que surjam no decorrer do projeto. Os resultados serão considerados satisfatórios se promoverem a melhoria das condições de limpeza, ajardinamento e arborização da escola, assim como o efetivo uso das salas-verdes, o funcionamento de uma rede de recicladores atendidos pela coleta de resíduos e uma mudança cultural e comportamental do público-alvo na sua relação com o patrimônio cultural e ambiental.
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Programa de Educação Ambiental Compartilhado
O projeto objetiva construir relações mais harmoniosas e respeitosas entre a comunidade estudantil do Bairro Picada e o Rio Jacuí, através da formação de parcerias, do estudo da origem e da constituição, do estudo das nascentes, da diversidade biológica, da história e da valorização da rede fluvial local. A finalidade é transformar a área-limite dos fundos da escola – o Rio Jacuí – num local limpo, preservado, utilizável e que sirva de exemplo para os demais moradores da região através da conscientização e da aquisição de novos valores, por meio de ações coletivas, formação de lideranças, manifestações artísticas e conscientização. À beira do rio, em subhabitações, sem acesso aos bens e serviços da Ilha da Pintada por 'pertencerem a outro município', nem aos serviços de Eldorado do Sul por estarem distantes do centro deste município estão nossos alunos. A escola é o maior ponto cultural, senão o único. Além de educar, transmitir conhecimentos, instigar saberes e dúvidas, levaremos em consideração suas experiências e necessidades para promover a conscientização.
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Projeto
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Grupo Prevenir
O Ambiente Transformando a Vida
Escola Estadual de Ensino Fundamental Professora Julinha Costa Taborda Bagé – 13ª Coordenadoria Regional de Educação
Escola Estadual de Ensino Fundamental Professora Januária Leal Caçapava do Sul – 13ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Cláudio Reges Ferreira da Rosa, Maria Zenaide Bairros e Yara Regina Knabben da Rosa
Foi criado um grupo de Educação Ambiental, com alunos da escola e voluntários da comunidade, tendo como público-alvo os alunos da rede pública e privada. O grupo tem por objetivo principal incentivar a prática e posturas sociais e pessoais que levem à interferência construtiva, garantindo um ambiente saudável e de boa qualidade. Atividades desenvolvidas e parcerias que patrocinaram: confecção de caixinhas de madeira com areia para serem distribuídas no pátio da escola, com patrocínio da Madeireira Guarujá; doação de lixeiras para a escola pela empresa Paramount Lansul; doação de 25 camisetas para o Grupo Prevenir pela empresa Anversa; doação pela Gráfica Instituto de Menores de 1.500 panfletos, para serem distribuídos no desfile de Sete de Setembro e também à comunidade; parceria com agências de publicidade na confecção de logotipo para o grupo, criação de panfletos e cartazes, gravação de vídeo. Paralelo a essas atividades, foram realizadas caminhadas de identificação, pontos nos quais os resíduos são jogados indevidamente no meio ambiente foram fotografados, o que deu origem a um relatório, que, ao ser entregue ao Poder Público, gerou algumas atividades por parte deste.
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Programa de Educação Ambiental Compartilhado
O projeto consiste na implantação do Programa de Educação Ambiental Compartilhado – PEAC –, após o encontro de agentes prevencionistas na Fiergs, em junho de 2005. O projeto é desenvolvido na área de abrangência da escola. Os agentes prevencionistas iniciaram fazendo contatos com a direção, professores, alunos e voluntários da Escola Aberta, expondo as diretrizes gerais do programa. Após essa fase, foram agregando-se espontaneamente os interessados em torno de algumas linhas de ação, tais como: atividades ambientais integradas com apresentações artísticas; organização de hortas e jardins na escola; oficinas de artesanato, literatura e coleta seletiva de lixo. Essas ações apresentam um objetivo comum: criar um espaço para o desenvolvimento de uma cultura ambiental. Para tanto, são incrementadas ações que desenvolvam valores necessários para a formação da cidadania. São protagonistas do projeto o público que freqüenta a Escola Aberta – em média 900 pessoas por mês –, sendo que o grau de envolvimento dos presentes varia entre alto, médio e baixo. Entre os objetivos, estão a identificação de problemas ambientais na comunidade, a discussão dos mesmos e propostas de soluções. Além disso, estão se desenvolvendo a socialização e a solidariedade através do teatro, da dramatização e do jogral; a confecção de artesanato com material reciclado e o plantio de flores e hortaliças. Entre os indicadores de resultados, observamos uma freqüência muito boa de público nas promoções realizadas e uma tendência mais significativa em relação aos cuidados com o meio ambiente.
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Projeto
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Meio Ambiente
Análise das Águas Superficiais da Área Urbana de São Pedro do Butiá
Escola Estadual de Ensino Fundamental Risoleta Quadros Dom Pedrito – 13ª Coordenadoria Regional de Educação Responsável: Simele Marques Caetano
Com o pensamento de socializar conhecimento e conviver em harmonia com a natureza, a escola ingressou no PEAC. Através do trabalho com a reciclagem, a comunidade poderia aprender mais sobre os diversos materiais e a maneira de melhor utilizá-los e reutilizá-los em casa. O projeto foi amplamente divulgado e implementado com atividades de jardinagem, coleta seletiva de lixo, conscientização ecológica na comunidade e participação dos alunos em mostras de Ciências. As informações a respeito do lixo foram dadas em visitas periódicas de palestrantes, como biólogos, técnicos do Ibama, da Emater e do Senar. Foram realizadas também reciclagens de papel pelos alunos que, posteriormente, utilizaram-no nas aulas. O mesmo foi feito com garrafas pet, latas, vidros, que foram transformados em enfeites, cestas, cadeiras e, inclusive, em material didático para ser aproveitado em aulas diversas.
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Programa de Educação Ambiental Compartilhado
Colégio Estadual Professor Pedro José Scher São Pedro do Butiá – 14ª Coordenadoria Regional de Educação Responsável: Simplício José Hilgert
O projeto se refere a análises feitas em todas as nascentes de água (num total de seis) da área urbana de São Pedro do Butiá, para detectar o grau de contaminação microbiana – principalmente, coliformes fecais. Isto porque a cidade se encontra rodeada por granjas de suínos, uma vez que, até o momento, a grande maioria não possui um destino adequado para os dejetos, e também porque não existe um sistema de tratamento de esgoto na área urbana. Muitas pessoas usam essas águas para o consumo animal, irrigação de suas hortas domiciliares e comunitária, etc. Está prevista em aproximadamente um ano a duração do projeto, quando serão apresentadas a toda comunidade as análises das águas, demonstrando a importância ambiental, social e econômica e orientando diretamente as famílias atingidas para os cuidados que deverão ser tomados. Deve-se despertar na população a consciência de que as ações de preservação estarão contribuindo para que as águas do meio urbano estejam no futuro equilibradas ecologicamente. Foram coletadas amostras de todas as fontes das nascentes da área urbana da cidade utilizando-se uma metodologia especifica e materiais apropriados para coleta. As amostras foram analisadas nos Laboratórios de Ciências da Unijuí. Os indicadores mostraram que todas as fontes analisadas estão com índices de contaminação além do permitido. Uma conseqüência desses resultados foi o abandono do uso da água superficial, devendo-se começar imediatamente a construção de cisternas para coleta das águas das chuvas. Essas cisternas foram feitas na horta comunitária do Colégio Estadual com capacidade para 50.000 litros, que, além de fornecer água para horta e limpeza, evita o desperdício da água tratada para o consumo humano.
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Projeto
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Somos Todos Filhos da Mesma Mãe: a Terra
Educar para a Vida
Escola Estadual de Ensino Fundamental Dr. Sparta de Souza Santo Ângelo – 14ª Coordenadoria Regional de Educação Responsável: Joseida Luiza Vidor
O projeto tem por objetivo reconhecer que somos parte de um contexto e que necessitamos preservar para melhorar a vida no planeta e inclui objetivos específicos como identificar os tipos de sementes e o processo de germinação; reconhecer a utilidade das sementes na alimentação e identificar o tipo de vegetação existente na comunidade, entre outros. Uma grande parte das famílias da comunidade escolar reside às margens do Rio Itaquarinchim e contribui para a poluição, sofrendo diretamente as conseqüências da poluição. A renda de algumas famílias provém exclusivamente da coleta de lixo reciclável realizada nas ruas da cidade. Do lixo recolhido, garrafas pet e papel são repassados à cooperativa Ecos do Verde, responsável pela reciclagem. O presente projeto tem duração prevista de nove meses, e a avaliação do projeto será durante as atividades e de acordo com as atitudes que os envolvidos apresentarem. No decorrer do projeto, os alunos apresentaram maior interesse pelos cuidados com a natureza e uma maior interação com o meio, reconhecendo plantas, tendo mais respeito com elas e com alimentos oriundos.
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Programa de Educação Ambiental Compartilhado
Escola Estadual de Ensino Fundamental Francisco Farina Itatiba do Sul – 15ª Coordenadoria Regional de Educação Total de participantes: 165 pessoas Responsável: Márcia Tereza Boni
A dimensão ambiental configura-se crescentemente como uma questão que envolve um conjunto de ações voltadas à Educação Ambiental, baseada nas atividades de reflorestamento e recuperação de um lago remanescente, o qual deu origem ao nome do povoado. A necessidade de abordar o tema de preservação da lagoa e do reflorestamento decorre da percepção sobre o incipiente processo de reflexão, acerca das práticas existentes e das múltiplas necessidades de ampliar os conhecimentos sobre a Educação Ambiental e sustentabilidade, ainda durante a formação escolar, e mostrar à comunidade que uma grande riqueza que representa um marco para o início do povoado está em extinção e pode tornar-se um patrimônio histórico, o qual será retratado por diversas gerações. O trabalho a ser desenvolvido busca transformar uma lagoa abandonada e sem vida, "quase invisível aos olhos de quem passa", num local de integração da sociedade com a natureza e a descoberta de novas formas de educação para a preservação de locais considerados como perdidos. Houve a retomada do projeto Reflorestando Onde Nasci, que visa à implantação de um viveiro com mudas de árvores cultivadas e plantadas pelos próprios alunos, intensificando as descobertas entre o teórico-científico com a prática, com apoio de órgãos municipais, entre outros.
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Projeto
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Educação Ambiental Compartilhada
Educação Ambiental e sua Prática Pedagógica na Escola como Instrumento de Conscientização
Instituto de Educação Estadual Marcelino Ramos Marcelino Ramos – 15ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Rodrigo Vecchi e Eliana Lanzana
O projeto trabalhou a conscientização sobre o destino do lixo urbano, bem como a sua reciclagem e reaproveitamento. O projeto foi aplicado em alunos de 8 a 14 anos, que participam do Escola Aberta para a Cidadania, com o objetivo de despertar essas crianças e jovens para a importância da reciclagem e do reaproveitamento do lixo. Este projeto foi executado através de palestra, coleta de lixo em vias públicas, plantio de mudas de árvores, visita ao centro de reciclagem, visita ao lixão, entrega de panfletos educativos, ensaio e apresentação de peça teatral, recolhimento de garrafas pet e confecção de enfeites de Natal, além de recolhimento de papel para reciclagem. Os resultados alcançados até agora foram considerados como relevantes em termos qualitativos, tendo em vista o processo de conscientização e a mudança de atitude dos envolvidos no projeto, os quais já desenvolveram um senso crítico em relação ao manuseio e destino do lixo nos ambientes que freqüentam.
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Escola Estadual de Educação Básica Barragem do Rio Passo Fundo Erechim – 15ª Coordenadoria Regional de Educação
O projeto tem por objetivo trabalhar a temática ambiental nos currículos, no convívio escolar inseridos na proposta da escola e na comunidade onde está localizada. Há a necessidade de um ensino dirigido à formação para a promoção da qualidade de vida. Daí defender a idéia de que a potencialização de uma Educação Ambiental bem representada na escola depende, sobretudo, do talento pedagógico e da coragem burocrática que professores e escola estiverem dispostos a demonstrar em favor de uma convivência universal e de um engajamento com o melhor futuro do planeta. O estudo do tema será realizado através de pesquisa, classificação de fontes bibliográficas e de levantamento de dados coletados em pesquisa de campo. O levantamento bibliográfico será feito a partir de fechamentos das obras de autores que tratam do referido tema. Na pesquisa de coleta de dados, contar-se-á com a Emater. Concluindo o estudo sobre meio ambiente nos currículos escolares, serão feitas reuniões com professores e alunos num processo de concretização dos reais problemas ambientais, propondo através de palestras novas alternativas de compreender o problema ecológico local
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Projeto
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Repovoamento dos Rios
Ajardinamento
Escola Estadual de Ensino Médio Dr. João Caruso Erechim – 15ª Coordenadoria Regional de Educação
Escola Estadual de Ensino Fundamental Padre Manoel da Nóbrega Getúlio Vargas – 15ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Bernardete Alves Mineto e Daniele de Vargas
A Escola João Caruso, no período de agosto de 2005 a novembro de 2006, desenvolveu o Projeto Repovoamento dos Rios. Foram realizadas várias atividades de pesquisa e prática, as quais proporcionaram a contextualização da relação entre lixo, saúde, meio ambiente e conhecimento científico. Os trabalhos estão em andamento, e a próxima meta a ser atingida é a construção no Rio Verde de um Sistema de Tratamento de Efluentes por Leitos Cultivados. O projeto abrange os alunos do Ensino Fundamental e Médio e alguns colaboradores do setor público e privado. O objetivo principal é verificar como a atividade de repovoamento dos rios pode promover a construção de uma Educação Ambiental compartilhada, a qual envolva a comunidade escolar e a coloque no compromisso de proteção e prevenção, articulando o ensino formal com as questões socioambientais local, regional e global. A metodologia proposta foi uma pesquisa de campo sobre a situação dos principais rios de Erechim que abastecem a barragem da Corsan. Diante da atual conjuntura, iniciamos atividades de recuperação no Rio Verde, localizado próximo à escola. Este projeto oportunizou a possibilidade de participação ativa nas tarefas que têm por finalidade amenizar alguns problemas ambientais, promoveu mudanças comportamentais, contribuindo para diminuir a pressão sobre os recursos naturais, e colocou os envolvidos no compromisso de proteção e prevenção.
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Programa de Educação Ambiental Compartilhado
Em abril de 2006, iniciou-se na escola o projeto de Ajardinamento com o objetivo de dar valor estético ao pátio, desenvolver o sentido do belo em relação a todos os elementos da natureza, valorizar a interferência da comunidade, conscientizar sobre a importância de cuidar do meio ambiente, valorizar tudo o que a natureza nos oferece e utilizar materiais descartáveis em prol da natureza. Através do projeto, trabalharam-se habilidades como observação, interpretação de hipóteses, formulação de perguntas, pequenas investigações e comunicação. Realizou-se um mutirão de reciclagem, podendo perceber que todos entenderam a importância da reciclagem, juntando, assim, dinheiro para adquirir plantas a fim de ornamentar o jardim. Foram adquiridas diversas plantas ornamentais, bem como aceitas doações da comunidade, que se sentiu feliz em poder participar. Os canteiros foram preparados com orientação dos técnicos da Ascar/Emater. Em seguida, as plantas foram ordenadas no jardim de modo a formarem figuras geométricas. Os cuidados de rega, retirada de ervas daninhas foram feitos a cada semana por um grupo, previamente escolhido. Aos poucos, as flores começaram a colorir cada vez mais o ambiente, dando, assim, muitas alegrias a todos.
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Projeto
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Trabalhando o Lixo na Escola e na Comunidade
Educação Ambiental
Escola Estadual de Ensino Fundamental Nossa Senhora da Salette Bento Gonçalves – 16ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Daniela Soso, Flávia Cavalet Caldato e Elaine Beatriz Tomasini
O projeto da nossa escola começou em maio de 2006 a partir da agente prevencionista Daniela Soso, em conjunto com a professora Flávia Cavalet Caldato, sob a supervisão da diretora Elaine Beatriz Tomasini. Este projeto teve como base um dos grandes problemas da atualidade: o lixo.O homem não se dá conta de que as áreas de lixo nas cidades estão cada vez mais escassas e que o lixo jogado nos terrenos baldios favorece o desenvolvimento de animais e transmissores de doenças. Para a preservação do meio ambiente, o lixo deve ser considerado como uma questão de toda a sociedade e não um problema individual. Partindo dessa visão, o projeto tem como objetivos possibilitar o entendimento dos diferentes processos de decomposição dos materiais orgânicos e inorgânicos; proporcionar uma reflexão sobre a importância do gerenciamento integrado do lixo urbano, visando a diminuir o volume de resíduos sanitários e aumentar o controle da poluição ambiental; valorizar os recursos naturais e esclarecer a importância da reciclagem para a conservação dos recursos ambientais; visualizar o lixo produzido pela escola, dando-lhe um destino adequado e criar condições para que o aluno reflita sobre a sua condição de interferir nos encaminhamentos dados à produção e destinação do lixo produzido na comunidade. Usamos para este fim a confecção de livros, a criação de maquetes, a escolha de agentes prevencionistas mirins, palestras, confecções de painéis e panfletos, produção de jogos, visualização de vídeos e finalizamos com uma gincana ambiental. Após o projeto, pudemos perceber que o lixo produzido na escola obteve uma redução de aproximadamente 30% e conseguimos, com o processo de reciclagem, separar os diversos tipos de lixo e remanejar o lixo reciclável, o qual se transformou em recursos para a entidade, beneficiando, assim, não só o meio ambiente como também toda a comunidade que integra o educandário.
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Programa de Educação Ambiental Compartilhado
Escola Estadual Joaquim Felizardo CIEP Santa Rosa – 17ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Maria Cristina Zanotto, Gilmar Santos, Salete D. Mendonça, Elisa Cristina Weiler, Circe de Fatima Bissacot e Vilson Melo
O projeto é uma parte do programa de Educação Ambiental destinado a alcançar todas as famílias residentes na Vila Bom Retiro, no Bairro Auxiliadora, as quais vivem em situação de miserabilidade e de risco de saúde. O projeto tem por finalidade propiciar a aquisição e a capacidade de instalar em cada residência uma fossa (esgoto) e providenciar a limpeza daqueles já existentes. A proposta é de atender a 300 famílias. Foi realizado um diagnóstico do bairro onde a comunidade escolar está localizada e definidas as seguintes ações aos alunos: adoção de pátio e rua; cuidados com esgoto; levantamento da realidade e o número de residências com tratamento pluvial e cuidados com o lixo. Estabeleceu-se parceria com MDA – Estúdio (gravação de CD com a Banda de Lata da Comunidade Auxiliadora); com a Prefeitura Municipal (mutirão e doação de mudas de árvores e Museu da Xuxa (oficina de garrafa pet) e o Batalhão Ambiental. A parceria também incluiu o 19º RCMec, as emissoras de rádio e televisão locais, a Fepam e a Casa da Amizade.
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Projeto
Projeto
Agindo com uma Nova Consciência Ecológica
Rede Solidária para o Despertar da Consciência Ecológica
Escola Estadual de Ensino Fundamental Telmo Motta Giruá – 17ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Eliana Rita Fernandes Lucas e Maria Jussara Oliveira
Escola Estadual de Ensino Fundamental Profª Glória Veronese – CIEP Três de Maio – 17ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Núria Neubuser Perin e Nara Regina Scalco Wächter
Tendo como tema Agindo com uma Nova Consciência Ecológica, alunos de 5ª e 8ª série e os agentes prevencionistas iniciaram atividades do Projeto que teve três momentos, nos quais alunos e professores desenvolveram atividades de observadores quando realizaram desenhos ambientais da área; orientadores ao repassarem informações aos moradores próximos à escola sobre como descartar os resíduos domésticos de forma correta. E, por fim, foram construtores, através da oficina de material reciclado. No período de 12 meses, foram realizadas diversas atividades como diagnósticos da área, plantio de mudas nativas, atividades lúdicas, pesquisa e palestras para professores e alunos. Nossa principal meta foi realizar atividades que, conforme a realidade e o diagnóstico anteriormente feito pelos alunos participantes do projeto, pudessem envolver todas as disciplinas, despertando a todos para uma nova visão de meio ambiente e que os mesmos tenham condições de agir com uma nova consciência ecológica. O projeto foi avaliado no final de cada atividade, mostrando resultados de que ainda resta uma esperança. Temos a certeza de que, além da participação da comunidade escolar, os alunos farão a diferença após a realização deste projeto.
Após o primeiro contato, foi organizado um encontro com a comunidade escolar, que passou a debater questões ambientais na escola e quais trabalhos a comunidade escolar poderia desenvolver para a melhoria da qualidade de vida dos participantes. A primeira etapa foi diagnosticar a necessidade ambiental da comunidade e determinar a metodologia a ser desenvolvida. De posse dessas informações, foi estabelecido um cronograma de atividades que constituiu em ações que vão ao encontro da prática da Educação Ambiental, confecções de material reciclável, de ofensivos naturais (xampu para piolho, mat-inset, geléia vermífuga), limpeza dos bairros em parceria com a Prefeitura ao combate da dengue, calçamento de algumas ruas que vão ao encontro da escola, construção da estufa e ajardinamento na escola, plantio de mudas na comunidade e trabalhos interdisciplinares em sala de aula, tendo como objetivo "conhecer para preservar". Não foram concretizadas algumas ações diagnosticadas no início do projeto, pois há bairros localizados em área de preservação permanente, onde estamos aguardando a regularização, conforme a Resolução nº 369 do Conama, de 27 de março de 2006, para saneamento básico. O projeto Luz para Todos já foi aprovado. Dessa forma, ao sensibilizar as pessoas, podemos mudar criticamente a história da nossa civilização e, conseqüentemente, do nosso planeta.
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Programa de Educação Ambiental Compartilhado
A Educação Ambiental Inovando a Gestão
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Projeto
Projeto
Preservar é Cuidar da Vida!
Preservar o Presente – Construir o Futuro
Instituo Estadual de Educação Deputado Ruy Ramos Rosário do Sul – 19ª Coordenadoria Regional de Educação
Escola Estadual de Ensino Médio Dr Sílvio Ribeiro Sant'Ana do Livramento – 19ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Elaine Terezinha Fernandes Lucas e Andréa Dutra Moreira Pavão
O presente projeto visa a conscientizar a comunidade sobre a importância de preservar o meio ambiente, usar a água de forma racional e consumir de forma responsável, permitindo que as futuras gerações usufruam dos mesmos recursos naturais de que dispomos atualmente. O público-alvo envolvido foram os alunos (5ª e 6ª séries do Ensino Fundamental e Ensino Médio – Modalidade Normal) da escola e as famílias dos bairros onde a instituição se localiza e bairros vizinhos. O projeto foi desenvolvido durante o primeiro semestre do ano letivo de 2006. O projeto tem por objetivos: entender o meio ambiente como um patrimônio que deve ser usufruído por todos; usar a água de forma racional, repensando maneiras de preservá-la e não desperdiçá-la; reconhecer o lixo urbano como responsável por vários impactos ambientais, e aplicar conhecimentos construídos ao longo do projeto em nossa vivência diária. Foram oportunizadas formas diversificadas de conscientização sobre a importância de preservar o meio ambiente, tais como: místicas de sensibilização, textos informativos, montagens de painéis, palestras, elaboração de folderes, visita ao aterro sanitário do município, plantio de flores e árvores, coleta de lixo nos bairros vizinhos.
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Programa de Educação Ambiental Compartilhado
Tendo como tema Preservar o Presente – Construir o Futuro, os Agentes Prevencionistas, juntamente com os alunos de 5ª e 6ª série, iniciaram, por meio de ações individuais e coletivas, uma mudança de atitudes visando a criar uma consciência ambiental crítica, com responsabilidade de toda a comunidade escolar. Em um período de 12 meses, a escola adotou uma postura diferenciada através de hábitos e práticas compatíveis com sustentabilidade, promovendo a reciclagem e a reutilização de materiais. A principal meta foi multiplicar as iniciativas, melhorando a maneira de trabalhar, gerar renda, repensar o consumo, sem degradar o meio em que vivem, respeitando a diversidade, por meio da interdisciplinaridade e interação saudável com o meio ambiente. O projeto foi executado em três momentos: reflexão, conscientização e ação. Foram realizadas palestras, criação do Clube do Verde, limpeza da escola, separação do lixo, realização de curso de hortaliças, limpeza da horta, adubação, plantio de mudas e curso de aproveitamento de alimentos para a comunidade escolar. Os indicadores de resultados mostraram que o comprometimento selado entre a escola e a comunidade foi o principal passo dado para repensar atitudes com relação ao meio que os cerca, sendo contínuo dentro da escola e no entorno como forma educativa de se construir um futuro melhor.
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Projeto
Projeto
Educação Ambiental
Lixo e Cidadania
Escola Estadual de Ensino Fundamental Presidente João Goulart – CIEP Palmeira das Missões – 20ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Cidomar Sebastião Rosa Barcellos e Gislaine Cereza da Conceição
Escola Estadual de Ensino Médio Ângelo Beltramin Pinhal – 20ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Giovani Luis Lorenzi, Sandra do Amaral Picollo, Gilséia Maria Rigon Câmara, Vanessa Bagatini, Ivete Signor Três e Cleomar Antonio Debona.
O Projeto começou em junho de 2005 a partir de uma proposta da escola sobre a qual professores e alunos passaram a debater a questão ambiental e quais os trabalhos que se poderiam desenvolver. A primeira etapa foi diagnosticar as problemáticas e determinar a metodologia a ser desenvolvida. Foi estabelecido um cronograma de atividades que constituiu em visitas à comunidade, reorganizar o jardim, arborizar a escola, promover cursos e encontros. A Escola Aberta em parceria com o Senar e a 20ª CRE, engajados nesta proposta, com os Agentes Prevencionistas deram continuidade aos trabalhos, coletando mudas de árvores, realizando o plantio, manifestos, panfletagens e demais atividades em consonância com a escola nos projetos de Educação Ambiental. Foram válidas todas as atividades, por mais que houvesse falhas, pois não pode se esperar que todos os setores se envolvam totalmente no projeto, sendo este projeto uma proposta que se obtêm resultados a médio e longo prazo. Devemos promover a sensibilização da comunidade na prevenção do meio ambiente. Para isso, até mesmo nos encontros com o Clube de Mães, realizamos troca de informações, no sentido de melhor orientar a sociedade nas questões ambientais.
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Programa de Educação Ambiental Compartilhado
A Escola Estadual de Ensino Médio Ângelo Beltramin, a Prefeitura Municipal e a Emater integram este projeto, que surgiu a partir de necessidades constatadas em nosso município, com objetivo de levantar dados, divulgar e conscientizar a comunidade em relação ao lixo, desde a separação, coleta seletiva, tratamento ou sua eliminação no ambiente, levando a reconhecer e descobrir a importância do saneamento básico. Este projeto foi lançado em junho de 2005, seguido de várias ações, tais como: panfletagem e conscientização sobre o lixo (12/05); panfletagem sobre água (03/06); plantio de sementes de árvores nativas e frutíferas (03/06); colocação de lixeiras para separação do lixo (04/06); coleta de lixo na zona rural (04/06); distribuição de mudas de árvores (09/06); caminhada pelo Rio Pinhal (11/06) e palestra com o engenheiro agrônomo da Fepam Luis Fernando Rocha (11/06). Sabese que isso é apenas o início de uma longa e dura caminhada, porém a primeira ação provavelmente será a conclusão do levantamento de dados sobre a situação do Rio Pinhal, com ênfase na recuperação da mata ciliar, não desconsiderando outras situações que mereçam atenção.
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Projeto
Projeto
Jardim Primavera que Eu te Quero Verde
Ecoáguia
Escola Estadual de Ensino Fundamental Conselheiro Edgar Marques de Mattos Frederico Westphalen – 20ª Coordenadoria Regional de Educação
O projeto de Educação Ambiental envolve todo o educandário e tem como responsáveis diretos a professora Marli Marcon Ross e o voluntário Hazael Soranzo de Almeida. Nas primeiras discussões a respeito da Educação Ambiental, se pensou em ações que abrangem o ambiente escolar, como forma de conscientizar e sensibilizar para a preservação do meio ambiente. Com esse fim, na primeira etapa, foi realizado o recolhimento de papéis, plásticos, papelão e garrafas pet, arborização e ajardinamento do pátio da escola, construção do minhocário e plantio de sementes para fazer mudas de árvores. Já para o decorrer do próximo ano, o projeto procurará abranger a comunidade, abraçando uma causa de grande importância, que é a despoluição de uma das nascentes do Rio Chiquinha, além de continuar com a arborização do Bairro Jardim Primavera, a distribuição do húmus para fertilização das hortas e criar mais alternativas de utilização das garrafas pet. Para tanto, procurar-se-á firmar parcerias com outras escolas e entidades em prol do Programa de Educação Ambiental Compartilhado.
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Programa de Educação Ambiental Compartilhado
Escola Estadual de Ensino Médio Águia de Haia Três Passos – 21ª Coordenadoria Regional de Educação
O Ecoáguia é um grupo de pessoas comprometidas com o PEAC em nível estadual, as quais no transcorrer do ano letivo sensibilizam os cidadãos e agilizam ações e, em parcerias, criam alternativas para solução ou amenização de problemas ambientais e ecológicos da comunidade três-passense. O grupo tem como metas divulgar as ações do projeto fazendo uso de mascote para sensibilizar a comunidade a aderir e participar; reduzir em 20% a geração de resíduos sólidos produzidos em Três Passos; criar postos coletores de resíduos sólidos não-convencionais; levar ao conhecimento da população as leis, além de buscar apoio junto à Promotoria Pública para agilizar o correto destino de resíduos sólidos perigosos. A escola já apontou alguns indicadores de resultado e avaliação parcial que aponta para um maior envolvimento e comprometimento da comunidade; maior interesse e questionamentos sobre a legislação ambiental vigente; redução considerável da produção de resíduos orgânicos, a princípio, no ambiente escolar e aumento da interdisciplinaridade no desenvolvimento do cotidiano escolar.
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Projeto
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Ciep Bonito e Florido
Cultivando Árvores Nativas
Escola Estadual de Ensino Médio Senador Alberto Pasqualini – Ciep Santo Augusto – 21ª Coordenadoria Regional de Educação
Colégio Estadual Frei Getúlio Bom Jesus – 23ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Maria das Graças Gomez, José Carlos de Oliveira Camargo, Maria Cleonice Ferreira de Carvalho e Irene Melek Maciel.
Com o objetivo de desenvolver ações que busquem diagnosticar a realidade ambiental da escola, iniciaram-se ações de avaliação. A partir daí, ocorreu a colaboração de toda a comunidade escolar, com o envolvimento direto de 45 pessoas, destacando-se a diretora Elizete Rose Silva de Moura, a coordenadora do programa, Ionara Sperotto de Moura, professoras voluntárias e as Agentes Prevencionistas Maria Dinorá de Moura e Rosinha Schmidt. A partir de então, foram projetadas metas que viessem ao encontro das necessidades e da realidade do espaço externo da escola, com o objetivo de embelezamento. Em reunião, o programa foi exposto para a comunidade escolar, dando conhecimento do projeto e buscando parceiros, projetando-se ações coletivas para o Jardim, a Horta, o Lixo e a Água. Nas atividades desenvolvidas, priorizou-se o diagnóstico do solo e, a partir daí, o trabalho de sua recuperação com adubo, calcário e o plantio de mudas de grama, no espaço destinado: um hectare. Tendo em vista o grande espaço que a escola dispõe para essa finalidade, buscou-se harmonizar a disposição das árvores, de flores, de plantas ornamentais e medicinais e da horta, com mudas adquiridas através de campanha de doação. No decorrer dessas atividades, foram adquiridos instrumentos de trabalho para os quais contamos com o apoio e a parceria de empresas, instituições, entidades e pessoas do nosso município.
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Programa de Educação Ambiental Compartilhado
O projeto tem por objetivo a preservação de árvores nativas em extinção, devido ao desmatamento. Os Agentes Prevencionistas professora Maria das Graças Gómez e José Carlos de Oliveira Camargo iniciaram, em maio de 2005, um levantamento socioambiental do município de Bom Jesus. A partir daí foi elaborado o projeto, por tempo indeterminado, contando com a colaboração e participação de professores, alunos, voluntários, comunidade em geral e empresas parceiras. O projeto tem por objetivo: identificar as espécies nativas em extinção; promover o conhecimento sobre as espécies; despertar a valorização da natureza; catalogar espécies e distribuição de mudas cultivadas. Foram catalogadas 40 espécies nativas em extinção. Durante o projeto, foram feitos estudos sobre as espécies que se adaptam à região. Para executa-lo foi construído um arboreto na escola, onde os alunos em turno contrário e nos finais de semana iniciaram então o cultivo das espécies, de acordo com a época de plantio. A culminância do projeto será a distribuição das mudas em várias etapas, conforme a época de transplantar. As mudas serão distribuídas à comunidade em geral preocupada em recuperar as áreas degradadas e em conservar a biodiversidade. A proteção da dignidade da vida começa quando se tem como propósito a integração da cidadania com ações ambientais.
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Projeto
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Educação Ambiental
A Natureza Pede Socorro
Escola Estadual de Ensino Fundamental Luiz Germano Poetter Agudo – 24ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Luciano Ramos, Jane Maria Cavalheiro de Oliveira e Sabrina Machado
Escola Estadual de Ensino Médio Dr. Liberato S. Vieira da Cunha e Escola de Ensino Fundamental Rio Jacuí Cachoeira do Sul – 24ª Coordenadoria de Educação Regional Responsáveis: Joseane Catarina Petersen Morais, Reginato Chagas Lisboa, Júlio César Staudt, Emerson Saraiva, Maria Inês Vanti Marques, Ana Rita Pereira Wolmann e Giselle Marciniak.
O projeto desenvolvido a partir do terceiro semestre de 2006, tendo como público-alvo alunos do educandário que serão agentes multiplicadores, tem por objetivo proporcionar condições para que a comunidade escolar seja um agente atuante em busca de soluções para a preservação do meio ambiente. As seguintes ações foram desenvolvidas no projeto, entre outras: reunião com a comunidade escolar para a divulgação do projeto; formação de um grupo de apoio para identificar e analisar as causas e conseqüências do problema, despertando o senso crítico e possíveis mudanças de comportamento; utilização do filme Caminhos do Lixo; visitação à usina de reciclagem de lixo; organização de latões para a separação do lixo quanto ao seu tipo; palestras com especialistas sobre o assunto; realização de um mutirão para limpeza e embelezamento da escola, ruas e margens do Arroio Hermes. Entre as avaliações do projeto, a escola quer verificar as mudanças cotidianas de cuidado e respeito aos ambientes e saber se essas mudanças, de fato, provocaram uma alteração de comportamento necessária para que o planeta sobreviva.
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Programa de Educação Ambiental Compartilhado
Considerando a real situação do meio ambiente, em especial, o descaso da grande maioria da população de Cachoeira do Sul, que deposita resíduos ao longo dos cursos d'água, causando a poluição e a contaminação do lençol freático e, conseqüentemente, do Rio Jacuí, do ambiente em geral e da vida como um todo, julga-se de interesse geral a instalação da coleta seletiva do lixo e a manutenção da limpeza dos ambientes públicos e particulares, em especial sangas, arroios e matas. Houve a necessidade do envolvimento e da participação individual e coletiva da população, unindo esforços aos órgãos públicos responsáveis. Propõem-se como ações conscientizar a população sobre a necessidade da preservação e manutenção de um ambiente saudável; envolver as diversas entidades ligadas à educação e ao meio ambiente; criar módulos educativos de aplicação progressiva para desenvolvimento da conscientização e mudança de hábitos comportamentais. A escola propõe buscar soluções urgentes para o descuido com o ambiente junto à comunidade, visando a desenvolver uma consciência protecionista.
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Projeto
Projeto
Amigos em Ação – Meio Ambiente Também é Educação
Cuidando da Escola e Preservando o Meio Ambiente
Escola Estadual de Ensino Fundamental Coronel Pedro Carneiro Soledade – 25ª Coordenadoria Regional de Educação Autores: Ana Paula Lopes Tatim e Antônio Carlos Santos Franco Responsáveis: Fátima Janete Vieira Borges Cavalline e Vera Lucia de Freitas
Escola Estadual de Ensino Médio Joaquim Gonçalves Ledo Mormaço – 25ª Coordenadoria de Educação Responsáveis: Maria Clélia Berticelli Zanin, Elis Regina Godoi, Eduardo Zanin, Maria Angela Fabris, Vera Freitas e Fátima Janete Borges Vieira Cavallini.
O objetivo deste projeto é visar ao desenvolvimento de atividades na questão ambiental, tornando possível o contato da clientela envolvida com os problemas ambientais da comunidade, buscando conhecer e encontrar soluções. Em nossa escola, encontramos a sensibilização para os problemas ambientais através da arte. O presente projeto tem como finalidade proporcionar a esta comunidade uma reflexão sobre o aperfeiçoamento do ser humano a cada instante, referindose ao processo educacional, tendo um grande envolvimento na questão ambiental, incentivando as crianças e os adolescentes da rede escolar. Procurou-se oportunizar também uma reflexão pessoal na prática pedagógica. Temos este projeto como alicerce para a conscientização de um meio ambiente melhor; no entanto, nossa intenção é de continuidade dos trabalhos sem previsão de término, devido ao processo ser lento. Temos expectativas de que esta corrente cresça a cada dia com amadurecimento, sendo ampliado a toda comunidade, com o apoio de outras entidades escolares do município. O projeto será flexível, podendo ser mudado de forma a atender aos interesses e às expectativas da clientela envolvida. "Lutando pelo meio ambiente, unidos na luta para construir um ambiente melhor e um futuro mais puro."
O respectivo projeto teve início na escola em 2005, com a colaboração e o incentivo dos Agentes Prevencionistas do PEAC, onde foram levantados alguns problemas ambientais no nosso município. De imediato, foram traçadas as metas que deveríamos alcançar na busca de soluções. Naquele mesmo ano já teve início a execução de alguns projetos na escola, tais como: separação do lixo, reflorestamento da araucária e atividades de orientação e conscientização, no que se refere à preservação do meio ambiente, a toda a comunidade escolar. No ano de 2006, foram desenvolvidas algumas atividades, como, por exemplo, a continuidade do reflorestamento de araucárias e, ainda, acrescentado o cultivo de árvores nativas em parques municipais, em parceria com Secretaria Municipal de Obras, que vem dando apoio ao projeto. Outra meta foi a busca de soluções para o problema do lixo, iniciando-se na escola a separação do lixo, questão essa que vem melhorando em nível municipal, com coleta seletiva, destino correto e separação. Baseado nas metas estabelecidas, conclui-se que o projeto, além de desenvolver atividades de preservação, despertou a consciência ecológica da comunidade em geral.
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Projeto
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Educação Ambiental
Preservando o Meu, o Teu, o Nosso Planeta/Ambiente
Escola Estadual de Ensino Fundamental Orvalino Saldanha Barros Cassal – 25ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Miraci de Freitas Conte e Venilda Zortéa
Este projeto iniciou em junho de 2006 e teve sua culminância no mês de outubro, prolongando-se pelo mês de dezembro, tendo como público-alvo a comunidade escolar e demais pessoas da sociedade. Teve por objetivo sensibilizar a comunidade sobre os problemas ambientais e, juntos, construir um espaço de vida melhor para todos, através de visitas às famílias, organização de palestras e atividades com a Emater, a Corsan, o MPA e a Prefeitura Municipal, coleta de lixo com distribuição de panfletos, construção de composteira e utilização deste adubo para a horta e o jardim, confecção de objetos com garrafas pets, produção de papel através da reciclagem para cartões e livrinhos, confecção de bonecas de fuxico, confecção de caixas de presente com papéis de enfeite que seriam jogadas no lixo, organização de uma peça teatral e aquisição, passeata e plantio de 800 mudas de árvores nativas, na reconstrução da mata ciliar do Arroio Pessegueiro que abastece a cidade. Os resultados constatados foram a sensibilização e colaboração de parte da comunidade. A comunidade escolar tem mais clareza de suas responsabilidades participando nas oficinas. Os proprietários do curso do Arroio Pessegueiro também ajudaram no plantio das árvores. Esperamos que a conscientização da comunidade escolar e da sociedade em geral continue crescendo.
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Programa de Educação Ambiental Compartilhado
Escola Estadual de Ensino Médio Joaquim José da Silva Xavier Lagoa dos Três Cantos – 25ª Coordenadoria Regional de Educação
O projeto tem como objeto de estudo o "lixo ", seu público-alvo é a comunidade escolar e geral, e não tem previsão de término, pensa-se que ele deve fazer parte do cotidiano escolar e geral. O projeto tem como seu objetivo geral: desenvolver diferentes tipos de ações coletivas e individuais para formar cidadãos com consciência crítica planetária, levandoos à autoconscientização de que matéria-prima jogada em lugar indevido causa desordens em vários fatores. Nesse sentido, propõe criar campanhas de sensibilização; repensar nossos hábitos e atitudes recusando produtos que causam danos ao meio ambiente e a saúde, reduzindo a geração de lixo, além de sensibilizar as pessoas com palestras e/ou conferências; distribuir folder com dados e idéias sobre o meio ambiente; trazer à luz do conhecimento os problemas ambientais em nível de micro e macroabrangência. Com uma avaliação parcial dos resultados, tem-se presente que nem sempre se alcança o resultado esperado. Ainda falta muita autoconsciência e vontade em todos os sentidos. Espera-se com este projeto reduzir o "lixo" e, de alguma forma como o beija-flor, fazer a nossa parte como cidadãos que estão preocupados com a habitabilidade futura do planeta e gerar uma mudança de atitude e mentalidade.
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Educação Ambiental Escola Estadual de Ensino Médio Tomás Garcia da Costa Lagoão – 25ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Professor João Gabriel Nunes, Adriana Fritsch, Fátima Janete Borges e Vieira Cavalini.
O projeto da escola começou em março de 2005 a partir dos Agentes Prevencionistas João Gabriel Nunes e Adriana Fritsch. Após o primeiro contato, foi organizado um grupo de alunos e professores que passaram a debater a questão ambiental na escola e quais trabalhos a comunidade escolar poderia desenvolver. A primeira etapa foi diagnosticar os problemas ambientais que a comunidade enfrentava e a metodologia a ser desenvolvida. De posse dessas informações, foi estabelecido um cronograma de atividades que consistiu em elaborar teatros, músicas sobre problemas ambientais enfrentados pela comunidade, organização do jardim escolar, continuação da produção de mudas através do Clube da Árvore e a realização da EcoFeira e Feira de Ciências. Obtivemos ótimos resultados em todos os trabalhos realizados junto à comunidade escolar, pois os teatros e as músicas foram apresentados para todas as pessoas que participaram do Projeto Escola Aberta. A EcoFeira e Feira de Ciências foi realizada com todos os alunos e professores da escola juntamente com a participação de todas as pessoas do município, as quais visitaram nosso evento e, através do Clube da Árvore, doamos mudas para os alunos plantarem em suas residências.
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Programa de Educação Ambiental Compartilhado
Semear Para o Futuro Colégio Estadual Érico Veríssimo Alvorada – 28ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Marisa Espinoza Peluffo e Erivelton Lima Nobre
Com base na pesquisa de campo realizada com os alunos em torno do colégio, constatou-se a necessidade de uma ação efetiva visando à conscientização da comunidade. Surgiu, então, uma primeira proposta de trabalho intitulada Projeto de Educação Ambiental. Hoje, com o amadurecimento do projeto, desenvolveram-se novas ações: Semear Para o Futuro, tendo por objetivo a formação de Agentes Prevencionistas. Este é um projeto de Educação Ambiental e conscientização da comunidade escolar durante o ano letivo nas dependências da escola em parceria com o projeto da Escola Aberta. O projeto tem como metas principais o reaproveitamento de material reciclável, o plantio de verduras e legumes utilizados na merenda escolar, bem como um chazário para uso próprio. Tem-se como objetivo levar o incentivo para a elaboração dos mesmos em suas moradias e manter a organização e limpeza do colégio e da própria residência. Este trabalho visa a mostrar que a Educação Ambiental faz parte diária da vida do ser humano e que se faz necessário o conhecimento do uso desse material adequadamente. A metodologia de trabalho foi desenvolvida durante os períodos de aula, nos quais foi feito um cronograma para que todos do colégio participassem na elaboração e nos cuidados necessários em torno da escola. Dessa forma, obtiveram-se resultados promissores com a participação e o empenho de todos alunos e da comunidade escolar, tornando o colégio reconhecido não só no município, mas também em todo nosso Estado. Devido ao fato de estimular e reconhecer a importância de projetos como este, a escola recebeu várias premiações. O Projeto Semear Para o Futuro é mais um trabalho sensibilizador, formacional e de qualidade, pois transforma o indivíduo em um semeador de novas visões.
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Projeto
Projeto
Educação Ambiental
Educação Ambiental Compartilhada
Escola Estadual de Ensino Médio Nossa Senhora de Fátima Cachoeirinha – 28ª Coordenadoria Regional de Educação Responsável: Gerson Luis dos Santos
Escola Estadual de Ensino Médio São Luiz São Luiz Gonzaga – 32ª Coordenadoria Regional de Educação
O projeto de Educação Ambiental da escola começou em abril de 2005 a partir do agente prevencionista Professor Gerson Luís dos Santos, com o Projeto Escolar e Tribos nas Trilhas da Cidadania (Parceiros Voluntários), com o enfoque no meio ambiente, que surgiu da observação das atitudes de nossos alunos em relação à limpeza e manutenção de sala de aula e do pátio da escola. O projeto tem ação permanente e busca atingir a comunidade escolar. Após a observação, foi organizado um grupo de 25 alunos e duas professoras, Morgana Severo e Sandra Eliete Cardo-so Soares. Esse grupo passou a debater e despertar o senso crítico para as questões ambientais da escola. Conforme as atitudes de nossos alunos e da comunidade e os problemas ambientais locais (bairros) e globais (país e mundo), tornou-se necessário um projeto de meio ambiente que envol-vesse a comunidade escolar. Tivemos a primeira etapa que foi a manutenção da horta, coleta e reciclagem do lixo (papel, garrafas e latinhas). Também organizamos pesquisas em jornais e revis-tas, palestras, seminário, saídas de campo e passeios ecológicos. Também foram organizadas den-tro deste projeto, utilizando materiais reciclados (enfeites e decorações) na escola, trilha Souza Cruz, limpeza da escola, elaboração de painéis, informativos educativos, tendo como objetivo despertar o interesse na comunidade escolar.
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Programa de Educação Ambiental Compartilhado
O projeto tem por objetivo trabalhar em parceria com entidades ligadas às questões ambientais, colaborando de maneira efetiva para buscar a sensibilização coletiva, a preservação e melhoria do ambiente em que vivemos. Além disso, os objetivos específicos do projeto são: apoiar e valorizar as iniciativas e os trabalhos já desenvolvidos pela escola e pelas entidades educacionais e ligados ao ambiente, dando continuidade à sua preservação; promover a Educação Ambiental na escola e comunidade, com ações formais e informais; desenvolver ações contínuas de incentivo à preservação da natureza; elaborar e executar com professores, alunos e comunidade um programa de monitoramento ambiental para o município; realizar coleta seletiva do lixo para posterior reciclagem e buscar junto aos órgãos públicos ações que visem resolver a problemática da questão do lixo na comunidade. A avaliação será contínua e permanente, podendo nosso projeto ser reavaliado em cada atividade proposta, almejando atingir sempre os objetivos e as metas. No decorrer desses anos, os objetivos foram alcançados, pois houve uma grande mudança de comportamento.
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Projeto
Projeto
S.O.S Nascentes
Educação Ambiental Compartilhada
Instituto Estadual de Educação Professor Isaías Santiago – 35ª Coordenadoria Regional de Educação Responsável: Professor Oilton Pazzini Bettim
Escola Estadual de Ensino Fundamental Luiz Fogliatto Ijuí – 36ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Marlene Maria Penz, Luis Fernando da Silva Trindade e Ana Carina Santos da Rosa
O projeto teve início em abril de 2005, a partir do Agente Prevencionista Prof. Oilton Pazzini Bettim. Após a primeira reunião de planejamento, organizou-se um grupo de alunos e professores que passou a analisar e debater a questão do equilíbrio ambiental no entorno escolar e em nível municipal, com ênfase para as nascentes dos quatro rios com afloramento no perímetro urbano de Santiago, pertencente à Bacia Hidrográfica do Rio Grande do Sul, tendo como público-alvo as escolas públicas estaduais, municipais e particulares. A finalidade era o engajamento da comunidade escolar e das lideranças comunitárias em ações visando à identificação dos problemas ambientais. A partir daí, foi identificado o gravíssimo problema ambiental em curso ao longo dos anos, uso irregular do sistema de esgoto urbano residencial e industrial, utilizando córregos e sangas como coletoras e adutoras dos dejetos líquidos, sem que estes sejam submetidos a qualquer tratamento prévio, poluindo sistematicamente nascentes dos rios e, conseqüentemente, a Bacia Hidrográfica. Foram ministradas palestras expositivas atingindo diretamente cerca de 2500 pessoas e indiretamente 10200, obtendo adesão da imprensa escrita e falada e fortalecendo o surgimento de uma organização não-governamental com ação direta na remoção de resíduos sólidos das nascentes. As ações contemplaram a participação de todos os educadores no processo de cooperação ativa entre as diferentes áreas de saberes, permitindo intercâmbio e enriquecimento na abordagem do tema Educação Ambiental, através de diálogo, entre saberes científicos e populares. Visualizam-se uma operacionalização interdisciplinar e o envolvimento da comunidade escolar com tendência acentuada do engajamento de líderes comunitários e de autoridades dos poderes Executivo e Legislativo.
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Programa de Educação Ambiental Compartilhado
O Projeto de Educação Ambiental Compartilhado, desenvolvido pela escola, tendo como mentor o Projeto Escola Aberta para a Cidadania, desenvolveu atividades diversificadas envolvendo em média cem pessoas, visando à conscientização da comunidade, no que se refere à necessidade da coleta seletiva e à reutilização dos materiais, que até o momento eram considerados somente como resíduos sem utilidade. Durante este projeto, foram realizadas atividades como: palestras, visitas de estudos, trabalhos de pesquisa, ajardinamento do pátio da escola e coleta seletiva dos resíduos gerados na escola, os quais são reutilizados conforme as possibilidades. Para o próximo ano, desejando dar continuidade a este projeto, pretendemos buscar novos parceiros na intenção de atingir um maior número de pessoas como colaboradores, para que seja possível a concretização de ações como viveiros (espécies nativas, medicinais, condimentos e plantas ornamentais), horta, cisterna e minhocário.
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Projeto
Projeto
Aproveitamento Total dos Alimentos
Tô Ligado no Meio Ambiente
Escola Estadual de Ensino Médio Marquês de Caravelas Carazinho – 39ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Denise Regina Osório Corrêa, Dóris R. G. Gehrke e Solange S. F. de Moraes
Escola Estadual de Ensino Fundamental Eduardo Graeff Carazinho – 39ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Professora Cloraci dos Santos de Ramos e Professora Iraci Maria Bervig
O projeto objetivou desmistificar os diversos tipos de alimentos e seu aproveitamento na totalidade, estabelecendo uma relação entre o valor nutritivo e a manutenção da saúde. Nesse estudo, buscaram-se o desenvolvimento de bons hábitos alimentares e, conseqüentemente, a melhoria da qualidade de vida. Trinta por cento da clientela da escola são de baixo poder aquisitivo e com índice de nutrição precário. Estabeleceu-se como alvo uma turma de 6ª série com 28 alunos e faixa etária entre 10 e 11 anos. A metodologia utilizada, considerando tais aspectos, atendeu à proposta de trazer a comunidade para a escola, voltada especificamente aos pais, avós ou às pessoas responsáveis por esses alunos. Nesse sentido, foram desenvolvidas oficinas de culinária em parceria com a Emater. O projeto tem continuidade através desses alunos, que se tornaram multiplicadores para as demais turmas. Está sendo fortalecida a cultura do consumo de hortaliças, frutas e legumes, bem como o incentivo à participação no cuidado da escola. Esse trabalho levou todos à conscientização e efetivação de uma composteira escolar, fazendo o paralelo entre o consumo humano e a destinação dos alimentos que efetivamente não foram consumidos. Uma meta pensada pelo grupo é a criação de hortas domésticas ou a manutenção das já existentes (no universo dos 28 alunos).
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Programa de Educação Ambiental Compartilhado
O projeto, desenvolvido com a comunidade escolar nos anos de 2005 e 2006, com a colaboração da agente prevencionista Vera Anita Suckau, engloba os subprojetos: Minha Escola Bonita e Florida (horta, compostagem; ajardinamento) e Minha Escola Como Eu Gosto (limpeza e conservação do pátio e das salas de aula). Questionaram-se 58 famílias sobre a existência de hortas, jardins, árvores frutíferas, água tratada, instalações sanitárias, destinação do esgoto, coleta de lixo, sangas nas proximidades e o estado em que se encontram. A análise dos resultados gerou a intenção de plantar flores e hortaliças na escola. Para fortalecer os canteiros, construiu-se uma composteira, aproveitando restos de comidas consumidas na merenda escolar. Com a criação do Clube Amigos da Natureza, o grupo associou-se ao Clube da Árvore do Instituto Souza Cruz, recebendo deste semente de árvores. A produção das mudas será distribuída à comunidade. O grupo conscientizou-se da necessidade do trabalho conjunto, da parceria e do desenvolvimento de bons hábitos e práticas adequadas no convívio com a natureza. Fortaleceu-se a idéia do estreitamento dos laços entre a família e escola. Em 2005, a merenda escolar foi incrementada por hortaliças colhidas na horta da escola. Em 2006, estendeu-se a distribuição de hortaliças às famílias dos alunos que atuam no projeto.
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Projeto
Compostagem: uma Alternativa para o Aproveitamento do Lixo Orgânico
Projeto
Escola Estadual de Ensino Médio Almirante Tamandaré Almirante Tamandaré do Sul – 39ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Raquel Jost Adam e Fátima Fell, Maria Inês Reisdörfer, Solange Salete Fernandes Moraes e Dóris Renate Grossmann Gehrke.
Escola Municipal de Ensino Fundamental Oswaldo Cruz Arroio dos Ratos – 12ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Ana Beatriz Ferreira Paiva e Glani Corrêa Medeiros Projeto compartilhado com a Aracruz Celulose
O projeto, desenvolvido pela escola, em parceria com a Prefeitura Municipal e seus colaboradores, elaborou um conjunto de ações integradas de mobilização da comunidade local, com ênfase nas escolas, com o objetivo de sensibilizar a comunidade em geral sobre a responsabilidade com a geração e o destino dos resíduos orgânicos, assim como a prática individual da seleção do lixo. A metodologia utilizada centrou-se em oficinas de estudo sobre o tema em sala de aula, entrevistas, palestras, divulgação em rádio e folder, as quais visavam a esclarecer a importância e as vantagens da construção de uma composteira nas escolas da rede municipal e estadual e nas residências numa região essencialmente agrícola. Os colaboradores se envolveram de forma significativa no projeto, dentre estes a Prefeitura figurou como o provedor dos recursos financeiros para a construção das composteiras nas escolas, obtendo 100% dos objetivos alcançados. Atribui-se o êxito à participação efetiva da Emater. Com relação às composteiras residenciais, atingiram-se 36 famílias, no total de 336, no decorrer de quatro meses. Um dos desafios para melhoria das condições de vida é a mudança de atitude na interação com o patrimônio básico para a vida humana: o meio ambiente.
O projeto de Educação Ambiental da escola tem por objetivos: desenvolver ações práticas de plantio e manutenção de mudas; criação de um pomar de espécies frutíferas e promover a integração entre alunos, funcionários e professores com a comunidade local através de parcerias. Além disso, a escola quer conscientizar a comunidade da necessidade de modificação e preservação do ambiente escolar; construir cinco bancos e canteiros nas áreas abertas, como espaço natural para ensinar, aprender, conversar, estudar, refletir e brincar. Os resultados são o entusiasmo e o envolvimento dos alunos; construção e revitalização dos canteiros (da rótula e internos); plantio das espécies frutíferas (pomar); construção da horta e capacidade do trabalho em grupo.
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Programa de Educação Ambiental Compartilhado
Ambientando o Pátio Escolar
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Projeto
Projeto
Ambiente é Vida
Parceiros por um Futuro Sustentável
Escola Municipal de Ensino Fundamental João Evangelista Pinós Barra do Ribeiro – 12ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Fátima Silveira e John Würdig Projeto compartilhado com a Aracruz Celulose
Escolas Hugo Gerdau, Otaviano Silveira e Primo Vacchi Sapucaia do Sul – 27ª Coordenadoria Regional de Educação Projeto compartilhado com o Grupo Gerdau
A nossa escola está localizada na zona rural na localidade Passo Grande, onde a realidade dos alunos e da comunidade é a vida no campo com suas vantagens e seus problemas. Com o início do Projeto Ambiente é Vida, uma nova realidade começou a ser trabalhada com os alunos e a comunidade em torno da escola, focalizando mudanças em suas atitudes para com o meio ambiente. O principal objetivo deste projeto é realizar ações na comunidade do Passo Grande, a fim de recuperar áreas degradadas e promover a preservação de fontes e nascentes, as quais são a única alternativa de abastecimento de água potável às famílias dos alunos. O projeto tem o apoio de órgãos públicos, como a Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente e a Emater e de empresas privadas como a Aracruz Celulose S.A. e o Instituto Souza Cruz. A metodologia de trabalho utilizada é a realização de atividades interdisciplinares em toda a escola para despertar a preocupação com os problemas ambientais da comunidade do Passo Grande, realizando ações concretas. Os indicadores de concretização do projeto são a implantação da horta escolar, do miniviveiro de mudas de árvores nativas e ornamentais, o início da recuperação de duas nascentes com o plantio de árvores nativas e cercamento.
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Programa de Educação Ambiental Compartilhado
Para desenvolver a Educação Ambiental e sensibilizar alunos e comunidade, foi planejado e realizado, ao longo deste ano, o início da coleta de pilhas e baterias a partir da colocação de um coletor identificado e divulgação através de panfletos e teatros de fantoche. Realizamos, também, a análise ambiental de trechos da Bacia do Rio dos Sinos para promover conhecimento e reflexão sobre a necessidade de sua preservação. O trabalho envolve a comunidade não apenas dos alunos mas também de suas famílias e a comunidade em geral. O nosso público-alvo foram os agentes, demais alunos das escolas e comunidade. O projeto tem duração indeterminada de tempo. Seus objetivos são diminuir a contaminação do solo e da água causada pelo descarte inadequado de pilhas e baterias e promover a análise da situação atual e real do Rio dos Sinos para que resulte na melhoria de sua qualidade. As ações ambientais são desenvolvidas a partir da ação dos alunos como fiscais, motivadores e agentes de mudanças. O indicador para a coleta de pilhas e baterias é a quantidade (quilogramas); para o trabalho sobre o Rio dos Sinos, o indicador são os dados coletados na saída de campo. A avaliação será mensal com fechamento anual.
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Projeto
Projeto
Saneamento Básico
Qualidade de Vida e Cidadania
Colégio Estadual Reinaldo Cherubini, Escola Estadual de Ensino Médio Tiradentes, Escola Municipal Padre Josué Bardin, Colégio Nossa Senhora Aparecida e Escola Municipal Ângela Pelegrini Paludo 16ª Coordenadoria Regional de Educação – Nova Prata Responsável: Luciano Toscan Projeto compartilhado com a Borrachas Vipal
Escola Municipal de Ensino Fundamental Marina de Godoy Netto Camaquã – 12ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Maristela Abel da Silva, Michela dos Santos Pires e Nair Ribeiro Viégas Projeto compartilhado com o Programa Pró-Mar-De-Dentro / Sema
O projeto desenvolvido pelas escolas de Nova Prata vem contribuir para a efetiva diminuição dos riscos e impactos ambientais dentro do município. O tema a ser trabalhado – Saneamento Básico – leva em consideração as reais necessidades ambientais do município. Dentre as diversas ações trabalhadas e em desenvolvimento, destacam-se as seguintes: prática educativa que possibilite o entendimento da complexidade da interação entre sociedade e natureza; incentivo aos alunos, professores e comunidade para que todos sejam sujeitos de intervenção e a construção de uma nova sociedade baseada na ética da sustentabilidade; busca de um diferencial regional em qualidade de vida da comunidade. O Poder Público, através da Secretaria Municipal de Planejamento e Meio Ambiente, vem dando apoio ao projeto, bem como desenvolvendo atividades que buscam o mesmo objetivo, o Saneamento Básico, como o estabelecimento de Lei municipal para a implantação de novos loteamentos urbanos.
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Programa de Educação Ambiental Compartilhado
Dentro da temática escolhida para o projeto, são envolvidos os problemas ambientais da comunidade: lixo, saneamento básico, saúde pública, poluição. Através destes temas, a Escola vem buscando subsídios para identificar e encontrar soluções para os problemas que se intensificaram a partir de 1996, quando seguidas enchentes abalaram o bairro Getúlio Vargas, no qual se localiza a Escola. A partir daquele ano, foi criada a Patrulha Ambiental, que hoje é composta por 40 alunos que se reúnem semanalmente. O grupo se propõe trabalhar com atitudes, formação de valores, aprendizagem de habilidades e procedimentos relacionados à Educação Ambiental. O projeto é contínuo, realizado durante o ano letivo com a interação do corpo docente e discente, com os seguintes objetivos: promover ações educativas que resultem numa melhor qualidade de vida da comunidade e no exercício pleno da cidadania; identificar-se como integrante do ambiente e despertar a consciência ecológica; identificar o ambiente onde vive, suas potencialidades e seus problemas; resgatar os valores históricos da comunidade como forma de valorizar o ambiente em que vive, salientando a importância dos valores morais e espirituais; e valorizar o homem através da expressão artística.
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Projeto
Projeto
Educação Ambiental – Escola e Comunidade
A Educação Ambiental como Ferramenta para a Implantação da Coleta Seletiva de Lixo
Escola Municipal de Ensino Fundamental Dom Pedro II Canguçu – 5ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Maria Elisabete Theil Tessmer, Elizane Pegoraro Bertineti, Graciela Baschi Adamoli Maria Zoila dos Santos Von Hausen. Projeto compartilhado com o Programa Pró-Mar-De-Dentro / Sema
Reconhecendo o valor da educação e o papel da escola, realizamos um projeto que procura atingir escola, comunidade e família. Busca-se a reflexão sobre os impactos que o ambiente vem sofrendo, para que todos se tornem críticos e atuantes, comprometidos com a vida, com o bem-estar de cada um e da sociedade local e global. O trabalho teve início com a realização da I Feira do Meio Ambiente em 2005. Com o apoio das Secretarias Municipais de Educação e Meio Ambiente e a participação nos Seminários do PróMar-de-Dentro, partimos para a II Feira do Meio Ambiente: As Conseqüências do Lixo no Meio Ambiente. Trabalhamos as temáticas: jogos pedagógicos, sala cultural, água e doenças, trabalho de campo, reaproveitamento de garrafas pet e de alimentos, artesanato com materiais reciclados, concurso de redação e construção de praça recreativa. O objetivo foi oferecer meios para que compreendam os fenômenos, as ações humanas e suas conseqüências para consigo, para com os outros seres vivos e o ambiente. Percebemos mudança de comportamento dos alunos, maior engajamento da família, procura de informações por outras escolas e comunidades e valorização da Escola. Os resultados mais visíveis virão no futuro, mas o importante é começar aqui e agora!
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Programa de Educação Ambiental Compartilhado
Escola Municipal de Ensino Fundamental Caldas Júnior Turuçu – 5ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Carina Costa Estrela, Dilma Krause Voss e Flavia Spadari Selmo Projeto compartilhado com o Programa Pró-Mar-De-Dentro / Sema
Turuçu tem a maioria de seus habitantes na zona rural, onde existem 5 das 6 escolas da rede municipal de ensino. Há uma grande quantidade de lixo a céu aberto, além de sinais de queima nas propriedades rurais, onde não ocorre coleta, inclusive nas escolas. O projeto prevê a implantação da coleta seletiva na Escola Caldas Júnior. Localizada na colônia São José, é uma das maiores do Município, com 108 alunos de 1ª série e de 5ª a 8ª séries e 12 professores. A partir dela, busca-se atingir as demais escolas e comunidades municipais. Um dos objetivos é a ampliação da vida útil do futuro aterro sanitário, além da possibilidade de geração de renda a partir da reciclagem dos resíduos produzidos. Foram realizadas oficinas de Educação Ambiental para caracterização dos resíduos e destinação adequada; atividades de reconhecimento do entorno da Escola para identificar a destinação dada aos resíduos sólidos; construção pelos alunos de uma estrutura para armazenamento do lixo selecionado; campanha para arrecadação de materiais recicláveis envolvendo a comunidade. Como resultado, ocorreram mudanças na realidade da Escola: coleta de lixo existente; participação dos alunos e da comunidade; segregação do lixo, também, nas residências dos alunos.
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Projeto
Projeto
Frutificar: Desenvolvendo Multiplicadores de Consciência Ambiental
Mudando Conceitos e Atitudes: Educação Ambiental na APA da Borússia/Osório
Escola Municipal de Ensino Fundamental Dom Diogo de Souza e Escola Municipal de Ensino Fundamental Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco Viamão – 28ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Vinícius Silva de Lima, Luciane Ribeiro da Costa, Denise Mirian de Araújo, Marcio Souza Fernandes e Fabio André Silva da Silva Projeto compartilhado com o Programa Pró-Mar-De-Dentro / Sema
O projeto Frutificar nasceu da necessidade de implantar no município de Viamão um projeto contínuo, que servisse de base para uma rede de multiplicação em Educação Ambiental. Viamão está numa região valorizada, possuindo 105 km de praia entre o Guaíba e a Laguna dos Patos e 5,5 mil hectares de Mata Atlântica, com presença de três grandes Unidades de Conservação. Em contraposição, existem áreas degradadas (pelo lixo, pela poluição hídrica, por ocupações em áreas de preservação), resultantes do modelo econômico adotado e da visão antropocêntrica predominante. O objetivo do projeto é formar grupos de multiplicadores da consciência ambiental, promovendo no município uma ética que observe o ser humano e a natureza de maneira integrada. Um projeto voltado para as crianças, as quais são as personagens que decidirão a continuidade ou a reforma do status quo, resultará na disseminação de novas práticas ambientais, incentivando a comunidade local a buscar um estilo de vida baseado na sustentabilidade, o qual terá impactos sociais, políticos, econômicos e culturais. O projeto foi implementado em agosto de 2006, tendo como público-alvo alunos das 5ª séries de ambas as escolas. O projeto abrangerá duas escolas municipais por semestre. Assim, espera-se atingir toda a rede escolar municipal em oito anos, englobando as respectivas comunidades nas quais se insere cada escola participante.
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Programa de Educação Ambiental Compartilhado
Escola Municipal de Ensino Fundamental José Garibaldi Osório – 11ª Coordenadoria Regional de Educação Responsáveis: Eva Dias da Silva, Daniel Araújo, Leda Famer, Márcia Costa Andrade, Luciane Barcellos Conceição, Clarice Andiara Piovesano, Thiago Hansen, Jussanã de Paula Marques e Joana Cintria Pinto Leal. Projeto compartilhado com o Programa Pró-Mar-De-Dentro / Sema
O projeto começou a ser desenvolvido em maio de 2006. O público-alvo é a comunidade da Escola José Garibaldi, localizada no interior da APA da Borússia, com 105 alunos, 5 professoras e 150 pais. Tem como metas: formar 15 patrulheiros ambientais mirins, que serão multiplicadores da proposta na Escola e na comunidade; envolver todos os professores no Ciclo de Formação do Núcleo de Educação Ambiental do Município, com vistas a fomentar a criação de projetos e subsidiar a formação docente; apresentar à comunidade escolar, por meio de cursos e oficinas, metodologias alternativas de agricultura como: permacultura e agroflorestas. O objetivo é promover o uso sustentável da APA, através da construção de atitudes ambientalmente responsáveis. Com uma área aproximada de 6.900 ha, esta APA visa garantir a adequada proteção de remanescentes do Bioma da Mata Atlântica. A proposta consiste em encontros quinzenais com os alunos, saídas de campo, oficinas e cursos de formação para docentes e comunidade. Foram alcançadas as metas: formação dos patrulheiros mirins; realização das oficinas de Permacultura, Lixo e Cidadania, Ludicidade e Educação Ambiental, Elaboração de Projetos em Educação Ambiental e Histórico e Princípios da Educação Ambiental.
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O Primeiro Ano de Atividades O resultado mais importante que o Programa de Educação Ambiental Compartilhado tem a apresentar são os trabalhos de sensibilização, prognóstico e ação, desenvolvidas no âmbito dos projetos dos Agentes Prevencionistas, dos quais o capítulo anterior foi uma amostra. O Programa de Educação Ambiental Compartilhado envolveu no seu primeiro ano de atividades, entre abril de 2005 e dezembro de 2006, 165 escolas de 80 municípios e 29 Coordenadorias Regionais de Educação (CREs), resultando na capacitação de 59 Agentes Prevencionistas Coordenadores, 330 Agentes Prevencionistas da rede escolar estadual e 100 Agentes Prevencionistas do Programa Pró-Mar-de-Dentro. No ano de 2005, foram feitos dois grandes encontros. O primeiro ocorreu entre os dias 14 e 15 de abril no Senac em Porto Alegre, capacitando 59 pessoas entre coordenadores do Projeto Escola Aberta e da Educação Ambiental. O segundo grande encontro capacitou 280 pessoas, incluindo Agentes Prevencionistas, coordenadores do Projeto Escola Aberta e da Educação Ambiental. Esse evento reuniu mais de 500 pessoas entre os dias 18 e 19 de junho no auditório da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul em Porto Alegre. Em 2006, o PEAC desenvolveu encontros no interior do Rio Grande do Sul com o objetivo de aproximar a coordenação às diferentes realidades de cada região. O primeiro dos encontros ocorreu em 18 de março na cidade de Bento Gonçalves; o segundo em 8 de abril, em Erechim, e o terceiro em 6 de maio, em Santa Maria. Esses eventos consolidaram a capacitação de 223 pessoas no Programa e resultaram na apresentação de 36 projetos de escolas apresentados em formato digital (apresentações em CD) e 72 trabalhos em pôsteres. Ainda em 2006, no mês de novembro, foi realizado o I Congresso de Agentes Prevencionistas, no Centro de Eventos São José, em Porto Alegre, com atividades de capacitação e apresentação dos projetos dos Agentes Prevencionistas. O PEAC envolveu, em seus dois primeiros anos de atividades, recursos da ordem de R$ 506.487,00 (quinhentos e seis mil e quatrocentos e oitenta e sete reais), assim disponibilizados pelos parceiros: Contrapartida dos parceiros Parceiros Etapa I (R$) Secretaria de Educação 41.040,00 Sema/Fepam 117.603,00 Aracruz Celulose 60.000,00 Borrachas Vipal 60.000,00 Grupo Gerdau 60.000,00 Total 338.643,00
A Educação Ambiental Inovando a Gestão
Etapa II (R$) 17.107,00 51.737,00 33.000,00 33.000,00 33.000,00 167.844,00
Total 2005-2006 (R$) 58.147,00 169.340,00 93.000,00 93.000,00 93.000,00 506.487,00
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Os recursos declarados pela Secretaria da Educação e pela Secretaria do Meio Ambiente/Fepam resultam da disponibilização de servidores, transporte, diárias e horas de trabalho dos profissionais. Já os recursos empregados pelas empresas da iniciativa privada se deram em espécie, foram gerenciados pela Federação das ACPMs e empregados no pagamento de diárias para alimentação, transporte, material didático, divulgação e serviços diversos, desde a produção de cópias xerográficas até a locação de equipamentos audiovisuais.
Materiais desenvolvidos para o PEAC A complementação pedagógica ao Programa de Educação Ambiental Compartilhado se deu também com a produção de materiais específicos. Os principais destaques entre os itens produzidos são o vídeo Os Caminhos do Lixo, que apresenta de forma direta e objetiva a questão dos resíduos sólidos na Região Metropolitana de Porto Alegre, e o Manual do Agente Prevencionista. Objeto de interesse de todos os envolvidos pelos conteúdos e exercícios, esse manual se transformou em ferramenta de trabalho diário e a partir dos temas e questões propostos. Com informações técnicas e de fácil assimilação, a publicação precisou ser reeditada para atender às demandas tanto das escolas como dos parceiros. Os materiais foram utilizados nas escolas integrantes do PEAC e também nos encontros, promovendo o debate em torno dos temas propostos pelos coordenadores, Agentes Prevencionistas e representantes das instituições parceiras no Programa. Mas a produção de materiais buscou também fornecer elementos que contribuíram no trabalho diário dos envolvidos e também divulgaram a imagem do PEAC em todos os lugares.
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Programa de Educação Ambiental Compartilhado
Escolas integradas ao PEAC 1ª CRE – PORTO ALEGRE MUNICÍPIO ESCOLAS Porto Alegre EEEF Ana Néri Porto Alegre EEEB Almirante Bacelar Porto Alegre EEEF Profª Aurora Peixoto de Azavedo Porto Alegre EEEF Custódio de Mello Porto Alegre EEEB Gomes Carneiro Porto Alegre EEEF Heitor Villa Lobos Porto Alegre EEEF Humaitá Porto Alegre EEEM José do Patrocínio Porto Alegre EEEF Maria José Mabilde Porto Alegre EEEF Oswaldo Vergara Porto Alegre EEEM Profº Oscar Pereira Porto Alegre EEEF Profº Sylvio Torres Porto Alegre EEEF Tem. Cel. Travassos Alves Porto Alegre EEEF Toyama Porto Alegre EEEM Arthur da Costa e Silva Porto Alegre EEEF Padre Balduíno Rambo
NºALUNOS 905 1665 5300 800 1049 234 655 2123 184 771 1452 425 496 362 1203 600
NºPROF 48 59 28 32 74 11 43 93 23 32 49 25 15 20 97 55
HABITANTES 1.428.696 1.428.696 1.428.696 1.428.696 1.428.696 1.428.696 1.428.696 1.428.696 1.428.696 1.428.696 1.428.696 1.428.696 1.428.696 1.428.696 1.428.696 1.428.696
NºALUNOS 736 1066 924 285 259
NºPROF 36 47 50 21 16
HABITANTES 209.611 209.611 59.314 255.317 21.813
1915 855
72 40
77.502 59.591
NºALUNOS 831 150 550 296
NºPROF 60 13 46 18
HABIANTES 66.378 29.234 66.378 29.234
NºALUNOS 1400 465 430 800
NºPROF 100 35 34 34
HABITANTES 342.513 342.513 342.513 342.513 342.513
6ª CRE – SANTA CRUZ DO SUL MUNICIPIO ESCOLAS Santa Cruz do Sul E.E.E.M. Alfredo José Klieman Santa Cruz do Sul E.E.E.F. Nossa Senhora da Esperança
NºALUNOS 1076 531
NºPROF 69 26
HABITANTES 117.949 117.949
7ª CRE – PASSO FUNDO MUNICÍPIO ESCOLAS Lagoa Vermelha E.E.E.M. Dr. Araby Augusto Nacul
NºALUNOS 807
NºPROF 79
HABITANTES 28.772
8ª CRE – SANTA MARIA MUNICÍPIO ESCOLAS Santa Maria E.E.E.B. Érico Veríssimo
NºALUNOS 930
NºPROF 74
HABITANTES 266.042
2ª CRE – SÃO LEOPOLDO MUNICÍPIO ESCOLAS São Leopoldo EEEF Dr. João Daniel Hillebrand São Leopoldo EEEF Profª Haydée Mello Rostirolla Taquara EEEM Dirceu Marílio Martins Novo Hamburgo EEEF Profª Luiza Teixeira Lauffer São Sebastião EEEF Manoel Fausto Pereira Fortes do Caí Sapiranga I.E. Profª Nena CIEP Montenegro C.E. Dr. Paulo Ribeiro Campos 3ª CRE – ESTRELA MUNICÍPIO ESCOLAS Lajeado E.E.E.B. Érico Veríssimo Estrela E.E.E.F. Madre Branca Lajeado E.E.E.M. Santo Antônio Estrela E.E.E.F. Vinte de Maio 5ª CRE – PELOTAS MUNICÍPIO ESCOLAS Pelotas C.E. Dom João Braga Pelotas E.E.E.M. Dr. Edmar Fetter Pelotas E.E.E.F. Padre José Anchieta Pelotas E.E.E.F. Parque do Obelisco Pelotas E.E.E.M. Dr. Joaquim Duval
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Santa Maria Santa Maria Santa Maria Cacequi
E.E.E.F. Princesa Isabel E.E.E.B. Irmão José Otão E.E.E.M. Profª Edna May Cardoso E.E.E.M. Nossa Senhora das Vitórias
150 945 719 743
19 109 61 43
266.042 266.042 266.042 14.983
NºALUNOS 204 847 115
NºPROF 18 35 14
HABITANTES 68.804 68.804 68.804
10ª CRE – URUGUAIANA MUNICIPIO ESCOLAS NºALUNOS Uruguaiana E.E.E.M. Dr. João Fagundes 1674 Uruguaiana E.E.E.M. Embaix. João Baptista Lusardo CIEP 1585 Alegrete C.E. Emílio Zuneda 1779 Uruguaiana E.E.E.F. Júlio de Castilhos 192
NºPROF 96 106 108 20
11ª CRE – OSÓRIO MUNICÍPIO ESCOLAS Torres E.E.E.F. José Quartieiro Tramandaí E.E.E.M. Nossa Senhora Aparecida Osório E.E.E.M. Albatroz
NºALUNOS 612 591 878
12ª CRE GUAÍBA MUNICÍPIO Charqueadas Charqueadas Guaíba Guaíba Tapes Camaquâ Camaquâ São Jerônimo
9ª CRE – CRUZ ALTA MUNICÍPIO ESCOLAS Cruz Alta EEEF Amado Lacroix Cruz Alta EEEM Profª Maria Bandarra Westphalen Cruz Alta E.E.E.F Arthur Brum
ESCOLAS IEE Assis Chateaubriand EEEF Dr. Ramiro Fortes Barcello CE Augusto Meyer EEEM Profª Aglae Kehl IEE Cel. Patrício Vieira Rodrigues EEEF Vereador José Adão de Assis barbosa CE Sete de Setembro EEEF Thomas Alva Edson
ESCOLAS MUNICIPAIS Minas do Leão EM Ricardo Porto Charqueadas EMF Otávio Lázaro Charqueadas Escola MunicipalSão Miguel Barra do Ribeiro EMEF João Evangelista Pinós Encruzilhada do Sul EMEF Anjo da Guarda Arroio dos Ratos Escola MunicipalOsvaldo Cruz 13ª CRE – BAGÉ MUNICÍPIO Dom Pedrito Caçapava do Sul Caçapava do Sul Bagé Dom Pedrito
ESCOLAS E.E.E.M. Nossa Senhora do Patrocínio E.E.E.F. Profª Eliana Bassi de Melo E.E.E.F. Profª Januária Leal E.E.E.F. Profª Julinha Taborda E.E.E.F. Risoleta Quadros
14ª CRE – SANTO ÂNGELO MUNICÍPIO ESCOLAS Santo Ângelo E.E.E.F. UlyssesRodrigues Cerro Largo E.E.E.B. Eugênio Frantz São Pedro C.E. Profª Pedro José Scher do Butiá Santo Ângelo E.E.E.F. Dr. Sparta de Sousa
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15ª CRE – ERECHIM MUNICÍPIO ESCOLAS Entre Rios do Sul E.E.E.B. Barragem do Rio P. Fundo Erechim E.E.E.M. Dr. João Caruso Marcelino Ramos I.E.E. Marcelino Ramos Getúlio Vargas E.E.E.F. PadreManoel da Nóbrega
NºALUNOS 439 791 666 479
NºPROF 32 50 53 28
HABITANTES 3.146 98.288 5.499 16.158
HABITANTES 134.928 134.928 87.877 134.928
16ª CRE – BENTO GONÇALVES MUNICÍPIO ESCOLAS Bento Gonçalves E.E.E.M. Imaculada Conceição Veranópolis Colégio estadual São Luiz Gonzaga Nova Prata EE. Reinaldo Cherubine Nova Prata COL. EST. Tiradentes Nova Prata COL. Nossa Senhora Aparecida Nova Prata EMEF. Ângela Pellegrinni Paludo Nova Prata ESC. MUN. Padre Josué Bardin Bento Gonçalves E.E.E.F. Nossa da Senhora Salette
NºALUNOS 1.130 1.520 – – – – – 230
NºPROF 60 84 – – – – – 15
HABITANTES 102.452 20.000 20.391 20.391 20.391 20.391 20.391 102.452
NºPROF 31 21 42
HABITANTES 34.299 37.875 39.941
17ª CRE – SANTA ROSA MUNICÍPIO ESCOLAS Santa Rosa E.E.E.B. Profº. Joaquim José Felizardo Três de Maio E.E.E.F. Profª Gloria Veronese Giruá E.E.E.F. Telmo Motta
NºALUNOS 780 438 210
NºPROF 48 41 21
HABITANTES 69.232 24.227 18.003
NºALUNOS 1639 132 1107 1088 1579 614 1088 274
NºPROF 82 12 35 46 63 32 67 14
habitantes 33.222 33.222 104.055 104.055 17.704 63.735 63.735 20.062
19ª CRE – SANTANA DO LIVRAMENTO MUNICÍPIO ESCOLAS Quarai I.E.E. Dr. Luiz Pacheco Prates S. do Livramento E.E.E.M. Júlio de Castilhos S. do Livramento E.E.E.M. Dr. Silvio Ribeiro – CAIC Rosário do Sul E.E.E.B. Deputado Ruy Ramos São Gabriel EEEF Pery da Cunha Gonçalves
NºALUNOS 850 603 1300 1000 680
NºPROF 49 38 60 56 30
HABITANTES 25.204 97.288 97.288 41.430 62.168
– – – 260 500 –
– – – 20 60 –
7.627 – – – 25.132 17.282
20ª CRE – PALMEIRA DAS MISSÕES MUNICÍPIO ESCOLAS NºALUNOS Pinhal E.E.E.F. Ângelo Beltramin 535 F. Westphalen E.E.E.F. Conselheiro Edgar Marques de Mattos 441 P. das Missões E.E.E.F. Pres. João Goulart – CIEP 459
NºPROF 37 34 46
habitantes 2.355k 27.902 35.972
21ª CRE – TRÊS PASSOS MUNICÍPIO ESCOLAS Três Passos E.E.E.M. Águia de Haia Campo Novo E.E.E.M. São Francisco de Sales Santo Augusto E.E.E.M. Senador Alberto Pasqualini CIEP
NºALUNOS 1170 850 734
NºPROF 63 43 48
habitantes 23.387 6.410 13.934
NºALUNOS 1264 508 945 628 135
NºPROF 74 37 69 32 18
HABITANTES 41.886 34.659 34.659 121.299 41.886
23ª CRE – VACARIA MUNICÍPIO ESCOLAS Bom Jesus C.E.Frei Getúlio
NºALUNOS 957
NºPROF 51
Habitantes 11.216
NºALUNOS 451 902 383
NºPROF 47 68 28
HABITANTES 79.603 12.281 2.868
24ª CRE – CACHOEIRA DO SUL MUNICÍPIO ESCOLAS NºALUNOS Cachoeira do Sul E.E.E.M. Dr. Liberato Salzano Vieira da Cunha 1044 Paraíso do Sul E.E.E.M. Presidente Afonso Pena 520 Agudo E.E.E.F. Luiz Germano Poetter 450
NºPROF 58 40 24
Habitantes 89.395 7.617 17.917
327
29
79.603
25ª CRE – SOLEDADE MUNICÍPIO ESCOLAS Soledade E.E.E.F. Cel. Pedro Carneiro Lagoão E.E.E.M. Tomás Garcia da Costa
NºPROF 18 30
habitantes 30.723 6.136
Programa de Educação Ambiental Compartilhado
A Educação Ambiental Inovando a Gestão
NºALUNOS 64 540.
123
Mormaço Lagoa dos Três Cantos Barros Cassal
E.E.E.M. Joaquim Gonçalves Ledo E.E.E.M. Joaquim José da Silva Xavier
261 235
31 28
2.449 1.536
E.E.E.F. Orvalino Saldanha
211
22
10.745
27ª CRE – CANOAS MUNICIPIO ESCOLAS Canoas EEEM Bento Gonçalves Sapucaia do Sul CE Guianuba Canoas EEEF Planalto Canoense
NºALUNOS 2800 1600 668
NºPROF 80 60 33
Habitantes 329.174 133.944 329.174
ESCOLAS MUNICIPAIS Sapucaia do Sul EMEF. Otaviano Silveira Sapucaia do Sul EMEF. Primo Vacchi Sapucaia do Sul EMEF. Hugo Gerdau
– – –
– – –
133.944 133.944 133.944
28ª CRE – GRAVATAÍ MUNICÍPIO ESCOLAS Alvorada CE Érrico Veríssimo Alvorada EEEF Maurício Sirotski Sobrinho Alvorada EEEM Vale Verde Cachoeirinha EEEB Luiz de Camões Cachoeirinha EEEM Nossa Senhora de Fátima Gravataí EEEM Dr. Luiz Bastos de Prado Viamão EEEF Minuano Cachoeirinha EEEB Luiz de Camões Viamão EEEM Ayrton Senna
NºALUNOS 3100 1270 1700 940 1380 1120 808 990 1172
NºPROF 80 46 44 65 50 41 42 61 52
habitantes 210.233 210.233 210.233 119.699 119.699 264.953 256.709 119.699 259.709
32ª CRE – SÃO LUIZ GONZAGA MUNICÍPIO ESCOLAS São Luiz Gonzaga E.E.E.M. São Luiz
NºALUNOS 919
NºPROF 56
Habitantes 35.454
35ª CRE – SÃO BORJA MUNICÍPIO ESCOLAS Santiago E.E.E.B. Monsenhor Assis Santiago I.E.E. Professor Isaías São Borja E.E.E.F. Viriato Vargas
NºALUNOS 1280 1532 444
NºPROF 67 87 33
habitantes 51.692 51.692 67.344
36ª CRE – IJUÍ MUNICÍPIO Catuípe Ijuí Ijuí
NºALUNOS 620 540 350
NºPROF 60 46 30
habitantes 9.743 78.990 78.990
NºALUNOS 344 253 298
NºPROF 23 22 19
Habitantes 19.518 61.315 2.383
890
44
61.315
ESCOLAS C.E.Catuípe E.E.E.F. Luiz Fogliatto E.E.E.F. Chico Mendes
39ª CRE – CARAZINHO MUNICÍPIO ESCOLAS Sarandi E.E.E.F. Albina Capoani Pazini – CIEP Carazinho E.E.E.F. EduardoGraeff Almirante E.E.E.M. Almirante Tamandare Tamandaré do Sul Carazinho E.E.E.M. Marquês das Caravelas
NÚMERO DE PESSOAS ATINGIDAS INDIRETAMENTE NO PEAC:
CERCA DE 6,5 MILHÕES 124
Programa de Educação Ambiental Compartilhado
Novas perspectivas do PEAC: uma questão de oportunidades Túlio Antônio de Amorim Carvalho Assessor Técnico da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e coordenador do PEAC
Na abertura do evento O Rio Grande que Queremos, onde as mais importantes federações do Estado oportunizaram espaço para discutir perspectivas de desenvolvimento, o Padre Aloísio Bohnen, ex-reitor da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, disse, certamente com mais brilhantismo do que sou capaz de transcrever, que "somos indivíduos históricos, onde o que somos hoje é fruto de nossas ações no passado, e o que seremos no futuro é fruto de nossas perspectivas". Destaco essa manifestação para tentar justificar nossas perspectivas de futuro para o PEAC. Somos o que produzimos nestes dezoito meses de compartilhamento de ações, e isso nos habilita a ter perspectivas de um grande futuro, congregando todos os parceiros em torno de um ideal comum, a busca da qualidade de vida e do bem-estar socioambiental. O Programa de Educação Ambiental Compartilhado foi eficiente nas suas ações devido à sua simplicidade de concepção. A proposta era, basicamente, semelhante à conhecidíssima imagem dos elos de uma corrente, ou seja, "vamos disponibilizar os nossos recursos materiais, humanos e financeiros passíveis de compartilhamento e dirigi-los a um mesmo objetivo, dentro das competências de cada parceiro, desencadeando, assim, uma ação coordenada e conjunta, que fortaleça as partes e potencialize os resultados". Esse procedimento trouxe uma série de oportunidades que por si só já consagrariam o Programa. O PEAC teve o importante papel de sensibilizar e mobilizar comunidades quanto a questões de meio ambiente e saúde, desenvolvendo atividades de percepção dos problemas de bem-estar social. Isso foi feito através de ferramentas simples de diagnóstico e identificação das competências, em algumas comunidades, e, em outras, foi a alavanca dinamizadora dos projetos implantados ou em implantação. A experiência obtida nos primeiros dezoito meses de trabalho nos leva a ousar na apresentação de perspectivas ou oportunidades para o quadriênio 20072010, ou seja, para o período da gestão da governadora eleita, deputada Yeda Crusius, por entendermos que o PEAC deixou de ser um simples Programa de Governo, chegando a ser, hoje (e aí está nossa grande ousadia), um Programa de
A Educação Ambiental Inovando a Gestão
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Estado. Já não é possível retroceder aos moldes de outras experiências, embasadas em velhos e superados paradigmas. Dentro dessas perspectivas é que embalamos nossos sonhos, os quais, pelo fato de serem compartilhados por todos os parceiros pioneiros, bem como pelos novos que se apresentam para compor o grupo, deixam de ser apenas um sonho e passam a ser uma realidade. O Plano de Trabalho, proposto para os próximos quatro anos, começou com uma reunião na Fiergs, chamada pelo Secretário do Meio Ambiente, Claudio Dilda, e pelo Coordenador do Conselho de Meio Ambiente da Fiergs, Torvaldo Marzolla Filho. Essa reunião, planejada pelos grandes apoiadores do PEAC, Marilene Conte e Carlos Júlio Lautert, contou com a presença de potenciais novos parceiros, tais como a General Motors (que já havia mostrado interesse na parceria, antecipando ações concretas, como a doação ao PEAC do Celta nº 600 mil, produzido em Gravataí, bem como o patrocínio ao I Congresso de Estadual de Agentes Prevencionistas), a Companhia Petroquímica do Sul – Copesul (que possui uma forte inserção em ações de Educação Ambiental nos municípios lindeiros ao seu parque industrial), a Tramontina (empresa gaúcha com tradição em gestão ambiental nos seus empreendimentos e junto à comunidade local), a Votorantim (parceira no Projeto Natureza Protegida é Show de Vida e também na implantação da Unidade de Conservação do Mato Grande, no município de Arroio Grande), a Rio Grande Energia – RGE (antiga parceira da Sema em projetos de reposição florestal e de Educação Ambiental), a Companhia Estadual de Energia Elétrica – CEEE (estatal com grande história de ações em meio ambiente) e a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul – Fecoagro (parceira da Sema e da Fepam na construção de um novo modelo de gestão ambiental para o setor de produção rural). Posteriormente, o secretário Claudio Dilda, em encontro com representante do Banco Real, apresentou nossa proposta, sendo que essa empresa, que tem grande destaque nacional por suas políticas de proteção à natureza, manifestou interesse em conhecer e, eventualmente, participar dessa parceria. Além disso, durante o I Congresso Estadual de Agentes Prevencionistas, a Coordenadora do Escritório Antena da Unesco no Rio Grande do Sul, Alessandra Schneider, manifestou publicamente a disposição da Unesco de, em 2007, ingressar como instituição parceira no PEAC. Em reunião de avaliação de resultados, realizada pela coordenação do PEAC com o coordenador do Conselho de Meio Ambiente da Fiergs, Torvaldo Marzolla Filho, e com o Presidente da Famurs, Glademir Aroldi, houve a manifestação, por parte destas federações, da sua disposição de intensificar seu envolvimento e apoio institucional ao PEAC. O presidente da Famurs declarou que, em 2007, a entidade buscará mecanismos para municipalizar algumas das operações do
126
Programa de Educação Ambiental Compartilhado
PEAC, trazendo para o âmbito do Programa as Secretarias e Conselhos Municipais de Meio Ambiente, Saúde e Educação, além das próprias escolas municipais. Todas estas sinalizações de adesão ao PEAC, de importantes empresas e instituições de projeção nacional e internacional, reforçam nosso compromisso em viabilizar a continuidade e o fortalecimento do Programa, e evidenciam que tais esforços tendem a obter sucesso. Assim, embasados pelo que foi exposto, estabelecemos o seguinte Plano de Trabalho para o quadriênio 2007-2010: 1. Elaboração, assinatura e implementação de novo convênio para o ano de 2007: dezembro de 2006 2. Implantação do novo Grupo de Trabalho de Coordenação: janeiro de 2007 3. Detalhamento das propostas do Plano de Trabalho: janeiro/fevereiro de 2007 4. Implementação das ações do novo convênio: março de 2007 5. Avaliação e planejamento para 2008: dezembro de 2007. Ações planejadas: 1. Elaboração de material de apoio técnico e pedagógico (manuais, vídeos, folheteria, etc.) 2. Programas em vídeo para difusão na programação da Fundação TV Piratini/TVE (convênio entre Sema e TVE: programas de dois minutos, veiculados três vezes por semana, de segunda a domingo) 3. Programa de rádio (rede de rádios do sistema WEB) 4. Matérias para jornais (convênio Sema/Adjori) 5. Cursos de Especialização em Educação Ambiental (convênio em negociação com a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul – UERGS) 6. Encontros Regionais 7. II Congresso Estadual de Agentes Prevencionistas 8. Avaliação, realimentação e planejamento para 2008. O Plano de Trabalho para os demais períodos tende a se repetir, e as ações serão planejadas conforme as conjunturas estabelecidas. Essas readequações, prováveis e até desejáveis, ligam-se ao próprio perfil do PEAC, que é um programa que visa, antes de tudo, criar oportunidades de construção e implementação de projetos adaptados às realidades locais. Assim, a possibilidade de incrementar e ampliar os projetos que são conduzidos pelos agentes prevencionistas e de incorporar as experiências de novos parceiros sempre será uma variável importante na definição de qualquer plano ou estratégia para o Programa de Educação Ambiental Compartilhado.
A Educação Ambiental Inovando a Gestão
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Este livro fou elaborado com fonte Aldine401 BT, corpo 11, nos texto e AGaramnd Bold, corpo 22, nos títulos. Impresso em papel Reciclato Suzano 90g no miolo e 240g na capa.
Porto Alegre, dezembro de 2006.
PRODUÇÃO GRÁFICA
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