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O regresso à normalidade (!?)

O último ano e meio fica, indiscutivelmente, marcado pela pandemia e pelas alterações por ela provocada a nível económico e social, afetando sobremaneira todas as atividades, algumas pela positiva (poucas) mas, a grande maioria, pela negativa. Muitos foram os projetos cancelados ou adiados, muitos foram obrigados a encerrar temporariamente os seus negócios, a dinamizá-los à distância ou a alterar processos organizacionais e produtivos para manter a atividade, numa situação nunca antes vista ou experienciada.

O processo de vacinação em curso a nível mundial e um melhor conhecimento sobre a doença, a sua prevenção e tratamento, permitiram que, progressivamente, se fosse perspetivando uma retoma económica e social, apesar de ainda nos encontrarmos distantes do que poderemos chamar uma situação “normal” ou pré- -pandémica. Há ainda um caminho a percorrer…

No caso da indústria de moldes, esta retoma continua a ser bastante lenta, situação que tem provocado enormes desafios e constrangimentos às empresas por via de uma quebra significativa de encomendas, pela redução de preços e agravamento de condições e prazos de pagamento, a que se adiciona, mais recentemente, um aumento de custos de produção devido às matérias-primas ou energia. Mercado, financiamento e capitalização das empresas são, atualmente, os elementos prioritários para a competitividade do sector.

Torna-se, neste contexto, fundamental voltar à normalidade, à capacidade de contactar e interagir diretamente com clientes e, principalmente, potenciais clientes, que permitam alargar mercados, diversificar atividades, limitar dependências, em busca de novos negócios e áreas de intervenção.

Costumamos dizer que esta é uma “indústria de confiança” e que esta se transmite “cara-a-cara”, na capacidade de gerar empatias, de demonstrar experiência e conhecimento, de desafiar para soluções inovadoras, de garantir resultados. Apesar dos meios e ferramentas digitais poderem apoiar esta intervenção e reforçar claramente a visibilidade, notoriedade e comunicação das empresas, o contacto pessoal ainda é inigualável.

As regras sanitárias e as limitações logísticas em vigor impossibilitaram, durante muito tempo, que esta interação fosse possível. As restrições de viagem, de receber ou ser recebido em casa de clientes foram elementos impeditivos para se manter uma atividade “normal” e tão necessária neste momento em que o mercado contraiu.

Palco incontornável para esta interação têm sido as feiras industriais, ponto de encontro para relações já existentes, local de apresentação de capacidades e competências junto de novos alvos comerciais, mas também uma referência para quem quer conhecer e contactar com novas tecnologias, equipamentos e soluções que podem contribuir para reforçar a competitividade das empresas.

Poder voltar a participar e visitar estes eventos, a sua abertura após um período de, praticamente, dois anos, são sinais que inspiram confiança e que a retoma (apesar de lenta) começa a ser uma realidade. A recente participação coletiva de empresas promovida pela CEFAMOL na Equiplast (Espanha) ou Fakuma (Alemanha), apesar de ainda distante de edições anteriores, revela sinais que nos levam a acreditar que o futuro irá permitir relançar o sector. Esta é também uma realidade a nível nacional, em que a Moldplás voltará a ser um “ponto de encontro” da nossa comunidade industrial para apresentação de novidades.

O regresso da atividade presencial, ao nível da formação, dos eventos, das visitas e reuniões ainda que, em muitos casos, apoiados por recursos telemáticos, demonstram também que estamos a inverter uma tendência e que, progressivamente, vai sendo possível um “regresso à normalidade”.

Conjuguemos então forças para que tal se torne uma efetiva realidade e nos conduza à reconquista do mercado, alavancando novos negócios, que permitam ultrapassar todos os contratempos e restrições que vivemos neste período.

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Texto: Manuel Oliveira | Secretário-geral da CEFAMOL

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