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HÁ 50 ANOS ATRÁS
from Há 50 anos atrás
Entrevistas feitas pelos alunos do 6.ºA para entender a vida dos seus familiares e conhecidos durante o Estado Novo
ABRIL DE 2023
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O presente trabalho foi desenvolvido pelos alunos do 6.ºA do ano letivo 2022-23 da escola Básica e Secundária de Paredes de Coura no âmbito da disciplina de História e Geografia de Portugal em parceria com a Biblioteca Escolar. Os textos são da autoria dos alunos e as imagens fornecidas são para uso exclusivo do presente trabalho.
Há50ANOSATRÁS©2023byalunosdo6.ºAestálicenciadosobCCBY-NC-ND4.0.Paraver umacópiadestalicença,visitehttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/
Há 50 ANOS ATRÁS ©2023poralunosdo6.ºAestálicenciadosobCCBY-NC-ND4.0
Entrevista a:

Cidália Rodrigues (por Ana Rita Sousa)





Relato da Beatriz sobre a vida do avô (por Beatriz Martins)
Emigração a salto do meu avô
O meu avô, o Sr. José António Martins, emigrou com os seus amigos/companheiros. Foi para a França para tentar ganhar mais dinheiro para a sua família, a minha avó e os meu tios e tias os seus filhos.
O meu avô demorou cerca de 15 dias para ir a pé para França, o seu caminho foi pelo mato e pelos rios, ele não pode levar nada, nem roupa, nem sapatos…
No meio do seu caminho acabou por escorregar em lama e partiu uma perna, o que lhe complicou a viagem não só a ele, mas também aos seus companheiros, mas eles seguiram em frente sem parar.
Foi uma longa jornada para ele com a perna partida, mas ele e seus amigos acabaram por conseguir ir para França.
Entrevista a:
Vítor Bernardo das Dores (por César Carvalho)
Nome: Vitor Bernardo das Dores
Idade: 76
1 - Onde vivia quando era criança?
Em Resende, Paredes de Coura.
2 – Com quem vivia?
Com a minha avó e o meu tio.
3 – Em que escola andou e até que ano estudou?
Andei na escola primária de Rezende até à quarta classe.
4 – Como era estudar nessa época?
Era muito rigoroso.
5 – Havia muitos castigos?
Eu nunca fui castigado.
6 – Qual eram as brincadeiras que faziam?
Jogava à bola, ao pião, à malha e ao vintém.
7 – Como ocupava os tempos livres?
Trabalhava para ajudar a família.
8 – Como eram as condições de vida da sua família?
Trabalhávamos muito na agricultura para conseguir comer.
9 – Trabalhava para ajudar a família?
Sim, nos tempos livres trabalhava numa padaria para ajudar a família.
10 – Como era a sua casa?
Era uma casa antiga com sala cozinha e um quarto e uma retrete do lado de fora
11 – Era fácil comprar alimentos?
Não, havia pouco dinheiro.
12 – O que comiam?
Batata, feijão e hortaliças.
13 – Onde passou a sua juventude?
A trabalhar em Paredes de Coura.
14 – Em que trabalhava?
Numa padaria.
15- Quais eram os seus passatempos?
Ia para as festas aos fins de semana, quando havia.
16 – Como era o vestuário?
Pobre, tínhamos um par de calças, camisa e casaco para os domingos e durante a semana andávamos com roupa velha e remendada.
17 – Namorava? Como era namorar nessa altura?
Eu não namorava, mas nessa altura namorar tinha de ser com muito respeito.
18 – As raparigas e os rapazes tinham os mesmos direitos?
Não, as raparigas não tinham liberdade como os rapazes.
19 – Que coisas as pessoas não podiam fazer durante a ditadura?
Não podíamos falar mal do governo, nem dar opiniões.
20 – Nessa época tinha consciência que as pessoas nos outros países eram mais livres?
Sim.
21 – Alguma história dessa época que o marcou e queira partilhar?
Houve uma noite em que estávamos a jogar às cartas numa casa abandonada, porque era proibido jogar, e fomos apanhados pela polícia, eu consegui fugir pela janela.
Guerra no Ultramar
22 – Que idade e quando foi para as colónias?
Tinha 22 anos e fui em 27 de janeiro de 1968, voltamos a Paredes de Coura no dia 27 de abril de 1970.
23 – Para que colónia foi?
Fui para Angola.
Como foi para a guerra? Quanto tempo durou a viagem?
Fui no barco Uigi de Lisboa a Angola e a viagem durou 14 dias.
24 – Quanto tempo esteve lá?
Fui em 1968 e voltei em 1970, estive lá 2 anos.
25 – O que fazia?
Era padeiro e eletricista.
26 – Sentiu-se em perigo?
Não porque nunca saí do quartel.
27 – Teve medo?
Não.
28 – Viu gente a morrer?
Não.
29 – Como era a vossa relação com os habitantes locais?
Não havia relação porque estávamos muito longe dos habitantes.
30 – Era contra a guerra?
Não, era a favor da guerra, as colónias eram nossas.
31 – O que pensava de Salazar?
O Salazar era um homem que não merecia confiança.
Entrevista a:
Maria Isabel Amorim Gonçalves (por Filipa Caselhos)
Como era a escola?
Da primeira à quarta classe os alunos estudavam todos juntos e só tinham uma professora. “Os meninos de um lado e as meninas do outro."
"Os professores batiam muito, com uma cana da Índia e com uma régua de pau nas mãos" os professores diziam: "Vais levar 20 ou 30 bolos" conforme o número de erros.
Como era o namoro da época?
No tempo dela os pais não deixavam namorar como agora, "tínhamos de estar sempre à porta de casa". Os irmãos mais novos mandados pelos pais, tinham de estar à volta do casal para não se beijarem…
"Tínhamos de mandar os namorados embora com duas varinhas de sol," ou seja, ainda com o sol alto.
"Namorar era desviado 1 ou 2 metros um do outro, beijar era só às escondidas e olhe lá"
Como era a sua vida?
Não se podia comentar nada sobre o governo, nem de Salazar, não se falava de política e por isso Maria Isabel não sabia nada de liberdade.
"Com 9/10 anos já me metiam uma inchada nas mãos."
"Não havia luz nem água dentro das casas"
Entrevista a:
Amândio Fernandes da Cunha (por Francisco Araújo)
P: Em que ano teve início a Guerra Colonial?
R: A guerra Colonial teve início em Angola no ano de 1961.

P: Em que ano foi para a Guerra?
R: Foi a 15 de novembro de 1969, deixando a família em Portugal.
P: Para onde foi combater e de que forma foi transportado?
R: Fui combater para a Guiné, sendo transportado num paquete (barco) de nome "Uige".

P: Foi só ou com alguém?
R: Fui com o Batalhão 2893.
P: Onde é que costumavam combater?
R: Na Guiné, normalmente, o combate era na bolenha "pântano" e nos aquartelamentos.
P: Viu pessoas a morrer?
R: Vi pessoas a morrer. Sempre que algum elemento morria tinham o ritual de dar uma gargalhada e diziam "este já lerpou".
P: O que comiam?
R: Normalmente comíamos rancho (arroz, carne e batatas), e quando íamos para o mato, comíamos ração de combate (enlatados).
P: Como se comunicavam entre eles?
R: A comunicação era via radio entre os combatentes.
P: Como se comunicavam com os familiares?
R: Por aerogramas que custavam 2 tostões.
P: Quem era o governador da guine e comandante chefe das forças armadas?

R: Era o General António de Spínola.

P: Quais os movimentos de Independência?
R: M.P.L.A, gerido por Agostinho Neto; P.A.I.G.C. (partido africano para independência da Guiné de Cabo Verde), gerido por Amílcar Cabral; U.P.A. (União dos povos de Angola), liderado por Holden Robert; U.N.I.T.A (União para a Independência Total de Angola), dirigida por Jonas Savimbi e F.R.E.L.I.M.O. (frente de libertação de Moçambique), liderada por Eduardo Mondlane.
Imagens cedidas por Amândio Cunha
Unimog, apelidado por eles de "Salta Pocinhas"

Secção do Pelotão de Sapadores de Minas e Armadilhas. “Um Sapador só se enganava 2 vezes, a primeira e a última".

Soldados a fazer a “Psicola” ( levar medicação), com dois guias africanos.
Fotos de Amândio Cunha durante o tempo de serviço militar no Gabu e Bafatá.




Foi lá que tirou a carta de condução.

Entrevista a:
Manuel Brandão Pinto (por Gonçalo Pinto)
Nesta entrevista pretendo dar a conhecer alguém que viveu as dificuldades desta época. Manuel Brandão Pinto (o tio Nelo da Calçada, assim é chamado por todos), nasceu a 05/05/1941, no lugar do Outeiro, em Cunha, onde viva com os pais e os irmãos. Hoje, pai de cinco filhos, reside no lugar da Calçada, com a sua esposa.
Uma vida preenchida entre Portugal, Angola e França. Tendo sempre como sua arte a carpintaria.
1. Onde frequentou a escola? Estudou até que ano?
Frequentei a escola de Cunha, até a 2ª classe.
2. Como era estudar naquela época?
Não era obrigatório. O importante era aprender a ler e escrever.
3. Havia muitos castigos?
Sim! A professora era muito rigorosa – utilizava uma cana para nos ameaçar e castigar.
4. Quais eram as brincadeiras que faziam?
Brincávamos as escondidas, ao pião, fazíamos os nossos próprios brinquedos com materiais de casa.
5. Como ocupavam os tempos livres?
Normalmente, não havia tempos livres. Tínhamos sempre que fazer na lavoura.
6. Como eram as condições de vida da sua família?
Razoáveis. Trabalhávamos muito, mas não nos faltava nada.
7. Trabalhava para ajudar a família?
Sim.
8. Como era a sua casa?
Era grande, de pedra como a maioria.
9. Era fácil comprar alimentos?
Para quem tinha algumas condições, sim. Mas a maioria dos alimentos eram extraídos do campo.
10. O que comiam?
11. Sopa, batatas com couves e bacalhau, Arroz...
Juventude
12. Onde passou a sua juventude?
Em Cunha. Até ir para fora.
13. Em que trabalhava?
Era carpinteiro.
14. Quais eram os passatempos?
Ir até ao café um pouquinho, namorar...
15. Namorava? Como era namorar naquela altura?
Era diferente de agora. muito mais controlados. Tinha sempre família por perto.
16. As raparigas e os rapazes tinham os mesmos direito?
Não. As mulheres não tinham direito a voto, não podiam vestir qualquer roupa e por aí a fora.
17. Que coisas as pessoas não podiam fazer durante a ditadura?
Não podiam falar mal do governo. A PIDE castigava severamente quem o fizesse.
18. Naquela época tinha consciência de que as pessoas nos outros países eram mais livres?
Não sei.
19. Há alguma história daquela época que a marcou e queira partilhar?

Já não me lembro.
20. Que idade tinha quando foi para as colónias?
19 anos.
21. Para que colónia foi?
Eu fui para a Angola.
22. Quanto tempo esteve lá?
Estive lá 3 anos sem vir cá. O furriel não permitiu.
23. O que fazia?
Carpinteiro da companhia.
24. Sentiu-se em perigo?
Sim, uma noite houve um ataque em que senti o cheiro e o vento das balas.
25. Teve medo?
Sim, bastante.
26. Viu gente morrer?
Vi um colega a ser baleado, mas não morreu.
27. Como era a vossa relação com os habitantes locais?
Era boa. Havia respeito mútuo.
28. Era contra a guerra?
Não.
29. O que pensava de Salazar?
Era ruim. Um ditador.
30. Emigrou durante a ditadura?
Sim. Em 1972.
31. Que idade tinha quando emigrou?
Com 31 anos.
32. Para onde emigrou?
Para a França.
33. O que o levou a emigrar?
Melhorar a condições da família.
34. Como é que foi para lá?
Fui de comboio.
35. Que diferenças encontrou nesse país em relação a Portugal?
Lá ganhava-se muito mais, havia mais liberdade de expressão.
36. Com que idade regressou?
Regressei com 34 anos.
Entrevista a:
Maria Alvares Pereira (por Gustavo Dantas)
Maria Alvares Pereira, 86 anos (24-03-1937), viúva, reformada da agricultura e residente em Rubiães - Paredes de Coura.
Onde vivia durante o Estado Novo?
Nessa altura vivia, na mesma casa que vivo hoje, no lugar da costa em Rubiães. Com quem vivia?
Eu vivia com os meus avôs maternos e padrinhos. Como éramos 4 irmãos, e os meus pais trabalhavam num moinho, eu era muito irrequieta e eles tinham medo que me acontecesse alguma coisa e então fui viver para casa dos meus avós.
Onde frequentou a escola? Estudou até que ano?
A escola que frequentei era ao lado da minha casa aqui em Rubiães, e está agora transformada em albergue. Andei na escola até ao 3º ano.
Como era estudar naquela época?
Naquela altura a escola não era uma prioridade, mas os meus padrinhos fizeram tudo para que eu fosse à escola. Só os filhos das famílias mais ricas é que estudavam, os filhos dos agricultores apenas faziam o que era obrigatório. Naquela altura as mulheres tinham de fazer a 3ª classe, e foi o que eu fiz.

Ao chegar à escola tínhamos de dizer: “Bom dia Senhora Professora, como está passou bem?” Depois tínhamos de rezar e cantar o hino nacional. Qualquer coisa era motivo para levar com a régua nas mãos. Os que não aprendiam bem levavam muitas reguadas. A professora dormia na escola e eu é que ia dormir com ela. Ela ensinou-me a fazer renda.
Havia muitos castigos?
Na escola os professores eram muito exigentes, não podíamos fazer barulho, falar com os outros colegas e tínhamos de fazer os trabalhos sempre. Quem se portasse mal e não cumprisse levava castigos:
- Por as mãos debaixo dos joelhos durante muito tempo;
- Levar com a cana na cabeça.
- Reguadas nas mãos;
- Colocar umas orelhas de burro durante as aulas. Quais eram as brincadeiras que faziam?
Naquela altura, jogava à apanhada, escondidas, ao peão, roda de arame e bola.
Como ocupavam os tempos livres?
Trabalhava no campo, ia com os animais a pastar, ia buscar lenha, íamos à missa, à catequese.
Como eram as condições de vida da sua família?
A minha família trabalhava na agricultura e tinha um moinho. Vivíamos com muito poucos rendimentos éramos muito trabalhadores, mas pobres.
Trabalhava para ajudar a família?
Sim, ajudava nos trabalhos do campo. Levava as vacas para o campo para pastarem, ajudava nas plantações e colheitas agrícolas.
Como era a sua casa?
Era uma casa humilde, era feita de pedra, tinha dois quartos, uma sala, uma cozinha. Não tinha casa de banho.
Vivíamos 6 pessoas na casa e havia camas na sala.
Era fácil comprar alimentos?
A maior parte dos alimentos era produzido em casa: Frangos, coelhos, batatas, couves, chouriços, carne de porco.
Depois vendíamos nas feiras: milho e cereais para ter dinheiros para comprar o que não mos produzia: açúcar, café, arroz e massa, nas mercearias da aldeia.
O que comiam?
Comíamos batatas, carne de porco, chouriços, ovos, leite, hortaliças.
Onde passou a sua juventude?
A Juventude foi passada em casa a trabalhar. Também ia às fiadas à noite, às festas da aldeia, ia às feiras a pé. Em setembro ia às Feiras Novas de Ponte de Lima a pé.
Em que trabalhava?
Trabalhava na agricultura e tecia linho e mantas de farrapos.
Quais eram os passatempos?
Ir a fiadas, festas e bailes.
Como era o vestuário?
As camisolas e meias eram feitas de lã, depois comprávamos tecidos nas feiras e fazíamos as saias as blusas.
Namorava? Como era namorar naquela altura?
Sim. Namorar era à porta de casa, ir acompanhada à fonte, às romarias e às feiras, mas sempre com alguém de confiança por perto.
As raparigas e os rapazes tinham os mesmos direito?
Não, os rapazes tinham mais direitos.
- Eles podiam sair à noite e as mulheres não.
- Num casamento que decidia era o homem.
- Podiam estudar mais do que as mulheres.
Que coisas as pessoas não podiam fazer durante a ditadura?
- Não se podia falar sobre política;
- Usar isqueiros sem ter uma licença;
Naquela época tinha consciência de que as pessoas nos outros países eram mais livres?
Sim, porque tinha familiares na França e eles eram mais livres.
Há alguma história daquela época que a marcou e queira partilhar?
Naquela altura lembro-me de ir vender ovos para Campos, mas tinha de ser de noite porque de dia era proibido.
Entrevista a:
António Gonçalves Pereira (por Gustavo Dantas)
António Gonçalves Pereira, 75 anos, casado, reformado, emigrante e antigo combatente, residente em Rubiães - Paredes de Coura.

Emigrante
Emigrou durante a ditadura?
Sim, emigrei durante a ditadura e fui a salto para a França. Depois regressei para cumprir serviço militar. Mais tarde voltei a emigrar novamente para França, mas legalmente.
Que idade tinha quando emigrou?
Tinha 17 anos.
Para onde emigrou?
Emigrei para a França.
O que o levou a emigrar?
Emigrei porque na altura em Portugal havia muita pobreza e falta de trabalho e fui procurar melhorar de vida.
Como é que foi para lá?
Fui a salto juntamente com três rapazes da minha freguesia. Os passadores eram pessoas que programavam a viagem e nos levavam.
Com o primeiro passador fomos ter com ele, a pé, a S. Martinho de Coura, depois lá jantamos uma massa com carne e este passador levou-nos até Âncora, de carro, e passamos de barco para o lado espanhol. Do outro lado, estava outro passador à nossa espera e levou-nos de carro até Vigo onde ficamos alojados até ficar noite e seguir viagem. Mas alguma coisa correu mal e só puderam seguir alguns do grupo e do grupo da minha freguesia só seguiu um. Os restantes esperámos pelo dia seguinte para sermos transportados até à fronteira dos Pirenéus.
Nos Pirenéus, tivemos de passar a pé. Foi uma noite de tempestade e trovoada e dormimos todos molhados em cima de fardos de palha, num estábulo junto com os animais. Depois pela manhã fomos de carro até um autocarro e de autocarro até à estação de comboios, onde seguimos para Paris, onde já tínhamos pessoas conhecidas à espera. Quando chegamos a Paris todos mal-amanhados de ter feito a viagem atribulada, a estação estava cheia de polícia que perceberam perfeitamente que éramos clandestinos, no entanto não fizeram nada porque o país precisava de mão de obra. Que diferenças encontrou nesse país em relação a Portugal?
A diferença maior foi a liberdade. Em Portugal não podíamos fazer nada que havia o medo das represálias.
Com que idade regressou?
Regressei com 21 anos, para cumprir serviço militar obrigatório.