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Chevrolet Chevette com um "twist"
Chevrolet Chevette com um“twist”
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O carro automático e à álcool ganhou um sistema de injeção para resolver as deficiências do original
Texto: Rafael Pires Fotos: Rafael Pires
Em 1973 a General Motor lançou o Chevette e fez história. É bem difícil encontrar alguém que nunca ouviu falar desse carro. Contudo, de acordo com o mecânico automotivo José Carlos Finardi, esse veículo tinha muito problemas com algumas versões.
“Quando a Chevrolet lançou esse carro no modelo automático à álcool, a condução era praticamente impossível. Pro carro funcionar e dar saída ele tinha que aquecer, caso contrário o motor apagava. A mesma deficiência existia na versão com câmbio manual, mas era só acelerar o carro para o manter em alta rotação, engatar a marcha e controlar na embreagem. Agora, no automático era um pouco mais complicado. Uma solução, não tão boa assim, era andar com o afogador puxado. Porém, com isso o Chevette gastava ainda mais combustível do que o normal e contaminava o óleo do cárter porque o carburador trabalhava afogado. Depois disso era um show de horrores. A durabilidade do motor era prejudicada, vapor de álcool ia para dentro do carburador e o carro afogava. Uma catástrofe”, desabafou Finardi.
Há 10 anos o dono de um Chevette procurou José Carlos e contou que esse seu carro estava parado. Dirigi-lo não lhe dava nenhum prazer. Por isso, o mecânico tomou como desafio colocar uma injeção eletrônica nesse carro à álcool e ao mesmo tempo preservar a aparência do carburado.
Então, Finardi arregaçou as mangas e instalou o sistema de injeção multiponto do Corsa. O módulo, a bobina e o corpo de borboleta também vieram desse mesmo carro. Essa última peça tem atuador de marcha lenta, sensor de posição de borboleta e sensor de temperatura de ar admitido.
Outros componentes importantes provenientes do Corsa são o sensor de rotação e a roda fônica solidária ao virabrequim. A função desse equipamento é determinar o ponto morto inicial. Sem isso, o motor não funciona.
O coletor original foi adaptado para receber quatro bicos injetores e a fixação da galeria de combustível. Além disso, esse Chevette recebeu uma direção hidráulica de um BMW e uma bomba de óleo elétrica de direção do Mercedes-Benz Classe A. Finardi contou: “Isso foi uma opção para eliminar o roubo de potência do motor que já roda com apenas alguns pôneis”.
Além do mais, o sistema de sonda Lambda deixa o carro dentro da faixa estequiométrica correta. Isso diminui as emissões de poluentes e o faz passar em qualquer ponto de inspeção veicular. Dessa forma, o consumo do Chevette também melhorou. Um original faz 6 km/l enquanto esse faz 9 km/l.
O serviço foi tão bem feito que o carro só voltou esse ano para uma revisão mais profunda. Finardi explicou: “Nessa revisão, feita na oficina Auto Style, nós instalamos um regulador de pressão com regulagem. A ideia era melhorar ainda mais a correção da faixa estequiométrica da injeção”.
“Esse carro tem uma dirigibilidade muito melhor do que o original. Ele é usado pelo dono diariamente, é um veículo extremamente confiável”, finalizou Finardi sobre o Chevette modificado.