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No dia 2 de Dezembro de 1951 foi inaugurada, com pompa e circunstância na Mina de São Domingos a nova igreja.
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A nova igreja nasce sobre as ruínas da antiga igreja existente no mesmo local, destruída quase na sua totalidade a 3 de Agosto de 1938, na sequência de um violento incêndio. O antigo templo, construído em 1881 por ordem da empresa mineira Mason & Barry, Lda, substituíra a igreja primordial existente no ponto mais elevado da Serra de São Domingos que teve de ser demolida aquando da abertura da corta, e da exploração mineira a céu aberto.
Do assolador incêndio de 1938 pouco sobrou para além da torre sineira, com o seu relógio e sino, fabricado em Londres, propositadamente para a primeira igreja com cobre extraído de São Domingos que foi reaproveitado sucessivamente nas igrejas que se sucederam até à actualidade, sendo assim um dos mais antigos artefactos históricos existentes na Mina de São Domingos.
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O dia 2 de Dezembro de 1951 foi dia de grande festa na Mina de São Domingos, para além da nova igreja foi também inaugurado o mercado e distribuídas condecorações aos funcionários mais antigos da Empresa. Ao amanhecer a Filarmónica local tocou a alvorada a que seguiram diversas provas desportivas, foram muito as entidades convidadas, destacando se de entre os mais: o Embaixador Britânico em Portugal; o Bispo de Beja; o Governador Cívil de Beja, Dr. Meneses Soares; O representante do Ministro das Corporações, Dr. Quirino Mealha; O Delegado do Instituto Nacional do Trabalho e Previdência (INTP), Dr. Teixeira Marques e o Presidente da Autarquia, António de Passos Lima.
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As altas individualidades foram recebidas, sob guarda de honra do núcleo local da Legião Portuguesa, no Palácio (residência oficial da administração da mina), pelo Cor. Cross Brown e pelo Eng. F.G. Palmer representantes da Mason & Barry Lda, seguindo depois em cortejo até à igreja acompanhados pelas crianças das escolas e respectivos professores.
Desfile dos alunos
A cerimónia de inauguração, bênção e consagração do novo templo foi presidida pelo Bispo de Beja, a que seguiu o sermão do Pároco local, Padre Manuel Vaz Leal e discursos dos convidados de honra, devido ao grande número de pessoas que se deslocaram ao local para assistirem as cerimónias e não cabendo todos no interior da nave da nova igreja, foram colocados diversos altifalantes nas imediações para que o povo pudesse acompanhar melhor todos os acontecimentos. Terminado o acto de inauguração, os convidados regressaram ao Palácio onde foi servido um lauto banquete, a que seguiu uma apresentação do Rancho Infantil da Mina que cantou modas típicas Alentejanas.
Construção da igreja nova
A igreja nova da Mina de São Domingos
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Na parte da tarde ocorreu uma procissão com o andor de Santa Bárbara, Padroeira dos Mineiros, que percorreu as ruas da Mina e que como era tradição passou (e parou) na entrada do túnel da contramina. O dia terminou com um grandioso fogo de artifício nas margens da Tapada Grande.
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Descrição: Transcrição do documento número cinco intitulado “Memórias” referente à Escritura de Empreitada da Igreja da Mina de São Domingos lavrada no livro de Notas para Escrituras Diversa número 81 C do Cartório Notarial de Beja (documentos apensos à referida escritura).
Ano: 1950
Transcrição: Olinda Mareco
Memória
Diz respeito à Restauração da Igreja Paroquial da Mina de São Domingos mandado organizar pela Exmª .Mason and Barry Ltda.
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Existia noutros tempos, nos terrenos de S. domingos, junto da parte urbana onde funciona a Administração da Mina, uma Igreja que um enorme incêndio destruiu em grande parte, ficando apenas as paredes e a torre sineira onde actualmente funciona apenas o relógio.
Constituía, por isso, velha aspiração da Exmª. Empresa mineira, reconstruir a velha igreja, ampliá la e conferir lhe traça arquitetónica, embora modesta, do estilo gótico alentejano, de que são exemplares a Igreja e S. Brás em Évora e a de Stº. André em Beja.
O projecto, conta portanto, de quatro alçados, três cortes e uma planta, dos quais fazem parte grande número de pormenores.
Descrição Sumária da Obra
A ampliação corresponde ao acrescentamento da nave actual, que passará a ter 20,00 m x 10,00m o que se pode verificar na comparação do projecto com a peça desenhada que equivale ao existente, o qual igualmente acompanha o projecto:
A capacidade será no máximo de 500 fiéis, dos quais 50 terão lugar sentados.
Quanto ao altar mor, tudo se projectou em termos de aproveitar, o que existe actualmente.
O piro deste altar, eleva se acima do da nave 3 degraus, como convém à visibilidade dos féis.
O arco actual, de volta plena, passa pela ogival mantendo a mesma altura no fecho.
Pelo que respeita ao baptistério, instalado em corpo anexo, ficará em nível inferior ao da nave, como exigência litúrgica, devidamente guarnecido de portão de ferro e janelas ogivais.
O côro assentará em 3 arcos que repousam em pilares e encontros de características ogivais, com vigamento de madeira, soalho e forros de madeira.
Também a porta principal, em arco ogival, será resguardada pelo interior com guarda vento de madeira dotado dois vãos laterais e um central com dois batentes.
A iluminação da nave far se á por meio de rosáceas, uma no frontão, e por tanto iluminado o côro, duas em cada lado e uma destinada a iluminar a escada do trono.
O adro será dotado de degraus de cantaria, pavimento de tijolo algarvio e enfrentado pelo indispensável cruzeiro também de cantaria.
A cobertura de todo o edifício será constituída por asnas em forma de “A” espaçadas de 0,50m eixo e eixo.
Na face superior desta estrutura pregar se á o ripado para assentar o telhado a realizar com telhas de tipo Campos.
Na face inferior pregar se á o forro de madeira que deverá ser guarnecido de pintura a óleo.
Os pavimentos serão de tijolo algarvio com fundação de formigão, e as paredes interiores e exteriores serão emboçadas, rebocadas e guarnecidas com caição a branco.
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À Torre, foram suprimidas as ameias e foi projectada uma cúpula a executar com abóbora de tijolo com argamassa hidráulica e guarnecimento interior e exterior de caição a branco, encimada com uma cruz de ferro.
Todos os degraus serão de cantaria e bem assim as pedras de ara, a pia baptismal, as pias de água benta e as cruzes.
As gárgulas para esgoto das águas pluviais do telhado, serão também de cantaria e concordam com o algeroz por meio de caleiras de grês forradas de zinco. Os algerozes serão de betão forrados de zinco.
As saídas das águas fazem se nos montantes ou torreões que envolvem a periferia de todo o edifício. Estes torreões encimados por coroamentos cónicos, serão realizados com panos curvos e de tijolo.
Pelo exterior, todo o edifício é circundado por roda pé alto, executado com argamassa de cimento para preservar as paredes das humidades, e como complemento, igualmente se empregou na periferia de todo o edifício uma faixa de calçada cimentada.
Serão de tijolo com argamassa hidráulica os arcos e a balustrada do côro.
Condicionamento
As alvenarias ordinárias deverão ser constituídas por pedra de boa qualidade e argamassa ordinária de boa cal extinta e areia limpa e isenta de terra e matéria orgânica:
As alvenarias de tijolo deverão ser constituídas por tijolo de 0,25 x 0,125 x 0,05 ou de 0,30 x 0,15 x 0,08, conforme a espessura das paredes ou panos, bem cozido, sonoro e não recozido com argamassa ordinária de cal e areia ou argamassa hidráulica de cimento e areia conforme se prevê no projecto (medições).
As cantarias serão as regionais ou de preferência as algarvias (Albufeira ou Bordeira).
O ladrilho a aplicar nos pavimentos será do conhecido com o nome de algarvio, sonoro, bem cozido, bem perfilado e de cor vermelho claro.
As madeiras serão de pinho nacional de 1ª escolha de esquina viva ou casquinha, tal qual indicam as medições.
As pinturas serão feitas com tinta a óleo de boa qualidade devendo as superfícies ser aparelhadas, betumadas e lixadas para receberem as 3 demãos previstas.
O frontão do baptistério e a cruz da torre deverão ser de ferro forjado com acabamento rústico integrado na época a que se remonta o estilo.
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