Análise financeira das empresas

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Aplicações: livro-texto para uso acadêmico em cursos de graduação e pós-graduação, em disciplinas como análise financeira, análise de balanço e administração financeira, oferecendo aos estudantes uma visão realista e profissional das empresas. Pode ser usado também por profissionais, como gestores e analistas financeiros. Material de apoio online para os professores que adotam a obra.

Análise financeira das empresas

José Pereira da Silva é contabilista, administrador e mestre em Administração Contábil-Financeira pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (EAESP–FGV). É professor nos cursos de graduação e pósgraduação na EAESP–FGV. Estrutura e coordena cursos profissionais e desenvolve modelos de classificação de risco de empresas. Consultor de negócios, finanças e risco de crédito para empresas no Brasil e no exterior. Executivo em grandes empresas e instituições financeiras, estruturou áreas de controladoria e de crédito. É autor também do livro Gestão e análise de risco de crédito (Cengage Learning, 9a ed., prelo).

José Pereira da Silva

Uma boa análise financeira de empresas deve ser utilizada como ferramenta para compreensão e avaliação de uma empresa quanto a três dimensões temporais: resultados alcançados, situação atual em termos de solidez e capacidade de geração de riqueza e expectativa em relação ao futuro. Dotado de robustez conceitual e focado na aplicação profissional, o livro apresenta um conjunto de ferramentas atualizadas para análise e gestão financeira. O texto segue as principais práticas contábeis (IFRS). O objetivo do livro é apresentar as demonstrações financeiras, cobrir a análise financeira convencional por meio de índices financeiros, indicadores-padrões e rating, mostrar como elaborar um relatório de análise financeira, além de trabalhar conceitos e técnicas avançadas, como ativo e capital operacional, EVA, gestão e análise do capital de giro, análise financeira dinâmica, fluxo de caixa, free cash flow, projeções financeiras e alavancagem operacional e financeira.

josé pereira da silva

Análise financeira das empresas

Análise financeira das empresas 1 3 a e d i ç ão r e v i sta e a m p l i a da

9 788522 125777

GESTÃO E ANÁLISE DE RISCO DE CRÉDITO 9 a edição (prelo) José Pereira da Silva ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA: TEORIA E PRÁTICA Tradução da 14 a edição norte-americana Eugene F. Brigham e Michael C. Ehrhardt CONTABILIDADE FINANCEIRA Tradução da 14 a edição norte-americana Roman L. Weil, Katherine Schipper e Jennifer Francis

MATERIAL DE APOIO ON-LINE

ISBN 13 978-85-221-2577-7 ISBN 10 85-221-2577-5

Para suas soluções de curso e aprendizado, visite www.cengage.com.br

Outras obras

José Pereira da Silva

Economia de empresas: Aplicações, estratégia e táticas Tradução da 13 a edição norte-americana James R. McGuigan, R. Charles Moyer e Frederick H. deB. Harris

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Prefácio

Prezado leitor, quero apresentar a décima terceira edição de Análise Financeira das Empresas, que harmoniza e consolida aplicação prática com robustez teórica. São dois universos

complementares que levam à excelência no conhecimento e no desempenho profissional. O livro visa atender às necessidades de estudantes e de profissionais que tenham interesse na análise e na administração financeira para tomada de decisão racional, para leitura e compreensão de informações contábeis e, especialmente, para avaliação do desempenho e da solidez de uma empresa, entre outros objetivos. Como parte do público-alvo do livro, destaco: a) Os estudantes que buscam uma formação sólida, fundamentada em experiência prática, rigor de pesquisa e conteúdo bem estruturado para facilitar o aprendizado, a partir do texto e dos exercícios apresentados em todos os capítulos. b) Os professores que têm a missão de orientar o processo de aprendizado adequando seu programa de ensino, para desenvolvimento do aluno em conhecimentos técnicos nas áreas de análise e administração financeira. c) Os profissionais de análise financeira que precisam avaliar fatores como o risco e o retorno das empresas, utilizando informações estruturadas segundo práticas internacionais. Devido seu conteúdo e sua abordagem, o livro prestará relevante contribuição na implantação de áreas técnicas de análise financeira. d) Os executivos de empresas, especialmente aqueles que atuam nas áreas de finanças e controladoria, que poderão utilizar as técnicas de análise financeira para avaliar as práticas e os resultados alcançados por sua empresa. Poderão ainda, utilizar as ferramentas de análise para a prática de benchmarking com as empresas que tem os melhores resultados e práticas de gestão. e) Os conselheiros que homologam as estratégias e as principais práticas de governança corporativa das empresas encontram na análise financeira um conjunto de instrumentos de avaliação de resultado, de gestão de capital giro e de controle da gestão que facilitarão sua atividade.

Mudanças nesta edição Esta décima terceira edição apresenta um conjunto de atualizações buscando a melhoria contínua do livro. O capítulo quatro contém um conjunto completo de demonstrações contábeis recentes e que exemplificam a linguagem e as novas práticas contábeis brasileiras e internacionais (IFRS, CPC). O capítulo oito, além da padronização das demonstrações contábeis, inclui uma apreciação sobre a validade da análise financeira de demonstrações contábeis consolidadas. O capítulo 19, sobre análise e gestão do capital de giro, sofreu profunda reestruturação, incluindo instrumentos e contas que compõem o chamado capital de giro opera-

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cional líquido. Os capítulos 20 e 21 sobre análise dinâmica foram reestruturados para melhor harmonização com o capítulo de capital de giro. Os demais capítulos passaram por uma ampla revisão, tornando-os mais interativos entre si. Foi incluída uma tabela com as siglas utilizadas nesta edição. Por outro lado, a estrutura de organização dos assuntos foi mantida para preservar sua sequência de conteúdo e de exercícios. Os capítulos estão estruturados com a distribuição dos índices financeiros por temas (retorno, rotação, estrutura, liquidez e mercado de capitais), visando facilitar o processo de aprendizado e a atuação do professor como orientador e facilitador do processo. A sequência dos capítulos segue uma lógica didática em sua estrutura, partindo de relevantes conceitos introdutórios e avançando gradualmente em temas mais complexos. O livro mantém uma linha pragmática, usando casos reais e práticos como exemplos e ao mesmo tempo conservando uma estrutura de teoria necessária para dar consistência aos conceitos utilizados. Conteúdo, base e estrutura do livro O conteúdo do livro segue as práticas e normas contábeis internacionais (IFRS), os pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e a legislação pertinente, ou seja, a Lei 6.404/76 e suas atualizações posteriores contidas nas Leis 11.638/07 e 11.941/08. Na parte relativa às formas de organização de empresas, segue a Lei 10.406/02 (Código Civil). A parte financeira está de acordo com os conceitos e práticas dos mercados financeiros desenvolvidos, abordando temas atualizados e técnicas financeiras convencionais. O livro é composto de 25 capítulos e sua estrutura está organizada em seis partes, conforme segue: Parte I – Ambiente da Análise Financeira: compreende os Capítulos 1 e 2, que tratam da amplitude da análise financeira e da estrutura de informações da empresa. Esses capítulos incluem o conceito de análise financeira e sua relação com áreas correlatas, a atividade do analista e seu instrumento de trabalho, os usuários da análise financeira e as limitações das informações contábeis, como um conjunto de conhecimentos necessários para contextualização da administração e da análise financeira. Parte II – Demonstrações Contábeis: apresenta as demonstrações contábeis brasileiras, segundo as práticas internacionais, nos Capítulos de 3 a 6. Normas sobre demonstrações contábeis, aspectos legais, princípios contábeis (incluindo características qualitativas da informação contábil-financeira), órgãos e entidades nacionais e internacionais. A obrigatoriedade dos relatórios e um completo detalhamento das principais contas que compõem o balanço patrimonial e a demonstração do resultado integram esta parte. Tudo isto facilita o leitor que visa aquisição, atualização e revisão de conceitos. Parte III – Análise Financeira das Empresas: compreende os Capítulos de 7 a 18 e trata dos conceitos importantes de análise de demonstrações contábeis. Inicia com uma análise do valor do dinheiro e as demonstrações contábeis, em face ao poder de compra da moeda. Ensina como homogeneizar (padronizar) as demonstrações financeiras para fins de análise. Apresenta e analisa o uso de conceitos relevantes como ativos e passivos operacionais, EBITDA, NOPAT e EVA. Introduz as análises vertical e horizontal, bem como os índices financeiros (cálculos, interpretação e uso). Descreve como são elaborados os chamados índices-padrões e como utilizá-los. Apresenta os modelos estatísticos do autor e comenta sobre o uso de análise discriminante para fins de classi-

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ficação de risco de empresas. O conceito e os tipos principais de rating, assim como a estrutura de um relatório de análise financeira, estão contidos nesta parte do livro. Parte IV – Análise do Capital de Giro: compreende os Capítulos 19 a 21, abordando vários conceitos relacionados à análise e à gestão do capital de giro. Apresenta e analisa as políticas de financiamento de capital de giro, aprofunda na gestão e análise dos ativos e passivos circulantes operacionais. Aborda também a chamada análise financeira dinâmica, incluindo a necessidade de capital de giro, o capital permanente líquido, o saldo de tesouraria e o chamado efeito tesoura, relacionando a situação financeira da empresa com as decisões estratégicas que foram adotadas pela direção. Parte V – Fluxo de Caixa e Projeções Financeiras: compreende os Capítulos 22 e 23. Apresenta mecânica e análise do fluxo de caixa (direto e indireto), considerando os três grupos de atividades, ou seja, as operações da empresa, as decisões de investimento e as decisões de financiamento. Aborda o chamado fluxo de caixa livre (free cash flow), como conceito que pode orientar as políticas de distribuição de dividendos, entre outras decisões importantes. Ainda no capítulo 22 é correlacionado o fluxo de caixa com a chamada análise dinâmica. No capítulo 23, o livro avança para a análise prospectiva e mostra como fazer projeção de demonstrações financeiras. Contém as técnicas para elaboração de demonstrações presumidas, projeções rápidas e projeções detalhadas (demonstração do resultado, balanço patrimonial e fluxo de caixa) com ênfase na metodologia e na análise para auxiliar o analista e o gestor financeiro em relação às expectativas futuras da empresa. Parte VI – Alavancagem Operacional e Financeira: compreende os Capítulos 24 e 25. O capítulo 24 remete o analista à compreensão do impacto no lucro da empresa, provocado por alterações na quantidade produzida e também nos preços praticados. Aborda temas relacionados à classificação dos custos (fixos e variáveis), à margem de contribuição, aos pontos de equilíbrio (contábil, financeiro e econômico), à margem de segurança e à alavancagem operacional. O capítulo 25 trata da alavancagem financeira e da alavancagem total (combinada). Responde a questão como: a empresa pode elevar o retorno sobre o patrimônio líquido a partir do uso de capitais de terceiros? Aborda também o risco da empresa em um cenário de queda nas vendas. Comenta as principais diferenças entre as fontes de recursos próprios em relação às fontes de terceiros.

Informações aos professores A percepção, o empenho e o objetivo do autor é no sentido de que este livro seja um bom parceiro do colega professor, facilitando seu processo de ensino de análise e de administração financeira. O material de uso exclusivo do professor está disponível no site da Cengage Learning, na página do livro. O professor poderá acessá-lo por meio do seu cadastro. O material contém: Um conjunto de slides, para uso pelos professores em suas aulas, abrangendo praticamente todos os capítulos do livro, e O Manual do Professor com as respostas de todas as questões e exercícios que foram apresentadas no final dos capítulos do livro texto. Caro professor, por favor, faça seu registro junto à editora e obtenha o material para facilitar suas aulas.

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Análise financeira das empresas

Aplicabilidade acadêmica do livro Livro texto para disciplinas de análise financeira e de administração financeira em cursos de graduação em Administração de Empresas, Contabilidade e Economia. Também o texto é plenamente aplicável para curso tipo MBA e pós-graduação em geral, considerando a abrangência e profundidade dos assuntos tratados. Leitura complementar para cursos nas áreas de Contabilidade, Direito, Economia e Engenharia, por exemplo. Finalmente, o autor deseja sucesso aos leitores deste livro e agradece pelas sugestões que se disponham a apresentar.

Para contatos com o autor – e-mail: <jose.pereira.silva@fgv.br> e <jpsilva357@gmail.com> O Autor

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capĂ­tulo

Amplitude da anĂĄlise ďŹ nanceira OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

I.

Mostrar uma visĂŁo da empresa dentro de um contexto estratĂŠgico para transmitir os conceitos e a importância da anĂĄlise ďŹ nanceira.

II. Mostrar a relação entre anĂĄlise ďŹ nanceira e outras disciplinas correlatas como administração ďŹ nanceira, economia e contabilidade, entre outras. III. Discutir com mais detalhe a função ďŹ nanceira. IV. Discutir a atividade do analista e mostrar a importância da informação, que ĂŠ a matĂŠria-prima do analista.

1.1 VisĂŁo estratĂŠgica da empresa O mundo dos negĂłcios remete-nos Ă necessidade de compreensĂŁo dos objetivos, das DWLYLGDGHV H GRV UHVXOWDGRV GDV HPSUHVDV EHP FRPR GDV FRQGLo}HV H IDWRUHV TXH RV LQĂ€XHQciam. Isso requer que compreendamos a relação da empresa com seus ambientes interno e H[WHUQR $R LQYpV GH LQLFLDUPRV D DQiOLVH ÂżQDQFHLUD SHQVDQGR DSHQDV QDV GHPRQVWUDo}HV contĂĄbeis, vamos pensar principalmente na empresa dentro de um contexto operacional e HVWUDWpJLFR $ DQiOLVH ÂżQDQFHLUD p XPD IHUUDPHQWD TXH QRV DX[LOLD QD DYDOLDomR GD HPSUHVD A contabilidade ĂŠ a linguagem dos negĂłcios e as demonstraçþes contĂĄbeis sĂŁo os canais de comunicação que nos fornecem dados e informaçþes para diagnosticarmos o desempenho H D VD~GH ÂżQDQFHLUD GD HPSUHVD 8PD DQiOLVH GHVHQYROYLGD FRP EDVH HP GDGRV FRQWiEHLV FRQÂżiYHLV UHGX] R JUDX GH LQFHUWH]D GHFRUUHQWH GD DXVrQFLD GH UHIHUHQFLDLV TXDQWLWDWLYRV 1RVVDV SHUFHSo}HV VXEMHWLYDV EDVHDGDV DSHQDV HP QRVVD LQWXLomR H[SHULrQFLD GHVFRQÂżDQoD RX FDSDFLGDGH GH DGLYLQKDomR QmR VmR VXÂżFLHQWHV SDUD RULHQWDU GHFLV}HV TXH HQYROYDP H[SHFWDWLYDV GH ULVFR H GH UHWRUQR $OpP GLVVR VDEHPRV TXH D DQiOLVH ÂżQDQFHLUD XOWUDSDVVD D fronteira das demonstraçþes contĂĄbeis. Nesse sentido, necessitamos de uma visĂŁo completa

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Ambiente da anĂĄlise ďŹ nanceira

parte 1

GRV QHJyFLRV $V DWLYLGDGHV GDV HPSUHVDV PXGDUDP PXLWR HP GHFRUUrQFLD GH DYDQoRV H[WUDRUGLQiULRV QD iUHD GH WHFQRORJLD GH LQIRUPDomR H QD JOREDOL]DomR GRV QHJyFLRV $OpP GR PDLV DV RFRUUrQFLDV HFRQ{PLFDV D EXVFD GH RSRUWXQLGDGHV H RV ULVFRV GHFRUUHQWHV SDVVDUDP a exigir avaliação contínua das empresas. $ DQiOLVH ¿QDQFHLUD SUHFLVD WHU XP HQIRTXH KROtVWLFR DEUDQJHQGR D estratÊgia da empresa, suas decisþes de investimento e de ¿QDQFLDPHQWR e suas operaçþes $V HPSUHVDV WrP objetivos importantes, como a busca de retorno para os acionistas, a manutenção de um bom ambiente de trabalho e a preservação do interesse dos funcionårios, alÊm de sua responsabilidade com os objetivos e políticas nacionais, entre outros. A estratÊgia compreende os meios SDUD DWLQJLU RV REMHWLYRV $ HPSUHVD LGHQWL¿FD DV RSRUWXQLGDGHV H RV ULVFRV RIHUHFLGRV SHOR DPELHQWH H[WHUQR GH¿QH VHX S~EOLFR DOYR H VXD iUHD GH DWXDomR JHRJUi¿FD SRU H[HPSOR H LPSOHPHQWD RX DMXVWD VXD HVWUXWXUD RUJDQL]DFLRQDO SDUD RSHUDFLRQDOL]DomR GDTXLOR TXH GH¿QLX 3UHFLVDPRV YLVXDOL]DU RV investimentos IHLWRV HP DWLYRV FRPR DOJR WRWDOPHQWH KDUPRQL]Ddo com as estratÊgias formuladas por sua direção. A decisão de investimento deve ser avaliada sob o ponto de vista de seus retornos e riscos esperados e tambÊm sobre princípios Êticos. Para ¿QV GH DQiOLVH ¿QDQFHLUD HVWDPRV FRQVLGHUDQGR FRPR LQYHVWLPHQWR DV DSOLFDo}HV GH UHFXUVRV no ativo. Parte dos recursos Ê aplicada em caråter permanente em ativos como imóveis, veículos, maquinårios e instalaçþes, por exemplo. Esses ativos constituem a capacidade produtiva e operacional da empresa e, em princípio, não se destinam à venda. A outra parte dos ativos Ê DTXHOD TXH D HPSUHVD ID] JLUDU FRPR RV HVWRTXHV H UHFHEtYHLV SULQFLSDOPHQWH FRPR GHFRUUrQFLD GH VXDV RSHUDo}HV QRUPDLV A anålise dos ¿QDQFLDPHQWRV indica de onde vieram os recursos que a empresa estå utiOL]DQGR $V IRQWHV GH IXQGRV GDV HPSUHVDV VmR EDVLFDPHQWH GH WUrV WLSRV D IXQGRV SURYHQLHQWHV GH VHXV VyFLRV RX DFLRQLVWDV E OXFURV JHUDGRV SRU VXDV RSHUDo}HV H F GtYLGD FRP WHUFHLURV $ HPSUHVD WHP GRLV FDPLQKRV SULQFLSDLV SDUD REWHU UHFXUVRV L YHQGHU SDUWLFLSDomR H LL WRPDU HPSUpVWLPR 7DQWR RV VyFLRV TXDQWR RV FUHGRUHV OHYDP HP FRQVLGHUDomR R ULVFR H R UHWRUQR GD HPSUHVD $ FRQYHQLrQFLD GH XVDU UHFXUVRV GH WHUFHLURV DR LQYpV GH YHQGD GH SDUWLcipação depende do custo do emprÊstimo. A) Venda de participaçþes Os sócios de uma empresa assumem o risco do negócio e esperam um retorno. O retorno vem sob a forma de distribuição e de retenção de lucro. O retorno dos acionistas depende do desempenho futuro da empresa e os sócios esperam que esse retorno seja maior do que uma aplicação em poupança ou títulos de baixíssimo risco. B) Lucros gerados pela empresa 2V OXFURV JHUDGRV SHOD HPSUHVD SRGHP VHU UHWLGRV SDUD ¿QDQFLDU R FUHVFLPHQWR GD SUypria empresa ou podem ser distribuídos a seus respectivos sócios. A política de distriEXLomR RX UHWHQomR GH OXFURV GHYHUi VHU GHFRUUrQFLD GDV RSRUWXQLGDGHV GH FUHVFLPHQWR GD HPSUHVD H GD SUHIHUrQFLD GRV VyFLRV HP UHFHEHU RV OXFURV GH LPHGLDWR C) Dívidas com terceiros A decisão de tomar fundos emprestados dependerå de que o preço desses fundos seja menor que o rendimento propiciado por sua aplicação na empresa. Os recursos proYHQLHQWHV GH HPSUpVWLPRV SRGHP VHU GH FXUWR RX GH ORQJR SUD]R 1RV PHUFDGRV GHVHQYROYLGRV R FXVWR GH GLQKHLUR D ORQJR SUD]R p VXSHULRU DR FXVWR GRV HPSUpVWLPRV D FXUWR SUD]R +i SRUpP R HIHLWR GR FUHVFLPHQWR GR HQGLYLGDPHQWR QR ULVFR GD HPSUHsa, tanto para os fornecedores de fundos quanto para seus proprietårios. Considerando

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Amplitude da anĂĄlise ďŹ nanceira

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TXH HP XPD HPSUHVD D VRPD GRV LQYHVWLPHQWRV p LJXDO j VRPD GRV ÂżQDQFLDPHQWRV VH uma empresa com 30% de recursos de terceiros e 70% de recursos prĂłprios tiver perda GH GR YDORU GH VXDV DSOLFDo}HV DLQGD UHVWDUmR DWLYRV VXÂżFLHQWHV SDUD SDJDU VHXV credores. Entretanto, se os fundos de terceiros forem de 70% e os dos sĂłcios forem GH XPD SHUGD GH GH VHX YDORU LQYLDELOL]DULD R SDJDPHQWR DRV IRUQHFHGRUHV de fundos. Adicionalmente, os recursos provenientes de emprĂŠstimos sĂŁo contratados FRP SUD]RV SDUD SDJDPHQWR GR SULQFLSDO H HQFDUJRV R TXH GLIHUH GRV UHFXUVRV GRV VyFLRV TXH QmR WrP SUD]R SDUD GHYROXomR 1RWH TXH R UHWRUQR GRV VyFLRV QmR p JDUDQWLGR e depende da capacidade da empresa de gerar lucro. Por outro lado, o retorno dos credores ĂŠ assegurado contratualmente e de certo modo independe do lucro que a empresa apresentar. O risco do credor estĂĄ associado Ă incapacidade de pagamento da empresa devedora e ao carĂĄter dos dirigentes. Existem outros recursos de terceiros que decorrem das operaçþes da empresa, como ĂŠ o caso de fornecedores, salĂĄrios, encargos sociais e impostos, por exemplo. Os fornecedores QRUPDOPHQWH DJUHJDP DR SUHoR GRV SURGXWRV RX PHUFDGRULDV R FXVWR GR UHVSHFWLYR SUD]R concedido para pagamento. Por outro lado, os salĂĄrios, encargos sociais e impostos sĂŁo fontes gratuitas de recursos. As operaçþes GD HPSUHVD VmR LPSRUWDQWHV SDUD ÂżQV GH DQiOLVH ÂżQDQFHLUD 1XPD LQG~VWULD SRGHPRV GL]HU TXH VXDV DWLYLGDGHV FRPSUHHQGHP D FRPSUD GH PDWpULD SULPD VXD WUDQVIRUPDomR em produtos e a venda desses produtos, entre outras. O desenvolvimento das operaçþes requer gastos em pesquisa e desenvolvimento, marketing e recursos humanos, por exemplo. É necessĂĄrio que a empresa seja lucrativa e, ao mesmo tempo, gere caixa para pagar seus compromissos ÂżQDQFHLURV $ DQiOLVH ÂżQDQFHLUD DYDOLD RV UHVXOWDGRV H SRVVLELOLWD D FRUUHomR GD URWD GD HPSUHVD caso seja necessĂĄrio. O lucro gerado pela empresa depende de vĂĄrios fatores, como a capacidade de oferecer produtos com qualidade e preço competitivo.

1.2 AnĂĄlise ďŹ nanceira de empresas 5HVXPLGDPHQWH SRGHPRV GL]HU TXH D DQiOLVH ÂżQDQFHLUD GH XPD HPSUHVD FRQVLVWH QXP H[DPH PLQXFLRVR GRV GDGRV ÂżQDQFHLURV GLVSRQtYHLV VREUH D HPSUHVD EHP FRPR GDV FRQGLo}HV HQGyJHQDV H H[yJHQDV TXH DIHWDP D HPSUHVD &RPR GDGRV ÂżQDQFHLURV GLVSRQtYHLV SRGHPRV incluir demonstraçþes contĂĄbeis, programas de investimentos, projeçþes de vendas e projeção GH Ă€X[R GH FDL[D SRU H[HPSOR &RPR FRQGLo}HV HQGyJHQDV SRGHPRV FLWDU HVWUXWXUD RUJDQL]DFLRQDO FDSDFLGDGH JHUHQFLDO H QtYHO WHFQROyJLFR GD HPSUHVD &RPR FRQGLo}HV H[yJHQDV WHPRV RV IDWRUHV GH RUGHP SROtWLFD H HFRQ{PLFD FRQFRUUrQFLD H IHQ{PHQRV QDWXUDLV HQWUH RXWURV 'HVVH PRGR D DQiOLVH ÂżQDQFHLUD WUDQVFHQGH DV GHPRQVWUDo}HV FRQWiEHLV 1D YHUGDGH o que nos interessa ĂŠ a empresa e nĂŁo as demonstraçþes contĂĄbeis. As demonstraçþes contĂĄbeis sĂŁo apenas canais de informação sobre a empresa, tendo como objetivo principal subsidiar a tomada de decisĂŁo. EstĂĄ implĂ­cito que devemos trabalhar com informação de boa qualidade para chegarmos a um relatĂłrio de anĂĄlise com o esmero necessĂĄrio. $ DQiOLVH ÂżQDQFHLUD GH XPD HPSUHVD HQYROYH EDVLFDPHQWH DV VHJXLQWHV DWLYLGDGHV Coletar

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Â&#x;

Conferir

Â&#x;

Preparar

Â&#x;

Processar

Â&#x;

Analisar

Â&#x;

Concluir

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Ambiente da anĂĄlise ďŹ nanceira

Coleta

Conferência Preparação

Processamento

AnĂĄlise

ConclusĂŁo

parte 1

Obtenção das demonstraçþes contĂĄbeis e outras informaçþes, como as relativas ao mercado de atuação da empresa, seus produtos, seu nĂ­vel tecnolĂłgico, seus administradores e seus proprietĂĄrios, bem como sobre o grupo a que a empresa pertence, entre outras. &RQVLVWH HP XPD SUp DQiOLVH SDUD YHULÂżFDU VH DV LQIRUPDo}HV HVWmR FRPSOHWDV VH VmR FRPSUHHQVtYHLV H VH VmR FRQÂżiYHLV )DVH GH UHFODVVLÂżFDomR GDV GHPRQVWUDo}HV FRQWiEHLV SDUD DGHTXi ODV DRV SDGU}HV LQWHUQRV GD LQVWLWXLomR TXH YDL HIHWXDU D DQiOLVH 2UJDQL]DomR GR material de leitura e demais dados disponĂ­veis para anĂĄlise. Esta fase ĂŠ o alicerce para a obtenção de uma boa anĂĄlise. Processamento das informaçþes e emissĂŁo dos relatĂłrios no formato interno da instituição. Entre os relatĂłrios emitidos, podemos encontrar o prĂłprio balanço patrimonial, a demonstração do resultado do exercĂ­cio, a demonstraomR GDV PXWDo}HV GR SDWULP{QLR OtTXLGR D GHPRQVWUDomR GR Ă€X[R GH FDL[D R TXDGUR GH HYROXomR GR ,2* LQYHVWLPHQWR RSHUDFLRQDO HP JLUR FRPSDUDWLYDPHQWH DR &3/ FDSLWDO SHUPDQHQWH OtTXLGR (ELW (EWLGD 1RSDW (9$ H )UHH FDVK Ă€RZ HQWUH RXWURV $OpP GRV UHODWyULRV Ki WDPEpP RV LQGLFDGRUHV GH OXFUDWLYLGDGH HVWUXWXUD H OLTXLGH] SRU H[HPSOR 1RUPDOPHQWH HVVH SURcesso de emissĂŁo de relatĂłrios e cĂĄlculos de indicadores ĂŠ feito por meio de SURFHVVDPHQWR HOHWU{QLFR GH GDGRV Fase de anĂĄlise das informaçþes disponĂ­veis, principalmente dos relatĂłrios H LQGLFDGRUHV Mi REWLGRV FRPSUHHQGHQGR D FRQVLVWrQFLD GDV LQIRUPDo}HV D REVHUYDomR GDV WHQGrQFLDV DSUHVHQWDGDV SHORV Q~PHURV H WRGDV DV GHPDLV FRQclusĂľes que possam ser extraĂ­das do processo. Essa ĂŠ uma fase que exige PXLWR GD FDSDFLGDGH GH REVHUYDomR GR FRQKHFLPHQWR H GD H[SHULrQFLD GR DQDOLVWD 1HVVD IDVH SRUWDQWR Ki GRLV IRFRV SULQFLSDLV L XP UHODWLYR j DQiOLVH GD HPSUHVD H GRV GLYHUVRV IDWRUHV UHODFLRQDGRV D VHX ULVFR H LL RXWUR relativo Ă transação que pretendemos, como, por exemplo, a compra de açþes ou a aprovação de operação ou de limite de crĂŠdito. (VWD p XPD GDV IDVHV PDLV LPSRUWDQWH GD DQiOLVH &RQVLVWH HP LGHQWLÂżFDU RUGHnar, destacar e escrever sobre os principais pontos e recomendaçþes acerca da empresa. NĂŁo basta ser um bom analista, ĂŠ preciso saber expor seu parecer em linguagem simples, clara e consistente, de modo que o usuĂĄrio da anĂĄlise, pela leitura do relatĂłrio, conheça a empresa e possa tomar decisĂŁo sobre a mesma. É importante destacar que o conhecimento prĂŠvio do objetivo da anĂĄlise ĂŠ fundamental para o analista no direcionamento de seu trabalho.

$V UD]}HV PDLV IUHTXHQWHV TXH OHYDP DR GHVHQYROYLPHQWR GD DQiOLVH GH XPD HPSUHVD WHQGHP D VHU GH FDUiWHU HFRQ{PLFR ¿QDQFHLUR 8P EDQFR DQWHV GH HIHWXDU HPSUpVWLPR SDUD XPD HPSUHVD SUHFLVDUi DQDOLVDU VXD FDSDFLGDGH GH SDJDPHQWR 8P LQYHVWLGRU TXH SUHWHQGH adquirir açþes de determinada empresa necessitarå da anålise para fornecer-lhe uma expectaWLYD GH UHWRUQR VREUH VHX LQYHVWLPHQWR 8PD HPSUHVD FXLGDGRVD FHUWDPHQWH IDUi DQiOLVH WDPbÊm de outras empresas que sejam suas concorrentes, para melhor compreender sua própria performance H WDPEpP SDUD UHGH¿QLU VHXV REMHWLYRV 7DPEpP p LPSRUWDQWH GHVWDFDU TXH FDGD empresa, internamente, precisa analisar seus próprios dados, para conhecer os resultados que

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capĂ­tulo 1

Amplitude da anĂĄlise ďŹ nanceira

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DOFDQoRX (QWmR R DGPLQLVWUDGRU ÂżQDQFHLUR GHYH DQDOLVDU RV GDGRV GD HPSUHVD H VH QHFHVVirio, reorientar suas açþes em termos operacionais e estratĂŠgicos. e LPSRUWDQWH GHVWDFDU TXH D DQiOLVH ÂżQDQFHLUD QmR SRGH VHU OLPLWDGD DSHQDV DRV LQGLFDGRUHV GH QDWXUH]D ÂżQDQFHLUD SRLV Ki XPD VpULH GH IDWRUHV TXH PHVPR QmR SRGHQGR VHU FKDPDGRV GH ÂżQDQFHLURV FDXVDP LPSDFWR QD VD~GH ÂżQDQFHLUD GD HPSUHVD 3DUD FRQKHFHU XPD HPSUHVD DOJXPDV TXHVW}HV GHYHP VHU HOXFLGDGDV FRPR SRU H[HPSOR ƒ ƒ ƒ ƒ ƒ ƒ ƒ ƒ ƒ ƒ ƒ ƒ

2 TXH ID] D HPSUHVD" 4XHP VmR RV SURSULHWiULRV TXHP WHP R SRGHU GH PDQGR" 4XHP VmR RV DGPLQLVWUDGRUHV" 4XH SDGUmR GH WHFQRORJLD DSUHVHQWD" 4XDLV RV SODQRV GH LQYHVWLPHQWR H VXDV IRQWHV GH ÂżQDQFLDPHQWR" $ HPSUHVD p OXFUDWLYD H SUyVSHUD" e VyOLGD RX FRUUH R ULVFR GH TXHEUDU HP SRXFR WHPSR" 4XDO VHX JUDX GH HQGLYLGDPHQWR H D TXDOLGDGH GH VXD GtYLGD" 4XH WLSR GH S~EOLFR FRQVRPH VHXV SURGXWRV" 4XHP VmR VHXV SULQFLSDLV FRQFRUUHQWHV" $ HPSUHVD p WmR IRUWH TXDQWR VHXV FRQFRUUHQWHV" 4XDO D WHQGrQFLD GD HPSUHVD j SRWHQFLDOLGDGH GH JHUDomR GH YDORU"

'LYHUVDV RXWUDV TXHVW}HV SRGHP H GHYHP VHU OHYDQWDGDV REMHWLYDQGR WRUQDU FDGD YH] PDLV transparentes a performance H D VROLGH] GD HPSUHVD $ UHOHYkQFLD GH FDGD SDUWH GD DQiOLVH deve ser função do objetivo a que se destina a própria anålise. Para o credor, certamente sua principal preocupação serå no sentido de receber seus direitos. Para o investidor, seu objetivo primeiro Ê ter retorno sobre seu investimento, mantendo certo grau de segurança. Outros grupos de pessoas poderão ter outros objetivos no processo de anålise. Para responder às diversas questþes, o analista deverå selecionar os indicadores que lhe permitam conhecer o desempeQKR GD HPSUHVD QR SHUtRGR HP IDFH GH VXDV DWLYLGDGHV RSHUDFLRQDLV EHP FRPR LGHQWL¿FDU TXDLV DV JUDQGHV GHFLV}HV GH FDUiWHU HVWUDWpJLFR TXH DIHWDUDP VLJQL¿FDWLYDPHQWH VXD HVWUXWXUD de capitais. Paralelamente, o analista deverå buscar referenciais que lhe permitam comparar o desempenho da empresa com os de outras que tenham atividades semelhantes, ou seja, o benchmarking. $ DQiOLVH ¿QDQFHLUD SRGH DLQGD VHU PXLWR ~WLO D TXDOTXHU FLGDGmR HP VXDV UHODo}HV GH QHJycios, como, por exemplo, na compra de um apartamento na planta, ou seja, ainda não construído. Antes de adquirir um imóvel na planta, o comprador deveria procurar conhecer com maior SURIXQGLGDGH D HPSUHVD LQFRUSRUDGRUD TXDQWR D VXD FRPSHWrQFLD ¿QDQFHLUD 1mR EDVWD FRPR medida de segurança, conhecer os detalhes tÊcnicos do projeto do imóvel, pois, se a empresa não WLYHU VROLGH] ¿QDQFHLUD SDUD GHVHQYROYr OR R FRPSUDGRU SRGHUi WHU XP SUREOHPD SHOD IUHQWH 4XDQWR PDLV HVFODUHFLGR IRU R FLGDGmR HP UHODomR j VROLGH] GDV HPSUHVDV PHOKRU VHUi VXD FDSDFLGDGH GH DYDOLDU ULVFR HP VXDV WUDQVDo}HV 3DUHFH QRV TXH HP IDFH GD LPSRUWkQFLD GR HQWHQGLPHQWR VREUH D TXDOLGDGH ¿QDQFHLUD GDV HPSUHVDV HVVD FXOWXUD GH LQWHUSUHWDomR GH GHPRQVWUDo}HV FRQWiEHLV H GH RXWURV GDGRV TXH DIHWDP R ULVFR JUDX GH LQVROYrQFLD GDV LQVWLWXLo}HV SUHFLVD VHU GLYXOJDGD FDGD YH] PDLV ,VVR H[LJLULD D LQWURGXomR GH FRQFHLWRV GH FRQWDELOLGDGH H GH DQiOLVH ¿QDQFHLUD QRV FXUUtFXORV GH GLYHUVRV FXUVRV +LVWRULFDPHQWH D DQiOLVH ¿QDQFHLUD VHPSUH HVWHYH PXLWR OLJDGD j QHFHVVLGDGH GH LGHQWL¿FDomR GD VROLGH] H GD performance das empresas. A partir de meados do sÊculo XIX, fatos como

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Ambiente da análise financeira

parte 1

R VXUJLPHQWR GDV JUDQGHV FRUSRUDo}HV QRV (VWDGRV 8QLGRV OHYDUDP j VHSDUDomR GDV IXQo}HV GH proprietário e de administrador da empresa, o que efetivamente passou a exigir um sistema de avaliação formal da performance da própria administração. Ao mesmo tempo, banqueiros e credores também começaram a usar formas de avaliação baseadas nas demonstrações contábeis. Por volta de 1890, já era procedimento rotineiro dos bancos comerciais solicitarem demonstrações FRQWiEHLV SDUD DYDOLDomR GH VHXV FOLHQWHV WRPDGRUHV GH UHFXUVRV QRV (VWDGRV 8QLGRV $ SULPHLUD GpFDGD GR VpFXOR ;; IRL PDUFDGD SHOR XVR GH tQGLFHV ¿QDQFHLURV R tQGLFH GH OLTXLGH] FRUUHQWH DWLYR FLUFXODQWH GLYLGLGR SHOR SDVVLYR FLUFXODQWH IRL R LQGLFDGRU PDLV XWLOL]DGR (P D SULPHLUD OHJLVODomR GH ,PSRVWR GH 5HQGD )HGHUDO Whe ¿rVW )eGeraO ,ncome 7a[ &oGe QRV (VWDGRV 8QLGRV LQFUHPHQWRX VLJQL¿FDWLYDPHQWH D GHPDQGD SRU GDGRV ¿QDQFHLURV FRQ¿iYHLV $ SDUWLU GH DJrQFLDV GH FUpGLWR DVVRFLDo}HV FRPHUFLDLV H LQVWLWXLo}HV DFDGrPLFDV SDVVDUDP D GHVHQYROver análise de demonstrações contábeis de forma mais intensa. Foram criados padrões de índices para segmentos de atividades. Empresas como a Dun & Bradstreet começaram a publicar periodicamente avaliação da performance das empresas e estatísticas dos índices dos segmentos de atividade. Nos anos 1930, a formação da 6ecXriW anG ([change &omiVVon 6(& 1 contribuiu para exigir LQIRUPDo}HV ¿QDQFHLUDV PDLV GHWDOKDGDV H FRQ¿iYHLV -i HP 3DXO - )LW] 3DWULFN VHOHFLRQRX 19 empresas que haviam falido no período de 1920 a 1929 e iniciou o estudo para observar a tenGrQFLD GRV LQGLFDGRUHV GHVVDV HPSUHVDV DR ORQJR GRV ~OWLPRV DQRV TXH DQWHFHGHUDP jV TXHEUDV 1RV DQRV LQLFLDLV GD GpFDGD GH 7DPDUL XVRX XPD HVSpFLH GH ³FRPSRVWR SRQGHUDGR´ GH YiULRV tQGLFHV FRP R REMHWLYR GH SUHYHU LQVROYrQFLDV XWLOL]DQGR XPD DPRVWUD GH HPSUHVDV LQGXVWULDLV QRUWH DPHULFDQDV (P %HDYHU FROHWRX GDGRV VREUH IDOrQFLDV QmR SDJDPHQWR GH GLYLGHQGRV H LQDGLPSOrQFLDV FRP GHEHQWXULVWDV GH HPSUHVDV QR SHUtRGR GH D SDUD FRPSDUDU FRP RV GDGRV GH RXWUDV HPSUHVDV GH ERD VD~GH ¿QDQFHLUD DWXDQWHV QDV PHVPDV DWLYLGDGHV H GH PHVPR SRUWH (P (GZDUG $OWPDQ XWLOL]RX XPD QRYD PHWRGRORJLD DQiOLVH GLVFULPLQDQWH P~OWLSOD SDUD SUHYHU LQVROYrQFLD GH HPSUHVDV QRV (VWDGRV 8QLGRV 3RVWHULRUPHQWH $OWPDQ GHVHQvolveu estudo com empresas brasileiras, publicado pela Revista 5$( HP 7DPEpP QR %UDVLO 6WHSKHQ .DQLW] SXEOLFRX VHX PRGHOR FKDPDGR ³WHUP{PHWUR GH LQVROYrQFLD´ HP VHX OLYUR &omo preYer faOrnciaV SXEOLFDGR HP (P -RVp 3HUHLUD GD 6LOYD2 GHVHQYROYHX RV ³PRGHORV SDUD FODVVL¿FDomR GH HPSUHVDV FRP YLVWDV j FRQFHVVmR GH FUpGLWR´ PRGHOR 3HUHLUD XWLOL]DQGR DQiOLVH GLVFULPLQDQWH QRYRV LQGLFDGRUHV ¿QDQFHLURV H VHJPHQWDomR GDV HPSUHVDV SRU (VWDGRV UHJL}HV H DWLYLGDGHV (VVH HVWXGR DWLQJLX QtYHLV GH DFHUWRV H[FHOHQWHV QD SUHYLVmR GH LQVROYrQFLD VXSHUDQGR os demais modelos até então desenvolvidos. Este autor tem desenvolvido novos estudos e pesquiVDV QD FODVVL¿FDomR GH ULVFR GH HPSUHVDV Quanto às conGio}eV e[WernaV à empresa, em termos de qualidade e quantidade de informação, D /HL Q UHSUHVHQWRX SDUD DTXHOH PRPHQWR XP JUDQGH DYDQoR REULJDQGR DV HPSUHVDV EUDVLOHLUDV GH FDSLWDO DEHUWR D SXEOLFDU GHPRQVWUDo}HV FRQWiEHLV FRP PDLRU ULTXH]D GH LQIRUPDomR SRUpP GHL[DQGR GH IRUQHFHU R ÀX[R GH FDL[D (P LQLFLRX VH XPD QRYD IDVH GH UHYROXomR FRQWiELO FRP D /HL Q VHJXLGD GD /HL Q (VWHV GLSORPDV OHJDLV PRGL¿FDUDP D /HL Q H WLYHUDP D ¿QDOLGDGH GH OHYDU DV UHJUDV FRQWiEHLV EUDVLOHLUDV D FRQYHUJLUHP SDUD SDGU}HV LQWHUQDFLRQDLV 'LYHUVRV SURQXQFLDPHQWRV FRQWiEHLV WrP VLGR HPLWLGRV SHOR &RPLWr GH 3URQXQFLDPHQWRV &RQWiEHLV &3& ZZZ FSF RUJ EU! 2 &3& p FRPSRVWR SHOD L $VVRFLDomR GRV $QDOLVWDV H 3UR¿VVLRQDLV GH ,QYHVWLPHQWR GR 0HUFDGR GH &DSLWDLV $SLPHF ZZZ DSLPHF FRP EU! $ 6HFXULWLHV DQG ([FKDQJH &RPPLVVLRQ 6(& WHP SDSHO VHPHOKDQWH DR GD &RPLVVmR GH 9DORUHV 0RELOLiULRV &90 QR %UDVLO TXH p GH UHJXODPHQWDU H ¿VFDOL]DU R PHUFDGR GH FDSLWDLV 3DUD PDLV LQIRUPDo}HV VREUH R 0RGHOR 3HUHLUD .DQLW] H $OWPDQ YHU 6,/9$ -RVp 3HUHLUD GD *eVWmo e aniOiVe Ge riVco Ge crpGiWo HG 6mR 3DXOR $WODV

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capรญtulo 1

Amplitude da anรกlise ๏ฌ nanceira

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LL %RYHVSD ZZZ EPIERYHVSD FRP EU! LLL ,QVWLWXWR %UDVLOHLUR GH &RQWDELOLGDGH ,EUDFRQ ZZZ LEUDFRQ FRP EU! LY $VVRFLDomR %UDVLOHLUD GDV &RPSDQKLDV $EHUWDV $EUDVFD ZZZ DEUDVFD RUJ EU! Y &RQVHOKR )HGHUDO GH &RQWDELOLGDGH &)& ZZZ FIF RUJ EU! YL )LSHFDยฟ ZZZ ยฟSHFDยฟ RUJ EU! 2 &3& WHP DLQGD FRPR PHPEURV FRQYLGDGRV D 5HFHLWD )HGHUDO UHFHLWD ID]HQGD JRY EU! R %DQFR &HQWUDO GR %UDVLO ZZZ EFE JRY EU! D &RPLVVmR GH 9DORUHV 0RELOLiULRV ZZZ FYP JRY EU! H D 6XVHS ZZZ VXVHS JRY EU! Portanto, ao longo do tempo, o processo de anรกlise e avaliaรงรฃo de empresas vem recebenGR YDOLRVDV FRQWULEXLo}HV GH GLYHUVRV SURยฟVVLRQDLV H HVWXGLRVRV FRPR SRU H[HPSOR ย ย ย ย ย ย

Desenvolvimento e aprimoramento de diversos รญndices com o objetivo de analisar a VROLGH] ยฟQDQFHLUD GDV HPSUHVDV 7pFQLFDV GH FRPSDUDomR GDV HPSUHVDV FRP RV SDGU}HV GRV UHVSHFWLYRV VHJPHQWRV GH atuaรงรฃo. 0RGHORV GH SUHYLVmR GH LQVROYrQFLDV RX GH FODVVLยฟFDomR GH ULVFR EDVHDGRV QR XVR GH tรฉcnicas de mรฉtodos quantitativos. 0HWRGRORJLDV SDUD LGHQWLยฟFDomR GR ร X[R GH FDL[D H SDUD GHWHUPLQDomR GD QHFHVVLGDGH de capital de giro das empresas. 7pFQLFDV GH DQiOLVHV SURMHWLYDV XVDQGR VLPXODo}HV H DQiOLVHV GH VHQVLELOLGDGH 0RGHORV GH VHOHomR H DYDOLDomR GH FDUWHLUDV GH Do}HV H WtWXORV HP JHUDO

1.3 Anรกlise ๏ฌ nanceira e รกreas a๏ฌ ns $ DQiOLVH ยฟQDQFHLUD GH HPSUHVDV PDQWpP UHODomR FRP YiULDV RXWUDV GLVFLSOLQDV DยฟQV FRPR FRQWDELOLGDGH DGPLQLVWUDomR ยฟQDQFHLUD HFRQRPLD GLUHLWR H HVWDWtVWLFD HQWUH RXWUDV &RQVLGHUDQGR TXH QRUPDOPHQWH RV SURJUDPDV GH DGPLQLVWUDomR ยฟQDQFHLUD DEUDQJHP WDPEpP XPD SDUWH GH DQiOLVH ยฟQDQFHLUD QHVWH FDStWXOR HVWDPRV GDQGR XPD DWHQomR HVSHFLDO DR UHODFLRQDPHQWR FRQWDELOLGDGH ; DGPLQLVWUDomR ยฟQDQFHLUD ; DQiOLVH ยฟQDQFHLUD

1.3.1 Contabilidade A contabilidade รฉ tida como a linguagem dos negรณcios e estรก muito relacionada com a anรกOLVH ยฟQDQFHLUD $V GHPRQVWUDo}HV FRQWiEHLV IRUQHFLGDV SHOD FRQWDELOLGDGH FRQVWLWXHP LPSRUWDQWH JUXSR GH LQIRUPDo}HV TXH VHUmR H[DPLQDGDV QR SURFHVVR GH DQiOLVH ยฟQDQFHLUD 8P ERP FRQKHcimento de conceitos e mecanismos contรกbeis รฉ necessรกrio para o desenvolvimento de uma boa DQiOLVH ยฟQDQFHLUD SRUpP QmR p VXยฟFLHQWH $ DQiOLVH ยฟQDQFHLUD QmR SRGH OLPLWDU VH DRV GDGRV contรกbeis, devendo interpretรก-los e buscar explicaรงรตes que, normalmente, transcendem a esfera GD FRQWDELOLGDGH FRPR ร XWXDo}HV HFRQ{PLFDV H IDWRUHV TXH DIHWDP D RIHUWD H D GHPDQGD QD HFRnomia local, nacional ou internacional, por exemplo. Desse modo, a chamada anรกlise de balanรงo, se tomada isoladamente, รฉ uma anรกlise restrita. A prรณpria denominaรงรฃo de aniOiVe Ge baOanoo รฉ inadequada atรฉ porque o balanรงo รฉ apenas uma das demonstraรงรตes contรกbeis, entre outras, como D GHPRQVWUDomR GH UHVXOWDGR GR H[HUFtFLR D GHPRQVWUDomR GRV ร X[RV GH FDL[D D GHPRQVWUDomR GR YDORU DGLFLRQDGR H D GHPRQVWUDomR GDV PXWDo}HV GR SDWULP{QLR OtTXLGR

1.3.2 Administraรงรฃo ๏ฌ nanceira 2 SDSHO GD DGPLQLVWUDomR ยฟQDQFHLUD GHSHQGH WDPEpP GR SRUWH GD HPSUHVD 1XPD HPSUHVD SHTXHQD PXLWDV YH]HV QmR Ki XP yUJmR HVSHFtยฟFR UHVSRQViYHO SHOR JHUHQFLDPHQWR GDV RSHUD-

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Ambiente da anĂĄlise ďŹ nanceira

parte 1

o}HV ÂżQDQFHLUDV ÂżFDQGR HVVDV DWULEXLo}HV GLVWULEXtGDV HQWUH D FRQWDELOLGDGH H R SURSULHWiULR ÂŹ PHGLGD TXH D HPSUHVD FUHVFH WRUQD VH QHFHVViULR D SURÂżVVLRQDOL]DomR GR JHUHQFLDPHQWR GDV IXQo}HV ÂżQDQFHLUDV 1DV JUDQGHV RUJDQL]Do}HV QRUPDOPHQWH Ki VHSDUDomR HQWUH ÂżQDQoDV H FRQWURODGRULD &RQIRUPH R RUJDQRJUDPD GD HPSUHVD XPD GLUHWRULD ÂżQDQFHLUD SRGH DGPLQLVWUDU DV IXQo}HV GH LQYHVWLPHQWR GH FDSLWDO ÂżQDQFLDPHQWRV GH ORQJR SUD]R FUpGLWR H FDL[D por exemplo. Por outro lado, a Controladoria responde pela contabilidade geral, orçamento, FXVWRV H WULEXWRV SRU H[HPSOR (P PXLWRV FDVRV Ki XPD YLFH SUHVLGrQFLD ÂżQDQFHLUD j TXDO VH VXERUGLQDP WDQWR DV IXQo}HV ÂżQDQFHLUDV SURSULDPHQWH GLWDV TXDQWR DV IXQo}HV GH FRQWURODGRULD 3RGHPRV YLVXDOL]DU HVVDV IXQo}HV ÂżQDQFHLUDV HP WUrV GLPHQV}HV D 8PD SULPHLUD GLPensĂŁo que estĂĄ ligada ao dia a dia, que consiste em gerir o caixa SDJDPHQWRV H UHFHELPHQWRV GHVFRQWDU GXSOLFDWDV QRV EDQFRV REWHU HPSUpVWLPRV GH FXUWR SUD]R EHP FRPR ID]HU DSOLFDo}HV ÂżQDQFHLUDV GDV VREUDV WHPSRUiULDV GH UHFXUVRV 7DLV DWULEXLo}HV FRQVWLWXHP DV FKDPDGDV funçþes de tesouraria. E 8PD VHJXQGD GLPHQVmR OLJDGD jV RSHUDo}HV GD HPSUHVD FRPSUHHQGH RV GHPDLV LWHQV GR DWLYR FLUFXODQWH FRPR ƒ 'XSOLFDWDV D UHFHEHU, cujo montante de recursos que absorve ĂŠ função do volume GH YHQGDV H GRV SUD]RV FRQFHGLGRV DRV FOLHQWHV SDUD SDJDPHQWR ƒ Estoques, que decorrem da expectativa de vendas da empresa e de sua polĂ­tica de HVWRFDJHP +i JUDQGH HVIRUoR QD PRGHUQD DGPLQLVWUDomR YLVDQGR DGHTXDU R YROXme de investimentos em estoques; a adoção da tĂŠcnica japonesa MXVW in Wime foi um DYDQoR QHVVD GLUHomR +i RXWURV PpWRGRV FRPR R ORWH HFRQ{PLFR GH FRPSUDV TXH ID]HP SDUWH GDV PHWRGRORJLDV GH DGPLQLVWUDomR GH PDWHULDLV ƒ &RQWDV D SDJDU D IRUQHFHGRUHV, que tambĂŠm decorrem do volume de compras e da expectativa de vendas da empresa. Conforme jĂĄ foi dito, esse grupo de contas estĂĄ estritamente relacionado Ă s atividades operacionais da empresa, havendo variĂĄveis externas que interferem de IRUPD VLJQLÂżFDWLYD HP VHXV FRPSRUWDPHQWRV 6mR H[HPSORV R FRPSRUWDPHQWR GR PHUFDGR RIHUWD H GHPDQGD H RV tQGLFHV GH LQĂ€DomR HQWUH RXWURV IDWRUHV A chamada administração do capital de giro compreende os componentes citaGRV QHVVHV GRLV WySLFRV SUHFHGHQWHV LVWR p D RV LWHQV OLJDGRV j DGPLQLVWUDomR GD WHVRXUDULD H E RV RXWURV LWHQV UHODFLRQDGRV jV RSHUDo}HV GD HPSUHVD F 8PD WHUFHLUD GLPHQVmR TXH HVWi QXPD HVIHUD HVWUDWpJLFD UHODFLRQDGD jV GHFLV}HV GH LQYHVWLPHQWR GH ÂżQDQFLDPHQWR H GH GLVWULEXLomR GH GLYLGHQGRV As decisĂľes de investimento referem-se Ă s aplicaçþes de recursos em ativos, bem como aos retornos esperados e aos riscos oferecidos por esses ativos. As decisĂľes de ÂżQDQFLDPHQWR UHIHUHP VH j IRUPD GH FRPR ÂżQDQFLDU RV DWLYRV LVWR ĂŠ, decorrem da estrutura de capitais que a empresa quer manter. Para cada unidade moQHWiULD GH FDSLWDO SUySULR TXDQWR D HPSUHVD TXHU PDQWHU GH HPSUpVWLPR" 4XDO R HIHLWR de alavancagem, isto ĂŠ, qual a melhoria no retorno para os proprietĂĄrios, conseguida SHOD HPSUHVD FRP R XVR GH UHFXUVRV GH WHUFHLURV" 4XDLV RV ULVFRV TXH LVVR UHSUHVHQWD" As decisĂľes relacionadas ao pagamento de GLYLGHQGRV aos acionistas estarĂŁo vinculadas Ă s oportunidades de investimentos, Ă estrutura de capitais e ao modo que a direção da empresa julga adequado e atrativo para distribuição de resultados aos possuidores de suas açþes.

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capĂ­tulo 1

Amplitude da anĂĄlise ďŹ nanceira

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(VVH FRQMXQWR GH GHFLV}HV ÂżQDQFHLUDV HQYROYH XPD VLWXDomR WDPEpP GH ORQJR SUD]R $ DQiOLVH ÂżQDQFHLUD VHUYH SDUD DYDOLDU GHFLV}HV TXH IRUDP WRPDGDV SHOD HPSUHVD HP pSRFDV SDVVDGDV EHP FRPR IRUQHFH VXEVtGLR SDUD R SODQHMDPHQWR ÂżQDQFHLUR YLVDQGR DR IXWXUR e LPSRUWDQWH TXH R DQDOLVWD ÂżQDQFHLUR WHQKD FRQKHFLPHQWR VREUH RV FRQFHLWRV H IXQGDPHQWRV GD DGPLQLVWUDomR ÂżQDQFHLUD SDUD PHOKRU FRPSUHHQGHU D performance da empresa que esWHMD DQDOLVDQGR DLQGD TXH QmR SRVVD WHU DomR VREUH DV GHFLV}HV ÂżQDQFHLUDV TXH DTXHOD HPSUHVD WHQKD WRPDGR (P UHVXPR SRGHPRV GL]HU TXH D FRQWDELOLGDGH p XP JUDQGH EDQFR GH GDGRV TXH VXSUH R DGPLQLVWUDGRU ÂżQDQFHLUR FRP LQIRUPDo}HV SDUD D WRPDGD GH GHFLVmR SRUpP QmR WRPD GHFLV}HV 1RUPDOPHQWH DV LQIRUPDo}HV FRQWiEHLV VmR RUJDQL]DGDV GH PRGR D DWHQGHU jV QHFHVVLGDGHV GD DGPLQLVWUDomR GD HPSUHVD 3RU RXWUR ODGR D DQiOLVH ÂżQDQFHLUD WDPEpP usa as informaçþes contĂĄbeis para auxiliar os usuĂĄrios externos em tomadas de decisĂŁo de crĂŠdito e de investimento, entre outras possĂ­veis. É importante notar que a contabilidade funGDPHQWD VHXV UHJLVWURV QR SULQFtSLR FRQWiELO FKDPDGR UHJLPH GH FRPSHWrQFLD HQTXDQWR D DGPLQLVWUDomR ÂżQDQFHLUD HVWi YROWDGD SDUD XP UHJLPH GH FDL[D RX VHMD SDUD HQWUDGDV H VDtGDV GH GLQKHLUR 2 DQDOLVWD ÂżQDQFHLUR WUDEDOKD FRP DV GHPRQVWUDo}HV FRQWiEHLV DQDOLVD R OXFUR GD HPSUHVD DSXUDGR GH DFRUGR FRP R UHJLPH GH FRPSHWrQFLD H DR PHVPR WHPSR ID] XVR LQWHQVR GD DQiOLVH GH Ă€X[R GH FDL[D 2 REMHWLYR GD DGPLQLVWUDomR ÂżQDQFHLUD p IUHTXHQWHPHQWH FLWDGR QD ELEOLRJUDÂżD HVSHFLDOL]DGD FRPR D PD[LPL]DomR GD ULTXH]D GR DFLRQLVWD 'HYHPRV GLVWLQJXLU PD[LPL]DomR GD ULTXH]D XP FRQFHLWR GH PD[LPL]DomR GR OXFUR RXWUR FRQFHLWR XPD YH] TXH HVWH ~OWLPR FRQFHLWR FDUUHJD DOJXPDV UHVWULo}HV SRU VHU FRQVLGHUDGR XP HQIRTXH GH FXUWR SUD]R $ GLVFXVVmR UHODWLYD j PD[LPL]DomR GR OXFUR HQYROYH DVSHFWRV FRPR D eSRFDV GRV UHWRUQRV timing): QD PD[LPL]DomR GD ULTXH]D VmR FRQVLGHUDGRV RV PRPHQWRV GDV RFRUUrQFLDV GH HQWUDGDV GH FDL[D p QHFHVViULR FRQVLGHUDU XPD WD[D GH UHWRUQR H[LJLGD H WUD]HU DV HQWUDGDV GH FDL[D SDUD YDORUHV SUHVHQWHV E )OX[RV GH FDL[D SDUD R DFLRQLVWD PXLWDV YH]HV R OXFUR REWLGR SHOD HPSUHVD QmR VH UHYHUWH HP FDL[D SDUD R DFLRQLVWD 'HVVH PRGR p SUHFLVR FRQVLGHUDU D SUHIHUrQFLD GRV acionistas pelo recebimento de dividendos. F 5LVFR GRV SURMHWRV D PD[LPL]DomR GD ULTXH]D FRQVLGHUD R ULVFR GH FDGD SURMHWR H GHVVH modo, considera retornos diferentes conforme o risco. G 3RWHQFLDO GH UHWRUQR D PD[LPL]DomR GD ULTXH]D FRQVLGHUD R SRWHQFLDO IXWXUR GH JHUDção de lucro. Desse modo, uma empresa pode ter um lucro menor no momento, porĂŠm PDLRU SRWHQFLDO IXWXUR HP GHFRUUrQFLD GH LQYHVWLPHQWRV HP SHVTXLVD H GHVHQYROYLmento de novos produtos, por exemplo. H +RUL]RQWH GH SHUVSHFWLYDV QR JHUDO D PD[LPL]DomR GR OXFUR WUDEDOKD FRP XPD YLVmR LPHGLDWLVWD 3DUD PD[LPL]DU R OXFUR XPD HPSUHVD SRGHULD XWLOL]DU LQVXPRV PDLV EDUDWRV REWHU PDLRU OXFUR QDTXHOH PRPHQWR PDV D PpGLR SUD]R SRGHULD SHUGHU FOLHQWHV tendo, portanto, o risco de queda no valor de suas açþes.

1.3.3 Economia A economia pode ser vista em duas dimensþes. A microeconomia e a macroeconomia. A microeconomia relaciona-se diretamente com as empresas e com os indivíduos, cobrindo FRQFHLWRV UHODFLRQDGRV DR FRPSRUWDPHQWR GR FRQVXPLGRU DRV QtYHLV ³yWLPRV´ GH YHQGDV j GHFLVmR GH LQYHVWLPHQWR DR ULVFR H j PD[LPL]DomR GR OXFUR HQWUH RXWURV $ PDFURHFRQRPLD

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Ambiente da anĂĄlise ďŹ nanceira

parte 1

abrange o ambiente global, ou seja, tanto nacional quanto internacional. O Sistema Financeiro Nacional, a política cambial, a política de juros, bem como as atividades de comÊrcio exterior VmR SDUWH GH XP FRQWH[WR PDFURHFRQ{PLFR O comportamento da economia Ê parte de um ambiente no qual a empresa estå inserida. Esse ambiente oferece oportunidades e ameaças, direcionando as estratÊgias dos administraGRUHV ¿QDQFHLURV H GDV HPSUHVDV $ EXVFD GD FRPSUHHQVmR GD performance de uma empresa, em determinado período, certamente remeterå o analista ao exame do comportamento do setor em que a empresa atua. A amplitude da anålise decorrerå principalmente de seu objetivo, do WLSR GH DWLYLGDGH H GRV SURGXWRV GD HPSUHVD 8PD HPSUHVD TXH WHQKD VXDV YHQGDV FRQFHQWUDdas no mercado externo, isto Ê, nas exportaçþes, terå sua anålise ampliada para apreciação de fatores relacionados à economia internacional e à política cambial de seu país. Portanto, hå IRUWH UHODomR HQWUH HFRQRPLD DGPLQLVWUDomR H DQiOLVH ¿QDQFHLUD

1.3.4 Direito $V HPSUHVDV VRIUHP IRUWH SURFHVVR GH QRUPDWL]DomR SRU PHLR GDV OHJLVODo}HV SULQFLSDOPHQWH QDV iUHDV FRPHUFLDO WULEXWiULD H VRFLHWiULD HQWUH RXWUDV &RPR H[HPSOR WHPRV D R &yGLJR &LYLO %UDVLOHLUR /HL Qž GH GH MDQHLUR GH TXH GLVFLSOLQD VREUH RV WLSRV H FDUDFWHUtVWLFDV GDV VRFLHGDGHV H VREUH REULJDo}HV GH YiULDV PRGDOLGDGHV E DV UHJUDV GD OHJLVODomR FRPHUFLDO TXH GHÂżQHP RV WLSRV H DV HVWUXWXUDV GDV GHPRQVWUDo}HV FRQWiEHLV GDV HPSUHVDV H F DV QRUPDV WULEXWiULDV TXH JHUDP FRQWUROHV H REULJDo}HV GH QDWXUH]D FRQWiELO H critĂŠrios de tributação. Em todos os casos, ĂŠ necessĂĄrio ao analista o entendimento das normas legais, para a consecução de seu trabalho.

1.3.5 EstatĂ­stica $ HVWDWtVWLFD WHP SUHVWDGR VXD FRQWULEXLomR j DGPLQLVWUDomR ÂżQDQFHLUD QRV PRGHORV GH avaliação de risco e na estimativa de retornos. Conceitos que vĂŁo desde valor esperado, desvio SDGUmR YDULkQFLD H FRUUHODo}HV DWp RV PRGHORV GH SUHFLÂżFDomR GH DWLYRV &$30 – capiWaO aVVeW pricing moGeO VmR H[HPSORV GH XVR GD HVWDWtVWLFD QD DGPLQLVWUDomR ÂżQDQFHLUD 1R FDPSR GD DQiOLVH ÂżQDQFHLUD LQFOXVLYH QD DQiOLVH GH FUpGLWR RV PRGHORV GH SUHYLVmR GH LQVROYrQFLD GH FODVVLÂżFDomR GH ULVFR rating H GH creGit Vcoring VmR H[HPSOR GH XWLOL]DomR GH UHFXUVRV HVWDtĂ­sticos como anĂĄlise discriminante, regressĂŁo logĂ­stica, modelos bayesianos e redes neurais. 1D UHDOLGDGH D HPSUHVD PDQWpP UHODomR FRP GLYHUVRV FDPSRV GD FLrQFLD H GR FRQKHFLmento. Ao mesmo tempo, internamente, a empresa ĂŠ um todo e, em seu funcionamento, a ĂĄrea ÂżQDQFHLUD GHYH UHODFLRQDU VH FRP DV GLYHUVDV RXWUDV iUHDV FRPR WHFQRORJLD GH LQIRUPDomR marketing, produção e recursos humanos, por exemplo. Essas ĂĄreas necessitam de recursos ÂżQDQFHLURV SDUD GHVHQYROYLPHQWRV GH VHXV SURMHWRV H DR PHVPR WHPSR VXDV Do}HV WUD]HP HIHLWRV QRV UHVXOWDGRV ÂżQDQFHLURV GD HPSUHVD

1.4 O analista e sua atividade (P VHX VHQWLGR PDLV JHQpULFR DQDOLVWD p TXDOTXHU SURÂżVVLRQDO TXH GHVHQYROYH D DQiOLVH GH uma empresa. O gerente de um banco, ao apreciar um pedido de crĂŠdito de um cliente, anĂĄlisarĂĄ a capacidade desse cliente honrar o pagamento da dĂ­vida no vencimento. Os membros de XP FRPLWr GH FUpGLWR GH XP EDQFR DR MXOJDUHP SURSRVWDV GH FUpGLWR GH VHXV JUDQGHV FOLHQWHV HVWmR UHDOL]DQGR DQiOLVH H WRPDQGR GHFLV}HV VREUH RV PHVPRV

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capĂ­tulo 1

Amplitude da anĂĄlise ďŹ nanceira

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1R FDPSR GH ¿QDQoDV GH HPSUHVDV D DQiOLVH GH DOWHUQDWLYDV GH LQYHVWLPHQWRV HQYROYH R ELQ{PLR riVco e retorno Dessa forma, antes de investir seu dinheiro, o investidor precisa saber qual o retorno esperado daquela aplicação, isto Ê, quanto terå de lucro no período. Ao mesmo tempo, Ê necessårio que o investidor saiba qual o risco apresentado pelo respectivo investimento. Quanto maior for o risco, maior serå o retorno exigido pelo investidor, de modo que, à medida que o risco vai aumentando, o investidor vai exigindo retorno em proporçþes superiores ao próprio crescimento do risco. A Figura 1.1 apresenta as curvas de indiferença relativas aos graus de aversão que dois inYHVWLGRUHV DSUHVHQWDP HP UHODomR DRV UHVSHFWLYRV QtYHLV GH ULVFR (VVH ELQ{PLR riVco e retorno deve orientar o processo de tomada de decisão racional nas aplicaçþes de recursos, por parte de LQYHVWLGRUHV RX GH FUHGRUHV 8P EDQFR DR HPSUHVWDU GLQKHLUR SDUD VXSULU D QHFHVVLGDGH GH FDSLWDO GH JLUR GH VHX FOLHQWH HVWi ID]HQGR XPD DSOLFDomR GH UHFXUVRV H HVSHUD REWHU FHUWR OXFUR TXH p XPD HVSpFLH GH SUrPLR SHOR ULVFR TXH HVWi DVVXPLQGR RX VHMD R HPSUpVWLPR p FRQFHGLGR mediante promessa de pagamento, o que implica o risco de não receber. Cabe destacar que, nos FDVRV GH LQVWLWXLo}HV RX EDQFRV R¿FLDLV Ki DOJXQV SURJUDPDV FRQVLGHUDGRV SHOR JRYHUQR FRPR GH FDUiWHU HVWUDWpJLFR RV TXDLV VH GHVWLQDP j DSOLFDomR GH UHFXUVRV FRP D ¿QDOLGDGH GH LQFHQtivar determinados setores ou atividades, sem a expectativa de retorno direto via taxa de juros. Para esses casos, devem existir as respectivas fontes de suprimento de recursos, de modo que QmR SUHMXGLTXHP D VROLGH] GD LQVWLWXLomR TXH HVWi DSOLFDQGR $OJXPDV SHVVRDV DUJXPHQWDP que os bancos estatais devem ter objetivos sociais, que fujam aos padrþes de busca de lucro como no sistema privado. Entendemos que Ê necessåria a busca dos objetivos sociais, mas os recursos captados dos depositantes não podem ser aplicados em empreendimentos que não DSUHVHQWHP YLDELOLGDGH HFRQ{PLFD H VROLGH] VX¿FLHQWHV SDUD JDUDQWLU TXH WDLV UHFXUVRV SRVVDP UHWRUQDU jV PmRV GR S~EOLFR GHSRVLWDQWH $MXGDV RX ³GRQDWLYRV´ GHYHP SURYLU GH UHFXUVRV SUyprios do governo e não dos depósitos da população. Retomando a relação risco YerVXV retorno, YHMDPRV R 4XDGUR QR TXDO WHPRV GRLV LQYHVWLGRUHV $ H % QUADRO 1.1 Graus de aversão ao risco.

Tipo de risco

A

B

0

6

6

1

8

10

2

12

16

Suponha que o risco de tipo 0 representa uma aplicação livre de risco aceita pelos dois investidores. Para o risco de tipo 1 R LQYHVWLGRU $ H[LJH XP SUrPLR DGLFLRQDO GH HQTXDQWR R LQYHVWLGRU % H[LJH 3DUD R ULVFR GH tipo 2 $ H % H[LJHP UHVSHFWLYDPHQWH SUrPLRV GH e 10% alĂŠm da taxa livre de risco. Portanto, o investidor B tem maior aversĂŁo ao risco que o investidor A. 2EVHUYH QD )LJXUD DV FXUYDV UHODWLYDV DRV GDGRV GR 4XDGUR Mi H[SOLFDGR VREUH R FRPSRUWDPHQWR GRV GRLV LQYHVWLGRUHV $ FXUYD UHSUHVHQWDGD SHOD OLQKD FRQWtQXD UHĂ€HWH R FRPSRUWDPHQWR GR LQYHVWLGRU $ HQTXDQWR D OLQKD SRQWLOKDGD UHĂ€HWH D FRQGXWD GR LQYHVWLGRU % HP termos de indiferença dos retornos em relação aos nĂ­veis de risco. Ă€ medida que o risco vai aumentando, ambos os investidores vĂŁo exigindo maior retorno para compensar o maior risco, poUpP R LQYHVWLGRU % WHP PDLRU DYHUVmR DR ULVFR H H[LJH SUrPLR PDLRU j PHGLGD TXH R ULVFR FUHVFH

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Curvas de aversĂŁo ao risco 20

Retorno

15 10 5 0 0

3

2

1 Risco

FIGURA 1.1 Curvas de indiferença.

$ EXVFD GD FODVVL¿FDomR GR ULVFR p SDUWH WDPEpP GR SDSHO GR DQDOLVWD GH FUpGLWR $ 5HVROXomR Qž GH GR %DQFR &HQWUDO GR %UDVLO GHWHUPLQRX QRYH HVFDODV GH FODVVL¿FDomR GH ULVFR H ¿[RX RV UHVSHFWLYRV SHUFHQWXDLV GH SURYLVLRQDPHQWR SDUD FUpGLWRV GH OLTXLGDomR GXYLGRVD FRQIRUPH VHJXH Classes de Risco

AA

A

B

C

D

E

F

G

H

Provisionamento

0,0%

0,5%

1,0%

3,0%

10%

30%

50%

70%

100%

Note que a classe AA Ê a que representa menor risco, para a qual não hå provisionamento para crÊdito de liquidação duvidosa. No outro extremo, temos a classe H, para a qual hå provisionamento de 100%, ou seja, o Banco Central do Brasil estå admitindo que operaçþes com essas características devem ser provisionadas em sua totalidade. 7DQWR QR FDVR GR DQDOLVWD GH LQYHVWLPHQWR TXDQWR QR GH DQDOLVWD GH FUpGLWR GH LQVWLWXLomR ¿QDQFHLUD RX QmR WUDWD VH GH IXQo}HV H[WHUQDV jV HPSUHVDV DQDOLVDGDV +i DLQGD R FDVR dos analistas internos, ou seja, daqueles que cuidam da anålise da própria instituição em que trabalham, quer com o propósito de subsídio ao processo de tomada de decisão, quer com a ¿QDOLGDGH GH FRPSDUDU D performance GD HPSUHVD FRP VXD FRQFRUUrQFLD 3RUWDQWR GLYHUVDV UD]}HV SRGHP LQGX]LU R DQDOLVWD DR H[DPH GH XPD HPSUHVD +i WDPEpP D IXQomR GR DQDOLVWD VHWRULDO FXMR REMHWLYR HVWi YROWDGR SDUD DVSHFWRV GH QDWXUH]D PDFURHFRQ{PLFD HP UHODomR D determinado segmento da economia. No caso, a anålise setorial fornece subsídio para aprimoUDU D DQiOLVH ¿QDQFHLUD GD HPSUHVD

Algumas caracterĂ­sticas e habilidades de um analista HĂĄ vĂĄrios nĂ­veis de analistas ďŹ nanceiros, como, por exemplo: Trainee, JĂşnior, Pleno, SĂŞnior, Analista Coordenador, Gerente de Departamento de AnĂĄlise e Diretor de Ă rea TĂŠcnica de AnĂĄlise. Conforme o

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nĂ­vel do analista, vai aumentando o grau de exigĂŞncia de conhecimento e de experiĂŞncia proďŹ ssional. Normalmente, exige-se como caracterĂ­sticas pessoais de um analista: potencial adequado Ă s exigĂŞncias de sua função, automotivação, estabilidade emocional, empatia, diplomacia, habilidade de ouvir com atenção, comunicação, atenção para detalhes e integridade, entre outras. Como habilidades proďŹ ssionais, exige-se: nĂ­vel de escolaridade superior, conhecimentos de economia, contabilidade, direito, matemĂĄtica ďŹ nanceira, Ăłtima capacidade de redigir e, evidentemente, conhecimento especĂ­ďŹ co dos negĂłcios relacionados a sua ĂĄrea de atuação. Para uma visĂŁo mais completa sobre as caracterĂ­sticas e habilidades de um analista, ver GestĂŁo e anĂĄlise de risco de crĂŠdito, jĂĄ mencionado em nota de rodapĂŠ neste capĂ­tulo.

Mercado de trabalho no campo ďŹ nanceiro O mercado de trabalho no campo ďŹ nanceiro abrange ĂĄreas como: (a) Bancos: anĂĄlise de crĂŠdito, gerĂŞncia de negĂłcios, anĂĄlise de investimento e administração de carteiras, entre outros; (b) Empresas industriais ou comerciais: anĂĄlise de crĂŠdito, anĂĄlise de concorrĂŞncia, anĂĄlise de desempenho e previsĂľes ďŹ nanceiras; gerĂŞncia de orçamento de capital, para avaliação de projetos de investimentos; gerĂŞncia de projetos ďŹ nanceiros, para obtenção de recursos para ďŹ nanciamento de investimentos em ativos permanentes; gerĂŞncia de caixa, exercendo o controle dos saldos diĂĄrios, captação e aplicação de recursos a curto prazo; gerĂŞncia de crĂŠdito, avaliando o risco e a capacidade de pagamento, bem como identiďŹ cando oportunidades de negĂłcios. HĂĄ, evidentemente, muitas opçþes de trabalho em vĂĄrios outros tipos de organizaçþes, como corretoras, fundos de pensĂľes e atĂŠ entidades sem ďŹ ns lucrativos, por exemplo.

1.5 Instrumento de trabalho do analista O instrumento de trabalho do analista ĂŠ a informação. Quanto melhor a qualidade da inforPDomR PDLV HÂżFD] VHUi R WUDEDOKR GR DQDOLVWD 2 DQDOLVWD LQWHUQR IXQFLRQiULR GD SUySULD HPSUHVD TXH GHVHQYROYH XP WUDEDOKR GH DYHULJXDomR GDV FDXVDV GDV GLIHUHQoDV RFRUULGDV HQWUH R Ă€X[R GH FDL[D SURMHWDGR3 H R UHDOL]DGR SRU H[HPSOR SRGHUi FRQVXOWDU D GRFXPHQWDomR QD HPSUHVD H LGHQWLÂżFDU VH DOJXP SDJDPHQWR ou recebimento previsto deixou de ocorrer, ou se ocorreu em montante muito diferente do que havia sido projetado. Portanto, quanto mais informaçþes disponĂ­veis, mais facilitado serĂĄ o trabalho do analista. Se, em determinada empresa, o valor da conta de duplicatas a receber em determinado PrV FUHVFHU GH IRUPD VLJQLÂżFDWLYD D SHVVRD TXH HVWLYHU DFRPSDQKDQGR DTXHOD FRQWD SRGHUi FRQVXOWDU GRFXPHQWRV H SHVVRDV GD SUySULD HPSUHVD SDUD VDEHU TXDLV VmR DV UD]}HV TXH SURYRcaram o crescimento do valor. PoderĂĄ, ainda, conversar com a ĂĄrea comercial para saber sobre D DGRomR GH QRYDV SROtWLFDV FRPHUFLDLV TXH OHYDUDP D HPSUHVD D GLODWDU RV SUD]RV FRQFHGLGRV 3 Fluxo de caixa projetado ĂŠ uma demonstração dos pagamentos e recebimentos a serem efetivados em determiQDGR SHUtRGR 3RUWDQWR GL] TXH R Ă€X[R GH FDL[D p SURMHWDGR SRUTXH R PHVPR p HODERUDGR FRP DQWHFHGrQFLD LVWR p DQWHV GH RV SDJDPHQWRV H GH RV UHFHELPHQWRV RFRUUHUHP 3RU RXWUR ODGR R Ă€X[R GH FDL[D UHDOL]DGR p DTXHOH TXH UHWUDWD DV HQWUDGDV UHFHELPHQWRV H DV VDtGDV SDJDPHQWRV HIHWLYDPHQWH UHDOL]DGDV

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Ambiente da anĂĄlise ďŹ nanceira

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DRV FOLHQWHV SDUD SDJDPHQWR $R PHVPR WHPSR VH QHFHVViULR SRGHUi YHUL¿FDU VH KRXYH HOHYDdo crescimento das vendas nos últimos tempos, afetando o montante de duplicatas a receber. Certamente, a busca das causas que teriam levado ao crescimento expressivo de duplicatas a receber, se analisadas por um analista externo, tenderia a ser muito mais trabalhosa, alÊm de contar com a possibilidade de receber informaçþes não verdadeiras. Para o analista externo, o ponto de partida da anålise são as demonstraçþes contåbeis, que fornecem um conjunto de números e informaçþes sobre a performance e a situação patrimoQLDO HFRQ{PLFD H ¿QDQFHLUD GD HPSUHVD 2XWUDV LQIRUPDo}HV FRPR DV UHODWLYDV j DGPLQLVWUDomR GD HPSUHVD j FRQFRUUrQFLD DR mercado, à capacidade instalada e ao grau de tecnologia, por exemplo, complementarão o conjunto de dados para a anålise. Para obtenção de tais informaçþes, Ê muito importante que R DQDOLVWD YLVLWH D HPSUHVD TXH SUHWHQGH DQDOLVDU FRQKHoD DV FDUDFWHUtVWLFDV GD FRQFRUUrQFLD H EXVTXH LQIRUPDo}HV SRU PHLR GH DVVRFLDo}HV GH FODVVH GH SXEOLFDo}HV HVSHFLDOL]DGDV H GH periódicos em geral.

QUESTĂ•ES PARA RESOLUĂ‡ĂƒO E DISCUSSĂƒO

2 TXH YRFr HQWHQGH SRU DQiOLVH ¿QDQFHLUD GH HPSUHVDV" &RPSOHPHQWH R FRQFHLWR descrevendo as principais fases que envolvem um processo de anålise de empresas. (P VXD RSLQLmR D DQiOLVH ¿QDQFHLUD GH HPSUHVDV GHYH FRPSUHHQGHU R H[DPH GH RXWURV GDGRV H LQIRUPDo}HV DOpP GDV GHPRQVWUDo}HV ¿QDQFHLUDV" -XVWL¿TXH H HP caso positivo, mencione quais são esses dados e informaçþes adicionais. 5HODFLRQH D DQiOLVH ¿QDQFHLUD GH HPSUHVDV FRP DV VHJXLQWHV GLVFLSOLQDV FRQWDELOLGDGH DGPLQLVWUDomR ¿QDQFHLUD HFRQRPLD GLUHLWR H HVWDWtVWLFD &RPHQWH D GLIHUHQoD HQWUH PD[LPL]DomR GR OXFUR H PD[LPL]DomR GD ULTXH]D (VWDEHOHoD D GLIHUHQoD HQWUH FRQWDELOLGDGH H DGPLQLVWUDomR ¿QDQFHLUD TXDQWR DR reconhecimento das despesas e receitas e quanto à tomada de decisão. 2 TXH p XP DQDOLVWD ¿QDQFHLUR GH HPSUHVDV" 'H TXH PRGR D SUHRFXSDomR FRP R ELQ{PLR ULVFR UHWRUQR HVWi UHODFLRQDGD FRP D IXQomR GR DQDOLVWD" &RPR YRFr UHODFLRQD D DWLYLGDGH GR DQDOLVWD FRP D LQIRUPDomR"

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