Tradução da 4ª edição norte-americana
ingredientes
para cosmética
e cuidados da pele M.VARINIA MICHALUN JOSEPH C. DINARDO
mais de
produtos e ingredientes
com termos e definições
TRICOLOGIA E A QUÍMICA COSMÉTICA CAPILAR – Tradução da 5ª edição norte-americana John Halal GARANTIA DA QUALIDADE NA INDÚSTRIA COSMÉTICA Marcelo de Souza Pinto, Ana Regina Alpiovezza e Carlos Righetti SPAS E SALÕES DE BELEZA – Terapias Passo a Passo Milady® – Sandra Alexcae Moren
NÍVEL PO
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PL
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ISBN 13 978-85-221-2526-5 ISBN 10 85-221-2526-0
2350
ATLAS DE ANATOMIA – PARA PROFISSIONAIS DAS ÁREAS DE ESTÉTICA E COSMETOLOGIA Milady®
ILE
Aplicações: estudantes de cursos da área de beleza e saúde, farmacêuticos, químicos, esteticistas e profissionais envolvidos diretamente neste setor.
Tradução da 4ª edição norte-americana
OB
Este dicionário, em sua quarta edição, permitirá aos profissionais de beleza, saúde e bem-estar compreender as regulamentações e possibilitará que os consumidores de produtos cosméticos decifrem os nomes e correlacionem suas funções presentes na rotulagem da indústria cosmética; além disso, eles poderão colocar seus conhecimentos em prática através da percepção sensorial. Os consumidores querem saber o que esperar do produto que estão usando. O principal objetivo deste livro é fornecer as ferramentas necessárias para a obtenção deste conhecimento.
DICIONÁRIO
DICIONÁRIO DE INGREDIENTES DE PRODUTOS PARA CUIDADOS COM O CABELO John Halal
M
Os ingredientes utilizados em cosméticos ainda são um mistério para a maioria dos consumidores e para muitos profissionais que trabalham com os cuidados da pele. Isso aumenta as preocupações, tendo em vista a rapidez com que os novos ingredientes e conceitos surgem no mercado.
MILADY DICIONÁRIO DE INGREDIENTES PARA COSMÉTICA E CUIDADOS DA PELE
M.VARINIA MICHALUN JOSEPH C. DINARDO
MILADY
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DICIONÁRIO DE INGREDIENTES PARA COSMÉTICA E CUIDADOS DA PELE
M.VARINIA MICHALUN JOSEPH C. DINARDO
MILADY
Outras obras
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Milady dicionário de ingredientes para cosmética e cuidados da pele Tradução da 4a edição norte-americana
M. VARINIA MICHALUN E JOSEPH C. DINARDO
Tradução Noveritis do Brasil Revisão técnica Celio Takashi Higuchi Farmacêutico e Mestre em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho (Unesp)
Austrália
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Brasil
Japão
Coreia
México
Cingapura
Espanha
Reino Unido
Estados Unidos
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Sumário Sobre os autores
VII
Sobre o revisor técnico
VIII
Agradecimentos
IX
Prefácio
XI
Dedicatória
XIII
PARTE I – Pele e cosméticos
1
Introdução
3
Capítulo 1: Anatomia e fisiologia da pele
9
Introdução
9
Funções da pele
9
Componentes e estrutura da pele
11
As camadas da pele
13
Resumo
23
Capítulo 2: Tipos, condições e problemas de pele
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25
Introdução
25
Cinco perguntas básicas
25
Tipos de pele
28
Problemas de pele
35
Reações adversas
44
Resumo
48
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VI | Milady dicionário de ingredientes para cosmética e cuidados da pele
Capítulo 3: Como os produtos agem
51
Introdução
51
Ingredientes de produtos cosméticos
51
Penetração dos produtos e ingredientes
53
Testes de segurança
56
Testes de eficácia
61
Fundamentação comprovada
64
Resumo
71
Capítulo 4: Definição de termos
73
Introdução
73
Definição de termos comumente usados
73
PARTE II – Ingredientes para produtos
105
PARTE III – Apêndice: nomes populares em botânica
373
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Sobre os autores
M. Varinia Michalun especializou-se em marketing internacional de cosméticos e desenvolvimento de novos produtos e deu aulas sobre componentes e ingredientes de cosméticos e uso de produtos a profissionais nos Estados Unidos, Europa, Austrália, Nova Zelândia e Ásia. Sua experiência inclui também a administração de salões de cuidados da pele e educação estética. É autora de artigos para revistas especializadas, oferece conhecimentos especializados a jornalistas da área de beleza, escreve para a Milady Standard Esthetics: Advanced, e é co-autora do Skin Care and Cosmetic Ingredients Dictionary. Joseph DiNardo tem 37 anos de experiência na área de cuidados com a pele. É um formulador de produtos altamente respeitado, com grande conhecimento em todos os aspectos das questões regulatórias e de segurança, pesquisa clínica e registro internacional de produtos. Diretor científico, professor emérito em Pesquisa de Fármacos Cosméticos e ex-vice-presidente de Pesquisa e Desenvolvimento da Revlon-Almay Inc.; foi vice-presidente de P&D da Almay Hypoallergenic Cosmetics e passou muitos anos conduzindo pesquisas para o desenvolvimento de produtos voltados à dermatite atópica. Entre suas experiências profissionais estão a participação no Conselho de Produtos de Higiene Pessoal (anteriormente conhecido como Associação para Cosméticos, Artigos de perfumaria e Fragrâncias) e na Sociedade de Toxicologia. Além disso, foi presidente da Seção Carolina da Sociedade de Químicos Cosméticos. DiNardo publicou vários artigos e resumos nas áreas de Fotobiologia, Toxicologia Reprodutiva, Toxicologia Geral, Dermatite de Contato, Questões Regulatórias, Comedogenicidade, Segurança e Eficácia de Ácidos Alfahidróxi e Pesquisa em Antioxidantes. É mestre em Toxicologia pela Universidade de St. John e formado em Biologia pela Faculdade Mercy de Nova York.
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Sobre o revisor técnico
Celio Takashi Higuchi Farmacêutico (2004) e Mestre (2007) em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho (Unesp, campus Araraquara). Experiência como coordenador do curso de pós-graduação lato sensu em Cosmetologia Aplicada à Estética, Senac-SP (2010-2014). Docente do curso de graduação em Tecnologia em Estética e Cosmética do Centro Universitário Senac (Santo Amaro-SP). Docente convidado pelo curso de pós-graduação em Cosmetologia Genética no Envelhecimento da Pele pelo Instituto Keynes (Londrina PR). Revisor de livros da editora Cengage nas áreas de estética, saúde e bem-estar e parecerista da Revista Científica Eletrônica Interfacehs. Colunista do site Negócio Estética.
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Prefácio
Este livro está na quarta edição, e a indústria do cuidado da pele e cosmética passou por mudanças significativas desde a publicação do primeiro volume, em 1993. Hoje sabemos mais sobre como a pele funciona, como os componentes cosméticos interagem entre si e como atuam com a composição química da própria pele. Essa maior compreensão, no entanto, não simplificou as coisas. Na verdade, a indústria cosmética está mais complicada e confusa do que nunca, e ingredientes cosméticos continuam sendo um mistério para a maioria dos consumidores e profissionais. Ferramentas de informação, sobretudo as que estão disponíveis na internet, podem oferece o que parecem ser respostas prontas para perguntas como: O que é este ingrediente?; De onde ele vem?; O que ele faz?; Quem o utiliza nos produtos? Essas ferramentas, contudo, não esclarecem outras questões, como, por exemplo: Será que este produto realmente cumpre o que promete?; Ele vale o preço que está sendo cobrado? Muitas vezes essas ferramentas também não explicam termos de química, regras governamentais e práticas de rotulagem da indústria de cosméticos. Este livro foi escrito originalmente como uma ferramenta para ajudar os usuários de cosméticos a responderem a essas dúvidas e preocupações e desenvolver suas próprias conclusões bem fundamentadas a respeito dos componentes de produtos para cuidados da pele e cosméticos. Esta edição continua fiel ao propósito original. Entretanto, é semelhante, ao mesmo tempo, diferente das anteriores. Como nestas, começa com uma explicação básica de anatomia e fisiologia da pele, pois isso é fundamental para compreender o desempenho dos produtos; seção esta que se destina a fornecer informações gerais sobre a pele e as funções, escrita para contribuir com o espírito do livro como um dicionário, e não como um texto de referência para cuidado da pele. Como as edições anteriores, inclui informações sobre os tipos, doenças e
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problemas de pele, além de um capítulo, o 4, que define os termos mais comuns usados na formulação de cuidados da pele. A Parte II, com a lista alfabética dos ingredientes, também foi atualizada. O número de novos componentes disponíveis, especialmente os de origem botânica, é enorme, e incluímos aqueles que parecem ser usados com mais frequência ou para os quais há uma quantidade adequada de dados confiáveis disponíveis. Ao mesmo tempo, esta edição sofreu revisões significativas. Por exemplo, agora há seções sobre reações adversas, testes de segurança de produtos e fundamentação de comprovações; fizemos o possível para garantir que os componentes sejam relacionados na lista de acordo com a Nomenclatura Internacional de Ingredientes Cosméticos (International Nomenclature of Cosmetic Ingredients), com referências cruzadas para outros nomes quando for o caso. Esta também é a primeira edição sem Natalia Michalun – sem sua energia e seu vasto conhecimento e compromisso com o cuidado profissional da pele. Estou extremamente grata a Joseph C. DiNardo por se juntar a mim neste projeto e inspirar novas direções, porém permanecendo fiel ao propósito original. Sua imensa experiência, paciência, senso de humor e estilo se combinaram para formar um volume fresco e vigoroso. Nesta edição usamos muitas fontes de informação norte-americanas e europeias, e somos gratos a todas elas. Nossos revisores foram inestimáveis, e queremos expressar nossa mais sincera gratidão por seus esforços. Finalmente, nossos agradecimentos a Maria Lynch, Sarah Prediletto e Philip Mandl, da Cengage Learning, pelo apoio contínuo a este dicionário. Esperamos que neste volume você encontre respostas para as muitas dúvidas comuns entre esteticistas e consumidores sobre ingredientes cosméticos para cuidado da pele.
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PARTE I Pele e cosmĂŠticos
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Introdução
Tratar a pele faz parte de uma vida saudável. A pele é o maior órgão do corpo. É chamada de armadura do corpo, pois mantém todos os órgãos e músculos protegidos contra os elementos externos ao corpo que podem causar danos, como os raios do sol, bactérias, insetos e produtos químicos irritantes. Além disso, a pele ajuda a regular diversas funções do organismo, como o controle da temperatura e a eliminação de toxinas. Contudo, sem dúvida a função mais importante é impedir que a água do corpo evapore. Quando nascemos, 90% do nosso corpo é composto de água; à medida que envelhecemos a porcentagem cai para 70%, e na velhice pode chegar a 50%. Se nosso corpo não fosse coberto por pele saudável e intacta, morreríamos. Considerando a importância da pele para nossa sobrevivência, é essencial que aprendamos a cuidar dela, não só para sermos bonitos, mas também para que possamos ter uma vida longa e saudável. Sob este ponto de vista, é importante que todos os profissionais do cuidado com a pele, de esteticistas a médicos, tenham boa compreensão da sua estrutura (anatomia) e função (fisiologia), tipos e doenças, bem como sobre o que acontece quando aplicamos cosméticos ou outros produtos. O mesmo entendimento também é importante para os consumidores de cosméticos, sobretudo tendo em vista a quantidade de informação e desinformação sobre cosméticos disponível atualmente. Este é o propósito deste livro – informar melhor os profissionais de cuidado da pele e os clientes sobre como e por que um produto afeta a pele, e a finalidade e a função de diferentes ingredientes na composição cosmética. Antes de falarmos sobre a pele – anatomia, fisiologia, tipos de pele e problemas comuns – e sua interação com ingredientes e produtos cosméticos, cremos que será proveitoso examinar brevemente a história dos ingredientes cosméticos e a regulamentação. Os cosméticos e a indústria cosmética estão tomando
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rumos que serão de grande utilidade para os profissionais de cuidados da pele e usuários de cosméticos, mas, para entender o que esses rumos significam, é importante entender as conexões entre o passado e o presente. Historicamente, as pessoas usavam substâncias comuns do cotidiano para embelezar, curar, acalmar ou produzir outros efeitos na pele. Sabemos que Cleópatra usava leite azedo na pele. Hoje, sabemos que o leite azedo contém altos níveis de ácido láctico, comumente chamado alfa-hidróxiácido (AHA). Nos tempos modernos, considera-se que os AHAs iniciaram a revolução dos cosmecêuticos e representam a classe de ingredientes para cuidado da pele que teve o impacto mais significativo sobre a indústria cosmética. Na segunda década dos anos 2000, as vendas de produtos à base de AHA foram responsáveis por mais de U$ 1 bilhão por ano no mercado de produtos contra envelhecimento da pele. Porém, o que talvez seja ainda mais importante, é que esta revolução mudou a forma como vemos os cuidados da pele e como percebemos a interação entre os ingredientes, a anatomia e a fisiologia da pele – nada mau para uma ideia que começou com leite azedo! Há outras histórias interessantes sobre como e por que diversos ingredientes são usados em fórmulas de produtos para a pele. A maioria, se não todas, é folclore, muitas vezes baseada na observação e passada de geração em geração por centenas, se não milhares de anos: esfregar suco de aloé (babosa) sobre a queimadura para evitar bolhas; extrato de camomila aplicado sobre a pele irritada terá efeito calmante; óleo do arbusto de chá serve para tratar pele com acne. Os cientistas examinaram essas histórias e investigaram por que essas substâncias afetam a pele. Hoje, eles são capazes de isolar e desenvolver substâncias purificadas de componentes químicos específicos de uma planta com valor terapêutico, criando substâncias que podem ser mais ativas e mais eficazes para a cura de vários problemas da pele do que o tratamento original. Isto assinala o início do debate “produto sintético versus produto natural”, tema que será explorado com mais detalhes no Capítulo 3. O uso do folclore como base para cosméticos de cuidado da pele e maquiagem também foi o que levou os governos a regulamentarem a indústria cosmética. Na década de 1930 (e antes disso) havia muitos shows itinerantes que vendiam elixires e loções mágicas, os quais supostamente curavam todo tipo de doença. Houve dois grandes incidentes que, em 1938, levaram o Congresso dos Estados Unidos a conceder à Food and Drug Administration (FDA) autoridade sobre alimentos, medicamentos e produtos cosméticos. O primeiro foi um
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Parte I – Pele e cosméticos
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elixir mágico de “bem-estar” que matou várias pessoas depois de ser bebido. Constatou-se que o ingrediente principal era anticongelante, hoje usado comumente em radiadores de automóveis e conhecido na química como etilenoglicol. O segundo foi um rímel chamado “Lash Lure”, que prometia tingir os cílios, e por isso não precisava ser usado com frequência. Ele também levou mais de dez mulheres à cegueira e uma à morte. O produto continha um ingrediente chamado parafenilenodiamina, ou PPD, ingrediente muito comum, que hoje é usado com segurança em tinturas de cabelo, mas que pode causar reação alérgica em algumas pessoas. Estes incidentes foram a “gota que fez o copo transbordar”, e a FDA foi encarregada de desenvolver diretrizes para proteger os consumidores de alimentos, medicamentos e cosméticos potencialmente nocivos. Uma das suas primeiras medidas foi fazer que o fabricante fosse o responsável por provar a segurança do produto. Se o fabricante não testasse o produto e provasse que era seguro, o produto receberia uma etiqueta de advertência com os dizeres: “Atenção: A segurança deste medicamento não foi comprovada”. Pela primeira vez, a FDA também definiu as palavras “medicamento” e “cosmético”. Medicamentos foram definidos como “substâncias que alteram a estrutura ou o funcionamento do corpo”. Cosméticos, como “qualquer produto, exceto sabão, aplicado no corpo humano com o objetivo de limpar, embelezar, promover a atratividade ou alterar a aparência”. Essas definições fazem parte da Lei para Alimentos, Medicamentos e Cosméticos (Food, Drug and Cosmetic Act) de 1938, e ainda são usadas pela FDA para regulamentar a indústria de cosméticos. Embora esta definição pareça objetiva, nossa compreensão da anatomia, fisiologia, composição química da pele e a relação com ingredientes cosméticos aumentou muito desde 1938. Desse modo, usar uma definição de mais de 70 anos de idade para reger a química cosmética, uma ciência que muda drasticamente em pouco tempo, tem consequências significativas. Em 1938, a pele era considerada um tecido morto, e imaginava-se que era quase completamente impermeável. Manter-se limpo e aplicar maquiagem para “alterar a aparência” era uma forma adequada de descrever o que um produto cosmético deveria fazer. No entanto, em 1980 os médicos Van Scott e Yu patentearam a tecnologia AHA, mostrando que esses ingredientes podem afinar pele muito espessa por esfoliação, promover preenchimento intersticial por água, aumentando a natural ligação desta com a pele, chamados comumente de umectantes (por exemplo, ácido hialurônico), e ajudar a minimizar linhas
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e rugas de expressão, estimulando a produção de componentes, como colágeno, dando à pele uma base ou sustentação mais firme. Todas essas alterações na pele demonstram uma modificação da “estrutura e funcionamento”, o que, segundo a definição da FDA em 1938, caracterizaria um medicamento. No entanto, como já mencionamos, os AHAs revolucionaram a indústria cosmética e são encontrados em muitos produtos de cuidado da pele. Também podemos ver essa complexidade pelo outro lado: produtos antes considerados cosméticos agora podem ser classificados como medicamentos. Em muitas pessoas, a pele se torna áspera e apresenta rachaduras – que chegam a sangrar – durante os meses de inverno. Muitas vezes, isto se deve à combinação de água fria e baixa umidade em ambientes externos. Na década de 1970, um grupo de esteticistas recebeu um pote com petrolato a 100% (mais conhecido como vaseline®) e vários pares de luvas de algodão. Toda noite eles deviam passar o petrolato nas mãos, vestir as luvas, dormir, e pela manhã tirar as luvas e lavar as mãos com sabonete suave. Nenhum deles gostou dessa rotina, mas entre três e cinco dias a pele ficou macia e suave novamente. Tecnicamente, isto também é alterar a estrutura e o funcionamento da pele, e, portanto, segundo a definição da FDA, o petrolato também deve ser considerado medicamento. Na verdade, hoje um pote de vaselina recebe um rótulo “drug fact” (dizeres sobre o medicamento) e é comercializado como medicamento de venda livre Over-the-counter (OTC). Então, qual é a diferença entre os dois casos? Tanto AHAs quanto petrolato alteram a “estrutura e o funcionamento” da pele. Ambos afetam significativamente a pele, embora os mecanismos de ação (o modo como funcionam) sejam diferentes. Ainda assim, os AHAs são vendidos como cosméticos, e o petrolato a 100% como medicamento que não exige receita. Então, o que leva a lei da FDA de 1938 a classificá-los de maneira diferente? É a concentração dos ingredientes em questão? A FDA não estabeleceu limites de concentração para produtos AHA porque são cosméticos; no entanto, produtos com petrolato entre 30% e 100%, em geral, são vendidos como medicamentos OTC. Isto significa que qualquer produto que contenha de 30% a 100% de petrolato é um medicamento de venda livre? Todas essas perguntas são muito lógicas, mas é difícil usar a lógica rigorosa para responder a elas, pois a lógica tem pouco a ver com o modo como se aplica o regulamento. O que importa na resposta para a pergunta, e, portanto, o que constitui a base para a classificação, é o que o fabricante alega ou diz sobre o produto e a ação sobre a pele. Independente
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Parte I – Pele e cosméticos
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do fato de os ingredientes realmente afetarem a estrutura, funcionamento ou mecanismo de ação da pele, e da sua concentração, os regulamentos se aplicam somente se o(s) produto(s) ou ingrediente(s) for(em) apresentados como medicamentos. Produtos à base de AHA são vendidos como hidratantes de pele, e as embalagens e textos promocionais em geral dizem: “Aplique este rico e luxuoso creme hidratante de manhã e à noite para ter uma pele com aparência mais jovem e radiante”. Esta é uma comprovação cosmética porque está relacionada à “alteração da aparência” da pele, isto é, a pele parece mais jovem e radiante; ele não afirma que torna a pele mais jovem e radiante. No caso do petrolato, produtos com 30% a 100% de petrolato em geral afirmam: “Para alívio temporário da pele ou lábios rachados”. Esta é uma comprovação medicamentosa, pois refere-se à “alteração da estrutura” de pele – isto é, o produto promove alívio na condição da pele ou lábios rachados, pelo menos temporariamente. A lei da FDA de 1938 não acompanhou a ciência. Nosso entendimento sobre o que acontece na pele quando recebe um ingrediente ou produto – a bioquímica –, bem como a capacidade de medir essas mudanças até o nível celular – a química analítica – teve avanço extraordinário. Essas possibilidades não existiam quando a FDA elaborou a lei. Hoje, pode-se dizer que quase todos os ingredientes afetam a “estrutura ou o funcionamento” da pele de uma maneira ou outra. Sendo este o caso, parece que a única maneira de a FDA impor a Lei para Alimentos, Medicamentos e Cosméticos (Food, Drug and Cosmetic Act) de 1938 é estabelecer “padrões lógicos”, o que exigiria um aumento significativo de recursos (fundos, equipamentos e pessoal), ou continuar permitindo que a indústria cosmética se autorregulamente. O custo para redefinir esta indústria global, de quase U$ 200 bilhões, é maior do que a maioria dos governos está disposta a pagar. Além disso, no mundo todo os problemas causados pela indústria cosmética são mínimos. Praticamente todas as confusões se devem às diferenças de regulamentação entre os Estados Unidos e a Europa, por exemplo. Este é também um problema em potencial, tendo em vista o grande número de novos componentes e conceitos de cuidados da pele disponíveis para químicos, profissionais e consumidores. A revolução cosmecêutica, que começou com AHAs, se expandiu e tornou-se ainda mais sofisticada e eficaz. Produtos à base de plantas estão passando por um renascimento e uma renovação da credibilidade à medida que os químicos e formuladores se tornam cada vez mais precisos nas tecnologias e capacidade de isolar os componentes terapêuticos do produto botânico.
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Carotenoides, por exemplo, assim como flavonoides, peptídeos, polifenóis e fitoestrogênios, enquadram-se nesta categoria. Ingredientes com derivados de animais agora são substituídos por produtos equivalentes derivados de plantas ou sintéticos, e até mesmo ingredientes botânicos têm equivalentes sintéticos utilizados mais frequentemente em razão da pureza e previsibilidade. Embora os produtos antienvelhecimento ainda representem a maior parte das vendas da indústria cosmética, há também uma crescente conscientização sobre a importância da prevenção de danos e sinais da idade, e, portanto, uma ênfase maior em antioxidantes, mais proteção UVA em protetores solares, e novas exigências para rotulagem de protetores solares nos Estados Unidos. A nanotecnologia ainda está sendo pesquisada e desenvolvida. Agora na quarta edição, o objetivo deste livro continua o mesmo: ajudar os profissionais de cuidados da pele e os clientes a resolver o mistério do desempenho de produtos para esses cuidados, permitindo identificar o que o ingrediente faz e por que pode ser incorporado ao produto. O propósito da Parte I é compreender a pele – a fisiologia, os diversos tipos e condições, e como ela interage com produtos cosméticos. Nesta parte também apresentamos e definimos brevemente um grande número de termos técnicos frequentemente utilizados no desenvolvimento e na formulação de produtos cosméticos. A Parte II oferece uma lista dos componentes comumente encontrados nos atuais produtos cosméticos para a pele, descrevendo tanto os princípios ativos quanto os ingredientes que conferem a um produto textura, cor, estabilidade e aceitação pela pele e pelos consumidores. Finalmente, como a rotulagem dos ingredientes está se tornando mais padronizada, e é cada vez mais comum encontrar os nomes das plantas em latim na lista de ingredientes, a Parte III contém um índice cruzado dos nomes em latim e os “populares” das plantas, que de modo geral foram descritos na Parte II.
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CAPÍTULO 1
Anatomia e fisiologia da pele
INTRODUÇÃO A pele é um órgão complexo, com várias funções, que atrai muita atenção e estudo científico. A ciência está constantemente descobrindo os meandros da fisiologia da pele, das substâncias químicas nela presentes, e de sua interação. Este conhecimento, por sua vez, aumenta a compreensão de como ocorrem os processos de doença e envelhecimento da pele. Os cientistas estão identificando os componentes químicos individuais da pele e as reações químicas e fisiológicas que aceleram o envelhecimento. Com uma compreensão melhor do processo de envelhecimento, os laboratórios estão desenvolvendo e incorporando novos ingredientes a produtos cosméticos que podem reduzir ou retardar os efeitos do envelhecimento e outros problemas de pele, além de neutralizá-los e/ou corrigi-los. Constantemente surgem muitos novos ingredientes cosméticos, e esta tendência deve se manter em um ritmo acelerado. Muitos dos ingredientes utilizados em cosméticos têm a finalidade de retardar o processo de envelhecimento, rejuvenescer a pele, atenuar os problemas de pele, e ainda reduzir o risco de câncer de pele. Um profundo entendimento da sua fisiologia possibilita formulações mais específicas e eficazes em cosméticos para cuidado da pele.
FUNÇÕES DA PELE Como maior órgão do corpo, a pele tem uma série de funções fundamentais resultantes de várias reações químicas e físicas que nela ocorrem. A pele é uma barreira, que protege o corpo de reações externas, lesões e oxidação. Ela ajuda a manter a temperatura corporal constante por meio da regulação da perda de umidade,
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permitindo que o corpo se adapte a diferentes temperaturas ambientais e condições atmosféricas. Ela reúne informações sensoriais e tem papel ativo no sistema imunológico, protegendo o organismo contra doenças. Para realizar todas essas funções –, protetoras, metabólicas, sensoriais e imunológicas – a pele precisa manter a própria capacidade de autorregeneração e integridade funcional. Produtos cosméticos têm um papel muito importante na função de proteção da pele. Filtros solares protegem contra a radiação ultravioleta (UV) e, consequentemente, contra o envelhecimento prematuro e câncer. Cremes e loções com efeito bactericida reduzem e/ou controlam a proliferação excessiva de bactérias, um problema particularmente associado à pele oleosa e uma das principais causas da formação de acne. Ao formar uma barreira invisível na superfície da pele, ingredientes hidratantes específicos podem ajudar a reduzir a perda de umidade, que resulta em desidratação. A pele protege também os órgãos internos da exposição ao oxigênio. Sem ela, os órgãos do corpo oxidariam rapidamente, de maneira muito parecida com uma banana ou maçã descascada quando o interior fica exposto ao ar. Com a secreção de sebo e suor, a pele desempenha uma função excretora, eliminando várias de substâncias nocivas resultantes das atividades metabólicas do intestino e do fígado. A pele também secreta hormônios e enzimas. Quando a química e a composição química da pele não são compatíveis com determinado(s) ingrediente(s) de um produto cosmético, o resultado é a sensibilidade geral ao produto e mesmo reações alérgicas. O grande número de terminações nervosas da pele faz que ela seja sensível ao toque. Como resultado, é um órgão sensorial e o local em que percebemos frio, calor, pressão, elasticidade, prazer e dor. A pele tem papel imunológico, sobretudo graças às células de Langerhans, que transportam os antígenos da pele para o sistema linfático. A radiação UV excessiva destrói ou inibe o funcionamento das células de Langerhans, aumentando o risco de câncer de pele. Em geral, a pele é estudada e tratada como uma entidade separada, de modo que muitas vezes este relacionamento estreito entre a pele e o corpo é ignorado ou esquecido. Embora proteja o corpo de várias maneiras, a pele e sua condição são regidas por muitas funções internas do corpo. Por exemplo, a oleosidade da pele é decorrente da atividade excessiva das glândulas sebáceas, e problemas de pigmentação devem-se à enzima tirosinase; ambos podem ser regulados por funções hormonais. Tendo em vista esta relação entre a pele e o corpo, para que aquela tenha a melhor aparência possível,
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Parte I – Pele e cosméticos
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é preciso manter a saúde geral por meio de nutrição adequada, exercício e descanso. Esta conexão também revela os problemas potenciais que os ingredientes que penetram profundamente na derme podem causar se forem absorvidos de modo sistêmico pelo sistema capilar. Quando a pele funciona em perfeita harmonia, o resultado é uma tez bonita, radiante e saudável. Quando não funciona adequadamente por causa da deterioração decorrente da idade, dos danos causados pelo sol, infecções bacterianas, hiperqueratinização ou simplesmente da perda de umidade natural, podemos usar produtos cosméticos para ajudar a restaurar o equilíbrio e a beleza. Entretanto, esses produtos cumprem o propósito trabalhando em conjunto com a estrutura tão complexa da pele.
COMPONENTES E ESTRUTURA DA PELE A pele tem uma estrutura microanatômica muito justaposta. Além das milhares de células, no espaço de uma polegada quadrada da pele com 1 a 4 mm de espessura há cerca de 650 glândulas sudoríparas, 65 folículos pilosos, 17,3 m de capilares, 71 m de nervos, milhares de terminações nervosas, células de Merkel para a percepção sensorial, e de Langerhans para proteção imunológica. A pele também contém melanócitos responsáveis pela produção de melanina, que confere à pele cor e manchas decorrentes da pigmentação ou sardas. Para um entendimento visual melhor, desenhe um quadrado de 2,5 cm e tente fazer 650 pontos, que representam os poros sudoríparos dentro daquele quadrado. Em seguida, pegue um carretel de linha, meça 17,3 m e coloque este pedaço de linha dentro do quadrado. Se está sendo difícil colocar 650 pontos e 17 m de linha, imagine tentar adicionar 1.300 terminações nervosas e 71 m de nervos! Encontramos tudo isso em uma área de 2,5 cm de pele com a espessura de algumas folhas de papel. A pele abriga várias glândulas, que são importantes pelas funções intrínsecas e também porque representam a porta de entrada para alguns compostos químicos. A principal função é sintetizar substâncias que possam resfriar o corpo, proteger a pele, aumentar sua elasticidade ou eliminar impurezas, como sais minerais e colesterol. Entre essas glândulas estão as sebáceas e dois tipos de sudoríparas: as écrinas e as apócrinas. As glândulas sebáceas estão ligadas ao mesmo ducto que contém o folículo piloso (ducto pilosebáceo). Elas são responsáveis pela secreção oleosa na pele, e parecem pequenos sacos. Os ductos das glândulas sebáceas abrem-se para a
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parte superior do folículo piloso. Normalmente, há apenas uma glândula sebácea por folículo, mas em alguns locais pode haver mais, o que significa mais secreção de óleo (sebo) nessa área. As glândulas sebáceas estão em quase todas as partes do corpo. A face e as costas contêm o maior número por centímetro quadrado de pele, ao passo que a região palmar (das mãos) e plantar (dos pés) não contêm nenhuma. O óleo secretado pelas glândulas sebáceas lubrifica a pele e ajuda a impedir a evaporação da umidade, e também tem algumas propriedades antifúngicas. A secreção excessiva de óleo está associada ao desenvolvimento da acne, enquanto a secreção insuficiente à secura da pele. As glândulas sudoríparas são abundantes na pele do corpo todo. As glândulas écrinas são as mais numerosas. Os ductos secretores abrem-se como um poro diretamente na superfície da pele. Muito abundante na região plantar e palmar, eles secretam um líquido transparente composto principalmente de água, ácido láctico, ureia, toxinas e substâncias antibacterianas. A função primária dessa secreção é diminuir a temperatura corpórea e manter o equilíbrio térmico com o meio ambiente. As glândulas sudoríparas apócrinas situam-se sobretudo nas axilas e na região pubiana. Elas ficam inativas até a puberdade, e são estimuladas por emoções e estresse. A excreção das glândulas sudoríparas apócrinas é muito limitada; não ocorre diretamente na superfície da pele, mas sim na parte superior do folículo capilar, e a partir daí passa para a superfície da pele. A transpiração das glândulas sudoríparas apócrinas pode ter um cheiro desagradável em razão da reação química entre a excreção, o oxigênio e as enzimas produzidas pelas bactérias (microflora) no folículo piloso e a pele. É importante observar que as impurezas e/ou obstruções nos poros ocorrem no folículo piloso. São o resultado da mistura composta de sebo, queratina de células do estrato córneo (corneócitos) e bactérias presentes no folículo. Higienizar a pele significa eliminar as impurezas desses poros. A transpiração não é um produto de limpeza; pode ajudar a limpar a pequena abertura dos poros sudoríparos, mas não limpa o folículo piloso, o poro através do qual o óleo é secretado. Este é um equívoco comum entre aqueles que acreditam que saunas ou transpiração limpam a pele. A superfície da pele é ácida. O pH, também conhecido como manto protetor, é formado por diversos componentes, incluindo o sebo secretado naturalmente e o suor (que contém pequenas quantidades de ácidos úrico e láctico). As reações químicas que ocorrem na pele também geram vários ácidos relativamente fortes solúveis em água. No estrato córneo, o pH da pele varia entre 4,4 e 5,6,
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dependendo do local do corpo. Também parece variar de um indivíduo para outro e de uma raça para outra. À medida que se passa pelo estrato córneo e através da epiderme para a derme, o pH aumenta até ficar neutro (pH 7,0). A acidez da pele ajuda a manter a resistência e a coesão, evita infecções por impedir o crescimento de bactérias, e facilita a retirada de células mortas superficiais por esfoliação. Uma das principais razões pelas quais os sabões – especialmente sabões com alto poder de limpeza e pH elevado – são prejudiciais à pele é que ela precisa de um ambiente ácido para funcionar corretamente. É por este motivo que, depois de usar certos produtos de limpeza para cuidado da pele, é preciso usar uma loção para equilibrar o pH; quando os agentes de limpeza têm pH neutro ou alcalino, o nível de acidez da pele precisa ser restaurado. Sem tratamento, a pele recuperará o pH ácido em cerca de 20 minutos (ou mais), dependendo do nível de desequilíbrio ácido criado. Todos estes componentes e ações estão na camada de síntese básica do tecido da pele, e serão abordados como três camadas.
AS CAMADAS DA PELE A pele é um conjunto altamente especializado e complexo de tecidos divididos em três camadas: epiderme, derme e hipoderme, também conhecida como tela subcutânea (Figura 1-1). Existem vários tipos diferentes de células da pele, das quais as mais importantes são: queratinócitos, melanócitos, fibroblastos, e diversas células do sistema imune (Langerhans, células mononucleares migratórias e mastócitos). Além desses diversos tipos de células, a pele também contém tecidos conjuntivos ricos em matriz extracelular (MEC), cujos componentes são responsáveis pela flexibilidade – maleabilidade e elasticidade. Outras funções fisiologicamente importantes, tais como hidratação, regulação da temperatura corpórea e da permeabilidade da pele em células específicas, dependem da composição química e da MEC. Essas funções reguladoras estão estreitamente associadas à interação entre as células e os produtos químicos na pele através de receptores específicos localizados na membrana de cada célula. Podemos imaginar esses receptores como antenas que ajudam as células a se comunicarem entre si e com o ambiente, e também são capazes de se ligar aos vários componentes químicos que passam entre as células. Entre essas substâncias químicas estão alguns ingredientes comumente utilizados em produtos
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cosméticos (como o retinol) que interagem com as células e desempenham diversas funções terapêuticas através de receptores celulares. Quando os receptores não funcionam corretamente, o desempenho fisiológico da pele pode ser prejudicado, acelerando os danos ou a deterioração, como o envelhecimento. Embora o trabalho com os receptores seja um conceito estudado de forma mais exaustiva em medicina e farmácia, na cosmética seu papel em relação à eficácia do retinol, por exemplo, está bem estabelecido. Epiderme é a parte da pele visível a olho nu. É uma camada muito fina, com profundidade de aproximadamente 25 a 30 camadas de células; a espessura varia entre 1,6 mm na região plantar e 0,04 mm nas pálpebras. A epiderme contém diversos tipos de células, como: os queratinócitos, que estão em constante processo de reprodução para substituir células esfoliadas; as células de Langerhans para proteção imunológica; os melanócitos, que dão cor à pele; e células de Merkel, associadas ao tato. Epiderme é a camada de pele sobre a qual aplicamos os produtos e com a qual nós (e os cosméticos) temos mais contato nos processos de limpeza, esfoliação, recuperação cutânea e hidratação.
Estrato córneo Estrato lúcido Estrato granuloso Estrato espinhoso Estrato germinativo (basal) Papilas dérmicas (redes de pregas)
Epiderme
Papilar Reticular Glândula sebácea Derme
Terminações nervosas Vasos linfáticos Vasos sanguíneos
Hipoderme
Fáscia Músculo
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Manto ácido
Figura 1-1 Camadas da pele
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A segunda camada de pele, derme, está abaixo da epiderme, ligada a ela pela camada basal. Sua espessura varia entre 3,0 mm nas costas e 0,3 mm nas pálpebras. Representa a parte mais importante da pele. Compõe-se de colágeno e elastina (tecidos conjuntivos), folículos pilosos, óleo (glândulas sebáceas) e glândulas sudoríparas (écrinas), vasos sanguíneos e nervos, que transmitem sensações de tato, pressão, dor, coceira e temperatura. A terceira camada da pele, tela subcutânea, é a mais profunda das três. Constituída sobretudo por gordura e tecido conjuntivo, abriga grandes vasos sanguíneos e nervos. É muito mais espessa do que a epiderme e a derme. A espessura, no entanto, depende da parte do corpo a ser avaliada e do índice de gordura do indivíduo. Esta camada é importante para regular a temperatura da pele e do corpo. Uma análise atenta de cada camada, inclusive da composição e da função, é importante para compreendermos ainda mais o impacto que um produto cosmético pode ter sobre a pele.
Epiderme Entender a epiderme é extremamente importante para avaliar penetração de um produto, definir a ação de cosméticos versus produtos farmacêuticos de acordo com a regulamentação da FDA, e a eficácia do produto. A epiderme confere brilho, juventude, textura e boa aparência à pele. Ela é responsável pela saúde da pele, protegendo-a contra a perda de umidade e a penetração de bactérias. Raios UV, acne, doenças visíveis, fumaça de cigarro, poluição e câncer de pele afetam esta camada. A epiderme é um tecido metabolicamente ativo que sintetiza lipídeos e contém todos os componentes individuais necessários para formar a camada de barreira protetora. Como representa a camada mais externa da pele, ela age como barreira inicial ao ataque de agentes oxidantes. A epiderme tem capacidade protetora e antioxidante mais elevada do que a derme, porque apresenta elementos essenciais contra os radicais livres, tais como vitaminas C e E e a enzima superóxido dismutase (SOD). Esta camada também contém grandes quantidades de glicosaminoglicanos (GAGs) e ceramidas. A epiderme é dividida em cinco subcamadas de células, e todas têm papel ativo na manutenção da pele saudável. Começando pela superfície da pele até a derme, essas cinco camadas são:
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