FICHA TÉCNICA Propriedade: Centro Escolar de Santa Marta de Portuzelo
Organização: Professores, Encarregados de Educação e alunos
Estórias Encarregados de Educação e alunos do CESMP
Ilustrações: Alunos do CESMP
Todas as histórias, com os seus heróis e os seus malfeitores, com os seus avanços e recuos, deram corpo ao que está nas páginas que se seguem, à vista de todos, para serem reconhecidas e consideradas como pertença desta comunidade educativa. Pensamos que a vossa contribuição para a consecução do projecto foi uma mais-valia para as aprendizagens dos vossos filhos e para o desenvolvimento da interacção que deve existir entre a escola e a
comunidade local. Foi também com a colaboração preciosa de todos os docentes deste
Centro Escolar, que foi possível o lançamento das vossas histórias. É com um bem-haja que agradecemos a todos quantos participaram e deram exemplo de que a escrita pode ser uma actividade lúdica muito construtiva.
ÍNDICE
Biografia de João Álvares Fagundes
As Peripécias de Fagundes Em Busca da Ilha Encantada dos Amores
Fagundes e as suas Aventuras Visita à Ilha do Bacalhau à Gil Eanes
Uma Viagem Atribulada As Grandes Aventuras de João Álvares Fagundes O Corajoso João Álvares Fagundes Uma Aventura no Mar O Amor de Fagundes Fagundes, o Navegador Uma Aventura nos Mares do Norte Uma Aventura de João Álvares Fagundes Na Ilha de Milaque
Pouco se sabe da vida deste ilustre vianense. Tudo leva a crer que nasceu em Viana antes de 1498, porque nessa data surge como testemunha na formação do primeiro Tombo das rendas e bens da Câmara. João Álvares Fagundes é descendente de uma família de clérigos que vieram do Porto acompanhar o Administrador da Comarca Eclesiástica. Era filho de Álvaro Anes e sobrinho de Rodrigo Anes “Fagundo”; o primeiro foi pároco em S. Vicente de Távora, S. Pedro de Seixas, Lanhelas e Argela; o segundo foi o primeiro arcipreste da Colegiada de Viana e seu filho Rui Fagundes ocupou o mesmo cargo. Eram pessoas influentes na Corte e na região.
Em 1521 o rei D. Manuel concedeu-lhe a capitania das terras descobertas. Para levar em frente essa grande aventura que foi a descoberta da parte meridional da Terra Nova, João Álvares Fagundes teve de se desfazer dos seus bens e até endividar-se, vindo a perder tudo o que havia conquistado com tanto sacrifício, em favor dos espanhóis que, devido a um erro de longitudes cometidas pelos portugueses, vieram a reclamar a inclusão do estreito de Cabot e da Nova Escócia no seu hemisfério. Deve-se a este vianense a descoberta da Nova Escócia.
João Álvares Fagundes estava entre os homens bons de Viana, que em 6 de Novembro de 1512 se reuniram em concelho, para tomarem posição acerca do padroado do mosteiro de Sant’Ana, recentemente construído a expensas camarárias. Dois anos passados, voltou a ser eleito para o cargo de juiz do concelho de Viana. Deve ter falecido no final de 1522, princípio de 1523.
Blog ”Mar de Viana” (texto com supressões e adaptações)
Era uma vez um grande herói vianense chamado João Álvares Fagundes, famoso armador de navios. João era um homem musculado, de cabelos e olhos castanhos, sempre bem-disposto e amável com toda a gente. Era um aventureiro e estava sempre pronto para procurar tesouros em todos os cantos do mundo. Assim fez. Aventurou-se pelos mares do sul com rumo ao oceano Índico no seu majestoso barco “Conquistador”. Enfrentou tempestades, remoinhos mas, com sorte, ultrapassou tudo e, por fim, avistou uma ilha. A ilha era acidentada e estava cheia de árvores, arbustos, insetos, e animais selvagens. João entrou pela floresta subindo e descendo vales, planaltos e planícies até que avistou uma gruta brilhante. Lá dentro, havia diamantes que estavam protegidos por duendes. Ao continuar a explorar a gruta, viu um gigante a dormir. Com medo de o acordar, escondeu-se entre as rochas. Passado algum tempo, o gigante acordou e, por sentir que alguém o estava a observar, fingiu que se retirava da gruta.
O herói saiu do esconderijo e preparou uma armadilha. Começou a cavar um buraco muito fundo e tapou-o com ramos e folhas. De repente, olhou para trás, viu o gigante a entrar na gruta e resolveu enfrentá-lo junto ao buraco. O gigante aproximou-se, pôs um pé nas folhas, desequilibrou-se e caiu. Começou a gritar e a pedir ajuda. Prometeu-lhe que não lhe fazia mal e que lhe dava alguns diamantes. João arranjou um tronco para ele subir. Quando saiu do buraco, o gigante agradeceu-lhe e disse-lhe para continuar o caminho da floresta pelo lado esquerdo pois aí não corria perigo. O herói pediu desculpa ao gigante pelo que lhe tinha feito e partiu com os diamantes. Seguiu o seu caminho tal como o gigante lhe tinha indicado, voltou ao barco e partiu. Passados uns dias, chegou a um porto onde atracou. Foi confrontado novamente com peripécias, desta vez para participar num concurso de sabedoria de palavras enfeitiçadas. Desconfiado, João aceitou. O concurso foi difícil e o navegador ficou espantado quando se apercebeu que tinha perdido com um sábio louco. Apercebeu-se que corria perigo e saiu apressadamente do local como se um feitiço o tivesse atingido. Sabendo ele que era um herói, não poderia ficar de braços cruzados e tinha de se aventurar como sempre o fez.
Afastou-se desolado, quando, de repente, lhe apareceu uma fada no meio de um clarão que lhe perguntou o porquê da sua tristeza. João relatou o sucedido e regressou ao local
do concurso e, com ajuda da fada, conseguiu superar as provas e sair vitorioso. Depois de enfrentar todos os obstáculos nesta sua longa viagem, João Álvares Fagundes
decidiu regressar a casa com os diamantes. Em cada porto, contava a sua grande aventura pelas florestas da ilha misteriosa e a forma como tinha ganho o concurso ao
sábio louco. João Álvares Fagundes ficou conhecido por ser um grande herói e por ter descoberto a
ilha dos diamantes. A partir dessa altura, todas as pessoas queriam conhecê-lo e falar com ele e dar-lhe os parabéns pela sua coragem.
O navegador vianense, com o seu barco “Conquistador”, navegou por muitos mares e oceanos à procura de novas ilhas e tesouros, fazendo sempre novos amigos por onde
passava. O nosso herói fez muitas expedições por todo o mundo para dar a conhecer as suas histórias e as suas descobertas, ficando conhecido em todas as partes do mundo
como navegador e conquistador.
Era uma vez um pescador chamado João Alvares Fagundes. Era um homem alto e magro. Tinha barba e cabelo pretos. Usava óculos. Morava à beira da praia, tinha um grande barco e adorava o mar. Navegar sempre tinha sido para ele muito importante. Fazia-o sentir-se livre. Como era bom sentir o vento no rosto, ouvir o som das ondas, estar rodeado de tão belas paisagens… No entanto, tinha um sonho que se repetia todas as noites e que o deixava preocupado. Sonhava que encontrava um tesouro valioso que servia para comprar vacinas para crianças pobres. Certo dia, decidiu procurar a Ilha Encantada dos Amores. Ouvia-se dizer que essa ilha ficava no Pólo Norte e que estava cheia de gelo. Dizia-se também que, nessa ilha, tinha passado um navegador muito rico e que tinha escondido lá o seu valiosíssimo tesouro. Infelizmente, João Álvares Fagundes não sabia o caminho para lá chegar. Mas, mesmo assim, determinado, resolveu partir à aventura e pediu a um velho
amigo, o Manuel, que o acompanhasse nessa viagem que começava no oceano Atlântico. No início da viagem, tudo estava calmo, partiram com bom tempo. João ia feliz a contar as suas aventuras ao seu amigo Manuel. Já iam no segundo dia de viagem quando, de repente, sentiram um enorme estrondo no barco. Este parou por completo em alto mar. Eles não percebiam o que se estava a passar, ou não queriam acreditar na falta de sorte! Estavam encalhados num ilhéu! — E agora? — perguntou o João Álvares ao seu amigo. — Vamos vestir os coletes salva-vidas! O barco pode virar! É muito perigoso! — respondeu o Manuel tão assustado que já gaguejava. Desesperados e sem saber o que fazer, cheios de frio e medo, viram o dia escurecer e a aproximar-se muito mau tempo. A noite caiu e começou a chover torrencialmente. O mar estava cada vez mais agitado e, com tanto baloiçar das ondas, o barco, milagrosamente, acabou por desencalhar mas foi levado pela maré
para o interior de uma gruta. Assim que João e Manuel repararam que o barco já estava solto, ficaram muito contentes e pensaram que já podiam seguir caminho tranquilos. Para isso, bastava sair daquele local. Estavam a tirar os coletes quando se aperceberam que o barco se tinha estragado e que estava a entrar água para dentro dele. Muito aflitos, gritaram o mais que puderam. — Socorro! Socoooooooorro! Alguém nos ajude! O barco está a afundar! Como ainda estavam no interior da gruta, os seus gritos faziam eco e parecia que mais de mil pessoas estavam a gritar ao mesmo tempo. Foi nesse momento que ouviram uma voz suave e doce: — Acalmem-se, meus amigos. Era uma fada que tinha aparecido no meio das ondas. Os dois amigos estavam assustados mas rapidamente perceberam que ela os ia ajudar.
— Pode ajudar-nos, por favor? — perguntaram eles. — Eu sou a Fada do Mar e vou recuperar o vosso barco. A Fada do Mar deu a mão aos dois amigos e começou a cantar “Pozinho de perlimpimpim , põe esse barco a andar, neste mar sem fim…” O barco ficou como novo. Os dois amigos agradeceram à fada e seguiram calmamente a sua viagem. Passados uns dias a navegar, avistaram uma enorme ilha. Com alegria, festejaram a descoberta pois, por fim, chegavam à tão desejada Ilha dos Amores. Era linda! Ao contrário dos rumores, não tinha gelo. A água do mar era muito límpida, a areia era muito brilhante e havia muitas flores coloridas, todas amores-perfeitos, nas quais poisavam lindas borboletas de todas as cores e feitios. Tudo era colorido e magnífico! Os pescadores nunca tinham visto nada assim… parecia que estavam num conto de fadas! Resolveram seguir o sonho, e foram à procura do tão desejado tesouro. Procuraram e, passados alguns dias, acharam-no.
O tesouro era enorme e estava repleto de peças valiosas e de ouro. Festejaram com
muito entusiasmo a descoberta pois iriam conseguir o que tanto desejavam: doar as vacinas às crianças.
João Alvares Fagundes, juntamente com o seu amigo Manuel, carregou o barco e regressaram a Portugal, orgulhosos das suas aventuras e do tesouro. Com ele,
compraram muitas vacinas que ofereceram a todas as crianças portuguesas. Mas, como os heróis nunca se dão por satisfeitos, começaram logo a pensar no que fazer
com o resto do ouro. Assim, pensaram em comprar mais vacinas, fazer uma viagem até África e oferecer as vacinas que muitos meninos africanos, infelizmente, não têm.
E se bem o pensaram, melhor o fizeram…
Era uma vez um senhor chamado João Álvares Fagundes que vivia numa casa pequena à beira do rio, local onde tinha nascido. Desde pequeno que mostrava um gosto especial pelo rio e pelo mar. Quando tinha apenas seis anos, tinha pedido ao
pai para construírem um barco juntos com o qual pudessem passear e conhecer melhor o mar. Era um barco pequeno e azul mas muito resistente que, juntos,
tinham batizado de “Santa Marta”. Os anos foram passando e João tinha-se tornado um homem alto e bonito. Tinha cabelo castanho, olhos azuis como o mar e
a pele queimada pelo sol. O que mais gostava de fazer era levantar-se bem cedo para pescar e navegar no seu barco “Santa Marta”. Gostava de viajar e dizia sempre
que algum dia iria conhecer outros países. O desejo de viajar era cada vez maior e, numa certa manhã, pensou que seria uma
boa altura para partir. Decidido, preparou a viagem. Pegou na sua mochila e no que era mais importante e fechou a sua casa. Despediu-se de alguns amigos e partiu à
descoberta de novas terras no seu humilde barco.
Feliz, navegou alguns dias até que atracou num porto de mar cheio de lindas embarcações. A sua primeira aventura estava a começar. Maravilhado, foi dar um passeio para conhecer a zona. Mas, quando regressou, algo terrível tinha acontecido. O seu querido barco tinha desaparecido! Que desespero sentiu quando se deu conta da falta do seu bem mais precioso! Aquele barco era uma relíquia com o qual tinha navegado por muitos mares revoltosos e tempestuosos mas que sempre o tinha trazido são e salvo à sua tão adorada cidade de Viana do Castelo. Já em pleno dilúvio de lágrimas, João orou à santa padroeira dos navegadores de Viana, a Senhora d’Agonia. Não se sabe se foi a santa ou a sorte, mas as preces do João foram ouvidas e surgiu, vinda dos fundos dos mares, a ajuda de uma bela criatura enigmática. O navegador já tinha viajado muitas milhas, visto muitas ilhas paradisíacas e locais fabulosos mas nunca tinha visto nada assim. Meia mulher, meia peixe, era uma criatura muito bela e estava de braços abertos a oferecer
ajuda para procurar o barco desaparecido. João estava boquiaberto e não queria
acreditar pois, para ele, as sereias eram velhas histórias contadas às crianças por pescadores e navegadores.
A bela sereia, de cauda cor-de-rosa, olhos azuis e cabelos encaracolados, ao ver o navegador com uma cara tão angustiada, pediu-lhe que se acalmasse. João
respondeu que estava desesperado porque o seu belo barco tinha desaparecido. A sereia disse-lhe então que o ajudava a recuperar o barco perdido mas que tinha de
construir uma jangada visto que ele não a poderia acompanhar nadando pelos mares numa viagem tão longa. Depois da jangada estar pronta, partiram à aventura. Pelos mares, viram polvos gigantes, peixes coloridos, grutas fantásticas nas ilhas… Viajaram vários dias até que avistaram no horizonte o barco “Santa Marta”. Quando se aproximaram, João ficou surpreendido quando se deparou com o seu querido barco cheio de perigosos piratas. A simpática sereia aconselhou o amigo a
ser cuidadoso com aqueles piratas traiçoeiros. E, tal como tinha aparecido, desapareceu de uma forma mágica. Sozinho, João encheu-se de coragem e decidiu enfrentá-los. Muito educadamente, disse-lhes que aquele barco era dele desde a sua infância e que tinha sido construído pelo seu pai e ele próprio. O chefe chamou os parceiros. Os piratas cercaram-no e responderam que o barco lhes pertencia. João ficou agoniado ao aperceber-se que tinha ficado sem o barco e que se tinha tornado um prisioneiro. Ficou com os piratas durante algum tempo. Era prisioneiro mas participava em algumas atividades daqueles piratas malvados. Um dia, depois de ter participado num jogo e de ter vencido, furiosos, os piratas condenaram-no à morte. Foi nesse momento que surgiu uma fada e, por magia, salvou-o fazendo desaparecer aquela gente tão maldosa. O herói ficou muito feliz por finalmente estar a salvo e de ter recuperado o seu barco tão precioso. Navegou rumo a Viana do Castelo. Estava feliz por regressar e pensou que não havia terra nem sítio mais bonito e acolhedor
do que a sua casinha Ă beira do rio.
Era uma vez um destemido e aventureiro vianês, de seu nome João. Desde muito jovem, aquilo que João mais gostava era de ver o mar, que às vezes era azul e transparente e outras sombrio e cheio de segredos.
Gostava de se sentar na beira da praia, sentia o vento e o cheiro a maresia e sonhava com mil e uma aventuras por mares e oceanos nunca antes navegados.
Descendente de fidalgos, João Alvares Fagundes, tornou-se cavaleiro do rei D. Manuel I, e levou adiante essa grande aventura, tendo ficado conhecido como o Capitão de Terra Nova e Senhor e Descobridor das Ilhas do Bacalhau. Numa das suas viagens descobriu uma pequenina ilha no sul da América. Era um lindo dia de verão e ancorou o barco na praia. Desceu e resolveu visitar a ilha. A ilha estava cheia de árvores e ouvia-se o cantar dos pássaros. surgindo do meio de tanta natureza, pousou no seu ombro uma águia: - Olá! - Disse-lhe a águia. -Olá!...Como te chamas? - Perguntou-lhe o João.
- Vitória. E tu? - João. - Tenho andado a viajar pelo mundo e resolvi parar nesta linda e misteriosa ilha para a visitar. Queres acompanhar-me? - Perguntou a águia. - Sim, quero. Como se chama a ilha? - Ilha do Bacalhau à Gil Eanes. - Disse a águia. Assim foram o João e a Vitória irrompendo por aquela imensa biodiversidade. O João e a Vitória ficaram grandes amigos e nunca mais se largaram. Andavam sempre juntos e descobriram coisas imensas e lindas na ilha. Decidiram ficar por lá uns tempos para poderem explorar a ilha do Bacalhau à Gil Eanes. O tempo começou a ficar muito feio e resolveram fazer uma cabana para se abrigarem do mau tempo que aí vinha. Passaram dois dias muito maus, com tempestades e vento!...Contudo, logo veio a bonança e o sol voltou a brilhar. Foi então que decidiram retomar as descobertas. Numa dessas descobertas,
encontraram um enorme castelo com um ar muito sombrio. - Vitória, de quem é este castelo? - Perguntou o João.
- Não sei! - Respondeu a Vitória. - Será que podemos entrar? - Perguntou o João.
- Eu acho que é melhor não!... é que já se faz tarde. - Estou curioso!...vou entrar. - Disse o João.
- Tem cuidado, parece assustador. – Disse baixinho, com a voz tremula, a Vitória. Mas o João entrou, pois era um aventureiro e destemido descobridor. A Vitória,
apesar de estar a tremer de medo, lá o seguiu de perto. Depois de explorarem algumas das enormes salas do castelo, completamente vazias, entraram numa sala
muito bonita e brilhante onde estava uma princesa que, apesar de todo o brilho e beleza que a rodeava, estava muito triste.
- Como te chamas? - Perguntou o João. - Bela. - Respondeu a princesa.
-Porque estás tão triste? - Perguntou a águia Vitória.
- Estou triste porque não tenho amigos e vivo aqui sozinha. - Disse a princesa. -Não fiques assim, estamos aqui...e podemos ser teus amigos. - Disse o João. Bela ofereceu-lhes guarida, jantaram e conversaram até tarde. No dia seguinte, pela manhã, passearam pelos jardins, divertiram-se e riram como bons amigos, parecia que já se conheciam há muito tempo. De repente, João tropeçou e caiu, ferindo-se numa das mãos. Bela correu ao seu encontro, ajudou João a levantar-se e os dois olharam-se com o carinho e a ternura de dois apaixonados. - João, magoaste-te? - Perguntou Bela - Não, apenas tropecei, mas sabes até calhou bem! - Porquê? - Perguntou Bela. -Porque é nestas horas que damos valor ao nossos amigos, àquilo que conquistamos e que tanto ansiamos. Viajei muito, diverti-me, descobri esta ilha maravilhosa, fiz uma grande amiga, a águia Vitória e, finalmente, descobri o meu
grande amor...que és tu!...Sou um sortudo! Depois de se declarar a Bela, porque João tinha encontrado tudo o que o poderia fazer feliz, resolveu voltar para à sua linda terra natal – Viana do Castelo. É claro que levou consigo a Bela e a sua amiga Vitória. Quando chegou, João sentiu que faltava algo para completar a sua felicidade...formar família! Pediu a mão de Bela em casamento e fez uma grande festa em que todos foram convidados!...E Viveram felizes para sempre!... Se a família cresceu?...Claro que sim!...E foi assim que as histórias das suas aventuras foram contadas de pais para filhos, de filhos para netos...
Era uma vez um homem forte, que gostava do mar, que se chamava João Álvares Fagundes. Esta sua paixão tornou-se ainda mais grandiosa quando o Rei D. Manuel I lhe deu para comandar a Capitania das Ilhas.
Fez várias viagens à América do Norte e explorou muitas ilhas. Era considerado um grande navegador e armador de navios de Viana do Castelo.
Trabalhou muito para construir navios e com alguns companheiros foi para a Terra Nova, onde muitos pescadores de Viana do Castelo se deslocavam para a pesca do
bacalhau. Grandes aventuras pelo mar, nos seus fortes navios fizeram-no chegar a uma terra
longínqua onde ainda ninguém tinha estado. Este ao ver as maravilhas desta terra decidiu explorar o seu interior. Como em todas as outras, havia de tudo, desde
população a animais, terrenos para cultivar e toda a beleza que o mundo pode dar. João Álvares Fagundes foi ali muito bem recebido. Conseguiu ainda atrair um
tesouro...uma bela mulher, mas esta não teve lugar no seu coração. O seu grande
amor era o mar e ele sabia que o seu destino seria navegar e conhecer novas terras e novos mundos. Foi então que D. Álvaro Fagundes decidiu embarcar na sua nau, um navio de grande porte, utilizado em viagens de longa distância, e partir em direção a Sul. Quando estava a confirmar o número de nós do cabo de mar (uma corda com nós presa na popa da Nau que lhe permitia verificar a velocidade a que ía), a força de uma onda fê-lo cair ao mar gelado na corrente do labrador. Enquanto lutava desesperado para não ser engolido pela força das águas, viu uma enorme agitação no mar. Agarrado ao cabo de nós, reuniu todas as suas forças e conseguiu subir. Assim que se levantou foi atacado por um cardume de peixes voadores que fugiam de grande tempestade que se aproximava. João decidiu então recolher as velas e recolher-se no convés. Porém já era tarde de mais, um forte relâmpago caiu na embarcação causando danos graves. João decidiu instintivamente direcionar a nau até à costa mais próxima. Minutos
depois, percebendo que a sua embarcação estava a afundar-se, acabou por atirar-se ao mar com uma pequena jangada que havia construído para uma destas emergências. Depois de vários dias no mar, cheio de frio e fome e de ter lutado pela vida, contra polvos gigantescos e tubarões famintos, perdeu as esperanças e deixou-se levar pela corrente, acabando finalmente por ser arrastado para a costa. Foi assim que chegou a uma bela ilha. Estava cansado, muito fraco e acabou por desmaiar. Acordou com um sussurrar e uma língua que não conhecia. Olhou em seu redor e viu um povo robusto com ar selvagem e assustador. Deram-lhe água e de comer. Mesmo assustado não o demonstrou. Depois de ali passar alguns dias, já se sentia com forças para continuar a sua viagem, mas faltava-lhe a nau. Pediu ajuda ao povo viking, que afinal se haviam revelado pessoas afáveis e dado provas de grande amizade. Com a madeira maciça e resistente das suas floresta, construíram-lhe uma bela nau. Dois meses depois, João estava pronto para embarcar.
Foi agraciado entre outras coisas com um barril de rum, bebida que desconhecia até então.
Fagundes fez-se ao mar, o vento soprava a seu favor e tudo parecia correr bem. Foi então que, ao fim de uma semana de viagem, João Álvares Fagundes avistou um
navio inimigo. Desesperado tentou a todo o custo voltar para trás mas era tarde demais, a tripulação do navio fê-lo prisioneiro pensando que trazia consigo tesouros,
mas Fagundes trazia apenas um barril de rum e toda a sua experiência de armador e homem do mar. Foi feito escravo mas nunca se deu por vencido, pois era um homem
forte e sabia que um dia iria libertar-se daquela malvada tripulação.
Era uma vez um jovem chamado João que nasceu no século XV. O seu sonho era um dia ser navegador. Ele era alto, com cabelo curto encaracolado e castanho. Os seus olhos também eram castanhos. Usava botas de água e uma capa própria para ir ao mar. O João ia todos os dias para o mar pescar e, por isso, desejava conhecer novos mundos. A certa altura, o João resolveu ir no seu barco conhecer outras terras, novas culturas e novos ambientes. O que o levou a tomar esta decisão foi o facto de estar cansado de ver sempre as mesmas pessoas e os mesmos problemas. João Álvares Fagundes abasteceu o seu barco com alimentos e fez a sua viagem pelo mar. Durante a viagem teve a companhia do seu fiel amigo cão e de três amigos que o quiseram acompanhar, apesar de não serem tão corajosos como ele.
Foram conhecendo vários animais que também ficaram seus amigos. Estes foram-
nos acompanhando pelo mundo fora, tais como uma tartaruga e um golfinho. João velejou até ao norte, onde visitou coisas muito bonitas.
Desceu novamente para sul. Visitou Veneza, uma cidade italiana muito bonita e com muita história. Deu para andar de barquinho (gôndola) nos canais e andou
pela cidade a ver museus. Também não deixou de ir provar alguns dos petiscos daquela cidade. Ficou lá alguns dias e voltou para a sua viagem com os seus
amigos. Durante esta viagem estava disposto a fazer novas descobertas mas mal ele sabia
que iria enfrentar uma grande tempestade em que o dia se tornou muito frio, pois apareceram ondas gigantes e ventos fortes. O João estava preocupado, pois tinha
que enfrentar o maior polvo gigante do alto mar mas, sendo um homem corajoso, conseguiu apanhá-lo com a ajuda dos seus amigos.
Seguindo viagem, chegaram a uma ilha. Lá encontraram uma grande gruta onde
pernoitaram. Ao amanhecer, o João seguiu a sua viagem. O João bateu com o seu barco numa
rocha esquisita. Era roxa com umas pintas cor-de-rosa! Ele decidiu ver se era rocha firme e reparou que era outro polvo gigante! Este já estava meio levantado quando
o João começou a fugir. Ele caiu ao mar, mas no barco estava a sua tripulação que o salvou com a ajuda de uma boia. Puseram o barco a andar a toda a bolina, mas o
polvo perseguia-os. O polvo não desistia e, numa distração da tripulação, agarrou o barco com os seus
grandes tentáculos, fazendo de toda a tripulação sua prisoneira. Ela tentou sair da beira do polvo, mas ele era muito forte. Naquela noite, a
tripulação reuniu-se com o comandante João para fazerem uma armadilha ao polvo.
Eles decidiram fazer tochas para queimarem os tentáculos ao polvo. Foi assim que
se livraram dele. Seguiram viagem e descobriram ilhas que tinham muitas riquezas: plantas, ouro,
água, liberdade e outras coisas mais. Resolveram regressar e, quando chegaram novamente à sua terra, contaram aos habitantes o que lhes tinha acontecido.
Muitos quiseram viajar com João Álvares Fagundes e ficar nestas terras onde podiam viver sem grandes dificuldades.
Era uma vez um herói chamado João Álvares Fagundes que vivia na linda e acolhedora cidade de Viana do Castelo. Era chamado um “vianense puro”, porque amava a sua terra e vivia do mar, para além de ser armador de navios. Este homem era alto e corpulento. Tinha os cabelos compridos e acastanhados. Embora fosse de pele branca, a sua cor estava sempre muito bronzeada devido aos banhos de sol que apanhava no mar. O povo considerava-o muito corajoso e audaz porque nada o fazia temer, estando sempre pronto para ajudar a sua gente. Ele “ corria” atrás de um sonho que tinha a ver com melhores condições de vida para as pessoas e, por isso, sonhava por um mundo melhor. João Álvares Fagundes era um homem responsável, mas muito brincalhão, Então, em todas as suas viagens vivia aventuras engraçadas. Uma delas foi quando estava a navegar e ouviu alguém falar com ele. Muito sério, pensava que era imaginação, pois não via ninguém. O barco aproximou-se de uma ilha e é então
que vê uma bela sereia! Ele nem queria acreditar no que estava a ver. Para ele não
passava de um sonho…. Mas não, era uma realidade linda, maravilhosa de se ver. Conversaram, riram, brincaram e até choraram. João Álvares Fagundes, ansiava
chegar a terra para contar a sua bela história ao seu povo e à sua família. Juntos continuaram a viagem, rumo ao norte para novas descobertas. Foi então
que a sereia lhe contou que estava perdida, daí o motivo de tanto choro. Pouco tempo depois, o barco embateu contra as rochas e foi nesse momento que a sereia
avistou as suas amigas que andavam à sua procura. Juntas ajudaram o barco a desencalhar.
Como agradecimento, João deu à sereia um lindo colar que ela tinha feito durante a viagem com umas belas pérolas. Despediram-se os dois aos abraços. A sereia
ficou feliz por ter encontrado as suas amigas e João, por sua vez, continuou a viagem, rumo ao desconhecido.
Mais à frente, viu um grande rochedo. João virou o seu barco, conseguindo evitar
bater. Satisfeito, preparou-se para continuar a viagem. Quando começou a remar, uma enorme cabeça apareceu. Afinal não era um rochedo, mas sim um terrível e assustador monstro que lhe perguntou: - Quem tem coragem de me acordar? - Sou eu, João Álvares Fagundes e quero passar. - Muito bem, admiro a tua coragem, mas só te deixo passar quando me disseres o que é que entra na água e não se molha. João pensou bastante e não conseguiu descobrir a resposta. O tempo passou e, ao amanhecer, quando o sol bateu no barco, viu a sombra na água. - É isso, a sombra! - exclamou alto. - Muito bem, valente aventureiro. Continua a tua viagem. O nosso navegador prosseguiu a sua viagem. De noite, tinha a ajuda das estrelas e de dia tinha a ajuda do Sol. Ele era muito entendido em astronomia!
Ao fim de muitos dias de viagem, através da neblina matinal, avistou o que lhe
pareceu ser uma ilha. Era uma ilha não muito grande, tinha talvez o tamanho da cidade de Viana do Castelo.
Num primeiro plano, estava a praia de areia fina e, ao fundo, fazendo lembrar o monte de Santa Luzia, uma magnífica montanha. Esta estava coberta de pinheiros
e no cume tinha um pouco de neve que derretia e escorria por uma parte da encosta.
No meio da vegetação, podiam-se vislumbrar uns carreiros que davam a volta à montanha e que não se sabia para onde iam.
Ao ver paisagem tão encantadora e bela, que de alguma maneira lhe fazia lembrar a sua terra natal, o nosso vianense puro decidiu acostar para uma exploração à
ilha. Era realmente muito verdejante, com vegetação densa. Parecia que ninguém antes tinha passado por ali. Havia umas flores raras aqui e
outras ali e pássaros lindíssimos a voarem e a cantarem livremente.
Ali respirava-se ar puro.
Pensativo, o João imaginava como seria viver naquela ilha. Sentou-se numa rocha a admirar a natureza.
Mais tarde, continuou a sua exploração e achou que a ilha era bastante convidativa, pois com tanta vegetação devia estar repleta de alimentos, capazes
de satisfazerem a sua fome. O que achou estranho foi ver que os carreiros estavam bem organizados no meio da vegetação, mas não conseguiu ver nenhuma
habitação nem tinha visto ninguém aparecer na praia com a chegada da embarcação. Durante a sua caminhada até ao cume, João não viu ninguém, mas
sentiu que estava a ser observado. O mais esquisito era que estavam a acontecer coisas estranhas. O seu cantil apareceu no cimo de uma árvore e ele teve de o ir
buscar. Mais tropelias foram acontecendo… De repente, lembrou-se de uma história que a sua mãe havia contado sobre um ser fantástico, uma espécie de
duende das lendas portuguesas e que estava sempre a fazer travessuras. Então,
gritou o seu nome bem alto: - Zanganiiito! Logo ele lhe apareceu à sua frente. João Álvares Fagundes deu um salto com o susto que apanhou, mas logo se recompôs e disse ao Zanganito que desaparecesse, contudo ele não quis. Então, começaram a discutir e a brigar. O João ficou ferido e o Zanganito desapareceu. Horas depois apareceram os nativos da ilha e levaram-no prisioneiro. De repente, do meio das árvores, surgiu um animal feroz e faminto. O João ficou aflito e sem saber o que fazer, pois não se podia defender. Agora, estava ali sozinho entregue àquela besta desconhecida, pronta a atacá-lo. Como ia agora defender-se? Faltavam-lhe os irmãos, os amigos e até a nova amiga sereia. Num momento de aflição, olhou para o céu e pediu ajuda divina. Um grande monstro voador surgiu sobre ele e com as suas garras levou-o para o barco, salvando-o de uma morte certa.
- Ah, como é bom ter amigos e não estar sozinho! – exclamou o navegador muito agradecido. Respirou fundo e lá continuou na sua aventura. Não encontrou tesouros, mas descobriu terras desertas e tranquilas que poderiam ser exploradas pela sua gente, pois eram ricas em vegetação e em água. No regresso a casa, já cansado, com sono, cheio de fome e perdido no meio do mar, eis que avista um navio quase todo destruído e parecendo estar abandonado. Começou à procura de alguém mas “nem viva alma”. Ao abrir uma porta, encontrou um papel que dizia: “Quem encontrar este tesouro terá direito a ele pela sua bravura, nestes mares turbulentos. Sou eu, dono deste barco, já velho e cansado, que o abandono e que o ofereço”. Logo viu que a seu lado estava um tesouro com diamantes, ouro e mais riquezas. Espantado, deu mais uma volta ao barco, mas continuou a não encontrar ninguém.
Com as forças que lhe restavam, chegou à sua terra natal. Distribuiu pela sua
gente todo o seu tesouro. Muitos quiseram conhecer as terras tranquilas que ele descobrira e partiram com ele numa nova viagem para poderem viver com muita
alegria. Assim, todas as pessoas tiveram melhores condições, conforme ele tinha sonhado.
Era
uma vez um navegador vianense chamado João Álvares Fagundes.
Fagundes era um homem do mar, de corpo robusto, alto, cabelo comprido e barbas longas. Costumava dizer que o comprimento das suas barbas era tão longo como a sua experiência no mar. Homem corajoso, sem medo de nada, capaz de enfrentar tudo e todos. Para Fagundes nada era um obstáculo, pois conseguia superar tudo. Era conhecido entre os marinheiros, pelas suas aventuras que nunca mais acabavam. Ele era um navegador feliz porque fazia o que gostava, que era navegar e descobrir novas terras e riquezas para a coroa de Portugal. Naquele tempo as expedições eram feitas em condições muito agrestes, só os grandes homens conseguiam resistir a tantas agruras, por isso eram um pouco rudes. Numa dessas grandes viagens conheceu uma bela sereia por quem ficou muito
apaixonado. A bela sereia e as suas amigas encantaram os marinheiros que se encontravam a bordo e levaram-nos para as profundezas do oceano. Ao amanhecer, apercebeu-se que a sua paixão pela sereia não tinha passado de uma ilusão. Decidiu de imediato procurar os companheiros no barco e depois de o revistar a pente fino encontrou um jovem marinheiro encolhido e escondido por baixo das escadas do convés. Estendeu-lhe a mão, acalmou-o e contou-lhe os seus planos para o futuro. Iriam dirigir-se para o sul em busca de novos tripulantes corajosos para poderem continuar a sua longa viagem em busca do desconhecido. Durante essa viagem avistou um bote à deriva no mar com marinheiros. Estes estavam prestes a ser atacados por polvos e tubarões gigantes. Fagundes e o seu novo amigo não conseguiram avisar a tempo e o bote virou-se. Desesperado lançou as redes de pesca ao mar e com a ajuda de Deus conseguiu recolher todos os marinheiros. Desde então o João Álvares Fagundes ficou conhecido como o
Fagundes, o protetor. Pelo caminho encontraram uma maravilhosa ilha. Esta tinha um lindo castelo feito de ouro, muitas flores e lindas árvores de várias cores, uma grande praia e magníficos pássaros. O Fagundes e a sua tripulação exploraram a ilha e encontraram um enorme pote. Abriram-no e uma luz brilhante inundou a ilha toda. O pote tinha moedas de ouro, diamantes e uma coroa de brilhantes. De repente apareceu um monstro que protegia o pote. Este lançava chamas e os marinheiros ficaram com medo de morrer. Aquela coroa estava enfeitiçada, tinha pertencido ao rei daquela ilha. Fagundes foi surpreendido pela violência com que o monstro os atacava. As primeiras chamas que o monstro lançou chamuscaram-lhe a sua capa protetora, oferecida pela sua madrinha das marés. No entanto, encheu-se de coragem e enfrentou o monstro, ergueu o seu punhal e tentou espetá-lo no coração, mas não conseguiu. Usou tudo o que tinha perto de si, mas nada
parava o monstro, estava condenado à morte. Este era demasiado forte, as chamas que lançava eram mortais e apenas um milagre os conseguiria salvar… Então, apareceu uma luz muito forte e de lá surgiu uma fada que o salvou. Finalmente, o Fagundes venceu esta batalha, mas encontrava-se sozinho na ilha porque os seus marinheiros cheios de medo fugiram com o seu barco. Entretanto decidiu subir ao cimo da ilha para tentar avistar alguma caravela que o viesse buscar. Passado alguns dias, Fagundes lá conseguiu ver ao longe uma grande caravela que se dirigia em direção à ilha e ele ficou muito contente. Para que os marinheiros dessa caravela o vissem, Fagundes colocou umas folhas de plantas na ponta de um grande pau e levantou-o bem alto. Os marinheiros conseguiram avistá-lo e foram salvá-lo. Finalmente, Fagundes lá regressou à sua terra natal, feliz e com muitas aventuras engraçadas para contar a toda a gente.
Era uma vez, um homem chamado João Álvares Fagundes, que nasceu em Viana do Castelo em 1460. Era filho de pessoas influentes na corte e na região. Herdou do pai os patrimónios “Álvares Fagundes”. Em 1502 foi eleito juiz do concelho de
Viana do Castelo e anos mais tarde foi-lhe concedido a capitania das terras descobertas.
João Álvares Fagundes era um homem aventureiro e destemido nas suas grandes aventuras. Este conquistou várias terras e derrotou vários inimigos. Era um
homem muito temido por todos. Durante as suas viagens conheceu várias pessoas. Teve muitos amores, um em
cada porto mas nenhum verdadeiro, mesmo no meio de muita gente sentia-se sozinho e sem amor. Achou que tinha que fazer alguma coisa para resolver esta
situação. Numa noite estrelada, o homem do mar, resolveu procurar a sua amada. Rumou
para o norte, no seu barco e seguindo a estrela mais luminosa do céu, a estrela Polar, preparou-se para entrar naquela que seria considerada a sua grande aventura, a descoberta do seu amor. Fagundes vestiu-se a rigor, aparou a sua longa barba preta, com um peixeespada, escovou os seus dentes com um tentáculo de polvo e perfumou-se com as algas do mar salgado. O mar estava agitado e as ondas eram fortes e gigantescas. A viagem não se previa fácil… Fagundes terminou a sua viagem chegando a um castelo cor de laranja, banhado de águas de mil cores em seu redor. De repente, dessas águas surgiu Neptuno, o Deus do mar, era grande e forte. Comandava os oceanos e todos os peixes que lá habitavam. Quando Fagundes chegou perto das águas cumprimentou Neptuno e este disse-lhe que era bemvindo. - Quem são aquelas lindas sereias? – questionou Fagundes curioso.
- São as minhas belas filhas que vivem comigo no oceano. – disse Neptuno. Fagundes achou-as muito belas. Este não podia permanecer muito tempo porque tinha de continuar a viagem para a sua terra, mas gostaria de levar uma das sereias. Neptuno ficou furioso, prendeu Fagundes no seu próprio barco e depois mergulhou no imenso oceano com as suas filhas. O Fagundes estava em perigo e pedia ajuda, mas ninguém o ouvia e continuava preso no barco. O que não contava era que as filhas de Neptuno voltassem e fossem elas que o libertassem. Liberdade essa que durou pouco tempo, visto que elas encantaram Fagundes e fizeram dele o seu escravo. Fagundes pensava que ia ficar sempre preso àquele encantamento. Todos os dias ele tinha que cozinhar para as sereias, o que era muito cansativo. Até que um dia, o barco ficou encalhado numa ilha onde vivia uma fada muito boa. Quando ela percebeu que Fagundes estava enfeitiçado, ela com os seus poderes mágicos libertou-o e lançou um feitiço sobre as sereias.
Assim, Fagundes preparou as suas coisas, pegou numa das sereias e continuou a
sua longa viagem. A fada que o salvou encostou a sua varinha mágica na sereia e logo esta se transformou numa linda donzela. Ambos continuaram a viagem até
que chegaram a uma ilha paradisíaca, onde construíram o seu castelo mágico rodeado por um mar límpido, cheio de peixes brilhantes.
Era uma vez numa linda cidade, cujo nome é Viana do Castelo, vivia um senhor chamado João Alvares Fagundes. Era um homem robusto e muito inteligente que se dedicava ao mar.
Ele tinha um sonho desde menino. Sonhava, um dia, poder navegar para muito longe. Fagundes era um sonhador e acreditava que podia lançar-se ao mar e fazer
grandes descobertas. Ai! Como ele queria viajar e poder conhecer outros povos, outras terras e outras culturas! Dedicava-se com muito afinco a todos os temas
relacionados com o mar. A certa altura, prometeu a si mesmo que um dia seria um explorador, um
descobridor, enfim, um conquistador. Fagundes convidou alguns amigos e, juntos, embarcaram. Navegaram pelos mares
desconhecidos e encontraram uma ilha chamada Ascensão. Ele sonhava encontrar nessa ilha o enigma do seu segredo para ser feliz e alegre.
Chegaram à ilha, atracaram o barco e procuraram, procuraram, mas nada encontraram… Desanimado, avistou uma bela rapariga, ruiva, de olhos deslumbrantes, que lhe perguntou o que estava ali a fazer, pois não o conhecia por aquelas bandas. Fagundes, antes de responder perguntou-lhe como se chamava. - Joana. – Respondeu. - Eu sou o Fagundes. Fagundes pediu-lhe ajuda para encontrar o enigma do seu segredo. Joana nunca ouvira falar de tal segredo, mas iria fazer tudo que fosse possível para o ajudar. Foi perguntar aos seus pais e realmente existia. Teriam que partir numa grande aventura para o Norte. Não perderam mais tempo. Na manhã seguinte, partiram para a grande aventura. Durante a viagem, Fagundes e os amigos tiveram de enfrentar vários perigos. Entraram numa gruta onde habitava o monstro de sete cabeças verdes, que
expelia labaredas enormes, mais parecia um vulcão! Assustados, tentavam desviar o barco de todos os perigos. De repente, enfrentaram um cardume de piranhas que desfizeram o barco em pedaços. Fagundes e os seus homens saltaram e nadaram com todas as suas forças até aos rochedos mais próximos. Ofegantes e livres do perigo tentaram descansar, quando lhes apareceu o monstro das sete cabeças. Mais uma vez lutaram com o monstro. Na primeira oportunidade, Fagundes e os seus conseguiram escapar por baixo das suas enormes patas e descobriram uma saída secreta. Caminharam tempo sem fim. Já exaustos, avistaram um barco. - Um barco!!!- Gritou Fagundes, correndo em sua direcção. -Mas, de quem será este barco? Hum! Não estamos sozinhos! – Exclamou Fagundes. Joana resolveu ir ao seu encontro e gritava eufórica, quando os avistou. - Fagundes, Fagundes, estou aqui! Corram…
Fagundes e a sua tripulação saltaram para o barco, felizes por estarem todos.
- Obrigado, Joana foste muito corajosa. - Vamos é sair daqui. – Disseram todos em coro. Levantaram as velas e
prosseguiram a viagem para Norte. Depois de tantos perigos, finalmente, chegaram ao destino. Era uma terra, onde
o vento soprava frio e a cor predominante era o branco. Os habitantes daquela terra vestiam-se com roupas feitas de peles de animais
para se manterem quentes. As suas casas tinham o formato de meias esferas e eram feitas de blocos de gelo. No céu reinava um azul claro e o sol fazia brilhar os pequenos cristais de neve. Ancoraram o barco e deliciaram-se com a Aurora Boreal. O que lhes reservava aquela terra tão fascinante? Como iriam encontrar o procurado? Desceram do barco e de novo partiram para a aventura. Mal puseram os pés na terra gelada depressa viram que tinham pouca roupa,
pois, ficaram gelados. Quem achou muita graça a tudo isto foi o chefe da tribo dos esquimós, que prontamente lhes ofereceu agasalho. Seguiram-se as apresentações e foram convidados para a festa que decorria na aldeia. Na manhã seguinte, acordaram num lugar estranho e não se lembravam de como ali tinham chegado nem quem os tinha capturado e algemado com enormes correntes. Com o decorrer do dia entenderam, então, que tinham sido vítimas de um encantamento que os tinham levado ao terrível reino do Capitão Gancho. O Capitão Gancho desde sempre esperara poder vingar-se do navegador Fagundes, por este ser muito forte, inteligente e imbatível a navegar a sua caravela. E, principalmente, a descobrir tesouros e enigmas. Assim, com Fagundes e a sua tripulação debaixo dos seus poderes, tudo seria fácil. Ele seria finalmente, o rei dos mares!
- Capitão Gancho, Capitão Gancho. - Chamou o Fagundes. - Vem cá, pois, tenho algo do qual vais gostar muito. -Mas, o que tens de tão importante para me dares? - Perguntou o Capitão Gancho, desconfiado! - Um mapa de um tesouro, mas só te posso dizer onde está ao teu ouvido, é segredo! O Capitão Gancho, ganancioso como era, nem pensou que poderia ser uma armadilha e, assim que se chegou perto, Fagundes saltou-lhe em cima e apoderou-se das chaves. Nesse mesmo momento, Fagundes avistou um tesouro no meio de uns rochedos e disse à Joana: -Vamos abrir aquele tesouro! Fagundes e Joana abriram-no e viram um mapa, colares de ouro reluzente e outras coisas muito valiosas. Levaram-no para a sua caravela e, com o mapa, continuaram a viagem.
Decidiram seguir os caminhos do mapa para assim desvendarem o enigma e chegarem ao seu destino. O mar estava calmo e reluzente e toda a tripulação dormitava quando, de repente, a caravela começou a baloiçar, a baloiçar, cada vez com mais força… Fagundes foi ao convés, espreitou por uma vigia e deparou com um olho gigante. Parecia de um polvo. Subiu, apontou um dos seus canhões e só se ouviu BOOOMM! Viu - se um grande turbilhão nas águas do mar e a caravela parou de baloiçar. Quando deram por ela tinham chegado a um lugar encantador cheio de flores e de animais. Os olhos dos tripulantes não sabiam para onde olhar, tudo era tão belo e colorido! Joana acordou daquele encantamento e disse: - Anda daí, vamos ver que lugar mágico é este!
- Fagundes, ainda enfeitiçado com tanta a beleza, seguiu-a e apresentaram-se ao chefe da comunidade. Foram muito bem recebidos, deram-lhes comida, roupa e até uma casa. O cansaço tomou conta de todos e foram dormir. A viagem tinha sido muito dura. Na manhã seguinte, acordaram e sorriram um para o outro. Foi então, que descobriram que estavam apaixonados. Depois de se beijarem, Fagundes olhou para a Joana e disse: - Já descobri o segredo para ser feliz. És tu, Joana! É contigo que eu quero viver neste lugar calmo e tranquilo. Fagundes e Joana casaram e viveram felizes. A velha caravela servia agora para as crianças da aldeia brincarem. A verdadeira felicidade está nas pequenas coisas da vida e não é preciso fazer grandes aventuras para a procurar.
Era uma vez um rapaz aventureiro que tinha o sonho de descobrir novas terras. Vivia em Viana do Castelo, uma cidade muito bonita a Norte de Portugal. Chamava-se João Alvares Fagundes e todos o conheciam na cidade pelo seu espírito alegre, aventureiro e curioso pelas coisas do mar. Fagundes era um homem forte, de cabelo preto despenteado, olhos escuros reluzentes, nariz retilíneo e de bigode fino. Andava sempre bem aperaltado com os seus fatos de marinheiro. Um belo dia, ao acordar, decidiu consultar o seu mapa de viagens, pois queria partir com a sua tripulação numa nova aventura. O marinheiro navegou, navegou nas águas frias do oceano Atlântico, rumo ao Norte. Pelo caminho, ele e a sua tripulação encontraram cardumes de golfinhos que os acompanhavam e até parecia que cantavam canções de embalar. Fagundes era um sonhador e sonhava com sereias lindas. Num dos seus sonhos,
ouviu uma voz que o chamava Faguuundes… Faguuundes …!
Acordou, estremunhado, e reparou que estava perto de uma ilha. Atracou a sua nau e foi à procura daquela voz que o chamava… talvez fosse a sua amada!
Procurou, procurou e, já cansado e triste por não encontrar a sua amada, decidiu partir com a tripulação ao acaso, pois já nada o prendia àquela ilha misteriosa.
Talvez fosse só um sonho… pensou Fagundes! Com a ajuda do seu astrolábio e das estrelas e com a rota traçada, lá foi ele
confiante e corajoso de que iria encontrar terra firme. Pelo caminho teve alguns percalços: tempestades e ventos fortes que quase punham em causa a sua vida e
a da sua tripulação. Finalmente, avistaram terra. Era uma bela ilha. Cheios de fome, atracaram e foram à procura de alimento. Encontraram várias árvores com frutos sumarentos e vitaminados, deliciaram-se e descansaram naquelas areias brancas e finas. O mar parecia mais azul. Depois do descanso resolveram colher alguns frutos para levarem.
Estavam a embarcar quando, de repente, ouviram um grito vindo da floresta.
Correram para ver o que se passava e viram um dos tripulantes a ser arrastado para uma gruta. Fagundes e a sua tripulação não tinham medo de nada e
decidiram entrar na gruta para ajudar o seu amigo. Lá dentro encontraram corsários ladrões. Travaram um combate do qual saíram vencedores. Fagundes
resgatou o seu tripulante e seguiram viagem, felizes e contentes por mares desconhecidos. Já cansados de navegar ao sol, à chuva e agora ao frio glacial,
encontraram uma ilha de esquimós. Era gente pequena mas afável que lhes ofereceu de comer e estadia, pois queriam saber de onde vinham, quem eram e
o que andavam a fazer. Fagundes disse-lhes que andavam a explorar os mares e contou-lhes toda a sua aventura. Os esquimós ouviam - no com curiosidade e
estavam fascinados, contudo, às vezes riam, outras vezes encolhiam-se com medo das histórias que ele e a sua tripulação relatavam. Fagundes, curioso como
era também quis saber coisas sobre aquela gente. O chefe fez o historial do seu
povo. Fagundes voltou para o mar e continuou a sua navegação. Alegre e mais rico com tudo o que ouviu dos esquimós, trauteou uma canção: “Navegar, navegar Mas oh! Minha cana verde, Mergulhar no teu corpo Entre quatro paredes Dar - te um beijo e ficar
Ir ao fundo e voltar Oh! Minha cana verde,
Navegar, navegar…” De repente, algo estranho se passava: as gaivotas voavam para terra, o céu
cobriu-se de negro e os ventos sopravam com muita força. Fagundes agarrava-se com firmeza ao leme para manter o barco direito e não entendia o que estava a
suceder. Pensou voltar para terra, mas um raio caiu no mar e formou
uma onda enorme que se abriu e se transformou numa figura estranha, metade homem e metade peixe. Fagundes, assustado, perguntou: - Quem és tu? - Ah, ah, ah! Como ousam invadir o meu reino? Sou Neptuno o Rei do Mar … - Que queres de nós? - Para navegarem nestas águas têm de pagar um tributo! - Disse o Rei do Mar. - Um elemento da tripulação tem de ser sacrificado neste mar. A sua vida em troca da vossa passagem. Fagundes, homem de honra e valores jamais poderia aceitar tal proposta e desafiou Neptuno: - Isso nunca! Vamos passar já! Entre nós existe lealdade e união e refutamos a traição. Neptuno, enfurecido, levantou o seu tridente dourado e, de uma vez só, destruiu
parte do barco do Fagundes. A tripulação sentia-se perdida entre ondas enraivecidas e questionavam-no: - O que será de nós?! -Não sei o que fazer. – Pensava Fagundes. De repente, Fagundes lembrou-se do sonho que tivera no início da viagem e pediu clemência a Neptuno. O Rei do Mar aceitou e disse: - Fagundes, admiro a tua coragem, és um herói, leal e honrado, por isso tudo vou-te ajudar a encontrar a tua amada. - Como nos poderás ajudar? -Com o meu tridente dourado e mágico vou reconstruir a tua caravela e controlar os mares e as marés e assim tudo voltará ao normal. Fagundes encontrou a sua amada, com a ajuda do Rei Neptuno. Feliz pensou voltar para a sua terra. Após vários meses de viagem e de pescaria naqueles mares gelados, João
Alvares Fagundes regressou da sua aventura. Durante esse período, ele ultrapassou várias dificuldades pois teve diversos contratempos. No entanto, ele viveu uma ótima experiência. Conheceu novos locais, explorou novos caminhos marítimos e novos povos. Essa viagem foi enriquecedora, lutou, contra o inimigo, procurou a sua amada e junto da tripulação viveu momentos inesquecíveis. Ao chegar à sua terra, eram muitos os que os aguardavam. As pessoas das redondezas esperavam impacientes que os barcos acostassem. Queriam saber o que traziam. Dos porões dos barcos saíram muitas coisas, umas mais importantes que outras. Contudo, havia um artigo que, na altura se calhar ninguém deu muita importância, mas ainda hoje é conhecido de todos nós: o bacalhau! Como é um peixe que vive em águas geladas, perto do polo norte, para se conservar em condições de ser consumido, teve de ser seco e salgado, já que naquela altura ainda não havia frigoríficos.
Foi assim, que o bacalhau seco e salgado se tornou numa iguaria muito
apreciada pelos portugueses. A propósito: já pensaram no que seria a vida de muitos de nós sem bacalhau? O que se comeria, por exemplo, no Natal? …
Só temos que agradecer a António Alvares Fagundes, grande vianense.
Era uma vez um homem vianense chamado João Álvares Fagundes, mais conhecido por “Homem do Mar”. João era alto e forte. Tinha a pele morena ou queimada pelo sol de tanto andar no mar, o cabelo preto encaracolado e os olhos castanhos. Os seus braços eram musculados e fortes e as mãos grandes Quem o conhecia descrevia-o como um homem triste, sempre muito sério e de poucas palavras. Vivia sozinho no seu barco. Numa manhã de primavera, ao nascer o sol, João Álvares Fagundes ligou o motor do seu barco e partiu para mais uma aventura pelo oceano. Ao chegar ao alto mar, havia grande confusão. O vento soprava energicamente, as ondas dançavam e a chuva caía torrencialmente. Estava cheio de medo de morrer no meio daquela tempestade. Tentando acalmar-se, resolveu pescar. Atirou as suas redes de pesca ao mar e pescou grandes peixes, pois existiam muitos naquela zona. De repente, mergulhado nos seus sonhos, viu uma linda sereia por cima das
ondas a observá-lo. Então, João Álvares Fagundes exclamou:
- Meu Deus! Estarei a ver bem!? – Esfregou os olhos várias vezes tentando confirmar se, realmente, ali à sua frente estava uma sereia ou se seria fruto do
seu cansaço ou da sua imaginação. -Decidiu remar até ela. Remou… remou… remou… até que, de repente, surgiu
uma luz branca muito forte. Eram os raios de sol que o acordavam! Desiludido por ter sido apenas um sonho, decidiu rumar o seu barco para norte, à
procura da sua bela sereia. Pelo caminho, João Fagundes encontrou dois monstros muito grandes. Um deles
foi fácil de derrotar, mas o segundo não. João teve uma ideia! Pegou num grande peixe e atirou-o para o monstro para ver se ele tinha fome. Entretanto,
apareceram tubarões que ficaram a lutar com o monstro e ele continuou a sua longa viagem, cheio da má sorte.
Quando tudo parecia estar a correr bem, o tempo ficou escuro. Veio uma
Tempestade horrível e o João ficou sem controlo no seu barco. Como era um
grande marinheiro e de vasta experiência, agarrou-se à roda do leme com toda a sua força, combatendo as ondas do mar. A agitação era tão forte que acabou por
conseguir esgotar todas as suas forças. Deixou-se levar pela forte ondulação e pela força dos ventos, durante toda a noite, indo parar a uma ilha desconhecida.
João Fagundes acordou com o brilho do sol e o cantar das gaivotas. Levantou-se e, ao deparar-se com aquela terra desconhecida, perguntou a si mesmo onde
estaria. A curiosidade era tanta que logo começou a percorrer a ilha. A grande paisagem
era verdejante e muito florida. No interior, encontrou uma tribo muito assustada que se preparava para o atacar, mas ele, com um pequeno gesto, deu a entender que vinha em paz. Eles compreenderam, não o atacaram e começaram a fazer amizades. João Fagundes perguntou-lhes então onde estava e eles responderam que estava
na Ilha das Flores.
Passados alguns dias de muito divertimento, decidiu regressar a casa e despediuse dos amigos. Viajava mais contente, pois tinha feito novos amigos quando, de
repente, apareceu uma figura gigantesca e assustadora que lhe perguntou: -Quem é o navegador que por aqui passa?
-- Sou eu, o João Álvares Fagundes. – Respondeu muito assustado. – E o senhor, quem é?
-Eu sou o gigante Adamastor! -- O gigante Adamastor? Mas o que faz um gigante neste oceano?
-Estou aqui para proteger os mares de homens como o senhor que se atrevem a navegar nestas águas.
-Sem dar tempo ao navegador para se justificar, o gigante, muito furioso, pegou no barco dele e destruiu-o.
-Não! Não! Não faça isso. Está louco?
- Se me enervares mais, vou-me passar …
João Fagundes mergulhou e, muito rapidamente, nadou até à costa. Ao chegar a terra firme, desatou a correr. Fugiu a sete pés. Quando parou, viu que estava
perdido. Sem se preocupar, porque já não estava perto do gigante, procurou um abrigo. Mas aquele sítio era deserto, não havia nada à sua volta. Nisto,
apareceu um homem, parecido com um herói, que perguntou: - Queres um sítio para te abrigares?
- Sim! O herói estava a enganá-lo, porque ele só queria lutar. E perguntou novamente:
- Queres lutar? -Não!
O herói insistiu tanto que começaram a lutar. Passado algum tempo, ele perdeu e ficou em perigo de vida.
Ferido, João recebeu a ajuda inesperada da sereia dos seus sonhos. Ela surgiu
e, com o seu canto mágico, hipnotizou o inimigo e obrigou-o a ir-se embora.
Dirigiu-se depois ao João e ofereceu-lhe uma poção azul, muito brilhante, que imediatamente curou os seus ferimentos. João começou a duvidar. Seria
novamente um sonho? - És verdadeira? – perguntou.
- Logo descobrirás. Ainda muito cansado, João desmaiou.
Só mais tarde, em cima de uns troncos atados por uma liana, é que o nosso navegador recuperou os sentidos. E … surpresa! João viu-se a atravessar o
oceano puxado pela bela sereia! Nunca um navegador tinha feito tal façanha. Era mais uma bela história para contar aos seus filhos e, mais tarde, quem sabe, aos netos. Quando chegou ao porto de mar de Viana do Castelo em cima de tal jangada, todos ficaram boquiabertos. Muita gente se juntou em seu redor para o escutar
mas ninguém quis acreditar nas histórias de monstros e de sereias vividas nos
oceanos longínquos e perigosos. Sem barco para navegar, João passou o resto dos seus dias pelo porto de Viana,
feliz e a divagar sobre as suas memórias. Escreveu-as, recordando cada feito que só gente corajosa e destemida é capaz de realizar.
Era uma vez um senhor vianense chamado João Álvares Fagundes. Homem do mar, tinha cabelos compridos e ruivos, barba e olhos verdes. Um dia foi de barco a uma ilha grande e desconhecida chamada Milaque. Encontrou lá uma bela menina chamada Andreia por quem se apaixonou. Entretanto, veio um homem muito mau e raptou-a. Fagundes, ao saber que a sua amada tinha sido raptada, ficou sem saber o que fazer. Sentado na areia a olhar o mar, começou a ouvir uma voz doce a cantar. Era uma sereia que lhe disse que o remédio para a sua felicidade estava num tesouro bem escondido na ilha e que nele também iria encontrar um objeto que o faria encontrar a bela Andreia. A sereia deixou-lhe um mapa da ilha com muitos enigmas e códigos que o fariam chegar ao tesouro. Agradecido, despediu-se e lá foi ele à procura. Ia ser muito complicado. A certa altura, encontrou uma passagem secreta e pensou que estava perto,
mas aquilo era muito assustador. Deu uns passos e caiu num buraco muito
grande onde encontrou um sábio que lhe disse: - Não podes estar aqui.
O navegador subiu o buraco, voltou à passagem secreta e virou à esquerda. Havia morcegos que o assustaram mas ele continuou. Viu escadas e subiu-as.
Deparou-se, então, com uma linda donzela que o advertiu: - Estás quase a cair noutro buraco.
Fagundes não acreditou nela e caiu mesmo. No fundo do buraco, estava um diabo que lhe deu uma poção mágica que lhe permitiria saber onde havia
armadilhas. João aceitou a oferta e tentou sair dali, mas ficou cercado de monstros. Rapidamente, pegou na sua rede de pesca, atirou-a para cima deles e
assim conseguiu escapar. Saiu da gruta e voltou a ver a sereia. Desta vez não lhe ligou. Só queria chegar
ao fim da viagem.
Seguiu no seu barco. Quando olhou à sua volta, nem queria acreditar que
estava perto de uma ilha e o mar estava cheio de peixes. Fagundes foi logo pescá-los. No fim, sentiu uma grande alegria com a sua pescaria e, como era
curioso, resolveu ir conhecer todos os cantos da ilha. No dia seguinte, voltou ao barco para pescar. Pescar era o seu sonho!
Porém, a alegria de Fagundes estava a terminar. É que, naquele local, quem resolvesse pescar tinha que enfrentar um adversário comilão, o urso polar. Ele
adorava comer peixes e, fora de água, ainda melhor! Pois é, mais uma dor de cabeça para o nosso amigo Fagundes! Ele estava muito cansado mas nunca desistia dos seus objetivos. Por isso, tinha agora que armar uma cilada para enfrentar o inimigo. Ele até gostava muito de ursos mas, a partir do momento em que este lhe comia os peixes, só pensava em livrar-se dele. No dia seguinte, Fagundes acordou no seu barco. Preparou-se e foi lutar com o urso polar. Combateu com valentia, mas perdeu.
O urso, vencedor, aproveitou-se do pobre pescador para ser seu escravo e obrigava-o a pescar o tempo todo. Entretanto, voltaram a aparecer os monstros que atacaram o pescador e o urso. Fagundes combateu-os, conseguiu matĂĄ-los e livrar-se tambĂŠm do urso. Cansado, foi para a ilha e lĂĄ procurou, encontrou e salvou a sua bela Andreia. Regressou com ela no seu barco ao ponto de partida e viveram felizes para sempre.