Catálogo exposição Entreliga-se

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MINISTROS José Mucio Monteiro (Presidente) Ana Arraes (Vice-Presidente) Walton Alencar Rodrigues Benjamin Zymler Augusto Nardes Aroldo Cedraz Raimundo Carreiro Bruno Dantas Vital do Rêgo

MINISTROS-SUBSTITUTOS Augusto Sherman Cavalcanti Marcos Bemquerer Costa André Luis de Carvalho Weder de Oliveira

MINISTÉRIO PÚBLICO JUNTO AO TCU Cristina Machado da Costa e Silva (Procuradora-Geral) Paulo Soares Bugarin (Subprocurador-Geral) Lucas Rocha Furtado (Subprocurador-Geral) Marinus Eduardo de Vries Marsico (Procurador) Júlio Marcelo de Oliveira (Procurador) Sérgio Ricardo Costa Caribé (Procurador) Rodrigo Medeiros de Lima (Procurador)


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Realização

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Brasília, 2020 Centro Cultural TCU | Entreligar-se | 3


AGRADECIMENTOS Aos artistas pela parceria Alessandro Mesquita Família de Marcantonio Vilaça Marco Aurélio de Oliveira Atoísmo Sérgio Carvalho Wagner Santiago Equipe Semip Secretarias de Controle Externo/TCU

Santiago, Karina R. Entreligar-se / Curadoria: Karina R. Santiago ; Obras: Adriana Vignoli ... [et al.]. – Brasília : TCU, Instituto Serzedello Corrêa, 2021. 150 p. : il. color. Exposição realizada no período de 17 de novembro de 2020 a 06 de fevereiro de 2021 no Centro Cultural TCU no Instituto Serzedello Corrêa - Tribunal de Contas da União. 1. Artes visuais – exposição - catálogo. 2. Arte contemporânea - exposição - catálogo. I. Vignoli, Adriana. II. Título. Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Ministro Ruben Rosa

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| Adriana Vignoli | | Bárbara Mangueira | | Beto Barata | | Cecília Mori | | César Becker | | Christus Nóbrega | | Denise Camargo | | Gu Da Cei | | Joana França | | João Angelini | | Johnson Barros | | Kazuo Okubo | | MediaLab/UnB | | Mila Petrillo | | Taigo Meireles | | Toys e Omik | | Valéria Pena-Costa | | Virgílio Neto | | Zakuro Aoyama | Curadoria: Karina Santiago

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MENSAGEM DO PRESIDENTE DO TCU O Centro Cultural TCU tem o prazer de receber Entreligar-se, exposição que apresenta um total de cinquenta e três trabalhos, entre obras e séries, de dezoito artistas e um coletivo oriundos do Distrito Federal, ou que o escolheram como local de sua produção.

promovidas pelo Centro Cultural TCU oferecem a estudantes e ao grande público oportunidades de acesso à história, à arte e a outras manifestações culturais. Tais atividades têm a aptidão e o propósito de explicar o papel do Tribunal e de aproximálo dos cidadãos.

A mostra é dividida em treze núcleos que, além da beleza artística, também oferecem ao público um olhar aprofundado sobre o TCU. Suas obras dialogam com a área de atuação de dezoito unidades especializadas do Tribunal, propondo reflexões sobre temáticas que impactam diretamente a atuação da administração pública e o bemestar da sociedade.

As atividades culturais são atendidas pelo Programa Educativo do TCU, um projeto que promove a inserção e o contato de alunos, professores e do público em geral com a arte. A iniciativa visa promover um encontro que possibilite compartilhar experiências entre arte e educação, bem como apresentar a importância da missão do TCU.

Realizada em um ano completamente atípico, a exposição também representa um marco para o Tribunal, que se revelou presente e pronto a enfrentar quaisquer desafios e obstáculos no cumprimento de sua missão institucional. Este catálogo apresenta as obras expostas no Centro Cultural TCU, em Brasília-DF. As ações

Com a realização de visitas mediadas por arte-educadores e em suas demais atividades, como oficinas e workshops, o Programa Educativo do TCU contribui diretamente para a visão crítica e a formação cidadã de alunos das escolas das redes pública e privada de ensino do Distrito Federal.

Ministro José Mucio Monteiro Presidente do TCU

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A exposição Entreligar-se nasceu com um foco específico: o indivíduo. Tratandose de arte, inicialmente esse foco nos soa natural, quase que redundante, porquanto a arte pode ser estética, questionadora, exploratória, sensibilizadora. No entanto, esta mostra aborda também um tema relevante, mas nem sempre revestido da mesma evidência: as atividades institucionais do Tribunal de Contas da União (TCU). Tradicionalmente, auditorias são compreendidas por grande parte do público como números abstratos, não aparentando proximidade com seu cotidiano. Porém, cada ação do Tribunal, como o acompanhamento da construção de uma escola, de um hospital ou de uma rodovia, revela o necessário zelo com o dinheiro do contribuinte. Apesar de concretos, os resultados do trabalho de um servidor ou colaborador muitas vezes parecem distantes da trabalhadora, do pai, do estudante. O Centro Cultural TCU se encarrega de promover esse encontro. Além de aproximar a Instituição da sociedade, o Centro Cultural TCU oferece ao grande público diversas oportunidades de acesso à arte, cultura, história e educação, realizando atividades que estimulam o pensamento crítico. Também tem o importante papel de difundir a prática de controle social, que incentiva os visitantes a participarem ativamente da fiscalização dos gastos públicos exercendo a cidadania. Abrangendo temas essenciais à qualidade de vida como saúde, finanças, meio ambiente, entre outros, a exposição Entreligar-se revela o caminho trilhado pelo olhar questionador de dezoito artistas e um coletivo rumo à sensibilização. É um convite à reflexão sobre importâncias distintas, porém entrelaçadas: a importância desses temas para o bem-estar geral e a relevância

do TCU como monitor de sua oferta plena à sociedade quando pelo poder público. A mostra tinha início programado para o mês de abril de 2020. Aproximadamente vinte dias antes, porém, entraram em vigor no país as medidas de distanciamento social para resguardar vidas, e o Centro Cultural TCU precisou pausar suas atividades presenciais. Inicialmente, esperava-se que essas atividades fossem retomadas em poucos dias, mas logo se percebeu que dias se tornariam meses. Entre perdas, saudades e aprendizados, a vontade de nos mantermos interligados passou a ter um significado imensamente maior, e também nos trouxe importantes reflexões: Como valorar os beijos e abraços retidos? Como enxergar e dar visibilidade às pessoas em risco? Como cuidar daqueles sem renda ou teto? Como contestar que somos um só organismo enquanto sociedade e que, portanto, quando um órgão falha afeta a todos? Mesmo diante de tantos obstáculos, a arte parece oferecer um caminho. Sempre nos enlaça de braços abertos, nos tira da inércia, nos faz agir e provocar reações e como disse Louise Bourgeois: “A arte é uma garantia de sanidade” Entreligar-se não trata apenas da criação de laços. Também se debruça sobre os laços existentes, revigorando o diálogo entre os artistas, a sociedade e o TCU, incitandonos à colaboração e ao (re)conhecimento mútuo. Os trabalhos aqui apresentados nos falam sobre meio-ambiente, de dores e curas, de dignidade, proteção, educação, segurança e afeto. Seus artistas nos ofertam seu olhar, seus questionamentos, sua vivência e seus processos. A relevância incontestável da arte mais uma vez fica clara e os trabalhos não contam uma única história, mas várias, retalhos de uma colcha que nos acalenta com texturas diversas.

Karina Santiago Curadora

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Secretaria de Controle Externo da Administração do Estado (SecexAdministração)

Secretaria de Macroavaliação Governamental (Semag)

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14.Detalhe foto Joana França ocupando toda página (foto 5) OK

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JOANA FRANÇA

ormou-se arquiteta e urbanista pela Universidade de Brasília em 2003 e estudou fotografia no International Center of Photography, em Nova Iorque. Desde então dedica-se à fotografia de arquitetura e de cidades. Trabalha em parceria com arquitetos e editoras na documentação da recente produção arquitetônica brasileira e de seu patrimônio moderno. Participou de exposições com seu trabalho autoral, com destaque para as individuais Brasília: 50 Years Exhibit, na Cornell University, em 2010; e L’Architecture de Brasília et Oscar Niemeyer, na Maison du Brésil, em Paris, em 2017.

Entre outras publicações, em 2010 fotografou para o Guia das Obras de Oscar Niemeyer — Brasília 50 Anos, editado pela Câmara dos Deputados e pelo Instituto de Arquitetos do Brasil. Em 2011, produziu o guia de arquitetura de Brasília criado para o 9º Seminário Internacional DOCOMOMO. Internacionalmente, colaborou com o Architectural Guide Brazil, da editora alemã Dom Publishers, de 2013. Desde 2012, trabalha registrando os trabalhos de artistas visuais pelo Brasil, com destaque para Ai Weiwei, Antony Gormley, Cai Guo-Qiang, Christian Boltanski, Erwin Wurm, entre outros.

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As fotografias contemplam o núcleo da Secretaria de Controle Externo da Administração do Estado (SecexAdministração) e Secretaria de Macroavaliação Governamental (Semag). Para o morador de Brasília, pode ser ordinário transitar pelo Eixo Monumental e deparar-se com obras simbólicas e de correspondente escala, como o Congresso Nacional ou o Palácio do Planalto. É preciso, entretanto, desacostumar o olhar e relembrar de quão potente é a visão desses edifícios e de quão marcados ficaram no imaginário do brasileiro. Em Brasília, tais obras passaram a ser também símbolos das instituições, dos poderes nos quais estão inseridas, e cujos gastos são fiscalizados pela SecexAdministração e Semag.

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| Joana França | Sem Título, 2012. Impressão fine art sobre papel Hahnemuhle Photo Rag

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| Joana França | Sem Título, 2013. Impressão fine art sobre papel Hahnemuhle Photo Rag

| Joana França | Sem Título, 2010. Impressão fine art sobre papel Hahnemuhle Photo Rag

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| Joana França | Sem Título, 2015. Impressão fine art sobre papel Hahnemuhle Photo Rag

| Joana França | Sem Título, 2012. Impressão fine art sobre papel Hahnemuhle Photo Rag

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Secretaria de Controle Externo da Administração Indireta no Rio de Janeiro (SecexEstataisRJ)

Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura de Petróleo e Gás Natural (SeinfraPetróleo)

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CECILIA MORI

ecilia Mori é artista plástica e professora do Departamento de Artes Visuais da Universidade de Brasília. Realiza exposições coletivas nacionais, internacionais e individuais desde 1999. Participou do Salão de Artes Visuais do Distrito Federal, ocasião em que recebeu o Prêmio Artista Revelação com obra adquirida para o Museu. Coordenou a galeria Espaço Piloto do Instituto de Artes da UnB e a Galeria de Artes Dulcina de Moraes, e foi membro do Conselho Curatorial da Galeria Espaço Piloto. É pesquisadora graduada pelo Instituto de Artes da UnB e mestra e doutora em Arte Contemporânea pelo PPG-Arte – UnB, com tese vencedora do Prêmio UnB de teses no

âmbito das Artes. Atua nos segmentos de Práticas Artísticas, História e Teoria da Arte, e coordena pesquisa sobre mentira, ficção e ilusão na Arte Contemporânea, produzindo publicações em anais de encontros nacionais de arte, revistas nacionais especializadas e capítulos de livros internacionais. Investiga a materialidade presente no mundo orgânico e inorgânico em conexão com diferentes linguagens artísticas, que vão do desenho ao vídeo. Interessa-se pela articulação paradoxal entre verdade e mentira, luz e sombra, espaço público e privado. Conduz experimentações com materiais comuns, como plásticos e borrachas, em sua potência poética, com agrupamentos e entrelaçamentos da matéria plástica.

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“Deleite mínimo para conquistas espaciais” foi a obra de Cecília Mori escolhida para dialogar com o núcleo da Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura de Petróleo e Gás Natural (SeinfraPetróleo) e da Secretaria de Controle Externo da Administração Indireta no Rio de Janeiro (SecexEstataisRJ). Por meio da materialidade e da utilização de borrachas derivadas de petróleo, o trabalho contempla as secretarias que fiscalizam o setor cujos produtos se fazem tão presentes no dia a dia da sociedade. Nesta obra, Cecilia propôs situações de tensão e de relaxamento, além de um fluxo ora direto, ora emaranhado, em um contraditório que proporciona equilíbrio. Tal composição, desenvolvida a partir do espaço expositivo (site specific), faz uso de um material onipresente, cuja produção advém de uma extração frequentemente distante da percepção do indivíduo, que tanto a utiliza.

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| Cecília Mori | Deleite Mínimo para Conquistas Espaciais, 2018. Instalação de parede, borrachas automotivas e de refrigeração

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Secretaria de Controle Externo da Agricultura e Meio Ambiente (SecexAgroAmbiental)

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CÉSAR BECKER

raduado em Artes Plásticas pela Universidade de Brasília e mestre na linha de Poéticas Contemporâneas do programa de Pós-Graduação da UnB, César Becker tem desenvolvido sua pesquisa a partir do elemento terra em relação ao espaço, o corpo do espectador, e sua pertinência no campo das artes visuais, nas áreas de escultura e instalação.

Atualmente é doutorando na linha Deslocamentos e Especialidades pela Universidade de Brasília e integrante do grupo Vaga-mundo: Poéticas Nômades. Sua tese “Escultura, escalada e escritura: por uma linguagem de contato” envolve pesquisa sobre as ciências da Terra (geografia e geologia) no campo das artes.

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O artista possui uma longa trajetória de produção artística, e utiliza elementos da natureza como linguagem, como material e como ponto de contato. Sua obra “Paisagem tombada” dialoga com o núcleo da Secretaria de Controle Externo da Agricultura e do Meio Ambiente (SecexAgroAmbiental). A partir de boas práticas na agricultura podemos cuidar da preservação do meio-ambiente, buscando maximizar o potencial que a natureza tem a nos oferecer. O equilíbrio entre agricultura e meio-ambiente constitui ferramenta indispensável ao bem-estar não apenas da população brasileira, mas mundial.

| César Becker | Paisagem Tombada, 2020. Escultura

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O trabalho de Becker propõe uma reflexão do efêmero na linearidade temporal, e o resultado de cada ação, de cada intervenção humana em relação ao ambiente que nos acolhe. Por meio de sua escultura, é possível ver materializado um questionamento de como nós, ocupantes do planeta, podemos usufruí-lo de maneira ambientalmente responsável.

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Secretaria de Controle Externo da Defesa Nacional e da Segurança Pública (SecexDefesa)

Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil (SecexRodoviaAviação)

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JOHNSON BARROS

ohnson Barros é um fotógrafo que chegou a sua linguagem atual pela experimentação de ideias e pela contínua absorção de informações, desde referências literárias ficcionais, passando pelos grandes mestres da arte clássica, até revistas de aviação. Sua poética tem forte influência de artistas como Caravaggio e Leonardo da Vinci.

Trabalha na Força Aérea Brasileira, onde pôde colocar em prática várias de suas ideias sobre registro de aviação militar que fogem do ordinário. Atualmente, trabalha em projetos de releituras históricas e em conscientização social por meio de ensaios fotográficos em andamento. Seu principal enfoque é o de fotógrafo de aviação especializado em fotografias de ação e noturnas. Possui 21 prêmios nacionais e internacionais.

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Para dialogar com o núcleo da Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil (SecexRodoviaAviação) e Secretaria de Controle Externo da Defesa Nacional e da Segurança Pública (SecexDefesa), sua linguagem transita da fotografia publicitária à fotografia artística, utilizando elementos marcantes nas duas áreas. Retratando aeronaves militares e civis e equipamentos de monitoramento e segurança, suas obras transformam as logísticas e tecnologias envolvidas nessas áreas em algo além da funcionalidade: elas despertam emoções.

A série Silhuetas faz um jogo entre primeiro e segundo planos, sua subversão e a importância do espaço negativo das fotografias. O céu passa a ser a tela pintada com sombra, transformando as aeronaves fotografadas em recortes.

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| Johnson Barros | DJI Mavic Pro, 2019. Impressão fine art sobre papel Hahnemuhle Photo Rag | Johnson Barros | Republic P-47 Thunderbolt, 2018. Impressão fine art sobre papel Hahnemuhle Photo Rag

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| Johnson Barros | Boeing KC-135 Stratotanker, 2018. Impressão fine art sobre papel Hahnemuhle Photo Rag

| Johnson Barros | Republic P-47 Thunderbolt, 2018. Impressão fine art sobre papel Hahnemuhle Photo Rag


| Johnson Barros | Boing 737-800, 2018. Impressão fine art sobre papel Hahnemuhle Photo Rag

| Johnson Barros | Northrop F-5E Tiger II, 2020. Impressão fine art sobre papel Hahnemuhle Photo Rag


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Secretaria de Controle Externo do Desenvolvimento Econômico (SecexDesenvolvimento)

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42.Detalhe obra Christus Nóbrega ocupando toda página (foto 31)

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CHRISTUS NÓBREGA

rtista e Professor Adjunto do Departamento de Artes Visuais (VIS) do Instituto de Artes (IdA) da Universidade de Brasília (UnB). Doutor e mestre em Arte Contemporânea pela UnB, leciona e orienta nos cursos de Pós-Graduação em Artes e Design da instituição. Vem participando regularmente de exposições nacionais e internacionais. Possui obras em acervos e coleções privadas e institucionais, como na Fondation Cartier (Paris), no Museu de Arte do Rio (MAR, Rio de Janeiro) e no Museu Nacional da República

(Brasília). Autor de livros e artigos científicos nas áreas de Artes e Arte-Educação. Premiado pelo Programa Cultural da Petrobras (2004 e 2011) e pelo Museu da Casa Brasileira (2004). Em 2015, representou o Brasil na China pelo Programa de Residência Artística do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, na universidade chinesa Central Academy of Fine Arts (CAFA). Indicado duas vezes ao Prêmio Pipa (2017 e 2019). Em 2018, a convite do Canberra Contemporary Art Space (CCAS) e do Itamaraty, fez residência na Austrália.

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Construída no Século VII a.C., a Grande Muralha da China é uma fortificação criada para proteger o país de invasões, realizar controle de fronteira, aplicar tributos sobre mercadorias transportadas ao longo da Rota da Seda, regular o comércio, bem como controlar a imigração. Hoje a muralha é um marco histórico, uma vez que os objetivos de sua construção há anos foram superados pela globalização econômica. A China é um dos maiores exportadores de mercadorias, e hoje nos vemos diante de novos muros. Na obra Muralha, que apresenta fotografias produzidas na China utilizando uma bota chinesa adquirida no Brasil, o diálogo é com o núcleo da Secretaria de Controle Externo do Desenvolvimento Econômico (SecexDesenvolvimento), que trata da atual produção industrial, do fornecimento de serviços e do comércio exterior. A obra propõe um questionamento acerca dos novos muros entre as nações e sobre quais aspectos são erguidos ou derrubados, de acordo com interesses e necessidades comerciais e humanitárias.

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| Christus Nóbrega | Muralha, 2015. Foto-instalação, impressão sobre caixas de papelão

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KAZUO OKUBO

ascido em Brasília, Kazuo é fotógrafo e produtor cultural. Iniciou seus trabalhos em 1974, como assistente de seu pai, Arlindo Okubo. Fotografou publicidade desde 1989, tendo recebido diversos prêmios. Desde 2003 desenvolve trabalhos autorais, e em 2009 inaugurou em Brasília a primeira galeria de arte dedicada exclusivamente à

fotografia no Centro-Oeste: “A Casa da Luz Vermelha”. Participou de mais de 15 exposições coletivas e individuais. Um de seus trabalhos de maior destaque foi “Guardiões do Lago Paranoá”, em que fotografou amantes da natureza como um ato de declaração de amor ao Lago.

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Ainda pelo núcleo de Desenvolvimento Econômico, na área do turismo, a série “Minha Praia”, de Kazuo Okubo, revela um olhar bucólico sobre as paisagens litorâneas, um dos grandes atrativos do turismo brasileiro. As fotografias fizeram parte da exposição individual (Prêmio mObgraphia, MIS, 2015). Na série, as fotos em preto e branco nos remetem ao lendário fotógrafo Ansel Adams e suas paisagens em tons gris.

| Kazuo Okubo | Sem Título. Série Minha praia, Impressão fine art sobre papel Hahnemuhle Photo Rag

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Ao optar por desprover as fotografias de cor, Kazuo utiliza-se do fundamento básico da fotografia e mostra, com luz e sombra, recortes de tantas praias existentes em cada praia. O garoto jogando bola, o vendedor ambulante e o surfista passam de meros ocupantes do local a protagonistas do cenário, que se interliga entre céu, areia e água. O indivíduo se apresenta como parte da poesia deslumbrante do cenário.

| Kazuo Okubo | Sem Título. Série Minha praia, Impressão fine art sobre papel Hahnemuhle Photo Rag


| Kazuo Okubo | Sem Título. Série Minha praia, Impressão fine art sobre papel Hahnemuhle Photo Rag

| Kazuo Okubo | Sem Título. Série Minha praia, Impressão fine art sobre papel Hahnemuhle Photo Rag

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| Kazuo Okubo | Sem Título. Série Minha praia, Impressão fine art sobre papel Hahnemuhle Photo Rag

| Kazuo Okubo | Sem Título. Série Minha praia, Impressão fine art sobre papel Hahnemuhle Photo Rag

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TAIGO MEIRELES

aigo Meireles é um pintor brasileiro, mestre em artes visuais pelo Instituto de Artes da Universidade de Brasília. Nascido em Brasília, Taigo cresceu na Ceilândia Norte, maior cidade periférica do Distrito Federal. Tem se dedicado exclusivamente à produção artística pautada pela experiência de deslocamento entre a paisagem pós moderna da periferia, em toda sua amálgama, e a paisagem planejadamente moderna de Brasília. Sua produção artística nunca parou, explorando a tradição da pintura e os novos meios de linguagem, em que a atmosfera pictórica é sempre alcançada. Desde 2009, sua contribuição ao mundo da arte vem se

desenvolvendo intensamente em diferentes séries, com variados formatos e temáticas, em um processo íntimo com a pintura. Taigo deu início a um projeto social de fomento à arte em áreas periféricas do Distrito Federal, com o objetivo de incentivar a produção artística e apresentar o universo da pintura como algo possível e acessível. Entre as grandes influências e inspirações para seu trabalho, Taigo assume a luz única do cerrado como meio definitivo de sua experiência íntima com a pintura, sendo este o norte para o projeto de seu ateliê, localizado em uma região rural próximo a Ceilândia-DF, onde trabalha e desenvolve novos projetos.

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O potencial turístico do Brasil sempre foi destaque, seja ele religioso, arquitetônico, histórico, gastronômico ou ambiental. As cidades históricas e suas igrejas centenárias são objeto de ampla visitação, e de adoração quando falamos de turismo religioso. Na série Altares, realizada por Taigo, os altares viram metáforas do corpo e seus fluidos: a arquitetura, sua estrutura, sua forma, tornam-se corpo. A forma como elabora as pinturas torna esse aspecto vibrante e vivo, transformando a antes branca tela em um altar de comunhão entre o profano e o sagrado. Dialogando com o turismo, o altar, tão visitado, verdadeira convergência das linhas arquitetônicas e dos gestos litúrgicos, toma formas carregadas de significados abstratos, transmitindo toda a sua inerente sensorialidade. A distância e a proximidade das obras oferecerem desde retábulos, lustres e abóbadas até a presença do ato pictórico.

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| Taigo Meireles | Altar 2, 2019. Óleo sobre tela

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| Taigo Meireles | Altar 7, 2019. Óleo sobre tela

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MEDIA LAB/ UNB

Media Lab/UnB, Laboratório de Pesquisa em Arte Computacional, foi fundado em 1986 por Suzete Venturelli e conta, desde então, com a participação de bolsistas de Iniciação Científica, estagiários e estudantes da graduação e pós-graduação em arte e tecnologia, que trabalham em diferentes propostas, envolvendo a criação de animação, vídeos, arte computacional, dispositivos não convencionais de interação, ciberintervenções urbanas, realidade aumentada urbana (RUA) e interface humano-computador, entre outros.

Envolvendo questões sócio-artísticas e políticas no contexto da arte e da ciência e tecnologia, os projetos são realizados em estreita colaboração (mediante parceria, consórcio ou prestação de serviços) com outras áreas de pesquisa, como ciência da computação, mecatrônica, esporte, saúde e comunicação, para propor projetos inovadores, artísticos e tecnologicamente interessantes para se pensar a sociedade contemporânea.

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A obra “Ar_Ipêfeito” consiste em um vestido equipado com um sensor de Gás MQ-135, capaz de detectar vários tipos de gases tóxicos, como amônia, dióxido de carbono, benzeno e óxido nítrico, além de fumaça e álcool. Por meio de um microcontrolador desenvolvido propriamente para projetos vestíveis, Arduino Lilypad, apresenta uma visualização dos gases tóxicos presentes no local por meio de LEDs aplicados no vestido, que se acendem ou se apagam em série de acordo com a qualidade do ar. Quanto menor o volume de gases tóxicos presentes no ambiente, mais LEDs se acendem, e vice-versa. Tratando de desenvolvimento econômico, a obra demonstra como a tecnologia pode ser aplicada aos mais diversos segmentos e nos meios mais surpreendentes.

| Media Lab/UnB | (Tainá Luize Martins, Suzete Venturelli, Artur Cabral, Prahlada Hargreave e Nycacia Delmondes) Ar_Ipêfeito, 2019.

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Secretaria de Controle Externo da Educação (SecexEducação)

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TOYS E OMIK

oys e Omik são grafiteiros de Brasília que possuem trabalhos espalhados pelo mundo. Toys tem 25 anos e desenha desde pequeno, tendo começado a grafitar aos onze anos. Fez seu primeiro grafite na cidade satélite do Guará, mas foi na Avenida W3, no Plano Piloto, que seu trabalho ganhou maior destaque. Formado em publicidade e propaganda, trabalhou em agências e viajou pela América do Sul. Ele trabalha com a liberdade de quem produz mural na

rua, pinta telas e desenvolve ilustrações pelo computador. Suas maiores referências são a Street Art, a Pop Art e a Urban Art. Omik tem 24 anos e também nasceu em Brasília. Afirma ter um gosto peculiar por olhares e cabelos laranja. Pintou seu primeiro painel na Ceilândia (DF). Encantou-se pela Street Art e pela quantidade de técnicas e resultados obtidos a partir de uma ferramenta tão “rústica”.

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A cada dia, o grafite se incorpora mais à identidade visual das cidades. O que outrora era visto como vandalismo hoje assume seu real status de arte. Ilustrações transformam a paisagem urbana e passam a integrar a programação de galerias. Para dialogar com a Secretaria de Controle Externo da Educação (SecexEducação), os artistas mais uma vez demonstraram o mimetismo de seus trabalhos desenvolvendo um mural para a exposição Entreligar-se, em que ideias complementares surgem nas formas geométricas de Toys e nas fluidas de Omik.

| Toys e Omik | Sem Título, 2020. Grafite

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Concebido após o início da quarentena, devido à pandemia do Coronavírus, o grafite propõe questionamentos sobre o acesso pleno à educação a distância e sobre as infraestruturas básicas necessárias, que deveriam estar disponíveis para todos, mas de fato não estão.

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Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura de Energia Elétrica (SeinfraElétrica)

Secretaria de Fiscalização de Tecnologia da Informação (Sefti)

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Para dialogar com o núcleo da Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura de Energia Elétrica (SeinfraElétrica) e Secretaria de Fiscalização de Tecnologia da informação (Sefti), temos a instalação “As Flores de Plástico Não Morrem”, composta por “flores” criadas a partir de dados de resistência galvânica de algumas espécies de vegetação e impressas em 3D, formando uma selva de plástico movida a energia elétrica. As “plantas” estão interconectadas, com relações mediadas por microcontroladores que, em conjunto com as inteligências computacionais, negociam uma energia finita via disseminação de luz, garantindo sua sobrevivência nesse ecossistema artificial. As flores são dotadas de iluminação por LEDs para indicar quando estão ativas nessa negociação. Esse jardim eletroeletrônico reproduz uma comunicação biológica pesquisada pelo Media Lab/UnB em um jardim natural controlado, onde se constatou que a vegetação formava uma rede de comunicação por suas raízes.

| Media Lab/UnB (Suzete Venturelli, Artur Cabral, Prahlada Hargreave, Tainá Luize Martins e Nycacia Delmondes) | Flores de Plástico Não Morrem, 2019/2020.

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Um bloco de concreto encrustado de sutilezas e súplicas. A possível primeira impressão do material que remete ao meio urbano, muitas vezes cinza, frio e impessoal, revela a humanidade presente na cidade. Um display revela nomes de pessoas desaparecidas — mas ainda presentes na vida de seus entes queridos — e uma sequência de LEDs que interagem com o público. Assim é a instalação PRECE_ do Media Lab/UnB, que propõe a criação de uma rede interativa na qual o público possa disseminar informações sobre pessoas desaparecidas. A cada interação, realizada por meio de um hashtag específica no Twitter, a obra reage iluminando-se e mostrando o nome de pessoa desaparecida. A obra despeja luz sobre um tema doloroso para tantas familias, além de permitir que a população doe um pouco de seu tempo propondo a utilização da tecnologia para formar redes de comunicação mais eficientes na busca dessas pessoas.

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| Media Lab/UnB (Artur Cabral, Prahlada Hargreave e Tainá Luize Martins) | #Prece_ 2017

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Infrae de Comunicações

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Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Hídrica, de Comunicações e de Mineração (SeinfraCOM)

estrutura Hídrica, s e de Mineração (SeinfraCOM)

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ADRIANA VIGNOLI

ossui graduação em em Arquitetura e Urbanismo e mestrado em Artes Visuais, ambos pela Universidade de Brasília. Entre 2013 e 2014, morou em Berlim, tendo exposto na Nassauischer Kunstverein de Wiesbaden, no Pavilhão na Milchhof de Berlim e na Hochschule für Bildende Künste (Faculdade Técnica em Artes Visuais) de Dresden. Em 2016, foi contemplada com o prêmio do Salão Mestre D’armas de Planaltina (DF), e foi finalista do Prêmio Transborda da Caixa Cultural de Brasília. Recebeu o Prêmio Nacional da

FUNARTE de Arte Contemporânea, 2015. Apresentou exposição individual na Zipper, SP (2017) e Galeria Referência, Brasília (2018). A artista desenvolve novos conceitos de escultura a partir de materiais como vidro, terra e concreto, incluindo tecnologias digitais e, algumas vezes, a interação com corpos vivos. Elabora fenômenos de objetos autônomos em contextos de desmanche, que confabulam diferentes temporalidades tensionadas num dado espaço e que procuram, a cada obra, desvincular-se da mimese e propor um novo “devir”.

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No núcleo da Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Hídrica, de Comunicação e Mineração (SeinfraCOM), a obra de Adriana Vignoli se concretiza com materiais potentes: terra, concreto e vidro. A apropriação destes materiais diretamente ligados à mineração nos leva a ponderar sobre os movimentos realizados no que é ordinário para a descoberta e exploração do extraordinário. O vínculo se estende na transformação de areia, calcário, barrilha e alumina em vidro. Assim como o trabalho de César Becker, Adriana Vignoli lida com a temporalidade da matéria-prima da obra, com as consequências de sua extração e movimentação, e como se sensibiliza quando transformada em arte. A tensão criada em contraponto com o equilíbrio nos guia pelos caminhos da existência.

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| Adriana Vignoli | Sutura na Paisagem, 2020. Escultura (site specific)

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Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Portuária e Ferrovia (SeinfraPortoFerrovia)

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VIRGÍLIO NETO

irgílio Neto nasceu em 1986, em Brasília, mas passou a infância e adolescência na cidade de Anápolis em GO e voltou para Brasília em 2004 para cursar Design na Universidade de Brasília. Trabalha principalmente com desenho e, desde 2008, vem participando de exposições em várias cidades do País.

Em 2011, foi selecionado para participar do projeto Rumos, do Itaú Cultural. Em 2012, ficou em primeiro lugar no Prêmio EDP nas Artes do Instituto Tomie Ohtake, e teve seu livro “Talvez o mundo não seja pequeno” publicado pela A Bolha Editora. Em 2013, realizou duas exposições individuais, uma em Banff Centre, no Canadá, e outra na sede da Funarte, em Brasília. É um dos sócios fundadores do Espaço Laje, em Brasília.

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Dialogando com o núcleo da Secretaria de Infraestrutura Portuária e Ferrovia (SeinfraPortoFerrovia), a obra Rios eleva o meio — no caso, o desenho em grafite — a dimensões não usuais. O sobrevoar de um rio e a visão de sua sinuosidade são representados nesta obra que, apesar de desenho, não é exposta verticalmente. Com isso, traz a sensação do sobrevoo e do encantamento da escala de quem observa a potência da água, delimitada por suas margens.

| Virgílio Neto | Rios, 2016/2020. Grafite s/papel

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Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Urbana (SeinfraUrbana)

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GU DA CEI

u Da Cei é ceilandense, artista visual e bacharel em Comunicação Social pela Universidade de Brasília. Desenvolve seu trabalho artístico no âmbito da intervenção urbana, performance e vídeo, além de buscar compreender as possibilidades dialógicas entre processos históricos e contemporâneos da fotografia, bem

como seus espaços de exibição e circulação. Vencedor do Prêmio de Arte Contemporânea Transborda Brasília, curou a exposição Ceilom(bra), e é coordenador geral do Festival Foto de Quebrada. Alguns de seus trabalhos também podem ser conferidos no livro “O Direito Achado na Rua: Introdução Crítica ao Direito à Comunicação e à Informação”.

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Dialogando com a Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Urbana (SeinfraUrbana) o trabalho Destino Ceilândia aborda questões de privacidade, direito à cidade e à mobilidade. O projeto teve início quando Gu Da Cei resolveu solicitar as imagens captadas pelo sistema de biometria facial instalado em 2018, nos ônibus do Distrito Federal. Quando um passageiro passa pela roleta, uma câmera tira cinco fotos do usuário. O artista obteve as imagens pela Lei de Acesso à Informação. O reconhecimento e registro facial foi implementado com o argumento de prevenir fraudes na utilização dos cartões pelos usuários. Entretanto, o que se viu foi algo além: independentemente de o titular do cartão ser o que está passando pela roleta, ele é registrado como figura de fundo. Além disso, os usuários são fotografados antes mesmo de aproximarem seu cartão. Sendo assim, todos os usuários, inclusive os que utilizam dinheiro para pagar sua passagem, ficam de certa forma registrados no sistema.

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O artista busca discutir o controle sobre o ir e vir de cidadãos e o uso das imagens das pessoas que dependem do sistema público de transporte. Nesse âmbito, a mobilidade urbana permanece sob controle privado do registro dos passageiros.

| Gu Da Cei | Destino Ceilândia, 2019. Vídeo e instalação

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Secretaria de Controle Externo da Previdência e da Assistência Social (SecexPrevidência)

Secretaria de Controle Externo da Saúde (SecexSaúde)

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BÁRBARA MANGUEIRA

ormada em História e Artes Plásticas pela Universidade de Brasília, é mestranda em Linguagens Visuais pelo programa de pósgraduação em Artes Visuais da Universidade Federal do Rio de Janeiro e desenvolve pesquisa em pintura, em que busca pensar a temporalidade das imagens.

Participou de exposições e ações coletivas realizadas em Brasília, como Coordenadas Vagabundas, Suspensões e Quero Que Você Me Aqueça Nesse Inverno. Foi selecionada para os Salões Nacionais Luiz Sacilotto e para o Prêmio Transborda Brasília.

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| Bárbara Mangueira | Desvairança, 2016. Óleo s/ tela (Coleção Sérgio Carvalho)

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O núcleo em que se insere o trabalho de Bárbara Mangueira contempla duas Secretarias de Controle Externo: a Secretaria de Controle Externo da Previdência e da Assistência Social (SecexPrevidência) e a Secretaria de Controle Externo da Saúde (SecexSaude). Trata-se de uma pintura feita a partir de fotografia familiar, onde a estética do flash estourado, criando sombras marcadas, faz parte das memórias fotográficas de quase todas as famílias brasileiras. A senhora sentada ao centro, rodeada por familiares e amigos, nos remete ao bem-estar social garantido pelo artigo 22º da Declaração Universal dos Direitos Humanos: “Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social; e pode legitimamente exigir a satisfação dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis, graças ao esforço nacional e à cooperação internacional, da harmonia como a organização e os recursos de cada país”; e pelo artigo 25º: “Toda pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e, ainda, quanto aos serviços sociais necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios de subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade”. A obra de Mangueira conecta o imaginário à qualidade de vida ideal dos beneficiários do sistema brasileiro de previdência social brasileira.

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VALÉRIA PENA-COSTA

atural de Monte Carmelo (MG), Valéria Pena-Costa viveu em Brasília por quase toda a vida. Graduada em Artes Plásticas pela Universidade de Brasília, já participou de mostras por todo o país. Atualmente, mantém um ateliê que, além de receber vários artistas, também promove a

Feira do Fuga, uma das mais relevantes no cenário brasiliense. Pena-Costa tem trabalhado de forma relevante na promoção da arte contemporânea em Brasília, associando-se a outros artistas para dar visibilidade a seus trabalhos.

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Valéria Pena-Costa trabalha com a passagem do tempo e as costuras criadas pelo entrelaçamento de suas obras. Foi escolhida para representar a saúde com dois trabalhos: A série “Sacre Coeur”, composta por pinturas de técnicas mista que se complementam com almofadas, como representações de multidão e seus “eus” emocionais. Do simbolismo da saúde emocional e psicológica tambem surgiu a série “Para Tirar as Dores do Mundo”, onde blisters de remédios são parcialmente preenchidos com pedras preciosas e semipreciosas, dividindo lugar com comprimidos e pílulas. O coração novamente aparece por meio de pinturas de temperaturas distintas em bulas de remédios. Segundo a Organização Mundial de Saúde, 300 milhões de pessoas sofrem de depressão em todo o planeta, sendo o Brasil o campeão na América Latina em número de casos: 11,5 milhões, ou seja, 6% da população.

| Valéria Pena-Costa | Sem Título – 2007. Desenho e Pintura Sem Título – 2003. Desenho e Pintura Sem Título – 2004. Desenho, pintura e colagem Sem Título – 2003. Desenho com lacre Série: Sacré Coeur (Coleção Sérgio Carvalho)

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| Valéria Pena-Costa | Sem Título, 1994/2019. Cartelas de medicamentos contendo remédios, pedras preciosas, cristais, pedras sintéticas e metais Série: Para Tirar As Dores do Mundo

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| Valéria Pena-Costa | Sem Título - 1994/2012. Acrílica sobre bulas de medicamentos Série: Para Tirar As Dores do Mundo

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Secretaria de Controle Externo do Sistema Financeiro Nacional e dos Fundos de Pensão (SecexFinanças)

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JOÃO ANGELINI

atural de Planaltina (DF), graduou-se em Artes Plásticas pela Universidade de Brasília. Fez residências no Museu de Arte do Rio e no ERRO Grupo de Florianópolis. Participou de 11 exposições coletivas e 6 individuais, além de ter recebido 10 prêmios de arte.

Possui obras no Acervo do Banco Itaú (SP), Casa da Cultura da América Latina (DF), Centro Cultural UFG (GO), Fundação Rômulo Maiorana (PA), Museu de Arte de Brasília (DF), Museu de Arte do Rio (RJ) e Pinacoteca do Estado de São Paulo (SP).

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Dialogando com o núcleo da Secretaria de Controle Externo do Sistema Financeiro Nacional e dos Fundos de Pensão (SecexFinanças), a série “Real Furado” utiliza notas de 1, 2, 5, 10, 20, 50 e 100 reais. O título faz referência a uma expressão “tostão furado” que remete à desvalorização do dinheiro e do poder de compra em períodos de inflação. O quebra-cabeças das notas recortadas, e que perde sua totalidade, leva a ponderar não somente sobre a perda do poder de compra, mas também sobre o que custa a cada um conseguir meios financeiros, como se dá a troca da força de trabalho pelo papel que proporciona a sobrevivência.

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João Angelini 1 Real Furado, 2005/2014. Nota de Real s/ papel recortado a laser

João Angelini 2 Reais Furados, 2005/2014. Nota de Real s/ papel recortado a laser

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João Angelini 5 Reais Furados, 2005/2014. 10 Reais Furados, 2005/2014. 20 Reais Furados, 2005/2014. 50 Reais Furados, 2005/2014. 100 Reais Furados, 2005/2014. Nota de Real s/ papel recortado a laser

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Secretaria de Controle Externo do Trabalho, Cultura, Esportes e Entidades Paraestatais (SecexTrabalho)

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Dialogando com o núcleo da Secretaria de Controle Externo do Trabalho, Cultura, Esportes e Entidades Paraestatais (SecexTrabalho), a obra L.E.R de João Angelini retrata a rotina burocrática de um carimbador, que leva a refletir até que ponto o trabalhador é visto como uma máquina de realizar tarefas e não como um ser humano com necessidades individuais. A dependência do fator financeiro é reiterado quando a personagem chega à exaustão, mas se entrega novamente à rotina de trabalho após um pífio pagamento. Cabe aqui a discussão de como é a relação entre trabalho e emprego, os direitos preservados ou não, e o bem-estar do trabalhador. Interessante ressaltar a técnica utilizada pelo artista, de justaposição de centenas de fotografias de longa exposição, criando uma atmosfera frenética e com aura surreal.

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BETO BARATA

fotógrafo Beto Barata iniciou sua carreira em 1996 como estagiário do departamento fotográfico do jornal Correio Braziliense. Nesses mais de 20 anos de profissão, atuou nas redações dos jornais The Brazilians (EUA), Folha de S. Paulo e na revista IstoÉ Gente.

Atualmente é subeditor de fotografia do portal de notícias brasiliense Fato Online. Em 2019, tornou-se mergulhador de nível avançado, quando criou um dos seus projetos de maior destaque: o Brasília Submersa, documentação fotográfica do Lago Paranoá.

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Em 2016, Beto Barata realizou a exposição individual Vamos Jogar Bola, com curadoria do fotógrafo Eraldo Peres. Registrada em Brasília, a série mostra uma cidade diferente daquela conhecida mundialmente pela sua modernidade arquitetônica. A paixão pulsante pelo futebol, verificada nos campos de várzea, nas entrequadras, nos gramados ou no campinho de chão batido, revela a diferente realidade entre o futebol de atletas de ponta e cachês milionários e aqueles que o praticam em quaisquer condições, muitos sonhando com um futuro como jogador.

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Vamos Jogar Bola aborda memória afetiva, infância e também os cenários possíveis e impossíveis do esporte. A poética e a beleza das imagens podem camuflar a dura realidade de que, em grande parte dos bairros e cidades, a infraestrutura para a prática de esportes se revela precária. O questionamento vai além do futebol, e faz pensar no valor dado ao atleta no país e na oferta de infraestrutura e suporte para seu crescimento como desportista.

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| Beto Barata | Sem título, 2014. Impressão fine art. Série: Vamos Jogar Bola

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| Beto Barata | Sem título, 2014. Impressão fine art. Série: Vamos Jogar Bola

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DENISE CAMARGO

artista visual no campo da fotografia, docente e pesquisadora. Atualmente, é professora do Departamento de Artes Visuais do Instituto de Artes da Universidade de Brasília, onde coordenava o curso de Artes Visuas Licenciatura Noturno e integra o Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais na linha de pesquisa Poéticas Transversais. As poéticas e os processos de criação estão no centro de suas preocupações artísticas e teóricas. Fotografa e também gesta

exposições e produtos socioculturais pelo Ateliê Oju Cultural. Explora as questões da identidade brasileira e as que têm na imagem fotográfica sua razão de ser. Interessada pela reflexão promovida pela imagem fotográfica e pelo campo das artes, começa a se dedicar ao ensino superior e à pesquisa da Fotografia, além de realizar ensaios, projetos culturais, estudos experimentais e produção científico-acadêmica sobre teoria e crítica fotográfica, poéticas e processos e imagem das matrizes ancestrais africanas.

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A cultura de matriz africana é muitas vezes colocada à margem, mesmo no Brasil onde a população é majoritariamente preta. Traços do período escravocrata ainda permeiam a sociedade, que muitas vezes enxerga essa parte preciosa da cultura brasileira como algo de menor importância. Denise tem trabalhado com com autorrepresentação e colocado em foco o que nem sempre fica em destaque.

As fotografias tiveram como proposta inicial um conjunto de notas visuais tomadas em diferentes momentos do Candomblé. Quando retrata esses ritos, Denise propõe a reflexão e a preservação da memória de fenômenos que compõem a cultura de origem africana no Brasil. As fotografias tratam da visão do desconhecido, do (re)conhecimento da identidade e da compreensão do espectador sobre a diversidade da cultura brasileira.

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| Denise Camargo | O Mensageiro, 2005. Impressão fine art sobre papel Hahnemuhle Photo Rag. Série: Eu Só Acredito em Deuses que Dançam Exu (Legbá, Bará, Eleguá), divindade de temperamento irascível e brincalhão. A ele corresponde o princípio da transformação, do trânsito e das diversas acepções e funções das coisas do mundo. Segundo a mitologia Iorubana, é sempre o primeiro a receber reverências e oferendas. As divindades nos cultos de matriz africana, como o Candomblé, a Santería, o Vodu (onde esta imagem foi realizada), apresentam-se enfeitadas com insígnias e paramentos que fazem referência a suas relações míticas.

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Denise Camargo Curvo a Cabeça, Agradecida, 2000. Impressão fine art sobre papel Hahnemuhle Photo Rag Série: Útero Sagrado Gesto de reverência: no cumprimento ritual chamado “dobale”, popularmente conhecido como “bater cabeça”, os fiéis levam a cabeça ao chão em diferentes momentos do ritual, em sinal de respeito às divindades ou aos hierarquicamente superiores.

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| Denise Camargo | Assentamento nº 1, Agradecida, 2000. Impressão fine art sobre papel Hahnemuhle Photo Rag Série: Notas Para Uma Imagética do Candomblé (Coleção do Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto) Assentamento é a representação material das divindades nos cultos de matriz afro-brasileira. Este, pertencente a Exu, é localizado na parte externa dos terreiros. Compõe-se de esculturas em ferro, além de elementos como pedras, búzios, moedas, entre outros. Está enfeitado com as penas do animal recebido em sacrifício no ritual denominado “Orô”, cuja finalidade é alimentar, simbolicamente, os deuses e compartilhar a comida.

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MILA PETRILLO

ila Petrillo fotografou a cena cultural efervescente de Brasília dos anos 1980. De Renato Russo a Athos Bulcão, registrou figuras marcantes da cidade. Também é referência no registro de projetos socioeducativos de importantes organizações. Sua vida foi toda voltada para a arte. Em 1982, tornou-se fotógrafa do caderno de cultura do Correio Braziliense, que na época tinha 12 páginas diárias. Tornou-se conhecida no meio artístico por circular em toda cena cultural da Capital Federal.

Em 1989, saiu do Jornal e passou a trabalhar como freelancer e colaboradora em revistas. Nos anos 1990, após ser chamada para fazer a cobertura fotográfica do Projeto Axé, viuse diante de um recorte duro da situação da infância. Desde então, passou a buscar outros trabalhos na área social e fotografou diversas vezes para agências de cooperação da ONU e outras instituições.

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Mila é um marco tanto na fotografia quanto na representatividade feminina. Por meio de suas lentes, registrou diariamente, por dez anos, a vida cultural de Brasília. O trabalho de Mila é um passeio histórico pela cena artística do Distrito Federal. Nos anos 1980, quando começou, era uma das raras mulheres trabalhando na área. Mais que uma competente fotógrafa, tornouse um símbolo, uma importante representação feminina no meio fotográfico então majoritariamente masculino. Em 2019, realizou a individual ATO no Teatro Nacional da República.

| Mila Petrillo | A Menina dos Olhos. Circo Teatro Udi Grudi, Direção Hugo Rodas, 1989. Impressão fine art sobre papel

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A exposição teve a proposta de mostrar que a singularidade de cada espetáculo reside no fato de que nenhum movimento ou gesto jamais será repetido com exatidão. Porém, é possível congelar em décimos de segundo aquele instante de criação. O convite para a participação de Mila não poderia ser mais claro: Foi ela quem fez o registro da cultura no Distrito Federal, em belíssimas fotografias, para deixar para a história.

| Giselle Rodrigues e Chistina Moura | em Animater Grupo EnDança, 1994. Impressão fine art sobre papel

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| Mila Petrillo | Hugo Rodas em A Teia. Direção Hugo Rodas, 1993. Impressão fine art sobre papel

| Márcia Lusalva em Sebastião | Direção Giselle Rodrigues e Márcia Duarte, 2000. Impressão fine art sobre papel

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Mila Petrillo Simone Reis em Tamanduá Sam. Direção Hamilton Vaz Pereira, 1992. Impressão fine art sobre papel

| Dora Wainer | em A Falecida Direção Adriano e Fernando, 1999. Impressão fine art sobre papel

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ZAKURO AOYAMA

utodidata, Zakuro Aoyama desenha desde criança. Profissionalizou-se há cincos anos, tendo obtido destaque com suas ilustrações carregadas da linguagem artística japonesa, que, devido ao grande número de imigrantes no Brasil, passou a integrar as várias facetas da cultura nacional.

Zakuro expressa imenso interesse por essa estética e pelo barroco brasileiro. Suas obras são a tentativa de junção das duas linguagens, ou, como ele mesmo expressa, suas duas obsessões. Para o artista, o emprego das linhas, das figuras quase flutuantes, são o fator de ligação da brutalidade do barroco com a sutileza da arte japonesa.

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Um dos grandes patrimônios do Brasil é a sua diversidade. Sua história foi construída a partir da vinda de povos de todas as partes do mundo, com alguns núcleos muito expressivos, como africanos, portugueses, alemães, árabes, italianos e japoneses. A imigração japonesa no Brasil começou oficialmente nos idos de 1908. Atualmente, o país abriga a maior população de origem japonesa fora do Japão, com certa de 1,6 milhão de japoneses e seus descendentes. Além da culinária, o Brasil teve várias outras influências nipônicas importantes, como a filosofia, os ritos e as artes visuais. Ao promover a junção do nosso barroco com a cultura japonesa, o trabalho de Zakuro traz à exposição Entreligar-se mais uma face do Brasil, formado por uma população plural e dotado de uma miscelânea cultural extremamente rica e potente.

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| Zakuro Aoyama | Uma Fenda nas Cinzas, 2019 Aquarela e guache s/ papel

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| Zakuro Aoyama | Kurokami, 2019 Aquarela e guache s/ papel

| Zakuro Aoyama | Sem título, 2019. Aquarela e guache s/papel

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| Zakuro Aoyama | Rokurokubi, 2019. Aquarela e guache s/papel

| Zakuro Aoyama | Yukki Onna, 2019 Aquarela e guache s/papel

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Instituto Serzedello Correa Presidente Ministro José Mucio Monteiro Diretor-Geral do Instituto Serzedello Corrêa Fábio Henrique Granja e Barros Diretora do Centro de Promoção de Cultura e Inovação Fabiana Ruas Vieira Chefe do Serviço de Inovação e Cultura Carolina Pfeilsticker

CENTRO CULTURAL TCU CONSELHO CURADOR

Coordenação de exposição | Cristina Collusso

ENTRELIGAR(SE) | Adriana Vignoli | Bárbara Mangueira | Beto Barata | Cecília Mori | César Becker | Christus Nóbrega | Denise Camargo | Gu Da Cei | Joana França | João Angelini | Johnson Barros | Kazuo Okubo | MediaLab/UnB | Mila Petrillo | Taigo Meireles Toys e Omik | Valéria Pena-Costa | Virgílio Neto | Zakuro Aoyama

Coordenação de produção | Karina Santiago

Curadoria | Karina Santiago

Revisão e apoio à gestão | Patrick Beal

Laudos Museológicos | Nathalia Reys

Pesquisa Histórica | Tupá Guerra

Textos dos Núcleos na galeria | Tupá Guerra

Estagiários de História | Bruna Oliveira da Paz | Talles Raiony

Produção, Projeto expográfico | Karina Santiago

Museóloga | Amália Meneghetti

Identidade Visual | Pablo Frioli

Auxiliares de Conservação | Nathalia Reys | Rosana Carolline

Redes Sociais | NCom

Presidente | Ricardo Ohtake Conselheiros | Eduardo Saron | Ralph Gehre | Renata Bittencourt | Sérgio Carvalho

Apoio | Lucivânia Pereira

Montagem | Chico Mozart | Chico Sassi (Chico2)

PROGRAMA EDUCATIVO

Impressão fine art | Artmosphere

Coordenação | Ingrid Orlandi

Molduras | A Molduraria

Arte-educadores de apoio | Claudia Vasconcellos Baccile | Fernanda Cardoso de Vasconcellos | Jeferson Pereira Alves | Samara Candeira Pinho de Souza | Thaynan Cristine Lopes de Sousa

Apoio grafite | Atoísmo

Apoio | Thayane Almeida

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Apoio conservação | Maria Carolina da Silva Dias | Fátima Alves | Patrícia Gadia


Centro Cultural TCU apresenta a exposição

Curadoria: Karina Santiago

Visitação a partir de 18/11

Quarta a sexta: das 10h às 16h /centroculturaltcu @centroculturaltcu

INSTITUTO SERZEDELLO CORRÊA SCES trecho 3 - lote 3 Use o QR Code para acessar a localização

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Adriana Vignoli | Bárbara Mangueira | Beto Barata | Cecília Mori César Becker | Christus Nóbrega | Denise Camargo | Gu Da Cei Joana França | João Angelini | Johnson Barros | Kazuo Okubo MediaLab/UnB | Mila Petrillo | Taigo Meireles | Toys e Omik | Valéria Pena-Costa | Virgílio Neto | Zakuro Aoyama |

Realização Centro Cultural TCU | Entreligar-se | 149

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Este catálogo foi produzido por ocasião da exposição ENTRELIGAR-SE, realizada em Brasília, no Centro Cultural TCU, com abertura em novembro de 2020.

Tiragem: 500 exemplares

Não é permitida a reprodução total ou parcial desta obra por quaisquer meios, sem a prévia autorização por escrito do Centro Cultural TCU.

CENTRO CULTURA TCU | TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO SCES Trecho 3, Lote 3 – Brasília/DF CEP 70.200-003

Realização

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CATÁLOGO Projeto gráfico e diagramação | Pablo Frioli Fotografia obras | Karina Santiago Foto obras Taigo Meireles | Haruo Mikami Retrato Joana França | Paula Carrubba Retrato Cecília Mori | Ádon Bicalho Retrato César Becker | Ludmilla Alves Retrato Christus Nóbrega | Lucas Las-Casas Retrato Kazuo Okubo | André Kazuo Retrato Taigo Meireles | Dammer Martins Retrato Toys e Omik | Karina Santiago Retrato Adriana Vignoli | Jean Peixoto Retrato Virgílio Neto | Eduardo Dutra Retrato Gu Da Cei | Ester Cruz Retrato Valéria Pena Costa | Carlos Alberto de Oliveira Retrato Beto Barata | Marri Nogueira

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| Adriana Vignoli | | Bárbara Mangueira | | Beto Barata | | Cecília Mori | | César Becker | | Christus Nóbrega | | Denise Camargo | | Gu Da Cei | | Joana França | | João Angelini | | Johnson Barros | | Kazuo Okubo | | MediaLab/UnB | | Mila Petrillo | | Taigo Meireles | | Toys e Omik | | Valéria Pena-Costa | | Virgílio Neto | | Zakuro Aoyama | Curadoria: Karina Santiago https://portal.tcu.gov.br/centro-cultural-tcu/


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