Centro de Acolhimento e Assistência para Morador de Rua

Page 1

CENTRO DE ACOLHIMENTO E ASSISTÊNCIA PARA MORADOR DE RUA ISABELA RODRIGUES Orientadora: Priscila Machado Meireles | 2020





Universidade São Francisco Curso de Arquitetura e Urbanismo Trabalho Final de Graduação Professora Orientadora PRISCILA MACHADO MEIRELES CAMPUS ITATIBA 2020

CENTRO DE ACOLHIMENTO E ASSISTÊNCIA PARA MORADOR DE RUA ISABELA RODRIGUES


Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. Email: isabela_rodrigues1424@hotmail.com


Dedico este trabalho a todos que buscam a igualdade e se solidarizam de alguma forma à inclusão das pessoas em situação de rua na sociedade.



“Uma certa vez indo para o trabalho me deparei com um morador de rua, e ele me surpreendeu, fazendo a seguinte pergunta: o que eu preciso para ser feliz? Assustado respondi: uma pessoa para ser feliz, precisa de amor! E novamente ele me surpreende, não entendi! O que é o amor? E assustado não tive...” Aulos Carvalho



Primeiramente agradeço a Deus. Sou imensamente grata aos meus pais, que me incentivaram a cursar Arquitetura e Urbanismo, sempre me ajudando e me apoiando em quaisquer que sejam os momentos, bons ou ruins. Sou grata à Prof.ª Priscila Meireles, pela orientação e dedicação durante todo o processo desse trabalho. Meus agradecimentos a todos os docentes que fizeram parte dessa jornada da graduação. Agradeço as “Minhas Meninas” Amanda Camargo, Amanda Souza, Betânia Carvalho, Bruna Gregório e Daiane Dafne, por todos os trabalhos e noites em claro, viagens, lágrimas, mas também muitas alegrias. Vocês tornaram esse longo caminho mais leve e satisfatório. Obrigada pela amizade que construímos e por toda parceria, ou melhor dizendo, irmandade. Aos meus avós, que por muitas vezes tiveram que entender minha ausência, mas sempre muito presentes na minha vida. Agora posso dizer que está acabando, vovô. Meus sinceros agradecimentos a todos que participaram e me ajudaram de forma direta e indireta dessa linda trajetória. Muito obrigada!


Foto: Danillo Ferreira, 2016



SU MÁ RIO

18

RESUMO

24 objetivo

20

26

34

22

30

38 políticas

introdução

justificativa

perfil do usuário dados censi

albergues

públicas nacio


44

área do projeto

itários

42

s onais história do bairro

94

98

perspectivas SISTEMAS PROJETUAIS do projeto 3d

projetos 62 referênciais

70 projeto

104

referências bibliográficas


fi gu ras

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

Relação entre a rua e serviços de acolhimentos disponíveis na cidade de Jundiaí, SP.

Página 50

Página 32

Relação entre a rua e o centro de referência na cidade de Jundiaí, SP.

Zoneamento

Página 51

Página 33

Números de moradores em situação de rua no Mundo, Brasil e Jundiaí, respectivamente.

Quadro de Prescrições Urbanísticas do terreno

Página 51

Página 35

População que frequentam albergues e/ou permanecem nas ruas.

Página 36

Uso e Ocupação

Página 52

Faixa etária da população que frequentam albergues.

Gabarito

Página 53

Página 36

Gênero da população que vivem nas ruas.

Página 36

Principais vias de acesso

Página 54

Causas que levaram as pessoas à morarem nas ruas.

Equipamentos urbanos situados no Bairro Jardim do Lago e próximos à ele

Página 55

Página 37

Área da intervenção no recorte urbano em relação à cidade de Jundiaí.

Página 46

Equipamentos de Acolhimento e Assistência na cidade de Jundiaí-SP

Página 56

Localização da área do recorte e as ruas locais.

Página 48

Página 49

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Topografia da área do projeto.

Mapeamento de bairros com acúmulo de moradores de rua

Página 57

Vista aérea da área do projeto.

Página 58

Imagem gráfica referente ao diagnóstico da área


21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

Representação esquemática da divisão dos Bairros e topografia acidentada

Página 59

Fotografias registradas em pesquisa de campo - Bairro Jardim do Lago

Pespectiva setorizada

Página 60

Fluxograma

Detalhamento da ciclovia

Página 60

Esquema de acessos

Página 65

Corte Esquemático da topografia local

Elevação da fachada Sul do edifício

Página 67

Curvas de níveis - original e modificada

Página 67

Corte - Detalhamento da topografia para a implantação do projeto

Refeitório

Planta de Setorização

Área externa | Horta

Tipologia de dormitórios

Processo de desenvolvimento projetual

Página 80

Cobertura - Vedação de Tijolo Solo-Cimento

Planta de Implantação

Página 88

Croquis esquemáticos - Aberturas de Janelas e Portas

Página 91

Desenho Técnico: Planta Baixa

Croqui - Corte Bico de Flauta

Página 92

Desenho Técnico: Cortes AA | BB

Croqui - Corte Boca de Pescado

Página 92

Insolação e ventilação

Página 98

Elevações

Página 87

Página 79

Página 69

Croqui - Nós de conexões dos bambus

Página 91

Página 86

Página 78

Página 69

Cobertura - Vedação de Taipa de Pilão

Página 85

Página 77

Sistema consrutivo - Construção da Taipa de Pilão

Página 90

Página 84

Página 77

Fachada do Edifício

Vista inferior - Forro de bambu

Página 83

Página 76

Sistema consrutivo - Detalhamento do Tijolo Solo-Cimento

Página 90

Página 83

Página 76

Dormitórios

Planta de Forro

Página 83

Página 75

51 52 53 54 55 56 57 58

Escolha dos materiais

Página 89

Página 82

Página 74

Detalhamento em pespectivas

41 42 43 44 45 46 47 48 49 50

Planta de Cobertura

Página 81

Página 74

Página 59

Página 73

31 32 33 34 35 36 37 38 39 40

Tabela de áreas e setorização

Perspectiva explodida com alternativas de materiais para o Projeto

Perspectivas do projeto 3D


RESUMO Foto: Fรกbio Brito, 2015


Este Trabalho de Conclusão de Curso refere-se à criação de um Centro de Acolhimento e Assistência para Morador de Rua a ser implantado na região Sudeste de Jundiaí-SP, local carente de infraestrutura, mobilidade e equipamentos inclusivos. O recorte urbano sofre com a ausência de conexão entre os bairros, resultando em um planejamento urbano inadequado. A partir das problemáticas, a proposta projetual se enquadra na junção arquitetônica e urbanística, possibilitando a integração e mobilidade entre os abairramentos mais próximos ao Bairro Jardim do Lago, diretriz projetual onde se encontra o novo equipamento proposto, o Centro de Acolhimento e Assistência para Morador de Rua. O projeto arquitetônico dispõe de serviços sociais e educacionais, contando com o apoio profissional à pessoas em situação de rua, a fim de contribuir e preservar a integridade e autonomia dessas pessoas na sociedade. O diálogo que o projeto transfere visa a sensibilidade e interação com o público em geral, com a intenção do reconhecimento e acolhimento diante à diversidade humana.

19


INTRODUÇÃO Foto: Lee Jeffries, 2018


O interesse pela abordagem do referido assunto surgiu a partir da percepção da quantidade de pessoas em situação de rua em todo o mundo, mais especificamente no Brasil. São diversas situações para optar desenvolver essa proposta de projeto social para que essas pessoas passassem a ter apoio, sendo tais essas, que enfrentam dificuldades em se adequar no espaço urbano, sejam elas motivos por exclusão, preconceito e as próprias conturbações pessoais que elas apresentam. Geralmente, as pessoas em situações de rua estão concentradas na área central da cidade, onde há grande fluxo de pessoas, comércios e serviços, obtendo mais facilidade em ganhos de alimentos e meios que os ajudam financeiramente. No período noturno, a cidade se transforma em abrigo, muitas vezes sem proteção e cobertores, problema que se estende em calçadas, garagens de lojas e pontilhões. Outro ponto de aglomeração dessas pessoas está situado no Bairro Vila Arens, bem próximo ao recorte de estudo escolhido para a inserção do projeto, que ocorrerá no Bairro Jardim do Lago, na cidade de Jundiaí, interior de São Paulo. O desenvolvimento do projeto se incorpora pela precariedade das pessoas em situação de rua que precisam de uma atenção redobrada, por se tratar de questões sociais e melhorias no aspecto humano.

21


JUSTIFICATIVA Foto: Lee Jeffries, 2018


A exclusão social vem se intensificando ao decorrer dos anos e o reflexo disso se dá aos moradores de rua, o qual atinge um grande número em nível nacional. Dados do IPEA (2017) mostram que 77% das pessoas vivendo em situação de rua, habitam municípios com mais de 100 mil habitantes. Apesar da existências de serviços de amparo, ainda existe uma demanda dessa população a ser atendida. “O ponto extremo de uma vulnerabilidade de massa que afeta grandes camadas populares” (CASTEL, 1997, p.33) É necessário pensar que, por mais que esse público utilize das estruturas oferecidas, como os albergues, moradias provisórias e/ou permanentes, eles têm a rua como sua moradia cotidiana, levando as cidades gerarem espaços que os acolham. Estes lugares sofrem a ação do cidadão e assim a vida urbana se manifesta, tornando-se essencial que a cidade assuma a existência dessa população. Pelas diversas tipologias dos moradores de rua, esses não podem ser tratados de forma homogênea, dessa forma, não se atribui ao julgamento de perigo e sim de uma massa que deve ser inserida no contexto urbano.

Algumas das ruas mais seguras de Nova York, por exemplo, a qualquer hora do dia ou da noite, são as habitadas pelos pobres e pelas minorias. E algumas das mais perigosas são aquelas ocupadas pelos mesmos tipos de pessoas. (JACOBS, Jane. p, 531).

De acordo com Del Rio (1990), o modo e a intensidade que os usuários percebem o espaço é possível montar diretrizes para a organização físico-ambiental de um projeto. Analisando pelo contexto do usuário, estão sendo realizados diversos projetos que tem como protagonista o morador de rua. A existência de pessoas que moram nas ruas é um problema global e, portanto a realidade brasileira não é diferente. No país, estima-se que 102 mil pessoas aproximadamente vivem nesse tipo de situação, conforme dados do IPEA de 2015. Na cidade de Jundiaí o número também se intensifica, uma vez que no ano de 2018 constatava-se 336 abordagens sociais de pessoas que residiam nas ruas e, no ano posterior, em 2019, houve um acréscimo desse número, indo para 396 abordagens. (Site Prefeitura de Jundiaí, 2019). Assim, com o inserimento desta proposta projetual, trará à cidade um equipamento urbano capaz de acolher e que essas pessoas em situações de rua sejam munidas com a possibilidade de independência e inserção na sociedade.

23


OBJETIVO Foto: Lee Jeffries, 2018


O objetivo é um Centro de Acolhimento e Assistência para pessoas em situação de rua. Um local que venha promover o convívio social, não apenas do público alvo que são os próprios moradores de rua, mas as pessoas que por ali circularão, e tal interação será primordial, já que a ideia é a inclusão, sem que os escondam dos olhos da sociedade. Será necessário identificar as principais problemáticas dessa população, levando como grande fator, as dificuldades encontradas que estão justamente em abrigos que não atendem suas reais necessidades e não contam com uma infraestrutura adequada para tal uso. Contando ainda com os abrigos já existentes e como seus respectivos programas podem servir como referência e desenvolver uma estrutura física que ofereça acomodação, conforto e privacidade aos moradores de rua.

25


PERFIL DO USUÁRIO


Foto: Lucas Incas, 2012


A hierarquia social sempre definiu atitudes que a sociedade apresenta perante ao próximo. Àqueles que não se esquadram nessa ordem são excluídos socialmente e colocados à margem das relações. Esse tipo de situação acarreta em uma série de privação que os moradores de rua enfrentam. Desde sempre são vistos com lentes construídas em cima de preconceitos criados ao decorrer da historia da humanidade. Muitas das pessoas que encaram essa realidade nas ruas são ou já foram trabalhadores formais. O fator de tê-los hoje desabrigados são diversos, pessoas que exerceram atividades mal remuneradas, pessoas que não possuem meios econômicos necessários, todos que acabam não tendo oportunidades, sem renda fixa, o consumo de álcool, uso interrupto de drogas e demais fatores que acaba os levando para ruas e albergues.

28


Olhos nos olhos sem dar sermão Nada na boca e no coração Seus amigos são um cachimbo e um cão Casa de papelão Criolo. Casa de Papelão. Convoque seu Buda. São Paulo, Oloko Records, 2014.

29


ALBERGUES Foto: Thiago Fogolin, 2014



Na cidade de Jundiaí existem alguns centros de acolhimento para pessoas em situação de rua. Abaixo faz uma comparação entre eles e seus tipos de serviços e abordagens.

Centro de Acolhida |

RUA

- Abordagem Social - Pernoite - Alimentação - Higiene Pessoal - Grupo de Terapia Ocupacional - Atendimento Psicossocial SEAS (Serviço Especializado de Abordagem Social) é responsável pela abordagem social da população em situação de rua, a qual encaminha os mesmos para casas de passagens, ou em caso de recusa, distribuem cobertores e kit higienes para os moradores. O S.O.S (Serviços de Obras Sociais) por sua vez, é uma casa de passagem que atendem pessoas com reais necessidades de abrigo – incluindo grupo de famílias, homens e mulheres adultos, em caso de criança e adolescentes – apenas acompanhados de responsáveis.

32

S.O.S

SEAS

Figura 1: Relação entre a rua e serviços de acolhimentos disponíveis na cidade de Jundiaí, SP. Fonte: Elaborado pela autora. Maio/2020


Centro de Acolhida || - Encaminhamento para casas de passagens, mercado de trabalho e tratamento para dependentes químicos - Desenvolvimento Social - Higiene pessoal - Grupos comunitários Centro POP (O Centro de Referência Especializado de Assistência Social para População em Situação de Rua) do qual presta atendimento para pessoas que estão nas ruas ou de passagem pela cidade de Jundiaí. Os serviços oferecidos estão entre o de busca por moradia, familiares, internações por dependência química e encaminhamento para vagas no mercado de trabalho.

RUA

CENTRO POP

Figura 2: Relação entre a rua e o centro de referência na cidade de Jundiaí, SP. Fonte: Elaborado pela autora. Maio/2020

33


DADOS CENSITÁRIOS Foto: Lee Jeffries, 2018


de PESSOAS vivendo em situação de rua no MUNDO em 2014

ADULTOS

vivendo em situação de rua no BRASIL em 2015

Cerca de

MORADORES em situação de rua na cidade

de

JUNDIAÍ em 2018

A cidade de Jundiaí não obtém o número exato da população que estão nas ruas. De acordo com o Centro POP (Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua), haviam cerca de 336 pessoas procurando pelo serviço, no ano de 2018. O serviço de abordagem social que atende diretamente na rua, focando nesse tipo de população, aponta que houve um aumento de 18% das abordagens no Município no ano posterior, em 2019. Em 2003, a AJEFA (Associação Jundiaiense de Entidades Filantrópicas e Assistenciais) cadastrou 116 pessoas em situação de rua, durante o evento de Projeto Espaço Cidadão, cedido pelo Sindicato dos Ferroviários de Jundiaí O estado de São Paulo registrou dentro de quatro anos, um aumento de 60% de pessoas que acabaram indo para as ruas, sendo 15.905 em 2015 para 24.344 em 2019. Para entender tamanha gravidade, a Secretaria de Assistência Social divulgou os dados levantados em 2000, na qual ainda registrava 9 mil moradores em situação de Rua. Dentre isso, a capital vive outro dilema. Menos da metade desta população atual está acolhida em centros de atendimento. São locados 11.692 moradores nestes locais, enquanto 12.652 continuam nas ruas. Por não possuir residência fixa, este grupo acaba por não fazer parte dos sensos de pesquisas nacionais, deixando explicito a carência de dados precisos a respeito do tema. Figura 3: Números de moradores em situação de rua no Mundo, Brasil e Jundiaí, respectivamente. Fonte: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA, 2016 | IBGE em parceria com a Prefeitura de Jundiaí, 2019. (Adaptado pela autora. Maio/2020).

35


População em situação de rua De acordo com o Figura 4, o total de pessoas em situação de rua é equilibrada, mas a maioria se dirige para centros de acolhida, com 53% do total. Dos que frequentam Albergues, na Figura 5, 49% das pessoas não forneceram informações, porém, o segundo grupo com mais integrantes são o de Adultos, com 36%.

47% 53%

Na Figura 6, daqueles que vivem em situação de rua são da maioria do sexo Masculino

Figura 4: População que frequentam albergues e/ou permanecem nas ruas. Fonte: Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. (Adaptado pela autora. Maio/2020)

Em situação de rua que frequentam albergues

1%

Legenda: Permanecem na Rua Vão para Centros de Acolhida

2%

Em situação de rua vivendo nas ruas

11%

12% 12%

36%

Legenda:

Masculino Feminino Sem Info

Legenda: Criança Adulto

49%

Sem Info Idoso Adolescente

Figura 5: Faixa etária da população que frequentam albergues. Fonte: Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. (Adaptado pela autora. Maio/2020)

77%

Figura 6: Gênero da população que vivem nas ruas. Fonte: Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. (Adaptado pela autora. Maio/2020)


Motivos que levaram às ruas

6%

5%

6% Legenda:

6%

Desentendimentos familiares Demissão

46%

Problemas com Justiça Desemprego Falecimento de Familiar Separação Conjugal

10%

Despejo

Figura 7: Causas que levaram as pessoas à morarem nas ruas. Fonte: Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. (Adaptado pela autora. Maio/2020)

21% De acordo com o censo da Fipe, do início do ano de 2000 para os anos seguintes, o crescimento da população brasileira foi de 0,7% enquanto o total de pessoas em situação de rua crescia a 4,1%. Aqueles que estão em situação de rua, 7.079 pessoas (53%) dormem em albergues municipais, enquanto 6.587 (47%) vivem ao relento nas ruas da cidade. Na Figura 7, mostra que de todos os motivos apresentados, o que sobressai com mais de 40% é o Desentendimento familiar. Dentre eles, foram citados brigas, álcool e drogas.



POLÍTICAS PÚBLICAS NACIONAIS Foto: Lee Jeffries, 2018


Em 1988, o direito de incluir na Constituição Federal a Assistência Social como politica pública é conquistado dando inicio ao primeiro olhar a esta população e diante disso, surgem outras leis que incidem sobre a classe.

40

1998

2004

2005

Constituição Federal

Politica Nacional de Assistência Social (PNAS), que assegura cobertura a população em situação de rua

Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS (2003) – Lei nº 11.258, 30/12/05, altera o parágrafo único do art. 23 da LOAS. Essa Lei parte do principio de que deverão ser criados nos serviços sociais e programas destinados especialmente às pessoas em situação de rua

2006 Decreto, de 25 de outubro de 2006, que constitui o Grupo de Trabalho Interministerial – GTI, com finalidade de elaborar estudos e apresentar propostas de politicas publicas para a inclusão social da população em situação de rua


2007/2008 Pesquisa Nacional da População em Situação de Rua, que é a primeira quantificação desta população. (Realizada pelo MDS) cobertura a população em situação de rua

2009 Resolução do Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS nº109, que aprova a tipificação nacional dos Serviços Socioassistenciais, dentre os quais, os serviços destinados à população de rua

2010 Decreto nº7053, de 23 de dezembro de 2009, que institui o Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento e tem como atribuições elaborar planos de ação periódicos, acompanhar o desenvolvimento e gerar indicadores para avaliação da Politica Nacional para a População em Situação de Rua

41


HISTÓRIA DO BAIRRO Foto Aérea - Google - Fevereiro/2020


Nos dias atuais, é difícil encontrar um refúgio que desprenda de toda poluição e danos das centralidades de Jundiaí, porém, o Bairro Jardim do Lago promove esse recanto. O local surgiu após o assoreamento de um extenso lago, situado na região do balneário da Ressaca, onde hoje se localiza a AV. Samuel Martins, intensificando sua urbanização entre 1940 e 1950. A principio o bairro não contava com serviços básicos, e através da união entre vizinhos, foi possível trazer transporte publico e serviços como comércios em geral, supermercados e farmácias, dos quais moradores tinham muita dificuldade de acesso.

43


ÁREA DO PROJETO Foto: Lee Jeffries, 2018


MUNICÍPIO DE JUNDIAÍ

ESTADO DE SÃO PAULO

RECORTE – BAIRRO JARDIM DO LAGO

45


Jundiaí está situada no interior de São Paulo contando com aproximadamente 419 mil habitantes. A área estudada localiza-se no sudeste do município e é classificada como “Macrobairro” - Jardim do Lago, da qual é subdividido em 4 bairros, sendo eles Parque Cidade Jardim, Parque Cidade Jardim II, Jardim do Lago e Vila Esperança. O bairro Jardim do Lago é o mais populoso do recorte, mas sua densidade demográfica está controlada pois em contrapartida também é o bairro com maior extensão territorial. A implantação do Centro de Acolhimento e Assistência para Morador de Rua, está inserido entre a Avenida Samuel Martins com as Ruas Teodoro Sampaio e Maestro José Corrêa da Silva. A escolha do local foi feita em relação a localização do terreno e os equipamentos mais adjacentes.

46

Figura 8: Área da intervenção no recorte urbano em relação à cidade de Jundiaí. Fonte: Google earth. Adaptado pela autora. Julho/2020


47


A criação do espaço para abrigar os moradores de rua e oferecer apoio assistencial, permite a aproximação dos moradores locais, por meio de vinculação de usos públicos do edifício, estabelendo contato com a instituição e combatendo o preconceito que a sociedade tem perante essa população em massa.

UEL

AM V. S

A

S

RTIN

L MA

MUE

SA AV. TINS

MAR

RU EO

AT DO

AM

RU arga

ae

Desc

Carg

RO

JO CO RR

SIL VA

GE

OR

J ID

DA

CH

ÊA

RA RY CU Figura 9: Planta de situação - Recorte da área projetual Fonte: Elaborado pela autora. Outubro/2020

AIO

RO

R. N

48

N

MP

ST

SA

AE tório erva Res água

Gás

Lixo

L

EO

ÍS D

U R. L

A

UD

RR

AA

IR IVE


A

leitura do terreno Área: 1715 m² Altitude: 749,78m Inclinação: 2,022° Figura 10: Vista aérea da área do projeto. Fonte: Google earth. Adaptado pela autora. Outubro/2020

B

C

49


Topografia

Figura 11: Topografia da área do projeto. Fonte: Produção em grupo através de Projeto Integrado. Maio/2020

Esc. 1:25

A região é caracterizada predominantemente por relevo de morros e morrotes. No lote escolhido possui um leve caimento para a Rua Teodoro Sampaio.

50


zoneamento

Figura 12: Zoneamento Fonte: Produção em grupo através de Projeto Integrado. Maio/2020

QUADRO DE PRESCRIÇÕES URBANÍSTICAS ÁREA TOTAL DO TERRENO: 1715 m²

PRESCRIÇÃO COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO

TAXA DE PERMEABILIDADE TAXA OCUPAÇÃO GABARITO RECUO FRONTAL RECUO LATERAL E FUNDO

ÁREA TOTAL CONSTRUÍDA : 590,70 m²

LEI 8.683 (ZQB) 2,4 (MÁX) 20% = 343 m² 0,6 10,5 m (MÁX)

EDIFÍCIO PROJETADO 1,99 1.124,30 m² 0,3 3,90 m

3m

4,00 m

DISPENSADO

-

Esc. 1:50

Figura 13: Quadro de Prescrições urbanísticas do terreno Fonte: Elaborado pela autora. Outubro/2020.

A área da intervenção está inserida na Zona de Qualificação de Bairros (7 Especial) da qual permite a implantação do projeto de Centro de Acolhida e Assistência.

51


uso e ocupação

Figura 14: Uso e Ocupação Fonte: Produção em grupo através de Projeto Integrado. Adaptado pela autora. Maio/2020

Esc. 1:50

O recorte urbano é caracterizado principalmente pelo uso residencial. Na localidade existe também serviços e comércios e áreas institucionais, que possuem grande importância e influência na área da escolha do lote para o projeto.

52


gabarito

Figura 15: Gabarito Fonte: Produção em grupo através de Projeto Integrado. Adaptado pela autora. Maio/2020

Esc. 1:50

O bairro Jardim do Lago é constituído predominantemente por edifícios baixos, com até 3 pavimentos. Com isso, o projeto de Centro de Acolhimento e Assistência terá edificações térreas ou de 2 pavimentos, para seguir a linguagem do entorno.

53


mapa das principais vias de acesso

Figura 16: Principais vias de acesso. Fonte: Produção em grupo através de Projeto Integrado. Adaptado pela autora. Maio/2020

Esc. 1:100

Principais vias do entorno da área: Ruas Maestro José Corrêa da Silva, com Teodoro Sampaio e AV. Samuel Martins, da qual possui fluxo intenso de automóveis durante toda a semana pelo fato de ser uma via que faz ligação com pontos da cidade.

54


equipamentos urbanos

Figura 17: Equipamentos urbanos situados no Bairro Jardim do Lago e próximos à ele. Fonte: Produção em grupo através de Projeto Integrado. Adaptado pela autora. Maio/2020

A área possui equipamentos que influenciam diretamente no fluxo de pessoas e automóveis na área. Equipamento adjacente como UBS Jardim do Lago, dará grande suporte ao projeto do Centro de Acolhida e Assistência para o morador de rua. Distância do Centro: 6 Km.

55


equipamentos de aColhimentos

Figura 18: Equipamentos de Acolhimento e Assistência na cidade de Jundiaí-SP. Fonte: Google earth. Adaptado pela autora. Junho/2020

Equipamentos de acolhimento e assistência se localizam nas proximidades das principais vias de acesso (Figura 15). As unidades apresentadas próximas ao recorte em estudo não são suficientes para suprirem as necessidades de todos os moradores de rua, já que destinados ao público em questão são encontrados apenas o Centro POP e SOS - Casa de Passagem, e a grande maioria são de especialização para acolhimento de Idosos e Dependentes Químicos.

56


concentração de morador de rua Figura 19: Mapeamento de bairros com acúmulo de moradores de rua. Fonte: Elaborado pela autora. Julho/2020

MUNICÍPIO DE JUNDIAÍ

As regiões com maior concentração de moradores de rua são as regiões centrais e bairros vizinhos, incluindo o Bairro Jardim do Lago, local da intervenção.

57


MAPEAMENTO DE DIAGNÓSTICO

Figura 20: Imagem gráfica referente ao Diagnóstico da área. Fonte: Produção em grupo através de Projeto Integrado. Maio/2020

O bairro Jardim do Lago obtém um grande potencial para expansão, já que existem muitas áreas como vazio urbano próximos às residências, positivos no aspecto para a exploração comercial, de serviços e emprego. A área verde é de possível preservação e exploração consciente, assim como o desenvolvimento para a mobilidade. Ao mesmo tempo conta com uma grande falta de infra-estrutura pública, carente de lazer, saúde e locomoção.

58


Os principais fatores problemáticos encontrados na área são as barreiras físicas e a mobilidade, onde há grande dificuldade de acesso entre os três bairros, fazendo com que os próprios moradores façam caminhos para tais locomoções. As barreiras são tomadas pela vasta vegetação e topografia acentuada na área. Figura 21: Representação esquemática da divisão dos Bairros e topografia acidentada. Fonte: Produção em grupo através de Projeto Integrado. Adaptado pela autora. Maio/2020

Figura 22: Fotografias registrada em pesquisa de campo - Bairro Jardim do Lago. Fonte: Produção em grupo através de Projeto Integrado. Adaptado pela autora. Maio/2020

Sem Escala

59


O projeto desenvolvido no recorte apontado, tem como principal objetivo fazer a ligação dos bairros, Jardim do Lago, Vila Esperança e Parque Cidade Jardim I e II, através da conexão das Áreas não ocupadas, criando um grande parque de convivência para os moradores. A localização desses parques é central e estratégica dentro do projeto, assim como sua circulação e diversos pontos para descanso do usuário. O centro comercial também pensado para a implantação, atendendo a necessidade de serviços da região. Para o plano de mobilidade, foi implantada a ciclovia, ligando desde as principais vias até aos parques e equipamentos institucionais.

Figura 24: Detalhamento da ciclovia. Fonte: Produção em grupo através de Projeto Integrado. Adaptado pela autora. Maio/2020

Figura 23: Detalhamentos em perspectivas. Fonte: Produção em grupo através de Projeto Integrado. Adaptado pela autora. Maio/2020

60


Recorte do detalhamento 2

CICLOVIA GRAMA

PASSEIO

Sem Escala Sem Escala

Detalhamento 2 - Ciclovia

61


PROJETOS REFERÊNCIAIS


Foto: Autor Desconhecido


THE BRIDGE HOMELESS ASSISTANCE CENTER


Vencendo diversas premiações internacionais, o Centro de assistências a desabrigados “The Bridge” tem como propósito adequar um espaço onde a diversidade seja bem recebida e manter o conceito de assistência, onde aqueles que terão necessidades, sejam definidos como “clientes”. O centro contém uma série de blocos interligados pelos fluxos de um pátio central. Seu funcionamento é 24 horas por dia, com recursos para ajuda e serviços, que atendem 1200 pessoas diariamente. Propõe a ideia de inclusão social, já que a existência da praça central acolhe todas as pessoas que desejam utilizar, sejam elas usuários do abrigou ou não, criando uma integração diferente das demais análises projetuais. O projeto conta com vários blocos térreos e um com três pavimentos, sendo o último para dormitórios em que os usuários permaneceram por mais tempo, proporcionando privacidade e menor fluxo de pessoas.

FICHA TÉCNICA Arquitetos: Overland Partners Tipo: Centro de Assistências a desabrigados Área: 75.000 m² Ano: 2010 Local: Dallas. Texas - Estados Unidos Motivo: Disposição dos blocos térreos Figura 25: Dormitórios Fonte: Archdaily, Google, acesso em 02/2020.

65


BUD CLARK COMMONS


O centro foi pensado de tal maneira, onde as áreas coletivas, de serviços e abrigos temporários ficassem no térreo e primeiro pavimento. E para os andares superiores, concentrassem as áreas de acolhimento. Nas torres, a equipe incorporou estratégias para o segmento de um projeto bioclimático, utilizando de água quente solar, reciclagem de água cinza, compra de energia verde e unidades de tratamento de ar elétricas (em oposição ao gás natural), além de aplicar a acessibilidade completamente pelo edifício. Sem Escala Figura 26: Elevação da fachada Sul do edifício Fonte: Aia Top Ten, acesso em 02/2020 com modificações da autora

FICHA TÉCNICA Arquitetos: Holst Architecture Tipo: Centro de Assistências a desabrigados Área: 107.000 m² Ano: 2011 Local: Portland. Oregon - Estados Unidos Motivo: Estratégias bioclimáticas

O projeto se destaca principalmente pela sua concepção arquitetônica, já que seu partido é verticalizado, o que torna uma forma diferente dos demais projetos existentes para essa função. Um projeto convidativo pelo uso de seus materiais, como grandes vidros nas fachadas, varandas e pátio aberto.

Figura 27: Fachada do edifício Fonte: Fotografia de Christian Columbres, acesso em 02/2020

67


PROJETO OFICINA BORACEA


A Oficina Boracea surgiu a partir de uma readaptação de antigos galpões de transportes, se transformando então em um espaço de acolhimento, atividades e convívios, na qual buscava a retomada dos vínculos na sociedade. Sua intenção era criar um local que se diferenciasse dos albergues tradicionais de São Paulo e trouxesse junto com o abrigo, serviços como atendimento, abrigo especial para os idosos, cursos de alfabetização, telecentro e centro de convívio e assim exercer a cidadania e cooperativismo, explorando suas potencialidades e capacidades, promovendo maiores chances da inserção no mercado de trabalho, porém, durante o processo, ocorreram problemas administrativos que impediram que algumas dessas intenções fossem concretizadas. A Oficina Boracea se tornou uma referência de projeto nacional, possibilitando um comparativo com os projetos internacionais por conta de sua estrutura e seu programa específico, que dificilmente é aplicado aqui no Brasil.

FICHA TÉCNICA Arquitetos: Loeb Capote Tipo: Centro de Assistências a desabrigados Área: 17.000 m² Ano: 2003 Local: Barra Funda - São Paulo Motivo: Acolhimento > convívio social > reconstituição dos vínculos + construção da autonomia + alternativa de reinserção social

Figura 28: Refeitório Fonte: Loeb Capote, acesso em 02/2020

Figura 29: Área externa | Horta Fonte: Loeb Capote, acesso em 02/2020

69


PROJETO 70 Foto: Shalla Monteiro, 2015


O Centro de Acolhimento e Assistência para Morador de Rua visa propor um programa assistencial e inclusivo, capaz de suprir as necessidades do público alvo, sendo ele, mendigo, contando com a ajuda de áreas socieducativas. O espaço contará com áreas de lazer e convívio social, fazendo possivel a interação, o desenvolvimento e contato coletivo para sua reinserção na sociedade e progresso humanitário. As atividades propostas serão desenvoltas nas áreas de educação, apoio social e administrativo, alojamentos, e serviços, assim como a permissão dos animais de estimação, a qual receberá um espaço, que garantirá conforto e bem estar local à todos, trazendo confiança total para o frequentador. Com o novo planejamento do Bairro Jardim do Lago proposto pelo Projeto Integrado, toda a população poderá usufruir dos equipamentos urbanos públicos, assim como o grande Plano de Centralidade e utilizar do novo plano de mobilidade que conta com a ciclovia, que será muito útil para as pessoas que fazem uso das bicicletas como principal meio de transporte. Todo o projeto urbano estará interligado com a proposta arquitetônica do Centro de Acolhimento e Assistência para Morador de Rua, já que estes poderão utilizar as praças para distração e interação, bem como os comércios, para a divulgação de seus serviços realizados no Complexo.

71


Conceito

Desenvolver uma arquitetura capaz de acolher pessoas que se encontram em situação de rua, passando por diversas necessidades e oferecer apoio a elas é mais do que oportunizar igualdade social, é a vivacidade para novos olhares, sentidos e esperança. O conceito VIVACIDADE, que na sua definição de palavras tem qualidade do que tem vida ou vitalidade, força e vigor. Com a proposta de trazer um edifício voltado a revivificar e revigorar às pessoas, dando à elas energia e entusiasmo para a melhoria de sua vida e aproveitar da destreza que as pessoas em situação de rua estão acostumadas, porém, utilizando de bons atos e para boas ações.

partido

72

O partido desse conceito arquitetônico tem o objetivo de um edifício leve e comprido, com grande acesso principal e dormitórios com a possibilidade de atender famílias em situação de rua. Para que eles venham a reincidir na sociedade, o projeto oferece a criação de sua documentação para que futuramente possa ser aceito no mercado de trabalho. A obtenção de um espaço comunitário é essencial para manter e desenvolver as vivências, experiências e aprendizados. As premissas de sustentabilidade empregadas neste edifício trará qualidade para o espaço, e menor impacto ambiental, bem como a aproximação usuário com os elementos naturais; com essa finalidade foi adotada a horta comunitária.


Junção dos significados da palavra VIVACIDADE, dispostos aleatóreamente como no jogo de palavras cruzadas.

Delimitação das palavras. Criou-se dois blocos paralelos na vertical e um bloco horizontal.

Corte horizontal para criar um fundo retilíneo.

Diminuição dos dois blocos paralelos.

Forma esquemática do projeto

Figura 30: Processo de desenvolvimento projetual Fonte: Elaborado pela autora. Julho/2020

73


PROGRAMA DE NECESSIDADES SETOR ADMINISTRATIVO

AMBIENTE RECEPÇÃO / TRIAGEM ADMINISTRAÇÃO SANITÁRIOS

APOIO ADMINISTRATIVO DOAÇÕES / ALMOXARIFADO APOIO SOCIAL

ALOJAMENTO

EDUCACIONAL

SERVIÇOS

PÚBLICO

74

SALA ASSISTENTE SOCIAL SALA PSICÓLOGO ENFERMARIA DORMITÓRIOS SANITÁRIO C/ BANHO FEMININO SANITÁRIO C/ BANHO MASCULINO WC FEMININO WC MASCULINO SALA DE MARCENARIA ATELIE DE ARTESANATO CONSERTO CARROÇAS DE TRAÇÃO HORTA COLETIVA CANIL COZINHA LAVANDERIA COLETIVA REFEITÓRIO DEPÓSITO DE LIXO DEPÓSTIO DE GÁS DEPÓSITO DE ALIMENTOS ESTACIONAMENTO PRAÇA DE CONVIVÊNCIA BICICLETÁRIO CARROÇAS DE TRAÇÃO ÁREA DE FEIRA

PESSOAS 13 3 3

M² 42,52 12,5 12,98

1

10,76

2 2 2 46 6 6 2 2 10 10 1 12 6 3 2 24 1 1 1 4 20 5 -

10,98 10,33 11,97 149,31 22,23 22,76 6,76 6,35 33,25 32,52 11,24 7,28 4,52 15,2 8,61 47,10 2,61 2,61 5,56 41 14,75 -

METRAGEM TOTAL

Figura 31: Tabela de áreas e setorização. Fonte: Elaborado pela autora. Junho/2020

68 10,76 33,28

194,3

78,88

Figura 32: Perspectiva setorizada Fonte: Elaborado pela autora. Novembro/2020

104,73

55,75

545,7


DADES

AS

fluxograma FLUXOGRAMA

M² METRAGEM TOTAL 42,52 68 12,5 12,98 10,76 10,98 10,33 11,97 149,31 22,23 22,76 6,76 6,35 33,25 32,52 11,24 7,28 4,52 15,2 8,61 47,10 2,61 2,61 5,56 41 14,75 -

10,76

ADMINSITRAÇÃO ACESSO PÚBLICO / FUNCIONÁRIOS

SALA DE MARCENARIA

PSICÓLOGO

ATELIÊ ARTESANATO ASSISTÊNCIA SOCIAL

33,28

ENFERMARIA WC FEMININO

194,3

RECEPÇÃO / TRIAGEM

WC FEMININO DORMITÓRIOS WC MASCULINO

WC FEMININO

78,88 LAVANDERIA

REFEITÓRIO

104,73

ACESSO PRINCIPAL

DEPÓSITO ALIMENTO

COZINHA

CIRCULAÇÃO

WC FEMININO

PRAÇA DE CONVIVÊNCIA

WC MASCULINO

BICICLETÁRIO FEIRA AO AR LIVRE ESTACIONAMENTO

ACESSO FUNCIONÁRIOS

CANIL

DOAÇÕES / ALMOXARIFADO CONSERTO CARROÇA DE TRAÇÃO

ACESSO FUNCIONÁRIOS

CARROÇAS DE TRAÇÃO

HORTA COLETIVA

55,75

545,7

DEPÓSITO DE LIXO

DEPÓSITO DE GÁS

Figura 33: Fluxograma. Fonte: Elaborado pela autora. Julho/2020

75


SERVIÇOS

FUNCIONÁRIOS

ADMINISTRATIVO

ALOJAMENTOS

ACESSO À INSTITUIÇÃO

PÚBLICO

EDUCACIONAL

APOIO SOCIAL

LAZER / PÚBLICO

MORADOR DE RUA

Figura 35: Corte Esquemático da topografia local. Fonte: Elaborado pela autora. Maio/2020

76

Figura 34: Esquema de acessos Fonte: Elaborado pela autora. Junho/2020


743

743

742 741

742 741

740

740

Figura 36: Curvas de níveis - original e modificada Fonte: Elaborado pela autora. Setembro/2020

N

N

Esc: 1:250

Curva Original

Esc: 1:250

Curva modificada

Figura 37: Corte - Detalhamento da topografia para a implantação do projeto. Fonte: Elaborado pela autora. Setembro/2020

1m

Aterrar Terreno nivelado R. Maestro José Corrêa da Silva

743.0 m

Perfil Natural do terreno

740.0 m

R. Teodoro Sampaio

Esc: 1:50

77


planta de SETORIZAÇÃO Figura 38: Planta de Setorização | Pavimento Térreo Fonte: Elaborado pela autora. Outubro/2020

Legenda ALOJAMENTO ADMINISTRATIVO SERVIÇOS

01

B

02 03 05

04

EDUCACIONAL

BE

SO

06

05

04

03

02

01

APOIO SOCIAL BE

SO

06

05

04

03

02

APOIO ADMINISTRATIVO

01

SOBE

CIRCULAÇÃO SOBE

PÚBLICO

EDUCACIONAL

EDUCACIONAL

33,25 m²

32.52 m²

06

06

05

04

03

02

05

04

03

02

MORADOR DE RUA E FUNCIONÁRIOS

01

01

PÚBLICO

SO

BE

FUNCIONÁRIOS

E

SOB

BE

SO

ADMINISTRATIVO 12.50 m²

APOIO SOCIAL 11,97 m²

SERVIÇOS E FUNCIONÁRIOS 03

01

02

01 03

EDUCACIONAL 6,76 m²

ACESSOS GERAIS AO EDIFÍCIO

02

APOIO SOCIAL

CIRCULAÇÃO

10,33 m²

EDUCACIONAL 6,35 m²

APOIO SOCIAL 10,98 m² SERVIÇOS 8,61 m² ALOJAMENTO 196,26 m² SOBE

SOBE

A

SERVIÇOS 5,56 m²

SERVIÇOS 15,20 m²

SERVIÇOS 47,10 m²

05

04

03

02

SERVIÇOS

APOIO ADM

11,24 m²

10,76 m²

ADMINISTRATIVO 12,98 m²

01

SERVIÇOS 4,52 m²

SOBE

06

05

04

03

SOBE

SERVIÇOS 5,22 m²

N

Esc: 1:50

02

01

06

05

04

03

02

01

SOBE

SERVIÇOS 7,28 m²

B

78

A

ADMINISTRATIVO 42,52 m²

PAVIMENTO TÉRREO


tipologia de dormitรณrios 3.80

Figura 39: Tipologia de dormitรณrios Fonte: Elaborado pela autora. Outubro/2020

DORM. COMPART.

0.75 0.70

CAPACIDADE: 6 PESSOAS

1.55

TIPO 1

2.35

BELICHES

Sem escala

TIPO 2

CAPACIDADE: 4 PESSOAS

0.70

1.65

BELICHES

0.85

3.80

DORM. FAMILIAR Sem escala

TIPO 3

CAPACIDADE: 2 PESSOAS

1.80

2.60

CAMAS INDIVIDUAIS

0.90

3.80

PNE

79 Sem escala


planta de implantação B Figura 40: Planta de Implantação | Pavimento Térreo Fonte: Elaborado pela autora. Outubro/2020

01 02 03 05

04

BE

SO

06

05

04

03

02

01

BE

SO

06

05

04

03

02

01

SOBE

Feira SOBE

Sala Artesanato

Sala Marcenaria

Feira

06

06

05

04

03

02

05

04

03

02

01

01

SO

BE

SOBE

Administração

SOBE

Enfermaria

1

03

1

01

02

01 03

02

Sanitário feminino

Sala Psicólogo

2 1

Sanitário masculino

Sala Assistente Social

2

1

Lavanderia 05

05

A

04

03

02

04

03

02

3

01

01

1

Recepção

A

SOBE

SOBE

SOBE

Carga e Descarga

Dormitórios

Dep. Alimentos SOBE

Cozinha

DEVOLUÇÃO

1

Refeitório

DISTRIBUIÇÃO

Sanitário masculino

Sanitário feminino

Conserto Reciclados

SOBE

Doações FRALDÁRIO

05

04

03

02

01

Carroças de tração

Canil

06

05

04

03

02

01

06

05

04

03

02

01

SOBE

SOBE

Lixo

N

80

SOBE

Gás

PAVIMENTO TÉRREO

Esc: 1:50

B


planta de cobertura B

Figura 41: Planta de Cobertura Fonte: Elaborado pela autora. Outubro/2020

01 02 03 05

04

02

BE

SO

06

05

04

03

02

01

BE

SO

06

05

04

03

02

01

SOBE

SOBE

06

06

05

04

03

02

04

05

03

02

01

01

SO

BE

E

SOB

BE

SO

03

01

02

01 03

05

A

04

03

02

02

01

Carga e Descarga

A

SOBE

SOBE

SOBE

SOBE

05

04

03

02

01

06

05

04

03

02

01

06

05

04

03

02

01

SOBE

SOBE

Lixo

N

SOBE

Gรกs

PAVIMENTO Tร RREO

Esc: 1:50

81

B


planta de FORRO B Figura 42: Planta de Forro Fonte: Elaborado pela autora. Novembro/2020

01 02 03 05

04

02

BE

SO

06

05

04

03

02

01

BE

SO

06

05

04

03

02

01

SOBE

SOBE

06

06

05

04

03

02

05

04

03

02

01

01

SO

BE

BE

SO

Laje em concreto armado 11,97 m²

SOBE

Det.2

Laje em concreto armado 6,77 m²

03

Laje em concreto armado 15,32 m²

01

02

01 03

02

Forro de Bambu 149,44 m²

Det.1 05

A

04

03

02

01

A

SOBE

Forro de Bambu 5,56 m²

Carga e Descarga

SOBE

SOBE

SOBE

SOBE

Laje em concreto armado 15,21 m²

Forro de Bambu 47,10 m² Caixa d'água 5.000 L

05

04

03

02

Caixa d'água 5.000 L

Laje em concreto armado 58,88 m²

Det.3

01

06

05

04

03

02

01

06

05

04

03

02

01

SOBE

SOBE

Lixo

N

82

SOBE

Gás

PAVIMENTO TÉRREO

Esc: 1:50

B


detalhamentos

BAMBU GUADUA - 5CM DE ESPESSURA

Figura 43: Vista Inferior - Forro de bambu Fonte: Elaborado pela autora. Novembro/2020

ESTEIRA DE BAMBU TRANÇADO

TELHA METÁLICA ONDULADA MANTA IMPERMEABILIZANTE

Detalhamento 1

RIPAS DE BAMBU

Esc: 1:10

CAIBRO DE BAMBU TERÇA FINAL TESOURA DE BAMBU (FORRO) ESTEIRA DE BAMBU TRELIÇADA

INCLINAÇÃO DE 35%

Figura 44: Cobertura - Vedação de Taipa de Pilão Fonte: Elaborado pela autora. Novembro/2020

BAMBU GUADUA - 5CM DE ESPESSURA

ESTEIRA DE BAMBU TRELIÇADA

TELHA METÁLICA ONDULADA

RIPAS DE BAMBU - 5CM DE ESPESSURA

MANTA IMPERMEABILIZANTE ESQUADRIA DE MADEIRA

RIPAS DE BAMBU CAIBRO DE BAMBU

TERÇA FINAL TESOURA DE BAMBU INCLINAÇÃO DE 35%

TAIPA DE PILÃO

Detalhamento 2 Esc: 1:10

LAJE DE CONCRETO ARMADO

ESTEIRA DE BAMBU TRELIÇADA RIPAS DE BAMBU - 5CM DE ESPESSURA

ESQUADRIA DE MADEIRA

Figura 45: Cobertura - Vedação de Tijolo Solo-Cimento Fonte: Elaborado pela autora. Novembro/2020 REJUNTAMENTO

83

TIJOLO SOLO CIMENTO - 12,5 CM DE ESPESSURA

Detalhamento 3 Esc: 1:10


DESENHO TÉCNICO: PLANTA BAIXA 743

742 B

741

01 02 03 05

Figura 46: Desenho Técnico: Planta Baixa Fonte: Elaborado pela autora. Outubro/2020

04

3.00

BE

SO

06

05

04

03

02

01

11.40

740

BE

SO

06

0.20

5.38

0.125

5.50

0.20

05

04

03

02

01

0.20

0.20

SOBE

1.00

6.05

6.05

6.45

SOBE

Sala Marcenaria 3.20

Sala Artesanato

2.00

06

0.20

0.20

06

05

04

03

02

05

04

03

02

01

01

SO

BE

12.25

0.20

3.85

0.20

3.80

0.20

SOBE

0.00

SOBE

TIPO 1

TIPO 1

03

2.40

2.40

0.125

0.20

0.20

Enfermaria

0.20

Administração

4.20

3.80

3.99

0.20

4.00

TIPO 2

2.35

8.09

1.65

0.125

TIPO 1

0.20

0.20

0.20

TIPO 2

02

04

03

02

2.35 0.20

01

01

Recepção

3.20

SOBE

2.35

03

1.59

TIPO 3

0.20

04

0.20

3.51

0.125 3.03

9.47

Lavanderia 05

05

A

TIPO 1

TIPO 1

2.20

SOBE

Dormitórios

Dep. Alimentos

0.20

1.95 0.20

2.20

0.125

DEVOLUÇÃO

Refeitório

0.125

FRALDÁRIO

1.91

2.85

2.97

4.08

DISTRIBUIÇÃO

Doações

05

0.125 1.91

Sanitário masculino

Sanitário feminino

Conserto Reciclados

SOBE

0.20

04

03

02

7.95

3.00

0.125

5.34

5.46

TIPO 1

Cozinha

01

0.20

2.96

0.20

2.83

0.125

3.39

0.125

5.81

0.125

4.00

0.95

1.36

Gás

0.125

06

05

04

03

02

01

06

05

04

03

02

01

15.66 SOBE

SOBE

2.00

N

B

Esc: 1:50

5.95

SOBE

14.34

7.66

Lixo

0.00

1.00

2.35

2.33

SOBE

SOBE

84

12.80

Sala Assistente Social 1.65

2.23

Sanitário masculino

02

0.20

0.20

3.30

2.38 12.20

Sala Psicólogo

01

02

01 03

Sanitário feminino

PAVIMENTO TÉRREO

A


DESENHO TÉCNICO: cortes

0.15

0.15

1.30

2.16

Figura 47: Desenho Técnico: Cortes AA | BB Fonte: Elaborado pela autora. Outubro/2020

0.60

Circulação Dep. de Alimentos

Recepção

Dormitórios

Dormitórios

Circulação

2.40

0.20

0.70

742.20

0.70

0.70

1.37

2.10

743.20

1.84

3.70

2.10

0.70

744.0

2.70

744.0 m

0.20

R. Maestro José Corrêa da Silva

742.0

741.0

740.0

740.0 m

R. Teodoro Sampaio

Corte AA

Esc: 1:50

TAIPA DE PILÃO A 22 CM DA FUNDAÇÃO

BASE DE CONCRETO 20 CM ACABAMENTO DE CIMENTO QUEIMADO

NÍVEL DO SOLO BARRA DE AÇO

2.16 0.15

1.30 0.15

Dormitórios

0.20

741.0 m

3.70 Det.4

742.0 m

1.50

1.20

742.20

R. Maestro José Corrêa da Silva

0.40

2.10

2.10

2.10

3.70

WC Feminino

0.20

Detalhamento 4 Esc: 1:10

0.20 0.66

FUNDAÇÃO - SAPATA CORRIDA

Corte BB Esc: 1:50

85


1

86

2

Figura 48: Insolação e ventilação Fonte: Elaborado pela autora. Outubro/2020 Sem escala


Figura 49: Elevaçþes Fonte: Elaborado pela autora. Outubro/2020

Fachada Norte

Esc.: 1:50

740.0 m

Esc.: 1:50

Fachada Sul

Esc.: 1:50

Fachada Leste

87 Esc.: 1:50

Fachada Oeste


2. ESTRUTURA TELHADO Figura 50: Perspectiva explodida com alternativas

de materiais para o Projeto Tesoura de bambu. Seu encaixe Fonte: Elaborado pela autora. Outubro/2020 dos cortes: Boca de Pescado e Bi para uma maior fixação, será fe anéis e parafusos metálicos.

1

1. Cobertura

2

2. ESTRUTURA TELHADO

Telha metálica ondulada. A cobertura também funciona como coletor de água pluvial.

3. Fechamento telhado

1 2 3

3

6

7 8

88

4

Fechamento inferior de esteira de bambu, permitindo a ventilação interna cruzada e fechamento superior em vidro, possibilitando a entrada de luz.

Forro de esteira de bambu e la armado para áreas úmidas. Forro de esteira de bambu e laje de concreto

4. FORRO E LAJE

armado para áreas úmidas.

5 6

5. Paredes portantes 5.

Paredes portantes

Paredes de Taipa de Pilão. e= 20cm | Paredes Paredes de Taipa de Pilão. e= 2 para áreas úmidas de Tijolo Solo-Cimento. e= 12,5cm. para áreas úmidas de Tijolo So

6. Painel

12,5cm.

Anéis circulares estão encaixados em um painel de bambu.

7 8

Sem escala

3. Fechamento

4. FORRO E LAJE

4

5

Fechamento inferior de esteir ventilação inter fechamento superior em vidro, p telhado entrada de luz.

Tesoura de bambu. Seu encaixe será por meio dos cortes: Boca de Pescado e Bico de Flauta, e permitindo a para uma maior fixação, será feita a união de anéis e parafusos metálicos.

7. piso

6. Painel

Contrapiso armado e Piso deAnéis cimento circulares queimado Elevação de 20cm do solo.

painel de bambu.

8. FUNDAÇÃO

estão encaix

7. piso

Sapata corrida feita com pedras e cimento leve, preenchimento com agregados graúdos e solo cimento.

Contrapiso armado e Piso de cim Elevação de 20cm do solo.


madeira Utilizados em esquadrias

bambu O uso do bambu foi aplicado na estrutura do; nas esteiras para forro; no painel e anéis circulares; e venezianas das janelas e portas.

Taipa de pilão Foi utilizado em grande parte do projeto, nas paredes do edifício

Tijolo solo-cimento Utilizado para as áreas úmidas do projeto

Piso cimento queimado

Técnica econômica que aplicada em todo o edifício

será

Piso intertravado Esse piso permite a percolação de água no solo, não impermeabilizando completamente no terreno.

Figura 51: Escolha dos materiais Fonte: Elaborado pela autora. Novembro/2020

89


detalhamento - método construtivo

1.70

Figura 52: Sistema construtivo - detalhamento do Tijolo Solo - Cimento Fonte: Cartilha da Sahara - Catálogo informativo do Tijolo Ecológico modular, adaptado pela autora. Novembro/2020 GRAMPOS

BARRAS DE FERRO

TIJOLO SOLO-CIMENTO

FUNDAÇÃO

Esc.: 1:10

As barras de ferro de 1,70 de altura devem estar fundidas na fundação

Esc.: 1:10

Ao atingirem meio metro de altura, é necessário encher as colunas de sustentação com grampos. Após essa etapa, é só encher de concreto para cada furo que foi reservado para a coluna. COMPACTADOR DE SOLO

MISTURA DE TERRA

TERRA COMPACTADA

FORMA

Figura 53: Sistema construtivo - Construção da taipa de pilão Fonte: Atelier O’Reily Estratégias Sustentáveis - Casa Terra, adaptado pela autora. Novembro/2020

90

1. SE CONSTROI A FORMA E UMA CAMADA DE TERRA ÚMIDA É PREENCHIDA

2. A CAMADA DE TERRA É PREENCHIDA

3. MAIS UMA CAMADA DE TERRA É ADICIONADA

4. SUCESSIVAS CAMADAS DE TERRA SÃO ADICIONADAS E COMPACTADAS

5. A FORMA É RETIRADA DEIXANDO A PAREDE DE TERRA APARENTE

Esc.: 1:10


Figura 54: Croqui - Nós de conexões dos bambus Fonte: J.Moran, Construções em bambu, adaptado pela autora. Novembro/2020

1

2

3

JANELA VENEZIANA PIVOTANTE

PORTA VENEZIANA CAMARÃO

Figura 55: Croquis esquemáticos - aberturas de Janelas e Portas Fonte: Elaborado pela autora. Novembro/2020

91


BAMBU

Taipa de pilão

A escolha da espécies se da pela compatibilidade das resistências mecânicas, químicas e físicas. Existem variáveis que devem ser consideradas quando se fala sobre a resistência mecânica do bambu. Estas estão relacionadas às características físicas do material, como: os sentidos das fibras, localização dos nós e o posicionamento vertical deles, (podendo variar de forma a ser: basal, intermediário ou de topo). As fibras do bambu são orientadas de forma paralela ao eixo do colmo, tornando o material mais resistente à tração. Para o desenvolvimento do projeto, o bambu utilizado foi o Guadua (Guadua Angustifólia), com diâmetro de 12cm, exercendo a função da estrutura do telhado. Para os encaixes, os cortes em Boca de Pescado, que apresenta maior uniformidade na condução de cargas, e o corte Bico de Flauta, muito utilizado em construções de estruturas, com função de travamento de peças.

Esse material consiste em colocar o solo preparado dentro de um sistema de formas, antigamente chamado de Taipal, e o compactar até atingir a densidade ideal, criando assim uma estrutura resistente e durável. As paredes de taipa são estruturais e apresentam ótimo desempenho nos acabamentos. Formada de aproximadamente 70% de areia e 30% de argila.

Figura 56: Croqui - Corte Bico de Flauta Fonte: Elaborado pela autora. Novembro/2020

Figura 57: Croqui - Corte Boca de Pescado Fonte: Elaborado pela autora. Novembro/2020

92

tijolo solo-cimento A técnica do solo-cimento consiste na mistura de solo, cimento e água, compactados em forma de tijolos. Sua maior vantagem é a economia de tempo e investimento financeiro, podendo ser feito no local da obra, além de ser sustentável, pois sua fabricação não emite gases poluentes, como no caso da fabricação dos tijolos convencionais (cerâmica). O tijolo solo-cimento suporta de 6 a 14 toneladas de peso, podendo ficar exposto à umidade.


93


SISTEMAS PROJETUAIS 94 Foto: Lee Jeffries, 2018


Terrapleno

vedação

Não haverá grande movimento de terra e/ou alteração de curvas de nível do terreno para a execução da obra. O terreno é margeado pela Rua Teodoro Sampaio na cota 740,00 e finaliza na Rua Maestro José Corrêa da Silva, na cota 744,00. O conteúdo pluvial captado será direcionado às cisternas para o reuso posterior, como irrigação de jardins, limpeza de vias e outros.

Os planos verticais de vedação resultam em paredes portantes de Taipa de Pilão e Tijolos Solo-Cimentos que dispensam o uso de Vigas e Pilares. Para finalização da Taipa de Pilão, é aplicado hidrofugantes ou resinas a base de água, prolongando a vida do material. E quanto aos tijolos, logo após a instalação, é indispensável a aplicação do rejunte e a impermeabilização. O procedimento é feito de impermeabilizante com acrílico a base de água.

fundação A fundação será de sapata corrida. As armaçõe de aço devem ser posicionadas com os ferros e dobras voltadas para cima. Recomenda-se a utilização de espaçadores para isolar o aço do solo e evitar que a armação se mova durante a concretagem. Logo após, são fixadas as colunas de aços dos pilaretes. Em seguida, devem-se posicionar as caixarias para dar o formato das sapatas e colocar o concreto. A impermeabilização deve ser feita logo em seguida para proteger tanto a fundação quanto a alvenaria e vedação da umidade e infiltrações.

Vãos

cobertura

Em toda a alvenaria de tijolo, não haverá revestimento, finalizando em acabamento à vista, assim como a Taipa de Pilão, mantendo o aspecto original contemporâneo. Para o piso, o cimento queimado entrará em contraste com os demais materiais, deixando o ambiente com aspecto natural e econômico.

A estrutura da cobertura será executada com tesouras, ripas e terças de Bambu Guadua, com posterior cobertura com telhas metálicas onduladas para garantir a fácil manutenção. A cobertura também funciona como coletor de água da chuva, armazenada por um tanque cisterna. Uma manta impermeabiliante e isolante termo acústica de materiais reciclados (lã de pet) será aplicado abaixo da telha.

A comunicação entre ambientes é feita por esquadrias de madeira, com portas e janelas venezianas de ripas de bambu (portas nas entradas das salas de produção e alojamentos: articuladas em camarão | Porta da entrada principal: de correr | Portas com aberturas para espaços internos: comuns. Janelas: pivotantes). Revestimento

95


instalações hidro - sanitárias

divisórias de ambientes

Foi previsto em projeto, reservatório inferior de água (3/5 da capacidade prevista) e uma área para reservatórios superior de água (2/5 da capacidade prevista + reserva de incêndio). Para as funcionalidades do edifício que visam atender 57 pessoas, há consumo diário de 5000 litros (87 litros/pessoa). Contudo, estima-se consumo de 10.000 litros em dois dias, conforma exigido pela norma ABNT NBR5626/1998, é necessário que o edifício tenha um reservatório suficiente para consumo de água em dois dias, prevendo possível falta de abastecimento público. Assim sendo, o reservatório superior possui capacidade de armazenar 10.000 litros, garantindo 40% do consumo em dois dias, sendo 3548 litros destinados para reserva de incêndio. No reservatório inferior, a capacidade é de 5472 litros, armazenando 60% do consumo para 2 dias.

As divisórias presentes entre refeitório/circulação, e salas de produção/salas administrativas, são postas paredes de cobogós feitas de bambu, como aspecto decorativo e funcional para o ambiente. Assim como os jardins nos ambientes internos, como nos dormitórios e circulação do bloco superior, além de fazer a divisão de ambientes, também garantem ar fresco e natureza para dentro do edifício.

painel com anéis de bambu O painel localizado na fachada externa dos dormitórios são feitos por telas de bambu, cobertas por anéis de 100 mm de comprimento cortados de varas de bambu. Os painéis coloridos emitem luz e, como vitrais, iluminam o espaço com um interessante jogo de cores. Esses anéis coloridos funcionará como uma parede de ideias de design sustentável. Os frequentadores são incentivados a expressar frases e até mesmo seus nomes, como registro de sua passagem pelo Centro de Acolhimento.

96


97


Figura 58: Perspectivas do projeto 3D. Fonte: Elaborado pela autora. Novembro/2020

98


99


100


101


102


103


104

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


ARQUITETURA Ecológica: Casa viva. [S. l.]: SustentArqui, 2020. Disponível em: https://sustentarqui.com.br/casa-viva-arquitetura-ecologica-em-uma-ecovila/. Acesso em: 24 set. 2020. CENTRO de atendimento a pessoas com deficiência Anandaloy: Studio Anna Heringer. ArchDaily, 2020. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/951162/ centro-de-atendimento-a-pessoas-com-deficiencia-anandaloy-studio-anna-heringer. Acesso em: 18 nov. 2020 COSTA, Ana Paula Motta; RENUCO, Adelina Baroni. População em Situação de Rua. Relatório de Consultoria, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Brasília-DF, abril de 2005. FEDERAL, Justiça. Política nacional para inclusão social da população em situação de rua, Brasília, Mai. de 2008. Disponível em: <http://www.justica.pr.gov.br/sites/ default/arquivos_restritos/files/documento/2019-08/pol.nacional-morad.rua_. pdf> Acesso em Março/2020. MANUAIS e técnicas para construções sustentável. [S. l.], 2015. Disponível em: http://tecnicasparaconstrucaosustentavel.blogspot.com/2015/05/como-fazer-paredes-de-taipa-de-pilao.html. Acesso em: 10 nov. 2020. MANUAL de Construccion en Tierra: La tierra como material de construccion y su aplicación en la arquitectura actual. 9974-49-347-1. ed. rev. [S. l.]: Fin de Siglo, 2005. 222 p. v. 2. ISBN 9974-49-347-1. Disponível em: http://permaconstruccion. org/wp-content/uploads/2017/06/Manual-Construccion-En-Tierra-Minke.pdf. Acesso em: 3 nov. 2020. META Instituto de Pesquisa de opinião. Relatório final. Pesquisa Censitária e Amostral. População em situação de rua, 2008. OS DIVERSOS USOS DO BAMBU NA CONSTRUÇÃO CIVIL. Orientador: Prof. Dr. Jorge Luís Nunes de Góes. 2014. 103 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel Engenharia Civil) - UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ, Campo Mourão, 2014. Disponível em: http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/5872/1/CM_COECI_2014_1_08.pdf. Acesso em: 22 out. 2020.

105


PESQUISA, estima que o Brasil tem 101 mil moradores de rua. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Brasília, 26 de Jan. de 2017. Disponível em: <https://www. ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=29303&catid=10&Itemid=9> Acesso em Março/2020. PLANO DIRETOR. Lei 8683 nº 10.257, de 7 de julho de 2016. Plano Diretor Município de Jundiaí. [S. l.], 2016. Disponível em: https://planodiretor.jundiai.sp.gov.br/ wp-content/uploads/2016/07/Lei-8.683-Plano-Diretor-do-Munic%C3%ADpio-de-Jundia%C3%AD.pdf. Acesso em: 7 set. 2020. RESIDÊNCIA em Puebla: Comunal Taller de Arquitectura. México: ArchDaily, 2016. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/870418/residencia-em-puebla-comunal-taller-de-arquitectura. Acesso em: 7 set. 2020. QUINTÃO, Paula Rochlitz. Morar na rua: Há Projeto possível?. São Paulo. Jun. de 2012. Disponível em <https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16136/ tde-07082012-122947/publico/dissertacao_paula_original.pdf> Acesso em Março/2020. SHIBLEY, Robert. The Bridge Homeless Assistance Center. Texas, EUA. Mai. de 2011. Disponível em <http://www.rudybruneraward.org/wp-content/uploads/2011/01/ 03-The-Bridge-Homeless-Assistance-Center.pdf > Acesso em Março/2020. SIMÕES, Janaina Machado. Projeto oficina boracea. 28 de Jun. de 2012. Disponível em <https://moradorderua.wordpress.com/2012/06/28/projeto-oficina-boracea/> Acesso em Março/2020. TAIPA Contemporanêa: Casa Bunker. [S. l.], 2019. Disponível em: https://docplayer. com.br/124174902-Casa-bunker-taipa-contemporanea-rodrigo-rocha.html. Acesso em: 16 nov. 2020. TIJOLO Ecológico Modular: Manual Prático. [S. l.], 2015. Disponível em: https://docplayer.com.br/2769714-Tijolo-ecologico-modular.html. Acesso em: 31 out. 2020.

106


107





Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.