ECOLOGIA DOS ECOSSISTEMAS COSTEIROS Guia do Professor sobre a zona costeira de Viana do Castelo
ECOLOGIA DOS ECOSSISTEMAS COSTEIROS Guia do Professor sobre a zona costeira de Viana do Castelo
CONTEÚDO INTRODUÇÃO
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
MÓDULO 4
CONTEÚDO O AMBIENTE MARINHO
CONTEÚDO Desafios da Zona Intertidal
CONTEÚDO PROTEÇÃO DAS DUNAS
CONTEÚDO ESTUÁRIOS E SAPAIS
FICHAS DE TRABALHO O AMBIENTE MARINHO
FICHAS DE TRABALHO O AMBIENTE MARINHO
FICHAS DE TRABALHO O AMBIENTE MARINHO
FICHAS DE TRABALHO O AMBIENTE MARINHO
FICHA DE ATIVIDADE O AMBIENTE MARINHO
FICHA DE ATIVIDADE O AMBIENTE MARINHO
FICHA DE ATIVIDADE O AMBIENTE MARINHO
FICHA DE ATIVIDADE O AMBIENTE MARINHO
MÓDULO 5 CONTEÚDO Impactos das atividades humanas FICHAS DE TRABALHO O AMBIENTE MARINHO FICHA DE ATIVIDADE O AMBIENTE MARINHO
INTRODUÇÃO
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
PROTEÇÃO DAS DUNAS
ESTUÁRIOS E SAPAIS
Impactos das atividades humanas
introdução Os oceanos ocupam cerca de 71% da superfície da Terra. Neles, encontramos 300 vezes mais espaço para a vida do que os ambientes terrestres e de água doce combinados, o que resulta numa diversidade espantosa de vida e de ambientes que serão explorados ao longo deste dossier.
O município de Viana do Castelo tem um litoral com vasta importância, do ponto de vista natural, paisagístico e cultural. O município conta com 24km de orla costeira, dos quais 16km são praias arenosas, e 8km são praias rochosas. No total, são cerca de 40 praias, das quais 11 estão classificadas como Sítio de Importância Comunitária da Região Biogeográfica Atlântica Rede Natura 2000.
Temos as condições privilegiadas para aprender mais sobre a ecologia dos
Duna com passadiço (praia do Cabedelo). Crédito Susana Matos.
ecossistemas costeiros!
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zona costeira de Viana do Castelo
INTRODUÇÃO
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
O ambiente marinho Quando pensamos no oceano, no Norte de Portugal, não podemos deixar
Relevo submarino
Curiosidade
de pensar em águas frias e turvas. Isto deve-se aos ventos fortes e condições O local mais profundo dos
de mar muito variáveis específicas do litoral norte. São estas características
Nas margens das massas continentais os oceanos são pouco profundos.
que fazem com que o mar do litoral norte tenha tanta riqueza biológica,
A plataforma continental (a extensão submersa dos continentes) ocupa
fazendo dele uma importante zona pesqueira.
entre 7 a 8% da área total dos oceanos. A sua extensão varia muito (desde
Oceano Pacífico e tem uma
400km na costa do Canadá até apenas alguns quilómetros na costa Oeste
profundidade de 11.034 metros!
oceanos é a Fossa das Marianas. Fica situada no
Mede mais de 2.500 km de
No norte de Portugal, a complexidade do relevo submarino – que pode
dos Estados Unidos da América), e estende-se desde a superfície das
originar situações de perigo para os veraneantes – é muito importante
águas até uma profundidade de cerca de 200m. No limite da plataforma
média de 69 km. Neste local
na criação de espaços com habitats variados, que suportam uma grande
continental existe uma descida abrupta dos fundos marinhos, o talude
tão profundo, a pressão é
diversidade biológica, e tem grande influência nos fenómenos costeiros,
continental, que se estende até uma profundidade máxima de 3000m.
como regime de correntes e fenómenos de erosão e deposição de
Em profundidades superiores estende-se a planície abissal: uma vasta
e a temperatura é tão baixa
sedimentos.
área plana e coberta de sedimentos de origem variada. Em certos locais, a
que se aproxima do ponto de
comprimento e tem uma largura
1.100 vezes superior à pressão atmosférica, não existe luz
planície abissal pode ter ravinas abissais (que podem atingir os 11000m de
congelação.
profundidade!) ou mesmo cordilheiras submarinas. Por vezes acontece que estas elevações oceânicas afloram à superfície, formando ilhas vulcânicas como é o caso do arquipélago dos Açores. Estas extensas cristas oceânicas são frequentemente locais de intensa atividade vulcânica.
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INTRODUÇÃO
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
Zonação oceânica
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
quantidade de luz que chega a cada zona. Temos então a zona eufótica (a zona que recebe luz solar suficiente para permitir a fotossíntese, que pode
O meio marinho constitui o maior meio aquático do planeta e, como tal,
variar com fatores como a turbidez das águas, atinge uma profundidade
pode ser dividido em diferentes zonas. Na coluna de água, a água que
média de 50m), a zona oligofótica (limitada acima pela zona eufótica e
recobre a plataforma continental é conhecida como a zona nerítica,
abaixo pela profundidade máxima à qual a visão humana tem perceção da
enquanto na zona acima das bacias do oceano profundo é conhecida como a
luz, profundidade média de 500m) e a zona afótica (que se estende para
zona oceânica. Estas duas zonas, em conjunto, são conhecidas como a zona
baixo da zona oligofótica e corresponde à zona de escuridão total).
pelágica. Os organismos pelágicos vivem no seio das massas de água sem dependerem do fundo para completar os seus ciclos vitais. Podem apresentar um de dois estilos de vida diferentes. O plâncton vai sendo arrastado pelas
zona nerítica
correntes enquanto os membros do nécton são nadadores ativos.
zona oceânica zona eufótica
200 m Por sua vez, a zona bentónica, é a que se encontra mais próxima dos fundos oceânicos. Pode ser dividida em zona intertidal, a plataforma continental e a zona profunda. Organismos que vivem nesta zona podem ser parte da
4000 m
talude continental
zona afótica
6000 m
epifauna, que vivem agarrados às rochas ou se deslocam sobre os fundos oceânicos, ou infauna, organismos que vivem enterrados no lodo ou na areia.
Mas a luz também influencia a zonação do oceano, embora na vertical. Assim, a zona pelágica pode ser subdividida em zonas diferentes, de acordo com a
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INTRODUÇÃO
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
Distribuição de comunidades marítimas
Teia Alimentar Marinha
As diferentes comunidades marinhas podem ser designadas segundo as
Os diferentes grupos marinhos (plâncton, nécton e bentos) relacionam-
regiões dos oceanos que habitam e de acordo com o seu estilo de vida.
se através de cadeias alimentares. Este termo refere-se ao conjunto de
Assim, existem espécies oceânicas e espécies neríticas, dependendo se
relações tróficas que ocorrem entre os organismos vivos que compõem
os organismos são encontrados em águas costeiras ou em oceano aberto
um ecossistema.
respetivamente. De modo geral, pode-se dizer que o fitoplâncton alimenta o zooplâncton • Plâncton organismos que flutuam na água e sem capacidade de
que, por sua vez, alimentam pequenos peixes e crustáceos, que serão,
propulsão ou mobilidade própria contra uma corrente. Dividem-se em
mais tarde, presa de peixes maiores. Estes cumprirão depois o papel de
fitoplâncton (plantas) ou zooplâncton (animais).
alimentarem peixes maiores, que, por sua vez, alimentarão predadores de topo – atuns, aves, baleias, ou tubarões.
• Nécton são nadadores ativos que se podem mover contra as correntes. Inclui peixes, mamíferos, tartarugas, e outros.
A base de uma cadeia alimentar são os organismos autotróficos ou produtores (por exemplo, o fitoplâncton, organismos unicelulares
• Bentos organismos que vivem junto ao fundo (epifauna) ou dentro dos
fotossintéticos que vivem à deriva e, através da fotossíntese, sintetizam
sedimentos do fundo (infauna).
compostos orgânicos). O zooplâncton, por sua vez (composto por copépodes, larvas de peixe e animais bentónicos) alimenta-se do
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Alguns organismos podem começar por ser pelágicos no início do seu
fitoplâncton – pertencem já à categoria dos heterotróficos, ou
ciclo de vida e tornar-se bentónicos mais tarde.
consumidores - e os seres vivos que o constituem são habitualmente
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INTRODUÇÃO
Curiosidade
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
designados por consumidores primários. A cadeia prossegue com os consumidores secundários (animais que se alimentam de consumidores
O atum rabilho (Thunnus thynnus) é um peixe de sangue quente, algo que é invulgar.
primários), terciários (alimentam-se dos consumidores secundários), e assim por diante. Existem ainda omnívoros, que se alimentam tanto de
Essa característica faz com que
produtores como de consumidores, e decompositores, que se alimentam
possam nadar nas zonas de
de toda a matéria orgânica e a quebram em pequenas moléculas.
águas mais frias do Atlântico
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
Porque é que a água das praias do Norte é tão fria? A turvação e as baixas temperaturas das águas do mar do Norte de Portugal devem-se à fina carga sedimentar e grande massa de água introduzida no mar pelos vários rios que a ele afloram.
à procura de alimento. São também peixes muito rápidos
Dá-se o nome de teia alimentar ao conjunto de cadeias alimentares
– conseguem nadar a mais de
interconectadas de uma comunidade.
60km/h.
Uma curiosidade, porém, é o facto de durante o Inverno, as águas do mar serem menos frias e turvas que durante os períodos de Verão.
Contrariamente ao que se pode pensar, isto não depende só da temperatura do ar mas sim de fenómenos denominados de afloramento costeiro ou upwelling.
Durante o Verão, os ventos paralelos à costa que se fazem sentir em Portugal sopram do quadrante norte (as famosas nortadas). Durante o resto do ano, o vento sopra do quadrante sul. Os ventos do quadrante norte deslocam a massa de água que é arrastada no sentido do vento. Contudo, devido à rotação da Terra, o deslocamento da água faz-se em profundidade sendo que no caso de Portugal, este deslocamento
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INTRODUÇÃO
Curiosidade
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
corresponde a um afastamento de água da costa. Assim, fica uma menor massa de água mais perto da costa e uma maior massa de água longe
Estima-se que cerca de 50% da produção piscícola mundial se efetua nestas zonas de afloramentos costeiros!
desta, sendo que para compensar a diferença de altura e pressão entre a zona costeira e o mar aberto, ocorre subida à superfície de águas mais profundas. Por seu lado, a água quente é arrastada para o interior do oceano.
Quando os ventos sopram do quadrante oposto, este fenómeno dá-se de forma inversa, isto é, as águas costeiras tendem a deslocar-se para as zonas mais fundas, e são substituídas por águas mais quentes. Por ser profunda, esta massa de água recebe menor quantidade de energia solar e portanto tem uma temperatura mais baixa de onde resulta que a perceção térmica na zona costeira seja a de que água está fria.
Poça de maré (praia do Canto Marinho). Crédito Susana Matos.
O fenómeno de upwelling é muito positivo no que diz respeito à diversidade biológica pois o movimento de ascensão de água fria dá origem às correntes de afloramento – ricas em nutrientes e que são responsáveis pela grande produtividade das águas costeiras com que têm 10 vezes mais fitoplâncton do que em períodos de não afloramento, estimulando o crescimento de toda a cadeia alimentar.
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INTRODUÇÃO
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
Ecologia e Biodiversidade da Zona Entre-Marés A Zona Entre-Marés é a área da costa que está sujeita à influência da maré
A identificação das diferentes zonas é feita pela localização de
alta e da maré baixa. Nesta zona, são as marés que condicionam a vida.
povoamentos dos organismos típicos de cada um dos Andares do
As condições variáveis que se fazem sentir obrigam os seres vivos que
Sistema Litoral. Os limites superiores de distribuição destes organismos
habitam nesta zona a terem uma capacidade de adaptação especial às
estabelecem-se de acordo com a sua tolerância às condições ambientais
variações ambientais. Quando a maré está cheia, estes organismos são
extremas (temperatura, salinidade, exposição à luz solar e ondulação),
atingidos pelas ondas, e quando a maré está baixa, ficam expostos ao sol
enquanto os limites inferiores são determinados por fatores bióticos, como
e à secura. Para sobreviver, têm de conseguir aguentar grandes variações
a predação e competição entre espécies. Os organismos que habitam esta
da periodicidade e amplitude das marés, da intensidade luminosa, da
zona são muito especiais, pois têm de conseguir sobreviver em condições
temperatura, salinidade e outros fatores, consoante estão submersos ou
particularmente duras e mutáveis. A zona entre marés inclui o andar
fora de água.
Supralitoral, o Mediolitoral e a parte superior do andar Infralitoral.
Cada ponto da zona intertidal tem um conjunto de condições específicas a que correspondem certas populações de animais e vegetais. Os organismos que vivem nesta zona agrupam-se assim de uma forma especial, influenciada tanto por fatores físico-químicos, como por fatores biológicos, uma divisão que se chama Zonação Intertidal e que faz com que o tipo de organismos presente na zona intertidal vá variando consoante esses fatores.
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INTRODUÇÃO
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
Limite superior da Praia-mar
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
Andar Supralitoral
Esta zona é a que se segue ao domínio terrestre. Só quando ocorrem marés vivas é que esta zona se encontra coberta pela água. Os organismos que vivem neste andar estão sujeitos aos salpicos das ondas. Nos substratos rochosos, este andar engloba vários organismos. Limite inferior da Baixa-mar
Um dos pequenos animais que habita este andar é Littorina neritoides, que pertence ao grupo dos animais conhecidos como burriés. É um pequeno gastrópode que se costuma encontrar nas fissuras das rochas. Este pequeno animal tem de prevenir a perda de água por evaporação, manter a sua temperatura equilibrada, defender-se contra possíveis ondas mais fortes, e ainda tem de se alimentar! É a espécie mais pequena da familia Littorinidae, mede apenas entre 3 a 5 mm. Tem uma concha lisa, mais alta do que larga, que termina num vértice pontiagudo.
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INTRODUÇÃO
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
Ligia oceanic. Crédito Innotata.
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
Verrucaria maura.
Está acompanhado no andar supralitoral por Ligia oceanica. Conhecido
Para além destas duas espécies, pode também destacar-se Verrucaria
vulgarmente como barata-do-mar, este crustáceo achatado ocupa as
maura, um líquen negro que à primeira vista parece alcatrão derramado
fissuras e pequenas concavidades das rochas. Pode atingir até 30 mm de
sobre as rochas. Muitas pessoas ficam surpreendidas ao descobrirem que
comprimento, e tem uma cor entre cinza e cor de azeitona. Alimenta-se
é um organismo vivo, porque parece apenas uma mancha preta sobre as
essencialmente à noite, de algas e matéria orgânica morta.
rochas. É responsável por uma característica faixa preta horizontal que pode ser vista em muitas praias rochosas.
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INTRODUÇÃO
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
Andar Mediolitoral
Este andar está sujeito ao efeito das marés duas vezes por dia. Nos substratos rochosos, as cracas são as primeiras a aparecer, particularmente as espécies Chthamalus montagui e Chthamalus stellatus. As cracas são crustáceos marinhos sésseis de vários géneros. Estes animais têm uma concha calcária bastante característica. Vivem normalmente fixas em substratos rochosos, mas podem fixar-se também a fundos de embarcações ou a outros animais (por exemplo, baleias).
Outros organismos comuns neste andar pertencem a várias espécies do género Patella, que são popularmente conhecidas como lapas. As lapas são gastrópodes que vivem agarrados, normalmente, a rochas. A sua concha única também os ajuda a protegerem-se durante a maré baixa. Estes animais conseguem um isolamento completo ao aderirem fortemente à rocha. O seu pé musculoso, em conjunto com a concha, torna-as numa espécie de ventosas. As lapas conseguem movimentarse fora de água - desde que a humidade seja elevada ou a temperatura baixa - e por isso conseguem-se alimentar, mesmo que estejam expostas. Alimentam-se de microalgas, que raspam da superfície das rochas.
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Chthamalus stellatus e Patella.
Mais abaixo, é possível encontrar mexilhões da espécie Mytilus galloprovincialis. Os mexilhões são moluscos bivalves que vivem nas zonas intertidais, nas rochas costeiras. O mexilhão utiliza o bissus para se agarrar à rocha e a outros mexilhões, de forma a enfrentar a força das ondas e das correntes de fluxo e refluxo características deste andar. A sua concha é de uma cor negra azulada, e alimenta-se de fitoplâncton e de matéria orgânica ao filtrar a água do mar. Devido a esta filtração constante, a qualidade
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INTRODUÇÃO
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
PROTEÇÃO DAS DUNAS
ESTUÁRIOS E SAPAIS
Impactos das atividades humanas
Fucus spiralis. Crédito Ciar.
Mytilus edulis.
da água é muito importante para o mexilhão! A concha bivalve é muito
No limite inferior deste andar, é possível encontrar a alga castanha,
importante para defender o mexilhão das condições variáveis desta zona.
Fucus spiralis. É uma macroalga que pode formar frondes de dimensões
Ao fechar as duas valvas da concha, o mexilhão consegue isolar-se do meio
consideráveis. Costumam estar fixas ao substrato através de um rizóide (um
exterior, mantendo alguma água no seu interior e aguentando, assim, os
órgão semelhante a uma raiz). Estas algas são flexíveis mas têm uma fixação
períodos nos quais está exposto ao ar. No entanto, não pode permanecer
resistente. Assim, não oferecem demasiada resistência à força das ondas e
assim muito tempo pois isto dificulta as suas trocas gasosas e impede que se
deixam os talos flutuar com a corrente, evitando partir ou ficar danificadas.
alimente.
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INTRODUÇÃO
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
estão mais próximas do mar têm menos variabilidade do que as que estão mais afastadas do mar. Todas as poças são diferentes umas das outras, o que faz com que cada uma tenha particularidades únicas para explorar. A temperatura é um dos fatores que mais afeta as poças de maré. Como têm, geralmente, pouca água, estão sujeitas a alterações muito rápidas de temperatura - num só dia, a temperatura pode variar dentro de uma gama de cerca de 15ºC. Esta variação pode ocorrer gradualmente ou de forma súbita: uma poça exposta vai aumentando lentamente de temperatura, mas quando a maré sobe e inunda as poças, a temperatura da poça desce de repente. A salinidade também é variável e depende da posição da poça em relação ao mar, da temperatura, da precipitação, entre outros. Em poças mais pequenas, quando está muito calor, a evaporação da água Poça de maré.
pode levar à precipitação de sais. As poças da praia baixa estão mais Neste andar, surgem também as características “pocinhas”, espaço entre as rochas que estão permanentemente cheios de água - chamam-se poças de maré. São zonas importantes de refúgio para certos organismos marinhos que se abrigam nelas até que a maré suba. As poças de maré não estão sujeitas a tanta variação como outras zonas, mas são
próximas do oceano ficam isoladas menos tempo e, por isso, costumam ter maior biodiversidade: algas fucóides, mexilhões, lapas, burriés, anémonas, ouriços, esponjas... Já as poças mais afastadas do oceano e que ficam isoladas por mais tempo são dominadas por algas verdes, camarões e caranguejos.
condicionadas pela sua posição na praia e pelas marés - as poças que
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INTRODUÇÃO
Curiosidade
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
Nestas poças de maré é possível encontrar animais que também existem no andar infralitoral, como por exemplo o ouriço-do-mar, Paracentrotus
As estrelas-do-mar conseguem ainda fazer outra coisa interessante: regenerar-se! Isto
lividus. O ouriço-do-mar é um equinoderme, como as estrelas-do-mar e os pepinos-do-mar, mas o seu corpo é recoberto por espinhos rígidos.
quer dizer que quando perdem
Alimenta-se de invertebrados e de algas que raspa das rochas com os
um braço, ou uma porção de um
seus dentes localizados na superfície inferior do corpo. Os ouriços-do-mar
braço, podem fazê-lo crescer de novo.
não são fixos: podem-se movimentar com o auxílio de pés ambulacrários. Os pés ambulacrários são apêndices exclusivos dos animais do filo dos equinodermes. Nos ouriços-do-mar e nas estrelas-do-mar, estes pés terminam em ventosas e assumem funções locomotoras.
Também é possível, por vezes, encontrar estrelas-do-mar. Trata-se de um equinoderme que ganhou o seu nome popular por ter forma de estrela. A
Poça de maré com alga vermelha em destaque (Halarachnion ligulatum). Crédito Susana Matos.
maior parte das estrelas-do-mar têm cinco braços, mas algumas espécies podem ter bastantes mais. Podem ser de cores muito diferentes: algumas são alaranjadas, outras vão do castanho ao vermelho ou à púrpura. Na
pressão do líquido é maior nos pés, ficam mais rígidos e quando a pressão
parte de baixo dos braços, as estrelas-do-mar têm pequenas estruturas
diminui, eles ficam moles – essa diferença faz com que as estrelas-do-mar
em forma de tubo, que terminam numa ventosa. São os já referenciados
se possam movimentar. Alimentam-se principalmente de bivalves.
pés ambulacrários, que servem para as estrelas-do-mar se moverem e se agarrarem às rochas. Os pés são preenchidos por água do mar: quando a
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INTRODUÇÃO
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
Andar Infralitoral
Este andar vai desde o mediolitoral até à profundidade máxima onde podem existir algas fotófilas (que precisam de muita luz solar), que na costa portuguesa situa-se entre os 20 e os 24 m de profundidade. Na maré baixa, uma pequena parte no limite superior deste andar pode ficar a descoberto, mas o resto permanece sempre submerso. Esta zona é bastante rica em algas, como Coralina elongata, Gelidium corneum, Chondracanthus acicularis e Asparagopsis armata. Também pode ser provável encontrar mexilhões.
Relativamente a algas, nesta zona pode ser possível encontrar algas do género Laminaria, que podem constituir florestas de Kelp. Kelp é o termo utilizado para designar as algas castanhas gigantes, como as do género Laminaria. Estas algas crescem principalmente em águas frias e ricas em nutrientes, como as que existem na costa de Viana do Castelo. Estas algas podem formar florestas no fundo do mar, chegando a atingir 65 m de altura. Estas florestas formam ecossistemas fundamentais para o equilíbrio da vida marinha. As algas Laminaria, e não só, são importantes produtores primários, transformando energia solar em matéria orgânica. Captam
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Macrocystis pyrifera, uma macroalga comum em florestas de kelp.
dióxido de carbono e libertam oxigénio, contribuindo assim para regular o efeito de estufa da atmosfera. As florestas de Kelp são muito importantes para várias espécies, que as utilizam como zonas de alimentação e refúgio. São também relevantes do ponto de vista económico, pois atraem espécies de elevado valor comercial para a pesca, como os robalos e as corvinas. Das algas são ainda extraídos produtos utilizados na alimentação, cosmética e indústria, o que acentua a sua importância económica.
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INTRODUÇÃO
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
Órgão de fixação/rizóide de alga castanha (Saccorhiza polyschides). Crédito Susana Matos.
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
Pollicipes pollicipes.
Falando ainda de algas de grandes dimensões, em Viana é também
Outros organismos que ocorrem neste andar (assim como nas poças de
possível encontrar espécies do género Saccorhiza. Saccorhiza polyschides,
maré do andar mediolitoral) são os percebes (Pollicipes pollicipes). Os
por exemplo, é uma espécie anual cujas lâminas, castanhas e largas,
percebes são crustáceos que vivem fixos na rocha, e que têm um aspeto
variam de comprimento de acordo com certos fatores (como a idade,
bastante particular. São compostos por duas partes: o capítulo (uma concha
a profundidade ou a localização). Podem atingir 3m de comprimento
com placas calcárias que protege o percebe da desidratação) e o pedúnculo
quando as condições são ideais.
(a parte musculosa e flexível, que contém a glândula adesiva responsável por aderir o animal ao substrato de modo a resistir à ondulação).
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O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
Actinia equina. Crédito Holger Krisp.
Anemonia sulcata.
Neste andar, vemos igualmente anémonas-do-mar (Anemonia sulcata). Estes
É ainda possível encontrar tomate-do-mar (Actinia equina). Também
animais do filo Cnidaria estão presos ao substrato por um pé adesivo e utilizam
conhecido como morango-do-mar, possui uma coroa com cerca de 200
os seus tentáculos para capturar alimentos. Para minimizar as perdas de água
tentáculos. Quando a maré baixa e o animal fica exposto, retrai os tentáculos
durante a maré-baixa, podem reduzir a superfície corporal exposta. Para além
para dentro da cavidade central e fecha-se, ficando com o aspeto de uma
disso, a mucilagem que recobre esta anémona, e que a torna escorregadia,
bola gelatinosa. Podem permanecer assim por várias horas, preservando
contribui para que o animal se mantenha húmido, mesmo que esteja exposto
alguma água no interior e sobrevivendo até ao regresso da água.
ao ar algum tempo. Alimentam-se de pequenos peixes e crustáceos.
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O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
Carcinus maenas.
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PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
Palaemon serratus.
Esta zona também alberga o caranguejo verde (Carcinus maenas). Trata-se
Conta também com o camarão das poças, Palaemon serratus, um
de um caranguejo típico desta zona. É omnívoro e predador, alimentando-
organismo de águas mediterrâneas e do Atlântico Norte temperado. Habita
se de uma grande variedade de presas, em particular moluscos, crustáceos
as regiões marinhas costeiras, especialmente em fissuras rochosas, até
e poliquetas. É mais ativo à noite e na maré alta. A sua dieta pode mudar
aos 40 metros de profundidade, e pode atingir um comprimento máximo
se existirem variações sazonais na disponibilidade das suas presas. A sua
de 110 mm. É omnívoro e alimenta-se principalmente durante a noite, de
carapaça pode atingir os 10 cm de largura.
algas e pequenos crustáceos.
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INTRODUÇÃO
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
Poça de maré (praia do Canto Marinho). Crédito Susana Matos.
Lipophrys pholis.
Aqui e nas poças-de-marés podemos ainda encontrar Lipophrys pholis, o
gastrópodes, cracas e algas.
peixe vulgarmente conhecido por “ranhosa”. É um peixe comum em poças rochosas e encontra-se, por vezes, entre as algas. O nome pelo qual este
Em Viana do Castelo, as praias rochosas têm zonas entre-marés com muita
peixe é popularmente conhecido deve-se ao facto de terem a pele coberta
diversidade, o que torna esta zona muito rica em termos de diversidade e
por um muco abundante. Passam horas apoiados nas barbatanas pélvicas.
divertida de explorar!
Pode permanecer fora da água sob pedras ou algas. É mais ativo durante o dia, durante o período da maré alta. Alimenta-se especialmente de
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O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
Desafios da Zona Intertidal
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
de mexilhões, ou nas poças de marés. A força das ondas é outro desafio com o qual estes organismos têm de
A zona intertidal é uma das zonas mais complicadas para sobreviver.
lidar. Principalmente para os animais que se movem com dificuldade
Os organismos ora estão submersos, ora estão expostos ao ar, e
(ou não se movem mesmo), como os mexilhões ou as cracas, é
isto faz com que as condições a que estão expostos (a luz, o ar, o
importante conseguirem aguentar a força das ondas e das correntes
movimento das ondas...) variem regularmente. Quando os animais
quando a maré sobe e desce. O facto de viverem em grupo ajuda a
ficam expostos ao ar durante a maré baixa enfrentam vários desafios.
dissipar a força das marés, mas para além disso, estes animais são
Esta exposição ao ar significa que podem perder água por desidratação,
caracterizados pelas suas conchas e fixação forte. Os animais móveis
e para sobreviverem os organismos têm de ser capazes de tolerar
podem evitar os locais mais críticos, mas ainda assim é comum terem
essas perdas de água ou têm de possuir mecanismos que os ajudem
características que lhes facilitem a vida nestes locais. Podem ainda
a reduzir as perdas. Já mencionamos previamente que os mexilhões e
abrigar-se em cavidades nas rochas ou em bancos de algas e mexilhões.
as lapas, por exemplo, se servem das suas conchas para conservarem
Alguns animais adotam ainda outras estratégias, enterrando-se no
água no seu interior, e outros animais, como as anémonas, defendem-
sedimento que surge entre as rochas ou entre grupos de mexilhões, ou
se graças à mucilagem que as recobre. Por outro lado, as algas têm
recorrendo a conchas vazias de búzios para se protegerem (como é o
dificuldade em realizar a fotossíntese quando estão expostas ao ar.
caso dos caranguejos-eremita). O efeito das ondas é forte e agressivo,
Os seus sistemas de trocas de gases são ineficazes fora de água, o que
mas é essencial para espécies que dependem das ondas para recursos
pode acarretar problemas relativos à respiração. Os animais que não
vitais como alimento e oxigénio.
possuem adaptações para lidar com a falta de água (como conchas ou
ECOLOGIA DOS ECOSSISTEMAS COSTEIROS
mucilagem) podem passar a maré baixa escondidos em locais frescos e
Outro dos desafios que os organismos da zona intertidal enfrentam
húmidos, como nas fendas das rochas, debaixo de pedras, em bancos
deve-se ao substrato onde vivem. Num substrato rochoso, mesmo
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zona costeira de Viana do Castelo
INTRODUÇÃO
Curiosidade
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
que existam mais ondas e mais agitação marítima, os organismos têm maior facilidade em se fixar e, assim, resolver o problema. No entanto,
O filo Cnidaria é constituído por de animais aquáticos como as hidras, medusas, alforrecas,
o subtrato arenoso, por ser mais móvel e mutável, não permite essa fixação. Isto faz com que, geralmente, as praias arenosas tenham uma
corais, e anémonas. É um grupo
menor biodiversidade e os seus organismos sejam mais difíceis de
com mais de 9000 espécies!
observar.
Poça de maré (praia do Canto Marinho). Crédito Susana Matos.
ECOLOGIA DOS ECOSSISTEMAS COSTEIROS
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INTRODUÇÃO
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
Importância dos sistemas dunares Apesar de não estarem diretamente relacionados com o mar, encontramos,
processo de formação das dunas. Assim, na área de areia permanentemente
quase sempre perto dele, dunas.
seca, a areia, depois de seca ao sol, é transportada para o interior pela ação do vento. Os grãos de areia vão rolando uns sobre os outros, e param
Curiosidade As dunas podem ser móveis (são as mais comuns quando
As dunas são elevações de areia, sistemas temporários que fazem a transição
quando encontram vegetação ou outros obstáculos que possibilitem a sua
entre o ambiente marinho e o ambiente terrestre.
acumulação. Aí, vão formando um montinho e começam uma pendente
do vento), fixas (quando têm
suave para o lado do oceano (barlavento) e um declive mais acentuado no
vegetação que as estabiliza)
A importância destes sistemas é enorme sendo que nos dias de hoje,
há uma influência contínua
ou fósseis (consolidadas numa
lado oposto (sotavento).
época geológica antiga).
felizmente, o Homem se tem vindo a aperceber da relevância da proteção das dunas.
Neste ponto, considera-se uma duna embrionária. Criam-se então condições para a colonização de plantas que promovem a acumulação de areias. Inicia-
O sistema dunar forma-se em consequência de fatores como:
se assim um progressivo crescimento e maturação da duna, acompanhada
• Perfil do litoral;
por uma sucessão de comunidades vegetais.
• Areia disponível na praia; • Vento;
Apesar de partilharem o mesmo processo de formação, existem diferentes
• Presença de obstáculos (como por exemplo, vegetação).
tipos de dunas. O tipo mais normal no litoral português é a duna transversal: dunas compridas e transversais ao sentido do vento e paralelas entre si.
ECOLOGIA DOS ECOSSISTEMAS COSTEIROS
De forma geral, o nascimento das dunas começa com a formação de Bancos
Existem outros tipos de dunas, como as dunas parabólicas (dunas com
de Areia, zonas de acumulação sedimentar que podem ser o resultado de
forma de crescente cuja concavidade fica voltada para o lado de onde vem
fenómenos complexos entre a ação dos ventos e a ondulação marítima.
o vento) ou as dunas barcanes (dunas com a mesma forma das parabólicas,
Estes bancos de areia fornecem a areia que irá alimentar as praias e entrar no
mas concavidade fica do lado oposto àquele de onde vem o vento).
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INTRODUÇÃO
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
Quando existem conjuntos de dunas organizados de acordo com as
duna embrionária
condições de vento de um dado local, diz-se que existe um sistema dunar. Estes constituem a forma mais comum de ocorrência das dunas.
Estes sistemas começam com o aparecimento de uma acumulação de areia na zona mais próxima à água, embora afastada da zona de rebentação das ondas, até formar uma duna. Esta duna vai-se movimentando no sentido do vento, normalmente do litoral para o interior. O afastamento pode abrir espaço para que apareçam outras acumulações de areia nesse local. Estas novas acumulações criam obstáculos para o vento que empurra a
duna interior duna frontal
duna inicial. A partir do momento em que o vento diminui, a duna inicial, já mais afastada do mar, pode começar a estabilizar e a ser recoberta com vegetação. Assim, dá-se a fixação da duna inicial. O processo pode-se ir repetindo até que o sistema dunar esteja todo fixo, o que pode acontecer por razões naturais ou por intervenção humana, através de plantações de espécies vegetais fixadoras.
À medida que as dunas mais afastadas do mar se vão fixando, também a duna mais próxima do mar vai ficando mais equilibrada. Mantém-se mais ou menos constante num dado local e pode começar a ser fixada pelas plantas.
ECOLOGIA DOS ECOSSISTEMAS COSTEIROS
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INTRODUÇÃO
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
Essa duna pode então ser chamada “duna frontal”, à duna seguinte “duna
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
BIODIVERSIDADE
interior” e à zona entre elas “espaço inter-dunar”. As dunas são admiráveis habitats naturais com muitas espécies de flora e Os sistemas dunares costeiros são sistemas muito dinâmicos e sensíveis.
fauna. Como meio ambiente, as dunas caracterizam-se pela mobilidade do
Vão mudando ao longo do tempo, de acordo com as pressões a que estão
sedimento, pela existência de um gradiente de salinidade entre as zonas
sujeitos. Formam barreiras naturais muito resistentes à ação dos ventos
mais perto e mais longe do mar e por diferenças entre a zona frontal,
e das ondas, e são uma proteção importante, em especial durante as
delimitada pelo topo da duna, e as regiões que esta protege.
tempestades mais agressivas de inverno. As características dos sistemas dunares (vento, salinidade, insolação, Do ponto de vista da conservação, os sistemas dunares costeiros são
secura, escassez de água e nutrientes, mobilidade de areias) implicam
considerados como habitats naturais muito importantes, especialmente
que poucas espécies de plantas e animais consigam colonizar este
relativamente à vegetação. A natureza dinâmica destes sistemas cria
meio. As que o fazem, porém, são espécies de elevado valor ecológico,
paisagens com uma topografia variável, fornecendo uma enorme
exclusivas destes habitats e com um extraordinário grau de adaptação e
variedade de habitats que apresentam uma riqueza florística e animal com
especialização.
características únicas. As primeiras plantas começam-se a instalar quando as condições ambientais o permitem, geralmente a partir do momento em que a possibilidade de submersão começa a ser menor. Estas plantas vão impedir que as areias se movimentem para o interior, e podem permitir o crescimento das dunas em altura assim como favorecer a estabilização
ECOLOGIA DOS ECOSSISTEMAS COSTEIROS
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O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
da faixa costeira. As primeiras plantas a aparecer são muito simples, mas destacam-se por serem plantas resistentes à salinidade e a um substrato instável. São uma espécie chamada Elymus farctus, uma gramínea que é popularmente conhecida como feno-das-areias. Cresce muito depressa, para evitar ser soterrada pela areia, e conta com as longas raízes para fixar as areias da duna onde se desenvolve. Tem folhas lisas e brilhantes na face superior e enrugadas como um fole na face inferior. A superfície brilhante tem uma película que reflete a luz solar excessiva e protege as células da ação da água salgada que por vezes salpica. A face inferior, enrugada, cria um ambiente abrigado e húmido onde as trocas gasosas se dão, minimizando as perdas de água. Nas praias mais lotadas, esta planta tem muita dificuldade em sobreviver, pois a sua localização coincide com as zonas preferidas pelos veraneantes, que, por causa do pisoteio, danificam as comunidades vegetais e impedem que se desenvolvam.
Junto do feno-das-areias, surgem outras plantas como a carqueja-mansa (Cakile maritima). A carqueja-mansa é uma planta que tolera grandes concentrações de sal, diz-se que é halófita. Tem órgãos suculentos, que lhe permitem diluir o sal acumulado, e as suas pequenas e rijas folhas limitam a sua exposição aos salpicos salgados das ondas. Podem surgir em grandes
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Carqueja-mansa (Cakile maritima). Crédito Susana Matos.
quantidades em zonas que tenham grandes concentrações temporárias de matéria orgânica. São plantas anuais, o que quer dizer que o seu efeito fixador só se faz notar durante o seu período de crescimento ativo. Quando desaparecem, a areia acumulada pode ser novamente arrastada pelo vento. Como é tão difícil viver nesta zona, por causa do substrato instável e da pontual submersão pelas águas (que pode acontecer durante tempestades, no Inverno), só o feno-das-areias, com o seu crescimento
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INTRODUÇÃO
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
Cordeiro-das-dunas (Otanthus maritimus). Crédito Susana Matos.
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
Morganheira-das-praias (Euphorbia paralis). Crédito Susana Matos.
rápido e as suas raízes longas, consegue permanecer aqui. O feno-das-
luz solar, mantendo ao mesmo tempo uma fina camada de ar húmido
areias vai então constituir um obstáculo ao vento, que vai começar ali a
perto do caule e das folhas. O sapinho-da-praia (Honkenia peploides) e
depositar areia e a formar uma elevação.
morganheira-das-praias (Euphorbia paralias) também surgem, com o sapinho-da-praia a preferir locais com maior humidade. Com a ajuda
ECOLOGIA DOS ECOSSISTEMAS COSTEIROS
Após alguns anos, o topo da duna começa a ver o aparecimento de
destas plantas, a duna vai continuar a crescer em altura, formando uma
pequenos povoamentos de cordeiro-das-dunas (Otanthus maritimus),
duna embrionária. Mais atrás, aparece o estorno (Ammophila arenaria).
que é recoberto por um tomento lanoso que protege a planta da intensa
O estorno também se caracteriza pelo seu crescimento rápido, que
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INTRODUÇÃO
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
Cordeiro-das-dunas (Otanthus maritimus). Crédito Susana Matos.
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PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
Cordeiro-das-dunas (Otanthus maritimus). Crédito Susana Matos.
impede que a planta fique soterrada na areia, e pelas suas raízes longas,
Esta zona da duna é a mais sensível, e é a zona da duna em que os efeitos
que captam água e estabilizam a planta. Cresce em tufos densos, e
do homem mais se fazem sentir. Os veraneantes, muitas vezes, passam por
graças a isso consegue resistir à força do vento. Ao abrigo dos pequenos
cima das dunas, pisoteando as plantas que habitam nesta zona, e pode
montículos de areia que se vão acumulando em redor desta espécie
mesmo acontecer que o trânsito de veículos agrícolas e de lazer destruam
vão surgindo outras espécies, como a leituga-dos-montes (Leontodon
vegetação. Ao fazer isto, contribuem para pôr as areias em movimento,
taraxacoides), ou a granza-das-praias (Crucianella marítima).
eliminando assim o primeiro obstáculo que o mar encontra pela frente.
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INTRODUÇÃO
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
Sillene litorea. Crédito Susana Matos.
Lírio-das-areias (Pancratium maritimum).
ECOLOGIA DOS ECOSSISTEMAS COSTEIROS
PROTEÇÃO DAS DUNAS
A duna embrionária torna-se, eventualmente, uma duna primária.
Para lá do topo da duna frontal, já existe um ambiente mais seco e abrigado
A vegetação que aí se encontra é dominada por estorno, mas inclui
do vento, que é dominado por madorneira (Artemisia crithmifolia) e
mais espécies, como o cardo-marítimo (Eryngium maritimum), que se
perpétua-das-areias (Helichrysum picardii). Estas são acompanhadas por
caracteriza por uma roseta basal de onde partem caules espinhosos,
espécies como a vúlpia (Vulpia alopecurus), a gramínea erva-pinchoneira
podendo atingir cerca de 50 cm de altura, o lírio-das-areias (Pancratium
(Corynephorus canescens), e o morrião-azul (Anagallis monelli). Esta zona
maritimum), com características flores brancas, e Silene littorea, uma
já tem um substrato mais estável, o que permite que exista uma maior
pequena herbácea anual.
diversidade de plantas, organizada em comunidades mais complexas.
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INTRODUÇÃO
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
Morrião-azul (Anagallis monelli). Crédito Susana Matos.
ECOLOGIA DOS ECOSSISTEMAS COSTEIROS
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
Saboneteira (Polycarpon tetraphyllum). Crédito Susana Matos.
Chegada a esta fase, a forma dunar está definida. O seu perfil suave
Na duna secundária, mais afastada do mar e, geralmente, mais estável,
corresponde à passagem gradual de um ambiente marinho para um
podem surgir plantas arbustivas como a saboneteira (Polycarpon
ambiente terrestre. As zonas mais recuadas podem evoluir no sentido de
tetraphyllum), cujas elegantes flores brancas surgem entre abril e setembro,
ficarem mais estáveis, e podem depois ganhar mais diversidade caso esta
ou a perpétua-das-areias (Helichrisum picardii), uma planta aromática que
evolução não seja perturbada por fatores como tempestades, subida do
floresce entre maio e setembro, e cujos caules podem ter entre 20 a 50 cm
nível do mar, défice de areia na alimentação das praias, entre outros.
de altura.
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INTRODUÇÃO
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
Na porção mais próxima do mar, é possível encontrar pequenos crustáceos
Curiosidade
como as pulgas-da-areia, assim conhecidas por causa dos seus saltos súbitos O sapo-de-unha-negra é um
e aspeto parecido ao das pulgas. Alimenta-se de detritos orgânicos em
anfíbio robusto, que ganhou
decomposição, especialmente de restos de macroalgas. São uma parte
o nome por possuir uma
importante da alimentação de diversas espécies de peixes e aves. Passam
espora negra nos membros
bastante tempo enterradas na areia.
posteriores, que utiliza para escavar. É essencialmente noturno: passa o dia enterrado
Em zonas da duna com maior diversidade de plantas, existe também maior
na areia, nos buracos que
diversidade de animais, graças à maior variedade e disponibilidade de
escava com as esporas negras.
alimento.
O sapo-de-unha-negra (Pelobates cultripes) é um anfíbio que se pode Perpétua-das-areias (Helichrisum picardii).Crédito Susana Matos.
A vegetação natural deve ser preservada, não só porque tem um papel importante no crescimento e estabilização das dunas, mas também porque constitui alimento e abrigo de muitos animais.
encontrar associado a este habitat. Pode atingir os 10 cm de comprimento. Alimenta-se de invertebrados que captura durante a noite. Durante o dia, mantém-se enterrado na areia, onde é mais fresco e húmido. Este sapo não vive só nas dunas, mas as dunas contêm importantes zonas de reprodução, pelo que a destruição destas zonas é uma ameaça à sua sobrevivência.
Assim, a nível de fauna, a duna também contém alguns exemplares adaptados à vida neste espaço que, por vezes, pode ser hostil.
ECOLOGIA DOS ECOSSISTEMAS COSTEIROS
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INTRODUÇÃO
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
Empusa pennata. Crédito Béotien Lambda.
ECOLOGIA DOS ECOSSISTEMAS COSTEIROS
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
Larus fuscus. Crédito Andreas Trepte.
Esta zona mais rica em espécies vegetais alberga aracnídeos e também
Também é possível observar gaivotas, embora estas não estejam restritas
insetos variados, como gafanhotos. Estes têm, geralmente, formas especiais
às dunas. Uma das espécies destas regiões é a gaivota-de-asa-escura (Larus
e cores claras, que lhes permitem confundir-se com a areia e passar
fuscus). É uma espécie comum e fácil de reconhecer: os adultos são brancos,
despercebidos aos numerosos insectívoros que por ali passam. Uma destas
com as asas de cor cinzento-escuro, e com manchas pretas na cauda.
espécies é o louva-a-deus (Empusa pennata). A forma deste habitante dos
Esta espécie pode existir em ambientes distintos, podendo mesmo ser
sistemas dunares faz com que possa ser facilmente confundido com um
encontrada a muitos quilómetros da costa. Pode existir nas proximidades
galho seco, tanto em larva como em adulto.
da orla costeira e estuários, mas também de salinas, lagoas, cursos de água,
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INTRODUÇÃO
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Curiosidade
Mesmo quando estão estabilizadas pela vegetação, as dunas são instáveis
Os borrelhos-de-coleirainterrompida formam casais
e é muito fácil perturbar a sua estrutura. O pisoteio, por exemplo, destrói
monogâmicos, de duração
a vegetação e faz com que a areia fique novamente solta, podendo ser
sazonal, mas o mesmo casal
espalhada pelo vento. Isto inicia um chamado processo que em casos
pode estar junto por vários
extremos pode por em risco todo o sistema dunar. A extração de espécies de
anos. Ambos os progenitores cuidam das crias.
plantas das dunas também pode resultar na destruição dos sistemas dunares.
A construção de estruturas em cima das dunas pode transformar uma duna fixa numa duna móvel, sendo assim os processos dominados pela presença da areia e do vento e da relação entre eles e as estruturas ocorrentes na Charadrius alexandrinus. Crédito Alnus.
duna. Este processo resulta quase sempre na destruição da duna ou da barragens, estações de tratamento de águas residuais, lixeiras e zonas urbanas. Esta espécie de gaivotas alimenta-se de quase tudo: restos de animais mortos, crustáceos, material vegetal, aves jovens, ovos e insetos, e até mesmo resíduos resultantes da atividade humana. Assim, é fácil concluir que as dunas são um abrigo muito importante de várias espécies de fauna e flora: quer para reprodução, quer para alimentação, várias espécies estão dependentes das dunas.
ECOLOGIA DOS ECOSSISTEMAS COSTEIROS
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estrutura artificial, o que pode fazer com que a linha de costa recue.
As dunas constituem uma proteção muito importante para o homem. Funcionam como uma fronteira que protege os terrenos interiores dos avanços do mar. São a principal barreira contra a erosão e o avanço do mar que pode ocorrer durante tempestades ou eventos extremos. Quando as dunas são destruídas ou danificadas, isso facilita o avanço do mar em direção
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INTRODUÇÃO
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
Sistema dunar com passadiço. Crédito Susana Matos.
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
Duna com vegetação, incluindo Morganheira-das-praias (Euphorbia paralias). Crédito Susana Matos.
ao interior. As dunas maiores e mais estáveis contribuem para estabilizar o litoral, limitando a influência do mar sobre o interior. Também servem como “armazém” de areias que compensam os fenómenos erosivos e os períodos mais críticos. Para além disso, contribuem para o equilíbrio dos sistemas litorais e preservam a paisagem em toda a sua diversidade de componentes. Em resumo, as dunas são essenciais para proteção da biodiversidade, das pessoas e das povoações. São boas razões para serem eficazmente protegidas.
ECOLOGIA DOS ECOSSISTEMAS COSTEIROS
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INTRODUÇÃO
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
Os estuários e sapais Os estuários são o resultado da mistura de águas continentais e oceânicas e o canal por onde os rios penetram no mar.
Estão sujeitos à influência das marés e são a fronteira entre os meios marinho e de água doce, sendo as suas características determinadas pela forma com as duas massas de água com diferentes origens se combinam. Curso superior Curso médio
Os estuários localizam-se nas fozes dos grandes rios portugueses, em
Praia fluvial
zonas costeiras de baixa energia, menos sujeitas à agitação e às correntes marítimas, porém muito expostas a correntes de maré. Planície fluvial
Apesar do senso comum nos indicar que o estuário é um local onde a água
Delta
do rio entra na água do mar, o oposto também é verdade.
A diferença de densidades entre as duas águas – salgada e doce – permite tal feito.
A água salgada, por ter maior densidade, circula, genericamente mais próxima do fundo enquanto a água doce se mantém mais à superfície.
ECOLOGIA DOS ECOSSISTEMAS COSTEIROS
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zona costeira de Viana do Castelo
INTRODUÇÃO
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
Esta diferença de densidades tem também consequências no que diz respeito ao transporte de sedimentos, nos fluxos de materiais no interior do estuário e nas características físico-químicas do ambiente estuarino.
A carga sedimentar transportada até ao mar, também é diversificada conforme o percurso. Assim, a carga sedimentar grosseira é depositada no início do estuário – estuário alto, a zona de maior influência do rio. No estuário médio – a zona com a maior variação diária de salinidade e temperatura - verifica-se deposição de carga sedimentar fina, dando origem aos bancos lodos e limosos e portanto só mesmo as partículas mais finas, associadas à corrente principal do rio, chegam ao mar, dando origem à pluma estuarina. Estuário (veiga de S. Simão). Crédito Susana Matos. Como dito anteriormente, porém, nos estuários é também verificável a existente de circulação de água contrária ao habitual montante-jusante.
A circulação com origem marinha acompanha o ritmo das marés e portanto, durante a subida da maré, o mar empurra o rio para montante. Isto provoca o deslocamento da água doce para as zonas laterais do canal de circulação – a nível do estuário baixo, uma zona de características principalmente marinhas.
ECOLOGIA DOS ECOSSISTEMAS COSTEIROS
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Já no estuário médio e alto, a influência desta entrada de água do mar no rio é notória no fundo, tendo como resultado a subida do nível da água.
A vida num estuário nem sempre é fácil, mas para quem lá consegue viver pode ser um ambiente recompensador. As diferentes características das duas massas de água que se encontram num estuário influenciam de forma diferente os organismos que habitam o curso de água da nascente á foz,
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zona costeira de Viana do Castelo
INTRODUÇÃO
Curiosidade A veiga de S. Simão é uma zona húmida que se estende de Mazarefes a Subportela.
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
Por um lado, existem os organismos sésseis (fixos ao substrato ou de mobilidade reduzida) cuja flutuação diária do nível de água, salinidade, temperatura e concentração de oxigénio constituem um desafio. Por outro
de 150 hectares de terrenos
lado, os organismos capazes de suportar esta variação diária, apresenta-se-
campos agrícolas e matas
lhes uma grande disponibilidade de nutrientes e alimento – os estuários
dispersas. O encharcamento
são dos ambientes com maior produtividade do planeta. Por imobilizarem
quase permanente desta zona
materiais no sedimento e biomassa animal e vegetal, funcionam ainda
permitiu uma evolução da flora e da fauna mais diferenciada,
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
detendo uma grande variabilidade de organismos.
Tem uma extensão de cerca alagados e 200 hectares de
PROTEÇÃO DAS DUNAS
como filtros naturais para poluentes.
uma vez que os terrenos alagados impunham condições adversas para algumas práticas agrícolas.
Já os organismos móveis, em particular os de origem marinha que residem no estuário, vêm a entrada de água salgada como uma possibilidade de aceder a um meio onde o alimento abunda, além de que este é um meio mais propício para depositar os seus ovos ou para o desenvolvimento larvar.
Devido aos nutrientes que são transportados pelas águas de terra, um estuário apresenta elevada produtividade biológica, que suporta inclusivamente algumas atividades do Homem, como a pesca ou a recolha de bivalves. Os estuários também são notáveis por serem um
ECOLOGIA DOS ECOSSISTEMAS COSTEIROS
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Estuário do rio Lima. Crédito Susana Matos.
local de abrigo contra predadores (uma vez que impede a entrada de predadores tanto marinhos como de água doce), permitindo que peixes juvenis e outros animais cresçam num local rico em alimento. Várias aves utilizam os estuários como local privilegiado de nidificação. São também um importante local de alimento e repouso para as aves migratórias. Os estuários prestam ainda vários outros serviços: armazenamento e reciclagem de nutrientes, retenção de sedimentos, transição entre o
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INTRODUÇÃO
Curiosidade
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
meio marinho e de água doce e filtro natural de poluentes. São muito importantes!
O corvo-marinho-de-facesbrancas pode ser encontrado em grandes bandos em zonas
Em Viana do Castelo, existe o estuário do rio Lima. É um dos maiores
ricas em alimento. Depois de
estuários do norte de Portugal, albergando no seu interior o importante
pescar, esta ave descansa com
porto de Viana do Castelo e desenvolve-se nas duas margens do rio Lima,
as asas abertas ao sol para conseguir secar as penas.
assim como na foz do mesmo.
Os lodaçais salgados, que cobrem e descobrem com as marés surgem associados às ínsuas, dando origem a uma paisagem dominada por vegetação tolerante ao sal. Na margem direita existem alguns sapais de pequenas dimensões. Na margem esquerda, o estuário contacta com os caniçais e juncais da veiga de S. Simão.
Ardea cinerea.
O estuário do Lima alberga espécies de fauna bastante interessantes. A garça-real (Ardea cinerea), a maior garça que ocorre em Portugal, encontra no estuário do rio Lima um bom local de descanso. O corvomarinho-de-faces-brancas (Phalacrocorax carbo) também usa o estuário para se alimentar e descansar. Esta ave de penas negras pode ser vista especialmente durante o período de setembro a abril. O pilrito-das-praias (Calidris alba), uma pequena ave de patas pretas e ventre branco, é um
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INTRODUÇÃO
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
Phalacrocorax carbo. Crédito Andreas Trepte.
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
Lacerta schreiberi.
outro visitante frequente do estuário. Pode ser visto mais frequentemente
O robusto lagarto-de-água (Lacerta schreiberi) ocorre nas proximidades
entre setembro e março. A petinha-dos-prados (Anthus pratensis) é uma
do rio Lima, e mantém-se ativo entre os meses de Fevereiro e Outubro,
ave de plumagem castanha e peito malhado que surge em grandes
quando entra em repouso invernal. É uma espécie que só ocorre na
números no início do Outono. Alimenta-se de insetos e, entre outubro
Península Ibérica e que, por isso, é muito importante. Em Portugal é uma
e março, é possível ver esta pequena ave em todo o tipo de terrenos
espécie pouco preocupante, mas tem muito interesse do ponto de vista da
agrícolas, pastagens, incultos ou campos encharcados, sendo uma
conservação: faz parte da Convenção de Berna e da Diretiva Habitats.
presença regular no estuário do rio Lima.
ECOLOGIA DOS ECOSSISTEMAS COSTEIROS
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INTRODUÇÃO
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
SAPAIS
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
Nas zonas de sapal mais próximas da foz, banhadas por águas mais salinas e submetidas ao movimento da água do mar, situa-se o sapal externo.
Nos estuários é frequente a presença de comunidades vegetais que se
No sapal interno a influência da água doce é muito maior, as marés são
podem desenvolver em ambientes com muito sal, designadas por sapais.
menos evidentes e a vegetação vai sendo dominada por elementos menos
Estes desenvolvem-se sobre lodaçais onde as correntes não conseguem
tolerantes ao sal.
transportar todos os sedimentos que carregam. Existem plantas, como por exemplo as do género Spartina, que têm um papel muito importante
No sapal externo, a zonação é definida principalmente pela probabilidade
na estabilização dos fundos dos sapais estuarinos, pois formam pequenas
e a duração do encharcamento pela água da maré. Existem três zonas
ilhotas de vegetação pioneira. As raízes destas plantas contribuem para
principais no sapal externo: alto, médio e baixo. O sapal baixo situa-se
tornar mais coesas as partículas do solo. Por outro lado, os caules fazem
no extremo inferior do sapal, em solos de salinidade mais ou menos
com que a água vá abrandando e favorecem a sedimentação. Spartina
constante, sempre saturados de água salgada. Nas comunidades mais
maritima, por exemplo, conhecida popularmente como morraça, é uma
interiores do sapal baixo e no sapal médio há um ciclo de inundação e
espécie do género Spartina presente nos sapais de Viana do Castelo, que
drenagem que ocorre duas vezes por dia. O sapal alto só é visitado pelas
suporta longos períodos de submersão. À medida que o solo do sapal
águas marinhas na maré cheia.
se torna mais espesso, criam-se condições para a existência de outras plantas. Em Portugal, os sapais são os locais com maior diversidade de
No que diz respeito a espécies vegetais existentes nos sapais, há várias
plantas que se desenvolvem em locais com estas concentrações de sal.
que merecem menção, como por exemplo, os juncos. O junco-marítimo,
Pode haver tipos de vegetação de sapal muito variáveis, mas em Portugal
ou junco-das-esteiras, (Juncus maritimus), por exemplo, é uma planta
existem mais plantas herbáceas ou arbustivas.
herbácea perene, que pode atingir uma altura entre 60 a 150cm. Trata-se de uma planta halófita, ou seja, tolerante à salinidade. Durante muito
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zona costeira de Viana do Castelo
INTRODUÇÃO
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
Estuário do rio Lima. Crédito Susana Matos.
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
Caniçal (Phagmites australis), estuário do rio Lima
tempo, as populações usavam o junco-das-esteiras para produzir, como o
carnudos que podem atingir 30cm de altura. Ocorre em áreas de sapais,
próprio nome indica, esteiras. Estas eram utilizadas para cobrir habitações
e nas arribas temporariamente encharcadas por água salgada ou salobra,
mais modestas, e também era utilizada para proteger os barracões onde
bem como nas salinas, o que significa que tem tolerância à salinidade.
do gado contra o frio e a chuva.
A salicórnia está a ganhar alguma popularidade a nível gastronómico, especialmente como substituto do sal: há quem utilize esta planta
ECOLOGIA DOS ECOSSISTEMAS COSTEIROS
A salicórnia é outro tipo de plantas que podem ser encontradas nos
para colocar em saladas, para saltear com legumes, ou para utilizar em
sapais. Salicornia ramosissima, por exemplo, é uma planta com caules
omeletes.
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zona costeira de Viana do Castelo
INTRODUÇÃO
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
PROTEÇÃO DAS DUNAS
Impactos das atividades humanas
ESTUÁRIOS E SAPAIS
Impactos das atividades humanas nos ecossistemas costeiros Segundo o Plano de Ação de Proteção e Valorização do litoral 2012-2015, o
larvar das principais espécies bentónicas.
litoral português enfrenta hoje em dia uma ameaça significativa decorrente dos fenómenos de erosão costeira, inundação, instabilidade das arribas,
Nas proximidades de cidades, vemos outro dos principais problemas, que
entre outros. Cerca de 1/4 da sua extensão mostra tendência para erosão
é a descarga de efluentes domésticos e industriais não tratados é uma
ou erosão confirmada. A perda de território e a destruição ou danificação
situação comum no nosso país. Outra forma de poluição crónica é causada
das infraestruturas existentes (de proteção costeira ou edifícios) em alguns
pelo intenso tráfego marítimo que se verifica em águas portuguesas (da
pontos da orla costeira, têm contribuído para aumentar as situações de
qual fazem parte as descargas de águas de lavagem dos tanques dos
risco nestas áreas, que podem ter implicações graves no que se refere à sua
petroleiros que passam pela costa portuguesa), principalmente junto às
segurança.
zonas portuárias.
A costa norte de Portugal Continental tem estado exposta a diversas
A recuperação de terras para agricultura leva por vezes à perda de habitats
pressões humanas, as quais, em maior ou menor grau, contribuem para
e áreas essenciais dos ambientes estuarinos e lagunares costeiros, e a
a sua degradação. As praias rochosas estão especialmente sujeitas à
invasão urbana, com cada vez mais habitações e equipamentos turísticos
exploração humana, pois abrigam um grande número de espécies, algumas
localizados perto das praias, contribuem para a degradação da paisagem
delas de elevado valor económico.
litoral, chegando a destruir o cordão dunar. Pratica-se também a extração de areias de dunas primárias. Ao fazê-lo, permite-se que mais água salgada
No Verão, as zonas costeiras são ainda mais perturbadas pois é o período
entre nos estuários, provocando o salgamento de solos cultivados e
em que as pessoas vão à praia em grandes números. Os danos causados
substituindo os lençóis de água doce por água salgada.
pelo pisoteio na zona intertidal das praias rochosas, durante este período, tornam-se ainda mais graves pelo facto de nesta época se dar a fixação
ECOLOGIA DOS ECOSSISTEMAS COSTEIROS
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Entre os fatores antrópicos que afetam a dinâmica das zonas costeiras
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zona costeira de Viana do Castelo
INTRODUÇÃO
O AMBIENTE MARINHO
Desafios da Zona Intertidal
PROTEÇÃO DAS DUNAS
ESTUÁRIOS E SAPAIS
Impactos das atividades humanas
segundo o INAG (2010), destacam-se:
modificação do regime de agitação marítima, alterações da precipitação...
• O efeito de estufa;
Neste cenário, segundo os dados constantes do Projeto SIAM II - Alterações
• A ocupação da faixa litoral;
Climáticas em Portugal. Cenários, Impactos e Medidas de Adaptação (2006),
• A diminuição de sedimentos que chegam ao litoral devido à construção de
prevêem-se alterações no balanço sedimentar. Estas podem significar
barragens nos grandes rios;
uma variação da intensidade da erosão, ou modificações da frequência e
• A destruição de defesas naturais, seja pela remoção de vegetação, pisoteio
intensidade das inundações costeiras. Os impactos dessas alterações ao
das dunas, etc.
nível económico, social e ambiental serão variáveis e irão depender das características geológicas, morfológicas e padrões de ocupação existentes
Devido à conjugação dos vários fatores inumerados anteriormente, pode-se
na faixa costeira nacional.
verificar as seguintes consequências: • Erosão costeira; • Poluição da água do mar e das praias; • Fragmentação de habitats e perturbação dos ecossistemas; • Perda da biodiversidade; • Expansão de espécies invasoras; • Perda de atratividade da zona costeira.
A gestão dos riscos relacionados com a evolução do litoral vai ser cada vez mais importante devido aos impactos das alterações climáticas. Estes podem ter várias consequências, como a subida do nível médio do mar, a
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zona costeira de Viana do Castelo
fichas Fichas de trabalho fichas de atividade
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zona costeira de Viana do Castelo
módulo 1 // O AMBIENTE MARINHO
módulo 1 // O AMBIENTE MARINHO
FICHA DE TRABALHO • 1
FICHA DE TRABALHO • 2
1. O que é a plataforma continental?
1. O que é um organismo pelágico?
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
2. Como se chama a zona que se segue à plataforma continental?
2. Legenda a seguinte imagem de acordo com a região do oceano que habitam:
________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________
3. Legenda a seguinte imagem:
200 m
3. Pertencem ao nécton:
4000 m 6000 m
a) todos os organismos marinhos que nadam ativamente;
b) todos os organismos marinhos, fixos ou rastejantes do substrato abissal;
c) todos os organismos marinhos, fixos ou rastejantes do substrato litorâneo;
d) todos os organismos marinhos que vivem a flutuar no oceano.
4. Como achas que serão as condições de vida na Fossa das Marianas, o local mais profundo dos oceanos? Porquê? ________________________________________________________________________________________________
4. Dá um exemplo de um organismo que pertença ao nécton.
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________
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módulo 1 // O AMBIENTE MARINHO
módulo 1 // O AMBIENTE MARINHO
FICHA DE TRABALHO • 3
FICHA DE ATIVIDADE
1. O que são organismos autotróficos? Dá um exemplo.
Esta atividade simples vai ajudar a perceber as diferenças de pressão que existem no oceano e que variam de acordo
________________________________________________________________________________________________
com a profundidade.
________________________________________________________________________________________________
2. O conceito de teia alimentar refere-se a quê? ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________
3. Define o fenómeno de upwelling. ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________
4. Porque é que o upwelling é um fenómeno benéfico? ________________________________________________________________________________________________
MATERIAL
PROCEDIMENTO
• 1 garrafa de plástico de água (pode ser de
• Coloca a garrafa pousada numa mesa.
1,5L);
• Com o marcador e a régua, marca cinco pontos equidistantes a
• Régua;
partir da base da garrafa.
• Marcador;
• Com a ajuda do pionés, faz furos do mesmo tamanho em cada
• Pionés ou semelhante;
um dos cinco pontos que marcaste.
• Fita isoladora adesiva;
• Utiliza a fita isoladora adesiva para tapar os furos.
• Água.
• Enche a garrafa com água e coloca-se perto de um lavatório ou lava-loiças. • Tira a fita isoladora e observa o que acontece.
________________________________________________________________________________________________ Repara que quando a fita adesiva for retirada, a água vai começar a sair pelos furos. A distância alcançada pelos esguichos vai variar com a profundidade – quanto mais próximo da base da garrafa, maior será o esguicho. Isto acontece devido ao peso da coluna de água ser maior no fundo da garrafa do que na superfície. À medida que a garrafa vai ficando vazia e que a pressão diminui, a distância alcançada pelos esguichos também se vai tornando menor.
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zona costeira de Viana do Castelo
módulo 2 // DEsafios da zona intertidal
módulo 2 // DEsafios da zona intertidal
FICHA DE TRABALHO • 1
FICHA DE TRABALHO • 2
1. O que se entende por Zona Intertidal?
1. Que animais se podem encontrar nas rochas da Zona Mediolitoral?
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
2. Os seres vivos da zona intertidal…
2. Que fatores condicionam as poças de maré?
a) Distribuem-se por diferentes andares da zona intertidal, condicionados por fatores físicos, químicos e
________________________________________________________________________________________________
biológicos;
________________________________________________________________________________________________
b) Distribuem-se por diferentes andares da zona intertidal, condicionados por fatores unicamente biológicos; c) Distribuem-se aleatoriamente por diferentes andares da zona intertidal, sem estarem condicionados por
3. Se perderem um braço, as estrelas-do-mar podem regenerar-se, fazendo crescer um novo braço. Verdadeiro ou
falso?
nenhum fator externo ou interno;
d) Distribuem-se por diferentes andares da zona intertidal, condicionados por fatores unicamente físico-químicos.
________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________
3. Os animais do andar supralitoral costumam estar submersos pela água do mar. Verdadeiro ou Falso? Justifica a tua resposta.
4. Nas estrelas-do-mar, para que servem os pés ambulacrários?
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
4. Nas estrelas-do-mar, para que servem os pés ambulacrários? ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________
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módulo 2 // DEsafios da zona intertidal
módulo 2 // DEsafios da zona intertidal
FICHA DE TRABALHO • 3
FICHA DE ATIVIDADE
1. O que é uma floresta de Kelp?
Uma saída de campo a uma praia rochosa de Viana do Castelo é uma boa maneira de levar os alunos a testemunhar,
________________________________________________________________________________________________
em primeira mão, a diversidade e a estrutura destas praias. Assim, sugere-se esta atividade. Pode inclusivamente
________________________________________________________________________________________________
ser estabelecida uma pequena competição de fotografia, com os melhores trabalhos a terem a oportunidade de ser expostos na escola.
2. Qual é a importância das florestas de Kelp? ________________________________________________________________________________________________
Nota: As visitas deverão ser programadas de modo a serem realizadas na maré baixa, o que permitirá visualizar uma maior
________________________________________________________________________________________________
diversidade de habitats (consultar a Tabela de Marés do Instituto Hidrográfico: www.hidrografico.pt/previsao-mares.php).
3. Quando a maré baixa, o tomate-do-mar…
a) Desliza até um local mais baixo, onde fique submerso;
b) Fica no mesmo local, sem mudar nada;
c) Enrola os tentáculos para dentro da cavidade central e espera até a maré subir;
d) Aproveita para se alimentar mais.
4. Porque é que a zona intertidal pode ser um local complicado para viver? ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________
OBJETIVOS
MATERIAL
• Identificar a diversidade de seres vivos no litoral;
• Lápis e borracha;
• Reconhecer as diferentes zonas do litoral e os organismos que nelas
• Caderno de registo;
habitam;
• Máquina fotográfica;
• Observar e caracterizar as relações entre os diferentes seres vivos.
• Pionés ou semelhante; • Ficha de campo.
PROCEDIMENTO • Observar a morfologia da praia. • Observar e registar: poças cobertas por água na baixa-mar (infralitoral), rochas a descoberto durante a marébaixa (médiolitoral), rochas sempre descobertas (supralitoral); flora e fauna (forma e dimensões, habitats, modo de fixação, modo de locomoção, atividade); • Zonas de areia molhada e seca; • Observar e registar vestígios de influência da atividade humana no ecossistema.
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zona costeira de Viana do Castelo
módulo 2 // DEsafios da zona intertidal
módulo 3 // proteção das dunas
FICHA DE ATIVIDADE
FICHA DE TRABALHO • 1
FICHA DE CAMPO
1. Que fatores influenciam a formação dos sistemas dunares?
1. Local _______________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
2. Data _______________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
3. Hora _______________________________________________________________________________________ 4. Condições atmosféricas _______________________________________________________________________
2. Os sistemas dunares podem ser considerados dinâmicos? Porquê?
5. Tipo de substrato ____________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
6. Outras informações __________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
7. Espécie detetadas
NOME CIENTÍFICO
NOME VULGAR
NÚMERO DE INDIVÍDUOS
3. Que fatores naturais contribuem para a fixação das dunas? ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________
4. As dunas são importantes? Porquê? ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________
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zona costeira de Viana do Castelo
módulo 3 // proteção das dunas
módulo 3 // proteção das dunas
FICHA DE TRABALHO • 2
FICHA DE TRABALHO • 3
1. Que características definem os sistemas dunares enquanto habitats?
1. Qual é a importância das dunas para o sapo-de-unha-negra?
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
2. O feno-das-areias tem algumas características especiais que lhe permitem sobreviver nas dunas. Quais são?
2. Que característica dá o nome ao borrelho-de-coleira-interrompida?
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
3. Uma planta halófita é uma planta que…
3. Que fatores podem influenciar negativamente as dunas?
a) Tolera a exposição à luz solar;
________________________________________________________________________________________________
b) Tolera a exposição a temperaturas baixas;
________________________________________________________________________________________________
c) Tolera a salinidade;
d) Tolera estar soterrada pela areia.
4. O pisoteio é benéfico para as dunas. Verdadeiro ou Falso? Justifica a resposta. ________________________________________________________________________________________________
4. As dunas são importantes? Porquê?
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________
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módulo 2 // DEsafios da zona intertidal
módulo 4 // Estuários e sapais
FICHA DE ATIVIDADE
FICHA DE TRABALHO • 1
A vegetação dunar deve ser preservada e, para tal, é bom conhecê-la. Para além de constituir alimento e zona
1. O que é um estuário?
de abrigo para várias espécies de animais, a vegetação dunar tem um papel importante no crescimento e
________________________________________________________________________________________________
estabilização das dunas, e inclui, no seu grupo, espécies de grande interesse do ponto de vista da conservação. A
________________________________________________________________________________________________
presente atividade pretende familiarizar os alunos com um sistema dunar, levando-os a registar a sua estrutura e a diversidade botânica que nele é possível encontrar.
2. Os estuários estão sujeitos à ação das marés? ________________________________________________________________________________________________
É essencial não pisar a duna e percorrer apenas os passadiços indicados para o efeito.
________________________________________________________________________________________________
OBJETIVOS
MATERIAL
3. Como se chama a zona do estuário que sofre a maior variação diária de salinidade e temperatura?
• Reconhecer e representar a vegetação nas diferentes zonas do sistema dunar.
• Lápis e borracha;
________________________________________________________________________________________________
• Caderno de registo;
________________________________________________________________________________________________
• Máquina fotográfica. 4. A água salgada circula mais perto do fundo. Por que razão? PROCEDIMENTO
________________________________________________________________________________________________
• Observar o sistema dunar.
________________________________________________________________________________________________
• Analisar os diferentes tipos de vegetação. • Esquematizar, no caderno, uma representação da duna, completa com a respetiva vegetação. • Procurar identificar as diferentes espécies de plantas presentes na duna.
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zona costeira de Viana do Castelo
módulo 4 // estuários e sapais
módulo 4 // Estuários e sapais
FICHA DE TRABALHO • 2
FICHA DE TRABALHO • 3
1. Que fatores podem variar, ao longo do dia, num estuário?
1. O que define a zonação do sapal externo?
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________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
2. Os estuários são locais muito importantes para algumas espécies, nomeadamente para o Homem. Porquê?
2. Que papel desempenham as plantas do género Spartina nos sapais?
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
3. Enumera algumas espécies da fauna que se possam encontrar no estuário do rio Lima.
3. No passado, para que era utilizado o junco-das-esteiras?
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
4. O lagarto-de-água mantém-se ativo entre os meses de Novembro e Janeiro. Verdadeiro ou Falso? Justifica a
4. A salicórnia pode ser utilizada para
resposta.
a) Aliviar indigestões;
________________________________________________________________________________________________
b) Substituir o sal na cozinha;
________________________________________________________________________________________________
c) Curar entorses;
d) Substituir o açúcar na cozinha.
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zona costeira de Viana do Castelo
módulo 4 // estuários e sapais
módulo 4 // Estuários e sapais
FICHA DE ATIVIDADE
FICHA DE ATIVIDADE
O estuário do rio Lima é interessante sob vários aspetos, nomeadamente no da biodiversidade. Várias espécies de
PROCEDIMENTO
aves utilizam o estuário como local de passagem, descanso ou alimentação. A garça-real, a narceja, o pica-peixe e a
Para iniciar o percurso, pode ser importante ter uma perspetiva geral do estuário, que se obtém facilmente a partir
galinha-de-água algumas das aves que se podem observar. A águia-pesqueira, de passagem, pesca no estuário do
do monte de Santa Luzia.
Lima, e existem várias outras espécies interessantes para ver. Assim, será interessante observar algumas das espécies Na cidade, o porto é um ponto de interesse, no qual se podem observar diferentes espécies de gaivotas e outras
de aves que passam pelo estuário.
aves, como o guincho-comum. Nas proximidades do clube náutico, também se tem uma boa perspetiva sobre as Poderá ser importante a contribuição de um guia experiente, que oriente os participantes no que diz respeito aos
ilhas existentes no rio. Estas ilhas são local de reunião para algumas aves, como a garça-real ou o corvo-marinho-de-
aspetos da conduta do observador, informando sobre o comportamento necessário para não perturbar os habitats
faces-brancas.
das aves. Na margem sul, em zonas arenosas, é frequente encontrar pequenos bandos de aves de diferentes espécies, como Nota: O melhor período de observação no estuário do rio Lima é durante os meses de Outono e Inverno.
borrelho-grande-de-coleira, o borrelho-de-coleira-interrompida, o pilrito-das-praias e o maçarico-das-rochas. Em redor destas zonas, existe alguma vegetação herbácea, onde se podem ver alguns passeriformes, como a petinha-
OBJETIVOS
MATERIAL
• Observar a diversidade de aves no estuário.
• Máquina fotográfica; • Binóculos;
dos-prados, o cartaxo-comum, a fuinha-dos-juncos e o exótico bico-de-lacre.
Em cada paragem, observar, fotografar e identificar as aves presentes no local.
• Roupa apropriada – chapéu, roupa e calçado adequados para caminhar.
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zona costeira de Viana do Castelo
módulo 5 // impactos das atividades humanas
módulo 5 // impactos das atividades humanas
FICHA DE TRABALHO • 1
FICHA DE TRABALHO • 2
1. Porque é que a pressão humana sobre o litoral é maior no Verão?
1. Que fator pode fazer diminuir a quantidade de sedimentos que chegam ao litoral?
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________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
2. No verão, o pisoteio na zona intertidal das praias rochosas é especialmente grave. Porquê?
2. Que extensão do litoral apresenta erosão, ou tendência para a erosão?
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________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
3. Que problemas causa a proximidade das cidades aos ecossistemas costeiros?
3. Quais são os principais fatores antrópicos que afetam a zona costeira?
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________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
4. Porque é que não se deve extrair areia das dunas primárias?
4. Que influência podem ter as alterações climáticas no litoral?
________________________________________________________________________________________________
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ECOLOGIA DOS ECOSSISTEMAS COSTEIROS
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zona costeira de Viana do Castelo
módulo 5 // impactos das atividades humanas
FICHA DE ATIVIDADE A presente atividade propõe levar os alunos a visitar uma zona problemática do litoral, que exiba algumas das características enumeradas no capítulo (invasão urbana, danificação de dunas, etc.). Esta visita deverá ajudar os alunos a interiorizar alguns dos fatores que influenciam negativamente o litoral, e debater algumas das soluções implementadas, ou que se podem implementar, com vista à minimização destes impactos negativos. Esta zona poderá ser em Viana do Castelo ou local próximo (por exemplo, Ofir).
OBJETIVOS
MATERIAL
• Observar em primeira mão alguns dos impactos antrópicos negativos no
• Lápis e borracha;
litoral;
• Caderno de registo;
• Debater a influência destes impactos;
• Máquina fotográfica.
• Refletir sobre possíveis soluções.
PROCEDIMENTO • Observar e registar os principais exemplos de influência negativa no litoral. • Fotografar, se possível, alguns destes exemplos. • Debater, em conjunto, a influência de cada um dos diferentes fatores detetados no litoral. • Refletir sobre possíveis soluções. • Em contexto escolar, compilar as informações recolhidas, sugestões e fotografias num relatório de análise.
ECOLOGIA DOS ECOSSISTEMAS COSTEIROS
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Guia do Professor sobre a zona costeira de Viana do Castelo