A vida na Agrofloresta A Agrofloresta na Vida* JANEIRO I Este espaço é pequeno Para o que queremos contar Falar sobre agrofloresta Que foi desafio do Sabiá E das famílias de Pernambuco Que toparam iniciar II Foi na Mata e no Agreste Onde tudo começou Juntando-se nessa história Agricultora e agricultor Para desenvolver agrofloresta E isso se confirmou III Foi um aprendizado conjunto Do Sabiá e família Errava-se e se acertava Mas naquilo persistia Porque sabiam que a agricultura Com a agrofloresta mudaria FEVEREIRO IV Basta olhar para a história Da família de Jones e Lenir Eles foram pioneiros Na agrofloresta por aqui Começaram em Inhamã Em Abreu e Lima, isso sim. V Foram chamados de loucos Agricultor seboso e algo mais Só porque plantavam tudo junto E não queimavam jamais Mas foi agindo dessa forma Que recuperaram a terra dos pais VI Hoje o sítio é uma beleza Bonito de apreciar
Vai estudante de tudo que é parte Conhecer o que tem lá Vai também gente de entidade Conhecer e prestigiar MARÇO VII A agrofloresta se espalhou Em terra pernambucana Chegou lá em Ribeirão Local que muito plantava cana E no assentamento Águas Claras Lugar de gente bacana VIII Seu Pedro e Erivan Cana deixaram de cortar Implantaram agrofloresta Viram o sítio mudar Que com a sua produção Fez a vida melhorar XIV A terra ficou bonita De tudo lá se plantou Tem até flor tropical Que Erivan cultivou Pois as flores geram renda E todo mundo dar valor ABRIL X Por toda Zona da Mata A agrofloresta andou Chegou na área de praia E Seu Domingos aprovou E logo sua família Fazia com muito amor XI A família descobriu Que tinha muito à aproveitar Do que já tinha no sítio Para a renda melhorar Dona Zumira e as filhas Começaram a beneficiar XII
Caju, acerola e manga Já tinha tudo por lá Mas na época da safra Chegava a se desperdiçar Agora tudo é aproveitado Pois tem onde comercializar MAIO XIII A agrofloresta chegou Também lá em Rio Formoso No assentamento Amaragi Lugar que é um colosso E as famílias a defendem De um jeito bem amoroso XIV Lá o trabalho de todos Fortalece mesmo o lugar É nesse assentamento Que vive a multiplicar O conhecimento adquirido Nos encontros e noutro lugar XV Lá o tempo fez mudar A vida de muita gente Que no trabalho da cana vivia Muitas vezes como indigente E hoje vê muita alegria E o povo se sente gente JUNHO XVI Vamos falar do Agreste Que o desafio encarou De trabalhar a agrofloresta Com um grupo de agricultor Que organizaram uma associação Com o nome de AGROFLOR XVII É uma associação bem forte Que vive a organizar A produção das famílias Que querem comercializar Nas feiras agroecológicas E também no PAA
XVIII A Agrofloresta continua Como assunto do lugar A Agroflor garantindo A multiplicação dela lá Organizando a juventude Pra sua vida melhorar JULHO XIX As mulheres no Agreste Também vivem a plantar Espécies de toda natureza Para a terra melhorar É o caso de Vanusa Que na agrofloresta quis apostar XX Ela melhorou seu sítio E seu hábito alimentar Plantando bastante hortaliça E muitas frutas por lá E hoje ela acredita Na agricultura familiar XXI E cada dia que passa Vanusa vive a cuidar Da família e dos filhos E do que ainda quer conquistar Ela se garante na roça E continua a estudar AGOSTO X XII Já na parte semiárida De João Pereira vou falar Com Irene, sua esposa Em Pedra Branca, vivem a morar No Município de Cumaru Agrofloresta também tem por lá XXIII Foi durante um intercâmbio Promovido pelo Sabiá Ele ficou foi encantado E começou a praticar
Organizou o seu roçado E tratou de diversificar XXIV Planta nativa, horta e fruta Cultiva tudo misturado Uma idéia maravilhosa De Fazer novo roçado Que a muita gente assusta Mas lhe deixa admirado SETEMBRO XXV Falando em Semiárido Vamos pras bandas do Sertão Conhecer dona Ivonete Que a gente gosta de paixão Ela faz agrofloresta Com muito amor no coração XXVI Ela é multiplicadora De tudo que aprendeu Inventa tanta receita Que você nunca comeu É uma mulher bem danada Essa que a gente conheceu XXVII Ivonete é bem querida Por todos de lá e cá Faz parte da diretoria E não deixa de participar Da vida da entidade E da organização do Sabiá OUTUBRO XXVIII Bem pertinho de Ivonete Antônio Sabino está lá No Sertão do Pajéu Que de agrofloresta sabe falar Pois é experimentador E multiplicador pra danar XXIX Antônio Sabino é daqueles
Que gosta de organizar Seu sítio e os agricultores Para agrofloresta implantar Para proteger as nascentes Que ainda existem por lá XXX Do emprego ele saiu Para a agrofloresta se dedicar Pois fala que esse sistema É o bom de se trabalhar Porque dar boa produção E ainda pode preservar NOVEMBRO XXXI Da Adessu Baixa Verde Agora vou lhe falar É uma associação de agricultores Que vive a divulgar Agrofloresta em Triunfo E em um monte de lugar XXXIII Essa associação Gosta mesmo é de organizar As famílias agricultoras Para agrofloresta cultivar Para garantir produção E renda poder gerar XXXIV Ela tem até agroindústria E açúcar sabe fabricar Com cana agroecológica Que as famílias vivem a plantar Foi uma ideia bacana Que a Adessu fez gestar DEZEMBRO XXXV Nesses dezoito anos de idade O Sabiá quer agradecer As famílias agricultoras Pelo prazer de reviver A história da Agrofloresta Que em Pernambuco viu florescer XXXVI
Dizer que a nossa alegria É de ver ela ainda crescer Encontrar mais moradias Nas políticas que forem fazer Para o campo brasileiro Para o camponês vencer XXXV Poder trabalhar tranqüilo Da roça poder viver Preservar o meio ambiente Sem pra isso perecer Fazer do meio rural Lugar decente de viver
*Este cordel foi feito em 2011, por ocasião da celebração do aniversário de 18 anos do Centro Sabiá e faz parte do seu calendário. É de autoria de Laudenice Oliveira (Lau) com a colaboração de Adeildo Fernandes.