OS SELOS LOCAIS BRASILEIROS POR ADOÇÃO
Carlos Alberto Tavares Coutinho
São considerados como locais os selos cuja área de validade e circulação é restrita, dentro de um país. Eles podem ser tanto privados, quando emitidos por entidades (empresas) não governamentais transportadoras de correspondência, como governamentais, quando emitidos por uma autoridade postal constituída. Houve um número considerável de emissões locais, de diferentes países, que precederam várias daquelas oficiais, de emissão governamental e de circulação irrestrita. Entretanto, pelo caráter privado e/ou de circulação restrita, as emissões locais são consideradas à parte, não influenciando na ordenação das emissões oficiais. As emissões locais são, em geral, bem menos conhecidas pelos filatelistas do que as emissões oficiais. No caso do Brasil, houve várias emissões que não foram feitas pelo Correio Brasileiro nem por entidades governamentais brasileiras, mas emitidas por países constituídos ou não em território brasileiro ou em áreas contestadas que vieram posteriormente fazer parte do Território brasileiro e por conseguinte, os selos foram adotados como brasileiros, é o caso da República Independente da Guiana (Counani), da empresa Carsevéne (Firmine - Amazonie), o Estado Independente do Acre, o Principado de Trindade e os selos SCADTA que propriamente não fazem parte desta relação mas foram feitos em outro país e receberam uma sobrecarga para serem usados na correspondência transportada pela empresa e originada no Brasil.
República Independente da Guiana (Território de Counani) Em meados do século XIX, no tempo da Cabanagem, as terras localizadas entre os rios Araguari e Oiapoque, eram consideradas terras de ninguém. Depois de várias ocupações de tropas portuguesas e francesas, os franceses construíram uma fortificação nas imediações de Amapá, mais precisamente numa localidade banhada pelo lago Ramudo Essa guarnição francesa foi descoberta pelo capitão Harris que, imediatamente comunicou o fato ao governo imperial do Brasil. Assumindo o Segundo Império, D. Pedro II resolveu, com o seu colega de França, Napoleão III, neutralizar a região disputada pelos dois países em 5 de julho de 1841, nomeando o Presidente da Confederação Helvética como árbitro da questão. Assim, a área passou a se chamar Contestado Franco-Brasileiro, com um representante no Brasil morando em Belém, e outro da França morando em Caiena. O local-sede do contestado era então a vila do Espírito Santo do Amapá. A situação econômica da Guiana, que nunca fora boa, era péssima desde a abolição da escravatura, em 1848, por Napoleão III. No Aprouague, no Sul da Guiana, o antigo sonho do ouro, que havia perseguido os guianenses desde os primeiros tempos, obcecava alguns. Félix Coüy um comerciante e funcionário local interessado conseguiu a ajuda do brasileiro Miguel Vicente. Este último buscou o patrocínio e ajuda de um comerciante português no Pará, Jardim de Lisboa. Surge assim Paulino, um dos empregados de Lisboa que havia trabalhado em Ouro Preto. Em 1854, Paulino descobre, no riacho Aprouague o primeiro ponto economicamente interessante. No ano seguinte, ele mostrou as primeiras 60 gramas de ouro que encontrou, a um antigo cônsul da França no Pará, Prosper Chaton. Foi anarquicamente, sem ter quem bancasse grandes investimentos, que começou a exploração. Só aos poucos as primeiras companhias com
investimento europeu começaram a surgir. Começaram também as primeiras imigrações de hindus, já presentes na Guiana Inglesa. Só na década de 1860 a situação se reverte, começa a entrar muito dinheiro em Caiena. Félix Coüy foi assassinado em 1863 por um brasileiro, Paiva, logo condenado à morte e executado. Paulino continuou algum tempo como o personagem decisivo na busca do ouro. Mas logo foi substituído por pessoas com maior experiência e conhecimentos técnicos. Com a época das empresas não se em mais noticias suas.
A busca do ouro se concentrava no Aprouague, mas se estendia aos rios próximos. Era a serra que continha o ouro. Muitos garimpeiros se instalaram no território contestado. Prosper Chaton fizera renascer a localidade de Counani desde 1858, tornando-a uma base para garimpeiros. Aí criou um sistema de capitania, constituído por um primeiro e um segundo capitães e um brigadeiro. Esta instituição se estendeu à pequena Amapá. Não havia uma formalização de estrutura de governo. A autoridade que se esperava que viesse do governo francês, no entanto não a exercia, nem podia exercer, em razão do estado de neutralidade do território. Em 1885, um grupo de aventureiros franceses proclamou a caricata República de Counani, que se estendia do Oiapoque até o Araguary, exatamente na região contestada pela França. Esses homens elegeram presidente vitalício do Estado, o cientista francês Jules Gros, romancista e membro da Sociedade de Geografia Comercial de Paris, que vivia no sul de Paris. Instalando-se com um aparato caricato, Gros dedicou-se a encontrar apoio politico e principalmente apoio financeiro. Nomeou um Ministério, com Jean-Férreol Guigues como presidente do Conselho e Paul Quartier como Ministro de Obras Públicas. Instituiu títulos honoríficos, muito valorizados e abertamente vendidos. Emitiu moeda, cédulas e selos. Editou um diário oficial Les Nouvelles de France et des Colonies, Journal Officiel de la République “La Guyane Indépendante” e criou as armas e bandeira de Counani.. Mas aquilo que poderia se consolidar numa República Independente malogrou perante as deficiências geográficas e jurídicas. A aventura teve duração efêmera embora Gros houvesse constituído o governo, criando a Ordem da Cavalaria Estrela de Counani, para condecorar os simpáticos à causa, o que rendeu bons proventos financeiros pela larga e bem paga concessão que dela fez o esperto "chefe de Estado". Enfim, eles providenciaram tudo para que o mundo reconhecesse o novo país incrustado no meio equatorial e se expôs ao ridículo. Pelo lado francês, em 1886 é nomeado, um negro de meia-idade, baixo e de boa musculatura, chamado Trajano Supriano Benitez, escravo fugitivo de Cametá (no Pará) que ali chegou para aventurar a sorte, atraído pelas notícias que
propagavam a fartura de ouro no Calçoene. Trajano deve ter preferido morar no Counani porque a maioria da população era negra. Ele começou, então, a se meter em assuntos que envolviam a vida comunitária, mostrando logo sua vocação política. O governo francês estava precisando de um indivíduo popular e simpático às pretenções francesas, e Trajano era tudo isso. Não demorou muito estava ele liderando quase toda a extensão das ribanceiras do Counani, contestando abertamente a autoridade brasileira que governava a vila do Espírito Santo do Amapá e lugares próximos. Recebeu de Caiena o título de Representant dês Intérets Français à Counani e aí é que se encheu de dedos. Em 23 de outubro de 1886 (ou segundo Coudreau, em agosto), o então capitão de Counani, Trajano Benitez proclamou: “Eu Trajano, capitão chefe do rio Counani, Chefe da Capitania da Guiana Independente, em nome e delegado pelos principais negociantes e pela maioria dos habitantes declaro o que segue: 1) Organizar no nosso País um governo que será República e reconhecido depois pelas duas potencias, a França e o Brasil. 2) O governo em questão já tendo sido declarado e proclamado em mais de 10 reuniões públicas as quais assistiu o Sr. Jean-Férreol Guigues, explorador. Segue-se que queremos: A) nos reger pelas leis francesas, quer dizer que adotamos o código francês como legislação de nosso país. B) que a língua francesa seja a língua governamental. C)... nosso presidente, o Dr. Jules Gros... Nossa república tenha sido declarada... pedimos a proteção dos Estados vizinhos. Viva a França. Viva a República da Guiana Independente...”. O governo francês, ante o escândalo que representava tal façanha, em 2 de setembro de 1887 resolveu acabar com ela. A República do Counani era tão caricata, tão de brincadeira, que a maioria dos ministros nomeados por Jules Gross não arredou os pés de Paris, até por causa do pavor irradiado por algumas paragens sul-americanas, como a nossa. Portanto, não foi difícil desestabilizá-la.
Jules Gros continuou a se declarar presidente da República de Counani até 1891 quando morreu. Após a morte de Jules Gros, entrou em cena Adolphe Brezet. Foi soldado na Guiana aos 26 anos e como o antecessor era muito vaidoso. Levou o cargo a sério e emitiu os selos na seguinte ordem: 1ª Série em janeiro de 1893 2ª Série em junho de 1893 Correio Oficial em agosto de 1893, com sobrecarga (6 valores) 4ª Série em setembro de 1893 - Taxas, Registro
Em princípios de 1893 a vida em Counani volta à normalidade, e o episódio da Primeira República parece que foi esquecido. A maioria da população, formada por brasileiros, vivia da coleta de especiarias, da pesca nos lagos e do fabrico de grude de peixe para um comércio manhoso. Dois garimpeiros brasileiros e naturais de Curuçá, no Pará, os irmãos Germano e Firmino Ribeiro, após tanta procura, descobriram ouro na bacia do rio Calçoene, em Lourenço, os ânimos passam a se acelerar mais na região do Contestado e começa a modificar o quadro, isto causou uma verdadeira corrida sem precedentes, com aventureiros de todas as nacionalidades invadindo a região, a população, em poucos meses, de 600 habitantes chegou a 5 mil, só em Counani. A descoberta do referido metal também provocou um crescimento desordenado, aumentando inclusive a violência e os problemas de saúde em consequência pela falta de saneamento. Sabedor do achado do ouro, o governador da Guiana Francesa, Mr. Charvein, cuidou logo de colocar um representante da França baseado no Amapá (àquela época vila). Assim, Eugene Voissien é escolhido para assumir a função de delegado da região contestada, representando os interesses da França. Com essa regalia, Voissien passa a fiscalizar a região. facilitando assim todo o trabalho de coleta do ouro, que era desviado para o lado francês, que se arvorava na cobrança de altas taxas de impostos e que veio mais tarde proibir o acesso de brasileiros à área aurífera, franqueando o direito apenas aos "crioulos" de Caiena. Esse período, que vai de dezembro de 1893 até novembro de 1894 é, para alguns brasileiros um período de intranquilidade, pois incontáveis vezes alguns garimpeiros foram aprisionados por Voissien, que alegava a prática do contrabando. Outros achavam que tais denúncias eram vazias, defendendo um pouco a imparcialidade discutida de Charvein. Com a situação criada por Voissien, os amaparinos começaram a reagir e o primeiro passo foi cassar os direitos do representante francês. Assim, a população reunida em 26 de dezembro de 1894, depôs Voissien e criou um governo triúnviro, do qual assumiram o cônego Domingos Maltez na presidência, tendo como vices Francisco Xavier da Veiga Cabral e Desidério Antonio Coelho. A
sugestão do Triunvirato foi de Desidério que, escolhido no dia 10 do mesmo mês para ser o líder de um governo independente no Amapá, sugeriu uma nova reunião para que a administração passasse a ser exercida por três pessoas. No dia seguinte é criado o Exército Defensor do Amapá, para tentar garantir a ordem no local. A formação do governo triúnviro é comunicada em seguida a Belém. Com o afastamento de Adolphe Brézet, aventureiro que se dizia presidente de Counani, em 1894, logo outro chamado Albert Franken passou a se arvorar presidente de Counani. O cônego Domingos Maltez, no dia 19 de fevereiro de 1895, deixa a presidência do Triunvirato e assume, em seu lugar, o vice, Cabralzinho. Uma das primeiras providências tomadas por Cabral foi atender a uma carta assinada pela população de Counani relatando o ressurgimento de Trajano na vila de Counani, Trajano continuava com suas atitudes de perseguição aos brasileiros que se fixassem por lá, chegando até mesmo a rasgar a bandeira brasileira e, em seu lugar, fazer tremular a francesa, sob os acordes de Marselha. Sem procurar instaurar qualquer inquérito, o que era de praxe nessas situações, Cabralzinho enviou uma guarnição a Counani para mandar intimar e prender Trajano. Foi encarregado da missão o major Félix Antonio de Souza, que levou consigo uma proclamação oficial do Triunvirato aos brasileiros daquele distrito. No dia 15 de maio de 1895, uma quarta-feira, a população adulta se encontrava nos seus afazeres diários, seja no centro da vila, seja no campo, tomando conta do gado ou das "tarefas da roça". Cabralzinho encontrava-se em sua casa descansando, próximo à Igreja, pois havia chegado de madrugada de uma viagem que fizera, para atender a uma criança doente na região dos Lagos. Os franceses desde cedo vinham subindo o rio Amapá Pequeno, a bordo da canhoneira Bengali, pilotada por um brasileiro de nome Evaristo Raimundo, com 80 "gendarmes" da Legião Estrangeira comandados pelo capitão-tenente
Lunier chegaram para obedecer às ordens do governador de Caiena, Mr. Charvein, que queria a prisão imediata de Cabralzinho e que o levassem para Caiena, caso este não colocasse em liberdade o "delegado" francês Trajano, que havia sido feito prisioneiro do Exército Defensor do Amapá, uma força paramilitar comandada por Cabralzinho. Os invasores desembarcaram às 9 horas e foram logo em direção à residência de Cabralzinho. A casa foi cercada por uma patrulha enquanto que outra vinha do outro lado, deixando um rastro de mortes entre velhos, mulheres e crianças amaparinas. As declarações do capitão Lunier foram ouvidas com bastante clareza. Diante da negativa de Cabralzinho, formou-se o combate. Com poucos minutos os amigos de Cabral começaram a vir. Se Cabralzinho matou ou não Lunier com a própria pistola do gendarme francês, agora o fato não interessa e talvez por causa da morte de seu comandante, os franceses começaram a lutar descontroladamente, e preocupados com a baixa da maré que provocaria, com certeza, o encalhe da embarcação, que tinha casco muito fundo, acabaram fugindo na canhoneira. O conflito demorou menos de duas horas, a invasão à vila de Amapá, sede do Triunvirato, deixou um saldo de dezenas de mortos e feridos do lado brasileiro, alguns soldados do lado francês e a morte do capitão Lunier. No Brasil a Imprensa se movimenta com protestos contra a pretensão do governador de Caiena, Mr. Charvein, em pretender fuzilar os brasileiros levados prisioneiros pelos franceses. O próprio governador de Caiena coloca como prêmio de um milhão de francos a quem capturar vivo Cabralzinho. Em 25 de setembro de 1895, O governador Charvein, principal responsável pelo massacre de Lunier ao Amapá em 15 de maio, é demitido e substituído por Mr. Lamothe, que recebe autorização para devolver, imediatamente, as bandeiras brasileiras e os prisioneiros encarcerados, para partirem no primeiro navio a sair de Caiena. A reação dos brasileiros e o massacre de amapaenses ocorrido na vila apressou de uma vez a resolução do conflito do Contestado, em 1897, com
Trajano preso, José da Luz Sereja se tornou o capitão da vila do Cunani. Ele será o interlocutor entre a delegação francesa, designada em 1897 para participar da Comissão Mista de Administração, e a delegação brasileira. A comissão, reunindo franceses e brasileiros, tinha a intenção de regulamentar o contencioso do Contestado. Contudo, o rápido crescimento da vila, a diversidade de imigrantes e a animosidade entre as delegações francesas e brasileiras geraram problemas de convivência com assassinatos, roubos e outros tipos de violência. A resolução do contencioso do Contestado, em 1900, pela arbitragem suíça, que definiu o rio Oiapoque como limite da posse entre brasileiros e franceses, põe fim à presença oficial dos franceses na região e na vila do Counani, mas não às relações comerciais e à presença de moradores guianenses. Um termo de compromisso assinado no Rio de Janeiro, em 10 de abril, pelos delegados do Brasil (Ministro Gabriel e Piza) e da França, confiava a resolução do Contestado á arbitragem do presidente da Confederação Suíça, Walter Hauser, e o advogado Barão do Rio Branco (José Maria da Silva Paranhos), especialista experiente em questões de fronteiras, é escolhido para defender o Brasil. Este encargo foi confiado, primeiramente, a Ruy Barbosa, mas este hesitou em assumir a questão, indicando como mais experiente que ele nesses assuntos, seu colega Barão do Rio Branco. Após inúmeros estudos e conferências, a sentença foi pronunciada pelo governo suíço, três anos mais tarde, isto é; em 1º de dezembro de 1900, fixando ao Brasil a posse definitiva da região contestada, que se situava entre o Oiapoque e o Araguari. A data de lº de dezembro ficou consolidada como o nascimento do Amapá como parte territorial integrativa. Fixada a fronteira entre o Brasil e a Guiana Inglesa, mais uma vez parte do pretendido território da Republica foi definido como brasileiro. .Em 1901, novamente Adolphe Brézet se declara presidente de Counani em substituição a Albert Franken.
A 25 de fevereiro de 1901 um decreto legislativo do governo Campos Sales incorporava o território contestado ao estado do Pará. Mas desde 21 de janeiro o governador Pais de Carvalho decretaria a incorporação ao Estado, do território que se achava em litígio. Para o território, que recebeu o nome de Aricari, foi enviado Egidio Leão de Sales, que em fevereiro vai ao Calçoene, onde as bandeiras estrangeiras são arriadas.
de Antonio Napoleão, um deles. Ali foram encontrados vários exemplares em português e francês, de propaganda e legislação da nova República de Brezet. Colocando um policiamento ostensivo em todo o município, e com a ajuda da própria população, Henrique Barros se dirigiu em seguida à vila de Counani, e conseguiu a prisão de mais dois envolvidos: José da Luz e Raimundo Rodrigues Brasil.
Fixada a fronteira entre o Brasil e a Guiana Inglesa em junho, mais uma vez parte do pretendido território da república (que iria até o rio Negro) foi definido como brasileiro.
Todos foram encaminhados à Comarca de Aricari, na sede municipal (Amapá), e colocados à disposição da Justiça. Os inquéritos duraram 15 dias. Após sua conclusão, os revoltosos receberam umas lições de civismo, e em seguida foram colocados em liberdade.
Preocupado com a colonização da região, o governo do Pará, com o aval do governo brasileiro, nomeou um Conselho de Intendência, que passou a vigorar a partir do dia 30 de abril de 1902. Para isso, foram escolhidos o capitão Amaro Brasilino de Farias (presidente do Conselho) e os membros Joaquim Félix Belfort, Daniel Ferreira dos Santos e Manoel Agostinho Batista, que assumiram seus cargos respectivos no dia 15 de maio. Em maio de 1902, Adolphe Brézet, tentando restaurar a República de Gross, começou a encaminhar ofícios à região de Counani, comunicando uma nova proclamação, e as nomeações de Félix Antonio de Souza, Antonio Napoleão da Costa e João Lopes Pereira para seu ministério. O plano de Brézet foi imediatamente denunciado por Daniel Ferreira dos Santos ao intendente Brasilino, que baseado em farta documentação, escreveu imediatamente ao coronel João Franklin Távora que a essas alturas se encontrava em Belém. Este levou o incidente imediatamente ao conhecimento do Governo do Pará que, em seguida, instruiu o primeiro prefeito de Belém, Henrique Lopes de Barros, para ir pessoalmente, acompanhado de uma força policial de 33 praças, comandadas por um oficial, para proceder as sindicâncias necessárias. Ao desembarcar no município de Amapá, em julho de 1902, o prefeito tratou logo de prender os ministros de Brezet que estavam reunidos na residência
Quanto a Brezet, ele resolveu ficar mesmo em Paris, caladinho, em recolhimento. Brézet continuou a fingir e se afligir. Mesmo assim não desistiu. Emitiu selos fiscais em outubro de 1903 e do Tesouro em janeiro de 1905, todos sem a palavra República. O dinheiro auferido com a venda destes selos foi empregada para retomar o estado de Counani. Com apoio inglês, espanhol e colonos ele montou um exército, o pretendido presidente tentou montar uma expedição militar e em 1908 fracassou na retomada da região. Os governos de Brasil, França e Inglaterra agiram para impedi-la. Com o passar do tempo, Brézet se mudou de Paris para Londres e viveu caricatamente dando entrevistas e vendendo concessões. Para facilitar sua tarefa publicou uma série de Livres Rouges du Counani, volumes de propaganda e aberta ficção. Nele sustentava, por exemplo, ter derrotado, com pesadas baixas para os invasores, as tropas brasileiras que tentavam fazer cumprir o laudo suíço. As baixas teriam se dado não só no norte, mas até mesmo em Macapá. O Vaticano teria designado um delegado apostólico para Counani; e em agosto de 1903 teria sido firmado um acordo com as Guianas Inglesa e Francesa sobre o tráfego de navios com a bandeira do Counani. Ele deixou a pseudo-presidência em 1911 e seria supostamente sucedido por Jules Gros Jr, que acabou esquecido. Mas a Republique du Counani há muito era uma ficção
Hoje, Counani é apenas uma lembrança que faz parte da História do atual estado do Amapá, cuja capital Macapá é a única capital brasileira no Hemisfério norte do planeta. Ficaram como lembrança os selos de Counani, pois a filatelia guarda, resgata e ensina. Os selos do Counani se tornaram raridade filatélica; a coleção do Sr. Joaquim Marinho, de Manaus, inclui muitos deles, aqui uma seleção: Selos de 1893
Selos de 1904
Território Contestado Franco-Brasileiro (Firmine – Amazonie)
Na última década do século 19, a descoberta de ouro nos territórios do norte do Brasil incentivou capitalistas franceses e britânicos a investir seu dinheiro na exploração do minério precioso. Como o acesso aos depósitos de ouro de aluvião foi muito difícil, a construção de uma estrada de ferro foi discutida para transportar o ouro para a costa atlântica. According to Dr. Jacques Grasset, writing in the Cinderella Philatelist of July 1988, two companies were formed in the 1890s: the Carsavène Railway Company in Paris, and the Carsavène Mining Company in London. De acordo com o Dr. Jacques Grasset, escrevendo no Cinderella Philatelist de Julho de 1988, duas empresas foram formadas na década de 1890: Em 1894, foi fundada na França, uma companhia com o nome de “Chemins de Fer Economiques du Carsevène“ com a finalidade de explorar o ouro no Rio Caciporé. A referida companhia construiu uma estrada de ferro de 70 km de extensão entre as localidades de Firmine (hoje Calçoene) e as minas de ouro em São Lourenço. E, na mesma época foi fundada a Companhia de Mineração Carsevène em Londres. Both companies merged and created as their local base on the spot a village called Firmine at the banks of the Calçoene (= Carsevène) river. As duas empresas se fundiram. Como base local, se estabeleceram em uma aldeia chamada Firmine nas margens do Rio Calçoene (= Carsevène). Firmine became the commercial center of the area. Firmine tornou-se o centro comercial da área. Estranhamente, não há dados disponíveis sobre as duas empresas. The author did not find any documentary evidence that they ever existed. O autor não encontrou qualquer prova documental de que já tinham existido.Just a company
called “The Carsevenne and Development Anglo-French Gold Mining Company, Ltd.” was discovered. Apenas foi descoberta uma empresa anglo-francesa chamada "The Carsevène and Developments Gold Mining Company Limited". However, this company was founded in 1904. Perhaps it was a follow-up company of the companies in question. No entanto, esta empresa foi fundada em 1904. Talvez fosse uma empresa de acompanhamento das empresas em questão.
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It was Karlheinz Wittig, German expert on Brazilian stamps and president of the ArGe Brasilien eV, who provided a cover that reveals the correct name of the company that had emerged from the two original companies: “Compagnie des Chemins de Fer Économiques du Carsevène”. Foi Karlheinz Wittig, especialista alemão em selos e presidente da ARGE Brasilien eV, que forneceu uma capa que revela o nome correto da empresa que tinha saído das duas empresas originais brasileiras: "Compagnie des Chemins de Fer du Economiques Carsevène". This company printed a set of local postage stamps to be used on letters from the gold fields to Carsevène. Esta empresa emitiu um conjunto de selos postais locais para ser usado em cartas dos campos de ouro para Carsevène. Para atender a demanda por moeda, ou seja, de notas de banco (a maioria dos garimpeiros não tinha nada, mas tinham à sua disposição o ouro encontrado), o governo brasileiro autorizou o “Banque Exotique” a abrir uma agencia na aldeia e emitir dinheiro, notas locais, com um valor nominal de 25, 50, 100 e 500 francos, esse papel moeda foi emitido com os dizeres: “Banque Exotique – Agence de Firmine – Territoire Contesté Franco-Brésilien”. Mas, é confirmada a existência de uma estrada de ferro. Hélio Pennafort, in his article “Histórias do Amapá – Nunca vi rio tao danisco de bom”, published in the Brazilian newspaper Jornal do Dia on May 11, 1997, wrote after describing the discoveries of gold in the contested territory: “France was so interested that it supported the construction of a railway that connected the gold fields of Lourenço and Sidomena and the town of Calçoene... the wagons were overloaded with gold that was reloaded there on ships…” Hélio Pennafort, em seu artigo "Histórias do Amapá - Nunca vi rio tão Danisco de bom", publicado no jornal brasileiro “Jornal do Dia” em 11 de maio de 1997, escreveu depois de descrever as descobertas de ouro no território contestado: A França era tão interessada que apoiou a construção de uma estrada de ferro que ligava as minas de ouro de Lourenço e Sidomena à cidade de Calçoene, os vagonetes chegavam sobrecarregados de ouro que eram embarcados em navios, usando como trapiche as próprias barrancas da margem.
Os selos com a legenda Amazonie, foram emitidos em 1894, e ao que tudo indica, serviram para franquear as cartas que circularam pela ferrovia. Since access to the alluvial gold deposits was very difficult, the construction of a railway was discussed to transport the gold to the Atlantic coast. René J. Beaudoin, a French stamp dealer, provided a brief report about the difficulties of building and maintaining the railway. René J. Beaudoin, um negociante de selo francês, faz um breve relato sobre as dificuldades de construção e manutenção da ferrovia. It was printed in the Écho de la Timbrologie on March 31, 1934. The report is interesting because it mentions the postage stamps that were issued by the aforementioned railway company. Ele foi impresso no Echo de la Timbrologie em 31 de março de 1934. O relato é interessante porque ele cita os selos postais que foram emitidos pela companhia ferroviária acima mencionada. It is headlined “About the origin of the private stamps of Carsévène” and translates: É intitulado "Sobre a origem dos selos
privados de Carsévène" e traduz:“The Carsévène Railway Company, of Paris, and the Carsévène Gold Mining Company, of London, amalgamated to exploit the auriferous sand of the upper Rio Carsévène in the contested territory. "O Carsevène Railway Company, de Paris, e o Carsévène Gold Mining Company, de Londres, amalgamadas para explorar a areia aurífera do Alto Rio Carsévène no território contestado. The companies installed themselves at Firmine, a small village they had founded, and worked there for three years, during 1900, 1901, and 1902. In the first year, a track of 80 kilometers length for a monorail was built along the river. As empresas se instalaram no Firmine, uma pequena aldeia que havia sido fundada, e trabalharam lá por três anos, durante 1900, 1901 e 1902. No primeiro ano, foi construído um monorail numa faixa de 80 quilômetros de comprimento ao longo do rio. The exploitation lasted five months and was abandoned in the rainy season due to the great number of cases of illness and death among the -workers who had been recruited in Jamaica. A exploração durou cinco meses e foi abandonada na estação das chuvas, devido ao grande número de casos de doença e de morte entre os trabalhadores que tinham sido recrutados na Jamaica. Gold in the value of 300,000 Francs was -gained. Nesse primeiro ano a exploração do ouro rendeu um valor de 300.000 Francos. During the second year, the exploitation lasted six months and yielded 750,000 Francs in gold and auriferous sand. Durante o segundo ano, a exploração durou seis meses e rendeu 750 mil francos em ouro e areia aurífera. Finally, in the third year, the companies installed a modern rock mill but could recruit fewer workers from Jamaica because the Jamaican governor opposed the engagement of workers due to the large number of deaths. Finalmente, no terceiro ano, as empresas instalaram um moderno moinho de pedra, para poder recrutar menos trabalhadores da Jamaica porque o governador jamaicano era contrário a contratação de trabalhadores, devido ao grande número de mortes. The exploitation lasted only a very short time and was soon -abandoned. A exploração durou apenas um tempo muito curto e logo foi abandonada. During these three years of the exploitation (1900, 1901, 1902) a series of private postage stamps was issued to be used on the letters of the companies and on those of the numerous prospectors who lived along the banks of the river. Durante estes três anos de exploração (1900, 1901, 1902) uma série
de selos postais privados foi emitido para ser usado nas cartas das empresas e nas dos inúmeros garimpeiros que viviam ao longo das margens do rio.The stamps paid the fees for the transportation of the correspondence to the harbour of Pará from where letters destined to France were forwarded to Cayenne where they got stamps from Guyana.” Os selos cobriram as taxas para o transporte da correspondência para o porto do Pará, de onde cartas destinadas à França foram enviadas a Caiena para receberem selos da Guiana para prosseguirem". The last sentence of this report is unclear because the stamps reportedly paid only the postage to Carsevène. A última frase deste relatório é discutível, pois os selos teriam pago apenas o frete para Carsevène. Since an additional postage for letters with destinations abroad was affixed in Cayenne or Pará, the postage between Carsevène and Cayenne or Pará would have been unpaid unless the Amazonia stamps were vaild for these routes, too. Uma vez que um porte postal adicional para cartas com destinos ao exterior foi aposto em Caiena ou Pará, o porte entre Carsevène e Caiena ou Pará teria sido não remunerado, a menos que os selos da Amazônia fossem válidos para essas rotas, também. The set consists of six mono-colored values that were printed on tinted paper and have a common design.O conjunto é composto de seis valores monocolorido que foram impressos em papel colorido e têm um projeto comum. The perforation gauges 11½. A perfuração mede 11½. The denominations and colors are: 5 (centimes) green, 10 (centimes) brown, 25 (centimes) red, 50 (centimes) orange, 1fr. As denominações e as cores são: 5 (cêntimos) verde, 10 (cêntimos) marrom, 25 (cêntimos) vermelho, 50 (cêntimos) laranja, 1Fr blue, and 5fr.azul, e 5Frviolet. violeta. The stamps have an ornamental frame that includes a scene from the region with a tropical tree on each side, a palm tree at left and a rubber tree at right, and a harbour with two sailing vessels in the -background. Os selos têm um quadro decorativo, que inclui uma cena da região com uma árvore tropical em cada lado, uma palmeira na esquerda e uma árvore de borracha na direita e um porto com dois navios à vela no fundo. Under the palm tree is a seated European adventurer with pith helmet and walking stick, and in front of the rubber tree a native Indian with shield and spear. Sob a árvore de palma
aparece um aventureiro europeu sentado com capacete de cortiça e bengala e na frente da seringueira um indígena com escudo e lança. On top is a five-pointed star (the star of Counani?) between the branches of the trees. Na parte superior, entre os galhos das árvores, tem uma estrela de cinco pontas (a estrela de Counani?). At the bottom it reads “Poste”. Na parte inferior se lê "Poste". In the center is the figure of value in an ornamental shield with the word “Amazonie” above and a scroll below. No centro está a imagem do valor em um escudo ornamental com a palavra "Amazonie" acima e um rolo de papel abaixo. According to LN & M. Williams, the stamps were printed in Paris during the summer of 1899 and issued in the autumn of that year. De acordo com a LN & M. Williams, os selos foram impressos em Paris durante o verão de 1899 e emitido no Outono do mesmo ano. At first an imperforate essay was produced. A princípio um ensaio imperfurado foi produzido. It is a 50 centimes value printed in red and inscribed “Amazonie française”, an alternative term for French Guyana. É um valor 50 cêntimos impresso no vermelho e com a inscrição "Amazonie française", um termo alternativo para a Guiana Francesa. The word “française” was replaced by a scroll in the original stamps for political reasons, to avoid conflicts with the postal authorities of French Guyana and, particularly, of Brazil, because the affiliation of the contested territory to one of these two countries was still unclear, and negotiations pending at the time the stamps were produced. The Amazonia stamps were recorded first in 1901. The Stanley Gibbons Monthly Journal printed a short note on June 29, 1901. Only four values were reported, the 5 and 10 centimes values were still unknown. A palavra “française” foi substituída nos selos por um rolo de papel e nos carimbos, por razões politicas, para evitar conflitos com as autoridades postais da Guiana Francesa e, particularmente, do Brasil, porque a filiação do território contestado a um desses países ainda era pouco clara, e as negociações ainda pendentes no momento em que os selos estavam sendo produzidos. Os selos da Amazônia foram registrados pela primeira vez em 1901. O Stanley Gibbons Jornal Mensal publicou uma pequena nota em 29 de junho de 1901. Apenas quatro valores foram relatados, os 5 e 10 cêntimos valores ainda
eram desconhecidas. Ever since, the stamps have only been described a few times in the literature. Desde então, os selos só foi descrita algumas vezes na literatura. Even a bank, the “Banque Exotique” opened an office in the village.
Estado Independente do Acre As primeiras correntes migratórias se dirigem para os vales do Purus e do Tarauacá, no rastro da descoberta da borracha no século XIX, pelo homem branco. A presença de brasileiros na região - que, conforme estipulavam os tratados de Madri (1750) e Santo Ildefonso (1777), integrava a Bolívia atual implicou na elaboração de outro acordo, entre o Brasil e a Bolívia. Foi o Tratado de Ayacucho de 1867 que fixou a fronteira entre os dois países pela confluência dos rios Beni-Mamoré, no rumo do Leste - uma linha de demarcação ainda pouco definida. A grande seca de 1877-79 no Nordeste provoca a fuga sucessiva de nordestinos, principalmente cearenses, para o Acre, em busca de terras para plantar. Já em 1890 após a nova seca de 1888-89, portanto, extensas faixas do território acreano são ocupadas por imigrantes brasileiros, burlando o Tratado de Ayacucho. Em 1895 foi nomeada uma Comissão Demarcatória encarregada de definir os limites entre Brasil e Bolívia de acordo com o estabelecido no Tratado de Ayacucho de 1867. O Chefe da delegação Brasileira, o Cel. Thaumaturgo de Azevedo constatou que ratificando o Tratado existente o Brasil perderia vasta região rica em látex. Na época o Ministro brasileiro não aceitou os argumentos do Cel. Thaumaturgo, que pediu demissão e na imprensa mobilizou a opinião nacional. O novo Comissário capitão-tenente Cunha Gomes obedeceu a Chancelaria e aceitou os termos do velho tratado.
O governo boliviano enviou para o Alto Acre uma expedição militar de 30 praças, comandada pelo Major Benigno Gamarra.
chegada a hora de expulsar o delegado boliviano, Moisés Santivanez, que havia substituído Paravicini no comando de Puerto Alonso.
Com inúmeras dificuldades (fome, etc.) em setembro de 1898 a expedição conseguiu chegar à vila de Xapuri, onde anunciou que fundaria uma Delegação Nacional.
Intimadas, as autoridades bolivianas não resistiram ao movimento revolucionário e partiram para Manaus. Mesmo sem o disparo de um tiro, estava iniciada oficialmente a Revolução Acreana com a assinatura de um manifesto por mais de 60 proprietários de seringais. Para dar direção ao movimento foi estabelecida uma Junta Central Revolucionária.
Insatisfeitos, alguns brasileiros, tendo à frente o Coronel da Guarda Nacional Manuel Felício Maciel, intimaram aos bolivianos que se retirassem imediatamente dali, o que acabou ocorrendo no dia 30 de novembro de 1898. Em 02 de janeiro de 1899 chegou ao Acre, por via fluvial, com a concordância do governo brasileiro, o ministro Plenipotenciário Boliviano Dom José Paravicini que efetivamente instalou uma aduana e um povoado denominado Puerto Alonso, em terras do Seringal Caquetá, pouco acima da famosa Linha Cunha Gomes. Paravicini baixou sucessivos decretos, dentre os quais, o polêmico ato de abertura dos rios amazônicos ao comércio internacional, que feria profundamente a soberania brasileira. Arrecadou grandes somas com os impostos sobre a borracha, exigiu a imediata demarcação dos seringais e a regularização das propriedades, até então registradas no Estado do Amazonas, causando temor aos habitantes dos altos rios acreanos. A revolta começava a tomar corpo entre seringueiros brasileiros que não se conformavam em ter que obedecer a autoridades estrangeiras, enquanto multiplicavam-se as denúncias de violências cometidas contra brasileiros que se sentiam cada vez mais ameaçados em seus direitos. Com a partida do ministro boliviano para Belém, depois dos chamados “Cem dias de Paravicini”, os acreanos decidiram se unir para lutar contra a dominação boliviana. Em 1º de maio de 1899 seringalistas reunidos no Seringal Bom Destino, de Joaquim Vitor, sob a liderança do jornalista José Carvalho decidiram que era
Pouco tempo depois, José Carvalho retornou para Manaus doente de impaludismo. Luis Galvez, então repórter em Belém, descobriu e denunciou nos jornais paraenses (03/06/1899) a existência de um acordo secreto estabelecido preliminarmente entre diplomatas da Bolívia e dos Estados Unidos da América, que formalizava uma aliança entre os dois países. Em caso de guerra entre o Brasil e a Bolívia pelo domínio do Acre, os Estados Unidos apoiaria militarmente a Bolívia. Isso chocou a opinião publica brasileira, apesar das autoridades bolivianas e norte-americanas negarem estas denúncias. Com patrocínio do Governo do Amazonas, Galvez viajou ao Acre e com os seringalistas funda o Estado Independente do Acre, já que o governo brasileiro continuava reconhecendo os direitos bolivianos sobre o Acre. Em 14 de julho de 1899 (aniversário da Queda da Bastilha), foi criado o Estado Independente do Acre, com capital na Cidade do Acre (como passou a ser chamada Puerto Alonso) e Luiz Galvez foi escolhido, por aclamação, como Presidente do novo país. .Não foi bem da maneira que conta Márcio Souza no divertido Galvez, Imperador do Acre. O espanhol proclamou uma república independente e, para
forçar o reconhecimento internacional e poder passar a cobrar taxas de exportação da borracha, promoveu um boicote da venda deste produto. No dia seguinte, pelo decreto nº 1, de 15 de julho de 1899, Luiz Galvez Rodrigues de Arias, chefe do governo provisório, proclama a independência do Estado do Acre e cria o Estado Independente do Acre. Logo Galvez organizou internamente o Acre e inúmeras correspondências foram expedidas para diversos países da Europa e da América para obter o reconhecimento internacional do novo país. Galvez organizou o novo país em diversos aspectos: saúde, educação, forças armadas, legislação, etc. Criou a bandeira, o hino, as armas. Baixou 27 decretos, parte destas leis, avançadas para a época, prejudicavam interesses de alguns seringalistas. Pelo decreto nº 15, Galvez organiza os correios e, encomenda à Casa Impressora Monckes, de Buenos Aires, a confecção de diversos selos com valores diferentes. Em 2009, o texto de Evaldo Ferreira, no site Tarauacá Noticias, citava: Você pagaria US$ 5 mil por um pequeno pedaço de papel de 2,5 x 3,5 cm? Não? Pois saiba que existe gente que pagaria até mais para ter a posse do selo mais raro do Brasil e um dos mais raros do mundo, o Selo do Acre, do qual, 101 anos depois de sua exígua circulação, restam apenas seis exemplares, segundo um dos seus possuidores, o empresário Joaquim Marinho, de Manaus. Impresso em amarelo, com centro verde, tem no medalhão a reprodução de um arbusto, que tanto pode ser de tabaco, de café ou de uma seringueira (o desenho não é dos mais esclarecedores). Vem encimado pela estrela solitária, que até hoje identifica o Acre. Do lado esquerdo, a reprodução de uma casa de caboclo, de palha, e, do lado direito, uma tartaruga, estranhamente, apoiando-se numa só pata e olhando para o alto. Até hoje não apareceu um pesquisador ou historiador que explicasse o fato. Na parte superior do selo o ano da emissão, 1899, e a palavra Correio, na posterior, 300 réis. Um círculo duplo cerca o medalhão central com os dizeres "Estado Independente do Acre", no alto e "Pátria
e Liberdade", em baixo. A denteação é 10 1/4 e o processo de impressão usado foi o da litografia em papel linho. Ainda sobre a impressão feita na Argentina. Galvez morou vários anos lá, onde trabalhou no serviço diplomático. A confecção dos selos foi de responsabilidade da Casa Impressora Monckes, de Buenos Aires, onde foram impressos 50.000 selos em folhas com 50 exemplares, despachados para o Acre, via Manaus, e apreendidos por uma canhoneira brasileira que, após a saída de Galvez, dirigia-se ao Acre para contornar a situação. Os selos foram incinerados, sobrando apenas uma folha de 50 exemplares que havia sido enviada a Galvez como prova. Acredita-se que estas provas foram distribuídas por ele entre os amigos. Em 1978 Marinho viajou até Buenos Aires para pesquisar junto à Casa Monckes, mas esta não existia mais. É sabido que todos os selos foram destruídos, porém, são conhecidos alguns exemplares remanescentes de uma única folha que havia sido enviada como amostra. Existe um único múltiplo conhecido, tratando-se de um par horizontal. A oposição, liderada pelo seringalista Antônio de Souza Braga, depôs Galvez no dia 28 de dezembro de 1899, tornando-se o novo Presidente do Acre. Incompetente, Braga chamou de volta Galvez, que assumiu novamente a Presidência no dia 30 de janeiro de 1900. O governo federal mandou para o Acre uma força tarefa da marinha brasileira para destituir Galvez e devolver o Acre ao domínio boliviano. Isto aconteceu, sem resistência, no dia 15 de março de 1900.
Os boatos tornam-se realidade, em 11 de julho de 1901 a Bolívia assina um contrato de arrendamento do Acre com um sindicato formado por capitalistas norte-americanos e ingleses, liderados por Whitridge. Logo depois chegou ao Acre D. Lino Romero, autoridade boliviana encarregada de preparar o Acre para o sindicato, que seria instalado em 2 de abril de 1902. Após esta enorme bomba, ameaça concreta à soberania brasileira sobre a Amazônia, o governo começa a tomar ciência, mas sem eficiência. O Governo Campos Sales (1898/1902) não quis envolver-se na questão do Acre, pois tinha outras prioridades, tais como estabelecer conversações com os bancos credores e tentar negociar uma saída para a questão da dívida interna e a concessão de um empréstimo no valor de 10 milhões de libras esterlinas, a ser utilizado para o pagamento dos juros da dívida externa brasileira nos três anos seguintes. Ficou a cargo do Governo do Amazonas patrocinar a revolução acreana, para o comando desta revolução foi chamado o gaúcho José Plácido de Castro (1873-1908), um agrimensor estabelecido há alguns anos na região. Com alguns seringalistas começou a luta no dia 6 de agosto de 1902, em Xapuri. No dia 24 de janeiro os bolivianos são vencidos e Puerto Alonso tornou-se Porto Acre. O objetivo era a anexação ao Brasil, mas o Acre permaneceu num primeiro momento como território independente. E o Brasil, o reconheceu como região em conflito. O Exército brasileiro controlava parte do território e Plácido de Castro controlava sua porção mais ocidental. Nesse mesmo ano porem o Exército desarmou Plácido de Castro. Como afirma o historiador Antonio Alves, presidente da Fundação Elias Mansour (que faz as vezes de secretaria de cultura do estado): “Um estado que tinha o segundo produto de exportação, com um líder carismático, um exército autônomo, um povo em armas, era muito perigoso para o Brasil”.
Paralelamente, o Barão do Rio Branco negocia o Tratado de Petrópolis, pelo qual a Bolívia reconheceu a soberania brasileira sobre o Acre em troca de alguns milhares de libras esterlinas e da promessa de construção de uma ferrovia que possibilitaria a saída dos produtos bolivianos pelo Atlântico. Plácido de Castro é assassinado poucos anos depois. Mas temeroso daquele povo em armas, o governo brasileiro criou a figura esdrúxula do território para enquadrar o Acre. Prossegue Antonio Alves: “O Brasil é uma república federativa, é a união dos estados da federação. Mas cria-se um território que não é estado. Ele pertence e é administrado pelo conjunto dos outros estados e passa a ser governado por interventores federais. Isso cria na população um sentimento de revolta“. Neste longo período sem autonomia, o Acre só vai se tornar estado em 1962, foi criado um sentimento oposicionista na população, que às vezes ganhava até um tom meio separatista”. Em 1913, com a introdução no mercado da borracha plantada pelos ingleses na Malásia, o preço da borracha amazônica despencou e o Acre começou a viver um longo período de decadência econômica, período esse brevemente interrompido durante a Segunda Guerra Mundial. Muitos se foram, mas os seringueiros que ficaram obtêm a permissão para plantar (atividade proibida no auge da borracha). Começou a haver agricultura. Também outras riquezas da floresta passam a ser exploradas, como: castanha, madeira, pele de animais, óleos, ervas etc. Inicia-se uma nova ocupação da floresta. Forma-se assim uma economia um pouco mais diversificada, realmente florestal e uma sociedade cuja convivência com a floresta deixou de ser de conflito com os índios, de conquista, de colonização. Estabelece-se um padrão civilizatório com uma vertente indígena e uma vertente nordestina muito forte. Passa-se a ter a formação da consciência de um povo, noção de regionalidade e uma linguagem comum.
Sociedade Colombo – Alemã de Transportes Aéreos - SCADTA A Companhia Colombiana de Navegação Aérea foi fundada em 26/09/1919, em Medellín. Alguns meses depois, em 03/12, foi realizado o primeiro contrato para o transporte de correspondência aérea, entre o Governo Nacional e esta Companhia. Dois dias depois, é fundada em Barranquilla, a Sociedade Colombo-Alemã de Transportes Aéreos, mais conhecida pela sigla SCADTA. A SCADTA foi fundada por cinco negociantes colombianos, sendo três deles germano residentes, a partir de uma iniciativa do austríaco Peter Paul von Bauer. Suas primeiras aeronaves foram dois hidroaviões Junkers F13 que, quando entregues, vieram conduzidos por pilotos alemães que, depois, ficaram atuando no local, inaugurando uma prática que passaria a ser a usual. A empresa começa a voar em 1920, unindo Bogotá ao porto de Barranquilla, uma distância de 650 milhas, que os aviões percorriam em sete horas. O mesmo percurso entre os dois destinos, até então realizado apenas por um combinado trem-barco (não raro, também mulas e cavalos) e que demorava uma semana no período das chuvas, mas poderia chegar a um mês no período das secas. Barranquilla era estratégica tanto para alcançar o interior do país, através do rio Madalena, como para “facilitar a ligação entre o Pacífico e os portos do Caribe, o que convenceu o governo colombiano a dar suporte a qualquer tentativa de vencer a distância por ar”.
Para voar na Colômbia e alcançar sua capital Bogotá, entretanto, os aviões precisaram de várias adaptações, entre elas a de um radiador para resfriamento e uso de rodas de automóvel, pois, a “América do Sul, como foi logo aprendido, não era a Europa”, estas e outras dificuldades tornaram mais morosa a expansão e mesmo a continuidade dos serviços. Diante do fracasso da Cia. Colombiana de Navegação Aérea, em 04/10/1920, a SCADTA assume o manejo do Correio Aéreo, o que levou a entrada de Peter Paul Von Bauer no negócio, na virada de 1920 para 1921. Ele vivera na América do Sul entre 1908 e 1916, retornando a Colômbia em 1920, como representante da fabricante alemã de aviões Junker. A SCADTA passa a emitir seus próprios selos. No fim desse mesmo ano, deu início à venda nos Consulados Colombianos do exterior, os selos da SCADTA, para o transporte aéreo no território nacional, do correio dirigido de outras Nações. Os selos tem uma sobrecarga impressa de uma sigla que identifica o país de origem. A correspondência chegava de barco até Barranquilla e, dalí era transportada por avião. As emissões dessa Companhia duraram até 01/01/1932, quando o Governo da Colômbia assumiu a emissão de todos os selos aéreos. Em 1922, Paul Von Bauer tornou-se diretor da SCADTA, geógrafo de formação, criou na empresa uma divisão científica para realizar pesquisa aérea e mapeamentos para o governo; também estabeleceu ligações com várias capitais europeias e outras grandes cidades, incluindo Nova York, onde instalou agências com farto material promocional e “selos especiais (impressos com temas colombianos), nelas e na maioria dos consulados colombianos, de maneira que o mundo logo soubesse que a SCADTA havia chegado e era ´a` empresa aérea na América do Sul.”
O crescimento da SCADTA, cujas linhas alcançavam inclusive os Estados Unidos em 1924, levou Von Bauer a pensar numa SCADTA Internacional. Precisando de mais aviões e de financiamentos, retornou a Alemanha, quando nasce a nova empresa, a Condor Syndikat, uma associação entre a Deutscher Aero Lloyd A. G., predecessora da Luft Hansa, com a Schlubach, Theimer and Co, de Hamburgo e a própria SDACTA. “não é claro o porquê do nome Condor, um abutre andino, ter sido escolhido. Ele não é nativo da Alemanha.” A Condor Syndikat não seria propriamente uma empresa aérea, embora por um curto período tenha atuado como tal no Brasil, mas talvez estivesse mais aproximada do que hoje são as empresas de logística.
guarnição da Marinha de Guerra do Brasil, encarregada do Posto Oceanográfico existente na ilha. Embora um grão no oceano, esta ilha tem uma história fascinante de Filatelia, a do autoproclamado James I, Príncipe de Trinidad, que viveu um sonho. Nascido James Aloysius HardenHickey em San Francisco, Califórnia, em 8 de dezembro de 1854, ele era o filho de um rico garimpeiro de ascendência irlandesa. Sua mãe era francesa e na primeira oportunidade, levou o menino para Paris, para a França do imperador Louis Napoleon III e longe do faroeste sem lei. James Aloysius cresceu tendo o imperador Napoleão como seu modelo. Até cortou a barba da mesma forma como o Imperador francês. Em 1870, o Império de Louis Napoleon caiu para os alemães e começou a era da terceira República francesa. Com a idade de vinte anos, Harden-Hickey entrou a Ecole de Saint-Cyr, a famosa academia militar francesa onde ele se tornou um excelente espadachim, mas sua carreira militar veio a um fim abrupto, quando, recebendo um coice de um cavalo sofreu uma lesão cruel e duradoura que o fazia mancar. Então, incapaz de cumprir uma carreira no exército, como oficial e sem uma profissão, Harden-Hickey entrou para a alta vida parisiense e um mundo de ricos e famosos. Ele se tornou um escritor, jornalista e duelista e freqüentava o "bairro latino"; deu festas pródigas e desperdiçou uma grande parte da riqueza de sua família.
Principado de Trindade A Ilha de Trindade que fica a 1.140 km da costa brasileira, à altura da Capital do Espírito Santo. Tem cerca de 8 km2 e é atualmente ocupada por uma
Em 1878, James Aloysius Harden-Hickey se casou com a Condessa de Saint-Pery. Nesse mesmo ano, publicou Le Triboulet, uma revista satírica, e ao mesmo tempo escrita no estilo de irreverencia, seu conteúdo dedicado ao catolicismo e a causa monárquica. Durante 10 anos Harden-Hickey foi o editor do Le Triboulet, contestou muitos processos judiciais, foi multado em mais ou
menos 300.000 francos e acabou enfrentando uma deportação como americano indesejável. O governo francês desaprovava comentários antirrepublicanos e como Harden-Hickey não tinha renunciado a sua cidadania americana, fontes do governo fecharam Le Triboulet e expulsararam-no da França em 8 de agosto de 1888. Com sua vida e a carreira profissional em farrapos, se divorciou de sua esposa, e buscou um novo desafio, partiu em uma viagem de um ano em volta do mundo. Partiu de Londres, a bordo do navio Astoria, no Outono de 1888, ele pode ter observado a remota ilha de Trinidad (não deve ser confundida com a conhecida ilha de Trinidad, que pertencia às Índias) em suas viagens através do Atlântico Sul. Experiências na Ásia e no Extremo Oriente o inspirou a escrever um livro sobre o budismo. Em 1890, Harden-Hickey mudou-se para a América, estabeleceu-se em Nova Iorque e casou-se com Miss Annie Harper Flagler, filha do financista milionário John H. Flagler. Cansado do mundo de negócios nada romântico do seu sogro, na Florida, de hotéis, fazendas de gado, minas e petróleo, talvez inspirado pelo escritor britânico e aventureiro E. F. Knight cujos livros "O cruzeiro do falcão", em 1881 e novas aventuras a bordo do "Alerte" em 1889, em busca do tesouro pirata nesta remota ilha de 5 por 3 milhas, no Atlântico Sul. Knight escreveu "... Trindade certamente parece um lugar selvagem e pouco convidativo, uma massa precipitada de rocha vulcânica estéril com elevados cumes inacessíveis, toda a superfície preenchida com picos como agulhas afiadas..." só não posso explicar por que ele voltou sua atenção para esta ilha rochosa pouco atraente. James Aloysius de repente anunciou na primeira página do New York Tribune, datada de domingo, 5 de novembro de 1893, de sua tomada de posse da ilha desabitada e da criação do Principado Independente de Trindade, com o título de "Rei James, o primeiro do Principado de Trindade". Enviou uma proclamação a vários países, noticiando e propondo colonizar a ilhota para cultivar as artes e
ciências. Chegou a instalar uma chancelaria no nº 217, oeste 36ª Street em Nova York. E seu amigo Conde de La Boissiere, foi nomeado Ministro dos negócios estrangeiros. Títulos foram vendidos para incentivar os colonos e os investidores e um conjunto de selos foi emitido, impresso em Viena, Áustria. Em 15 de outubro de 1894, a Chancelaria de Trindade em Nova York, emitiu um decreto oficial da "administração postal do Principado de Trindade" anunciando a emissão de um conjunto de selos postais. Por este meio, o público é informado que no dia primeiro de novembro de 1894, os seguintes selos serão emitidos: 5 cêntimes em verde e preto, 10 cêntimes em marrom e preto, 25 cêntimes em azul e preto, 50 cêntimes em laranja e preto, 75 cêntimes em lilás e preto, 1 franco em vermelhão e preto, 5 francos em cinza e preto. Estes selos têm a forma de um retângulo e apresentam uma vista da ilha com um veleiro e a legenda: Principauté de Trinidad – Timbre Poste et Fiscal. Além disso: Envelopes em 5 cêntimes e 15 cêntimes em papel branco e amarelo, cartões postais 10 x 10 de em 5 e 10 cêntimes no cartão amarelo com o selo impresso semelhante aos selos postais, carta postal (inteiro postal) de 15 cêntimes em cartão azul e rosa.
Os selos foram oferecidos à venda por Stanley Gibbons na revista mensal na edição de 28 de fevereiro de 1895. Um conjunto completo, composto por sete valores estava em oferta por 12 xelins. Estes selos foram retirados da venda
As emissões dos selos projetadas por James Aloysius Harden-Hickey não chegaram a circular, pois não existiam habitantes na Ilha de Trindade. Os selos foram mencionados pela primeira vez em vários periódicos filatélicos, no início de 1895. Para Stanley Gibbons esta leitura: Nós recebemos uma longa carta de um correspondente, em quem nós temos toda a confiança, assegurando-nos que Príncipe James e sua ilha no meio do Atlântico, sua emissão de selos e da mesma forma sua ordem de Croix de Trinidad, são perfeitamente genuínos e respeitáveis e em todos os sentidos para ser elogiado. O governo do Principado é uma "ditadura militar"; nada poderia ser mais satisfatório, especialmente enquanto a ilha permanece desabitada. Para os quais temos apenas a resposta, que se se for assim, e se os selos são emitidos para alguma finalidade postal autêntica, não deveria importar com o príncipe James ou com os amigos dele, se os colecionadores devem comprá-los ou não; se por outro lado, eles foram fabricados exclusivamente para venda para colecionadores, seria melhor deixar o Príncipe James colecioná-los ele mesmo. Em qualquer caso, nossos leitores não perdem nada por esperar.
No dia 3 de janeiro de 1895, o navio de guerra britânico Barracuda ancorado ao largo da costa, desembarcou tropas na ilha de Trindade. Os britânicos tinham a intenção de construir uma estação de cabo. Eles tinham tomado posse, afirmando que a ilha era britânica desde que Edmond Halley pôs os pés na ilha 200 anos antes. O Brasil, por outro lado, tinha idéias diferentes sobre soberania e somente a mediação pelo governo português desativou a situação. O governo britânico, por conseguinte, abandonou a idéia. Embora a disputa entre Brasil e Grã-Bretanha sobre a controvérsia da soberania estava perturbada. De la Boissiere dirigiu uma carta de protesto a Richard Olney, o Secretário de estado dos Estados Unidos, exigindo que os Estados Unidos. interviesse.
GRANDE CHANCELARIA DO PRINCIPADO DE TRINDADE" 217, Oeste 36ª Street , Nova Iorque, Estados Unidos da América Nova Iorque , 30 de julho de 1895 "A sua Excelência o senhor Secretário da República dos Estados Unidos da América do Norte, Washington , D.C." (Em parte....) Excelência – tenho a honra de recordar a sua memória: 1. no curso do mês de setembro de 1893, Barão Harden-Hickey notificou oficialmente a todos os poderes de sua tomada de posse da desabitada ilha de Trindade ; e 2. que no decorrer do janeiro de 1894, renovou a todos estes poderes a notificação oficial da referida tomada de posse e informou-lhes ao mesmo tempo que, a partir dessa data, que a terra seria conhecida como "Principado de Trinidad;" que ele tomou o título de "Príncipe de Trinidad" e teria a reinar sob o nome de James. ... Eu imploro a vossa excelência para pedir ao governo dos Estados Unidos da América do Norte para reconhecer o Principado da Trindade como um estado independente e para chegar a um entendimento com as outras potências americanas a fim de garantir a sua neutralidade... Na expectativa de sua resposta, aceite, por favor. Excelência, a expressão da minha elevada consideração. O Grão Chanceler, Secretário estrangeiros, Conde de La Boissiere
dos
negócios
A carta de La Boissiere teve pouco efeito; o Secretário de Estado dos EUA ignorou o protesto e passou cópias da carta para a imprensa, que por sua vez ridicularizou o Chanceler e o Principe James, com uma exceção: O New York Times. Henri Pene du Bois, o crítico de arte americano de renome e seu editorchefe do jornal, Henry N. Carey, escreveu sobre sua situação. James Aloysius Harden-Hickey, tendo sido ridicularizado e despossuído de seu território da ilha, sentiu amargamente, ao longo dos próximos anos, ele viveu uma vida de tristeza recolhido em seu rancho, no México. Até tentou planejar uma invasão contra a Inglaterra com ex-patriotas de seu lar ancestral na Irlanda, mas foi incapaz de ganhar o apoio financeiro do seu sogro. Ele culpou os britânicos por sua intervenção da ilha dois anos antes. No dia 2 de fevereiro de 1898, Harden-Hickey saiu do México indo para a Califórnia. Ele interrompeu sua viagem e deixou o trem em El Paso, Texas, se hospedou em um hotel. Ele então passou vários dias sozinho e deprimido. Em 9 de fevereiro, no fim da noite, Harden-Hickey tomou uma overdose de comprimidos de morfina; seu corpo foi encontrado na manhã seguinte. Ele deixou uma nota de suicídio endereçada à sua esposa que dizia, em parte... "Devo ter provado o cálice da amargura até a borra, mas eu não reclamo. Adeus. Eu perdôo sua conduta em relação a mim e a confio que você será capaz de perdoar a si mesmo. Eu prefiro ser um cavalheiro morto do que um vilão como seu pai." Esta Cinderela do Principado de Trindade foi produzida por John Souza de Lowell, Massachusetts, U.S.A. em 1970. Ele mostra um retrato do Príncipe James I e os anos da sua vida, 1854 – 1898. A etiqueta é impressa em preto sobre papel verde. Nada se manteve do "Principado de Trindade", exceto os selos e a ilha é claro; Agora, um centro de investigação oceanográfica instituído pelo governo brasileiro.
Esta etiqueta de origem desconhecida mostra uma silhueta da ilha de Trindade e valor de "5C". É impressa em verde no papel fibroso, a qualidade da produção é muito pobre. Escrito por Robert D. Shaw
Os selos postais da República Independente da Guiana. Wolfgang Baldus, Heilwigstr. 85, 81827 Munique, Alemanha, artworkbaldus@smp-munich.de
De outubro de 2005 Inspirado por Thomas Whigham (Professor de história-Universidade da Geórgia) Somente por ocasião da morte do “Príncipe” é que foram encontrados os selos na sua bagagem, além da sua coroa de ouro e insígnias de uma “Ordem de Trindade” criada por ele.
http://meuamapanahistoria.blogspot.com.br/2013/08/a-republica-docunani-no-contestado.html http://www.senado.gov.br/senadores/Senador/jsarney/Historia_Amapa/sarney_12 _novaOcupacao.pdf http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/1029/57.pdf? sequence=4 http://www.alem-do-amazonas.com/artigo/historia-artigo/a-republica-decounani-o-homem-que-queria-ser-rei/ http://www.worldstatesmen.org/Brazil.html#Acre
1894 – Os raros selos da Ilha Trindade, 5 e 10 centimes, novos, com marca de charneira. Valor estimado de R$ 4.100, em 2005. Os selos acima existem com a sobrecarga “Officiel”. Selos com sobrecarga espécime são extremamente raros e existem somente dois cancelado cópias dos carimbos de Trindade. Selos do Principado de Trindade são vistos em ocasiões muito raras em leilão. Algumas consultas:
http://www.clube-filatelico-do-brasil.com/news/acre-bolivianoindependente-e-brasileiro-aspectos-filatelicos-do-estado-independente-do-acrepor-rubem-porto-jr-/ http://tarauacanoticias.blogspot.com.br/2009/10/voce-pagaria-us-5-milpor-um-pequeno.html http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2009/resumos/R4-25151.pdf http://www.oselo.com.br/newsdesk_info.php? newsPath=13&newsdesk_id=168&Sid=507c7ed7f1f8c307339eb4f62d1da23f