MinistĂŠrio da Cultura e Merial apresentam
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PRODUÇÃO CULTURAL
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REALIZAÇÃO
O Olhar de Cesar Machado O grande desafio para o fotógrafo profissional é conseguir transmitir a emoção por meio da imagem capturada. O momento, o instante exato do fato é congelado no click da máquina. Mas o contexto que envolve uma boa fotografia é maior e mais difícil de ser mostrado. Apesar da experiência adquirida ao longo de vários anos fotografando no campo, cada instante é único e o desafio não é menor. Ao contrário, a bagagem acumulada aumenta também a responsabilidade e exige que seu trabalho seja cada vez melhor. Essa constante perseguição pela perfeição faz de Cesar um profissional diferenciado. As fotografias selecionadas para compor esta obra parecem mostrar que o seu autor é parte integrante do cenário. Seu olhar privilegiado parece ter congelado os instantes e os transformados em autênticas pinturas da natureza. Cesar faz da máquina fotográfica uma extensão de seu olhar. É como se homem e máquina fossem um só. São mais de 25 anos dedicados à fotografia, a maioria deles com olhar diferenciado para a pecuária e a agricultura. Ele sabe, como ninguém, capturar emoções e sensações com seu equipamento fotográfico. Quem vê suas fotografias é transportado imaginariamente para o ambiente fotografado. Magia possível de ser realizada somente por quem é um mago da fotografia. Histórico Cesar Machado é natural de Santa Cruz do Sul (RS) e o seu trabalho é considerado referência no agronegócio. Atualmente trabalha como fotógrafo para o jornal Gazeta do Povo (PR), mas também já emprestou sua experiência para outros veículos, como o jornal Zero Hora (RS) e Agência Estado. A Agência Fotográfica Agrostock, sob seu comando, é um dos maiores e mais importantes bancos de imagens sobre o agronegócio e seus segmentos. Tem em seu currículo entre outros prêmios 3 fotos selecionadas entre as melhores do mundo no concurso Objettivo Agriculture na Itália e o Prêmio New Holland, o maior reconhecimento de qualidade do agronegócio Brasileiro.
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A ocupação das terras brasileiras durante o período de colonização foi feita pelos mais diferentes interesses econômicos, políticos e pessoais. O sistema de Capitanias Hereditárias, implantado em 1534 pelo rei de Portugal Dom João III, concedia terras a pessoas bem relacionadas com a Coroa que as compartilhavam com amigos e parentes. Nessa época a economia era baseada no extrativismo com poucas e raras culturas agrícolas. Embora historiadores tenham registrado a presença de gado no Brasil a partir de 1534, sua criação se dava para a subsistência e para o trabalho em moendas. Naquele período, era inimaginável a força que a agropecuária viria exercer na economia mundial. As Capitanias Hereditárias duraram pouco mais de 200 anos, sendo extintas por Marquês de Pombal, em 1759. Durante esse período, não foi possível garantir as fronteiras do país. Os colonos tinham que lutar contra os índios para avançar rumo ao interior e não estavam preparados para a batalha. Em 1808, a família real havia se transferido de Portugal para o Brasil, fugindo da guerra e do exército de Napoleão Bonaparte, e por aqui ficou até 1821, quando Dom João VI retornou para a Europa deixando seu filho Pedro como príncipe regente. Logo, o homem que se tornaria o primeiro imperador do Brasil, tratou de criar formas para garantir a demarcação das fronteiras e ocupar toda a extensão do país. Com o fim da guerra napoleônica, os países europeus tinham grandes exércitos de soldados desempregados, muita fome e miséria. O Brasil precisava demarcar suas terras, mas não tinha gente qualificada para enfrentar índios e espanhóis. Com ampla visão desse cenário e bem relacionado na Europa, Dom Pedro
abre as portas para imigrantes alemães. A eles caberiam a ocupação do solo e demarcação das fronteiras no sul do Brasil. Cabe destacar que a Alemanha não era ainda um país consolidado, como é hoje, e a língua continha dezenas de dialetos do que, depois, fora batizado de idioma alemão. A colonização dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, além da demarcação das fronteiras, impulsionaria a pecuária naquela região. As “vacarias” implantadas pelos padres jesuítas no Sul do País contribuíram para o desbravamento do interior. Embora existam registros de gado no início dos anos 1600 na região Sul, foram os missionários que difundiram a criação, a partir de 1628, com rebanhos soltos nas pradarias. Além dos rios, as trilhas deixadas pelo gado auxiliaram na conquista das terras interioranas. Começava uma era de crescimento como o Brasil nunca havia experimentado. Logo o Governo percebeu que precisava de mais gente habitando, produzindo e trazendo tecnologias para o país e abriu as portas aos italianos. Os trabalhadores colonizaram os três estados do Sul e implantaram o sistema de cooperativas, utilizado até os tempos atuais. Com o fim da monarquia no Brasil, a indústria ganhou força. Quando o Brasil já era um país amadurecido e estava prestes a entrar no período conhecido por “milagre econômico”, foi a vez dos holandeses, em 1949, aportarem em terras brasileiras. Os estados sulinos também foram seus preferidos. Focados na pecuária leiteira, formaram o que viria ser uma das maiores cooperativas de laticínios do país. Três povos de culturas tão diferentes transformaram o Brasil. Os colonizadores, verdadeiros desbravadores, implantaram ritmos de trabalho, tecnologias e produtos com qualidade igual ou superior ao que havia na Europa. O Brasil estava preparado para se tornar uma grande potência econômica. Do Sul do país, muitos ainda se arriscaram em terras do Mato Grosso e Goiás. Dos que desembarcaram em São Paulo, alguns seguiram para Minas Gerais. E assim as terras brasileiras foram ocupadas. Várias nações dentro de uma só. Assim foi formado o Brasil, um país rico em cultura herdada de vários povos que plantaram em nosso chão a semente do desenvolvimento. Sidnei Flaibam
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Rio Grande do Sul e Para falar sobre a origem do gado no Rio Grande do Sul é preciso recordar a história e lembrar que, pelo Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494, a linha que separava as terras de Portugal e Espanha passava, na sua extensão meridional, no litoral do atual estado de Santa Catarina. A região que viria ser incorporada ao Brasil pertencia aos espanhóis. E foram os padres jesuítas hispânicos os responsáveis pela introdução do gado no sul do país. Mesmo com o tratado, os portugueses entendiam que a fronteira brasileira deveria ser fixada na margem esquerda do Rio da Prata, deixando de ser uma linha abstrata. A discordância espanhola fez daquela região um local de disputa militar, de guerras e arranjos diplomáticos. Os conflitos se estenderam até o Século XIX. Mas antes disso, no início de 1600, acredita-se que os padres da Companhia de Jesus tenham atravessado o Rio Uruguai e iniciado o cultivo de erva-mate e a criação do rebanho bovino. Em 1637 o bandeirante Raposo Tavares invadiu as terras situadas entre os rios Taquari e Caí, provocando a retirada dos jesuítas espanhóis. A partir dessa investida, o gado esparramou-se pelos pampas e rincões, formando as Vacarias do Mal e Vacarias dos Pinhais. Depois disso vieram muitos anos de lutas e batalhas pela demarcação das terras, mesmo após a independência da Argentina e do Brasil. Em 1828, com o reconhecimento da República do Uruguai, a delimitação territorial passou a ter melhor definição. O governo da época começa a fornecer terras para os portugueses das Ilhas dos Açores e, assim, fixa famílias no extremo sul do país. Inicialmente, os açorianos se dedicaram à agricultura, mas logo focaram a agropecuária, aproveitando a indústria do charque, implantada em 1780 na região de Pelotas. Com a incerteza do cumprimento dos acordos de fronteira, Dom Pedro I abre as portas para colonizadores alemães, em 1824. Os novos imigrantes eram ex-integrantes do exército alemão e viviam momentos de incerteza, fome e miséria, após o fim da guerra napoleônica na Europa. Além de contribuírem com o povoamento no Sul, eram bons no manuseio de armas e ajudariam na defesa da fronteira. O Brasil começou a crescer e junto com ele a demanda por leite e carne. O Rio Grande do Sul tinha nos pastos o maior rebanho bovino criado solto, à época. A indústria de charque prosperou e a criação foi ganhando profissionalismo. O estado é, atualmente, o segundo maior produtor de leite do país e o sexto em número relacionado ao efetivo total de bovinos (Censo 2006).
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Paraná A região do Paraná foi a primeira a ingressar no sistema colonial mercantil do Brasil, motivada pela descoberta de ouro de aluvião no litoral na primeira metade do século XVII, além de sua proximidade geográfica com outros centros como São Vicente, em São Paulo. Ainda no século XVII iniciou-se no litoral outra atividade produtiva como o plantio de arroz e cana-de-açúcar; este último com a finalidade de produzir a aguardente e o açúcar. Com a abertura do caminho do Viamão, em 1731, a criação e a invernagem de gado deu o início a principal atividade econômica paranaense do século XVIII, o tropeirismo. O gado, além da subsistência, era muito utilizado no transporte e cargas. A corrida pelo ouro, no entanto, afastou as pessoas da produção agrícola e a região foi se tornando uma das mais pobres do país. Vale destacar que, assim como o Rio Grande do Sul, onde se situa o Paraná, pelo Tratado de Tordesilhas, era território espanhol. Aos poucos, e impulsionada pela corrida do ouro, a fronteira foi esticada até a margem esquerda do Rio Paraná. Embora o café tenha sido o fator econômico de maior importância do estado, a criação de gado foi, aos poucos, ocupando o seu espaço. Segundo dados do IBGE (2008), o plantel paranaense chegou a representar quase 5% de todo o gado do país, ou seja, cerca de 9 milhões de bovinos. Uma curiosidade marca a criação bovina no estado: existem características diferentes e marcantes entre as pecuárias do norte e do sul do Paraná. Na região norte há predominância de rebanhos melhorados, com maior tecnificação. Já na região sul, há menos emprego de técnicas e rebanhos menos eficientes. Uma situação que, aos poucos, está sendo mudada. Da produção total do estado, 70% do rebanho bovino é destinado ao corte, 10% para produção leiteira, 10% para outras atividades e 10% para cruzamentos industriais.
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O Gado no Brasil
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Se hoje (2013) o Brasil possui o maior rebanho bovino comercial do mundo, muito se deve à agricultura no passado. As primeiras cabeças de gado trazidas ao país, em 1534, tinham como principal objetivo o de trabalhar como força motriz. Os bois, provenientes de Cabo Verde, eram utilizados para auxiliar na derrubada de árvores e remoção das toras de madeira, no arado e também nos moinhos e engenhos. Também foram muito utilizados no transporte de cargas com os antigos “carros-de-boi”. No período colonial do Brasil, o mundo carecia de açúcar e era inadmissível desperdiçar área de cultivo para pastagem. Ninguém ousava criar gado em larga escala. As primeiras criações estavam focadas no suprimento das necessidades da agricultura, principalmente nas regiões Sudeste e Nordeste, mais especificamente no litoral, onde se instalavam os primeiros núcleos de desenvolvimento do país e os primeiros engenhos de açúcar. No Sul, os padres jesuítas deram sua contribuição ao implantarem as “vacarias”, locais onde o gado era criado solto. Rapidamente grandes rebanhos foram formados e ajudaram muitos exploradores que os utilizavam como fonte de alimentação e percorriam as trilhas deixadas pelos animais. Mas se a necessidade inicial era auxiliar nos processos produtivos, o gado, no entanto, não podia ser criado em áreas próximas às de plantações de cana. O arame não existia naquele período e nem as cercas. Por isso foram criadas regras sobre ocupação do solo para evitar problemas. As terras mais próximas do litoral foram reservadas para o plantio da cana, onde a criação de gado não poderia ocorrer a menos de 10 léguas da costa. No Sul, mesmo com melhores condições climáticas, topográficas e hidrográficas, a criação de gado teve início bem depois do que no Nordeste e Sudeste do Brasil. Por ter sido área de disputa entre portugueses e espanhóis, a região teve uma ocupação militar em seu início. Até o final do Século XVII não havia certeza sobre a demarcação das fronteiras meridionais. O rebanho criado solto, no entanto, se transformaria em grande vantagem no futuro, com a demarcação definitiva das fronteiras e o crescimento populacional. Atualmente, as regiões Norte e Centro-Oeste são as que apresentam as maiores taxas de crescimento do rebanho bovino no Brasil. Entre os anos de 1990 e 2007 a produção de carne bovina mais que dobrou e passou de cerca de 4 milhões para mais de 9 milhões de toneladas. Esse crescimento fez do Brasil o maior exportador mundial de carne a partir de 2004. Mais da metade do mercado mundial de carne bovina, que movimenta 7 milhões de toneladas por ano, pertence a empresas brasileiras. Na produção de leite, o país está entre os 10 maiores no ranking mundial, com um volume superior a 30 bilhões de litros ao ano. O Brasil também busca se consolidar como um dos grandes exportadores mundiais de produtos lácteos, ao lado de Nova Zelândia, Austrália e países da União Europeia.
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Espírito Santo Por ser um estado localizado na costa brasileira, a história da ocupação do Espírito Santo remete ao período do descobrimento. Em 1535 os primeiros colonizadores portugueses já desembarcam nas terras capixabas sob a chefia do donatário Vasco Fernandes Coutinho. A condição de uma capitania litorânea durou muito tempo. A hostilidade indígena impunha medo e respeito a quem queria se atrever a desbravar o interior do estado. Somente em meados do Século XIX, com a expansão cafeeira, que o Espírito Santo começou a estender suas lavouras para terras antes tão respeitadas e temidas. Com entrada pelo Sul do estado, na divisa com o Rio de Janeiro, o café rompeu as barreiras do medo e levou colonização e povoamento ao interior. O gado, que por decreto imperial era proibido de ser criado na faixa litorânea, também deu sua contribuição, utilizado para extração de leite e trabalho nas moendas. Embora a população fosse predominantemente formada de portugueses e seus descendentes, foram os italianos e alemães que introduziram o regime de pequenas propriedades na região serrana. Apesar de sua privilegiada localização geográfica, a história do desenvolvimento econômico do Espírito Santo é muito recente. Até 1963 ainda se travava disputa por terras e demarcação de divisa com o estado de Minas Gerais. Apesar de suas riquíssimas reservas de minerais radioativos no litoral, da sua produção de petróleo e da grande movimentação de seu porto marítimo, a produção agrícola no interior contribuiu para a inserção do estado num lugar de destaque na economia nacional. Além do café, as culturas de cacau, algodão, cana-de-açúcar, milho e arroz também contribuíram com a ocupação das terras e fixação do homem no interior do estado. O gado voltaria a despontar como atividade lucrativa, mas somente no final do século XX, início do XXI, ocupando grandes propriedades.
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Goiás e Tocantins Goiás foi desbravado pelos bandeirantes em busca de ouro. Por quase três séculos o estado permaneceu praticamente isolado, sem estradas. As poucas fazendas agrícolas estavam localizadas na linha limítrofe com o estado de Minas Gerais. Todo deslocamento de carga se dava pelas pastagens, sem uma estrada definida. Foi somente no final do Século XIX que a ferrovia chegou nas proximidades do estado e impulsionou a produção agrícola. Nesse período, Tocantins ainda não existia, mas herdaria, anos mais tarde, a vocação agropecuária de Goiás, ao ter seu território desmembrado desse estado. O posseiro, proveniente de várias regiões do país, era quem mais se aventurava no interior de Goiás, e se deu bem com a construção da estrada de ferro em 1930. Cidades como Goiânia e Anápolis ganharam destaque e o cenário do interior do estado começou a vivenciar suas maiores mudanças com o incremento do setor agrícola. Após a construção de Goiânia, a corrente migratória foi intensificada, principalmente por mineiros que vinham da região mais ao sul de Goiás. A criação da Colônia Agrícola Nacional de Goiás (CANG), na década de 40, deu novo impulso na ocupação de suas terras. A construção de estradas, a partir da década de 50, e a chegada da energia elétrica, intensificaram a fixação do homem no campo e o surgimento de grandes unidades produtoras agrícolas. Quando Tocantins foi criado, em 1988, suas terras já tinham a vocação econômica baseada na agropecuária, uma herança do que era praticado em Goiás. O novo estado foi implantado, oficialmente, em 1º de janeiro de 1989. O setor era tão forte que, 10 anos após a criação de Tocantins, das 28 maiores indústrias do estado, 25 eram ligadas ao agronegócio. A pecuária bovina de corte, tradicional atividade agropecuária do Estado, volta-se à de cria, à de cria e recria e à de cria, recria e engorda, principalmente de forma extensiva em pastos de grandes propriedades.
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Minas Gerais A busca pelas riquezas naturais sempre impulsionou o desbravamento do interior do Brasil. Com a ocupação do estado de Minas Gerais não foi diferente. Bandeirantes paulistas, no Século XVI, romperam a mata fechada atrás de metais e pedras preciosas. As terras mineiras também serviram para a implantação do segundo polo de desenvolvimento de gado bovino. Os primeiros povoados só começaram a aparecer no início do Século XVIII, principalmente na região de montanhas. A disputa por minas e áreas ricas em extração de minérios culminou com a Guerra dos Emboabas, em 1693, na região próxima onde hoje está situada a capital Belo Horizonte. Em 1709 foi criada a capitania de São Paulo e Minas de Ouro. Somente em 1720 ocorreu a separação dos estados e a capital mineira passou a ser Vila Rica, atual Ouro Preto. Minas Gerais chegou a ser o principal centro econômico da colônia, na primeira metade do Século XVIII. Os povoados se desenvolviam rapidamente e as fazendas agrícolas e de gado ganhavam destaque. A crise da mineração, a partir de 1750, também contribuiu para o incremento do setor agrícola. A região Norte do estado era um prolongamento da expansão pecuária da Bahia e o Sul era banhado pelas águas do Rio Grande. A criação de gado crescia junto com o surgimento dos povoados e logo Minas Gerais passou a abastecer as regiões de São Paulo e Rio de Janeiro com carne, leite e seus derivados. Em seguida veio o surto cafeeiro que dominou por vários anos a produção agrícola do estado. Minas Gerais deixava de ser produtor de pedras e metais preciosos para assumir o papel de um dos maiores produtores de café do país. E assim surgiram as grandes fazendas do estado.
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Mato Grosso e Com mata densa e áreas alagadiças, a ocupação do Mato Grosso teve início pelas bacias dos rios Paraguai e Paraná. Os primeiros a chegar na região foram os espanhóis, que partiram do estuário do Rio da Prata rumo ao norte, em busca de riquezas minerais. Em outro sentido, partiram as Bandeiras pelo Rio Tietê até alcançarem o Rio Paraguai, quando também seguiram para o norte em busca de ouro. Até 1892 a ocupação do Mato Grosso (ainda não existia Mato Grosso do Sul) era predominantemente indígena, com poucos colonos e caboclos que se arriscavam em terras tão distantes, de solo pantaneiro e vida selvagem. Foi quando as chamadas Terras Devolutas passaram a ser de domínio dos estados, de acordo com a Constituição Republicana de 1891. Até em então, prevalecia a Lei Imperial de Terras, de 1850, pela qual toda terra do Estado poderia ser adquirida por quem demonstrasse interesse ou seria dado o título de propriedade a quem tivesse obtido “posse mansa e pacífica desde que as terras estivessem ocupadas e cultivadas”. A Lei nº 20 de 1892 ratificou essa situação, mas limitou o período de ocupação até o ano de 1889. Como a produção agrícola ainda era baseada no extrativismo (erva-mate, borracha e poaia), muitos perderam suas terras para os grandes latifundiários que conseguiam investir em plantações.
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Mato Grosso do Sul A criação de gado foi uma alternativa encontrada para dar ocupação às terras e assegurar o direito de posse. Os animais se adaptaram bem à região pantaneira e, criados soltos, pareciam integrar o ecossistema da época. Somente em meados do Século XVIII é que o gado foi introduzido de maneira mais consistente na região para suprir de carne os trabalhadores que construíam a estrada que ligava Cuiabá a Vila Boa de Goiás. O povoamento da região se deu por migrações de contingentes provenientes dos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo. Imigrantes estrangeiros também se arriscaram por estas terras, mas sem uma predominância definida. Alemães, espanhóis, italianos, japoneses, paraguaios, portugueses, sírios e libaneses foram fundamentais para o povoamento do estado, mais especificamente na sua região mais ao Sul. A ideia de dividir o Mato Grosso em dois estados surgiu no início do Século XX, mas a parte Norte temia o esvaziamento da economia local. Somente em 11 de outubro de 1977 o então presidente do Brasil, general Ernesto Geisel, desmembrou o estado e criou Mato Grosso do Sul, oficializado e batizado com esse nome em primeiro de janeiro de 1979.
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Agradecimentos A produção desta obra de arte só foi possível com a colaboração de pessoas interessadas no resgate e preservação da memória dos primórdios da ocupação do Brasil e da importância do gado no cenário econômico nacional. A Merial foi de fundamental importância na viabilização deste projeto que mostra, pela fotografia, a grandeza e pujança dos produtores rurais brasileiros. Agradecemos a todos que, de alguma forma, intercederam para a confecção deste livro e aos proprietários e gestores de fazendas que não mediram esforços para transformar uma ideia neste esplêndido e rico acervo fotográfico sobre a criação de gado no Brasil. Água Viva (MS) - Benjamin Piveta Assunção Agropecuária Harm (PR) - Lucas Rabbers Cabanha Azul (RS) - Viviane Macedo Cabanha Santa Alice(RS) - Armando Adão Ribas Cabanha Saudade (RS) - José Carlos Senna Fazenda Estância Tradição (RS) - Carlos Alberto Bastos Fazenda Aliança (ES) - José Renato Paiva Fazenda Brasília (GO) - João Luiz Quagliato Neto. Fazenda Brotas (MS) - Silvio Eduardo Burani Fazenda Cachoeira (TO) - Silvio Eduardo Burani Fazenda Congonhas (MG) - Pedro Ananias de Aguiar Estância Cerro do Ouro (RS) - Ligia Brenner Teixeira e Filhos Fazenda Conforto (GO) - Alexandre Funari Negrão Fazenda Favorita (GO) - Francisco Eroides Quagliato Filho Estância Instalação (RS) - Carlos Alberto Bastos Estância Ítapitocai (RS) - Carlos Alberto Bastos Fazenda Jacutinga (MG) - Osvaldo Miranda Fazenda Jauquara (MT) - Rene Barbour Fazenda Letícia (MS) - Benjamin Piveta Assunção Fazenda Machados (PR) - Agropecuária Guapiara Fazenda Sta Maria de Guaporé (MT) - Sidney Gasques Bordone Fazenda Paraíso/Laticínio FIORI (ES) - Marcos Corteletti Fazenda Palmeiras (MG) - Osvaldo Miranda Murta Filho Fazenda Pantaneira (MS) - Benjamin Piveta Assunção Fazenda Santana (PR) - Agropecuária Guapiara Fazenda Serra Negra (MT) - Antônio Sanches Fazenda Santa Maria (GO) - Jaime dos Anjos Ferreira. Fazenda São Vicente (RS) - João Matas Soles Fazenda Santa Marta (RS) - Vilvi Antoniazzi Fazenda Santo Izidro (RS) - Susana Macedo Salvador Fazenda Vale do Paraguai (MT) - Marta Boiago Sansão
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