Antigo testamento a historia de israel

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Antigo Testamento

A História de Israel

E porei o meu tabernáculo no mei de vós, e a minha alma não se enfadará. E andarei no meio de vós, e eu vos serei por Deus... Lv 26.11,12.

APOSTILA DE ESTUDO TEOLÓGICO A Serviço do Mestre!


APOSTILA DE ESTUDO TEOLÓGICO A SERVIÇO DO MESTRE!

GILVAN NASCIMENTO PROFESSOR BACHAREL EM TEOLOGIA LICENCIANDO EM GREGO

ANTIGO TESTAMENTO A HISTÓRIA DE ISRAEL

Salvador 2008


APRESENTAÇÃO

ANTIGO TESTAMENTO A HISTÓRIA DE ISRAEL

Esta apostila trata-se de uma compilação, com base em várias fontes bibliográficas, as quais estarão sendo citadas ao término desta obra. Tenho aqui o objetivo de contribuir com a capacitação dos cristãos, para o exercício

de

suas

funções

eclesiásticas,

aplicando

tais

conhecimentos

e

assim

aprimorando seu serviço para o Reino de Deus.

"E porei o meu tabernáculo no meio de vós, e a minha alma de vós não se enfadará. E andarei no meio de vós, e eu vos serei por Deus, e vós me sereis por povo". (Lv 26.11,12)

Salvador 2008


Sumário

Apresentação ............................................................................................ 05 Os Livros do Antigo Testamento .................................................................. 06 Visão Panorâmica do AT (Os Livros e suas Cronologias) .................................. 07 - 10 Noções de Geografia Bíblica (O Fértil Crescente)............................................. 11 - 19 Diversas Teorias do Gênesis ........................................................................ 20 - 30

A Torah O Pentateuco ............................................................................................ 31 - 33

História de Israel O Gênesis (Os Patriarcas - Abraão, Isaque e Jacó) .......................................... 34 - 35 O Êxodo (Israel Nômade – O Tabernáculo) ................................................... 35 - 41 Levítico (Leis, Instituições Civis e Religiosas, Culto e Festas) ........................... 42 - 44 Números (Os Recenseamentos dos Judeus) .................................................. 44 - 45 Deuteronômio (Repetição das Leis) .............................................................. 46 - 47 A Conquista de Canaã – Josué (Tribos) ......................................................... 48 - 49 Os Juízes (Libertadores) ............................................................................. 50 - 51 Monarquia - Saul, Davi, Salomão e outros reis (Divisão) ................................. 52 – 56 Os Cativeiros (Assírio e Babilônico) .............................................................. 57 – 59


Os Livros Sapienciais Introdução ................................................................................................ 60 O Livro de Jó ............................................................................................. 61 - 62 Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão .................................. 63 - 70

Os Profetas Introdução ................................................................................................ 71 - 72 Pré-cativeiro Assírio ................................................................................... 73 Pré-cativeiro Babilônico .............................................................................. 73 Durante Cativeiro Babilônico ....................................................................... 73 Pós-cativeiro Babilônico .............................................................................. 73 Reconstrução de Jerusalém ......................................................................... 74

O Período Interbíblico Introdução e Cenário ................................................................................. 75 Alexandre o Grande ................................................................................... 76 Antíoco Epifânio ......................................................................................... 76 A Revolta dos Macabeus ............................................................................. 77 Os Romanos ............................................................................................. 78 Diversas Contribuições (Romana, Grega e dos Judeus) ................................... 79 - 82

Um Pouco de Atualidade O Conflito: Israel x Palestinos ..................................................................... 82 - 83

Conclusão ................................................................................................. 84 Bibliografia ............................................................................................... 85


Apresentação O Antigo Testamento é uma obra verdadeiramente divina porque foi inspirada por Deus e porque nos apresenta, pode-se dizer, em cada uma de suas páginas, a ação de Deus sobre os homens. Ao mesmo tempo, porém, é uma obra profundamente humana, porque é destinada aos homens, fala uma linguagem humana e nos apresenta na sua história, os homens tais quais são com suas deficiências e rebeldias contra os desígnios divinos, não costumando encobrir as faltas dos seus heróis. Mas, ao lado do escândalo aparece a correção. O estudo do Antigo Testamento é fundamental para o cristão que deseja se tornar um obreiro aprovado, pois se observa um progresso vital do Antigo ao Novo Testamento, como do embrião que se desenvolve num organismo perfeito. Deste, deriva uma conseqüência importante para a sua correta interpretação, pois as suas instituições deviam ter alguma semelhança com as do Novo; eram as suas imagens antecipadas que no Novo Testamento recebem a sua conclusão. A melhor forma de conhecer a história de Israel é fazendo um estudo cronológico dos livros do AT, conforme os fatos ocorreram. No entanto, a cronologia bíblica, assim como toda cronologia antiga, é quase toda incerta. As datas eram contadas baseadas em fatos e eventos importantes dentro de cada povo. Assim, não existia um calendário geral para controle do tempo, antes cada povo possuía o seu. Os escritores bíblicos, por sua vez não registravam datas, apenas citavam os acontecimentos. Geralmente as datas, quando citadas, tomavam por base eventos particulares como construção de cidades, coroações de reis, etc. O trabalho de estudiosos, juntamente com as descobertas arqueológicas, vem ajudando a precisar as datas da história antiga, inclusive à bíblica. Sendo assim, não podemos considerar como exata a cronologia bíblica, pois se trata de uma ciência auxiliar da história, onde suas datas devem ser tomadas apenas como aproximadas. Mas, essa aproximação é o suficiente para que tenhamos melhor compreensão dos acontecimentos do que se fizermos uma leitura na seqüência em que os livros estão dispostos em nossa Bíblia. “Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor, vosso Deus, que eu vos mando“. (Dt 4.2; 12.32; Pv 30.5,6)

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Os Livros

O Antigo Testamento

O Tanach

O Pentateuco:

A Torah:

Gênesis, Êxodo, Deuteronômio.

Levítico,

Números,

Corresponde ao nosso Pentateuco, inclusive possui a mesma seqüência de livros.

Livros Históricos

Os Neviym:

Josué, Juizes, Rute, I e II Samuel, I e II Reis, I e II Crônicas, Esdras, Neemias e Ester.

Estão subdivididos em duas partes: Os Profetas anteriores: Josué, Juízes, Samuel e Reis. Os Profetas posteriores: Isaías, Jeremias e Ezequiel, mais os dozes profetas menores.

Livros Poéticos Jó, Salmos, Provérbios, Cantares de Salomão.

Os Kethuvym: Eclesiastes

e

Estão subdivididos em três partes, representadas pelos seguintes livros:

Livros Proféticos

Os Poéticos: Salmos, Provérbios e Jó;

Profetas Maiores:

Os Megilloth: Rute, Cantares, Eclesiastes, Lamentações e Ester;

Isaias, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel.

Os Históricos: Daniel, Esdras-Neemias e Crônicas.

Profetas Menores: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.

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Visão Panorâmica

1.

Gênesis

(4004-1689

a.C.)

Suas

narrativas

compreende

um

período

de

aproximadamente 2315 anos.

- O princípio, criação dos céus, da terra, dos animais e dos homens; - A era Patriarcal: Abraão, Isaque e Jacó; - Os descendentes de Jacó (Israel); - Finaliza com José e sua morte.

2. Êxodo (1706-1490 a.C.) Compreende um período de 216 anos.

- Inicia com a morte de José; - Nascimento e vida de Moisés; - Libertação do Egito após 430 anos de cativeiro - Leis e a construção do Tabernáculo (utensílios, vestes, especiarias)

3. Levítico Compreende um período de menos de um ano no Monte Sinai.

- Israel em adoração por meio dos rituais.

4. Números (1490-1451 a.C.) Período de 39 anos.

- Recenseamento (Contagem do povo); - A ordenação ao serviço; - 39 anos de peregrinação.

5. Deuteronômio (1451 a.C.) Período de dois meses.

- Recordação da lei; - Chamada à obediência; - Advertência ao cuidado.

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Livros Históricos:

6.

Josué

(1451-1427

a.C.)

Suas

narrativas

compreende

um

período

de

aproximadamente 24 anos.

- Alguns reconhecem como Hexateuco; - Guerras, Conquistas e Herança (Divisão da terra);

Período dos Libertadores

7. Juízes (1425-975 a.C.) Compreende um período de aproximadamente 400 anos de governo dos juízes.

- Total de 12 Juízes; - Tema: Pecado, Servidão, Arrependimento e Salvação;

Obs.: O Livro de Rute da tribo de Moabe, filho de Ló refere-se ao período de Gideão, um dos 12 Juízes.

Período dos Reis

8. Samuel (1171-1019 a.C.) Período de 152 anos.

- Período de transição: * Juízes para Reis; * Tribal para Monarquia; * Governo de Deus (Teocracia) para o Governo do Homem.

- Os primeiros reis foram: Saul, Davi e Salomão.

9. Reis (1015-589 a.C.) Período de 426 anos, até o cativeiro Babilônio.

- Inicia-se com a velhice de Davi para o reinado de Salomão; - Morte de Salomão e Divisão do Reino; - Os primeiros profetas: Aías, Homem de Deus, Elias, Eliseu e Isaias.

As Crônicas (1056-536 a.C.) Período de aproximadamente 520 anos.

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- Da Morte de Saul até o decreto do rei Ciro.

Obs.: Os livros de Crônicas são registros oficiais dos reis, e por isso repetem muitas das narrativas já apresentadas em Reis e Samuel, alem de antecipar alguns fatos que seriam mais bem compreendidos após a leitura dos livros pré-exílio babilônio.

Samuel e Reis

Crônicas

Fala de Judá e Israel

Fala mais de Judá

Um capítulo sobre a Arca

Três capítulos sobre a Arca

Fala do pecado de Davi

Não fala

Ênfase no trono

Ênfase no templo

10. Escritos São livros que suas histórias estão inseridas nos diversos períodos acima.

- Jó (O livro mais antigo, talvez escrito por Moisés quando esteve no deserto); - Salmos (Orações/cânticos citados por diversos homens em diversas situações); - Provérbios, Eclesiastes e Cantares (Escritos pelo rei Salomão);

Obs.: Como o nosso maior propósito, na primeira parte desta disciplina, o Antigo Testamento I, é compreender a história de Israel, não estudaremos os livros poéticos.

11. Os Profetas Esses livros também se encaixam dentro do período dos Reis, e somente serão estudados na disciplina Antigo Testamento II.

Reconstrução de Jerusalém

- Esdras Reconstrói a cidade. - Neemias Reconstrói os muros da cidade;

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Noções de Geografia Bíblica A Geografia Bíblica é de suma importância, pois auxilia no estudo e compreensão da Bíblia. Muitas passagens obscuras da Bíblia tornam-se claras quando analisadas pela geografia bíblica. A Bíblia possui um vasto acervo geográfico, pois a cada passo são mencionados, terras, montes, rios, cidades, mares e outras citações geográficas. A Geografia é o palco terreno e humano da revelação de Deus à humanidade. Ela, juntamente com a cronologia, auxilia-nos a situar a mensagem bíblica no tempo e espaço. Também ao localizar os fatos e os acontecimentos torna a leitura agradável, pois dá vida e cor ao desenrolar o plano de Deus para com os homens. Ë mais fácil o ensino da Bíblia quando podemos apontar e descrever os locais citados no texto. (Ex: Lc 10.30; Dt 1.7) O conhecimento da geografia, das terras, povos e nações circunvizinhas ao povo escolhido esclarece fatos e ensinos contidos na Bíblia. A Bíblia - É a fonte principal de estudo da geografia bíblica. Ela faz menção em seu texto de inúmeros lugares, acidentes geográficos, povos, nações, etc. A Palavra de Deus contém capítulos inteiros dedicados a assuntos de natureza geográfica. Exemplo: Gn 10, Ez 45 - 48. Um dos problemas encontrados pelos estudantes da Bíblia é que grande parte dos países, cidades e regiões inteiras possuem hoje nomes diferentes. Exemplos: a Pérsia é o atual Irã; a Assíria é parte do atual Iraque; a Ásia do Novo Testamento é hoje a Turquia; a Dalmácia do tempo de Paulo é hoje a Iugoslávia, e assim por diante.

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O Fértil Crescente

O Senhor é o grande arquiteto do universo, em Gênesis observamos que toda a criação de Deus foi feita a partir do poder de sua Palavra “Deus disse: Haja Luz (Gn 1.3)”, então houve luz, assim também foram nas outras criações, porém Deus, na criação do homem usando a argila do solo o modelou e insuflou em suas narinas um hálito de vida e o homem se tornou ser vivente (Gn 2.7). Aí vimos que o único ser no qual Deus modelou e soprou do seu Espírito fomos nós homens, assim Ele nos fez diferente de todos os outros seres, ou seja, a sua imagem, conforme sua semelhança (Gn 1.26). O próprio Deus afirma isso em Jó 38.8-11. E também o Salmista Davi afirma ser Deus o grande criador (Sl 24.1,2). Localização e Limites de Israel Israel está localizado no continente asiático a 30ª de latitude Norte. Em toda sua extensão ocidental, é banhado pelo Mar Ocidental. Nos tempos bíblicos, Israel limitava-se ao norte com a Síria e a Fenícia; a leste com parte da Síria e o deserto arábico; ao sul com a Arábia; e a oeste com o Mar Mediterrâneo. No entanto, como constantemente os israelitas tinham suas fronteiras alargadas ou diminuídas, estes limites variavam frequentemente.

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As Planícies As Planícies se referem a uma porção de terra, relativamente plana e geralmente de baixa altitude. A nação de Israel está dividida nas seguintes Planícies: Acre, Dotã, Moabe, Sarom, Filístia, Sefelá e Planície do Armagedom. Eventos: Quando da divisão das terras, a Planície do Acre coube à tribo de Aser (Js 19.25-28). Na Planície de Dotã, achavam-se os irmãos de José, quando o venderam aos midianitas (Gn 37.17).

Na Planície de Moabe os

israelitas foram impedidos de entrar, sendo assim obrigados a irem pelo deserto (Dt 2.8,9). A Planície de Sarom era conhecida pelos seus lírios e flores exóticas (Ct 2.1,2; Is 35.2). Já a Planície do Armagedom está associada a um grande evento escatológico (Ap 16.16). Os Vales Vale é uma depressão alongada entre montes ou quaisquer outras superfícies. Segundo podemos verificar no relato de Moisés (Dt 11.10,11), a terra de Israel era uma terra de montes e vales. Israel possuía os seguintes Vales: Jordão, Jezreel, Acor, benção, Cedrom, Hinom, Aijalom, Escol, Hebrom, Sidim, Soreque, Elá e Vale de Siquém. Eventos: Frequentemente pode-se encontrar água subterrânea nos Vales, durante os meses de estio (Gn 26.17-22). Foi no Vale de Acor que Acã foi apedrejado em conseqüência de sua cobiça (Js 7.24-26). No Vale da Benção o rei Josafá venceu uma coligação formada por Amom, Moabe e Edom (2Cr 20.26). No Vale de Hinom o rei Davi derrotou aos filisteus duas vezes (2Sm 5.17-25 e 1Cr 11; 14.9-16), aqui também servia de palco para que as crianças fossem sacrificadas ao deus Moloque (1Rs 11.7; 2Rs 16.3). No Vale Aijalom Josué ordenou que o sol se deter-se (Js 10.12-50). O Vale de Escol refere-se ao local onde os espias de Moisés levaram os cachos de uvas (Nm 13.22-24). O Vale de Hebrom foi palco de inúmeras experiências de Abraão (Gn 18.1-15; Gn 23.2). No Vale de Sidim Abraão resgata seu sobrinho Ló (Gn 14.1-24), e refere-se ao local de Sodoma e Gomorra (Gn 14.10; 18.24,28; 19.23-28).

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Os Montes O Monte é uma notável elevação de terreno acima do solo que o cerca. Via de regra é menor que uma montanha, e maior que um outeiro. Os montes serviram de palco para o salmista Davi (Sl 125. 1,2). Os Montes de Judá: localizam-se ao sul de Efraim. Citarei apenas os mais importantes montes dessa região: Sião, Moriá, das Oliveiras e Monte da Tentação. Eventos: O profeta Joel se refere ao Monte Sião como monte da santidade do Senhor (Jl 3.17), também temos salmos acerca desse monte (Sl 137). No monte Moriá Abraão ofereceu seu filho em obediência a Deus (Gn 22.11-13). No Monte das Oliveiras encontra-se o Jardim Getsêmani, local onde Jesus enfrentou um dos momentos mais dolorosos de seu ministério. E no Monte da Tentação, após o batismo de Jesus, Ele foi levado pelo Espírito Santo para ser tentado. Montes de Efraim: Região montanhosa de Efraim abrange a área ocupada pelos efraimitas, pela metade dos manassitas e por uma parcela dos benjamitas. Os Montes são: Ebal e Gerizim. Eventos: Nesses Montes (Ebal e Gerizim) eram proferidas as maldições e bênçãos respectivamente (Dt 11.29), conforme fosse o proceder dos homens – bênçãos para os que andassem retamente e maldições para os que transgredissem as leis divinas. No Monte Ebal, foram erguidas as pedras de memorial à entrada de Canaã (Js 8.30-32; Dt 27.1-4). No Monte Gerizim, Jotão proferiu uma parábola contra Abimeleque (Jz 9.7-21). Obs.: Esses ocupam uma posição estratégica, pois para se alcançar qualquer parte da Terra Santa, é necessário primeiramente passar por ambos os montes. Montes de Naftali: Refere-se a todo conjunto montanhoso do Norte de Israel. Após conquista de Canaã, foram destinados as tribos de Aser, Zebulom, Issacar e Naftali. Mas passou a ser chamado apenas de Montes de Naftali, pois estes ficaram com uma área mais extensa. Os Montes são: Carmelo, Tabor, Gilboa e Monte Hatim. Eventos: Foi no Monte Carmelo que Elias desafiou os quatrocentos profetas de Baal (1Rs 18.19). E Oséias no Monte Tabor profetizou contra o santuário pagão que havia sido construído sobre ele (Os 5.1). No monte Gilboa

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morreram Saul e seu filho Jônatas (2Sm 1.21) e no Monte Hatim acreditam ter sido sobre ele que Cristo proferiu o Sermão da Montanha. Montes Transjordanianos: Também conhecidos como Montes do Planalto. São eles: Gileade, Basam, Pisga e Monte Peor. Eventos: O Monte Basam é comparado por Davi com o Monte de Deus (Sl 68.15). No cume do Monte Pisga Moisés contemplou a terra prometida (Dt 34.1,6) e no Monte Peor Balaão se colocou para amaldiçoar os filhos de Israel (Dt 4.3). Monte Hermom: Este monte domina toda a Terra Santa. Foi mencionado poeticamente por Davi (Sl 133.3). Mas os israelitas tinham muitas reservas sobre esse monte, pois ali ficava o santuário-mor de Baal. Segundo a tradição, foi nele que Jesus transfigurou-se diante de seus discípulos. Monte Sinai: Na verdade é uma península montanhosa que mede 35.000 2

km , localizada entre os golfos de Sues e Acaba. Aqui Moisés foi comissionado por Deus, para libertar Israel do jugo egípcio, e também mais tarde entregou a Lei (Êx 19; Nm 10). Nas Sagradas Escrituras, esse monte recebe três nomes: Sinai, Horebe e Monte de Deus. Os Desertos A terra da promessa de Deus para Abraão compõe-se 50% do deserto do Neguev. Se no norte a neve aparece, a seca no sul é uma constante. Porém, nem sempre os desertos de Israel têm as mesmas características que encontramos nos desertos do restante do mundo. Além disso, o moderno Estado de Israel está vencendo a aridez de seu território, transformando-o em um jardim regado, como novos povoados agrícolas. Os principais desertos mencionados nas Sagradas Escrituras são: Sinai, Judéia e Jericó. Sinai: A península do Sinai localiza-se na faixa árida que cruza o norte da África e sudoeste da Ásia, ocupando uma área triangular de 61.000 km2 em pleno território egípcio. Judéia: Refere-se às áreas localizadas desde o Leste dos Montes de Judá até ao Rio Jordão e ao Mar Morto. Este subdivide-se em vários desertos: Maon, Zife, EnGedi, Técoa e Jeruel. Nesse território, o rei Josafá obteve diversas vitórias sobre os moabitas e amonitas. Também esse foi o palco dos profetas Amós e João Batista.

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Jericó: Esse deserto localiza-se no território benjamita, formando um longo desfiladeiro de aproximadamente 15 km que desce de Jerusalém a Jericó. Jesus utilizouse dessa área como cenário para a Parábola do Bom Samaritano. Bete-Áven e Gabaom são outros importantes desertos de Jericó. Em Gabaom Josué obteve vitória sobre os habitantes de Canaã. A Hidrografia A hidrografia é a ciência que estuda todos os corpos de água que há na superfície do globo. Em Israel 75% dos recursos hídricos são destinados a irrigação, e o restante é destinado às indústrias e às cidades. Para compensar a má distribuição de água, o governo israelense concluiu em 1964, o Conduto Nacional que abastece o centro e o sul de Israel. Deixando assim de irrigar o Norte do País, pois este já possui recursos hídricos naturais. Os Mares Para os hebreus, o “mar” compreendia qualquer grande massa de água. Porém, de acordo com o Aurélio, corresponde a “massa de águas salgadas do globo terrestre...”. Em Israel encontramos: O Mediterrâneo, o Mar Morto, Mar da Galiléia e Mar Vermelho. Mar Mediterrâneo: Nas Escrituras o Mediterrâneo aparece com outros nomes, a saber: Mar Grande, Mar Ocidental, Mar dos Filisteus e Mar de Jafa. Possui uma extensão de 4.500 km e uma superfície de três milhões de quilômetros quadrados. Suas águas banham a Europa Meridional, a Ásia Ocidental e a África Setentrional. Na costa ocidental de Israel

o

Mediterrâneo possui

águas

rasas,

tornando

impossível a

aproximação de navios de grandes calados. Por isso não era usado pelos judeus como via de transporte. Assim sentiam-se eles isolados pelo Mediterrâneo. Mas, por outro lado ali formava uma vastíssima área defensável à nação hebréia. Jope era o único porto do Grande Mar utilizado pelos israelitas. Entretanto, por causa dos seus arrecifes e bancos de areia, eram procurados com pouca freqüência. O Mediterrâneo teve sua importância reduzida em 1869, ano em que foi viabilizado o Canal de Suez. Mar Morto: Está localizado na foz do Rio Jordão, entre os montes de Judá e Moabe. Em virtude da sua alta densidade de sal (300 partes de sal para cada mil de água), é chamado de Mar Salgado pelos escritores bíblicos (Js 3.16). O Mar Morto constitui-se na mais profunda depressão da Terra, encontra-se a mais de 400 metros

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abaixo do nível do Mediterrâneo. Possui 80 Km de comprimento por 17 de largura e ocupa uma área de 1.020 Km2. Nessa região ocupada pelo Mar Morto, ficavam provavelmente Sodoma e Gomorra (Gn 19). Sendo esse, o símbolo da conseqüência do pecado. Mas, dessas águas, Israel extrai riquezas avaliadas em trilhões de toneladas de cloreto de magnésio; cloreto de sódio; cloreto de cálcio; cloreto de potássio e brometo de magnésio. Nessa região a temperatura pode chegar a 50º centígrados, levando o Mar Morto a parecer um gigantesco tacho em ebulição. Mar da Galiléia: Possui 24 km de comprimento por 14 de largura e uma profundidade média de 50 metros, encontra-se quase 230 metros abaixo do nível Mediterrâneo. Não é propriamente um mar. Trata-se na verdade de um grande lago de água doce alimentado pelo Rio Jordão. Mas por causa do seu tamanho é assim chamado. Em sua margem oriental, encontram-se altas montanhas. Já em seu lado ocidental, acham-se férteis planícies e importantes cidades como Genezaré, Betsaida, Tiberíades, Cafarnaum, Corazim e Magdala. Mar Vermelho: Recebe esse nome por concentrar em suas águas uma grande quantidade de alga conhecida como trichodesmium erythraeum que, ao morrer, assume uma tonalidade marrom-avermelhada. É apresentado nas Escrituras como Mar de Junco. E embora não pertença à Terra Santa, está estritamente ligado a história do povo israelita. Mar Adriático: Localizado entre a península italiana e a balcânica, o Adriático é um dos pequenos mares que formam o Mediterrâneo. Tomou esse nome emprestado da antiga cidade romana de Ádria. Abrange uma área de aproximadamente 130.000 km2, com extensão de 800 km e largura média de 180 km. Mar Cáspio: Ocupa o extremo nordeste do mundo bíblico, e possui uma rica bacia petrolífera. Embora não tenha saída para outros mares e receba águas de vários rios, entre os quais o Volga e o Terek, o Mar Cáspio vem apresentando um lento, porém contínuo decréscimo de seu nível. Mar Negro: Embora não seja citado nas Sagradas Escrituras, o Mar Negro aparece em todos os mapas bíblicos devido a sua proximidade com as terras que serviram de cenário à História Sagrada.

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Os Rios Segundo o Aurélio, um rio é: “Um curso de água natural, de extensão mais ou menos considerável, que se desloca de um nível mais alto para outro mais baixo, aumentando progressivamente o seu volume até desaguar no mar, num lago, ou noutro rio, e cujas características dependem do relevo, do regime de águas, etc”. Na Terra Santa os recursos hídricos são escassos e uma das maiores preocupações do governo israelense é manter estável o abastecimento de água no país. Dos rios existentes em Israel, somente o Jordão merece, de fato esse nome. Os outros deveriam ser chamados de arroios e riachos. A Bacia do Mediterrâneo: É composta pelos seguintes rios: Belus, Quisom, Caná, Gaás, Serec e Besor. Rio Belus: Corre ao sudoeste do território asserita, e caminha em direção ao Mediterrâneo. As águas do Belus são despejadas na baía do Acre, nas proximidades da cidade de Acco. Durante dois terços do ano, o rio permanece seco, constituindo-se num dos numerosos wadis da região. Hoje, esse rio é chamado de Namã por israelenses e árabes. Rio Quisom: Corresponde ao maior rio da bacia do Mediterrâneo e o segundo em importância para Israel. Nasce em Esdraelom e recebe inúmeras vertentes durante o seu curso. Ao contrário do Rio Belus, o Quisom é perene; suas águas não secam nem no verão. Rio Caná: Nasce nas imediações de Siquem, atravessa a planície de Sarom e suas águas são despejadas no Mediterrâneo. Constituía-se em fronteira natural entre as tribos de Efraim e Manassés. Esse rio também é um wadi, pois possui água apenas nos meses chuvosos. Rio Gaás: As águas desse rio banham a planície de Sarom, e desembocam no Mediterrâneo nas imediações de Jope. Josué foi sepultado no monte Gaás. Rio Sorec: O Sorec despeja suas águas no Grande Mar, entre Jope e Ascalom, ao norte do antigo território filisteu. Suas nascentes ficam nas montanhas de Judá a sudoeste de Jerusalém.

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Rio Besor: Atualmente é chamado de Sheriah. Mas, não é propriamente um rio, e sim um ribeiro que se acha nas imediações de Ziclaque, no Sul de Judá. É o mais caudaloso dos wadis que deságuam no Mediterrâneo. A Bacia do Jordão: Formada pelos rios Jordão, Querite, Cedrom, Iarmuque, Jaboque e Arnom. Alguns desses afluentes são bastante pequenos, quase inexpressivos. Rio Jordão: O Jordão possui três fontes: Banias, Dan e Hasbani. Elas não nascem em território israelense; começam a correr a partir do monte Hermom, localizado na Síria. Apesar de sua importância, com apenas 252 km de extensão, o Jordão é um rio pequeno, mas de beleza exuberante conforme descreveu Ló (Gn 13.10,11). Possui águas escuras e barrentas e o clima nessa área é quente e sufocante. Rio Querite: O Querite é mais um wadis existente na Terra Santa, mais precisamente na Transjordânia. Para alguns estudiosos ele não passa de um filete de água, que na maior parte do ano, jaz-se completamente seco. Nesse rio é registrado a experiência de Elias com Deus, quando do momento de sua fuga de Jezabel (1Rs 17.3-5). Rio Cedrom: O Rio Cedrom nasce a 2,5 km de Jerusalém, e corre para o sudoeste. Este separa o Monte das Oliveiras do Monte Moriá. Por ele Davi passou quando fugia de seu filho (2Sm 15.23). Rio Iarmuque: Esse rio não é mencionado nas Sagradas Escrituras. Mas, quando da conquista de Canaã, este serviu de fronteira entre a tribo de Manassés e a região de Basã. Após deslizar pelos montes, o rio penetra no Jordão, a 200 metros abaixo do nível do mar. Rio Jaboque: O Rio Jaboque nasce ao Sul da Montanha de Gileade e no passado servia de fronteira entre as tribos de Rubem e Gade. Em suas imediações, o patriarca Jacó lutou com o Anjo do Senhor. Rio Arnom: O Arnom nasce nos montes de Moabe e desemboca no Mar Morto. Durante séculos, esse afluente serviu de fronteira natural entre os moabitas e amorreus. Mais tarde, com a conquista de Canaã, passou a separar os israelitas dos moabitas. Nas épocas de chuva, esse rio é volumoso. Entretanto,

depois da primavera, começa a secar. Isaias

profetizou tomando esse rio de exemplo (Is 16.2).

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Lagos Geograficamente, os lagos são constituídos de grandes massas de água concentradas em depressões topográficas, cercadas de terra por todos os lados. Esses geralmente são alimentados por riachos ou rios. Na Terra Santa encontramos apenas o Lago de Merom, e conforme registra o livro de Josué, é chamado de águas de Merom (Js 11.57). Esse é formado pelas águas do Jordão, tem 10 km de comprimento por 6 de largura e está localizado a 2 metros acima do Mediterrâneo. Golfo Pérsico Localizado a este da Península Arábica, o Golfo Pérsico compõe a fronteira ocidental da Pérsia, onde se encontra com os vales dos rios Tigre e Eufrates. Corresponde a uma porção de mar do Oceano Índico. E mais da metade das reservas mundiais de petróleo, encontram-se nessa região. O Clima Mesmo

sendo

pequena

em

suas

dimensões

territoriais.

Mas,

pela

impressionante variedade de climas, não é exagero afirmar ser a Terra Santa a síntese metereológica do mundo. Muito embora, apenas as estações chuvosa e seca sobressaem em Israel, como assim diz o profeta Isaias (Is 18.6). No verão, os desertos de Israel possuem temperaturas que oscilam de 43º a 50º. Nas montanhas, o clima é fresco e bastante ventilado. No entanto, no verão esse quadro se altera em conseqüência das correntes de ar quente vindas do Sul e do Ocidente. Na Cidade Santa, durante o inverno, a temperatura chega a 6º negativos com nevadas e geadas freqüentes. Sendo que no verão, os termômetros oscilam entre 14 e 29 graus. As riquezas de Israel são proverbiais. Em suas exíguas fronteiras, acha-se uma perfeita síntese dos recursos naturais do planeta. Assim falou o Senhor acerca desta terra (Nm 13.27; Dt 32.13,14).

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Diversas Teorias do Gênesis Criação da Terra, do Homem e o Dilúvio.

Teoria do Big-bang A teoria do big-bang diz que uma minúscula partícula, menor que a cabeça de um alfinete e de massa infinita, vagava pelo vácuo infinito a 4,5 bilhões de anos atrás, quando de repente, por acaso, ela explodiu e formou o universo perfeito.

As Teorias da Mesopotâmia A região da antiga Mesopotâmia, estendia da atual Bagdá até a embocadura do rio Tigre e do Eufrates, no Golfo Pérsico, exatamente na área geográfica em que é narrado as histórias da Bíblia, na origem de todas as coisas. E nesse período em aproximadamente 3500-3000 a.C., falava-se o idioma da Suméria e nessa época utilizava-se também este idioma para escrever os códigos de leis antigos. Depois entre os séculos XIX e XVIII a.C., foi adotado o idioma acádico para se escrever as leis da cidade de Eshnuna e os código de Hamurábi, Rei da Babilônia

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(1782-1750). Importante salientar que todos esses códigos antigos influenciaram na formação da lei de Deus para seu povo (Hebreus). Conforme dois autores, J. Van Dijk e W. Soden, nem os Sumérios, nem os Babilônios conheceram a criação do mundo a partir do nada, mas conheceram uma evolução criadora, como por exemplo: a separação do Céu e da Terra. Porém, tudo isso envolto de um universo politeísta, onde cada um dos deuses tem sua contribuição na criação (Nanu - mãe que gerou o Céu e a Terra). Estas explicações podem ser encontradas nas traduções de poemas sumérios da epopéia de Gilgamesh. Entre outras utilizadas aqui por esses autores, podemos salientar o poema acádico de Enuma Elish, onde vemos que o mundo foi criado a partir do conflito entre os deuses Marduk e Tiamat. As civilizações paralelas da Suméria e de Acade forneceram a todos os povos do Oriente Médio costumes, rituais e modelos literários de todos os tipos. Entre estes destaca os gêneros “Intemporais,” da literatura “Sapiencial”, destacando dentro dele dois modos de expressão (Lenda e Mito). Porém estes dois modos hoje são mal vistos, por causa da forma que é interpretado pela ciência. Lendas – É uma narração a cerca de uma história popular tradicional, cujo herói, com suas aventuras e façanhas, vive no passado. Exemplo: O herói Gilgamexe, das literaturas Suméria e Acádica, rei de Quis, onde em uma epopéia de doze cantos, menciona o canto XI, o qual traz uma narração do dilúvio. As Lendas eram para Israel como para todos os outros povos, o repositório das recordações históricas. Exemplo: A História da sucessão de Davi, escrita provavelmente no tempo de Salomão (2Sm 5-20; 1Rs 1-2). Mitos – É uma forma de narração explicativa, porém se interessa mais pela relação do homem com as grandes forças cósmicas que cercam com a divindade, e não necessariamente pela evocação do passado. Exemplos: O poema Babilônio da criação “Enuma Elish”, o qual exaltava o Deus nacional, Marduk. Este era recitado no templo de Babilônia no ano novo, lembrando o começo.

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Uma lenda que também participa como Mito é a procura da imortalidade, narrada na epopéia de Gilgamexe (Rei de Quis), por causa da morte do seu amigo Enquidu, transpondo as portas do sol e das águas da morte, até chegar a um paraíso, onde se encontrava seu antepassado Uta-Napistim, o herói do dilúvio, o qual foi levado pelos deuses para receber a imortalidade. Então Uta-Napistim revela o segredo da “Planta da Vida“. O herói colhe a planta, mas a serpente lhe rouba ... restando apenas ao homem “Criar para se um nome“ na História e depois morrer. Distinguindo entre “MITOLOGIA“ e “LINGUAGEM MÍTICA“. Mitologia - É uma representação do mundo transcendente que multiplica os deuses. Linguagem Mítica - É um modo de combinar símbolo e imagens para exprimir, em forma de narração ou drama, certos aspectos da experiência humana ou das realidades divinas. Ex.: Os autores bíblicos não hesitam, em apresentar Deus agindo, falando, revelando seus sentimentos, como se fosse um homem (Antropomorfismo). Conclui-se que o Mito e a Lenda não eram simples produtos de fantasia, mas servia para uma séria reflexão, a cerca da existência humana. A Epopéia de Atra-Hasis Esta consta de 1645 linhas, onde é narrada a história antes do homem, o mito das origens, a história do dilúvio, da qual Atra–Hasis é o herói . Através da leitura destes textos verificamos o quanto a Bíblia se aproxima deles na expressão e quanto se distancia dele no pensamento. Na epopéia, o homem é criado para livrar os deuses do castigo. Na Bíblia, Deus cria o homem sem interesse e o estabelece como o Senhor da criação. Nos dois casos (Epopéia x Bíblia). O homem é criado da terra e de um elemento divino. Porém, em Babilônia, é com o sangue de um deus decaído e vencido que o homem é marcado em sua natureza. Na Bíblia ele se torna ser vivo quando Deus lhe insufla o hálito de vida.

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A epopéia nos mostra que o dilúvio ocorreu porque os homens perturbaram na sua tranqüilidade. Já na Bíblia o dilúvio aconteceu por causa da imoralidade dos homens, respondendo pelo seu próprio destino, e não sujeitos a transformação divina. A Bíblia nos mostra um pensamento radical novo, onde Israel rompe com todos os sistemas religiosos do Oriente Antigo, prestando culto a um só Deus. Todas as forças cósmicas, cultuadas pelos antigos povos voltam a situação real de criatura e Yahweh, o Deus que se manifesta aos Patriarcas e a Moisés, torna-se, a partir da saída do Egito, o único Deus digno de receber culto. Certamente o rompimento não foi total com as formas semíticas, Ex.: O nome El, era dado aos deuses antigos, demonstrando sua divindade. O pensamento era novo, porém o modo de exprimi-lo é antigo. Alguns aspectos fundamentais da lei Israelita também eram antigas. Para não se mostrar igual a outros deuses antigos, Deus, utiliza o nome El na Bíblia acompanhado de epítetos, tais como: Ha’el haggadôl “O grande EL“ ‘el ‘elim “Deus dos deuses“ ‘el hashshamayim “EL do céu“ ‘el ‘eliôn “EL Altíssimo” ‘el Ro’l “EL que me vê” Estas e outras formas mostram a superioridade do Deus de Israel sobre todos os outros deuses.

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A Criação do Mundo nos Textos Egípcios O pensamento egípcio dedicou-se de inúmeras formas a retratar a origem deste mundo, para melhor resolver o problema de sua conservação. Diferentes Cosmogonias Heliopolitana - (Heliópolis) são escolhas de pensamentos que parece mais centrada no desenvolvimento de uma família a partir de um único antepassado. Mênfis - A criação pelo verbo e pelo pensamento. Hermópolis - A tendência é mais física e procura descrever o modo como o mundo nasceu da matéria inorgânica. Temas Cosmogônicos Esses temas trazem a idéia da criação concebida segundo um modelo de operações naturais, trazendo à vida realidade nova. Diversos Modelos (Mitos) Genitalidade - Na linguagem Egípcia corrente, o verbo fazer (IR) e o verbo gerar (MÊS) são intercambiáveis. Inúmeros mitos incorporam a criação do mundo dos deuses e a dos homens a um casal primitivo suposto ser o antepassado de todos. A atividade criadora é atribuída através de uma atividade sexual entre dois deuses carneiro. O Mito Heliopolitano - Mostra a criação através de um ato solitário do demiurgo se “Autofecundando“, tendo como modelo o deus artesão, ou seja, oleiro como Khnum, metalúrgico como Ptah, o deus que cria dando assim forma ao informe, modelando assim o homem. Textos Egípcios Textos das Pirâmides - Trata-se aqui dos textos mais antigos do Egito, gravados nas paredes internas das pirâmides da 5ª e 6ª dinastias, eles contêm uma coleção de formulas de origem heliopolitana, destinados a garantir ao rei a sobrevivência e a Glória.

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Ensinamentos a Merikaré - Trata-se de um escrito de sabedoria na tradição dos compêndios de máximas elaborados nos antigos impérios, entre os funcionários reais. Os Livros dos Mortos - Trata-se sempre de garantir ao defunto a liberdade de movimentos e a invulnerabilidade. Hino Amon de Leida - Trata-se de um texto disposto primitivamente em trinta estrofes as quais se dirigem a Amon, para mostrar seu absoluto domínio sobre o cosmo inteiro. Texto de Teologia Menfita - Trata-se da pedra chamada shabaka, nome do Faraó etíope da 25ª dinastia que a mandou gravar, no fim do século VIII a.C. Papiro Salt 825 - Trata-se de mostrar a origem divina dos diversos produtos utilizados. O processo consiste em prender cada um deles a uma secreção do corpo divino. O Facheado de Evergeta em karnak - O texto reuni diversos enfoque do ato criador. O mito da criação Edfu, dois modelos são igualmente apresentados nos relatos: De um lado a criação é evocada como estabilização de um feche de juncos no meio da água. É a emergência de um mundo organizado, descritas nos termos evocativos da vazante do Nilo; e de outro lado, o tema do pensamento e da palavra criadora está presente no relato inteiro. A imagem naturista, é pois aqui, desdobrada por perspectiva metafísica que lembra o documento Menfita.

O Nascimento do Mundo e dos deuses nos textos Ugarit Ugarit não é o Egito nem a Mesopotâmia, estes últimos concederam as duas maiores culturas III e II milênio a.C. O Ugarit não era senão uma cidade-estado entre outras na idade do bronze recente (1600-1185). Este está mais próximo do universo Bíblico do que os textos Mesopotâmicos ou do Egito, como podemos ver abaixo: Geograficamente Ugarit situa-se na Síria bem perto de Lataquié, no litoral mediterrâneo, a cidade pertencia a Canaã. Ugarit pertence aos países mediterrâneos.

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A língua Ugarítica é também assim como a hebraica uma língua semítica, o que não é o caso da Egípcia. Elas pertencem ao mesmo grupo o semítico norte ocidental diferenciando do Acádico proveniente do semítico oriental. Ugarit proporcionou aos biblistas o conhecimento direto de uma religião (Cananéia) na época do êxodo (século XIII a.C.)

Crenças Sobre as Origens do Cosmo e do Homem Dizem que El o deuses supremo do panteão Ugarítico habita “na confluência de dois rios, na própria fonte dos dois abismos”. Estamos diante de uma linguagem cósmica. El habita nas origens dos abismos e dos rios que o cercam. Faz imediatamente lembrar os relatos da criação do Gênese “O abismo” nos aproxima do inicio do relato sacerdotal. Os rios e os abismos pareciam, pois a concepção cosmológica dos cananeus. Sempre o mesmo Deus El, atribui-se o epíteto de bnk bnwt “Criador das coisas criadas“. A expressão é tão clara que dificilmente encontraria outra mais evidente na Bíblia. El seria, pois, criador em Ugarit, como Yahweh o é em Israel, sabemos, aliais que Yahweh, em sua luta contra a religião Cananéia, assumiu muitas das características do deus El cananeu ao qual se assimilou sem dificuldade. Outra expressão Ugarítica, diz do deus El, que ele é ab adm, expressão que pode ser traduzida por “pai do homem”, dando ao “homem” sentido coletivo de humanidade. Observamos que a palavra Ugarítica refere-se ao nome dado pela Bíblia ao nosso primeiro pai. Evidentemente, o fato provoca uma discussão já resolvida entre os especialistas: o nome do nosso primeiro pai não é nome próprio, mais nome comum, “homem”. Em todo caso, ab adm, “pai da humanidade“ atribuído ao deus El., parece confirmar ser esse o criador do homem.

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A Formação do Homem Os

textos

de

diversas

origens

(Sumério,

Acádico

e

Babilônio)

são

concordantes quanto a este aspecto. Narra-se os autores que a humanidade foi criada para que os deuses em castigo pudessem aliviar suas culpas, descarregando assim sobre os homens, feito a imagens dos deuses caídos e desta forma os deuses caídos viveriam livres de quaisquer obrigações, isso resumido em uma só frase: “Para permitir aos deuses morarem em uma habitação que satisfaça o coração do Deus Marduk, formou a humanidade“. Porém, conforme o modo da criação do homem, são diversas as opiniões: - O Deus Enlil teria introduzido na terra, como semente um protótipo humano. Ou segundo texto Súmericos os seres humanos foram “Gerados na união conjugal do céu e da terra”; - O homem é moldado só da argila, em primeiro lugar a deusa Nanwr e suas assistentes que operam e depois a deusa Ninmah e o deus Enki são os que fazem; - A modelagem do homem a partir de uma mistura de barro, de carne e de sangue de um deus condenado á morte; - A formação do homem a partir do sangue de um ou vários deuses condenados a morte.

A Condição do Homem Primitivo Há um texto antigo bastante transparente a esse respeito, o que mostra as pessoas com aspecto selvagem, as quais vivem nuas e pastavam como os animais, porém foi preciso de uma intervenção dos deuses Enki e Enlil para que os homens pudessem entregar-se a criação de animais e à agricultura, e em segundo uma tradição cuneiforme, os homens antediluvianos teriam sido educados por sábios conceituados vindos do Apsu.

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O Dilúvio Comparando as visões Mesopotâmicas, (Suméria, Acade) e as Sagradas (Javista e Sacerdotal), verificamos que a visão Javista foge ainda mais da Mesopotâmica em relação a Sacerdotal neste ponto. Diversos relatos do dilúvio chegaram da Mesopotâmia até nós: um em Sumério, dois em Acádico e um em Grego. 1. Relato da 11ª Tabuinha da Epopéia de Gilgamesh Contexto - Gilgamesh, Atormentado com a morte de seu amigo Enridu e tendo partido em busca do segredo da imortalidade, chegou a um lugar situado além das águas da morte, onde UTNAPISHTIM, O “NOÉ“ Babilônio, desfrutou da imortalidade, e conta a Gilgamesh como escapou do dilúvio. Onde, o dilúvio foi desencadeado por causa das más disposições dos deuses que lá estavam, essas más disposições levaram os grandes deuses a fazer o dilúvio. 2. O Dilúvio em Acádico Contexto - como foi dito anteriormente concorda com os outros textos no qual, por causa das reclamações dos deuses caídos, foi assim lançado pelos deuses superiores diversos flagelos, desde sede, fome até por fim o dilúvio, onde Atra-Hasis equivale a “Noé“, construindo um barco por ordem do deus maior

“EA“, escapa da

morte. 3. Relato Sumério do Dilúvio Contexto - Este mais ou menos contemporâneo ao texto de Atra-Hasis acima apresentado e não necessariamente um testemunho de tradição tipicamente Suméria. Segundo as linhas 140-144, a decisão para desencadear o dilúvio se deu por alguns dos deuses, obrigados a associar-se a este feito por meio do juramento. Então houve as instruções de Enki para a construção de um barco, tendo sido aqui o herói “Noé” Ziusdra. O qual passou a obter uma vida sem fim, como assim se define seu nome. Obs.: O grande deus em Sumério é Enki e Ea em Acádico A Causa do Dilúvio - Na Bíblia é claramente indicada como sendo por causa da malícia e corrupção da humanidade. Já nos textos Mesopotâmicos, não se explica a causa do dilúvio. Somente o poema de Atra-Hasis nos mostra que é para fazer cessar os gritos e a confusão realizados pelos deuses caídos.

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Gênesis na História Sagrada Os onze primeiros capítulos do livro do princípio possuem uma forma narrativa diferente de todas outras narradas na Bíblia. Porém esses capítulos são muitos importantes, pois eles abrem toda a História Sagrada. É evidente que se tratando de uma História passada os “Teólogos da História” tiveram que evocar o passado, inobservável, representando-o de um modo compreensível aos seus contemporâneos. Caso contrário, a sua reflexão, sempre concreta e não abstrata, não teria suporte. Na estrutura de Gêneses 1-11, existem duas linhas de pensamentos das Histórias Sagradas, as quais são: Javista - o mais antigo porque nomeia Deus de YAHWEH, escrita em Jerusalém, provavelmente durante o reinado de Salomão. A visão Javista mostra na Bíblia a exterminação do politeísmo; pois narra que Yahweh criou o céu e a terra, dando a partir daí a narração das origens, planta um jardim no Éden, cria os vegetais, cria os animais e por fim modela o homem com o barro da terra e lhe insufla o fôlego de vida e de sua costela forma a mulher e dá a ele domínio sobre tudo. Na visão Javista Yahweh é o Deus vivo e pessoal, é o criador, do qual dependem o universo, a vida e o ser humano. No jardim mostra-se uma relação de diálogo pessoal, do qual Deus toma a iniciativa, fazendo um apelo ao livre engajamento do homem, reconhecendo sua condição de criatura e sua fiel obediência ao mandamento. Podemos observar essa característica também em outras narrativa do antigo testamento: “... olha hoje te propus vida ou morte .... escolhe“ (Dt. 28,30-15; Êx 23:20-33; Lv 26: 3-4) Sacerdotal - seu autor um Sacerdote de Jerusalém, escreveu durante o exílio na Babilônia. Escrita quatro século depois da Javista, quando o povo esteve no Exílio (entre 587 e 538), em Babilônia. O historiador Sacerdotal nos conduz das origens do mundo ao período de Israel no deserto, onde esteve em contato com os mitos Mesopotâmicos.

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Conclui-se então que o Historiador Sacerdotal conhece tanto o escrito Javista como o Mesopotâmico, porém da visão Mesopotâmica extrai apenas a imagem figurada e da Javista o ato de Deus criador e a instalação do mundo em que o homem deve viver. Portanto, quanto a doutrina o Javista e o Sacerdotal diferem totalmente do mito Babilônio. Se fizermos um paralelo dos capítulos 1-3 de Gênesis, entre os mitos (Babilônios) tirados da epopéia de Atra-Hasis, no que diz respeito às formas literárias veremos

que

as

narrativas

Javista

e

a

Sacerdotal,

dependem

dos

modelos

Mesopotâmicos. O Mito Babilônio nos mostra que para os Mesopotâmicos no inicio de tudo, houve um caos entre duas divindades sexuadas: Apsu - As águas doce que estão sobre a terra Tiamate - As águas salgadas do mar Daí saíram todos os deuses, identificados como: as potências cósmicas. Depois nos mostra o confronto entre os deuses (Universo x jovens), formando o mundo divino, regido por Marduk. E por isso os homens foram criados para servir aos deuses caídos. Um dos deuses revoltosos é imolado para fornecer seu sangue, desta forma o homem recebe o sangue nas veias de um deus decaído. Para o mito Mesopotâmico, o homem além de escravo dos deuses recebe o peso de uma fatalidade inexorável, por causa do joguete das potências cósmicas. A mitologia Suméria evoca um país paradisíaco chamado Dilmun, um país dos vivos, situado nos lados do Oriente. Lá aparece a “planta da vida“, que sendo roubada por uma serpente, coloca a perspectiva da vida sem esperança. Essa analise comparativa entre os escritos bíblicos e os antigos é de extrema importância, pois permitirá realçar semelhanças e diferenças entre os mesmos, e com isso irá respaldar ainda mais a autenticidade da Bíblia.

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O Pentateuco Os cincos primeiros livros da bíblia formam um conjunto que os judeus denominam “Torah” [“instrução”], que em geral se traduz por “Lei” (Mt 5.17; Lc 16.17; At 7.53; 1 Co 9.8). Daí provém o nome que lhe foi dado nos círculos de língua grega: Pentateuchos, “[livro em] cinco volumes”, que foi transcrito em latin: Pentateuchus, dando a palavra portuguesa: Pentateuco. Por sua vez, os judeus de língua hebraica deram-lhe também o nome de “os cinco quintos da lei”. Os judeus atribuem à Torah maior autoridade e santidade que ao restante das escrituras que completam o Tanach (Lei, Profetas e Escritos). “E leram no livro, na lei de Deus: e declarando, e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse”. Ne 8.8 Estes cinco livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, contêm

uma

grande

variedade

de

material:

histórias,

episódios,

leis,

rituais,

regulamentos, cerimônias, registros cronológicos, exortações. Ainda assim, é uma narrativa histórica unificada. A importância vital dessa narrativa histórica é atestada por seu uso no Novo Testamento como pano de fundo e preparação para a obra de Deus de redenção do homem por Cristo Jesus. Um exemplo marcante é o discurso de Paulo aos judeus na sinagoga de Antioquia da Pisídia (At 13.17-26). No qual ele faz um resumo das promessas de Deus, e de quanto Ele é fiel, justo e misericordioso para dar a salvação ao povo que o segue através do líder o qual ele levantou, desde Abraão até o nosso maior líder: Cristo Jesus. A tradição judaica atribui a Moisés os primeiros cinco livros da Bíblia. Cristo atribuiu explicitamente o Pentateuco a Moisés. “E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos profetas, e nos Salmos”. Lc 24.44 Da forma como é mencionado nesse versículo, os autores bíblicos dividiam o Antigo Testamento em três partes – A lei, os Profetas e os Salmos (representando os Salmos a grande divisão chamada de “Escritos”). Cristo frequentemente se referia a diversos livros como tendo sido escritos por Moisés. Obs: Porém há autores que contesta essa autoria, como podemos ver no livro Introdução ao Antigo Testamento, da editora Vida Nova, de autoria de Willian S.

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Lasor, David A. Hubbard e Frederic W. Bush, o qual depois de vários comentários relacionados à época e costumes, diz: “O Pentateuco é uma obra anônima. Moisés não é mencionado como seu autor, assim como ninguém mais. A ausência do nome do autor harmoniza-se com a prática do Antigo Testamento em particular e com as obras literárias antigas em geral. No antigo Oriente Médio, o “autor” era basicamente um preservador do passado, limitando-se ao uso de material e metodologia tradicionais. A literatura era mais uma propriedade comunitária que particular”. Os livros de Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, narram a formação do povo eleito e o estabelecimento de sua lei social e religiosa. Complexidade Ao mesmo tempo em que revela sua unidade em plano e propósito, o Pentateuco apresenta uma diversidade impressionante, principalmente no que diz respeito a mistura de leis e história, nunca encontrado em nenhum código de leis, antigo e

ou

moderno,

verifica-se

que

a

narrativa

histórica

atravessa

e

interrompe

constantemente a legislação. Por exemplo: - Não há seqüência entre Gn 4.26 e 5.1; - Há uma descontinuidade clara entre Gn 19.38 e 20.1; - Outra descontinuidade entre Ex 19.25 e 20.1. Outras complexidades: - Diferenças significativas entre vocabulários, de sintaxe, estilo e de composição (leis de Levítico e Deuteronômio); - Uso variável dos nomes divinos Javé e Elohim; - Duplicações ou triplicações de material (Gn 12.20; 26.6-11); (Gn 21.2231; 26.26-33); e (Lv 11.1-47; Dt 14.3-21).

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Visando esclarecer essas complexidades, alguns estudiosos procuraram separar as diversas fontes, desenvolvendo assim a “teoria documental”.

J

– Essa fonte apresenta o nome de Deus como Javé e foi compilada em

Judá entre 950 e 850 a.C., que compreende Gn 2 a Nm 22-24 e apresenta Deus em uma linguagem antropomórfica, onde Deus é descrito em termos humanos;

E

- Essa fonte datada entre 750-700 a.C., inicia-se em Gn 20, e prefere o

nome de Deus como Elohim até a revelação de seu nome Javé a Moisés (Ex 3; 6), depois disso passa a empregar ambos os nomes para Deus. Muitos estudiosos localizam o ambiente de E no norte de Israel, pois dispensa atenção especial a Betel, Siquém e às tribos de José, Efraim e Manasses.

D

– Refere-se ao material que forma o núcleo do livro de Deuteronômio.

Possuiu um estilo bastante característico: prosaico, prolixo, parenético (reflexo de exortações e conselhos, “homilético”) e pontuado de frases estereotipadas. Compreende as narrativas históricas de Josué a 2 Reis (cap. 9).

S – Destaca genealogias, leis relacionadas ao culto, alianças, dias especiais como o sábado, procedimentos para o culto, sacrifícios (Lv 1-7) e cerimônias. Ressalta a santidade (Lv 17-26), a soberania e a transcendência de Deus, juntamente com o estabelecimento do verdadeiro culto de Javé liderado pelos sacerdotes. Essa fonte básica de S é muitas vezes datada no meio do Exílio (550 a.C.), e sua composição final, um pouco antes do século IV a.C.

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A História de Israel Gênesis O Gênesis narra as origens do mundo, do gênero humano, do povo hebreu, tudo relacionado com Deus, com sua revelação, com seu culto. Deus cria o universo e revela-se aos primeiros homens. A história do princípio abrange em sua narração uma longa série de séculos. Os gregos do império bizantino colocavam a criação do homem 5508 anos a.C. Os hebreus ainda usam uma era que no mesmo período conta 3760 anos. As ciências antropológicas exigem um tempo assaz maior para a existência do homem sobre a terra. O

prólogo

primevo

compreende

os

capítulos

1-11,

estudado

anteriormente. E por isso, deste ponto em diante veremos a história patriarcal de Israel. O chamado de Abrão: “Sai-te da tua terra, e da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei”. Gn 12.1-5 Neste período, Abrão era da idade de setenta e cinco anos, quando saiu de Harã para irem a terra de Canaã. Quando Abrão passa a ter a idade de noventa e nove anos, apareceu Deus a ele, e muda o seu nome: “E não se chamará mais o teu nome Abrão, mas Abraão será o teu nome; porque por pai da multidão de nações te tenho posto”. Gn 17.1-5 Devido a fome que assolou em Canaã, Jacó e seus filhos entraram no Egito (Gn 47.1-6), e os descendentes de Abraão ficaram satisfeitos e prosperaram (Gn 47.27). Durante algum tempo podem ter tido a impressão de haver feito uma boa troca ao deixar Canaã, a terra escolhida por Deus para eles, que no momento não estava sendo produtiva, e se mudaram para o Egito, a terra de Gósen. Os filhos de Israel frutificaram e multiplicaram-se, e foram fortalecidos grandemente; de maneira que a terra se encheu deles (Ex 1.6-7). Mas, depois que José faleceu, e todos os seus irmãos, e toda aquela geração, se levantou um novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José (Ex 1.8). E temendo o grande crescimento do povo de Israel, os transformaram em escravos desamparados, sem esperança. Mas quanto mais o povo sofria, mais se multiplicava (Ex 1.11-12). Vendo isto, o rei ordenou as parteiras, que quando fossem ajudar as hebréias

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a dar a luz, só lhe poupasse as meninas, e vendo que era menino o matassem, porém as parteiras com muito temor a Deus, não obedeceram ao Faraó (Ex 1.15-17). Ainda não estando satisfeito com o grande aumento do povo de Israel, o Faraó ordena a todo o seu povo dizendo: A todos os filhos que nascerem lançareis no rio, mas a todas as filhas guardareis com vida (Ex 1.22). Os anos se passaram. A servidão de Israel tornou-se intolerável. Eles suspiravam e gemiam sob o seu jugo. Quando seus gritos subiram a Deus, Ele os ouviu; e lembrou-se da sua aliança, compadecendo-se deles. Chegara o momento crucial de chamar Moisés, o libertador que Ele vinha preparando, e enviá-lo para realizar a grande tarefa da libertação (Ex 2.23-25) Êxodo – Israel Nômade O segundo livro do Pentateuco toma o nome de Êxodo da saída dos hebreus do Egito, onde, depois dos bons tempos de José, passaram a sofrer a mais dura escravidão. Esse acontecimento, porém, nada mais foi do que o prelúdio de fatos muito mais importantes na vida dos filhos de Israel, os quais, de um conglomerado de famílias que eram, recuperando a liberdade, conquistaram verdadeira unidade de nação independente e receberam uma legislação especial, uma forma de vida moral e religiosa, pelas quais se distinguiram de todos os outros povos da terra. Com toda facilidade compreender-se-á a importância deste livro, sobretudo em se pensando que, se a história civil das nações, mormente as antigas, acha-se intimamente vinculada à religião e essa à moral, isto jamais foi tão verídico como a respeito dos hebreus. As leis contidas no Êxodo formam a essência da vida civil e religiosa do povo eleito. É bem verdade que, de todas essas leis, e especialmente as do chamado código da aliança (21.23), foram encontradas analogias notáveis no código de Hamurabì (rei babilônio, que viveu alguns séculos anteriormente a Moisés). De tais analogias não se infere, porém, em absoluto, como pretendem alguns, a dependência do código mosaico do babilônio. Elas têm sua explicação adequada nos fatores comuns às duas sociedades, israelita e babilônica, tão próximas no tempo, no lugar e também na origem, pois os patriarcas do povo hebreu procediam do vale do Tigre. Realmente, na legislação decretada no Sinai, nem tudo foi criado desde a raiz; muitos usos e costumes já introduzidos na prática social foram confirmados pela aprovação divina. De resto, também nas famosas leis romanas das doze tábuas

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descobrem-se semelhanças com o código mosaico, sem que ocorra a alguém o pensamento de querer estabelecer um parentesco entre os primeiros e o segundo. Providências semelhantes surgem espontaneamente de necessidades sociais do gênero. No decálogo, porém, e na doutrina religiosa que lhe forma a base inconcussa (20.2-17), reside a verdadeira prerrogativa do povo de Israel; nada de semelhante se encontra em nenhum outro povo. Os acontecimentos narrados no Êxodo tiveram um eco enorme na memória das tribos israelitas. Em quase todas as páginas do Antigo Testamento são recordadas a libertação da escravidão do Egito, a prodigiosa passagem do Mar Vermelho, os golpes tremendos com os quais foi dominada a tenaz oposição do opressor egípcio, as grandiosas manifestações divinas no Sinai, o sustento milagroso de povo tão numeroso no deserto. Daí Israel deduzia os motivos mais fortes para ser grato e fiel a Deus, e conservar uma confiança inabalável na sua providência soberana e nos seus próprios destinos. O Êxodo desenvolve dois temas principais: a libertação do Egito (1.1 – 15.21) e a aliança no Sinai (19.1 – 40.38); esses temas são interligados por um tema secundário, a saber, a marcha através do deserto (15.22 – 18.27). Moisés, que recebeu a revelação do nome Yahweh na montanha de Deus, é o condutor dos israelitas libertados da escravidão. Numa teofania impressionante, Deus faz aliança com o povo e lhe dita sua Lei. Mal fora concluído, o pacto é violado pela adoração do bezerro de ouro, mas Deus perdoa e renova a aliança. Uma série de prescrições regula o culto no deserto.

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O Tabernáculo “Moisés esteve no monte quarenta dias e quarenta noites. Então falou o Senhor a Moisés dizendo: Fala aos filhos de Israel, que me tragam uma oferta alçada; de todo o homem cujo coração se mover voluntariamente...”. (Ex 24.18b; 25.1,2) No monte Sinai o Senhor levou seu servo para receber instruções de como deveria construir o tabernáculo. Deus queria habitar no meio do seu povo, e obviamente para isso Ele não precisava do uso de nada material para se revelar aos seus. Mas, devido ao nível espiritual do povo, Deus se utilizou do tabernáculo visível e de seus muitos objetos como lições palpáveis, através de símbolos e tipos, e também para que servisse de lembrança contínua aos israelitas. Mas, o propósito mais excelente do Senhor era a revelação da verdade preliminar na busca e expectativa da encarnação de seu Filho Jesus. Nesse tabernáculo o Senhor desceu e habitou entre os homens numa casa feita de diversos materiais visíveis encontrados na natureza. Mas, a aproximadamente 1500 anos após esses fatos o Senhor veio e habitou em uma casa feita de ossos e carne – o corpo de Jesus. Para muitos o tabernáculo significa apenas uma antiguidade judaica sem voz e significado. Mas, quando estudado considerando os tipos que ali são vistos e apontado de forma adequada ao antítipo, encontramos nele o Senhor Jesus Cristo. A Estrutura A planta do tabernáculo, como mostra o diagrama que se segue, é basicamente simples. Isto ocorre, em parte, por seu caráter portátil, tendo de ser transportado pelos israelitas em suas viagens pelo deserto. A bacia e o altar de bronze se localizavam no átrio, embora fossem partes essenciais dos cerimoniais do tabernáculo. O tabernáculo era dividido em dois cômodos. O menor, que era de 10 côvados de cada lado, formando um quadrado perfeito, era chamado de santo dos santos; o cômodo maior era chamado santo lugar. Estes dois cômodos eram separados por um véu (26.31-33). Os sacerdotes ministravam no santo lugar diariamente; no santo dos santos o sumo sacerdote entrava uma vez por ano, sozinho (Hb 9.6-10).

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O Átrio (27.9-17) O tabernáculo era rodeado por um átrio, formado por colunas firmadas no solo e esticando cortinas de linho, as colunas eram ligadas por ganchos de prata (Ex 27.17). A entrada media 20 côvados de largura e na qual era pendurado um reposteiro nas cores azul, púrpura, carmesim e branco (linho) (27.16). Estas eram as cores que prevaleciam por todo o tabernáculo. O átrio media 100 côvados de comprimento por 50 côvados de largura (27.18) – Um côvado é equivalente a 0,5 m aproximadamente. As Tábuas e as Cortinas (26.1-30) Por estarem vagando pelo deserto, era necessário que os israelitas tivessem uma construção que pudesse ser facilmente desmontada e erguida. O tabernáculo era feito de 48 tábuas cobertas de ouro e colocadas em encaixes enterrados na areia. Havia 20 dessas tábuas em cada lado e 8 nos fundos (26.15-30). A construção não tinha soalho, mas o teto era uma coberta maravilhosamente lavrada, composta de 10 cortinas presas uma a outra (26.1-6), bordadas com as figuras dos querubins, as criaturas celestes. Estas cortinas esticavam-se no alto e caíam quase até o chão em cada lado da construção. Sobre elas havia uma coberta de pêlo de cabra branco (26.7-13); e acima desta uma coberta de pele de carneiro tingida de vermelho (26.14); sobre a coberta de pele de carneiro, para a proteção contra as intempéries, havia uma coberta de peles, ocultando do lado de fora toda a beleza do seu interior (26.14). Formando ao todo um total de 4 cobertas. O Mobiliário O tabernáculo continha 6 peças de mobiliário. No santo dos santos havia 1 peça – a arca da aliança. Era uma caixa de madeira coberta de ouro, na qual se encontravam a lei escrita em pedra, uma vasilha de maná, e a vara de Arão que floresceu. A tampa da caixa era o propiciatório, às vezes tida como uma peça separada. Em cada extremo havia uma figura de um querubim, e entre as figuras havia o maravilhoso fogo da glória do Senhor, símbolo da presença de Deus. Por isso esta peça poderia, com toda propriedade, ser chamada de trono de Deus; no santo lugar 3 peças – o altar do incenso defronte do véu – a esquerda, o candelabro feito de ouro puro – e a direita, a mesa dos pães da proposição, com os 12 pães que eram comidos pelos sacerdotes; e no átrio 2 peças – a bacia, que servia para os sacerdotes se lavarem; e mais próxima da entrada havia o altar de bronze, para o qual os israelitas, levavam um substituto para morrer em seu lugar, pagando por seus pecados – um tipo claro da obra expiatória de Cristo.

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O Simbolismo do Tabernáculo Duas

passagens-chave

do

Novo

Testamento

servem

de

base

para

interpretação de personagens, eventos e coisas do culto no tabernáculo do Antigo Testamento (1Co 10.1-11; Hb 8.1-10;18). Porém devemos ter bom senso, sem forçar a interpretação e a aplicação. Segue as interpretações: 1. Como um todo – Visto como um todo o tabernáculo tipifica a pessoa de Cristo. O exterior dessa tenda era, pelo menos parcialmente similar as tendas menores de habitação dos israelitas. Mas, a grande diferença estava em que o tabernáculo era o lugar especialmente designado da habitação de Deus, como assim também era Cristo (Cl 2.9). 2. Em detalhe – Cada detalhe ou artigo do mobiliário tipifica alguma fase da obra de Cristo para o homem. No Novo Testamento aprendemos sobre muitas fases da obra de Cristo. Em um momento ele é apresentado como nosso Substituto; em outro, como aquele que Purifica e Regenera, como o Pão da Vida, a Luz do Mundo, o Bom Pastor e a Videira. Também no tabernáculo podemos perceber estas mesmas fases de sua obra: No altar de bronze vemos Cristo como nosso Substituto; na bacia, nosso Purificador e Regenerador; no candelabro, a nossa Luz; no altar do incenso, nosso Intercessor; e no propiciatório, nossa Propiciação. 3. Ordem do Mobiliário – Observem com que precisão os mobiliários foram colocados no tabernáculo, sempre apontando para obra redentora de Cristo. Em um extremo, no santo dos santos, estava a arca da aliança – o trono de Deus. No outro extremo, perto da entrada, o altar de bronze, que é o tipo da cruz de Cristo. Assim vemos que homem algum pode chegar ao trono de Deus, sem passar pela Cruz. No santo dos santos, estamos cercados pelas paredes douradas; em cima está a linda cortina com figuras das criaturas celestes; a arca de ouro mostra os querubins curvados sobre o propiciatório; e sobre este está manifesta a presença de Deus no fogo da Sua Glória. Ali só existe luz, beleza,

amor,

culto

e a

presença

de Deus,

em

contraste ao

nos

aproximarmos do altar de bronze, que só há sofrimento, sangue e morte, à medida que os substitutos morrem no lugar dos pecadores. Podemos afirmar que Cristo consiste nesses dois extremos – do trono do Pai na glória, à cruz do Calvário (Fl 2.5-11).

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Depois do altar de bronze, o próximo passo é a bacia, a qual representa Cristo como nosso Purificador e Regenerador (Jo 3.5). Depois precisamos nos alimentar de Cristo como o pão da vida (Jo 6.35) – os pães da proposição. A seguir Ele precisa ser a nossa Luz e Guia (Jo 14.13-14) – na figura do candelabro. Então Cristo aparece na figura do altar do incenso, como nosso intercessor, conduzindo-nos ao santo dos santos – a arca da aliança. O tabernáculo fala de Cristo de diversas maneiras. Mesmo os seus materiais e cores falam dEle. A madeira fala de sua humanidade, o ouro de sua divindade. Há no branco a pureza, o azul para promessa ou profecia, o carmesim para a realeza, o vermelho para o sangue. Os Sacerdotes Desde o dia em que feriu a todo primogênito do Egito, o Senhor havia separado para si todos os primogênitos de Israel. E no lugar dos primogênitos, Deus tomou os levitas (Nm 3.12), e de dentro da tribo de Levi, Deus separou: Arão e

seus

filhos,

Nadabe,

Abiú,

Eleazar

e

Itamar

para

administrarem o ofício sacerdotal (Êx 28.1-3). Eles deveriam primeiramente serem lavados com água, depois seriam vestidos com as vestes sagradas, e apenas o sumo sacerdote, por fim seria ungido com o azeite da unção (Êx 29.4-7). Mas, os filhos de Arão seriam aspergidos com o mesmo azeite misturado com sangue (Lv 8.30)

“Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo”. 1Pe 2.5

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Levítico – Leis, Instituições Civis e Religiosas, Culto e Festas Este livro traz o nome de Levítico, por tratar quase exclusivamente dos deveres sacerdotais. Poder-se-ia compará-lo a um ritual. Compõe-se quase que inteiramente de leis que visam à santificação individual e de toda nação de Israel. Santificação, de per si ritual e exterior, que, porém, simboliza e promove certa santidade interior e moral. Toda a matéria pode ser dividida em cinco partes: 1ª Parte – Leis relativas aos sacrifícios: 1. Holocausto (1.1-17; 6.8-13; 17.8,9); 2. Ofertas de Alimentos (2.1-16; 6.14-18); 3. Sacrifícios de Paz (3.1-17; 7.11-21); 4. Sacrifícios Expiatórios (4-6.1-7; 6.24-30; 7.1-10) 2ª Parte – A porção dos sacerdotes (7.28-38) e sua consagração (6.19-23; 8.1-36). Nadab e Abiú foram mortos por terem usurpado um ofício sagrado (10.1-7). Várias prescrições para os sacerdotes (10.8-20). 3ª Parte – Leis sobre a pureza legal, dos alimentos (11.1-47), da purificação da mulher (12.1-8) da lepra (13-14); da imundícia do homem e da mulher (15). Rito para o dia solene de expiação (16). 4ª Parte – Diversas leis: a) a proibição de comer sangue (17.10-16); prescrições que regulam os atos sexuais (18); várias prescrições religiosas e morais (19); as penas de diversos crimes (20); b) dos sacerdotes: núpcias e luto (21.1-15); irregularidades (21.16-24); impureza cerimonial (22.1-16); dos sacrifícios (22.17-30); conclusão (22.31-33); c) dos dias festivos: o sábado (23.3) e as solenidades anuais (23.4-44). 5ª Parte – Determinações diversas: lâmpadas no santuário e pães da apresentação (24.1-9); pena para o blasfemador (24.10-23); prescrições para o ano sabático e jubileu (25); promessas e ameaças relativas a observância da lei (26); votos especiais (27).

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O sacrifício, o ato mais sagrado de Israel, isto é, oferecer a Deus vítimas, animais ou vegetais, não foi instituído por Moisés, mas remonta às próprias origens da humanidade (Gn 4.3-4). Moisés encontrou o seu uso estabelecido e arraigado entre todos os povos. Moisés, com suas leis, só regulamentou e consagrou ao culto do verdadeiro Deus um cerimonial já praticado, deixando ainda toda essa legislação dos sacrifícios separada das condições essenciais do pacto celebrado entre Deus e o seu povo. Nesse sentido deve-se entender aquele protesto do próprio Deus contra os judeus, por boca de Jeremias (Jr 7.22-23): "Em matéria de sacrifícios e holocaustos, eu nada disse e nada ordenei aos vossos pais ao tirá-los do Egito; dei-lhes somente esta ordem: Escutai a minha voz; eu serei vosso Deus e vós sereis o meu povo” (cf. Êx 19.5). Nada, portanto, impede atribuir-se ao próprio Moisés a legislação cerimonial do Levítico, embora pareça óbvio que não a tenha escrito toda de uma vez e se tenha servido, da obra de algum sacerdote ou levita de profissão. Nem se exclui que algumas destas leis tenham recebido em tempos posteriores com modificações e acréscimos. As Principais Festas Judaicas – Lv 23 Festa da Páscoa (pesah); na tarde do dia 14 de abibe (Êx 12.5,6,14). Propósito: comemorar a libertação de Israel do cativeiro no Egito. Ritual: o cordeiro é morto, e seu sangue se asperge com hissôpo nas ombreiras das portas e depois o ofertante e sua família comem o cordeiro assado (Dt 16.5-7), específica que Deus teria escolhido uma cidade santa, a Páscoa passaria a ser celebrada ali somente. Significado típico: a crucificação de Cristo (I Co 5.7). Festa dos Pães Ázimos: dia 15 até 21 de Abibe (v.6; Êx 12.18). Propósito: comemorar as dificuldades da fuga apressada do Egito. O Ritual: sete dias oferece-se oferta queimada ao Senhor. Havia uma santa convocação no dia 15 e no dia 21. Festa das Primícias: (Lv 23.9-14). Propósito: comemorar a ressurreição de Cristo.

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Pentecostes (Festa das Semanas): dia 06 de Sivã (3º mês), ou 49 dias após a oferta das primícias. Propósito: dedicar a Deus as primícias da colheita do trigo. Ritual: dois pães de farinha de trigo sem levedura; holocaustos (07 cordeiros, 01 novilho, 02 carneiros) oferta pelo pecado (01 bode); oferta pacífica (02 cordeiros). Significado típico: a descida do Espírito sobre a Igreja do N.T. (At 2). Festa dos Tabernáculos: dia 15 de Tisri, durante sete dias (7º mês). Propósito: comemorar as peregrinações no deserto e regozijar-se na conclusão de todas as colheitas (cereais, frutas, vindimas). Ritual: haverá santa convocação no dia 15 e no 8º dia. Será entregue oferta queimada, holocausto e oferta de alimentos, sacrifícios e libações, cada qual em seu dia próprio (Nm 29.12). Significado típico: aparentemente, prenunciar a paz e prosperidade do futuro reino milenar.

Números – O Livro dos Recenseamentos dos Judeus O quarto livro do Pentateuco recebeu o nome de Números (em grego Arithmoi, que aqui tem o sentido de "recenseamentos") por causa dos "recenseamentos" (1.1-19,46), que são próprios deste livro e que lhe dão a sua feição particular. Contém, além disso, alguns fatos que se ligam imediatamente aos acontecimentos narrados no Êxodo, e leis semelhantes às do Levítico. Pode ser dividido facilmente, de acordo com os lugares e tempos, em três partes: 1ª parte – No Sinai: disposições para a partida. Recenseamento das tribos e respectivas posições no acampamento (1-2). Os serviços dos levitas, o censo levítico, a posição de suas tendas, divisão por famílias e por ofícios (3). Os deveres dos filhos de Coate, de Eleazar, de Gérson e de Merari (4): os impuros eram banidos, restituições pelos pecados, o espírito de ciúmes (5), nazireato, bênção de Arão (6). Últimos fatos: donativos dos chefes das tribos ao santuário (7), consagração dos levitas (8), segunda Páscoa (9.1-14), sinais para a partida e para a parada, as trombetas (9.15-23; 10.1-10).

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2ª parte – Viagem através do deserto: Do Sinai a Cades: partida e ordem de marcha (10.11-36), murmuração do povo, as codornizes (11), a lepra de Mirian irmã de Moisés (12). Parada em Cades: missão dos doze exploradores e queixas do povo (1314); repetição de diversas leis (15); sedição de Coré, Datan e Abirão, e sua punição e confirmação do sacerdócio na família de Arão (16-17); os deveres e direitos dos sacerdotes e levitas (18.1-32;19); sedição do povo por falta de água (20.1-13). De Cades ao Jordão: os edomitas negam passagem pelas suas terras (20.14-21); morte de Arão (20.22-29); queixas do povo e castigo, a serpente de bronze (21.1-9); vitória sobre os amorreus e a conquista de Basan (21.10-35). 3ª parte – Na margem oriental do Jordão: cerca de cinco meses. Últimos encontros com os povos da Transjordânia; Balaão e seus vaticínios (22-24); prostituição a Baal-Peor (25); Segundo recenseamento e divisão da terra (26); A lei acerca das heranças (27.11); a morte de Moisés (27.12-17); apresentação de Josué (27.18-23); holocausto contínuo, ofertas, sacrifícios e festas (28.1-31; 29); lei acerca dos votos (30); guerra contra os midianitas e leis sobre a divisão dos despojos (31); Distribuição da Transjordânia (32); as etapas do Egito até Moabe (33); normas para a ocupação e distribuição da Cisjordânia (33.50-56; 34); designação das cidades levíticas e de refúgio (35); disposições para manter inalterada a primitiva distribuição (36). A julgar pelo resumo, o presente livro compreende um período de cerca de trinta e oito anos e meio. Sobre a maior parte desse período (os trinta e oito anos no deserto) narra-nos apenas uns poucos fatos, mas muito notáveis pelo significado religioso, como a serpente de bronze, a sedição de Coré, os vaticínios de Balaão, a água brotada da rocha; fatos dos quais os apóstolos no Novo Testamento tiraram utilíssimas lições (1Co 10.1-11; Hb 3.12-19; Jo 3.14-15). No centro do drama acham-se dois fatos semelhantes entre si, duas sedições do povo contra Moisés, executor das ordens divinas; a primeira (14), originada pela repugnância em empreender a conquista da Palestina; a segunda (20), por falta de água. Até Moisés, que por um instante duvidou da clemência divina e por isso teve de deixar a outros o remate de sua obra, a conquista de Canaã (cf. Dt 34). O livro dos Números é importante para a literatura porque, entre outras coisas, nos conservou fragmentos de antiqüíssimos cânticos populares (21.17), com a indicação de coleções - já existentes, como "o Livro das guerras do Senhor" (21.14), do qual não se tem outra menção.

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Deuteronômio – Repetição das Leis “Então protestarás perante o Senhor, teu Deus...“. (Dt 26.5-11) O quinto e último livro do Pentateuco foi chamado Deuteronômio, isto é, "segunda lei," talvez porque assim tenha sido traduzida, embora inexatamente pelos LXX, uma frase hebraica em 17.18. No entanto, convém-lhe perfeitamente esse nome. O livro não é uma simples repetição da legislação contida nos livros precedentes, mas além de leis novas, oferece complementos, esclarecimentos e modificações às primeiras. É, de certo modo, uma segunda lei, promulgada no fim da longa peregrinação dos israelitas, paralela á lei dada no Sinai e destinada a regular mais de perto a vida do povo escolhido, no solo da Terra Prometida à qual eles estavam para chegar e dela tomar posse definitiva. Não é, porém, simples enumeração de leis e determinações; o que caracteriza esse livro, o que lhe constitui a alma, é um ardente sabor oratório. Este livro nos faz ouvir um Moisés que exorta, encoraja; inculca á observância das leis, a começar dos grandes princípios morais; apela para os mais poderosos motivos, evoca a glória do passado, a missão histórica de Israel, os triunfos do porvir. Na mente do autor sagrado temos o testamento definitivo, que o grande guia e legislador deixa ao povo de Deus às vésperas da sua morte. Pelo estilo, o Deuteronômio é um discurso, ou melhor, vários discursos, dirigidos por Moisés aos israelitas. Deduz-se daí a divisão do livro em quatro partes: 1ª parte: 1° discurso (1-4): olhar retrospectivo aos fatos acontecidos desde a partida do Horeb até às últimas conquistas da Transjordânia; exortação geral à observância da lei (4.1-40). 2ª parte: 2° discurso: renovação da lei (4.44). Princípios gerais: o Decálogo (5); o culto e o amor ao único Deus verdadeiro (6); guerra à idolatria (7); benefícios de Deus, censura da infidelidade anterior de Israel, promessas e ameaças (8.11); as injustiças de Israel (9); as segundas tábuas da lei, a vocação da tribo de Levi, exortação à obediência (10); e as bênçãos e maldições (11). Leis especiais: Deveres religiosos. Unicidade do santuário e disposições relativas (12.1-28); contra a apostasia (12.29-32); os falsos profetas e idolatras (13); alimentos e dízimos (14); ano da remissão (15); as três grandes solenidades anuais (16.1-17). Direito público: Juizes (16.18-20), rei (17.14-20), sacerdotes (18.1-8), profetas (18.15-22); homicídio involuntário (19), guerra (20), homicídio por mão desconhecida (21.1-9).

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Direito familiar e privado: Grande variedade - os pontos principais são: matrimônio (21.10-14, 22.13-30), filhos (21.15-21), levirato (25.5-10), deveres de humanidade (22.1-12; 23.15-20; 24.7), honestidade (25.13-19), votos (23.21-23), primícias e dízimos (26). 3ª parte: 3° e 4° discursos: ordem de promulgar a lei em Siquém, maldições para os transgressores (27), promessas e castigos (28). Exortação à observância da lei, com a recordação dos fatos históricos, das promessas e das ameaças (29-30). 4ª parte. Apêndice histórico. Últimas disposições de Moisés, nomeação de Josué, seu sucessor (31); cântico de Moisés (32), bênção das doze tribos (33), morte de Moisés (34). Vimos nessas linhas: O amor de Deus, beneficência, alegria no cumprimento do dever, e princípios inculcados e repetidos com solicitude incansável. Por isso, perpassa-o um sopro ardente de sincera e profunda piedade para com Deus e uma ternura simpática pelo homem, que edifica e comove. Há páginas que se aproximam da sublimidade divina dos ensinamentos evangélicos, mais do que quaisquer outras.

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A Conquista de Canaã (Josué) Muitos estudiosos crêem que os seis primeiros livros formam uma unidade, por estarem alicerçados sobre fontes comuns de informação, assim eles agrupam o livro de Josué juntamente com o Pentateuco, formando então o Hexateuco. Em sua forma atual, muitos acreditam ser um produto essencial da escola deuteronômica de historiadores, também chamada fonte informativa D. No entanto, também acreditam que material mais antigo foram acrescentados na narrativa, proveniente das fontes J e E. O livro de Josué contém a narração da conquista da Terra Prometida pelos israelitas, a qual foi dividida entre as doze tribos: Suas partes: Caps 1-12 narram a conquista da Terra Prometida; Caps 13-21 relatam a divisão da terra entre as doze tribos; Caps 22-24 registram os atos e discursos finais de Josué.

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Em todo livro de Josué, como também nos demais livros do AT, mostram que as vitórias e a prosperidade de Israel sempre dependeram da obediência espiritual às exigências da lei divina. No entanto, as conquistas não foram completas. Pois, Israel deixou que muitos nativos continuassem no território, sendo posteriormente necessário realizar diversas correções. Autoria: Se de fato Josué foi o autor, então o livro pode variar entre 1400 – 1200 a.C. Mas, muitos eruditos modernos acreditam que se trata de uma obra anônima, compilada em alguma data posterior a conquista da Palestina. A maioria dos eruditos liberais parte do pressuposto de que o livro foi escrito algum tempo antes, ou bem pouco tempo depois do cativeiro babilônio (586 a.C.). Outros acreditam que Finéias pode ter sido o autor de certas partes do livro de Josué. Ele era filho e sucessor de Eleazar, o sumo sacerdote, e foi uma das colunas de Israel, naquele tempo (Nm 25.7-13). Ele também foi figura proeminente na solução das disputas em torno do altar erigido pelas duas tribos e meia que residiram na parte oriental do Jordão (Js 22.10-34). Propósito: Os hebreus viviam como nômades, desde a libertação dos hebreus do cativeiro egípcio até o livro de Deuteronômio. No momento dessa conquista o povo de Deus passou a se estabelecer como tribos. Nisso vemos o propósito principal desse livro, que é demonstrar a fidelidade de Deus às suas promessas, a qual guiou o seu povo até a terra de Canaã, conforme também os tirara do Egito (Gn 15.18; Js 1.2-6). A narrativa da conquista é altamente seletiva e abreviada. Os acontecimentos enumerados foram considerados suficientes para servir aos propósitos que os autores sagrados tinham em mente. “... A tua descendência dei esta terra, desde o rio do Egito até o grande rio Eufrates.“. (Gn 15.18)

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Juízes (Os Libertadores) O título do livro é dado como referência aos 12 juízes que presidiram os israelitas durante um período de aproximadamente 350 anos, entre o falecimento de Josué e a subida do primeiro rei ao trono (Saul). O período antes dos Juízes 1. Condições sociais e políticas (1.1-36); 2. Condições religiosas (2.1-5) Israel havia escapado da servidão no Egito e conquistado, com sucesso, a Terra da Promessa, mas muitos adversários permaneceram instalados em derredor, e tencionavam por diversas vezes expelir os israelitas daquela terra. Desta forma Israel esteve em constante ameaça de extinção. E o fato de não haver um líder que mantivesse a nação em estrita obediência a Deus, foi o fator preponderante que levaram as tribos por diversas vezes ao fracasso, principalmente devido à apostasia. Também domina nesse livro a crença comum aos livros históricos do AT, de que Israel prosperava quando obedecia à lei de Deus, mas caía em desgraça, decadência e destruição quando não obedecia a Lei Sagrada (Jz 2.13-23). “Naqueles dias não havia rei em Israel; porém cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos“. (Jz 21.25) Os juízes foram líderes militares e religiosos, usualmente em defesa de tribos (uma ou duas), e nunca da nação inteira. Pois, até então, não havia nenhum governo centralizador em Israel. Suas partes: Caps 1.1-2.6 registram um breve repasse da ocupação de Canaã; Caps 2.7-16.31 relatam a história dos juízes; Caps 17-21 um apêndice que fala sobre a migração dos danitas e o conflito interno contra os benjamitas.

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Autoria: Este livro também está envolvido na teoria das fontes informativas. Alguns advogam que o bloco principal do livro (2.6-16.31) tenha procedido da escola deuteronômica de historiadores, que teriam tido acesso a informes históricos mais antigos, que seriam as fontes informativas J e E. Os eruditos que defendem a teoria J. E. D. S. supõem que a introdução do livro de Juízes (1.1-2.5) tenha sido adicionada posteriormente, derivada de material informativo mais antigo, paralelo de certos trechos do livro de Josué, especialmente em seus capítulos 15 a 17. Os Juízes: 1. Otniel (Jz 3.7-11) – De Judá, livrou a Israel do rei da mesopotâmia; 2.

Eúde (Jz 3.12-30) – Expulsou os moabitas;

3. Sangar (Jz 3.31) – Matou 600 filisteus e salvou a Israel; 4. Débora e Baraque (Jz 4.1-5.30) – Guiam a Naftali e Zebulom à vitória contra os cananeus; 5. Gideão e Abimeleque (Jz 6.1-9.57) – Gideão expulsou os midianitas do território de Israel e Abimeleque não passou de um usurpador; 6. Tola (Jz 10.1,2); 7. Jair (Jz 10.3-5); 8. Jefté (Jz 10.6-12.7) – Subjugou os amonitas; 9.

Ibzã (Jz 12.8-10);

10. Elom (Jz 12.11-12); 11. Abdom (Jz 12.13-15); 12. Sansão (Jz 13.1-16.31) – Perseguiu os filisteus;

Eli e Samuel: Esses dois homens foram também considerados como juízes, os quais promoveram uma forte liderança. Eli era sacerdote principal em Silo (1Sm 1.3; 4.13). Samuel tinha uma liderança não-hereditária. Ele governava de diversos lugares em Israel, em seus circuitos pela nação (1Sm 7.15-17). Devido à requisição nacional por um rei, o próprio Samuel, ainda que com relutância, cedeu diante da exigência do povo (1Sm 8.1-7). Esse pedido popular foi considerado uma apostasia, da teocracia original para o governo humano.

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Monarquia – Saul, Davi, Salomão e outros reis (Divisão) Durante toda história dos hebreus sucedeu o governo teocrático, seja por meio dos sacerdotes ou através dos juízes. A monarquia foi uma concessão de Deus (1Sm 8.7; 12.12), correspondendo a um desejo da parte do povo. Esse desejo, que já havia sido manifestado numa proposta a Gideão (Jz 8.22,23), e na escolha de Abimeleque para rei de Siquém (Jz 9.6), equivale à rejeição da teocracia (1Sm 8.7), visto como o Senhor era o verdadeiro rei da nação (1Sm 8.7; Is 33.22). A própria terra era conservada como propriedade divina (Lv 25.23). O rei era comandante-em-chefe, o principal defensor da fé nacional, o juiz supremo, o administrador das questões financeiras, o guerreiro principal, o diretor dos empreendimentos de construção da nação, o vice-regente de Yahweh (1Sm 10.1). Esperava-se do rei que ele fosse homem dotado de grande retidão pessoal (2Sm 7.14; Sl 89.26; 2.6,7). Os reis tinham uma corte e seus respectivos oficiais. A corte provia ao rei os luxos tipicamente orientais, as riquezas materiais, os edifícios decorativos, e muitas mulheres (1Sm 8.15; 2Rs 24.12,15; 1Rs 22.10; 2Cr 18.9). Quanto ao aspecto espiritual, o rei era ajudado pelos sacerdotes levitas. Ele tinha o seu cronista (2Sm 8.17). Possuía seu administrador (Is 22.15), seus companheiros (1Rs 4.5), sua guarda pessoal, com um capitão (2Sm 20.23), bem como os oficiais sobre seus armazéns, tesouros, plantações, vinhas, etc. (1Cr 27.25-31). Também havia um comandante do exército as ordens do rei (2Sm 11.1; 20.23; 1Cr 27.34), e conselheiros reais, equivalentes a ministros (1Cr 27.32; Is 3.3; 19.11,13). Os reis de Israel dispunham de gado e de plantações (1Sm 21.7; 2Sm 13.23, 2Cr 26.10). Eles cobravam taxas dos negociantes que passavam pelo território de Israel (1Rs 10.14), cobravam impostos dos seus súditos (1Sm 10.27), do comércio (1Rs 10.22), das aventuras comerciais (1Rs 9.28), dos despojos de guerra (2Sm 8.2,7,8), e taxas diversas (1Sm 8.15; 2Rs 23.25). Ser rei era ter sido dotado de poder supremo (Pv 8.5,6). Os reis antes da divisão: 1. Saul – 1060 a.C. (1Sm 10.1) 2. Davi – 1020 a.C. (1Sm 16.13) 3. Salomão – 980 a.C. (1Rs 1.39)

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O Rei Saul: Escolhido segundo a vista dos homens, Saul era de grande vitalidade física e de muita força de vontade, embora não-dotado de profunda espiritualidade, foi ungido rei por Samuel (1Sm 10). Observamos três pontos importantes nesse evento: 1.

Houve uma insistência, extremamente errônea, em ter um rei (1Sm 10.18,19), sendo assim rejeitado o governo de Yahweh;

2.

Todavia, Saul era o homem escolhido pelo Senhor (1Sm 10.1);

3.

Porém, o povo de Israel estava à cata de meros valores humanos, porquanto Saul era mais alto que qualquer outro homem em Israel (1Sm 10.23).

Obs.: Como em quase tudo que os homens fazem, houve a mistura de valores divinos e valores humanos. O Rei Saul obteve poderes consideráveis, em pouco tempo. Ele tinha a última palavra na administração da justiça e da política interna (1Sm 15.4). Exercia o poder de vida e morte sobre os cidadãos (1Sm 14.39). Era o comandante em chefe do exército. Essa era a principal razão pela qual os israelitas queriam ter um rei, pois temiam os muitos inimigos que viviam ameaçando-os (1Sm 8.20). Para todos os efeitos práticos, a única força que contrabalançava o poder real, era o poder da casta sacerdotal, juntamente com a dos profetas, os quais intervieram por mais de uma vez, algumas vezes com sucesso, e outras sem sucesso (1Sm 13.14; 1Rs 20.22,28; 2Rs 1.15,16). Mas, pelo erro do Rei a sua espada prevaleceu sobre qualquer força restringidora (1Sm 22.17). E por todos esses erros, Saul foi rejeitado pelo Senhor:

“... O Senhor tem rasgado de ti hoje o reino de Israel, e o tem dado ao teu próximo, melhor do que tu“. (1Sm 15.28)

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O Rei Davi: O poder do reinado foi anexado à sua linhagem, que então passou a ser hereditária. O trono, preferencialmente, era dado ao filho mais velho. No entanto, essa norma nem sempre era observada (1Rs 1.17). Os reis eram ungidos pelo sumo sacerdote do momento, um gesto que refletia a teocracia (1Sm 10.1; 15.1; 16.12; 1Rs 1.34,39), ao menos simbolicamente. Davi tornou-se uma espécie de rei-sacerdote, tendo restaurado, até certo ponto, o ideal mosaico (2Sm 6.12,13). A despeito de seus grandes erros, Davi era espiritualmente superior a Saul (1Sm 13.14; 1Rs 11.4; 14.8). Seu governo foi muito bem sucedido dos ângulos pessoal, militar e espiritual, chegando a ser considerado o monarca ideal. Todavia, houve algumas falhas graves, como seu adultério com BateSeba e a morte provocada de Urias (2Sm 11.4,17). Mas, diante da repreensão do profeta Natã (2Sm 12.7), Davi pode se arrepender (Sl 51) e o Senhor perdoou seu pecado (2Sm 12.13). No entanto, suas conseqüências ele levou sobre si (1Sm 12.12). O pacto davídico (Sl 132.11), sem dúvida, foi um fator essencial na importância dele, visto que se tornava clara a existência de um propósito divino, operante através da linhagem de Davi. Em 2Sm 7.16 se diz pela primeira vez que o Messias seria descendente de Davi. O Rei Salomão: Esse era filho de Davi, e levou a nação de Israel a seu ponto culminante de poder e prosperidade (2Cr 1.1), em um período essencialmente pacífico. Foi nesse período que o Templo de Jerusalém foi edificado, o que adicionou uma nova dimensão ao caráter nacional de Israel. Salomão, em meio ao grande luxo em que vivia, naturalmente envolveu-se em alguns vícios, primeiramente com mulheres, e então, com a idolatria. Sua história é narrada em 1Rs 1.30-11.43; 1Cr 23.1; 28-29 e 2Cr 1-9. Salomão encontrou dificuldades onde a maioria dos monarcas orientais escorregava. Um numeroso harém era um dos luxos mais cobiçados da época (2Sm 5.13; 1Rs 11.1; 20.3). Salomão foi o mais luxuoso e sensual deles todos, tendo tido mil esposas e concubinas. O trecho de Deuteronômio 17.14-20 prediz os maus resultados dos reis de Israel que multiplicariam cavalos, esposas e riquezas materiais. Foi exatamente devido aos erros de Salomão que Deus intentou dividir a nação. Mas, por amor que tinha a Davi deixou para fazer isso nos dias de Roboão, seu filho.

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A Divisão – Roboão e Jeroboão Pelo fato de Salomão ter tolerado a idolatria (1Rs 11.33,34), um julgamento divino desastroso teve início no reinado de Roboão, filho e sucessor de Salomão. O profeta Aías profetizou que Jeroboão, um efraimita muito capaz a quem Salomão destacara para supervisionar os grupos de trabalho provenientes do norte em Jerusalém (1Rs 11.28-31), dominaria sobre as dez tribos do norte. Esse oráculo evidentemente tornou pública a rebelião de Jeroboão, de modo que ele fugiu para o Egito a fim de escapar da ira de Salomão (1Rs 11.40), retornando após a morte dele. Roboão ainda tentou dominar sobre todo o Israel (1Rs 12.1-15), mas seguindo conselhos insensatos de amigos ambiciosos, anunciou que sua política seria ainda mais dura que a do pai. Assim, liderados por Jeroboão, os israelitas declararam independência. O reino dividido – Israel (Norte) e Judá (Sul) Os reis de Israel:

Os reis de Judá:

1.

Jeroboão – 937 a.C. (1Rs 11.28)

1.

Roboão – 937 a.C. (1Rs 11.43)

2.

Nadabe – 915 a.C. (1Rs 14.20)

2.

Abias – 920 a.C. (1Rs 14.31)

3.

Baasa – 914 a.C. (1Rs 15.16)

3.

Asa – 917 a.C. (1Rs 15.8)

4.

Elá – 891 a.C. (1Rs 16.8)

4.

Jeosafá – 878 a.C. (1Rs 15.24; 22.41)

5.

Zinri – 890 a.C. (1Rs 16.15)

5.

Jeorão – 851 a.C. (2Rs 8.16; 2Cr 21.1)

6.

Onri – 890 a.C. (1Rs 16.16)

6.

Acazias – 843 a.C. (2Rs 8.25)

7.

Acabe – 876 a.C. (1Rs 16.29)

7.

Atalia – 842 a.C. (2Rs 8.26)

8.

Joás – 836 a.C. (2Rs 11.2; 12.2)

9.

Amazias – 796 a.C. (2Rs 14.1)

10.

Azarias/Uzias – 777 a.C. (2Rs 14.21; 15.3)

8.

Acazias – 856 a.C. (1Rs 22.40)

9.

Jorão – 854 a.C. (2Rs 1.17)

10.

Jeú – 842 a.C. (1Rs 19.16; 2Rs 10.28,29)

11.

Jeoacaz – 814 a.C. (2Rs 10.35)

12.

Jeoás – 797 a.C. (2Rs 13.10)

13.

Jeroboão II – 781 a.C. (2Rs 14.23)

14.

Zacarias – 741 a.C. (2Rs 14.29)

15.

Salum – 741 a.C. (2Rs 15.10)

16.

Manaém – 740 a.C. (2Rs 15.14)

17.

Pecaias – 737 a.C. (2Rs 15.23)

18.

Peca – 736 a.C. (2Rs 15.25)

19.

Oséias – 730 a.C. (2Rs 15.30)

11.

Jotão – 750 a.C. (2Rs 15.5,34)

12.

Acaz – 734 a.C. (2Rs 15.38)

13.

Ezequias – 727 a.C. (2Rs 16.20; 18.3)

14.

Manassés – 697 a.C. (2Rs 21.1)

15.

Amon – 642 a.C. (2Rs 21.19)

16.

Josias – 640 a.C. (1Rs 13.2; 2Rs 22.2)

17.

Jeoacaz – 608 a.C. (2Rs 23.30)

18.

Jeoiaquim – 608 a.C. (2Rs 23.30)

19.

Joaquim ou Jeconias – 598 a.C. (2Rs 24.6)

20.

Zedequías ou Matanias – 598 a.C. (2Rs

24.17)

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“Vendo, pois, todo o Israel que o rei não lhe dava ouvidos, tornou-lhe o povo a responder, dizendo: Que parte temos nós com Davi? Não há para nós herança no filho de Jessé. Às tuas tendas, ó Israel!“ (1Rs 12.16).

Mesmo assim Roboão ainda tencionava recuperar o governo unificado. No entanto, uma intervenção profética impediu que suas tropas marchassem para o norte (1Rs 12.24).

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Os Cativeiros – Assírio e Babilônico Uma avançada civilização se desenvolvera na Babilônia em cerca de 3000 a. C., que permaneceu o centro cultural da Mesopotâmia até o século VI a.C. A Assíria obteve o domínio militar, ocupando grande parte da mesma região, pelo que, as duas civilizações muito tinham em comum, tornando-se praticamente inseparáveis. O poder político e militar oscilava de uma para outra mão, sobretudo no período entre 900 e 600 a.C. Foi precisamente durante esse período que a Assíria passou a atuar como opressora e invasora, nas narrativas bíblicas. A Bíblia, entretanto, sempre distingue entre a Assíria e a Babilônia. Cativeiro Assírio Todos os fatos que seguem abaixo, formaram o cenário para que a ira de Deus fosse manifesta, permitindo que a Assíria se levantasse contra o Israel norte: Temeroso de que as peregrinações para Jerusalém sabotassem seu reino, Jeroboão proibiu as viagens para o templo de Salomão e estabeleceu santuários alternativos em Dã e em Betel. Então, o povo do norte começou a identificar-se com imagens do culto à fertilidade dos cananeus e passaram a misturar o culto a Yahweh com o culto a Baal. Esse sincretismo explica a censura profética contra o rei Jeroboão e seus santuários (1Rs 13.1-32; 14.14-16). O reino do norte nunca estabeleceu uma dinastia real e estável. Nadabe, filho de Jeroboão, governou por apenas dois anos, antes de ser morto por Baasa (1Rs 15.27-30). Elá, filho de Baasa, sofreu o mesmo destino nas mãos de Zinri, um comandante militar (1Rs 16.8-14). Mas Zinri reinou apenas sete dias, antes de outro general, Onri, sitiar sua capital em Tirza. A morte de Zinri dividiu a lealdade do povo entre Onri e Tibni, mas o primeiro acabou prevalecendo. Onri por fim estabilizou politicamente o reino do norte. E comprou a Samaria fazendo a capital permanente do reino do norte, até que foi destruída pela Assíria (1Rs 16.24). É provável que o movimento mais nocivo tenha sido sua aliança com a próspera cidade fenícia de Tiro, um pacto selado com o casamento de seu filho, Acabe, com Jezabel, filha do rei de Tiro (1Rs 16.24-33). É verdade que nessa aliança haviam interesses comerciais sobretudo, mas acabou tendo um inconveniente desastroso que anulou por completo seus benefícios: acabou fortalecendo Acabe e Jezabel, que se aproveitaram da posição real e dos recursos para promover o culto a Baal em Israel.

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Nesse cenário Deus levantou uma testemunha poderosa para se contra por àquela política e promover a fé verdadeira. Daí em diante os embates entre Elias e Acabe conduzem a trama de 1Rs 17-22. Como tema principal, os conflitos detalham onde Israel errou e descrevem o julgamento divino que virá sobre Israel. Após a ascensão de Elias aos céus (2Rs 2.11), toda oposição de Deus contra os reis perversos de Israel continuou através do profeta Eliseu (2Rs 3.14; 9.10,35). Porém, o Senhor ainda continuava usando de sua misericórdia (2Rs 13.23). Vindo a morte de Eliseu (2Rs 13.20), outros reis perversos governaram sobre Israel, até que no reinado de Oséias, o Senhor entregou Israel ao cativeiro Assírio (2Rs 17.6), pelos pecados que todos os reis cometeram e ensinaram ao povo a se desviarem das leis, dos estatutos, dos mandamentos e dos juízos de Deus (2Rs 17.723).

Assírio 721

606

Cativeiro Babilônico No governo de Roboão, a apostasia religiosa que caracterizara o reinado de Salomão tornou-se mais patente. O javismo debatia-se com a religião cananéia e com a prostituição masculina (1Rs 14.23,24). O exército de Judá continuou suas lutas militares contra seu rival do norte, sem que houvesse supremacia de uma das partes (1Rs 14.30; 15.6). Para piorar a situação, o poderoso egípcio Sisaque, invadiu Judá em 926 a.C. (1Rs 14.25-28), levando os escudos de ouro, simbolizando o fim da era de ouro de Judá (1Rs 14.26) devido a sua apostasia. Após breve e inexpressivo reinado de Abias (1Rs 15.1-8), é apresentado o longo período do governo de Asa, com sua formula típica para os governantes de Judá (1Rs 15.9-11). Asa é um dos poucos reis de Judá que as narrativas lhe são favorável. Tematicamente, ele representa o primeiro reformador religioso de Judá. Outros reis também se levantaram em Judá, e fizeram o que era mau aos olhos do Senhor (2Rs 17.19). Por isso também a Assíria, por meio de Senaqueribe, tomou todas as cidades fortificadas de Judá (2Rs 18.13), exigindo o pagamento de impostos. Mas, ainda não se satisfez e desejou tomar Jerusalém (2Rs 18.17), chegando

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ao ponto de blasfemar do Deus de Judá (2Rs 19.6). Entretanto, esse desejo do rei da Assíria foi frustrado, porque na época Ezequias, um rei reto, governava sobre Judá, e a mensagem recebida do profeta Isaías era de vitória (2Rs 19.7-8,28,32). Ezequias era co-regente de Judá com seu pai, Acaz, desde 729 a.C. Depois governou sozinho de 716 a 687. Ele aprendeu lições importantes com a queda de Israel. Incentivado pelo profeta Isaías, ele perseguiu dois atos louváveis: tentou romper o domínio político da Assíria e purificou a fé de Judá, abolindo o culto aos deuses cananeus e assírios. O Egito também estava ansioso por romper com a Assíria. Isso fez com que Isaias profetizasse contra toda tentativa de aliança por parte de Judá (Is 30.1-3). Do outro lado, a Babilônia compartilhava com os egípcios a fome de liberdade. Naquele tempo Merodaque-Baladã era o rei de Babilônia e tentou fazer aliança com Judá (2Rs 20.12-19). Ezequias lhes mostrou os tesouros reais, os suprimentos, e a casa de armas. Daí Isaias profetizou que todos esses tesouros, um dia, seriam levados para Babilônia (2Rs 20.17). Um século mais tarde, as palavras de Isaias tornaram-se. Por três vezes o exército babilônio atacou Judá e seus vizinhos. Eles deixaram os muros e o templo de Jerusalém em ruínas e deram um fim amargo ao reinado da linhagem de Ezequias (2Rs 25.1-10).

721

Assírio

Babilônio 606

Medo-Persa 536

330

Obs.: O reino do sul (Judá) foi tomado pela Babilônia em 586 a.C.

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Os Livros Sapienciais - Introdução A terceira seção do cânon judaico são os Escritos. Os pais da igreja cunharam o termo grego hagiographa "escritos sagrados" para descrever essa parte do Antigo Testamento. Como já afirmamos anteriormente, no início da disciplina Antigo Testamento I, as palavras de Jesus destacam tal cânon tripartido: “... importava se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos“. (Lc 24.44) Desses cinco rolos, dois são utilizados nas festas dos judeus: - Cânticos dos cânticos de Salomão: oitavo dia da Páscoa; e - Eclesiastes: terceiro dia da Festa dos Tabernáculos. Embora os Escritos não contenham mandamentos específicos de Deus ou oráculos ditados pelos profetas, são essenciais para a edificação do povo de Deus: fornecem padrões indispensáveis para oração e louvor; fazem compreender o trabalho de Deus na história; alertam o leitor para as lições que devem ser extraídas da criação e do ambiente social humano; refletem reações ansiosas e iradas do povo diante do mistério dos caminhos de Deus; e servem como modelo de coragem e devoção que o povo de Deus deve manter apesar da fragilidade humana e da oposição hostil. Os Escritos analisam de diferentes ângulos o rico e gratificante tema da vida humana em relação a Deus. A vida é celebrada na sexualidade de Cântico dos Cânticos de Salomão, na gratidão exuberante dos hinos e cânticos de ação de graças de Salmos e nos prazeres terrenos defendidos em trechos de Eclesiastes. Através do livro de Jó, a vida é apresentada sob ameaça, retratada de uma perspectiva individual ou talvez nacional como sugere a tradição judaica. O livro de Provérbios nos apresenta lições de como viver uma vida plena. Esses livros são um componente essencial de "toda a Escritura inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça". (2Tm 3.16) O impacto da lei, da profecia e da história sobre gerações sucessivas teria sido menos forte se Deus não tivesse também inspirado e preservado as emoções, as instruções, até as frustrações representadas nos Escritos. Todas essas três partes do Antigo Testamento se complementam entre si.

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O Livro de Jó Segundo a tradição judaica, os livros de sabedoria foram escritos em um período após a Torah (O Pentateuco). Talvez, refletindo uma grande crise de fé criada na mente nacional, pelos cativeiros assírio e babilônico. Nesse caso, o livro de Jó não seria mera peça pessoal, refletindo os conflitos de um individuo isolado acerca do problema do mal, e sim, um tipo de busca dos judeus por uma resposta acerca das aflições que Israel sofreu como nação. A maioria dos intérpretes antigos e alguns modernos continuam defendendo a data mais antiga do livro. Na época dos episódios patriarcais, quando ainda a lei mosaica não havia sido promulgada. Todavia, quase todos os intérpretes modernos, embora acreditem que o homem Jó tenha realmente vivido há muito tempo no passado, talvez algum tempo antes de Abraão, acreditam que a narrativa tenha primeiramente circulado sob forma de tradições orais, até ser escrito por volta do século V ou IV a.C. Alguns chegaram a acusar uma data mais ainda posterior, no entanto, a descoberta do mar morto elimina cabalmente qualquer data posterior aos anos 200 a.C. Quanto a questão da autoria, pelo fato do livro refletir ao ambiente patriarcal, a tradição judaica tem atribuído a Moisés, embora isso, para outros, esteja totalmente fora da realidade. Como também o próprio livro não nos fornece nenhuma indicação de que Jó tenha escrito qualquer porção da obra. Isso posto, temos um autor desconhecido que viveu em um período desconhecido. É de se estranhar que um livro que nada exiba de características israelita, onde a lei mosaica nunca é promovida, tenha encontrado lugar seguro no cânon hebraico. Essa posição do livro de Jó nunca foi seriamente desafiada. Talvez, por possuir uma qualidade estética tão grande que ninguém jamais ousou desafiar seu direito ao rol dos livros divinamente inspirados. Alfred, Lord Tennyson, que foi um poeta de grande envergadura, considera o livro de Jó como: “o maior poema dos tempos antigos e modernos”. “Esteticamente falando, Jó é a produção literária suprema do gênio dos hebreus”. Alguns eruditos pensam que editores de uma época posterior, tivessem feito adições

que só teriam servido para

lançar confusão no livro. O capítulo 21,

diferentemente dos capítulos 1º ao 19º, retrata um Jó cético, que condenou a si mesmo e, então, foi levado à sabedoria divina no capítulo 28. Os capítulos 30 e 31 seriam basicamente, um paralelo aos discursos dos capítulos 3º ao 19º. Nos capítulos 32-37 aparece uma reprovação desnecessária por parte de certo Eliú. Nos capítulos 38 e 39 o

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próprio Deus força Jó a retratar-se. Isso posto, parece haver consideráveis mudanças de atitude

no

livro.

E

alguns

estudiosos

supõem

que

isso

reflita

adições

feitas

posteriormente. Todavia, o autor Norman Champlin acredita que isso poderia ter sido reflexo apenas de um confuso arranjo e tratamento, por parte do próprio autor sagrado que, ao abordar uma questão espinhosa, não se mostrou muito metódico quanto, talvez, gostaríamos que ele tivesse sido. Outros estudiosos também supõem que o prólogo (Jó 1 e 2) e o epílogo (Jó 42.7-17) tenham sido adições feitas ao corpo original do livro. Outros ainda criticam a filosofia que transparece na obra, supondo que as tragédias gregas sejam superiores, pois, nessas tragédias, quando um homem sofre, nunca mais se recupera. E dizem que isso é mais realista diante da vida. No entanto, Jó recuperou-se e prosperou mais do que antes. Mediante essa recuperação de Jó diante do sofrimento, o autor sagrado estava dizendo que a providência divina é capaz de nos surpreender. E isso prova que a resposta simplista para o problema do sofrimento humano, de que este resulta de erros cometidos, nem sempre explica o que de fato está acontecendo entre os homens. Em relação aos conselhos dados pelos homens que são apresentados nos diálogos com Jó, não poderiam ser diferentes, pois eles somente poderiam perceber aquilo que era comum ao seu contexto, ou seja, a retribuição divina, devido a mesma ser tão regular e previsível segundo a antiga doutrina judaica encontrada na Torah. Jó é apresentado como um homem que vivia na terra de Uz (Jó 1.1), que alguns estudiosos supõem que ficasse situada em algum ponto entre Damasco da Síria, ao norte, e Edom, ao sul, ou seja, nas estepes a leste da Síria-Palestina.

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Os Salmos O título hebraico antigo do livro era Tehillim, “cânticos de louvor”, refletindo assim o principal conteúdo dessa coletânea. Entretanto podemos encontrar outros tipos, conforme classificação a seguir: 1. Salmos de lamentação 2. Salmos de ação de graça e louvor 3. Hinos majestáticos 4. Salmos reais 5. Salmos messiânicos 6. Salmos litúrgicos 7. Salmos de sabedoria 8. Salmos de história sagrada 9. Chamada à adoração 10. Salmos de confiança 11. Cânticos de Sião 12. Louvor à lei 13. Salmos implorando proteção e dando louvor 14. Tipos mistos 15. Oração implorando vitórias 16. Salmos didáticos 17. Doxologia de louvor Salmos Penitenciais Já o moderno título desse livro do Antigo Testamento vem do grego psalmós, que indica um cântico para ser cantado com o acompanhamento de algum instrumento de cordas, como a harpa. Na Tanach, Salmos é colocado no início dos Escritos. O costume rabínico colocava-o antes de Provérbios e o restante da literatura sapiencial, pressupondo que a coleção de Davi deveria preceder a de seu filho, Salomão. A LXX põe Salmos no início dos livros poéticos. A ordem latina e a nossa, em que Jó precede Salmos, deve-se, provavelmente, à suposta antiguidade de Jó. O Saltério em sua forma final está dividido em cinco livros: Salmos 1-41; 42-72; 73-89; 90-106; e 107-150. É provável que a divisão siga o padrão do Pentateuco.

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Aliás, o número dos salmos (150) segue de perto o número de seções em que o Pentateuco é dividido para leitura na sinagoga (153). A prática corrente nas sinagogas no período pós-bíblico pode ter exigido o uso de um salmo para cada leitura do Pentateuco. Cada um dos livros termina com uma doxologia: 41.13; 72.18s.; 89.52; 106.48; e 150, que também serve como doxologia final da coleção toda. O propósito das doxologias é dar louvor pelo que foi revelado acerca de Deus em cada livro. Essa ênfase no louvor concorda com o título hebraico para o livro todo "louvores". Também se harmoniza com uma mudança de queixa na primeira metade do Saltério para o louvor na segunda metade. Ainda que alguns salmos se concentrem nos interesses humanos em relação a Deus, o propósito do livro como um todo se concentra em Deus. A LXX contém um salmo 151, expressamente relacionado com o combate entre Davi e Golias, mas descreve o poema como "fora do número [o tradicional 150]". Embora o grego e o hebraico contenham 150 salmos na coleção recebida, a numeração em si difere: a LXX junta os salmos 9 e 10 e divide o 147 em 146 e 147. Assim, na LXX a numeração de todos os salmos de 10 a 147 é um número menor em relação à correspondente massorética. As Coleções Por trás das divisões editoriais esconde-se um processo de desenvolvimento histórico implicado na combinação de diferentes coleções de salmos. Duas são atribuídas a Davi (Sl 3-41; 51-71). As outras são atribuídas aos coros levíticos dos filhos de Corá (Sl 42-49; 84-85; 87-88) e Asafe (Sl 50; 73-83), presumindo-se que representem seus repertórios. Os Cânticos de Romagem (Sl 120-134) eram provavelmente uma coleção de cânticos de peregrinação entoados, enquanto atravessa Jerusalém rumo ao templo. Os salmos 146-150 são coleções que empregam a rúbrica "Aleluia". As Modalidades Literárias O Saltério contém uma variedade de estilos literários que indica diferentes funções no culto público e particular de Israel. Comparações dessas formas possibilitam uma compreensão melhor tanto de seu significado como de seu uso. A tarefa de compreender um salmo começa com certas perguntas:(1) Que está acontecendo no salmo: queixa, louvor, ação de graças, instrução? (2) Quem está falando: um indivíduo ou a comunidade? Se um indíviduo, trata-se do porta-voz de um grupo, tal como um rei, sacerdote ou profeta, ou de um indivíduo reclamando do sofrimento ou dando graças por um livramento? São empregados pronomes no plural e no singular, como se um indivíduo e a congregação estivessem envolvidos? (3) O rei é

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mencionado? Palavras como "ungido", "filho"ou "escudo" denotam sua relação com Deus e Israel? Foi somente no século presente que se aprendeu a importância de tais perguntas. Até as primeiras décadas deste século, a abordagem acadêmica padrão de Salmos e de outros livros era a crítica histórica, que "procurava compreender os livros da Bíblia por uma análise crítica de sua composição, autoria, data, procedência, propósito e fontes". Quanto a Salmos, esse método mostrou-se altamente inadequado devido à falta de dados específicos que confirmassem datas e contextos históricos dos vários poemas. Mesmo quando os títulos deles fornecem um possível contexto (e.g., 7; 18; 30; 34; 5152; 54; 56-57; 59-60; 63), não há certeza nem da credibilidade da tradição que teria produzido os títulos nem do uso do salmo no culto de Israel. Invasões e batalhas são mencionadas, mas nada se diz de específico. Inimigos se multiplicam, mas são quase sempre anônimos. Um estudo comparativo dos grandes comentários do século XIX indica que não existe grande consenso quanto a contexto, data ou uso dos vários salmos.

Provérbios O nome do livro – No hebraico é “Mishle Shelomoh” ou “Provérbios de Salomão”. Provérbios são expressões curtas e concisas contendo lições morais. São princípios de vida por analogias, máximas que expressam uma verdade de forma sucinta, sentenças curtas extraídas de longas experiências de vida. Esta era uma forma de ensino comum no antigo Oriente por chamar a atenção, despertar a reflexão no ouvinte, e facilitar a memorização. Salomão foi o autor e compilador da maioria dos provérbios (Pv 1.1; II Rs 4.32), apresentados entre os capítulos 1 ao 24, foi também o autor dos provérbios que estão contidos nos capítulos 25 ao 29 (Pv 25.1), os quais foram no entanto, compilados pelos escribas do rei Ezequias (profetas Isaías e Miquéias?). Agur e o rei Lemuel foram os autores dos capítulos 30 e 31, mas são pessoas desconhecidas para nós. Segundo o relato de I Rs 4.32, Salomão durante o seu reinado (971- 931 a. C.) compôs cerca de 3000 provérbios, porém o livro só apresenta 400 destes. O próprio livro de provérbios declara ter havido uma seleção de provérbios feita pelos sábios do tempo do rei Ezequias (mais ou menos 700 a.C.), crendo-se então girar em torno desta data a compilação final do livro de provérbios. Coincide este fato com o período de reformas implantadas pelo rei Ezequias (II Cr 29.25-30).

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Como já foi citado, este livro cobre vários séculos de produção literária. São quase 300 anos, pois há composições de Salomão (971 a.C.), seleção dos sábios de Ezequias (700 a.C.) e obras de prováveis contemporâneos de Ezequias como Agur e Lemuel. “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria”. Pv 1.7; 9.10 Salomão foi o homem mais sábio que já viveu sobre a face da terra (I Rs 4.29-32), e esta sabedoria foi recebida de Deus, a qual também está ao nosso alcance (Tg 1.5,6). O tema central deste livro é a sabedoria de forma prática, não apenas para viver uma “boa vida”, mas para viver no temor do Senhor. Todas as máximas apresentadas no livro objetivam gerar homens saudáveis e redimidos, bem sucedidos na vida, segundo o projeto de Deus para nós. Os princípios de vida são divinamente inspirados e apresentados sob a forma de ditados, que por contraste ou comparação, retratam as experiências, características e o caminhar do sábio e do tolo, do justo, do preguiçoso, do bom e do mau, do insensato, da mulher virtuosa, etc. Esta sabedoria atravessa gerações e deve ser a base para o nosso viver diário, bem como parâmetro para avaliação de nossa conduta. Os provérbios não são princípios infalíveis de sucesso, mas normas gerais de Deus trabalhar. As exceções, por exemplo, um justo que não goza a paz, felicidade ou longevidade, deve-se a projetos e propósitos particulares de Deus para aquelas vidas. É ampla a gama de assuntos no livro abordado: o uso das riquezas, o tratamento para com os pobres, amigos e vizinhos, o controle da língua, a honestidade, a justiça, a obediência aos pais, etc. Podemos dizer de forma prática, que os provérbios no AT, corresponde ou equivale ao Tiago no NT. Para facilitar didaticamente, adotamos a divisão aceita pela maioria dos estudiosos: Exortação aos jovens – caps. 1 a 9. Provérbios variados de Salomão – caps. 10 a 24. Provérbios de Salomão colecionados pelos sábios de Ezequias – caps. 25-29. Palavras de Agur e Lemuel – caps. 30 a 31.

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Eclesiastes Eclesiastes é um livro muito profundo, onde o pregador procura uma grande satisfação pela vida. Houve muitas iniquidades e inconsistências no que se refere a sua vida na terra. A futilidade em tentar viver a vida fora de Deus desemboca em grandes frustrações, sendo a palavra chave (vaidade). O título deste livro no AT hebraico é Koheleth (derivado de kahal, “reunirse”). Literalmente significa, “aquele que reúne uma assembléia e lhe dirige a palavra”. É traduzido por pregador ou mestre. No grego da LXX é ekklesiastes, e desse deriva o título “Eclesiastes” em português. O pregador, o grande orador. Intitulava-se este livro assim, talvez, porque Salomão depois do tempo que passou afastado de Deus ensinava publicamente as lições aprendidas de suas experiências. Eclesiastes como o livro de Jó, é uma coleção de pensamentos filosóficos. Jó era um homem que passou por sofrimentos terríveis para um triunfo glorioso, ao passo que Eclesiastes, o pregador (Salomão), passou de luxo e glória para as profundezas de tristeza e desespero. Eclesiastes registra o sentimento da vida contemplada da sua velhice, no seu último reinado quando o pecado o separava do seu Criador. O autor desta obra se identifica como filho de Davi, rei em Jerusalém. Embora não especifique que seu nome é Salomão, é razoável supor que a referência seja feita mais ao sucessor direto de Davi do que a qualquer descendente posterior. Faz alusão a si mesmo como o governante mais sábio do povo de Deus: evidência interna (1.16) e como o escritor de muitos provérbios (12.9). Seu reino tornou-se conhecido por causa das riquezas e grandeza (2.4-9). Tudo isso se encaixa na descrição bíblica do rei Salomão: evidência externa (I Rs 4.29-34; 3.12; 5.12). Além disso, sabemos que uma vez por outra, reunia uma assembléia e discursava diante dela. O ponto de vista tradicional tem sido, portanto, que Salomão escreveu o Livro, segundo a crença de estudiosos judeus e cristãos. SALOMÃO significa: (recompensa), filho de Davi e Bate-Seba, terceiro e último rei do reino unido de Israel.

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Em Eclesiastes há um tom de tristeza, desalento e perplexidade, ao ver o fracasso da sabedoria natural ao tentar resolver os problemas humanos e obter a perfeita felicidade. Depois de seu afastamento de Deus (I Rs 11.1-8), Salomão ainda tinha riquezas e sabedoria. Possuído destas, começou a sua investigação pela verdade e a felicidade sem Deus. Tendo como resultado a expressão “tudo é vaidade” (significa vazio, sem valor). Salomão aprendeu que sem a bênção de Deus, a sabedoria, posição e riquezas não satisfazem, muito pelo contrário, trazem cansaço e decepção. Segundo a tradição judaica, Salomão escreveu Cantares quando jovem; Provérbios, quando estava na meia-idade, e Eclesiastes, no final da vida (935 a.C.). O efeito conjunto do declínio espiritual de Salomão, da sua idolatria e da sua vida extravagante, deixou-o por fim desiludido, com os prazeres desta vida e o materialismo, como caminho da felicidade. Eclesiastes registra suas reflexões negativistas a respeito da futilidade de buscar felicidade nesta vida, á parte de Deus e da sua Palavra. Ele teve riquezas, poder, honrarias, fama, prazeres sensuais, em grande abundância, mas no fim, o resultado de tudo foi o vazio e a desilusão: “vaidade de vaidades! É tudo vaidade” 1.2. Ao escrever Eclesiastes, o seu propósito principal pode ter sido compartilhar com o máximo, especialmente os jovens, antes de morrer, seus pensamentos e seu testemunho, a fim de que outros não cometessem os mesmos erros que ele cometera. Os jovens devem se lembrar de Deus na sua juventude para quando velho não haver amargos lamentos e triste incumbência de prestar contas a Deus por uma vida desperdiçada. Conclusão O pregador (Salomão) tentando resolver os problemas humanos, e como conseqüência obter a felicidade à parte de Deus, saiu do luxo e glória para sofrer com muita tristeza e desespero. Essas palavras servem como referencial para que tenhamos a certeza de que a vida à parte de Deus não tem valor algum, mesmo sendo detentor de riquezas e conhecimento humano. “De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem.” Ec 12.13

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Cantares de Salomão No hebraico o nome do livro é “Cântico dos Cânticos” pois as primeiras palavras do livro são: Cânticos dos Cânticos de Salomão, e representam o principal dos 1005 cânticos compostos por Salomão (I Rs 4.32). Salomão já era rei (965 a.C.), e já tinha expandido seu reino até Jezreel, porem seu harém ainda era relativamente pequeno (Ct 6.8,9). Cantares parece corresponder ao inicio do reinado de Salomão, assim como provérbios ao meio de seu reinado e Eclesiastes ao final. Em torno de 965 a.C.. “Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu; ele pastoreia entre os lírios”. Ct 6.3 Este é talvez o principal cântico, dos cânticos de Salomão, contando a história do conhecimento, noivado e casamento de dois personagens: o rei Salomão (“Príncipe da paz”) e a Sunamita (“a pretendente da Paz”). O poema não tem pausas, é entrecortado subitamente por um coro de jovens, e traz a fala dos dois personagens passando da voz de um para a voz do outro de forma repentina. Na historia do poema (idílio lírico), uma camponesa da cidade de Suném, na encosta do Monte Hermom, apascentava cordeiros e lavrava a vinha da família, que na verdade pertencia ao rei Salomão. Um dia, estando a cuidar do rebanho, encontrou-se com um formoso estranho (era Salomão disfarçado de pastor) ao qual se afeiçoou. Eles convivem durante um tempo, prometem-se em casamento até que um dia este estranho parte prometendo voltar. Ela esperou muito tempo crendo na promessa e sonhando com este dia. Certo dia ele volta, e vem com grande séquito proclamando-a sua esposa, levando-a então para o palácio. É aí no palácio que o poema é cantado, fazendo-se recordações do passado. O livro de Cantares em primeiro lugar enaltece a beleza e pureza do casamento, por meio da história de Salomão e sua esposa; em segundo lugar, traz na história uma revelação figurada do amor de Deus para com Israel, o povo de sua aliança (Is 54.5,6; 62.4,5; Os 2.16-23); e em terceiro lugar, aqui os cristãos podem encontrar uma interpretação alegórica do relacionamento entre Cristo e sua noiva celestial, a Igreja (II Co 11.1,2; Ef 5.25; Ap 19.7,8; 21.2,9).

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É preciso conhecer bem o estilo de escrita de Cantares para que o possamos entender e dividir: as falas parecem por vezes confundirem os personagens e o desenvolvimento da história não é simples de se compreender. Alem das muitas metáforas na linguagem poética este poema é um idílio lírico, ou seja, uma história campestre, contada sob a forma de um poema onde o relato não segue uma seqüência lógica cronológica, mas há “flash-backs” e coros entrecortando o relato. Dividiremos o livro em cinco cenas: A noiva nos jardins de Salomão – caps. – 1.1 a 2.7. As recordações da noiva – caps. – 2.8 a 3.5. As núpcias – caps. – 3.6 a 5.1. Os dois no palácio – caps. – 5.2 a 8.4. O lar da esposa – caps. – 8.5 a 14.

Conclusão Devemos compreender claramente que o termo “poético” refere-se apenas à sua forma. Não se deve entender o termo como uma insinuação de que tais livros sejam mero fruto da imaginação humana. Há poesia de rara beleza aí, mas nada meramente fantasioso ou irreal. Esses livros descrevem verdadeiras experiências humanas e tratam de problemas profundos, revelando grandes realidades. Eles se ocupam especialmente das experiências dos piedosos, nas diversas vicissitudes desta nossa vida inconstante sob o sol. Alem disso, as experiências tratadas foram concedidas aos homens a fim de servirem de orientação para os justos durante toda sua vida. Essas experiências são aqui registradas e interpretadas para nós pelo Espírito da inspiração, mediante “homens [santos]” do passado que falaram e escreveram “movidos“ por Ele. Assim sendo, nesses livros poéticos temos um tesouro muito precioso de verdade espiritual.

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Os Profetas Introdução A palavra hebraica para “profeta” é nabi, e significa “anunciador”, “declarador”, e por extensão, aquele que anuncia as mensagens de Deus. Os profetas usavam vários meios de adivinhação e envolviam-se em oráculos. Os termos hebraicos roeh e hozek também são usados, e significam “aquele que vê”, ou seja, “vidente”. Todas as três palavras aparecem em 1Cr 29.29. Nabi é termo usado por mais de trezentas vezes no Antigo Testamento. Alguns exemplos são: Gn 20.7; Êx 7.1; Nm 12.6; Dt 13.1; Jz 6.8; 1Sm 3.20; 2Sm 7.2; 1Rs 1.8; 2Rs 3.11; Sl 74.9. É possível que esta palavra também fosse usada para designar a missão profética. Um título comumente aplicado aos profetas era “homem de Deus”, que ocorre por cerca de setenta e seis vezes no Antigo Testamento. Cerca de metade dessas ocorrências é usada em referência a Eliseu, e outras quinze dizem respeito a um profeta cujo nome é dado (1Rs 13.1). Além disso, a expressão é usada para designar Moisés, Elias, Samuel, Davi e Semaías. Ainda outros títulos dados aos profetas são: Atalaia Jr 6.17; Ez 3.17 (no hebraico, sophin) e Pastor Zc 11.5,16 (no hebraico raah). Apesar de a idéia de predição do futuro fazer parte inerente do ofício profético, incluindo acontecimentos nacionais e individuais, o ofício profético envolvia as atividades de exortação, ensino, pastoreio e liderança espiritual em geral. Os profetas eram tidos como representantes de Deus, libertadores e intérpretes da mensagem divina. Os sacerdotes e os profetas eram ambos líderes civis e espirituais na cultura dos hebreus. Isso foi oficializado nas posições ocupadas por Moisés e Aarão, e o ideal foi levado avante durante toda a história subseqüente de Israel. Foi feita a Moisés a promessa da perpetuidade do ofício profético em Israel (Dt 18.15), que culminaria na pessoa do Messias, o maior de todos os profetas. Entre os dias de Josué e Eli “as visões não eram freqüentes” (1Sm 3.1), o que significa que o ofício profético estava em baixo nível. Mas esse ofício ressurgiu no período dos reis com o aparecimento das escolas de profetas, que surgiram nos dias de Samuel, e devido ao encorajamento que ele lhes deu (1Sm 19.20; 2Rs 2.3,5; 4.38; 6.1).

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Diversos Profetas No Reino Unido

Em Israel

Em Judá

Natã (2Sm 7.2-17; 12.1-25),

Aías, o silonita (1Rs 11.29-

Semaías (2Cr 11.2-4; 12.5-

na época de Davi, 1000 a.C.

39; 14.1-18), na época de

8), na época de Reoboão,

Joroboão I, 931-910 a.C.

931 a.C.

2Sm

Um homem de Deus, vindo

Azarias, filho de Obede (2Cr

24.11-19), também na época

de Judá (1Rs 13.1-32), na

15.1-7), na época de Asa,

de Davi.

época de Jeroboão I, 931-

911-870 a.C.

Gade

(1Sm

22.5;

910 a.C. Aías, o silonita (1Rs 11.29-

Jeú, filho de Hanani (1Rs

Hanani

(2Cr

16.7-10),

na

40), na época de Salomão,

16.7-12), na época de Baasa,

época de Asa, 911-870 a.C.

971-931 a.C.

909-886 a.C. Elias (1Rs 17.2 – 2Rs 2), na

Jeú, filho de Hanani (2Cr

época

19.2,3), na época de Josafá,

de

Acabe,

874-853

a.C. e de Acazias 853-852

873-848 a.C.

a.C. Micaías (1Rs 22.13-28), na

Jaaziel (2Cr 20.14-17), na

época

época

de

Acabe,

874-853

a.C. Eliseu

de

Josafá,

873-848

a.C. (1Rs

2Rs

Eliezer, filho de Dodava (2Cr

13.21), na época dos reis

20.37), na época de Josafá,

Acazias,

873-848 a.C.

853

19.16

a.C.,

Jeorão

(852-841 a.C.), Jeú (841814 a.C.), Jeoacaz (814-798 a.C), Jeoás (798-782 a.C. Obede

(2Cr

28.9-11),

na

época de Peca, 752-732 a.C.

Elias

(2Cr

21.12-15),

na

época de Jeorão, 853-841 a.C. Zacarias, filho de Joiada (2Cr 24.20-22), na época de Joás, 835-796 a.C. Hulda

(2Rs

época

de

22.14-20), Josias,

na

641-609

a.C. Urias (Jr 26.20-23), na época de Jeoiaquim, 609-598 a.C.

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Os Profetas - Pré-cativeiro Assírio - (2) Jonas [825-782 a.C.] Pré-cativeiro Assírio (Profetiza para Ninive) - (3) Amós [786-746 a.C.] e (4) Óseias [782-725 a.C.] Pré-cativeiro Assírio; O cativeiro Assírio pôs fim (em 721 a.C.) à linhagem dos profetas do reino do norte, Israel, e o povo de Israel continuou através da nação de Judá. Realmente, as dez tribos de Israel perderam sua identidade. Os Profetas - Pré-cativeiro Babilônico - (1) Joel [837-800 a.C.] e (5) Isaias [758-698 a.C.] Pré-cativeiro Babilônico; - (6) Miquéias [740-695 a.C.] Pré-cativeiro Babilônico; - (7) Naum [640-630 a.C.] e (8) Sofonias [640-610 a.C.] Pré-cativeiro Babilônico; - (9) Jeremias [627-586 a.C.] Pré-cativeiro Babilônico (Início); - (10) Habacuque [609-598 a.C.] Pré-cativeiro Babilônico;

Durante Cativeiro Babilônico - (11) Daniel [606-534 a.C.] e (12) Ezequiel [592-572 a.C.] Durante o cativeiro Babilônico; - (13) Obadias [586-583 a.C.] Era do Norte, estava no Sul e profetiza para Edom;

Após Cativeiro Babilônico - (14) Ageu [520 a.C.] e (15) Zacarias [520-518 a.C.] Pós-exílio. - (16) Malaquias [433-425 a.C.] Pós-exílio.

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Sargão II (722-705 a.C.) Toma o Reino do Norte 2Rs 15.29; 16.5-7.

Pré-assírio

(2) Jonas [825-782 a.C.] (2rs 14.25-27) Profetiza para Ninive. (3) Amós [786-746 a.C.] (2Cr 26; 2Rs 14.15, 23-29) Era do Sul. (4) Óseias [782-725 a.C.] (2Rs 14.23; 15-18).

(1) Joel [837-800 a.C.] (2Rs 12) 1º a profetizar pro sul. (5) Isaias [758-698 a.C.] Profeta messiânico. (6) Miquéias [740-695 a.C.] (2Rs 15.23-30) Queda de Jerusalém e Israel. (7) Naum [640-630 a.C.] Condenação de Ninive. Sofonias, Naum e Habacuque (8) Sofonias [640-610 a.C.] Profetiza durante o reinado de Josias (9) Jeremias [627-586 a.C.] Profeta chorão. Contemporâneos de Jeremias (10) Habacuque [609-598 a.C.]. (11) Daniel [606-534 a.C.] e (12) Ezequiel [592-572 a.C.] Durante o cativeiro. (13) Obadias [586-583 a.C.] Era do Norte, porém estava no Sul e profetiza para Edom.

(14) Ageu [520 a.C.] e (15) Zacarias [520-518 a.C.] Pós-exílio - Fundo histórico Ed 1-7. (16) Malaquias [433-425 a.C.] Pós-exílio.

Reconstrução de Jerusalém - Esdras & Neemias Reconstroem a cidade de Jerusalém; Originalmente formavam um único livro

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Período Interbiblico Introdução Foi considerado o período em que não houve revelação divina escrita e antes de iniciar o estudo do Novo Testamento, é de extrema importância a compreensão dos fatos que ocorreram pós-exílio até o advento de Cristo, iniciando então a Era Cristã. O qual envolve um período de 400 anos, onde os fatos históricos formaram o cenário ideal para a manifestação de Jesus o Filho de Deus, conforme está escrito em Gl 4.4-5: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos”.

Cenário A nação de Israel apostatou da fé, quebrou a aliança com o Deus criador dos céus e da terra, e por isso foi extremamente afligido com os cativeiros Assírio (721 a.C.) e Babilônico (606-536). No período do exílio babilônico surgiram as sinagogas, local onde os israelitas se reuniam para estudar, copiar e ensinar as Escrituras. O Império medo-persa surgiu em 536 a.C., como libertador de Israel das mãos da Babilônia, com a figura de Ciro que permite que cerca de 50.000 exilados retornem para Jerusalém (Ed 1.6). Esdras retorna do exílio em 457 a.C., promove diversas reformas civis e espirituais, servindo de restaurador e por isso passou a ser considerado como o segundo fundador da nação Judaica.

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Assírio

Babilônico 606

Medo-Persa 536

Grego 330

167

Obs.: O reino do sul (Judá) foi tomado pela Babilônia em 586 a.C.

Em Dn 8.3 foi profetizado a queda do império babilônico até o levante de Antioco Epifânio (uma tipificação de anti-cristo).

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Alexandre o Grande Alexandre, filho de Felipe de Macedom, homem de extrema liderança educado aos pés do famoso Aristóteles, plenamente devotado a cultura grega, penetrou na Pérsia com um contingente bastante inferior aos dos seus adversários. Mas, pela sua coragem e destreza militar com apenas 22 anos de idade estabeleceu seu império. No ano de 330 a.C. Alexandre o Grande estabelece o Império Grego, mas com apenas 33 anos de idade perdeu suas forças estando enfermo e também bastante debilitado pelo uso do álcool. O império Grego é então dividido e entregue nas mãos de: Seleuco – Reinou no norte sobre a Síria, Ásia Menor e a Babilônia; Ptolomeu – Ficou com o sul reinando sobre o Egito; Lisímaco – Sobre a Trácia; Cassandro – Ficou com a Macedônia e a Grécia. Nesse período o império passou de uma mão para outra mão, por várias vezes até 301 a.C., quando o Egito e a Síria mediram forças (Egito: 301-198 / Síria: 198-167). A Palestina foi dividida nas províncias: JUDÉIA, GALILÉIA, TRACONITES e PERÉIA. E também nesse período surgiram os Fariseus “separados”, Saduceus “justos” e os Essênios que pareciam uma seita oriental com mistura de judaísmo. Embora tenha reinado por um período bastante curto, mas foi muito rápido e passou a influenciar o mundo da época como nunca antes havia ocorrido. Disseminou a cultura e a língua grega por toda extensão do seu império.

Antioco Epifânio Em 175 a.C., subiu ao trono da Síria, Antíoco Epifânio (Antíoco IV). Ele colocou em seu coração o desejo de exterminar os judeus e em 168 a.C., arrasou Jerusalém, profanou o templo erigindo um altar a Júpiter e sacrificou uma porca sobre o altar do holocaustos. Como se não bastasse, também decretou pena de morte para quem praticasse a circuncisão e adorasse a Deus. E também destruiu todas as cópias que encontrou das Escrituras.

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A Revolta dos Macabeus Jerusalém mais uma vez estava arrasada, seu povo revoltado com a situação que se encontravam, até que Matatias, que vivia em Modim (entre Jope e Jerusalém), podemos assim dizer: “deu o grito de independência”. Com muita bravura venceu diversas batalhas, mas no ano 167 a.C., no mesmo ano da revolta veio a falecer. Matatias possuía cinco filhos, os quais por um período de aproximadamente 100 anos estabeleceram uma heróica e sangrenta independência. - Judas (166-161): Rededicou o templo e fez aliança com Roma; - Eleazar: Morreu em combate antes de 161 a.C.; - Jônatas (161-142): Também foi um bravo guerreiro. Exerceu as funções de rei e sacerdote; - João: Morreu antes de Jônatas; e - Simão (142-134): Consolida a vitória e foi feito governador e sumo sacerdote. Depois outros descendentes dos Macabeus também continuaram pelejando para manter a liberdade de Israel: - João Hircano (134-104): Cercou e detruiu a cidade de Samaria, arrasando o templo dos samaritanos, construído sobre o monte Gerezim, por permissão de Alexandre o Grande. Nesse tempo a divisão política era: JUDÉIA, SAMARIA, GALILÉIA, IDUMÉIA e PERÉIA; - Aristóbulo I (104-103): Filho de João Hircano; - Alexandre Janeu (103-76): Era irmão de Aristóbulo I – Em seu tempo houve uma espécie de guerra civil, por causa dos seus desmandos; - Alexandra (76-67): Havia sido esposa primeiramente de Aristóbulo I e depois de sua morte casou-se com Alexandre Janeu e após sua morte ascendeu ao trono; e - Aristóbulo II (67-63): Foi o último rei do período independente e era filho de Alexandre Janeu com Alexandra. Esse usurpou o poder de seu irmão mais velho Hircano II, o qual deixou o governo pacificamente. Nesse cenário surge a figura de Antípater, governador militar da Iduméia. Esse instigou Hircano II a vingar-se de seu irmão Aristóbulo II. Jesus nasce na época de Herodes o Grande (37-4 a.C.)

Israel independente

167

Os Macabeus

Romano 63

476 d.C. Queda do Império Ocidental --1453 d.C. Império Oriental Queda de Constantinopla 77


Os Romanos No ano de 63 a.C., a Palestina passa para o Domínio romano através de Pompeu que arrebatou o poder das mãos de Aristóbulo II e entregou a Hircano II. Os governantes da Palestina até a Era Cristã:

- Hircano II (63-40): - Antígano II (40-37): - Herodes o Grande (37-4 a.C.):

Obs.: A Palestina estava agora dividida em 6 distritos: JUDÉIA, SAMARIA, IDUMÉIA, GALILÉIA, PERÉIA e ITURÉIA. “E tendo nascido Jesus em Belém da Judéia, no tempo do rei Herodes..., eis que uns magos vieram do oriente a Jerusalém, dizendo: onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Porque vimos sua estrela no oriente e vimos a adora-lo. E Herodes, ouvindo isto, perturbou-se, e toda Jerusalém com ele.” Mt 2.1-3

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Diversas Contribuições

Contribuição Romana Política: desenvolveram um sentido de unidade da espécie sob uma lei universal, por meio da solidariedade criou um ambiente favorável à aceitação do evangelho, o qual proclamava a unidade da raça humana, garantindo a todos a salvação integrando-os em um organismo vivo e universal, a Igreja. Até o momento nenhum império havia conseguido esta façanha. A lei também era aplicada a todos de forma imparcial pelas cortes romanas. Um reflexo romano em busca da unidade foi garantir a todos a cidadania romana. Isso foi feito para que todos os homens estivessem debaixo de um só sistema jurídico como cidadãos de um só reino. E com este sentido de comunidade romana houve uma contribuição muito grande para a vinda da pregação das boas novas. A divisão e individualidade do mundo antigo em cidades-estados ou tribos impediam a circulação e propagação de idéias. Com o aumento do projeto imperial romano

houve

uma

era

de

desenvolvimento

pacífico

nos

países

ao redor

do

mediterrâneo. Militar: Pompeu tinha varrido os piratas do mediterrâneo e os soldados romanos mantinham a paz nas estradas da Ásia, África e Europa. Isso foi uma porta aberta para pregação do evangelho a todos os homens. As estradas principais eram ótimas feitas de concreto e duravam séculos, chegando aos pontos mais distantes do império, algumas delas são usadas até hoje. E Paulo se serviu muito delas em suas viagens missionárias para atingir os centros estratégicos do império romano. O exército convocava habitantes das províncias para suprir a falta de romanos. Após se converterem alguns ao cristianismo eram designados a outros pontos distantes e assim o evangelho era espalhado. As conquistas romanas conduziram muitos dos povos à falta de fé em seus deuses, uma vez que não foram capazes de os livrar dos romanos. E nisso se encontravam em um vácuo espiritual que não estavam sendo preenchidos pelas religiões romanas.

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Ex. Culto ao imperador romano Religiões de mistérios: adoração a Cibele (matava um touro e batizava os seguidores com o sangue), criam na morte e ressurreição. Ísis (importado do Egito), criam também na morte e ressurreição. Mitraísmo: Importado da Pérsia – teve muita aceitação dos soldados romanos (possuía refeições sacrificiais) Obs: todas elas enfatizam o deus salvador, porém pareciam esquisitas frente ao cristianismo que tratava o indivíduo. Mesmo a igreja da idade média não conseguiu se desfazer da influência da Roma imperial, acabando por perpetuarem seus ideais num sistema eclesiástico.

Contribuição Grega Os gregos foram conquistados politicamente pelo império romano, porém os gregos os conquistaram culturalmente. A Língua: O evangelho universal precisava de uma língua universal para poder exercer um impacto global sobre o mundo. Obs: Os homens até hoje tentam criar uma língua universal para que possam comunicar suas idéias uns aos outros. A língua grega se formou como universal desde o império ateniense. Depois da destruição ao final do quinto século o grego clássico tornou-se a língua que Alexandre, seus soldados e os comerciantes do mundo helenístico, entre 338 e 146 a.C., modificaram, enriqueceram e espalharam pelo mundo mediterrâneo. Obs: A septuaginta foi escrita pelos judeus de Alexandria. A Filosofia: Esta preparou caminho para o cristianismo, pois levaram a destruição às antigas religiões através dos seus questionamentos. Porém falhou na satisfação das necessidades espirituais do homem. Então o homem tornava-se um cético ou procurava as religiões de mistérios.

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A filosofia apenas aspirava por Deus, fazendo dEle uma abstração, jamais revelava um Deus pessoal como o do cristianismo. A filosofia através de Sócrates e Platão ensinava cinco séculos antes de Cristo que o presente mundo temporal dos sentidos é apenas uma sombra do mundo real. Porém apenas buscavam a Deus por meio do intelecto. Obs: os gregos aceitavam a imortalidade da alma, mas não criam na ressurreição do corpo. A filosofia e as religiões de mistérios haviam produzido muitos corações famintos. A filosofia tornou-se um sistema de individualismo pragmático. Então, quando o cristianismo apareceu, as pessoas do império romano estavam bem receptivas a uma religião que parecia oferecer uma perspectiva espiritual para a vida de cada individuo.

A Contribuição dos Judeus Estas formam a herança do cristianismo. Sendo a partir do judaísmo o botão do qual a rosa do cristianismo abriu-se em flor, tornando-se o berço do cristianismo. Monoteísmo – contrastava com a maioria das religiões pagãs Esperança messiânica – esperava um messias que estabeleceria a justiça Sistema ético – através da lei judaica, o judaísmo ofereceu ao mundo o mais puro sistema ético de então. Antigo Testamento – os judeus prepararam o caminho para a vinda do cristianismo ao legar a igreja em formação um livro sagrado que foi muito utilizado por Jesus e seus apóstolos. Filosofia da história – sustentavam uma visão linear da história, na qual Deus soberano que criou a história triunfaria.

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A sinagoga – criada na ausência do templo durante o cativeiro babilônico, eram freqüentadas por judeus e muitos gentios, os quais se familiarizavam com uma forma superior de viver. Obs: Jesus e seus apóstolos utilizavam as sinagogas em suas viagens evangelísticas. Conclusão: À época da vinda do Messias, os homens tinham compreendido finalmente a insuficiência da razão humana e do politeísmo.

Um Pouco de Atualidade - Conflito Israel x Palestina Raízes do Conflito Em 1897, durante o primeiro encontro sionista, ficou decidido que os Judeus retornariam à Terra Santa, em Jerusalém, de onde foram expulsos pelos romanos no século III d.C.. Imediatamente teve início a emigração para a Palestina, que era o nome da região no final do século XIX. Nesta época, a área pertencia ao Império Otomano, onde viviam cerca de 500 mil árabes. Em 1903, 25 mil imigrantes judeus já estavam vivendo entre eles. Em 1914, quando começou a I Guerra Mundial (1914-1918), já eram mais de 60 mil. Em 1948, pouco antes da criação do estado de Israel, os judeus somavam 600 mil. Estado Duplo Os confrontos se tornavam mais violentos à medida que a imigração aumentava. Durante a II Guerra Mundial (1939-1945), o fluxo de imigrantes aumentou drasticamente

porque

milhões

de

judeus

se

dirigiram

à

Palestina

fugindo

das

perseguições dos nazistas na Europa. Em 1947, a ONU tentou solucionar o problema e propôs a criação de um “estado duplo”: o território seria dividido em dois estados, um árabe e outro judeu, com Jerusalém como “enclave internacional”. Os árabes não aceitam a proposta. As Guerras No dia 14 de maio de 1948, Israel declarou independência. Os exércitos do Egito, Jordânia, Síria e Líbano atacaram, mas foram derrotados. Em 1967 aconteceram os confrontos que mudariam o mapa da região, a chamada “Guerra dos Seis Dias”. Israel derrotou o Egíto, Síria e Jordânia e conquistou de uma só vez toda a Cisjordânia, as

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colinas de Golán e Jerusalém leste. Em 1973, Egíto e Síria lançaram uma ofensiva contra Israel no feriado de Yom Kippur, o Dia do Perdão, mas foram novamente derrotados. A Intifada Em 1987 aconteceu a primeira intifada, palavra árabe que significa “sacudida” ou “levante”, quando milhares de jovens saíram às ruas para protestar contra a ocupação considerada ilegal pela ONU. Os israelenses atiraram e mataram crianças que jogavam pedras nos tanques, provocando indignação na comunidade internacional. A segunda intifada teve início em setembro de 2000, após o então primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, ter caminhado nas cercanias

da mesquita de Al-Aqsa,

considerada sagrada pelos muçulmanos e parte do Monte do Templo, área sagrada também para os judeus. A Situação no Século XXI Israel permanece nos territórios ocupados e se nega a obedecer a resolução 242 da ONU, que obriga o país a se retirar de todas as regiões conquistadas durante a Guerra dos Seis Dias. Apesar das negociações, uma campanha de atentados e boicotes de palestinos, que se negam a reconhecer o estado de Israel, e israelenses, que não querem devolver os territórios conquistados, não permite que a paz se concretize na região. O Cisma Palestino Em junho de 2007 a Autoridade Nacional Palestina se dividiu, após um ano de confrontos internos violentos entre os partidos Hamas e Fatah, que deixaram centenas de mortos. A Faixa de Gaza passou a ser controlada pelo Hamas, partido sunita do Movimento de Resistência Islâmica, e a Cisjordânia se manteve sob o governo do Fatah do presidente Mahmoud Abbas. O Hamas havia vencido as eleições legislativas palestinas um ano antes, mas a Autoridade Palestina havia sido pressionada e não permitiu um governo independente por parte do premiê Israel Hamiya. Abbas declarou estado de emergência e desistiu Haniya, mas o Hamas manteve o controle de fato da região de Gaza.

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Conclusão Não

podemos

desprezar,

e

nem

deixar

outros

desprezarem

quão

maravilhoso compendio teológico que Deus, por meio dos seus servos deixou para a humanidade, o Antigo Testamento, que de forma majestosa se coaduna com o Novo Testamento. Maravilhosas são as palavras, os ensinamentos e mais maravilhoso ainda é como toda esta obra sendo escrita por aproximadamente 40 homens, dos mais diversos níveis intelectuais, e em diversas épocas, situações e costumes, formam uma unidade, comprovando a existência de uma só fonte, o Espírito Santo de Deus (2Pe 1.21). E para surpresa de alguns, muitos de nós brasileiros também fazemos parte dessa história, ainda que de forma muito longínqua através dos nossos antepassados que na península Ibérica, chamada de Sefarad, vivia a maior comunidade judaica do globo. Perseguida por motivos políticos e religiosos, viu surgir d’além mar a esperança para sua existência, a colonização do Novo Mundo. Milhares e milhares de famílias afluíram para as Américas e principalmente para o Brasil em busca da liberdade de ser o que eram: judias. Famílias que trouxeram para a terra do pau-brasil os sobrenomes que hoje são os mais difundidos por aqui (Silva, Rocha, Ferreira, Fernandes, Costa, etc...). É uma história que nos pertence, que os nossos antepassados viveram: a história dos cristãos novos, os judeus ibéricos forçados a se converter ao catolicismo. Perseguições, massacres, segregação, sangue inocente derramado, medo e luta pela sobrevivência permeiam a história das peregrinações deste sofrido povo. E sobretudo, estamos ligados a história desse povo por meio da excelente providência de Deus para salvação dos gentios por meio do Messias prometido. “Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo“. (Jo 1.17)

Gilvan Nascimento

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Bibliografias

LASOR, William – Introdução ao Antigo Testamento. Ed. Vida Nova, 1ª Edição 1999. 851 pág.

PACKER, James – O Mundo do Antigo Testamento. Ed. Vida, 1ª Edição 1988. 185 pág.

ANDRADE, Claudionor – Geografia Bíblica. Ed. CPAD, 11ª Edição 2001. 314 pág.

JENSEN, Irving – Êxodo – Estudos Bíblicos. Ed. Mundo Cristão, 2ª Edição 1987. 107 pág.

ALMEIDA, Abraão – O Tabernáculo e a Igreja. Ed. CPAD, 13ª Edição 2001. 144 pág.

CHAMPLIN, R. N. – O Antigo Testamento Interpretado. Ed. Hagnos, 2ª Edição 2001.

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