Revista casos de sucesso sebrae 2013 nova original

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R E V I STA

CASOS DE

SUCESSO DO ACRE Rio Branco - Acre • Ano V • Número V • Edição 2013

A emocionante história da doméstica que decidiu mudar a vida e acreditar em seus sonhos. A emocionante história da doméstica que decidiu mudar a vida e acreditar em seus sonhos. O profissional liberal empreendedor




Sumário

5 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 30 33 34

Editorial João Batista Fecury Bezerra

Caso de Sucesso - Síglia Abraão

Por Jahnnyne Lima

Caso de Sucesso - Luthieria

Por Jahnnyne Lima

Caso de Sucesso - Raimunda Mawapey

Por Jahnnyne Lima

Caso de Sucesso - Chocolacre

Por Jahnnyne Lima

Caso de Sucesso - Casas Estética

Por Jahnnyne Lima

Caso de Sucesso - P.A.I.S.

Por Francinei Santos

Caso de Sucesso - Dioesse Por Hellen Kelma Chaves

Caso de Sucesso - DressFit Por Jahnnyne Lima

Caso de Sucesso - Ateliê das Gostosuras Por Jahnnyne Lima

Caso de Sucesso - Cores da Mata Por Jahnnyne Lima

Palavra do Presidente Por Luiz Barretto

Empreendedorismo na Região Norte ??

Pequenos Negócios Por Jahnnyne Lima

MEI: Inadimplência chega a 60% Por Jahnnyne Lima

Serviço Nacional de Apoio ás Micro e Pequenas Empresas no Acre


EXPEDIENTE R E V I STA

CASOS DE

SUCESSO DO ACRE

Histórias de

2013 - 5ª Edição

Sucesso

A

etapa mais difícil na criação desta revista certamente foi a escolha dos 10 Casos de Sucesso que fariam parte desta edição. Em 2013 tivemos várias histórias exitosas que poderiam estar nestas páginas representando nosso trabalho e o Estado do Acre no mesmo patamar das histórias aqui publicadas. Acompanhar as mudanças na vida de pessoas que acreditaram no seu espírito empreendedor e no SEBRAE é a melhor justificativa para nossos desafios e esforços na contribuição de um desenvolvimento regional. É devido a este desenvolvimento que as Micro e Pequenas Empresas no Brasil vêm sofrendo uma transformação continuada, com a criação anual de mais de 1,2 milhão de novos empreendimentos formais. As micro e pequenas empresas são responsáveis por mais da metade dos empregos com carteira assinada do Brasil. Se somarmos a isso a ocupação que os empreendedores geram para si mesmos, pode-se dizer que os empreendimentos de micro e pequeno porte são responsáveis por, pelo menos, dois terços do total das ocupações existentes no setor privado da economia. A sobrevivência desses empreendimentos é condição indispensável para o desenvolvimento econômico do País. Os estudos mostram que os dois primeiros anos de atividade de uma nova empresa são os mais difíceis, o que torna esse período o mais importante em termos de monitoramento da sobrevivência. A divulgação destes casos de sucesso é uma ação motivacional e inspiração àqueles que ainda não alcançaram a almejada sustentabilidade de seus empreendimentos. Folheando as páginas seguintes e vivenciando estas histórias de sucesso você vai entender mais sobre o propósito do SEBRAE: A causa do fortalecimento dos Micro e Pequenos Negócios. Um grande abraço João Batista Fecury Bezerra Diretor Superintendente do SEBRAE no Acre.

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Acre

PRESIDENTE DO CONSELHO DELIBERATIVO

Carlos Takashi Sasai DIRETOR SUPERINTENDENTE

Orlando Sabino da Costa Filho DIRETORA TÉCNICA

Elizabeth Monteiro DIRETOR ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO

Kleber Campos Pereira Junior COORDENADORA ESTADUAL DO PROJETO CASOS DE SUCESSO

Vanessa Melo França COLABORADORES

Golby Pullig Juracy Xangai Luiz Fernando Maia Victor Augusto Farias PROJETO GRÁFICO E DESIGN

Charles Vanderley MD Comunicação FOTOGRAFIA

Diego Gurgel Francinei Santos Hellen Kelma Chaves Lanna Halluen REVISÃO E PREPARAÇÃO DE TEXTOS

Golby Pullig Charles Vanderley JORNALISTA RESPONSÁVEL

Vanessa Melo França DTR/PE - Reg.: 3280

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Caso de

Sucesso

Empresária vira Caso de Sucesso do Projeto Confecção e Moda do SEBRAE Acre Por Jahnnyne Lima

O

projeto Confecção e Moda de Rio Branco, que é realizado pelo Sebrae em parceria com o Sincon, Senai, IEL, Fieac, SEPMulher, Seplan, Sedens e Banco do Brasil desde 2010 cria produtos inovadores que focam os ícones acreanos e amazônicos. Como fruto desse trabalho criou-se em 2010 o Grupo de Moda Olho da Mata. Síglia Abrahão é uma das participantes que dentro do contexto da moda inicia um trabalho da marca Mulateiro e ilustra um caso de sucesso. “Quando começou o projeto não vendíamos uma camisa de moda, mas com os estilistas e as capacitações, hoje, vendemos em média mil camisas por mês”, afirma Síglia que desde o início conta com o apoio do Projeto. Dentro do Grupo Olho da Mata a empresa de Síglia trabalhou a coleção com os temas: árvores, pássaros e frutas. Como consequência desse trabalho as indústrias criam novas coleções para trabalharem durante o ano, de forma a fortalecer a identidade da moda acreana e cada empresa cria sua sub-coleção com tema específico. “Eu sou muito grata ao projeto confecção e moda do Sebrae, eu sozinha não teria condição de obter conhecimento na área de confecção com a competência e a qualidade que o Sebrae me proporcionou. O sistema Sebrae tem superioridade na área de consultoria de qualidade”, considera a empreendedora de sucesso. Desde 2009 o sistema Sebrae e parceiros trabalham no fortalecimento das indústrias de Confecção de Rio Branco, através da realização de cursos e consultorias na área de gestão empresarial e gestão da produção. Incentivando e apoiando as pequenas e microempresas.

Sem Limites

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Assistida pelo Sebrae, através da Unidade da Indústria, a empresária lançou, em maio deste ano, a 1ª Indústria de Cosméticos Acreana. Síglia enxergou a possibilidade no momento em que os Sebrae da Região Norte estavam elaborando um Projeto de Cosméticos para região com foco principalmente em produtos

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Síglia enxergou a possibilidade de crescimento, no momento em que os Sebrae da Região Norte estavam elaborando um Projeto de Cosméticos para região com foco principalmente em produtos com elementos regionais” Adriana Elizabete Gestora Sebrae-Ac.


Envasados em embalagens premiadas nacionalmente a linha de produtos é composta por três cremes hidratantes com extrato de Mulateiro da várzea e um óleo orgânico de girassol com mulateiro. Os hidratantes são clareadores de melasma, cloasma e manchas de queimaduras de até 3º grau. Funcionando ainda como antirrugas age protegendo e iluminando a pele.

com elementos regionais. Os hidratantes produzidos no Acre são fruto de anos de pesquisa empírica realizadas na floresta amazônica. As equipes estudaram e coletaram o mulateiro. “Procuramos fazer um produto de alta qualidade. Esses cremes e esse óleo são produtos terapêuticos que tem origem nos princípios do século, onde os ribeirinhos e os indígenas já usufruíam da condição rejuvenescedora”, conta a empreendedora.

A empreendedora que conhece e conta com o apoio do Sebrae em outra área, afirma que solicita a parceria, também, na área de cosmética pela qualidade das consultorias. “As consultorias realizadas pelo Sebrae permitiram a especialização no sentido da produção, formação de preço. Sou grata ao Sebrae pelo apoio que através dos seus consultores nos auxilia no desenvolvimento dos produtos”, pondera Síglia. “Estudando sobre o assunto a empresária e com seu projeto de negócio estruturado lançou a 1ª Indústria de Cosméticos Acreana. Sendo assim passou a ser público da Unidade de Indústria do Sebrae, a princípio através do Projeto Fortalecimento da Indústria, que é executado pelo Sebrae em parceria com o Senai, Fieac, IEL, Banco do Brasil e Sedens”, explica Adriana.

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Caso de

Sucesso

Luthieria, uma arte milenar, ganha espaço no mercado local e já é um sucesso Foto: Lanna Haluen

Por Jahnnyne Lima

Rafael e Bruno trabalhavam com prestação de serviços para lojas, amigos e hoje tocam o próprio negócio. Com pouco tempo de praça os amigos encontraram na luthieria um negócio rentável e não medem esforços para elevar a qualidade do empreendimento alternativo. “Começamos na Expoacre 2012, com convite do SEBRAE, e depois emendamos na 1ª Feira de Artes e Negócios do Juruá. Depois melhoramos: fizemos compras, formalizamos a empresa. Ter um CNPJ facilita e dá crédito na praça”, explica Rafael. Com a formalização, a oficina tornou-se a BSA Luthiacre e a cada dia ganha espaço. “O apoio do Sebrae é de suma importância para a evolução da nossa luthieria desde a elaboração, construção dos instrumentos à aceitação no mercado, o SEBRAE vem sempre nos ajudando. Os gestores de cultura, artesanato e sustentabilidade nos são verdadeiros parceiros nesses primeiros passos”, conta o luthier. Há dois anos os luthiers participam do maior evento de negócios do Estado, a Expoacre, feiras interioranas e nacionais. É através da exposição de seu trabalho artesanal e sustentável que chegam aos clientes.

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a arte milenar da luthieria, portas, troncos de árvores, balcões americano e até mesmo forro dão origem a instrumentos sustentáveis. Muito além do financeiro, a luthieria tem cunho social, socioambiental e trabalha com reaproveitamento criativo. Os amigos Bruno Sá e Rafael Silva, luthiers acreanos, que visam o lado social, criativo e sustentável desenvolvem produtos que resgatam história e tem a cara da Amazônia.

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Resgate Quando o assunto é reaproveitamento e trabalho exclusivo os luthiers acreanos afirmam “o nosso trabalho não deixa a desejar na questão da qualidade nem no modo sustentável, uma vez que estudamos diariamente e ainda usamos refugos”. Tudo tem um principio histórico desde o próprio material até o procedimento de elaboração e


Foto: Lanna Haluen

construção. A paxiuba, por exemplo, que é usada por índios para fazer arco e flechas, vira peça única de instrumentos. “Compramos um arco que em nossas mãos virou tampo de instrumentos”, narra Rafael. Entre as principais peças, os luthiers destacam a restauração de um cavaquinho e um piano de armário, sendo este o primeiro piano a ser restaurado por luthiers no Norte e ainda um balcão de cozinha que virou baixo. “No cavaquinho trocamos pedaços de ferragem por madeira. O piano como estava deteriorado, só na família tinha 15 anos. Restauramos desde a pintura a troca de madeira”, explica Bruno. Ainda dentre os resgates históricos Rafael ressalva um: “uma marcenaria havia conseguido licitação para reformar o museu da borracha. Eles tinham uma almofada de porta bem grande e ao passar ela na plaina descobriram que era mogno bem seco. Fizemos uma colagem dele e construímos um contrabaixo modelo fodero”, conta.

Ressocialização através da Luthieria A luthieria de sucesso teve recentemente um projeto social aprovado pela Fundação Garibaldi Brasil no qual trabalhará a arte da luthieria com uma turma de reeducando. O projeto que visa ressocialização por meio da formação de novos profissionais conta com o apoio do Instituto Penitenciário do Acre (IAPEN) e trata-se de um projeto piloto destinado ao ensino da construção e reparos de instrumentos musicais de maneira sustentável, onde se trabalha o reaproveitamento.

O apoio do SEBRAE é de suma importância para a evolução da nossa luthieria desde a elaboração, construção dos instrumentos à aceitação no mercado, o SEBRAE vem sempre nos ajudando. Bruno Sá

Foto: Lanna Haluen

Luthier acriano

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Foto: Diego Gurgel

Há 12 anos contamos com o SEBRAE. Ele tem sido muito importante na vida da associação, das mulheres indígenas, por estar nos incentivando, estar dando apoio geral desde a confecção, do aprimoramento, do acabamento. Colocando a gente nas feiras e nos dando a oportunidade de estarmos divulgando nosso trabalho em eventos que promove. 10

Raimunda Mawapey Artesão Premiada Internacionalmente SEBRAE/AC | REVISTA CASOS DE SUCESSO DO ACRE


Caso de

Sucesso

Raimunda Mawapey O artesanato indígena acriano representado internacionalmente e com sucesso. Por Jahnnyne Lima

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ncanto, superação, diversidade e muita vontade de vencer. Mistura de palavras que tracejam a história de Raimunda Mawapey, a Raimundinha, artesã Kaxinawá que representa o artesanato indígena do Acre. Raimunda Mawapey, como gosta de ser chamada, sempre teve o perfil empreendedor e conta com o SEBRAE quando precisa investir em orientação, capacitação e inovação, tudo para crescer e seguir aprimorando seu negócio, seu profissional e ajudar a sua comunidade, por meio de ações transformadoras. Raimunda inspira não apenas sua comunidade, ela conquista reconhecimento no mundo do branco. Artesã premiada, ela foi a única artesã brasileira, indígena do Acre, a expor sua arte na sede da ONU, levando consigo a arte indígena produzida pelas mulheres artesãs Kaxinawás ao reconhecimento internacional e viu os caminhos se alargarem, ainda mais, para a Associação das Produtoras de Artesanato de Mulheres Indígenas Kaxinawá de Tarauacá e Jordão (Apaminktaj), a maior associação de mulheres artesãs do Brasil. “Há 12 anos contamos com o SEBRAE. Ele tem sido muito importante na vida da associação, das mulheres indígenas, por estar nos incentivando, estar dando apoio geral desde a confecção, do aprimoramento, do acabamento. Colocando a gente nas feiras e nos dando a oportunidade de estarmos divulgando nosso trabalho em eventos que promove”, conta com alegria.

VALOR Levar o trabalho da mulher artesã indígena ao reconhecimento nacional e internacional é a grande realização de Raimunda. A artesã ao lado de mais de 500 mulheres melhoraram a condição de vida de sua comunidade, através de sua arte, “podemos dizer que temos um emprego e uma

renda”. Para a artesã, cada peça leva o retrato da identidade do seu povo, dissemina a cultura indígena. O artesanato indígena é transmitido de geração a geração. Mawapey aprendeu com a mãe, ainda pequena, a arte que a levaria a grandes conquistas. “Dentro da aldeia a mãe deve ensinar o papel da mulher à filha e o artesanato está dentro do ensino a ser passado, pois é muito útil no dia-a-dia. A tecelagem é um exemplo, dá origem a rede para dormir, cestas para alimentos...”, conta. Apesar de receber as técnicas das mãos de sua mãe, foi um branco quem aguçou o lado empreendedor da indígena visionária. “Em 1999 houve uma grande assembleia com duas organizações indígenas, onde aconteceram vendas de artesanato e um antropólogo sugeriu que criassem as cooperativas”, revela a artesã. Segundo Raimunda as Kaxinawás acolheram a ideia e elegeram a diretoria, mas apenas no início do ano 2000 legalizaram a associação. Atualmente mais de 500 mulheres, de 52 aldeias, trabalham ativamente na associação. A associação trabalha com cestaria, cerâmica, tecelagem e comercia no varejo local e no atacado.

TRABALHO PREMIADO Vencendo barreiras o artesanato indígena é reconhecido pela qualidade, dentre os prêmios, Raimunda Mawapey destaca que ano passado estava entre as 100 artesãs do Prêmio SEBRAE Top 100 de Artesanato que reconhece e valoriza o setor. Raimunda conta que recebeu convites para expor seu trabalho na França e informou ainda que eles irão correr o mundo com a exposição “Mulher Artesã Brasileira” e que estará aberta para venda. “Agradeço a Deus e ao SEBRAE, o meu apoiador fundamental. O Sebrae acreditou muito em mim e eu acreditei no Sebrae, as dificuldades existiram, mas nós seguimos”, revela Raimunda.

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Caso de

Sucesso

CHOCOLACRE Por Jahnnyne Lima

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ons empreendimentos surgem de ideias, alguns nascem da necessidade de sobrevivência, mas, independente da origem, o empreendedor precisa de orientação empresarial ao longo da caminhada. O Acre de gente aguerrida e empreendedora tem casos de sucessos no mundo dos micros e pequenos negócios, casos como o de Dona Tuca e Seu Paulo, uma cozinheira de mão cheia e um administrador bom de negócio. Sartudina Sebastiana é uma dedicada dona de casa, conhecida por “Dona Tuca”, que ao lado do esposo Paulo Monteiro enfrentou mudanças, venceu dificuldades (intercorrência de saúde) e viu a necessidade de recomeçar do zero. Com ajuda de amigos o casal tocava a vida, mas sem maiores planos. Em julho de 2011, Paulo Henrique, recebeu uma caixa de vinho como comissão de um evento em que tinha trabalhado. “A gente estava aperreado mesmo sem saber o que fazer. Eu tinha feito um evento pra um amigo meu e ele me pagou com uma caixa de vinho, abri a caixa e saí vendendo na rua. O capital inicial foi aquele”, conta Paulo que tem formação em administração.

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A ideia de trabalhar com alimentos havia surgido do administrador que em uma manhã vendeu toda a caixa de vinho e a tarde já estava saindo para vender os produtos de Dona Tuca. “No final da tarde voltei para casa sem nenhum produto e com pedidos. No dia seguinte com dinheiro na mão nós já começamos com três produtos, nós SEBRAE/AC | REVISTA CASOS DE SUCESSO DO ACRE

começamos na clandestinidade como todo mundo”, discorre Paulo.

Expansão Há quem dê o passo de decidir com descrença, mas o casal não. No início de 2013, exatamente no primeiro dia útil do ano, eles procuraram o SEBRAE para formalizar o negócio. “O SEBRAE nos ajudou a formalizar. Após tomar nosso café da manhã, a primeira coisa que fizemos foi bater na porta do SEBRAE e a atendente nos ajudou com toda a documentação. Saímos como empresa formalizada. Ela (Dona Tuca) como Micro Em p re e n d e d o ra I n d ivi d ua l e e u co m o funcionário”, declara. Com o negócio formalizado as vendas aumentaram 68%, pois havia lugares onde a venda era impossibilitada pela não emissão de nota fiscal, o que hoje é mais uma dificuldade superada. Se no início a oferta era de três produtos, atualmente, Dona Tuca produz quatorze, dentre quais: salgados assados, tortas geladas, pizzas, pudins, sanduíches natural e até churrasquinho.


Melhoria

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egundo o administrador com o apoio do SEBRAE o negócio melhorou 100%. “A gente sem apoio fica meio ‘fechado’, mas com o SEBRAE não, pois as portas estão dentro da instituição. Você é recebido e encaminhado pra um local, onde a pessoa resolve as suas questões ou te encaminha para outra porta. Em vez de sair pela rua batendo em várias portas no SEBRAE cada porta tem a definição do que você quer”, resume. Uma pequena loja está sendo construída em frente à residência que ainda abriga a pequena cozinha. Mas se antes o empreendimento atendia apenas encomenda em pequenas porções, agora, também, fornece sobremesa pra dois restaurantes importantes da cidade. O pequeno negócio de Dona Tuca e “Seu” Paulo cresce com inovação e criatividade que vão desde a produção à embalagem. O real diferencial está no amor que ambos cultivam pelo que fazem. Ela cozinha, ele vende, eles inovam e em pouco tempo tornaram-se um caso de sucesso.

O apoio do SEBRAE é de suma importância para a evolução da nossa luthieria desde a elaboração, construção dos instrumentos à aceitação no mercado, o SEBRAE vem sempre nos ajudando. "Seu" Paulo Empreendedor

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Caso de

Sucesso

Casas Estética A impressionante história de vida de uma guerreira que soube dar a volta por cima, vencer as dificuldades e tornar-se uma mulher de negócios premiada.

Foto: Lanna Haluen

Por Jahnnyne Lima

Minha história teve início no dia 20 de dezembro de 1972, quando meu marido foi assassinado. Eu estava com dois filhos ainda pequenos e me encontrava grávida de sete meses do terceiro, e nós dependíamos totalmente da renda que meu marido trazia para casa...

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ssim começa o relato da mulher de negócio, Maria Casas, que nem sempre teve como meta alcançar o sucesso.

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As tribulações ensinaram a jovem Maria a lutar com garra, lutar por ela e pelos filhos pequenos. Os traços de uma mulher de negócio que busca cres cer com honestidade acompanham a empresária desde o começo. Maria conta que não queria voltar a morar com os pais e que arrumar um emprego foi a sua primeira grande dificuldade, uma vez que ainda não havia terminado seus estudos. SEBRAE/AC | REVISTA CASOS DE SUCESSO DO ACRE

“Foi complicado, mas com muita persistência consegui terminar o 2º grau. Trabalhei em empresa de ônibus, no setor de passagem, depois comecei a fazer bicos de faxineira, lavava roupas para fora e fazia unhas das amigas, foi aí que começou meu empreendimento”, conta e m o c i o n a d a . A p r i m e i ra clientela surgia da divulgação feita pelas próprias clientes. A primeira real experiência da empresária foi ao aceitar o convite de uma amiga para trabalhar no salão. Mas a visionária de sucesso não podia trabalhar em tempo integral, porque precisava cuidar dos

filhos e não podia pagar alguém para que o fizesse. Ainda assim, com todas as dificuldades, em questão de meses, Maria Casas inaugurava o seu primeiro espaço físico, uma adaptação na garagem de casa. “Comecei na garagem de casa, com uma maca e poucos objetos de depilação, unha e sobrancelha. Com o tempo a necessidade de utilizar toda minha casa foi aumentando e resolvi buscar conhecimentos para aumentar os serviços e conquistar clientes”, conta.


Visão EMPREENDEDORA

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argos passos à frente de sua geração quando o assunto é empreender, Maria viajou, por conta, para São Paulo em busca de formação p ro fi s s i o n a l co m m e l h o r qualificação de mercado no ramo da estética facial e corporal. Participou ainda de cursos em Paris e na Argentina. Na volta aceitou convites para ministrar cursos pelo SENAC no

Acre. O negócio crescia e no ano de 2005, Maria Casas sempre buscando inovar, participou do EMPRETEC. “Nunca fui cega, cega, cega, mas quando fiz o EMPRETEC minha visão ampliou. Depois do EMPRETEC, fiz vários cursos pelo SEBRAE. Caminhar de mãos dadas com o SEBRAE é maravilhoso, descobri meu porto seguro”, ressalta.

Foi com o apoio do SEBRAE que empresária viu seu negócio virar sucesso. “Pude melhorar a empresa, o ambiente, ter uma visão maior de organização, recentemente fiz a identidade visual da empresa. O apoio técnico do SEBRAE deu uma melhorada considerável na empresa, na cabeça da dona e nas vendas”, discorre com satisfação.

Foto: Lanna Haluen

Mulher de NEGÓCIOS PREMIADA

E

procuro conhecer, pois gosto de trabalhar e inovar. Ganhar o Prêmio foi uma grande e boa surpresa”, revela.

“Busco sempre melhorar e inovar. Quando ouço falar sobre algo novo na área que trabalho,

Além do salão, Maria trabalha com venda de cosméticos, na qual como consultora e diretora, lidera 30 mulheres que buscam c re s ci m e nt o p ro fi ss i o na l , ministra cursos e ainda contribui com o meio ambiente, através de uma parceria com uma cooperativa de pescadores, onde os mesmo constroem boia

m 2008, Maria Casas de Paiva, levou o terceiro lugar do Prêmio SEBRAE Mulher de Negócio - PMN, desde então seguiu trabalhando, realizando cursos, consultorias e tocando o negócio à frente. Em novembro de 2013, a empresária recebeu com surpresa o troféu de campeã da etapa estadual do PMN.

para melhorar a pesca com depósitos vazios. “Ao olhar para minha história e ver meu negócio dando certo, ver minha vida financeira e s t áve l , co n s i d e ra n d o as condições financeiras de onde parti. Saber que tenho apoio e que tudo é feito com honestidade, é muito gratificante. Eu me sinto realizada”, declara.

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Caso de

Sucesso

Foto: Francinei Santos

PAIS: mais alimento, trabalho e renda no campo Por Francinei Santos

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om objetivo de melhorar a qualidade de vida e proporcionar sustentabilidade para as comunidades atendidas, o projeto de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável – PAIS, apresenta-se como uma nova alternativa de trabalho e renda na agricultura familiar, pois possibilita o cultivo de SEBRAE/AC | REVISTA CASOS DE SUCESSO DO ACRE

alimentos mais saudáveis para o consumo próprio e para comercialização. No Acre, o projeto possui um diferencial com a inclusão da c o b e r t u ra d e p l á s t i c o , indispensável para a produção de hortaliças no inverno amazônico. “O PAIS no Acre se consolida como resultado de um grande

esforço de mais de três anos de trabalho voltado para a implantação dessa tecnologia s o cia l . D e s d e 2010, 25 unidades foram implantadas nos municípios de Capixaba, Xa p u ri , Ep i t a ci o l â n d ia , Brasileia e Assis Brasil”, afirma Francinei Santos, gestor do projeto.


Êxito O produtor de Mâncio Lima, Edno Guedes, foi atendido pelo PAIS e aplica o conhecimento adquirido. “Eu desde pequeno trabalho com agricultura e hoje sustento minha família como agricultor também. Pra mim o PAIS foi ótimo, aprendi bastante, eu desperdiçava muito e hoje em um espaço de terra menor, produzo mais e aproveito tudo”, revela. Cleidison Rocha, Prefeito de Mâncio Lima, ressalta a importância de projetos como o PAIS quanto o impedimento do êxodo rural. “Nós estamos dando oportunidade destes produtores sustentarem a sua família, através da agricultura familiar, com produtos de boa qualidade e ainda por cima há a oportunidade de comercialização, onde vendem para restaurantes e escolas da cidade”, considera. Com a implantação do PAIS há famílias que tiveram aumento significativo de renda em R$ 2.800,00 ao mês. “O objetivo vem

sendo cumprido, o PAIS tem estimulado o desenvolvimento do mercado local, disseminando a cultura da inovação e do empreendedorismo, aumentando a e fi c i ê n c i a p ro d u t i v a d o s pequenos negócios rurais”, avalia Francinei Santos. De acordo com o gestor “o projeto quando bem aplicado além de fornecer alimentação diversificada e saudável ao homem do campo, gerando renda, com a comercialização do excedente da produção de frangos, ovos, hortaliças e frutas, reduzindo a importação desses produtos com a diversificação da produção local, o que reduz os custos para o consumo”, garante. Para a construção de uma unidade do PAIS são necessários R$ 8 mil e os produtores recebem os kits para a construção sem custos. Segundo Nilton Novais, consultor do Sebrae Nacional, até o ano de 2013, cerca d e 1 7 m i l u n i d a d e s f o ra m implantadas em todo o Brasil desde

1999. “É muito gratificante fazer parte desde projeto, porque vemos a mudança na vida das pessoas atendidas. Eles são ávidos pelo conhecimento e se interessam cada vez mais no decorrer da implantação das unidades”, conta. No Acre, somente no ano de 2013, foram implantadas dez unidades nos municípios de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Porto Walter e no Vale do Juruá. As ações resultaram na melhoria da renda e na qualidade de vida das famílias atendidas pelo projeto que é referência nacional de tecnologia social e produção sustentável.

Conheça mais!

Foto: Francinei Santos

A produção é agroecológica porque dispensa o uso de agrotóxicos, queimadas e desmatamentos; Integrada porque alia a criação de aves com a produção vegetal e ainda utiliza insumos da propriedade; Sustentável porque preserva a qualidade do solo e das fontes de agua, incentiva o associativismo dos produtores e aponta novos canais de comercialização dos produtos.

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Caso de

Sucesso

Persistência e credibilidade em Cruzeiro do Sul Por Hellen Kelma Chaves

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omo toda história de empreendedorismo requer persistência e vontade, a história de Dioesse Gonçalves da Silva, não seria diferente. Nascido em Porto Walter, Dioesse mudou-se para Cruzeiro do Sul aos 18 anos para estudar, porém, seu maior sonho era um dia ter seu próprio empreendimento. Com o tempo, montou um armarinho onde dele tirava seu sustento. Com as vendas no armarinho conseguia pagar o aluguel do ponto e sobreviver. Dioess e s onhava com um negócio que pudesse dar algo mais rentável para ele e sua família. Quase todos os finais de tarde, do Porto de Cruzeiro do Sul, avistava o Rio Juruá e observava o fluxo de embarcações e percebia que todos os dias mais de 500 barcos trafegavam pelo rio, foi daí que surgiu sua idéia. Porque não montar um “Pontão Flutuante” para abastecer as embarcações? Dioesse já havia feito sua Pes quisa de Mercado, observando todos os dias, mas para isso precisava montar uma empresa e ter dinheiro para conseguir abrir este Pontão, e isso Dioesse não tinha, mas vontade de trabalhar ele possuía.

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No ano de 2000 a 2001 o

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G ove rn o l o c a l la n ç o u u m programa do fundo de aval para quem quisesse montar seu negócio, essa era a oportunidade, Dioesse não perdeu tempo, fez a proposta para o governo e esta proposta foi encaminhada para o SEBRAE, porém, Dioesse tinha que participar de cursos para que o projeto fosse elaborado e encaminhado para o Banco financiar. Dioesse fez o curso SABER EMPREENDER que era prérequisito, logo após a empresa de Dioesse estava aberta. Por ser uma empresa onde sua atividade deriva do petróleo, Dioesse precisava de um certificado de Posto Revendedor que só era concedido na cidade do Rio de Janeiro, pela ANP (Agencia Nacional de Petróleo) o que durou mais de 2 anos para conseguir. Tudo perfeito, projeto feito pelo SEBRAE pedido na Agencia Nacional de Petróleo, porém, até o final do Programa do Fundo de Aval, Dioesse não havia ainda recebido o certificado da ANP que o credenciava a Posto Revenda. Parecia que tudo havia acabado! Até que o Banco da Amazônia BASA lançou o FNO, Dioesse


correu e procurou o SEBRAE para fazer Projeto e apresentar ao Banco. Certo dia, um amigo de Dioesse, que era dono de um pontão, sensibilizado, vendo o s onho e a garra do empreendedor para montar seu negócio, alugou o pontão que ele tinha para a Dioesse até a concessão da Petrobrás e o financiamento sair para que ele pudesse comprar seu próprio pontão. Em 2004 o financiamento foi aprovado o certificado de Posto Revendedor autorizado, logo, Dioesse não perdeu tempo, comprou o pontão alugado do amigo e hoje é um grande empresário do município de Cruzeiro do Sul.

19 Fotos: Hellen Kelma Chaves

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Caso de

Sucesso

Moda DressFIT Foto: Lanna Haluen

Por Jahnnyne Lima

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ma campo-grandense, acreana de coração, está despontando no mundo da moda fitness. Graziela Cardoso trabalhava com fábrica de lingerie no Mato Grosso do Sul, quando em 2012, migrou para a moda que faz a cabeça dos apaixonados por exercícios físicos. Com dois meses no novo ramo, a empresária resolveu apostar no mercado acreano. A distância geográfica e os altos custos para manter a loja na capital acreana não assustaram Graziela. “Acredito muito no crescimento do Acre, no comércio acreano e foi justamente por isso que preferi abrir a loja em Rio Branco ao invés de Campo Grande. Houve um pouco de dificuldade quanto à questão do frete, por exemplo, mas vale a pena”, conta a empresária. Com modelagem e confecção própria a DressFit, a empresa de Graziela, oferta bons serviços com preço acessível, atendendo no atacado e varejo com variedade e qualidade. A linha completa de vestuário é fabricada com alta tecnologia, onde os produtos são confeccionados com tecidos especiais que proporcionam proteção UV e levam selo de qualidade Rosset.

Acredito muito no crescimento do Acre, no comércio acreano e foi justamente por isso que preferi abrir a loja em Rio Branco ao invés de Campo Grande. Houve um pouco de dificuldade quanto à questão do frete, por exemplo, mas vale a pena. 20 Graziella Cardoso DressFit SEBRAE/AC | REVISTA CASOS DE SUCESSO DO ACRE


Foto: Lanna Haluen

A empresa é atendida pelo programa ALI – Agente Local de Inovação desde novembro de 2012 e após o primeiro diagnóstico segue com o apoio do SEBRAE. Através das consultorias, diagnósticos e exposição de produtos na maior feira de negócios do Acre, o nível das vendas foi elevado, a parceria ganhou força e a DressFit ainda mais espaço no mercado. O Programa Agente Locais de Inovação é uma proposta que tem como objetivo acompanhar os empresários de pequenas empresas na prática da gestão da inovação, de modo a tornar suas empresas inovadoras. A empres a atendida recebe orientação e acompanhamento sem custos ao longo de dois anos. “Contar com o apoio do SEBRAE é ótimo, meus ALIS são excelentes, estão sempre junto com a gente em parceria mesmo. Tudo que vou fazer pergunto ao SEBRAE, tudo que vou mudar pergunto ao SEBRAE, não dou um passo na vida profissional

sem falar com o SEBRAE”, revela a empresária que acredita e aposta na inovação e aplica no dia-a-dia as orientações dos agentes e facilitadores. Graziela Cardos o é uma empresária que supera suas dificuldades com garra, determinação, sempre com sorriso e brilho nos olhos. A empresária de sucesso não cansa, acredita e transforma seus sonhos em realidade. Na primeira semana de dezembro a DressFit, apoiada pelo ALI, inaugurou uma loja ousada no Shopping Via Verde. A loja é a primeira franquia que chega ao único shopping da cidade com uma decoração trabalhada em inovação e que visa à sustentabilidade. “Nossa loja do shopping tem um diferencial em sua estrutura, todo nosso mobiliário foi feito por nossa equipe, onde os móveis que foram feitos com pallets e caixas de fruta. Uma decoração, bonita e sustentável”, conta a empresária. A próxima meta de Graziela é a

instalação de uma indústria no A c r e . “ Tra b a l h a m o s c o m qualidade e bom preço. Geralmente quando a gente fala em bom preço, há quem pensa em qualidade inferior, mas o nosso material é muito superior. Por isso queremos trazer a indústria, em 2014. Para mostrar para o comércio do Acre que o Acre tem potencial para crescer na indústria têxtil”, ressalta. O empreendimento que está presente em Mato Grosso do Sul, no Amazonas, Rondônia, duas lojas em Rio Branco e representantes em grande parte do Estado do Acre, é um exemplo de que é possível superar dificuldades, bater metas e crescer quando a gestão é bem trabalhada.

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Caso de

Sucesso

Tortas geladas um negócio quente Por Jahnnyne Lima Foto: Lanna Haluen

H

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á 20 anos Alcelita Brito começava a vender seus primeiros bolos e tortas, mas como o fluxo de encomendas era pouco, a dona de casa resolveu deixar o próprio negócio. “Uma encomenda ali, outra acolá, não dava certo. Resolvi estudar, me formei em serviço social e comecei a prestar concursos, mas não passava, daí resolvi não mais lutar contra o dom”, confessa. Mesmo não enxergando um caminho de sucesso a empreendedora não havia deixado de sonhar com o próprio negócio e voltou a dar lugar ao que considera seu “dom”. “Mesmo formada, as portas não se abriram para o meu ramo (serviço social), foi quando eu decidi realmente tocar em SEBRAE/AC | REVISTA CASOS DE SUCESSO DO ACRE

frente o que sabia fazer, fiz apenas um curso de confeiteira e voltei às encomendas”. Tortas e bolos eram o carro-chefe do negócio de Alcelita, mas o fluxo de encomendas ainda era pequeno.


Foto: Lanna Haluen Foto: Lanna Haluen

Há cinco meses em uma conversa com sua filha, Alcelita enxergou nas redes sociais a porta que há tantos anos procurava. Da conversa entre mãe e filha, surgiu a ideia de montar um delivery de lanches. “Geralmente pela tarde não encontramos com facilidade algum lanchinho, algo para comer. Quando a gente fica em casa quer comer alguma coisa, foi daí que pensamos no delivery”, conta. Depois de alguns dias a boleira resolveu tentar o novo passo, trabalhar com o auxílio da tecnologia, através das redes sociais. Com apenas quatro tortas geladas e um anúncio, Alcelita Brito, descobriu o caminho de um negócio de sucesso. “Demorei mesmo para acreditar que pedidos online trariam retorno, relutei, fiquei ali prolongando achando que não ia dar certo aquilo. Mas sempre acreditando no trabalho”. Hoje com logotipo e fanpage personalizada, fatias e mais fatias de tortas geladas, bolos, salgados, pães e petiscos são

vendidos em grande quantidade a uma clientela que só cresce. O espaço que antes era mínimo deu lugar a um ambiente aconchegante, com uma crescente cozinha industrial. “Agora meu negócio começou a deslanchar, atendemos no delivery e temos um espaço aconchegante para atender os nossos clientes”, conta com empolgação a empreendedora de sucesso. Alcelita não desistiu de lutar, mesmo com dificuldades, ainda que as portas não se abrissem. O que antes era atividade realizada por prazer, sem obrigações, hoje, virou negócio e em pouco tempo caso de sucesso. No ramo alimentício há mais de vinte anos, Alcelita conhece o caminho do sucesso, sabe da importância das decisões bem tomadas. O negócio que não rendia, atualmente, proporciona estabilidade financeira não apenas à dona do negócio, mas ao seu corpo de funcionários. Alcelita agora conta com o SEBRAE e está em processo de formalização.

Uma encomenda ali, outra acolá, não dava certo. Resolvi estudar, me formei em serviço social e comecei a prestar concursos, mas não passava, daí resolvi não mais lutar contra o dom. Alcelita Brito Ateliê das Gostosuras

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Caso de

Sucesso

Cores da Mata Rodney Paiva - Biojoias Foto: Jahnnyne Lima

Por Jahnnyne Lima

M

adeiras diversas, sementes de paxiubão, jarina, amarelão e açaí são algumas matérias, extraídas da natureza, que ao passar pelas mãos de Rodney Paiva tornam-se max colares, pulseiras, brincos e até mesmo chaveiros que levam as cores da mata acreana. Artesã há dez anos, Rodney começou trabalhando com embalagens recicladas, caixas de papel, mas foi no ano de 2004 que a mulher de negócios, através de um curso, descobriu a arte das biojoias no reaproveitamento da madeira manejada e certificada.

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“Quando comecei a trabalhar com biojoias, logo procurei ir me capacitando, fiz curso com madeira, palheiras da paxiuba, com uma designer que o SEBRAE trouxe de Manaus. Com a junção de madeira e sementes, minhas biojoias SEBRAE/AC | REVISTA CASOS DE SUCESSO DO ACRE

ficaram mais valorizadas”, conta a artesã sobre os primeiros passos. Todas as biojoias confeccionadas pela artesã são fabricadas manualmente e sem o uso do verniz, levam polimento natural. Com foco na madeira, apenas o preparo das sementes não é realizado pela criativa equipe composta por Rodney, seu esposo e uma amiga. O trabalho é realizado em uma pequena oficina que funciona na casa da própria artesã. “O artesanato pra mim é tudo, sempre gostei de trabalhar com o artesanato. Hoje ele é minha fonte de renda, de onde tiro meu sustento. Ainda não temos espaço para comercializar, mas temos um espaço pequeno aqui na minha sala, onde procuramos trazer o cliente para nossa oficina”, ressalta.


Mão Amiga Em 2012, Rodney se formalizou como Empreendedora Individual e atualmente gera empregos diretos e indiretos. “O SEBRAE traz as pessoas para nos capacitar e depois divulga o trabalho da gente. Isso é o mais importante, é o que precisamos, porque se não tivermos pessoas que tenham o conhecimento, a capacidade de nos ajudar, de dizer o que podemos melhorar, onde estamos errando e o que está faltando para comercializar melhor nossos produtos, ficaremos parados, sem ter como crescer. Se hoje somos reconhecidos dentro e fora do estado é através do SEBRAE”, relata.

Conhecimento gera Reconhecimento Após a reprovação em uma avaliação para expor seus produtos, a artesã, buscou ainda mais conhecimento. Sempre renovando e aplicando o que aprendia, através das clinicas de design, capacitações técnicas e de inovação tecnológica a artesã chegou ao reconhecimento internacional. Em 2012 os produtos da empreendedora e sua equipe receberam indicação para o prêmio de reconhecimento da UNESCO - 3ª edição do “Reconhecimento de Excelência da UNESCO para os produtos artesanais do Mercosul+” (Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai)”. A peça de Rodney ficou em segundo lugar dentre 96 produtos apresentados. “Esse prêmio veio na hora certa, conquistamos mais clientes, e alguns através da internet, eles passam e-mail, ligam, querem uma mostra. O Senador (Jorge Viana) nos procurou e fez uma compra para presentear a Presidente Dilma e as mulheres mais chiques do Senado. N o s s o p ro d u t o g a n h o u a i n da m a i s divulgação”, revela em meio a sorrisos.

um de ano conquistas e de mudanças. Pela primeira vez a equipe acreana participará de uma feira de calçados, em São Paulo, onde os trançados aplicados em couro dão origem a peças modernas e únicas. “Um designer nos achou através da internet, tivemos a oportunidade de recebê-lo aqui no nosso empreendimento, onde nós elaboramos 14 peças que serão expostas no período de 14 e 15 de janeiro de 2014, Centro de Convenções do Shopping Frei Caneca. Iremos expor o nosso trabalho e quem sabe comecemos a export ar”, cont a com empolgação. A artesã, que também foi finalista do Prêmio TOP 100 de 2011, tem clientes no Acre, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Atendeu encomendas da Espanha e dos Estados Unidos, expõe seus produtos em feiras dentro e fora do estado, já participou de eventos em Brasília, Santa Catarina, Santa Maria - RS, Macapá e foi sucesso no último Projeto Comprador.

O SEBRAE traz as pessoas para nos capacitar e depois divulga o trabalho... Se hoje somos reconhecidos dentro e fora do estado é através do SEBRAE.

Conquistas Segundo Rodney este décimo ano do seu empreendimento foi o de melhor lucro, mais

Rodney Paiva Artesã

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Palavra do

Presidente

Jovens à frente Foto: Assessoria de Comunicação

das mudanças Luiz Barretto

Presidente do SEBRAE Nacional máximo R$ 3,6 milhões por ano, que respondem por cerca de 25% do PIB e geram em média 70% das novas vagas com carteira assinada a cada mês. O aquecimento da economia - com mais de 40 milhões de pessoas na nova classe média -, o aumento da escolaridade do brasileiro e a simplificação das leis e dos tributos estão melhorando a qualidade do empreendedorismo no Brasil.

C

onvido os leitores a enumerar os requisitos mais importantes para assegurar um Brasil mais desenvolvido e mais justo. A listagem das respostas certamente indicaria as mais diversas propostas, mas acredito que um ponto em comum surgiria dessa reflexão coletiva: mais oportunidades que possam viabilizar um futuro promissor para todos. Este ano, milhares de cidadãos se mobilizam nas ruas para expressar demandas por um País melhor, com a presença maciça de jovens. Para avançar na construção do País que queremos - que alie solidez econômica e justiça social -, não tenho dúvidas de que um dos caminhos fundamentais é representado pelo empreendedorismo. Qualquer País desenvolvido tem uma taxa expressiva de empresários, peças estratégicas em uma engrenagem que estimula a geração de mais emprego e renda.

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Números das micro e pequenas empresas brasileiras ilustram essa importância. Das empresas existentes no Brasil, 99% são pequenos negócios. Estamos falando de mais de 7 milhões de empresas, com faturamento de no SEBRAE/AC | REVISTA CASOS DE SUCESSO DO ACRE

Hoje em dia, 70% das novas empresas são abertas por uma oportunidade de mercado. Contexto bem diferente de uma década atrás, quando a maioria das pessoas abria uma empresa por necessidade. Abrir o próprio negócio é um sonho para 44% dos brasileiros, segundo uma pesquisa feita pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE. Entre os jovens, o interesse pela própria empresa é maior do que a média da população. De cada dez brasileiros entre 18 e 24 anos, cinco querem ter um negócio próprio – e eles levam esse sonho a sério. Entre esses cinco que desejam abrir um negócio, dois já concretizam o projeto. Um estudo inédito realizado pelo SEBRAE, com dados da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (PNAD), comprova o fortalecimento do empreendedorismo nas novas gerações. Em uma década, houve um crescimento de quase 100% do número de jovens, com curso superior, que optaram por criar sua própria empresa ao invés de trabalhar como assalariados. Em 2001, 370 mil jovens escolheram a primeira opção. Em 2011, esse número saltou para cerca de 700 mil.


O jovem hoje sabe que seguir carreira como funcionário ou servidor no setor público ou privado não é sua única oportunidade – e talvez não seja a melhor. Ele tem opção: pode criar a sua própria empresa. As novas gerações, com seus questionamentos e anseios por práticas políticas e empresariais mais eficientes e de qualidade, têm muito a contribuir para a inovação e a evolução de atividades empreendedoras. Os jovens já estão sendo habituados a um novo padrão globalizado de consumo, em que valores como a sustentabilidade ambiental têm peso tão importante, ou ainda maior, do que o preço. Basta notar que em uma ida ao supermercado, nossos filhos e netos já estão mais atentos do que os adultos, em geral, para identificar embalagens recicláveis e produtos orgânicos, por exemplo.

O empreendedorismo já é uma realidade para milhões de brasileiros. Mas po de s er para muitos mais, principalmente para os jovens. A voz das ruas pede mais participação e mais qualidade, podemos canalizar parte dessa energia para novas empresas que já tenham esses conceitos desde o nascimento. Os apelos da sociedade podem e devem resultar no contínuo fortalecimento da democracia e do desenvolvimento sustentável do Brasil. E os jovens empreendedores têm muito a contribuir.

A agilidade com que os jovens se adaptam às mudanças e a novos padrões de consumo é uma lição para toda a sociedade. Conectadas e atuantes por evoluções na sociedade, as novas gerações têm um olhar mais apurado e contestador sobre práticas políticas e empresariais e estão à frente nas demandas por avanços. Importante frisar que, para avançar, é necessário que o ambiente legal seja favorável e que o empreendedor invista no próprio conhecimento. Da porta para fora, a legislação tem melhorado muito, mas ainda é possível aperfeiçoar o Supersimples permitindo a entrada de novas categorias de serviços, por exemplo. Facilitar a contratação – sem, é claro, reduzir os direitos trabalhistas – e elaborar um sistema de transição para que a empresa continue viável depois de crescer e deixar o Supersimples são outras medidas que estão na nova agenda da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, do Congresso e do SEBRAE. Da porta para dentro, é fundamental melhorar a gestão. Ter boas ideias não é suficiente para ter chances de sucesso. Os dias de hoje são marcados pela globalização e pela concorrência acirrada, nenhum empreendedor pode confiar apenas na sorte ou intuição. Todos que estão no mercado, ou que têm a intenção de entrar nele, devem ter a consciência que a competitividade é o grande diferencial. E o que é ser competitivo? É não se acomodar e sim se capacitar permanentemente, aliando criatividade e planejamento. Sem uma gestão empresarial eficiente, é impossível garantir prosperidade no longo prazo. Daí a importância de participar continuamente de ações de educação empreendedora.

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Números do

Sucesso

Norte tem a maior taxa de empreendedorismo do Brasil Dados regionais da GEM mostram que no Sudeste os empreendedores são mais escolarizados Larissa Meira

B

rasília - Os sete estados do Norte do país concentram, proporcionalmente, a maior t axa empreendedora nacional. Atualmente, 34,2% dos habitantes da região entre 18 e 64 anos estão envolvidos na criação ou administração de um negócio. No Brasil, o índice médio está em 30,2%. Os moradores do Norte são também os brasileiros que mais sonham abrir uma empresa. Enquanto nacionalmente o desejo de investir em um empreendimento é verificado entre 43,5% da população, no Norte do país o mesmo sonho é compartilhado por 54,3% da população adulta. Os dados constam da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor 2012 (GEM), realizada desde 1999, que pela primeira vez apresenta dados regionais no Brasil. “Vivemos um processo de desconcentração das atividades econômicas, que têm encontrado nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste importantes polos de desenvolvimento. O aumento do salário mínimo acima da inflação e a forte distribuição de renda por meio do Bolsa Família no Norte impactam no consumo e favorecem o empreendedorismo local”, analisa o presidente do Sebrae, Luiz Barretto. “Mas, o mais importante é que não há grandes disparidades regionais: o empreendedorismo em todo o Brasil já se consolidou como uma oportunidade de ocupação e renda.”

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A região Sudeste se destaca por apresentar a maior escolaridade entre os empreendedores brasileiros. Na região, 43% daqueles que iniciam um negócio têm o Ensino Médio completo, frente à média nacional, de 37%. O índice de empresários com diploma de graduação também é maior nessa região (15%) do que no resto do país (11,5%). A maior escolaridade entre os empreendedores do Sudeste corresponde à

melhor estrutura de ensino superior nos estados da região, que reúne maior densidade de instituições com boa avaliação do Ministério da Educação. De acordo com a GEM, está na região Centro-Oeste a maior proporção de empreendedores jovens envolvida na abertura ou na administração de um negócio. Mais de 22% dos empresários entre 18 e 24 anos estão na região, que também apresenta a maior proporção (37,2%) de empreendedores entre 25 a 34 anos. Nacionalmente, 18,3% estão entre 18 e 24 anos e 33,8% estão na faixa etária entre 25 e 34 anos.

34,2% dos habitantes da região entre 18 e 64 anos estão envolvidos na criação ou administração de um negócio

54,3% da populção adulta da Região Norte deseja tornar-se empreendedora Fonte: GEM Brasil 2012

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Femininas no Nordeste e Sul

N

a média nacional, as mulheres compartilham com os homens o comando das novas empresas. As regiões Nordeste e Sul, entretanto, são as únicas em que o sexo feminino supera o masculino no percentual de adultos que começam um empreendimento. Cerca de 52% dos negócios com até 3,5 anos de atividade estão nas mãos das mulheres nordestinas e sulistas, enquanto que nacionalmente são delas 49,6% das novas empresas.

Oportunidades no Centro-Oeste

Foto: Banco de imagens

A

pesquisa GEM mostra que o Centro-Oeste é destaque no empreendedorismo por oportunidade. Quase 85% dos novos negócios instaurados na região foram motivados pela identificação de uma oportunidade de mercado. O índice também é elevado nas regiões Sudeste (73,9%) e Sul (74,1%). No Brasil, quase 70% das empresas foram abertas pelo mesmo motivo. O Centro-Oeste vive momento de alto fluxo migratório, além da criação de novas cidades e da franca expansão dos recursos públicos. As condições, aliadas à alta escolaridade no Centro-Oeste e nas regiões Sudeste e Sul, incentivam a abertura de empresas direcionadas para aproveitar as oportunidades.

Empreendedores em estágio inicial segundo faixa etária: proporções - Brasil e Regiões - 2012 40,0

37,2 35,1

34,8

33,8

35,0

32,0 28,8

28,7

26,6

27,5

25,0

Proporção (%)

20,0 15,0

22,2 18,3

17,6

23,9

23,7 20,8 18,0

17,0

15,9 14,4

13,4

16,1

12,7 9,8

10,0

8,0

7,0

7,0

7,1

6,0

6,9

5,0

Fonte: GEM Brasil 2012

29,8

30,0

0,0

Brasil

Região Norte

18-24 anos

Região Nordeste

25-34 anos

Região Centro-Oeste

35-44 anos

45-54 anos

Região Sudeste

Região Sul

18-24 anos

Sobre a GEM Realizada no Brasil pelo SEBRAE e o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), a GEM 2012 contou com a participação de 69 países – 15 a mais do que os analisados em 2011. O levantamento ouviu dez mil pessoas entre 18 e 64 anos das cinco regiões brasileiras.

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Finanças e

Tributos

Pequenos negócios geram mais de 100 mil empregos Segundo levantamento do SEBRAE, micro e pequenas empresas criam vagas equivalentes a de uma grande empresa como a Petrobras a cada mês. Vanessa Melo França

A

s micro e pequenas empresas foram as responsáveis pela totalidade dos empregos líquidos – resultado total das admissões menos as demissões – gerados em outubro de 2013. Os pequenos negócios empregaram 101 mil pessoas no décimo mês do ano. Se comparado com o mesmo período do a n o p a s s a d o , e s s e re s u l t a d o representa um aumento de aproximadamente 28%. O número total de novas pessoas empregadas apenas em outubro é superior ao da quantidade de trabalhadores que a Petrobras possui em seu quadro atual – cerca de 85 mil empregados. De janeiro até outubro deste ano, os empreendimentos de micro e pequeno porte abriram mais de 950 mil vagas de trabalho. “As micro e pequenas empresas têm um peso muito grande no saldo positivo de empregos. Esse é um comportamento que vem se consolidando nos últimos anos e tem sido comprovado pelos levantamentos mensais que fazemos com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério do Trabalho e

Emprego (MTE)”, afirma o presidente do SEBRAE, Luiz Barretto. Dentro do universo dos pequenos negócios, o setor da economia que mais contratou em outubro foi o Comércio (41 mil), seguido por Serviços (32 mil) Indústria, que apresentou o melhor resultado dos últimos três anos (14 mil). “As festas de fim de ano devem manter um ritmo forte de contratações tanto no Comércio, que precisa vender, quanto na Indústria, que tem de aumentar sua produção para atender à demanda dos outros setores”, ressalta Barretto. A região Sudeste foi a que teve o melhor resultado do país e foi responsável por 37,3% das novas vagas, seguida pelo Sul, com 26%, e pelo Nordeste, com 24%. As regiões Norte e Centro-Oeste foram responsáveis, respectivamente, por 7,1% e 5,6% dos novos postos de t r a b a l h o . Pe l a s e g u n d a v e z consecutiva, o estado de São Paulo liderou a geração de empregos, com a criação de 19,4 mil vagas. Logo depois vem o Rio de Janeiro, com 11,6 mil, e o Rio Grande do Sul, com 10,8 mil.

As micro e pequenas empresas têm um peso muito grande no saldo positivo de empregos. Esse é um comportamento que vem se consolidando nos últimos anos e tem sido comprovado pelos levantamentos mensais que fazemos com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Luiz Barretto Presidente do SEBRAE

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Finanças e

Tributos

MEI: inadimplência chega a 60% dos mais de 11 mil Por Jahnnyne Lima

H

Acre, estão inadimplentes. “Com a dívida ativa no Estado e Município, o MEI, tem o nome negativado e seus benefícios suspensos, o que impede o crescimento do negócio”, explica Lauro.

De acordo com o gerente cerca de 60% dos 11 mil Microempreendedores Individuais (MEI) do

Ao realizar a formalização o empreendedor passa a ter direito à cobertura previdenciária. Mas os inadimplentes perdem o direito ao benefício depois de um ano. “Os débitos continuam até que se faça a quitação da divida. A pessoa que não estiver exercendo a atividade empresarial deve cancelar o CNPJ para que não continue a incorrer as dividas”, aconselha o gerente.

á quem pense que alto numero de inadimplência é coisa de metrópole, mas não. Segundo Lauro Santos, gerente da Unidade de Orientação Empresarial do SEBRAE presente no Acre, a inadimplência vem atingindo os pequenos negócios acreanos. “O nível de inadimplência está preocupante. A gente recebe dados trimestrais e estamos percebendo que a inadimplência está aumentando a cada mês”, revela.

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Formalização Consciente

40% ADIMPLÊNCIA

Com o nível de inadimplência aumentando o SEBRAE presente no Acre passou a trabalhar ainda mais a sensibilização de candidatos a empresários. “Muitos estão se formalizando, realizamos cerca de duzentos registros por mês, mas esses novos estão se formalizando de forma consciente”, conta o gerente. O SEBRAE alterou o sistema de comunicação com o seu público, se antes o candidato podia realiza a formalização ao chegar ao balcão, hoje, assistem a uma palestra na quarta-feira às 09 horas ou às 15 da tarde e a partir dessa palestra ele tem toda a informação sobre as vantagens, os direitos, os deveres, as obrigações do MEI. “De fato os sensibilizamos sobre a importância de pagar as taxas e ao final da palestra o candidato a empresário verifica se é isso mesmo que ele quer e caso ele esteja de acordo, tenha perfil e esteja dentro dos critérios, logo na sequência da palestra nós já fazemos o atendimento e formalizamos os empresários”, expõe Lauro Santos.

60% INADIMPLÊNCIA

O nível de inadimplência está preocupante. A gente recebe dados trimestrais e estamos percebendo que a inadimplência está aumentando a cada mês Lauro Santos Gerente da Unidade de Orientação Empresarial SEBRAE - ACRE

Microempreendedor e o SEBRAE

T

er no máximo um funcionário e faturar até R$ 60.000,00 anualmente, estes são alguns dos requisitos para se tornar um Microempreendedor Individual (MEI), categoria de pessoa jurídica criada por lei federal em 2009 que visa legalizar trabalhadores informais, profissionais autônomos. Cabeleireiros, pintores, consultores, pipoqueiros e até mesmo ambulantes podem se formalizar como MEI de forma simples. O acesso é através do Portal do Empreendedor, onde a pessoa faz a formalização e já emite o CNPJ, os boletos (taxas mensais).

Quando em dia com os tributos, o MEI ganha benefícios. O registro de formalização também pode ser realizado com a ajuda de empresas de contabilidade que são optantes pelo Simples Nacional e estão espalhadas pelo Brasil ou através dos pontos de atendimento do SEBRAE. Além dos benefícios pessoais para o proprietário (a pessoa que se formalizou), há os benefícios fiscais e comerciais, pois com Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas é possível acessar linhas de créditos nos bancos, emitir nota fiscal, ter a

máquina de cartão de crédito para receber vendas, ou seja, tudo que é beneficio que uma empresa tem legalizada. O MEI também tem preferencia na lei das licitações, onde pode participar também de concorrência publica. Ao se formalizar com o SEBRAE, o MEI conta com a assessoria técnica dos consultores e em 20 minutos recebe seus documentos. Aproveite as ferramentas do SEBRAE (cursos, palestras, capacitações) que ajudam o Microempreendedor Individual a ser l u c ra t ivo e t e r s u ce ss o co m o empresário.

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