Relato Integrado ChildFund Brasil - Fundo para Crianças 2014

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Relato Integrado

ChildFund Brasil - Fundo para Crianรงas 2014

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Mensagem do Presidente Valseni José Pereira Braga e do Diretor Nacional Gerson Pacheco (G4-1)

Há 49 anos trabalhamos, obstinadamente, para levar dignidade a milhares de crianças, adolescentes e jovens brasileiros que estão em situação de privação, exclusão e vulnerabilidade. Hoje, seguimos criando, executando e aprimorando tecnologias, programas e projetos sociais que promovam impactos positivos e transformadores. Estamos presentes nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais e Piauí, em mais de 40 municípios, em áreas rurais e urbanas. Nossa atuação nesses locais se dá por meio de uma rede de parcerias com 54 organizações sociais. Em 2014, colhemos muitos resultados positivos. Atendemos mais de 56 mil crianças, adolescentes e jovens, beneficiando indiretamente aproximadamente 178 mil pessoas. Colocamos em prática 274 projetos, alinhados com as diretrizes da Política Nacional de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Realizar todos esses projetos exigiu muitos esforços. Especialmente porque a posição do Brasil como a 7ª economia do mundo e a notícia de que milhões saíram da miséria nos últimos anos levaram muitas pessoas que apadrinham crianças a supor que superamos o subdesenvolvimento, que não mais precisamos de ajuda. Mas, afinal, o que significa sair da miséria? Um decreto do plano Brasil sem Miséria, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, define como limite da extrema pobreza a renda per capita abaixo de R$ 77 por mês. Seguimos com 10,45 milhões de pessoas na miséria. Mesmo aquelas que se encontram acima desse patamar estão sujeitas ao estado de privação, exclusão e vulnerabilidade, como indica a 79ª posição ocupada pelo Brasil no ranking internacional do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 2014, composto por 187 países. Como o IDH põe o foco nas pessoas, nas suas oportunidades e capacidades – e não somente na renda média da população –, percebe-se que o Brasil ainda tem muitos desafios sociais a superar. 2

Esses dados se somam à circunstância da crise que se apresenta em 2015. O país não apresenta perspectivas de crescimento, a inflação está acima da meta estabelecida pelo governo, os juros voltaram a subir e há uma redução na geração de empregos. Tal cenário exige toda a nossa atenção, pois é sabido que, nas crises econômicas, o grande impacto recai sobre os mais pobres. Paralelamente aos desafios resultantes das conjunturas internas e externas, continuamos na busca do aperfeiçoamento de nosso trabalho. Comprometemo-nos a melhorar a sistematização de nossos métodos e processos e a mensuração dos impactos sociais. Visamos replicar nossas tecnologias sociais em mais comunidades e fazer parcerias com organizações cujas metodologias são eficazes no combate à pobreza, exclusão e vulnerabilidade. Em síntese, a dignidade ainda não chegou para milhões de brasileiros, que continuam necessitando de assistência social. É preciso persistir na realização de tecnologias sociais que impactem positivamente a vida de crianças, adolescentes e jovens, de zero a 24 anos; que deem a eles e suas famílias melhorias básicas, oportunidades, perspectivas, esperanças. E, para realizar nosso trabalho, precisamos da força impulsiva dos padrinhos e dos parceiros. Agradecemos a esses que já estão conosco na caminhada, ressaltando que continuamos a precisar da solidariedade de cada um e de todos.

Diretor Nacional Gerson Pacheco

Presidente Valseni José Pereira Braga


Um olhar sobre a pobreza no Brasil (G4-2)

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Relato Integrado Informações Conectadas Perfil do ChildFund Brasil

5 8

Histórico

8

Ideologia

12

Governança

13

Gestão executiva (G4-DMA)

16

Desenvolvimento social

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Geração de impactos

24

Mobilização de recursos

25

Uso dos recursos

27

Visão de Futuro

28

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UM OLHAR SOBRE A POBREZANO BRASIL A partir de dados disponibilizados por institutos de pesquisas brasileiros em 2013, 2014 e 2015, é possível observar que a privação, exclusão e vulnerabilidade são uma realidade para muitas crianças e jovens brasileiros. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que, após uma década de queda da miséria, em 2013 o número de brasileiros em condição de extrema pobreza voltou a subir. Se em 2012 o Brasil tinha 10,08 milhões de pessoas em situação de miséria, em 2013 esse número subiu para 10,45 milhões.

de 6,27 milhões de domicílios. E, no quesito saneamento básico, estudo divulgado em 2014, pelo Instituto Trata Brasil e o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, posiciona o Brasil na 112ª posição em um ranking com 200 países.

Outro dado que merece atenção é o número de jovens que não concluíram o ensino médio. Segundo o movimento Todos pela Educação, em 2013, 45,7% dos jovens brasileiros não conseguiram concluir o ensino médio até os 19 anos. Disso decorre a má qualificação profissional, que leva à difiOutro grave problema no Brasil é a inse- culdade de inserção no mercado de trabagurança alimentar, situação em que uma lho formal. família tem dificuldade de comprar comida. Segundo o Instituto Brasileiro de GeoParalelamente, esses problemas são grafia e Estatística (IBGE), 14,76 milhões de agravados pela desestrutura familiar, pela domicílios (22,6% do total) estavam em si- ausência de adultos no lar. tuação de insegurança alimentar em 2013. Assim, milhares de crianças brasileiras Cerca de 52 milhões de brasileiros sem acesso diário à comida de qualidade e na continuam vulneráveis, excluídas e privaquantidade satisfatória. As piores situações das de uma boa qualidade de vida, de um de insegurança alimentar se apresentam ambiente saudável desde os primeiros anos nas regiões Norte e Nordeste, onde atingem de vida. 36,1% e 38,1% dos domicílios. Chega 35,3% Privação na área rural – a principal área de atuação do Ausência de saneamento básico, de serviços de saúde, de renda familiar digna, de qualificação profissional, de segurança alimentar, de moradia ChildFund Brasil. adequada e/ou de educação de qualidade. O déficit habitacional e a falta de saneamento básico no Brasil também afetam as crianças brasileiras. Segundo a Secretaria Nacional de Habitação, em 2015 o déficit é 4

Exclusão Exposição à discriminação devido à renda, a deficiências físicas e mentais ou motivada por questões de raça e gênero. Vulnerabilidade Exposição a situações de abuso, violência, desnutrição e negligência.


Para mostrar a nossa trajetória em 2014 de forma mais objetiva e eficiente do que o relatório apresentado em 2013 (G4-29), o ChildFund Brasil está inovando na forma de apresentar seu relatório anual (G4-30). (G4-28)

Adotamos o modelo de Relato Integrado (RI), desenvolvido pelo Conselho Internacional para Relato Integrado (IIRC) em 2014. Uma combinação de informações quantitativas e qualitativas, que explicita como geramos valor interna e externamente e como nossas estratégias formam ou destroem capital, influenciando na capacidade de a organização sobreviver no longo prazo.

com a intenção de aprimorar o reporte do desempenho ambiental, econômico e social da organização, bem como permitir a comparabilidade dos resultados do Chi l d Fund B rasi l frente a out r as organi zações. Para determinar os temas materiais do ChildFund Brasil, ou seja, os temas que mais afetam nossa capacidade de gerar valor, foi realizada uma pesquisa (G4-18) com os nossos principais públicos de interesse – padrinhos, conselheiros e funcionários de todas as unidades de campo do ChildFund Brasil.

No Relato Integrado do ChildFund Brasil são seguidas algumas diretrizes do padrão GRI-G4 (Global Reporting Initiative),

TEMAS DA PESQUISA REALIZADA COM OS PÚBLICOS DE INTERESSE: •

Captação e mobilização de recursos

Impactos socioeconômicos

Contexto econômico brasileiro

Missão, visão, valores e ideologia

Contexto social brasileiro

Parcerias institucionais

Engajamento de stakeholders

Prestação de contas e auditorias

Ética

Projetos sociais

Gestão executiva

Situação das crianças no Brasil (G4-19)

• Governança 5


Públicos de relacionamento

MATRIZ DE MATERIALIDADE GERADA COMO RESULTADO DA PESQUISA COM OS PÚBLICOS DE INTERESSE

Situação das crianças no Brasil

Prestação de contas e auditorias

Captação e mobilização de recursos Ética Missão, Visão, Valores e Ideologia Projetos sociais

Contexto social brasileiro Parcerias institucionais Engajamento de stakeholders Governança Contexto econômico brasileiro Gestão executiva

Impactos socioeconômicos

ChildFund Brasil A Matriz de Materialidade é um instrumento de gestão da sustentabilidade, utilizado por muitas organizações para priorizar o que é relevante para o seu desenvolvimento sustentável. A Matriz explicita o engajamento existente entre a organização e seus públicos de interesse, cujo debate leva à definição conjunta de prioridades. A Matriz do ChildFund Brasil é resultado de 53 respostas de uma pesquisa dirigida aos seus principais públicos de interesse internos e externos. Definiu-se como temas materiais todos os que foram considerados prioritários por ambos os grupos ou por apenas um deles, o que totalizou 7 temas . Pretende-se que tal engajamento seja reforçado em 2015, melhorando, assim, o relacionamento do ChilFund Brasil com seus principais públicos de interesse e criando a cultura de diálogo para a definição de prioridades da organização. Assim, identificou-se, na perspectiva dos nossos principais públicos de interesse, quais são os desafios que o ChildFund Brasil deve encarar como prioridade.

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Sendo este o primeiro relato do ChildFund Brasil utilizando como referência o GRI, não existem comparações com anos anteriores nas questões de reformulações e alterações significativas, escopo e limites de aspecto (G4-22) (G4-23). Além do GRI, nosso relatório está fundamentado na Teoria das Mudanças e utiliza-se do International Financial Reporting Standards (IFRS) como base para a apresentação de seus resultados contábeis. As demonstrações financeiras aqui apresentadas limitam-se ao ChildFund Brasil, não detalhando os nomes e o uso dos recursos das organizações parceiras, que são autônomas do ponto de vista jurídico e recebem outros recursos além dos providos por nossa organização (G4-17). Para a elaboração deste relato, contratamos profissionais de comunicação e contamos com a colaboração voluntária da consultoria nhk sustentabilidade.

As dúvidas, comentários e sugestões sobre este relatório devem ser endereçadas ao setor de Comunicação do ChildFund Brasil, por meio do e-mail comunicacao@childfundbrasil.org.br ou do telefone (31) 3279-7400 (G4-31). 7


Histórico Quando centenas de crianças chinesas foram vítimas da guerra sinojaponesa, os norteamericanos e missionários presbiterianos Calvitt e Helen Clarke não cruzaram os braços. Em 1938, com apoio e recursos dados por amigos, eles foram para a China com a missão de ajudar essas crianças. E, a partir desse gesto de solidariedade e generosidade, criou-se o China Children’s Fund (CCF), com um sistema de apadrinhamento. Os resultados positivos impulsionaram a expansão da orga-

nização, e o nome foi mudado para Christian Children’s Fund (CCF). Posteriormente foi nomeado ChildFund International. Atualmente está presente em 61 países , através de 38 escritórios nacionais, e já beneficiou mais de 15 milhões de pessoas. É uma das maiores e mais antigas organizações de filantropia e desenvolvimento infantil do mundo. (G4-6)

Calvitt e Helen Clarke, fundadores do ChildFund International 8


Devido à posição estratégica do Brasil na América do Sul, em 1966 foi inaugurado o primeiro escritório regional do CCF na América Latina. O ChildFund Brasil, atuando sob o nome fantasia Fundo para Crianças (G4-3), tem sede na cidade de Belo Horizonte (MG) e faz parte da rede de organizações do ChildFund Alliance. Atividades complementares são realizadas em quatro unidades de campo – Fortaleza, Araçuaí, Cariri e Belo Horizonte –, localizadas mais próximas às comunidades beneficiadas e, portanto, estratégicas para monitorar a execução das tecnologias sociais, programas e projetos sociais. O ChildFund Brasil é uma entidade filantrópica sem fins lucrativos, cuja natureza jurídica é associação de direito privado (G4-7). Ele tem a Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social (CEBAS) (G4-4) concedida pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Tal certificado o isenta de contribuições para a seguridade social, o que possibilita a destinação de mais recursos ao investimento em nossas ações sociais. Integramos duas associações. O Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE), organização sem fins lucrativos que reúne os principais investidores do país na área social, e o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), organização sem fins lucrativos que é referência no Brasil para o desenvolvimento das melhores práticas de governança corporativa (G4-16).

Calvitt Clarke, fundador ChildFund International 9


Unidades de campo e beneficiados em 2014 (G4-8)

54

Organizações Sociais Parceiras

Estados de

atuação:

BR

- Ceará - Minas Gerais - Pernambuco - Piauí - Rio Grande do Norte

Total de 30 OSP’s na região Nordeste

Total de 24 OSP’s na região Sudeste

0 a 5 anos

6 a 14 anos

8.236 crianças 34.902 crianças 12.972 pessoas

56.137

crianças atendidas

15 a 24 anos

178 mil pessoas beneficiadas diretamente 121.969 mil adultos

(família e sociedade)

10

121.969

adultos atendidos

2014


Tabela de finanças 2014 (valores em milhares de reais) (G4-9)

Internacional

Brasil

Total

Apadrinhamento

17.833

5.338

23.171

Presentes para Crianças

3.373

1.412

4.785

606

606

Entradas

Isenções Fiscais Corporativo

26

546

572

Doações

6

295

301

Patrimonial

-

165

165

Outras

-

8

8

Total

21.238

8.370

29.608

Recursos para as Organizações Sociais Parceiras Repasse de Apadrinhamento

12.914

2.831

15.745

Presentes para Crianças

3.373

1.412

4.785

Repasse Corporativo

267

711

978

Total

16.554

4.954

21.508

Custeio Organizacional (escritório e campo) Desenvolvimento Social

2.024

36

2.060

Vínculo Criança-Padrinho

880

207

1.087

Suporte

2.579

350

2.929

Captação de Recursos

1

670

671

Isenções Fiscais

-

606

606

Desenvolvimento de Programas

-

427

427

Depreciação

-

380

380

Total

5.484

2.676

8.160

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Ideologia (G4-56) Promover a transformação social e a superação da pobreza, por meio da integração e da articulação com crianças e adolescentes, famílias, comunidades, apoiadores e parceiros que atuam como agentes de mudanças sustentáveis, com foco no desenvolvimento e no bem-estar das crianças. Apoiar o desenvolvimento de crianças em situação de privação, exclusão e vulnerabilidade social, tornando-as capazes de realizar melhorias em suas vidas e de aproveitar a oportunidade de se tornar jovens, adultos, pais e líderes que conferirão mudanças sustentáveis e positivas a suas comunidades e à sociedade em geral. Mobilizar pessoas e instituições para atuar na valorização, proteção e promoção dos direitos das crianças na sociedade.

Valores

Visão

Promover resultados positivos para as crianças

Ser referência na gestão de excelência de programas e projetos socioambientais para a superação da pobreza infantil e na promoção dos direitos da criança e do adolescente.

Demonstrar integridade, abertura e honestidade, incluindo a administração de todos os recursos Preservar o respeito e o valor do indivíduo Defender a diversidade de pensamento e a experiência Promover a inovação e o desafio Estabelecer relações e colaborar proativamente

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Ser reconhecida como promotora do desenvolvimento local sustentável, por meio da mobilização de recursos diversificados. Ser gestora do conhecimento produzido pela organização de forma sustentável, utilizando tecnologias digitais. Ser percebida como uma organização que compartilha conhecimentos e modelo de gestão com outras organizações sociais no Brasil e em outros países.


O ChildFund Brasil é uma organização não governamental com um modelo de governança alinhado com seus valores e objetivos estratégicos e com as melhores práticas do mercado. Seus alicerces são transparência, equidade, ética, prestação de contas, eficiência e responsabilidade.

negócios que há cinco anos capacita membros da Assembleia Geral e da gestão executiva e potencializa nossa atuação e o desenvolvimento organizacional, compartilhando as melhores práticas mercadológicas, conhecimento científico e acadêmico.

As instâncias de governança da organização incluem uma Assembleia Geral, Conselhos de Administração e Fiscal e stakeholders. Todos os seus membros atuam no sentido de aperfeiçoar os processos e tomar as decisões estratégicas que visam a uma gestão sustentável. Outra obrigação dos membros das instâncias de governança é supervisionar a aplicação do Código de Conduta e Ética Empresarial do ChildFund Interesses privados não podem interferir Internacional. Todos os membros atuam nas atividades do ChildFund Brasil, tam- voluntariamente, não possuindo remunepouco prejudicar o desempenho do tra- ração, tampouco têm seu desempenho avaliado. (G4-51, G4-52) balho individual e coletivo. Para afastar conflitos de interesse, assegurar a transparência na gestão dos recursos e monitorar os investimentos sociais, o ChildFund Brasil e a nossa rede de organizações sociais parceiras em todo o país são auditadas por uma empresa externa há 11 anos. Desde 2014, a auditoria é feita pela empresa Baker Tilly. Nos últimos 9 anos temos um parecer sem ressalvas.

Como parceira na governança, está a Fundação Dom Cabral, uma escola de

Não somos signatários de nenhuma Carta, Princípio ou Tratado internacional (G4-15). 13


Estrutura de Governança

Ideologia Assembleia e Conselhos Gestão Executiva

Valores Governança

Visão Marco Legal

Estratégia

Mobilização de Recursos

Desenvolvimento Social

Suporte

Aquisição de Doadores

Desenvolvimento Comunitário

Finanças

Serviço aos Doadores

Projetos Sociais

Tecnologias

Comunicação

Gestão de Conhecimento

Jurídico

Marketing

Avaliação e Monitoramento

Administração

Vínculo CriançaPadrinho

Recursos Humanos Auditoria Interna

Rede de Parceiros

Desenvolvimento Humano

Desenvolvimento Comunitário

Impacto Social

O marco legal de nosso modelo de trabalho são legislações, normas e princípios que resguardam os direitos em âmbitos diversos: Convenção sobre os Direitos da Criança, de 1989 (ONU) Convenções nº 138 e nº 182, de 1999 e 2000, da Organização Internacional do Trabalho (OIT) Constituição Federal de 1988, art. 227 Lei do Aprendiz – Lei nº 10.097, de 2000 (Ministério do Trabalho e do Emprego) Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente – Conanda, 2013) Resolução nº 27, de 2011, do Conselho Nacional de Assistência Social Resolução nº 16, de 2010, do Conselho Nacional de Assistência Social Resolução nº 109, de 2009, do Conselho Nacional de Assistência Social Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (Lei nº 8.069, de 1990) Estatuto da Juventude – Lei nº 12.852, de 2013 14


Assembleia Geral É composta por 19 pessoas. O Presidente Valseni José Pereira Braga e os membros Airton Maia Nogueira, Ami Ribeiro de Amorim, Davidson Freitas, Dalton Penedo Sardenberg, Ednilton Gomes de Soárez, Geraldo Caliman, Gilson Magalhães, Guilherme Soárez, Herbert Borges Paes de Barros, Jadyr Elon Braga, José Júlio dos Reis, José Raimundo da Silva Lippi, Luiz Alexandre de Medeiros Araújo, Maria do Perpétuo Socorro França Pinto, Natalia Jereissati, Navantino Alves Filho, Othoniel Silva Martins e Rosber Neves Almeida. (G4-38, G4-39)

Conselho de Administração É composto por 6 pessoas. O Presidente Valseni José Pereira Braga, o Vice-Presidente Rosber Neves Almeida e os conselheiros Gilson Magalhães, Ednilton Gomes de Soárez, Navantinho Alves Filho e Maria do Perpétuo Socorro França Pinto. Conselho Fiscal É composto por 5 pessoas. Os conselheiros efetivos Ami Ribeiro de Amorim e Guilherme Soárez; Luiz Alexandre de Medeiros Araújo; e os suplentes Airton Maia Nogueira, José Júlio dos Reis e José Raimundo da Silva Lippi.

Stakeholders (G4-24) Para o ChildFund Brasil, stakeholders são todas aquelas pessoas que mobilizamos para que, de forma indireta, colaborem nas decisões do ChildFund Brasil e de alguma maneira contribuam para aperfeiçoar nossos processos. Belo Horizonte Ami Ribeiro de Amorim, Carlos Alberto de Sousa, Elias Tergilene Júnior, Gilberto Madeira Peixoto, Hélio Bitar, João Bosco Fernandes Júnior, José Raimundo da Silva Lippi, Navantino Alves Filho e Ricardo Pires

Fortaleza Airton Maia Nogueira, Ednilton Gomes de Soárez, Germano Francisco de Almeida, José Rosa Abreu Vale, Júlio Alexandre Damasceno Rocha, Maria do Perpétuo Socorro França Pinto, Othoniel Silva Martins e Sinézio Bernardo de Oliveira.

Brasília Herbert Barros, José Júlio dos Reis, Ronaldo Martins e Rosber Almeida.

São Paulo Elisabete Waller, Flávia Lippi, Gilson Magalhães, Guilherme Soárez, Henrique Campos, João Batista Borges, Luiz Alexandre de Medeiros Araújo, Natalia Jereissati e Thais Correia.

Rio de Janeiro Davidson Freitas, Marcos Simas, Maria Aparecida Cunha e Rogério Garber.

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Gestão Executiva (G4-34) Comandada pelo Diretor Nacional, estrutura-se em três áreas: Desenvolvimento Social Mobilização de Recursos Suporte Estrutura Física Estrutura Física – O escritório do ChildFund Brasil localiza-se na Rua Curitiba nº 689, 5º andar, na região central da cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais. (G4-5) No decorrer de 2014, período coberto por este relatório, não houve alteração da localização nem ampliação das instalações do ChildFund Brasil (G4-13). Suporte Fazem parte dessa área os setores Financeiro, Recursos Humanos, Tecnologia, Jurídico e Controles Internos. Para processos internos de tecnologia da informação (TI), além dos servidores-base, são utilizados os dois servidores para o sistema PeopleSoft, que incluem o ERP de gestão empresarial e o CRM de gestão de relacionamento com o cliente. Tais servidores proporcionam agilidade no atendimento ao padrinho, melhor performance nos processos internos e segurança nos dados da organização. 16


A gestão e a nossa força de trabalho (G4-DMA) A gestão do ChildFund Brasil tem como fim último o atendimento a crianças, adolescentes e jovens em situação de privação, exclusão e vulnerabilidade. Trabalhamos pelo crescimento sustentável da organização, com as melhores práticas de mercado e apoio de organizações parceiras. O ChildFund Brasil estabelece um modelo de gestão alinhado com o Código de Conduta e Ética Empresarial do ChildFund Internacional. Faz parte dos esforços para promover os interesses das crianças e criar ambientes positivos que propiciem desenvolvimento saudável, respeito, esperança e justiça social. (G4-56) Nossa equipe em 2014 era composta por 59 empregados e 5 estagiários (G4-9), com know-how em gestão de tecnologias, programas e projetos sociais. Em cada unidade de campo há um assessor de projetos, que faz o monitoramento e a avaliação, um assessor de desenvolvimento comunitário e um assessor de vínculo criança-padrinho.

Trabalhamos para desenvolver e implementar estratégias de gestão de pessoas que impactem o sucesso do negócio e permitam que líderes e colaboradores libertem seu potencial. Pesquisa de Clima Organizacional realizada em 2014 pela empresa HayGroup revela que estamos em linha com os resultados gerais do Terceiro Setor. Os três fatores melhor avaliados pelos empregados do ChildFund Brasil são: Clareza e Direcionamento; Qualidade e Foco no Cliente; e Respeito e Reconhecimento. E os três principais fatores de melhoria são: Recursos; Oportunidade de Desenvolvimento; e Treinamento. O ChildFund Brasil investe no bem-estar pessoal e profissional de seus funcionários. Entre as ações para gerar valor a curto e longo prazo estão oferta de palestras sobre saúde física e emocional, convênio com instituições de ensino e campanha interna sobre sustentabilidade. 17


Modelo de negócios

Capitais

Impactos

1 - Físico

- Assistência a crianças, adolescentes, famílias e comunidades em situação de risco social;

- Sede em Belo Horizonte - 5 unidades de campo 2 - Humano - 59 funcionários e 5 estagiários com competências interdisciplinares

Captação de Recursos

(Uso dos Recursos)

Padrinhos

3 - Intelectual - Tecnologias Sociais - Modelos de intervenção - Governança

5 - Relacional/Social - Parcerias - Relacionamento com comunidades 18

Projetos Tecnologias Sociais

Projetos Padrinhos

- Valorização de iniciativas que visam o desenvolvimento sustentável; - Promoção de voluntariado;

Empresas

4 - Financeiro - Recursos destinados às Organizações Sociais Parceiras R$ 21.508.000

Desenvolvimento Social

- Apoio a organizações e projetos sociais;

- Histórias de Transformação. Crianças atendidas: 56.137 Beneficiados diretamente: 178.106 Municípios assistidos: 42 Projetos: 274


Desenvolvimento Social Para desenvolver o PEA, os participantes diagnosticam os principais problemas de cada área, com a colaboração de grupos focais formados pelas crianças, adolescentes, jovens e seus familiares, bem como lideranças comunitárias. São realizadas pesquisas por meio de dados primários e secundários. Alguns problemas são identificados pelos participantes e, com o apoio técnico do ChildFund Brasil, são definidos os A área de Desenvolvimento Social elabo- programas e projetos. Considerando a parra uma estratégia programática partindo ticularidade de cada território, as Organizada missão e valores do ChildFund Brasil. Tal ções Sociais Parceiras definem os recursos estratégia engloba cinco programas e 13 disponíveis e as tecnologias sociais que resmodelos de projetos, que são também nor- ponderão aos diferentes desafios. teados pelas diretrizes da Política Nacional Em 2014, a atuação se deu por meio de de Assistência Social (PNAS), definidas pelo 54 Organizações Sociais Parceiras, que esSistema Único de Assistência Social (SUAS). tão comprometidas com a superação das Essa estratégia funciona como um portfó- condições de privação, exclusão e vulneralio que orienta os Planejamentos Estratégi- bilidade, por meio da Política de Conduta cos de Área (PEAs) das 21 áreas geográfi- Ética para com Crianças do ChildFund Bracas onde o ChildFund Brasil atua. O PEA é sil. A parceria também envolve a transfea visão estratégica do território e tem dura- rência de conhecimento e apoio financeiro do ChildFund Brasil para seus parceiros, busção de três anos. cando aprimorar o desempenho deles. O desenvolvimento social é a linha de frente da organização. A área é responsável pela gestão do ciclo de vida dos projetos e pela garantia do impacto, através de tecnologias sociais que contribuem para o desenvolvimento de crianças, adolescentes e jovens que vivenciam cotidianamente situações de privação, exclusão e vulnerabilidade.

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Programas e Projetos do ChildFund Brasil

Modelos de projetos: • Competências familiares • A criança e o ambiente favorável para o seu desenvolvimento pleno

Modelos de projetos: • Eu, Você e Minha Escola: Integração que Transforma • Eu, Você e a Paz: Um Pacto que se Faz

Modelos de projetos: • Fortalecimento dos vínculos interpessoais • Sustentabilidade do lar • Convivência comunitária: participação e cidadania Modelos de projetos: • Promoção da participação ativa dos jovens • Qualificação pessoal e profissional • Identidade e cultura cidadã 20

Modelos de projetos: • Competências municipais • Sociedade mobilizada para a defesa dos direitos à educação, à participação e à proteção • Organizações juvenis influenciando as políticas públicas nacionais


Tecnologias Sociais

Água para Vida

Educação ambiental e promoção da saúde – Associa duas ações para melhorar o abastecimento de água da família: 1) implantação de sistemas domésticos para a captura e armazenamento de água de chuva para consumo humano; e 2) monitoramento participativo da qualidade da água pelos Vigilantes da Água. Afltoun e Aflteen Educação social financeira – Ajuda crianças e jovens a pensar de forma crítica sobre direitos e deveres, bem como a obter conhecimentos financeiros e capacidades que lhes permitam fazer melhor uso dos recursos. A educação social lhes ensina cidadania responsável – fazendo-os sentir a necessidade de conhecer e de se envolver nas questões sociais que os afetam. A educação financeira lhes fornece instrumentos de poupança, orçamentos e participação em empreendimentos. O Aflatoun para crianças dos 6 aos 14 anos e o Aflateen para jovens de 15 a 18 anos. Animador Comunitário

Fortalecimento da participação voluntária – Tem por objetivo capacitar voluntários – pais, mães e jovens – chamados de Animadores Comunitários, de forma participativa e por meio de vivências, procurando maximizar o potencial de liderança para atuação em suas comunidades. Os animadores são pessoas que se dedicam a ajudar voluntariamente outras famílias, tornando-se agentes de transformação à medida que contribuem para a construção de uma comunidade melhor para se viver. Casinha de Cultura

Identidade cultural/cultura da criança – Envolve a criança, o adolescente e o jovem na cultura de sua localidade. A descoberta por eles da cultura local como uma riqueza cria ou fortalece o orgulho de sua origem, reforça a identidade coletiva e individual. Além disso, promove o desenvolvimento social, cognitivo e emocional. GOL.D+

Educação financeira – Grupo de oportunidades locais e desenvolvimento que busca soluções para superar a pobreza por meio da solidariedade, trocas de experiências, mobilização social e desenvolvimento de negócios. Pessoas que se conhecem e vêm de um meio socioeconômico semelhante formam grupos que poupam dinheiro juntos e podem realizar pequenos empréstimos a partir dessas poupanças.

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Luta pela Paz

Boxe e artes marciais combinados com a educação e o desenvolvimento pessoal – Para adolescentes e jovens em situação de risco social. Trabalha o desenvolvimento pessoal por meio de 5 pilares: boxe e artes marciais, educação, acesso ao trabalho, suporte social e liderança juvenil. MJPOP

Participação cidadã – Empoderamento de adolescentes e jovens e desenvolvimento do protagonismo juvenil. Fundamentada em 5 elementos principais: voz, informação, diálogo, ação e prestação de contas. Engaja os participantes no monitoramento de políticas e serviços públicos. Olhares em Foco

Educação, identidade e advocacy – Utiliza a fotografia participativa como instrumento de debate e reflexão sobre as problemáticas comunitárias, criando nos jovens uma cultura participativa e autônoma em prol do bem-estar coletivo. As imagens se tornam um importante instrumento para o debate sobre direitos, cidadania e identidade, além de proporcionar oportunidades de manter relacionamentos, compartilhar conhecimentos, promover a participação na esfera pública e reflexões das identidades pessoais e coletivas. Terapia Comunitária

Fortalecimento dos vínculos familiares e comunitário – É um instrumento de construção de redes solidárias, fundamentado em cinco eixos: pensamento sistêmico, teoria da comunicação, antropologia cultural, pedagogia de Paulo Freire e resiliência. A metodologia apresenta uma proposta de intervenção psicossocial que tem como objetivos primordiais mobilizar os recursos pessoais e culturais e estabelecer/fortalecer vínculos entre as pessoas.

*

Tecnologias Sociais – Compreendem produtos, técnicas e projetos cujas metodologias são sistematizadas, envolvem constantes pesquisas e podem ser replicadas. São desenvolvidas na interação e compartilhamento dos saberes de diferentes atores, incluindo os habitantes da comunidade a ser atendida. Elas possibilitam efetivas soluções de desenvolvimento social em larga escala, atendendo demandas de educação, alimentação, energia, habitação, renda, recursos hídricos, saúde e meio ambiente, dentre outras.

Para a implementação eficiente dessas tecnologias sociais, a área de Desenvolvimento Social oferece treinamento na metodologia Gerenciamento de Projetos em Desenvolvimento (PMD-Pro) à equipe técnica das organizações sociais parceiras (coordenador, educador social, diretoria, auxiliar administrativo). É uma metodologia específica para área social que aprimora habilidades profissionais como planejamento e gestão de recursos. A metodologia estrutura o ciclo de vida de um projeto em seis fases e seis áreas de conhecimento, maximiza objetivos e resultados. Para o aperfeiçoamento contínuo, a capacitação para a rede parceira é perene.

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Monitoramento O Sistema de Verificação da Criança (Child Verification System) é uma ferramenta de monitoramento para garantir a efetividade de nossa atuação na comunidade, tendo em vista a presença e a participação de cada criança nas atividades, bem como seu estado de saúde e o desempenho na escola. Por meio das Organizações Sociais Parceiras, o ChildFund Brasil é responsável por capacitar a todos os envolvidos para a coleta dos dados de todas as crianças inscritas nos programas e projetos, o que acontece duas vezes por ano. O sistema também fornece as informações e agrupamento de dados que apoiam o desenvolvimento de nossos programas e promovem a melhoria dos resultados. Tal acompanhamento é realizado duas vezes ao ano.

Desenvolvimento Social Tecnologias Sociais Próprias

Parceiras

Alianças

Casinha de Cultura

Olhares em Foco

Aflatoun

Água para vida

Gol.d

Luta pela paz

Convivência com o semi-árido

MJPOP

Violência Sexual

Animador Comunitário

Terapia Comunitária

Programas

Beneficiários

Projetos

$ (000)*

Cuidando dos primeiros anos de vida (0-5)

8.263

31

472

Crianças educadas e confiantes (6-14)

34.902

66

5.826

Jovens capacitados e participativos (15-18)

12.972

62

2.047

Subtotal

56.137

159

8.345

Famílias protetoras e participartivas Sociedade comprometida com os direitos das crianças e adolescentes Subtotal Total

112 7.400

121.969 3 121.969

115

7.400

178.106

274

15.745

*Valores em milhares de reais

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Padrinhos Paul e Malene, da Dinamarca, visitam afilhada em Vespasiano.

Geração de impactos

Tenho 22 anos. Desde muito cedo, com aproximadamente três anos de idade, ingressei no Centro Social de Orós (Ceará), entidade que ao longo dos anos faz parte de minha trajetória de vida. Entre as primeiras atividades de que participei na instituição estão a creche e a assistência odontológica, além, é claro, do recebimento de redes, filtros de água e remédios, entre outros benefícios que eram de grande importância, não somente para mim e minha família, mas para a comunidade muito carente na época. Hoje, já graduada, me sinto muito feliz por saber que o Centro Social de Orós fez e faz parte da minha história. O meu muito obrigada a essa instituição que de fato transforma vidas e transforma sonhos em realidade. Geissy Nunes, jovem apadrinhada desde a infância

Já tive dois afilhados e tenho total confiança no trabalho da organização para a contribuição no desenvolvimento deles. Só tenho palavras de agradecimento ao ChildFund Brasil pelo maravilhoso trabalho que faz e por me permitir realizar meu desejo de fazer a diferença na vida de uma criança. Lucianne Moreira, madrinha do ChildFund Brasil há mais de 20 anos

Não lutamos por troféus, nem por medalhas, mas podemos dizer que cada vez que rompemos barreiras do preconceito, da discriminação, da dor e do medo, nos valendo de nossa sensibilidade e competências e dos recursos que temos, somos mais que vencedores por meio do amor que nos leva a realizar nosso trabalho. Afinal justiça social se faz com disposição, coragem e amor! Equipe GEDAM (Grupo de Educação, Desenvolvimento e Apoio ao menor) - Organização Social Parceira.

Apadrinhar uma criança, um adolescente ou um jovem é dar a eles a oportunidade de alcançar desenvolvimento emocional, cognitivo, físico e social, por meio da participação em projetos que contemplam os direitos à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer. Tais projetos também oferecem cuidados, proteção, atividades artísticas, esportivas e lúdicas, proporcionando convivência entre os beneficiários (crianças, jovens e suas famílias). O padrinho não é apenas aquele que contribui financeiramente para o desenvolvimento da criança, ele é aquele que também faz um laço afetivo. A relação entre o padrinho e o apadrinhado se solidifica por meio de cartas trocadas entre eles. Palavras que levam carinho, admiração, amizade. Tudo sempre intermediado por profissionais do ChildFund Brasil, para garantir a segurança das crianças e a privacidade do padrinho. 24


Mobilização de recursos

Fazem parte dessa área os setores Aquisição de Doadores, Serviço aos Doadores, Comunicação e Marketing. Apadrinhamento de crianças Utilizamos alguns meios para captar padrinhos: face to face (abordagem direita) em eventos e igrejas, indicações do próprio padrinho, internet, mídia espontânea e redes sociais. Quem apadrinha se compromete a contribuir mensalmente com R$ 57,00. Parte desse dinheiro é destinada às organizações parceiras, para que desenvolvam as atividades; e parte fica no ChildFund Brasil, para custeio de diversas despesas. O padrinho acompanha o desenvolvimento de seu apadrinhado por meio de um Relatório de Progresso Individual anual enviado pelo ChildFund Brasil. O Boletim Apadrinhar, com tiragem trimestral, dá notícias gerais e específicas de nossos projetos. Finalizamos 2014 com 9.763 apadrinhamentos brasileiros e 32.318 estrangeiros (G4-9).

Nossas principais fontes de recursos são os apadrinhamentos das crianças, os investimentos sociais privados e a cooperação internacional.

Captação de recursos

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Investimento Social Privado Em parceria com o setor privado realizamos dois projetos: Melhor de mim Uma parceria entre o ChildFund Brasil e a Fundação Telefônica Vivo para combater e prevenir o trabalho infantil. Por meio da conscientização dos públicos diretamente envolvidos e do uso de tecnologia social, beneficiamos crianças e adolescentes entre 6 e 14 anos de idade. O projeto foi desenvolvido em quatro municípios do Estado de Minas Gerais e iniciou-se em 2012.

Água pura para crianças Uma parceria entre o ChildFund Brasil e a empresa P&G para aumentar o acesso a água potável para pessoas que utilizam fontes inseguras de água, tais como poços cavados a mão e rio. Em comunidades rurais distribuímos sachês de purificação de água, orientamos as famílias sobre como usá-los e supervisionamos todo o processo. Promotores de saúde e higiene, por nós treinados, colaboram com o monitoramento do projeto, que foi desenvolvido em 9 municípios do Vale do Jequitinhonha, Estado de Minas Gerais. O projeto iniciou-se em outubro de 2014.

“““ “ Quem dera se a gente tivesse essa água boa do sachê desde quando a gente veio para a comunidade. A água vem do poço artesiano e, antes do sachê, as crianças reclamavam de dor – e era verme. Agora nem reclamam mais. Elizabeth Moreira, 5 filhos, Agrovila, Jenipapo de Minas (MG)

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Uso dos recursos

Ao longo dos anos, o ChildFund Brasil vem trabalhando em rede, construindo alianças com outras organizações, pois valoriza a diversidade de pensamento e de experiência. Essa rede integra organizações, recursos, programas, projetos e tecnologias sociais para atuar na valorização e promoção dos direitos de crianças, adolescentes e jovens em situação de privação, exclusão e vulnerabilidade social. As organizações parceiras criam ambientes de proteção e cuidado e investem nos potenciais das crianças, para que elas e os adolescentes e jovens possam exercer sua cidadania, tornando-se capazes de realizar mudanças sustentáveis em suas vidas, assim como nas suas comunidades. Atuamos por meio de uma sólida experiência no desenvolvimento de metodologias e no monitoramento de tecnologias sociais em comunidades sob risco social. As tecnologias sociais replicadas têm como referência as diretrizes do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e legislações que resguardam direitos em vários âmbitos. 27


Nos próximos anos temos três grandes metas: A primeira é voltar a assistir as comunidades onde há extrema vulnerabilidade. Para cumprir tal objetivo, fizemos uma parceria com a empresa RGarber Inteligência Competitiva e Estudos de Mercado, com vistas a desenvolver o Índice de Vulnerabilidade Social (IVS). A pesquisa partiu da pergunta “Onde estão as crianças, adolescentes e jovens (famílias e comunidades) em situação de vulnerabilidade social no Brasil?”. Foram identificados os aglomerados humanos com grande densidade de famílias em estado de vulnerabilidade social no Brasil. Pode-se pensar esse conceito como o contingente da população com os maiores níveis de privações de satisfação das necessidades humanas. A base de dados foi o censo demográfico brasileiro, cujas entrevistas foram realizadas em 2010. São nessas áreas de extrema ou forte vulnerabilidade social que vamos focar nossas ações. A segunda meta é estabelecer parcerias com os setores corporativos cujos objetivos convergem com o nosso, de cuidar de crianças em situação de exclusão, priva28

ção e vulnerabilidade. Visamos firmar elos com empresas que têm a responsabilidade cidadã como meta, que trazem como valor o engajamento com o terceiro setor e se envolvem também com o desenvolvimento social, econômico e ambiental do público externo. Tais parcerias irão potencializar nossa atuação e a realização de nossos programas e projetos. A terceira meta é firmar alianças com aquelas organizações que dispõem de tecnologias sociais cujas metodologias são validadas pelos excelentes resultados que alcançam. São meios de potencializar nossos resultados. E, para aprimorar a nossa comunicação com todos os nossos grupos de relacionamentos e trazer mais transparência, assumimos o compromisso de fazer este relatório de 2015 seguindo o Modelo de Relato GRI Essencial. Esperamos, desse modo, comprovar o amadurecimento de nossos sistemas de governança e gestão e de nossa capacidade de mensurar nosso desempenho ambiental, econômico e social.


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FICHA TÉCNICA ChildFund Brasil (G4-3) Presidente: Valseni José Pereira Braga Diretor Nacional: Gerson Pacheco Analista de Comunicação: Águeda Barreto (G4-31) Redação: Eliane Dantas Projeto Gráfico: Jéssica Takato Revisão: Pedro Jorge Fonseca Fotos: Centro de Documentação e Memória - ChildFund Brasil

30


EXPEDIENTE ChildFund Brasil – Fundo para Crianças CNPJ: 17.271.925/0001-70 Inscrição Municipal: 404447/004-8 Inscrição Estadual: Isento Escritório Nacional Rua Curitiba, 689 – 5ºandar – Centro CEP 30170-120 – Belo Horizonte (MG) (G4-5) Fone: (0**31) 3279-7400 – Fax: (0**31) 3279-7416 www.childfundbrasil.org.br

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ITEM (indicadores GRI)

PÁGINA

(G4-1) Declaração do principal tomador de decisão da organização

2

Governança

(G4-2) Impactos, riscos e oportunidades

3

Gestão Executiva / Impactos socioeconômicos

(G4-3) Nome da Organização

9, 30

-

(G4-4) Marcas, Produtos e Serviços

9

Gestão Executiva

(G4-5) Localização da sede da organização

16

-

(G4-6) Número de países em que a organização atua

8

Captação e Mobilização de Recursos

(G4-7) Natureza da propriedade e forma jurídica

9

-

(G4-8) Mercados de atuação

10

Captação e Mobilização de Recursos

(G4-9) Porte da organização

11,17,25

Gestão Executiva

(G4-13) Mudanças significativas

16

Gestão Executiva

(G4-15) Cartas, princípios ou iniciativas que a organização subscreve ou endossa

14

Governança / Ética

(G4-16) Participação em associações

9

Governança / Ética

(G4-17) Entidades incluídas nas demonstrações financeiras

7

Captação e Mobilização de Recursos

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TEMA MATERIAL RELACIONADO


TEMA

ITEM

PÁGINA

(G4-18) Processo do conteúdo do relatório

5

Prestação de contas e auditoria

(G4-19) Aspectos materiais

5

Prestação de contas e auditoria

(G4-22) Reformulações

7

Gestão Executiva

(G4-23) Alterações significativas

7

Gestão Executiva

(G4-24) Grupo de stakeholders

15

Gestão Executiva

(G4-28) Período coberto pelo relatório

5

Prestação de contas e auditoria

(G4-29) Período do relatório mais recente

5

Prestação de contas e auditoria

(G4-30) Ciclo de emissão dos relatórios

5

Prestação de contas e auditoria

(G4-31) Ponto de contato para perguntas sobre o relatório ou seu conteúdo

7

Prestação de contas e auditoria

(G4-34) Estrutura de governança da organização

16

Governança

(G4-56) Valores, princípios, padrões e normas de comportamento da organização

12, 17

Missão, Visão, Valores e Ideologia

33


34


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