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Breve abordagem à aplicabilidade da Realidade Aumentada à função manutenção
Miguel Barroso Navaltik Management, Lda. mbarroso@manwinwin.com
1. INTRODUÇÃO
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Num mundo cada vez mais digital, onde o acesso à informação ou aos mais variados serviços é rapidamente, garantido recorrendo a um dispositivo com ligação à internet, notamos no desempenhar de simples tarefas do nosso dia-a-dia uma maior necessidade em obter respostas praticamente em tempo real.
Em contexto profissional, experienciamos a necessidade de tempos de resposta mais curtos aos desafios que nos são colocados, observando-se uma propensão natural em munirmo-nos de ferramentas emergentes na área da tecnologia.
Consequentemente, o rápido desenvolvimento tecnológico a que temos vindo a assistir colocou-nos perante uma nova realidade, a Indústria 4.0, que visa que um conjunto de tecnologias – tais como a Inteligência Artificial, o Machine Learning, a Internet of Things, a Nuvem de Pontos ou a Realidade Aumentada (RA) –, dispositivos e processos sejam capazes de operar de forma integrada ao longo das várias fases do processo produtivo e ao longo dos vários níveis da cadeia de valor, permitindo uma produção autossuficiente, operações integradas, decisões descentralizadas e intervenção humana mínima [1].
É precisamente sobre a Realidade Aumentada que incidirá este artigo. Faz-se uma exposição desta tecnologia, da sua presença nas nossas rotinas diárias e aborda-se, principalmente, o impacto que a mesma tem vindo a conquistar nas mais variadas indústrias, nomeadamente no setor da Manutenção.
2. O QUE É A REALIDADE AUMENTADA?
A Realidade Aumentada, uma das maiores tendências atuais no domínio da tecnologia, com um enorme potencial de crescimento, consiste em adicionar elementos virtuais, interativos ou não, ao mundo real. Naturalmente que este potencial será função da adesão ao hardware necessário para a materialização desta tecnologia.
Imagens de Realidade Aumentada podem ser acedidas de diversas formas, seja através de óculos concebidos para a sua utilização ou outros dispositivos (como visores incorporados em capacetes), embora a forma mais comum, atualmente, seja através de um smartphone onde podemos imergir numa grande variedade de aplicações e jogos. No entanto, alguns programas de índole mais técnica começam a surgir em diversos setores como o militar, automóvel, científico e, naturalmente, na indústria. Dão-se alguns exemplos:
Sistemas de navegação utilizam RA para sobrepor uma rota e fornecer indicações virtuais ao condutor na imagem real; Pilotos militares usam projeções de RA no visor dos seus capacetes para monitorizar dados como altitude e velocidade, evitando, assim, desviar o olhar para os painéis de controlo;
Neurocirurgiões recorrem a esta tecnologia para o mapeamento tridimensional de cérebros para auxílio em cirurgias;
Em locais históricos, a RA pode projetar cenários retratando civilizações antigas sobre ruínas;
Esta tecnologia é utilizada pela construtora aeronáutica Boeing na instalação da cablagem elétrica nos seus aviões, possibilitando aos técnicos a visualização de esquemas de montagem tridimensionais interativos, em tempo real e num sistema de mãos livres [2].
3. REALIDADE AUMENTADA NA MANUTENÇÃO
As aplicações da Realidade Aumentada dão os primeiros passos nas indústrias pelo mundo, embora estejam presentes em grandes empresas, normalmente líderes dos mais variados setores, ainda não se encontram disseminadas em empresas de menor expressão. No entanto, também a este nível, começa a fazer-se notar o crescente interesse por esta tecnologia.
Tratando-se a Realidade Aumentada de uma tecnologia que se centra na interação visual entre o meio real e informação digital que lhe pode ser sobreposta, esta tem-se evidenciado em diversas aplicações em ambiente industrial. Destacam-se, de seguida, alguns cenários de utilização neste contexto.