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Mário Barata, CEO da LEDVANCE Portugal:
from Mário Barata, CEO da LEDVANCE Portugal: “Somos uma 'startup' com 100 anos de experiência"
by cie
“SOMOS UMA ‘STARTUP’ COM 100 ANOS DE EXPERIÊNCIA”
Se há indústria que respire um paradigma de eficiência, ela é a Iluminação. O caderno de encargos é superiormente exigente: iluminar mais e melhor com menos potência, adequar a luz artificial aos nossos ritmos biológicos, oferecer soluções e tecnologias cada vez mais intuitivas e inteligentes. Tudo isto com design dedicado e preço que o mercado possa aceitar.
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Mário Barata, CEO da Ledvance, explica à revista “o electricista” como uma das empresas líder do mercado da Iluminação tem usado um know-how de excelência tecnológica no desenvolvimento de soluções e produtos em linha com o aumento do conhecimento e exigência dos diversos públicos, do mercado profissional ao ‘business to consumer ’.
o electricista (OE): Como tem sido o percurso da Ledvance em Portugal?
Mário Barata (MB): A Ledvance está desde 1931 em Portugal, isto se quisermos remontar à sua origem. No dia 25 de abril fazemos 92 anos de existência. Tudo começou com a sociedade luso-francesa
ENAE [Empresa Nacional de Aparelhagem Eléctrica SARL], que construiu a primeira fábrica de lâmpadas em Portugal, então com a marca ‘Lumiar’. Depois, em 1960, a ENAE foi adquirida pela Osram e pela Siemens e dá-se o início da presença da marca Osram em Portugal. Em 79, a Osram passa a ser designada Osram Empresa de Aparelhagem Elétrica, que viria a dar origem à Ledvance, aliás, com o mesmo número fiscal. Por isso, digo muitas vezes que somos uma startup com quase cem anos de experiência. Na verdade, a empresa-mãe alemã já tem mais de um século. Em 1988, com o encerramento da fábrica em Portugal, deixámos de produzir as lâmpadas, em 1999 fomos certificados no sistema de gestão de qualidade pela norma ISO 9002, em 2001 encerrámos o armazém em Portugal e passámos a ser servidos por um armazém ibérico instalado em Madrid. Em 2003 a Osram assume a comercialização dos semicondutores e em 2006 comemorámos os 75 anos em Portugal. Já mais recentemente, em 2016, ocorre o ‘carve-out’, que ao fim ao cabo é a separação do negócio da iluminação geral, o que vem dar origem à Ledvance. A partir de 2016 ficámos com duas marcas: a Osram nas lâmpadas, que comercializamos até hoje, e a Ledvance nas luminárias.
De há sete anos para cá mudou radicalmente o percurso e o portefólio da Ledvance em Portugal. Para ter uma ideia, mais de metade da nossa faturação atual é feita por produtos que há apenas 7 anos ainda não tínhamos desenvolvido.
OE: A Ledvance está presente em 140 países. Diria que o mercado português é específico em algum aspeto? Volume não será, embora os portugueses gostem de iluminação.
MB: Fala no volume, mas digo-lhe que, ainda assim, temos um volume muito interessante comparado com algumas outras subsidiárias por esse mundo fora. Estamos, de facto, em 140 países, mas o cluster onde estamos inseridos, na Europa ocidental, vale mais de 41 por cento da faturação global da companhia. Diria que cada país tem a sua especificidade. ‘Em roma sê romano’, como se costuma dizer. Temos que nos adaptar à realidade do nosso país. Por exemplo, na América latina temos um portefólio ligeiramente diferente do que temos na Europa. Na Ásia e em África também há diferenças. Até mesmo nos mercados emergentes do leste europeu há diferenças no portefólio. Mesmo em relação a Espanha, o mercado português tem diferenças. Há sempre aspetos específicos a ter em conta, até por que há necessidades diferentes.
OE: Diria que o cliente português, de forma geral, é mais informado e por isso mais exigente, ou é relativamente apático em relação à iluminação?
MB: Não é nada apático. A iluminação transformou-se muito, a eficiência energética tem vindo a ganhar importância, sobretudo face à situação que vivemos e o consumidor/cliente está cada vez mais desperto para essa necessidade. Nós temos dois negócios distintos: o ‘ business to business ‘ e o ‘ business to consumer’. O primeiro, que é o mercado profissional onde estão os projetistas, os instaladores e a distribuição, vale cerca de 85% da faturação; o segundo vale 15%. E são dois negócios muito distintos entre si em termos de portefólio, mas,