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a eficiência energética e a manutenção de sistemas eletroprodutores
A eficiência energética é um tema de relevante importância nos tempos atuais. Embora os contributos da manutenção para a eficiência energética dos equipamentos sejam facilmente enumerados, poderá existir ainda um caminho a percorrer em soluções que recorram ao uso de tecnologias e algoritmos que otimizem todas as tarefas envolvidas em atividades de manutenção.
Atualmente, a manutenção é vista como sendo uma área dispendiosa, sendo, quando existe necessidade, das primeiras a desinvestir. Isto porquê? Não é fácil explicar a um gestor a necessidade de executar uma tarefa, onde o critério é, unicamente, a base temporal.
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A relação da manutenção com sistemas eletroprodutores revela-se de extrema importância no sentido em que é necessário que a produção de energia seja assegurada, com a melhor performance possível e menor custo associado. No panorama actual das energias renováveis, a electricidade proveniente de sistemas fotovoltaicos assume particular relevo, e embora a produção mundial de electricidade recorrendo a sistemas fotovoltaicos seja ainda marginal quando comparada com a produção total, o mercado tem crescido a uma taxa anual de 35%, e o potencial desta tecnologia é amplamente difundido.
No contexto nacional, existem atualmente inúmeras iniciativas a decorrer cujo principal objetivo assenta numa transição energética justa e limpa, construindo comunidades de energia (CER) com recurso a sistemas fotovoltaicos. O uso destes sistemas eletroprodutores traz inúmeros benefícios, de entre os quais poderemos destacar:
• A eletricidade obtida a partir do sol, utilizando painéis fotovoltaicos, apresenta o valor mais baixo em termos de custo de produção;
• A proximidade entre o ponto de produção e consumo é reduzida, e desta forma, é utilizada uma parte mais pequena da rede elétrica de distribuição (por vezes, um ou dois quilómetros, ao contrário da energia que nos chega de grandes centrais ou barragens), reduzindo-se, consequentemente, as perdas e os custos de manutenção;
• Ao injetar eletricidade próxima dos pontos de consumo estamos também a contribuir para um maior equilíbrio da rede. Nos tempos atuais, em que assistimos a uma cada vez maior eletrificação da economia e das nossas vidas, garantir o equílibrio nas redes assegura uma melhor qualidade de fornecimento de energia.
As CER, que podem ser desenvolvidas e lideradas de diversos modospessoas individuais, grupos de vizinhos, entidades públicas ou empresas privadas, agregando vários participantes das comunidades envolventes – para além de todas as vantagens referidas, são a forma de dar a oportunidade a todos, mesmo aos que não têm telhados disponíveis para instalar painéis fotovoltaicos, usufruir do potencial que é a energia solar. Por outro lado, as
CER serão, sem qualquer dúvida, o caminho a trilhar para uma menor independência externa de combustíveis fósseis, ainda mais quando os preços da electricidade atingem valores máximos e bate à porta de cada cidadão o desafio de encontrar alternativas para fornecimento de energia elétrica, tendo por base energia limpa e a preços baixos.
Manter os sistemas fotovoltaicos nos níveis ótimos de desempenho, assegurando um fluxo de produção contínuo de energia para sustentar as CER e simultaneamente com valores de manutenção justos, tornou-se uma realidade absolutamente necessária, e que atualmente exige novas abordagens, inovadoras, e financeiramente mais sustentáveis. Apenas assim será assegurada uma maior acessibilidade a serviços energéticos essenciais e a alternativas energéticas, a baixo custo e sem emissões locais.
A manutenção destes sistemas fotovoltaicos tem como objetivo minimizar os efeitos negativos associados à degradação dos materiais constituintes dos módulos fotovoltaicos. A redução da potência gerada relativamente à expetável será uma das consequências associadas ao desgaste dos sistemas, razão pela qual a atividade da manutenção deva ser iniciada logo após a instalação do sistema, de forma a garantir o seu correto funcionamento.
Os sistemas fotovoltaicos apresentam, geralmente, uma garantia contra defeitos de fabrico de 3 a 5 anos, e uma garantia de rendimento mínimo durante 25 anos. Os módulos fotovoltaicos não são a principal causa de problemas, razão pela qual é fundamental a implementação de planos de manutenção que permitam diferentes análises e níveis de prevenção.