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indicadores energéticos 2021

O ano de 2021 caraterizou-se pela retoma da atividade económica face ao ano anterior, gravemente marcado pela pandemia. Em termos reais, o PIB cresceu 5,5% em 2021, ficando ainda assim aquém da riqueza criada em 2019 (menos 3,3%).

Em 2020, ano da pandemia, o PIB caiu cerca de 8,3% face a 2019 e em termos energéticos, a contração da economia devido aos efeitos da pandemia Covid-19 originou uma forte queda do consumo final de energia (-7,2% face a 2019).

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Esta quebra deveu-se essencialmente à forte redução do consumo do gasóleo e das gasolinas no setor dos transportes rodoviários. As medidas aplicadas no combate da pandemia restringiram fortemente a circulação automóvel, levando à quebra do consumo dos referidos combustíveis.

É certo que os efeitos da paralisação da atividade económica beneficiaram em boa parte a performance de alguns indicadores energéticos, mas não todos, como veremos mais adiante.

Recentemente, foi publicado pela DGEG o Balanço Energético relativo a 2021. No ano da retoma económica, há 3 indicadores energéticos que são particularmente interessantes de comparar com os valores dos últimos dois anos – consumo energético, intensidade energética da economia e a dependência energética.

O PIB e o consumo energético

O consumo energético varia em função da atividade económica, sendo esta medida pelo Produto Interno Bruto (PIB). Vejamos na Figura 1 , as variações do PIB (em termos reais) e dos consumos de energia de 2021 face aos anos 2020 e 2019.

De acordo com a Figura 1 podemos verificar que os consumos de energia acompanharam o crescimento do PIB (o que seria expetável). Porém, crescerem menos que o indicador da riqueza, com particular destaque o consumo de energia primária que praticamente não variou (+0,02%) face a 2020. Através destes dados será analisada a intensidade energética dos últimos três anos.

Intensidade energética da economia

A intensidade energética é o principal indicador de eficiência energética da economia, sendo medida pelo rácio do consumo de energia primária e final sobre o PIB. Quanto mais baixo for o seu valor tanto melhor, pois significa que cada unidade de riqueza produzida (em valor monetário) foi gerada com menor consumo energético, logo, a economia é mais eficiente do ponto de vista energético.

De acordo com os dados da Figura 2 , ambas as intensidades energéticas da economia (primária e final) de 2021 melhoraram face ao ano da pandemia, com destaque notável para a intensidade energética em energia primária que alcançou o valor mais baixo desde que há registo. A intensidade energética da economia em energia final também melhorou em relação ao ano da pandemia, ficando ligeiramente acima do ano de 2019. O valor de 2021 foi o segundo mais baixo desde que há registo.

Dependência energética

Como podemos observar na Figura 3, a dependência energética de Portugal voltou a subir em 2021, mais 1,3 p.p. face a 2020. Esta subida resulta do agravamento do saldo importador, que cresceu cerca de 2,5% face a 2020. Contudo, é importante referir que este agravamento não se deve tanto às importações de energia, que diminuíram cerca 0,3% face a 2020, mas sim, a uma forte queda das exportações (-6,9% em relação a 2020), o que penalizou o saldo importador e por consequência aumentou a dependência energética do país.

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