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o parque das irmãs magníficas

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CINDY TRINDADE

CINDY TRINDADE

trabalho de conclusão da pós em direção de arte audiovisual orientação: rafael blas o presente trabalho de conclusão de curso é um projeto de Direção de Arte Audiovisual para adaptação de longa-metragem baseado no livro “O Parque das Irmãs Magníficas”, de Camila Sosa Villada. na obra, Camila, uma das personagens do livro e narradora, sai de um povoado no interior da Argentina para estudar Jornalismo em Córdoba. em meio a descobertas e vivência de uma liberdade nunca experimentada até então, Camila conhece e é acolhida por um grupo de travestis liderado por Tia Encarna. através de um longo processo de pesquisa e estudos feitos com base no livro, foi possível elaborar pranchas para as personagens principais e ambientes escolhidos. a principal técnica utilizada foi a da colagem, aliada ao desenvolvimento do 3D. de acordo com a obra, a casa consiste em um casarão de dois andares pintados de rosa, o rosa “mais travesti do mundo”. no projeto, decidi manter o tom forte de rosa, mas aqui ele se torna mais desgastado, com imperfeições e desbotamento, para transmitir a ideia de passagem de tempo - afinal, a Tia Encarna tem 178 anos, e também para que a casa chame menos atenção, considerando que é um tom que se destaca entre os demais da vizinhança. em um trecho da obra, Camila diz que o quintal era a continuação do Parque. não o Parque onde se prostituíam, mas o Par- que onde se conheceram e estabeleceram suas relações de acolhimento e amizade. com base na concepção de que a casa era uma espécie de paraíso onde podiam ser livres, a escolha aqui foi retratar o jardim como algo divino, não interferido pelo homem, como se tivesse vida própria. plantas de todos os tipos se entrelaçam e preenchem todo o espaço, com exceção dos fundos, onde realizavam os eventos e se reuniam com frequência - no meio, em torno de uma fogueira, há bancos e um espaço onde a vegetação não é tão alta. no geral, os ambientes refletem a vivência de Tia Encarna. seus 178 anos estão aqui impressos em cada móvel e cada objeto que comprou ou ganhou ao longo de sua vida. por isso, vemos uma variedade de madeiras, estilos, tecidos, cores, informações. o único espaço que destoa é o quarto de María Muda. nele, era como estar no coração de uma esmeralda. todos os detalhes de babados, florais, as fotos de Ricky Martin, os ursinhos, cada detalhe soava como um grito da travesti que era María.

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“Vão pãra ã cãsã de Tiã Encãrnã, ã pensão mãis mãricã do mundo, que ãcolheu tantãs travestis, escondeu, protegeu, ãsilou em momentos de desespero. Vão pãra lã porque sãbem que não poderiãm estãr mãis ã sãlvo em nenhum outro lugãr.“ (pãginã 21)

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