Memórias Paroquiais de 1758 - Concelho de Rio Maior

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Memรณrias Paroquiais de 1758

Concelho de Rio Maior 2020


Memรณrias Paroquiais de 1758 Concelho de Rio Maior


Ficha Técnica Título: Memórias Paroquiais de 1758 - Concelho de Rio Maior Edição: Câmara Municipal de Rio Maior Transcrição de textos: Sónia Rebocho Composição gráfica: Paulo Montez Paginação e impressão: Riográfica, Lda. Data de edição: Novembro de 2020 ISBN: 000-000-00000-0-0 Depósito legal: 0000000/00


É através da memória que uma sociedade constrói a sua identidade e estabelece os parâmetros que a irão conduzir nos caminhos futuros, pois conhecer o passado é essencial para tomar decisões no presente e melhor projetar o futuro. É por isso importante promover a publicação de documentos e registos que salvaguardem e perpetuem a história do concelho, uma das competências da Câmara Municipal, dando às gerações atuais e futuras a possibilidade de poderem voltar atrás no tempo e descobrir como cresceu e se formou Rio Maior. Assim nasceu a ideia de dar a conhecer o Rio Maior de meados do século XVIII através das muitas curiosidades contidas nestas “Memórias Paroquiais”, um excelente trabalho de recolha da Dr.ª Sónia Rebocho e de toda a sua equipa, a quem dou os parabéns, em nome do Município a que tenho a honra de presidir. A todos, Boas Leituras!

Luís Filipe Santana Dias Presidente da Câmara Municipal de Rio Maior


A história é émula do tempo, repositório dos fatos, testemunha do passado, exemplo do presente, advertência do futuro.

Miguel Cervantes, D. Quixote de La Mancha


Nota Prévia Iniciativa do Secretário de Estado dos Negócios do Reino, Sebastião José de Carvalho e Melo, mais tarde agraciado com os títulos de Conde de Oeiras e Marquês de Pombal, as chamadas Memórias Paroquiais são o resultado de um inquérito aplicado às diversas paróquias do país. Por aviso de janeiro de 1756, o referido inquérito constituído por um conjunto de sessenta questões1 é remetido, através dos principais prelados, aos párocos do reino, visando apurar estragos provocados pelo terramoto de 1 de novembro de 1755 e, para além disso, obter informação sobre as condições demográficas, históricas, económicas, administrativas e outras dessas paróquias e das povoações que as mesmas albergavam. Esta “fonte de informação incontornável para a realização de estudos de história local, para agrado da curiosidade de qualquer pessoa, ou para investigações sobre o século XVIII português, nas mais diversas áreas”2 contemplou no que respeita à atual área do concelho de Rio Maior sete paróquias ou freguesias, duas agregadas, nessa época, à vila de Alcanede – Alcobertas e Fráguas – e cinco à de Santarém – Arruda dos Pisões, Azambujeira, Outeiro da Cortiçada, Rio Maior e São João da Ribeira.3 Com a presente edição pretendemos dar a conhecer o conteúdo destes relatos, com base nos quais conseguimos obter relevantes dados e curiosos factos, como a data de constituição da freguesia de Arruda dos Pisões, a existência de um hospício de dominicanos na freguesia de São João da Ribeira ou o facto da feira de Rio Maior, que coincidia com o dia 15 de setembro, ser muito mais antiga, do que vem sendo veiculado nalgumas narrativas, que por norma indicam a data de 1761. São apresentadas as reproduções digitais das Memórias Paroquiais redigidas e firmadas por Manoel da Sylva e Reis, Antonio Machado de Souza, Francisco Bauptista, Agostinho Ferreyra, João da Cunha Guedes e Carlos Joze de Moura, párocos, respetivamente, das localidades de Alcobertas, Arruda dos Pisões, Azambujeira, Fráguas, Rio Maior e São João da Ribeira. Relativamente à memória paroquial de Outeiro da Cortiçada, freguesia designada então como Ribeira da Cortiçada, não apresenta firma do pároco. Segue-se a cada uma das reproduções digitais, a transcrição dos textos respeitando a grafia original.4 No que respeita à transcrição da memória paroquial de Alcobertas, cuja leitura constitui um desafio pela caligrafia e estado de conservação do documento original, recorremos ao trabalho desenvolvido por João Cosme e José Varandas, no âmbito de projeto do Centro de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, do qual resultou até à data a edição de sete volumes contendo as memórias das localidades iniciadas pelas letras A a B.5 Cinco das sete memórias apresentam datas correspondendo aos meses de março e abril de 1758. As memórias de Rio Maior e do Outeiro da Cortiçada não estão datadas.


Para melhor compreensão dos textos, indicamos em seguida as questões constantes no inquérito enviado às paróquias:6 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24.

Em que província fica, que bispado, comarca, termo e freguesia pertence? Se é d’el-rei, ou de donatário, e quem o é ao presente? Quantos vizinhos tem e o número das pessoas? Se está situada em campina, vale, ou monte, e que povoações se descobrem dela, e quanto dista? Se tem termo seu, que lugares ou aldeias compreende, como se chamam, e quantos vizinhos tem? Se a paróquia está fora do lugar, ou dentro dele, e quantos lugares, ou aldeias tem a freguesia, todos pelos seus nomes? Qual é o orago, quantos altares tem, e de que santos, quantas naves tem; se tem irmandades, quantas, e de que santos? Se o Pároco é cura, vigário, ou reitor, ou prior, ou abade, e de que apresentação é, e que renda tem? Se tem beneficiados, quantos, e que renda tem, e quem os apresenta? Se tem conventos, e de que religiosos, ou religiosas, e quem são os seus padroeiros? Se tem hospital, quem o administra, e que renda tem? Se tem casa de Misericórdia, e qual foi a sua origem, e que renda tem; e o que houver notável em qualquer destas cousas? Se tem ermidas, e de que santos, e se estão dentro, ou fora do lugar, e a quem pertencem? Se acode a eles romagem, sempre, ou em alguns dias do ano, e quais são estes? Quais são os frutos da terra que os moradores recolhem em maior abundância? Se tem juiz ordinário, etc., câmara, ou se está sujeita ao governo das justiças de outra terra, e qual é esta? Se é couto, cabeça de concelho, honra, ou beetria? Se há memória de que florescessem, ou dela saíssem, alguns homens insignes por virtudes, letras, ou armas? Se tem feira, e em que dias, e quantos dura, se é franca ou cativa? Se tem correio, e em que dias da semana chega e parte; e, se o não tem, de que correio se serve, e quanto dista a terra onde ele chega? Quanto dista da cidade capital do bispado, e quanto de Lisboa, capital do reino? Se tem algum privilégio, antiguidades, ou outras cousas dignas de memória? Se há na terra, ou perto dela alguma fonte, ou lagoa célebre, e se as suas águas tem alguma especial qualidade? Se for porto de mar, descreva-se o sítio que tem por arte ou por natureza, as embarcações que o frequentam e que pode admitir? Se a terra for murada, diga-se a qualidade de seus muros; se for praça de armas, descreva-se a sua fortificação.


25. Se há nela, ou no seu distrito algum castelo, ou torre antiga, e em que estado se acha ao presente? 26. Se padeceu alguma ruína no terramoto de 1755, e em quê, e se está reparado? 27. E tudo o mais que houver digno de memória, de que não faça menção o presente interrogatório? Na segunda parte pretende-se saber o seguinte sobre a serra: 1. Como se chama? 2. Quantas léguas tem de comprimento, e quantas de largura; onde principia, e onde acaba? 3. Os nomes dos principais braços dela? 4. Que rios nascem dentro do seu sítio, e algumas propriedades mais notáveis deles; as partes para onde correm, e onde fenecem? 5. Que vilas e lugares estão assim na serra, como ao longo dela? 6. Se há no seu distrito algumas fontes de propriedades raras? 7. Se há na serra minas de metais, ou canteiras de pedra, ou de outros materiais de estimação? 8. De que plantas, ou ervas medicinais é a serra povoada, e se se cultiva em algumas partes, e de que géneros de frutos é mais abundante? 9. Se há na serra alguns mosteiros, igrejas de romagem, ou imagens milagrosas? 10. A qualidade do seu temperamento? 11. Se há nela criações de gados, ou de outros animais, ou caça? 12. Se tem alguma lagoa, ou fojos notáveis? 13. E tudo o mais que houver digno de memória? E sobre os rios que passarem na terra, procura-se saber: 1. Como se chama, assim o rio, como o sítio onde nasce? 2. Se nasce logo caudaloso, e se corre todo o ano? 3. Que outros rios entram nele, e em que sítio? 4. Se é navegável, e de que embarcações é capaz? 5. Se é de curso arrebatado, ou quieto, em toda a sua distância, ou em alguma parte dela? 6. Se corre de norte a sul, se de sul a norte, se de poente a nascente, se de nascente a poente? 7. Se cria peixes, e de que espécie são os que traz em maior abundância? 8. Se há nele pescarias, e em que tempo do ano? 9. Se as pescarias são livres, ou de algum senhor particular, em todo o rio, ou em alguma parte dele? 10. Se se cultivam as suas margens, e se tem muito arvoredo de fruto ou silvestre? 11. Se tem alguma virtude particular as suas águas? 12. Se conserva sempre o mesmo nome, ou o começa a ter diferente em algumas partes, e como se chamam estas, ou se há memória de que em outro tempo tivesse outro nome? 13. Se morre no mar, ou em outro rio, e como se chama este, e o sítio em que entra nele? 14. Se tem alguma cachoeira, represa, levada, ou açudes que lhe embaracem o ser navegável? 15. Se tem pontes de cantaria, ou de pau, quantas e em que sítio?


16. Se tem moinho, lagares de azeite, pisões, noras ou outro algum engenho? 17. Se em algum tempo, ou no presente, se tirou ouro das suas areias? 18. Se os povos usam livremente das suas águas para a cultura dos campos, ou com alguma pensão? 19. Quantas léguas tem o rio, e as povoações por onde passa, desde o seu nascimento até onde acaba? 20. E qualquer outra cousa notável que não vá neste interrogatório.

Novembro de 2020 Sónia Rebocho Serviço de Investigação e Arqueologia UDCT – Município de Rio Maior

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Subdivididas em três partes, correspondendo respetivamente: à descrição geral da freguesia, à descrição da serra e à descrição do rio. Joana Braga, Memórias Paroquiais: Indice, p. 4. 3 De acordo com a designação ou grafismo da época: Alcubertas, Fragoas, Arruda dos Pizoez, Azambugeira, Nossa Senhora da Ribeira da Cortiçada, Rio-maior e São João da Ribeyra. 4 Foram introduzidas algumas alterações para melhor compreensão do texto, nomeadamente a substituição das abreviaturas pelas palavras correspondentes, o ajustamento da pontuação e grafia e a indicação, seguindo o exemplo de João Cosme e José Varandas, do número do fólio original em que o trecho de cada texto está inscrito, entre barras /…/ (vide João Cosme e José Varandas, Memórias paroquiais: 1758). 5 João Cosme e José Varandas, ob. cit.. 6 Joana Braga, ob. cit., pp. 11-13 2


Memรณria Paroquial de Alcobertas, Fรณlio 131


Memรณria Paroquial de Alcobertas, Fรณlio 132


Memรณria Paroquial de Alcobertas, Fรณlio 133


Memรณria Paroquial de Alcobertas, Fรณlio 134


Transcrição da Memória Paroquial de Alcobertas Tomo 2 - Memória 13 - f. 131 a 134

/f.131/ Alcubertas fica no Patriachado de Lisboa, comarca de Santarem, termo da villa de Alcanede, freguezia de Santa Maria Magdalena e ultima deste Patriarchado, por esta parte pois finda com o arcebispado de Leiria e comenda de Alcanede q[ue] he do Excelentissimo Conde de Villa Nova. E os vizinhos da freguesia são duzentos; em o lugar principal quarenta. Tem, entre pessoas de confição, e de confição e communhão seissentas e quarenta e quatro. Está este situado em hum valle donde se não descobrem povoassoes. A parochia está fora do lugar. Seu orago fica dito. Tem quatro altares, a saber. Mayor, hum; e do[i]s colatrais e outro hum ludo sobre si e fundo para dentro; hum de Jezus de Nossa Senhora; outro de Santa Maria Magdalena, o outro dos irmãos do Santissimo, de Jezus e da Senhora do Rozario e Magdalena. A igreja não hé de naves. O parocho hé cura aprezentado pelos freguezes, cuja renda são hum alqueire de trigo, e meyo almude de vinho em mosto, cada fogo inteiro, e metade de meyo fogo. Não tem beneficiados, conventos, hospital e mizericordia. Tem quatro irmidas, a saber: São Lourenço no lugar de Alqueidão Velho, Santo Amaro no lugar de Sourois, Santo Ignacio bispo em o lugar de Teira, e o Divino [E]spirito Santo no lugar principal de Alcubertas. Os fructos da terra são pão, vinho; do pão de todas as espécies menos senteio e a mayor colheita he trigo e mistura de trigo [e] de sevada. Está subjeita ao juis ordinario de Alcanede e sua camera. Não há memoria q[ue] floresessem homens a[s]sim em letras como armas. Não tem correyo, o feiras.


/f.132/ Esta terra, dizem, fica distante da cidade de Lisboa dezanove legoas. Não me consta tivesse nunca privilegios alguns, só sim a villa me dizem teve hum grande privilegio, o qual deixarão perder por ser couza de muntos como ordinariamente susede. [Rios] Rio Este rio chamado das Alcubertas saie de fonte q[ue] está ao pé da serra de q[ue] abaixo farei menção. Vai findar no Teijo de Santarem. O seu nascimento he sereno e a elle se vai unir o rio de Alcanede; corre quieto em toda a sua distancia e corre do Norte ao Sul. O peixe q[ue] cria são bogas e barbos, e quem quer os pesca livremente q[uan]do os há. Suas margens se cultivam, e como passa por varias aldeias e lugares delles toma diferentes nomes como são rio das Alcubertas, das Fragoas, do Oiteiro da Curtissada, do Porto de Oliveyra, de Calhariz de Azambugeira e os mais (a)the o mar. Tem varios moinhos e lagares de azeite e os deste lugar pagam penssão ao Ex[celentissi]mo Conde de Villa Nova da dita agoa, por estarem na sua comenda. No terremoto do primeiro de novembro, memoravel em todos os secullos, do anno de 1755 não houve ruinas nesta freg[uezi]a pella bondade de D[eus], menos a igr[ej]a porque esta padeseo muito, cahiram os altares colactrais; e já ficam em seus lugares. A torre toda se ar[r]ruinou mas não cahio nula e fica quazi reparada por ser toda feita e novo e com muita seguranssa. Esta terra não hé murada por ser a mayor parte cazais e aldeias, terras de pão, vinhas e olivais e são os fructos q[ue] costumam dar; fructas, couza pouca, e não dignas de memoria. /f.133/ [Serra] Cerra das Alcubertas Esta cerra comunicasse com a do Monte-junto p[ar]a o Sul e p[ar]a o norte com a do Patello. Terá de largo meya legoa e de comprido trinta legoas. Seu temperamento hé frio e humidio. Tres rios nascem della: hum q[ue] nasce da terra, e fica dito, e nasce ao pé da serra de q[ue] tratamos.


Tem esta hum olho ou buraco q[ue] a natureza formou por entre duas roxas de pedra e olival de terra por onde sai a agoa. E he esta singular. O outro onde chamão de Minde e outro onde chamão Alviella. Todos correm ao Sul e vão meter-se em o Tejo de Santarem. Os lugares q[ue] estão ao pé da serra p[ar]a a parte do Sul são: Rio-mayor, Teyra e Alcubertas, Sourois, Matta de Rey, Chartinho, Mosteyros, Alcanede Villa, Alqueidão do Matto, Monsanto, Torres Novas e varias aldeias. Nesta serra ha varias cantarias de pedra fina e m[uit]o clara e nella junto a este lugar ha hua grutta ou cova subterrana cujo comprim[en]to he de hum quarto de legoa; e boca he de largura e altura quanto cabe hum homem; e por dentro he tão alta q[ue] apenas tolhe de riza o tecto; as paredes são roxa solidivinna das agoas q[ue] distillam do tecto misturadas com a terra, barro e almagra q[ue] ali ha q[ue] se conglutina hum tal congello pellas paredes, q[ue] as cobre de tal sorte q[ue] quem bem não reparar, lhe paressem diamantes, rubins, e outras variedades de pedras, huas lizas, e outras crespas, q[ue] são únicas p[ar]a embrexados. E pellos valles q[ue] ao redor ha o q[ue] mais pruduzem são trigo e sevada. Nella se cria abundantes gados miudos e tem cassa de coelhos e perdizes; porem pouco, q[ue] m[uit]as perdizes porq[ue] todos aquelles habitadores são homens de trabalho q[ue] só cuidão em lavoiras e outros servissos. Nesta serra não ha mais cousa algua de q[ue] se fassa memoria. A fonte q[ue] asima digo ou rio q[ue] saia desta serra esteve quasi perdida a agoa, havera seis annos a esta parte, per cauza de hua g[ran]de inundação das agoas /f.134/ q[ue] vieram pella serra abaixo q[ue] se não divisavam senão agoas em tanta quantidade q[ue] fugiram os molleiros todos e a mayor parte da gente por lhes paresser ser segundo deluvio, e ficaram os olhos da agoa todos cubertos, temendo este povo não tomasse [a] agoa outra via, q[ue] a ser a[s]sim ficarião em g[ran]de mizeria; mas pella bondade de D[eus] tornou ao seu antigo curso sem deminuição algua, mas sim com mais abundancia. Não ha memoria q[ue] secasse em tempo algum no Verão, verdade he ser nesios, porem sempre moie hua pedra. Ultimam[en]te a capella de S[an]ta Maria Magdalena, q[ue] já a[s]sima fica dita estar no local direito da igr[ej]a della, he para admirar co[m] arego della, he p[ar]a admirar a sua factura pois não foy arteficial porq[uan]to as paredes são pedras ou laiges m[ui]to grossas e altas como profundas, sem haver noticia algua de como é q[ue] esta obra foy feita. Huns dizem ser obra da natureza, outros cousa miriculoza. Tudo pode ser, porem sempre hé couza pasmoza. O tecto he artificial por ser abóboda; o pavim[en]to he de terra e sempre estas pedras se achão humidas. O nixo da


S[an]ta he embrexado, e alguns dizem foi S[an]ta de m[ui]ta romagem. Hoije he so gente da terra, como tem susudido [a]the agora. Discorrendo pellos interrogatorios nĂŁo acho couza algua mais de q[ue] possa dar conta, isto he digna de memoria e p[ar]a constar da verdade passei o prizente por mandado de Sua Em[inen]cia, q[ue] D[eus] guarde, e por mim vai asignada.

Alcubertas, 20 de Abril de 1758

as) O p[adr]e cura, Manoel da Sylva e Reis


Memória Paroquial de Arruda dos Pisões, Fólio 689


Memória Paroquial de Arruda dos Pisões, Fólio 690


Transcrição da Memória Paroquial de Arruda dos Pisões Tomo 5 - Memória 21 - f. 689 e 690

/f.689/ Este lugar da Arruda dos Pizoenz he do termo e comarca de Santarem, do Patriarchado de Lisboa, e antiguamente erão os seos moradores freguezez da Collegiada de Santa Maria da Alcaçova da dita villa de Santarem, donde dista tres legoas, por cuja cauza se creou freguezia separada há sincoenta e seis annos. He do Mestrado de Aviz, e o seu comendador ao prezente he o Conde de Antas. Tem sesenta e tres vizinhos, e duzentas, e quarenta e seis pessoas. Acha se situado em hum valle junto a huma ribeira, donde somente se descobre huma aldea chamada os Cazais da Escuza distante hum quarto de legoa ao ppoente, e a vista das mais povoaçoenz vezinhas, se embaraça com montes e charnecas. A parochia está dentro do lugar, o qual tem tres aldeas, huma chamada Boavista, outra os Pizoenz, e a terceira os Cazais da Charneca, e as mais povoaçoenz comprehendidas na freguezia só tem a denominação de Arruda. O orago desta freguezia he São Gregorio, cuja igreja tem tres altares, hum de São Gregorio, outro da Senhora da Conceição, e o terceiro de Santa Anna. Nam há nesta parochia confrarias eccleziasticas, nem seculares com estatutos, ou compromissos, mas sempre se festejão alguns santos: São Gregorio, a Senhora da Conceiçam, Santa Anna, e Santo Antonio, para o que se fas elleyção de juiz, escrivão e mordomos, q[ue] pedem suas esmolas para o culto, e veneração dos mesmos santos, que tambem tem seos benz de raiz por herança dos seos devotos. Esta vigairaria he provida em concurso na Meza da Consciencia, e ordenz em freyre professo de S. Bento de Aviz. Tem de ordenado no seo alvará de mantimento vinte e dous mil reis em dinheiro, hum quarto de vinho, e hum moyo de trigo; que com as mais contigencias e huma terra da igreja poderá avultar de renda athe cento e vinte mil reis. Milho, e feijão são os frutos da terra, que os moradores recolhem em mayor abundancia. Não tem juiz ordinario, nem camera, e he sugeito ao governo das justiças da villa de Santarem. Está distante de Lisboa quatorze léguas.


Tem muitos privilegios appostolicos confirmados pellos Reys deste Reyno, /f.690/ mas por serem todos estes moradores pobres, e mizeraveis lhes tem faltado as forças para rezistirem a varios acometimentos, com que lhe tem derrogado alguns dos seos privilegios, e só ao prezente se conservão ainda na posse de nam pagarem impoziçam de vinhos, carnes, e pescados, sendo este lugar, e o da Azoya os dous unicos, que em todo o termo de Santarem são izentos dos referidos tributos. No terremoto de mil sete centos, e sincoenta, e sinco, so a igreja, que se achava bastantemente a[r]ruinada, padeceo mayor ruina, que ainda não está reparada. E o mais, que se procura a respeito desta terra se não comprehende nesta freguezia, [Serra] onde tambem não há Serra. [Rios] O rio deste lugar tem o seu principio em huns brejos onde chamão o Penegral, que fica na divizam da freguezia, e athe ahy se chama o rio do Penegral; pella parte inferior dos ditos brejos estão varias fontes em alguns valles, e entre todas a mais abundante de agoa, he huma fonte que nasce onde chamão o Val de Enguia, a qual vem comunicarse com a agua dos Brejos, onde chamam a Ribeira dos Pizoenz; e na entrada de Valcovo se ajunta mais agoa de outros brejos, a[s] sim chamados, e de huma fonte, que se chama a fonte das Pelanganas. Corre este rio do Norte a Sul, e sempre quieto em toda a sua distancia. Cultivão se as suas margens, e tem seo arvoredo silvestre, e de fruto. Athe á Ribeira dos Pizoenz conserva o nome de rio do Penegral, onde tem o seo primeiro nascimento, e na dita ribeira começa a chamar se o rio da Ribeira da Arruda dos Pizoenz, e onde principia a ter nome distinto tem huma ponte de pao. Acaba este rio no porto de Oliveira, onde se comunica com outro rio, que vem da Ribeira das Fragoas. Tem huma legoa de distancia athe ao dito sitio, onde acaba. Antiguamente teve pizoenz, agora so tem moinhos que todo o anno moem, de cujas agoas uzão os moradores livremente (os moradores) para a cultura de suas terras, estando estas contiguas às valas dos mesmos moinhos, que se estam separadas pagam suas avenças aos moleiros. E o mais, que se procura no interrogatorio se não comprehende neste rio da freguezia de São Gregório da Arruda dos Pizoenz.

2 de Abril de 1758,

as) O vig[ari]o, fr[ei] Antonio Machado de Souza


Memรณria Paroquial de Azambujeira, Fรณlio 957


Memรณria Paroquial de Azambujeira, Fรณlio 958


Memรณria Paroquial de Azambujeira, Fรณlio 959


Memรณria Paroquial de Azambujeira, Fรณlio 960


Transcrição da Memória Paroquial de Azambujeira Tomo 5 - Memória 67 - f. 957 a 960

/f.957/ M[eretissim]o S[e]n[ho]r O que posso dizer a respeito desta minha freguezia da villa de Azambujeira - he o seguinte: Pertence ao Patriarcado de Lisboa, comarca da villa de Santarem, termo da villa da Azambujeira, e freguezia de Nossa Senhora do Rozário. Esta villa he donatario della o Excelentissimo Conde de Soure e o he ao prezente. Tem esta freguezia noventa e sete moradores, tem trezentas e sincoenta pessoas. Está esta villla situada em hum monte e se descobre della a villa de Santarem donde dista duas legoas para a parte do Na[s]cente. Tem esta villa seu termo e compre[e]nde dois lugares, hum deles se chama Louriçeira, que he da freguezia de Almoster, tem doze moradores; o outro lugar he desta freguezia, e se chama Alfouvés e tem trinta e seis moradores. A paróquia esta dentro na villa, e fora da villa tem hum lugar que se chama Alfouvés. O orago desta freguezia he Nossa Senhora do Rozario; tem a igreja só huma nave; tem tres altares exceto o da capella mor; o da parte do evangelho he de Santo Antonio; e o da epistulla he do Senhor Jezus crucificado; estes dois altares ficão na façia da igreja; tem outro altar na parede da igreja da parte da epistulla e he de Nossa Senhora do Rozario. Tem esta freguezia duas comfrarias, huma do Santissimo Sacramento e outra de Nossa Senhora do Rozario. Esta comfraria de Nossa Senhora do Rozario esta soberdinada ao prior do comvento de São Domingos da villa de Santarem. O parroco desta freguezia he vigario e he apresentado pello Excelentissimo Conde de Soure; a renda sertã que tem são dois moyos de trigo, e hum moyo de feijão fradinho, quatro cantaros de azeite, e huma terra no paul chamado Emtre as Valas, que costuma dar de novidade trigo e milho dois moyos; o mais he pe de altar que junto huma couza com outra, rendera huns annos pellos outros cento e vinte mil reis.


Tem esta freguezia huma ermida da evocação de Santa Luzia, a qual imagem se acha na igreja por estar a[r]ruinada a ermida. Esta ermida pertence ao povo, tem muntas pessoas devoção com a santa, donde vem varias vezes agradeçer à santa algum milagre que lhe[s] fas a respeito dos olhos. Os frutos que os moradores desta freguezia recolhem são /f.958/ trigo munto e bom, sevada e bastante milho, tambem recolhem munto vinho e azeite e legumes de todas as castas. He governada esta terra por hum juis ordinario, tem dois veriadores e hum procurador do concelho e almotaçe e escrivão da camara e alcayde; e o mesmo juiz ordinario he juiz dos orf[ã]os. Esta justiça he feita de tres em tres annos por pelouro o qual se costuma a fazer justiça para tres annos e prezide a eleição o corregedor da villa de Santarem pelo qual são confrimados quando se abre o pelouro. Serveçe esta terra do correyo da villa de Santarem donde dista duas legoas. Fica esta terra distante da çidade de Lisboa quatorze legoas. A ruina que padeçeo no to[r]remoto do anno de 1755 forão só humas cazas de sobrado as quais cahirão [e] ainda se achão cahidas. [Rios] Está esta terra hem hum monte a qual sercão dois rios, hum da parte do poemte, o qual tem o seu nascimento na freguezia de Rio Mayor junto a huma quinta chamada o Jugadoro no qual sitio comserva o mesmo nome do sitio donde na[s]çe; logo mais aba[i]xo se chama Rio Mayor tomando o nome da terra por onde passa e pa[s]sando pella freguezia de S. João da Ribeira se chama o rio de São João e chegando a esta freguezia de Azambujeira se chama o rio do Amial por passar por huma ribeira chamada o Amial e dista desta freguezia duas legoas ao seu nascimento. Este rio na[s]çe logo caudellozo e corre todo anno. Desta freguezia para sima não he navegavel por cauza de huma ponte de cantaria que se acha no meyo das fazendas da freguezia e a tal ponte empede a navegação daqui para sima. O outro rio da parte do Na[s]cente na[s]çe aonde chamão as Alcubertas e lhe chamão Olho d’Agoá das Alcubertas e nesta freguezia se chama o rio de Calharis; este rio daqui para acima [a]the o lugar do seu nascimento não he navegavel por respeito dos açudes. Este rio tambem na[s]çe logo caudelozo e corre todo o anno.


Qualquer destes dois rios desde o sitio donde mo[r]rem [a]the a ponte que esta nesta freguezia são navegaveis no tempo de Imverno por bateis que costumam carregar quinze, dezaçeis moyos de pão. Qualquer destes dois rios em humas partes são de curso a[r]rebatado /f.959/ e noutras quieto. Correm estes dois rios do Norte para o Sul; crião estes rios quantidade de peixes de toda a casta; estes são munta emguia, barbos, fataças, sarmoins, ruivaras e, em alguns mezes do anno, como são março, abril, e mayo, se fazem huns caneiros donde se apanhão bastantes lampre[i]as e de toda a pescaria uzão livremente todas as pessoas. As margens destes dois rios se cultivão donde se recolhe bastante trigo e milho e legumes; em algumas partes tem seu arvoredo, tanto de fruto como silvestre. Estes dois rios se ajuntão hum com outro nesta freguezia donde chamão o Canto do Pego, juntos em hum vão morrer no Rio Tejo donde chamão o Rio Novo. Os moradores desta villa uzam livremente de suas agoas para a cultura das suas terras. O rio da parte do Na[s]çente desde o seu nascimento athe donde morre dista sete legoas e o da parte do Poente dista seis legoas. He o que a Vossa Emm[inenci]a poço dizer desta minha freguezia de Azambujeira, houje, dois de Abril de 1758,

as) O vigário, Francisco Baup[tist]a

/f.960/ [página em branco]


Memรณria Paroquial de Frรกguas, Fรณlio 919


Memรณria Paroquial de Frรกguas, Fรณlio 920


Memรณria Paroquial de Frรกguas, Fรณlio 921


Memรณria Paroquial de Frรกguas, Fรณlio 922


Memรณria Paroquial de Frรกguas, Fรณlio 923


Memรณria Paroquial de Frรกguas, Fรณlio 924


Transcrição da Memória Paroquial de Fráguas Tomo 16 - Memória 145 - f. 919 a 924

/f.919/ Respondo ao manifesto na forma seguinte: 1. Na provincia da Estremadura, patriarcado de Lisboa, commarca de Santarem, termo da villa de Alcanede, freguezia propria. 2. He de donatario, o qual he o excelentissimo Conde de Villanova, e pertence a Ordem Militar de Sam Bento de Aviz, da qual Sua Majestade he Gram Mestre. 3. Tem vizinhos: cento, e quarenta, e dous; pessoas quatrocentas e noventa, e huma. 4. Está situada em valle, e parte em montes: della se não descobrem povoações de consideração. 5. Não tem termo próprio: tem sim lugares, ou aldeas, como Fragoas, cabeça da freguezia, Ribeyra das Fragoas, Ribeyra dos Moinhos, Carvalhaes, Cabos, Povoas, e alguns cazaes, que todos se comprehendem de bayxo dos lugares nomeados. 6. Está a parochia dentro no lugar [de] Fragoas assima mencionado; tem seis lugares, ou aldeas, dos quaes os nomes estam expressos na resposta quinta. 7. Tem por orago Santo Antonio, em o principal altar, e no segundo Nossa Senhora do Rozario, e no terceyro devenera o santissimo nome /f.920/ de Jesus. Tem sacrario na capella mayor, e sua imagem de Sam João Baptista, que não tem altar proprio, mas sim de confesor na capela mayor. Tem hëa só nave, de madeyra o tecto, e o da capella mayor he de abobeda. Tem trez confrarias dos santos assima nomeados; e hëa irmandade do Santissimo Sacramento, que toda a despeza que faz he a custa dos Irmãos da mesma; e por devoção, tambem celebram a natividade do grande Baptista as pessoas que para esse efeito são eleytas. 8. O paroco he vigario apprezentado com exame pela Meza da Consciencia, e Ordens, e colado pelo r[everendissi]mo ordinario do lugar; tem de congrua moio e meyo de trigo, e moio e meyo de cevada, o qual lhe paga a comenda da villa de Alcanede. 9. Não tem beneficiados.


10. Não tem conventos. 11. Nem tam pouco hospital. 12. Tambem não tem Mizericordia. 13. Tem hëa capella no ermo junto ao lugar das Fragoas da invocação de Sam Miguel, que tem sua confraria, a qual antiguamente foy freguezia; tem outra ermida no lugar dos Carvalhaes, com confraria, da invocação de Sam Gregorio Nanzianzeno; no lugar dos Cabos, com confraria, invocação do Martyre Sam /f.921/ Sebastião; tem mais outra no lugar das Fragoas, novamente erecta, a que he propria do capytão Luis Antonio Marques, da invocação da Senhora Santa Anna, essa propria, a todas as mais toma conta o provedor da comarca de Santarem. 14. Acodem romagens nos seos proprios dias, sendo os principaes romeyros os destes povos vizinhos. 15. No que se pergunta a respeito de mantimentos, e frutos da terra, nenhum he em abundacia, o genero de azeyte, vinho, milho, trigo pouco, e tudo quazi nada. 16. Está sujeita a justissa da villa de Alcanede. 17. Não he couto, cabeça de concelho, honra ou beetria. 18. Não ha noticia. 19. Não tem feyras. 20. Não tem correo, sim se custuma servir do de Santarem. 21. Dizta de Lisboa, que he a capital, quinze legoas. [21] 22. Não tem privilegios, nem antiguidades dignas de memoria. [22] 23. Não tem fonte nem agoas de especial qualidade. [23] 24. Não tem porto de mar. [24 e 25] 25. Não tem nada do que se procura. 26. Não padeceo ruina considerável.


/f.922/ 27. Não há couza de memoria. [Serra] No que respeyta a serras, não tenho que responder, porquanto esta freguezia toda he charneca. [Rios] Respondendo ao que se pergunta dos rios desta freguezia: 1. O rio, que junto deste lugar das Fragoas passa, não tem aqui nome próprio; nasce no lugar das Alcobertas. 2. Não nasce caudeloso, mas sim corre todo o anno mas com mizeria. 3. Os rios que nelle entrão me parece dará conta delles (dará conta) o r[everen]do paroco de Alcanede, em cujo destrito nascem alguns, e todos entram. 4. Não he navegavel. 5. He arrebatado no inverno, e demaziadamente manso no verão, por falta de agoa. 6. Corre de Norte a Sul. 7. Cria poucos bordallos, menos barbos, e algëas pardelhas e raras enguias. 8. Não ha nelle pescarias que excedão quatro ou cinco arrates. /f.923/ 9. São tam livres as pescarias, que quaze não ha que pescar principalm[en]te no verão. 10. Cultivão se alguas com algum milho, e frutas que [a]limentuão, e arvores silvestres alguns salgueyros que pouco prestimo tem. 11. Não teem suas aguas virtude particular. 12. Não sey que tenha nome algum nesta minha freguezia, senão o rio das Fragoas. [13] 12. Recolhe se na ponte da Asseca no termo de Santarem, e dahi com outros caminha ao Tejo.


13. Esta respondido na anticedente resposta. 14. Não he navegavel, mas tem alguns assudes p[ar]a levar agoa a alguns moinhos de bem pouco cahudal. 15. As pontes de pedra que tem estão na freguezia de Alcanede, junto a este lugar tem hëa de pao, que bem neccessidade tinha de ser de pedra, mas a falta de meios que tem este povo he a cauza porque o não he. 16. Tem alguns moinhos que não passão de tres, e de pouco cahudal, e hum lagar de azeyte, não tem pizoens, nem noras, nem mais engenho algum. 17. Não se tirou ouro de suas are[i]as em tempo algum. 18. Não uzão livrem[en]te das aguas deste rio os povos, /f.924/ porquanto impedem os moinhos que pa[ra] isso pagam foro de agoa na commenda de Alcanede. 19. Dentro na minha freguezia tem hum quarto de legoa, pouco maes, ou menos, e passa pelo lugar das Fragoas, e Ribeyra das Fragoas. 20. Não ha couza algua notavel que escrever se passa.

Fragoas, 29 de março de 1758

as) O vigário, fr[ei] Agostinho Ferreyra


Memรณria Paroquial de Outeiro da Cortiรงada, Fรณlio 573


Memรณria Paroquial de Outeiro da Cortiรงada, Fรณlio 574


Memรณria Paroquial de Outeiro da Cortiรงada, Fรณlio 575


Memรณria Paroquial de Outeiro da Cortiรงada, Fรณlio 576


Transcrição da Memória Paroquial de Outeiro da Cortiçada Tomo 32 - Memória 96 - f. 573 a 576

/f.573/ O que se diz desta terra he o seguinte: 1º Esta terra, freguezia de Nossa Senhora da Ribeira fica na provincia da Beira, pertence ao patriarchado de Lisboa, e ao termo e comarca da villa de Santarem. 2º He de El Rey, e paga dizima ao priorado da egreja da Nossa Senhora da Conceição do lugar das Abitureiras pertencente á cadeira de Mafra, que hoje se chama hëa das cadeiras sroprimidas. 3º Tem noventa e outo vizinhos, e trezentas setenta e hëa pessoa. 4º Esta sittuada em monte e della se descobre parte de hum lugar chamado Albergaria, de que dista hum quarto de legoa. 5º Não tem termo seu: tem dois lugares, hum chamado lugar do Outeiro; e outro o lugar das Correas; e algës cazais chamados os Cazais da Cortiçada, e Cazais do Valle das Marinhas, que comprehendem o numero de noventa e outo vizinhos asima dittos. 6º A parochia está fora do lugar, e tem esta os lugares e cazais já dittos. 7º O seu orago he o de Nossa Senhora da Ribeira; tem tres altares: hum he o de Nossa Senhora da Ribeira; outro o de Nossa Senhora do Rozario e outro he do Divino Espirito Santo; tem a irmandade de Nossa Senhora do Rozario; e não tem naves. 8º O parocho he cura, aprezentado pello Emmenentissimo Senhor Cardeal Patriarca; e rende setenta moios. 9º Não tem benefiss[i]ados. 10º Nam tem conventos.


/f.574/ 11 Nam tem hospital. 12 Nam tem caza da Mizericordia. 13 Tem hëa hermida de Sam Pedro dentro no lugar das Correas e pertence ao tal povo; tem mais suas imagens, hëa de Santo Antonio, e outra de Sam Gonçalo. 14 En certos dias acode romagem, e pello decurso do anno tambem algë[n]s dias mais. 15 Os frutos que os moradores colhem da terra são: trigo, milho regadura, feijão branco e fradinho, grãos, xicaros e azeite. 16 Não tem juiz ordinario, nem camera, está sim sugeita as justissas da villa de Santarem. 17 Não he couto, nem cabeza de concelho, honra ou behetria. 18 Não ha memoria, que della tenhão sahido homens insignes por virtudes, letras, ou armas. 19 Não tem feira em tempo algum. 20 Não tem correo, e se serve do de Santarem, que dista tres legoas. 21 A cidade capital do Reino, e patriarchado de Lisboa, e della dista quatorze legoas. 22 Não tem previlegios. 23 Ha hëa lagoa chamada do Martinho no lugar da Cortiçada, mas não selebre, nem qualidade nas suas agoas. 24 Não tem porto de mar. 25 A terra não he murada. 26 Alguma ruina padeceo no terremoto de mil sete centos e sinquenta e sinco, principal[mente] na egreja, e algëas cazas, mas já em parte se acham réparadas. 27 Não ha máy couza algëa digna de memoria, que não compra este interrogatorio.


/f.575/ [Serra] Nesta terra não ha Serra, de que se possa dar discripsão algëa. [Rio] A noticia, que se da do Rio desta terra he a seguinte: 1º He hum rio, que nasce junto a Serra do lugar das Alcobertas. 2º Não nasce caudelozo, e corre todo o anno. 3º Não entra nelle rio algë. 4º Não he navegavel. 5º Não he de curso a[r]rebatado. 6º Corre do Norte p[ar]a o Sul. 7º Não cria peixes de q[ue] se possa fazer mensão alguma. 8º Não ha piscarias nelle. 9º Esta ditto. 10 Cultivam se as suas margens, as quais tem algum arvoredo de fruto e alguns sylvestres. 11 Nam tem virtude alguma as suas agoas. 12 Sempre conserva o mesmo nome de rio das Alcobertas, nem se dam crença que em outro tempo tivesse outro. 13 Morre em outro rio com que se junta onde chama a ponte de Asseca junto a villa de Santarem. 14 Não tem cachoeira, repreza, levada ou asude. 15 Não tem pontes de cantaria, mas a sim algëas de pao pequenas.


16 Tem moinhos, e algës lagares de azeite. 17 Não consta que em tempo se tirase ouro de suas are[i]as. 18 Os povos uzam livre das suas agoas para a cultura dos campos. 19 O rio poderá ter tres legoas, desde o seu nascimento, thé aonde acaba. 20 Nam há may do que possa dar noticias algumas.

[s.d.]

[s. as.]

/f.576/ [página em branco]


Memรณria Paroquial de Rio Maior, Fรณlio 749


Memรณria Paroquial de Rio Maior, Fรณlio 750


Memรณria Paroquial de Rio Maior, Fรณlio 751


Memรณria Paroquial de Rio Maior, Fรณlio 752


Transcrição da Memória Paroquial de Rio Maior Tomo 32 - Memória 125 - f. 749 a 752

/f.749/ Lugar na provincia da Estremadura pertencente ao Patriarchado de Lisboa, de donde dista 14 legoas, comarca de Santarem, donde dista 4. A sua cituação hé em huma eminencia pouco levantada. He esta terra do Mestrado da Ordem d’ Aviz, com huma comenda q[ue] rende 900$ r[eis]. He governada por dois juizes da vintena q[ue] são confirmados pela camera de Santarem. Tem so huma Igreja Parochial da invocação de N. S. da Conceição, q[ue] está fora do lugar e há mais de quarenta anos derribada; mas dentro destas mesmas ruinas se enterrão os mortos, e se conserva a pia batismal; para os mais oficios serve de parochia a Ermida do S[antissi]mo Sacramento. Esta igreja hé priorado da Ordem d’ Aviz, q[ue] tem de renda trez moios de trigo, dois de cevada, e 20$ r[eis] em dinheiro. Tem hë beneficio curado tambem com huma ordinaria de dois moios de trigo, moio meio de cevada, e dez mil reis em dinheiro. Ha quatro irmandades erectas na matriz, q[ue] são a do S[antissi]mo Sacramento, a da N. S. do Rozario, a do Espirito Santo, e a do Minino Jesus. Ha no lugar a ermida de S. Sebastião com confraria, a da N. S. da Capella com confraria das Almas, e a de S. Gregorio. Fora delle tem a ermida de N. S. da Nazaré pertencente á Caza do Jogadoiro, a de S. Paio, a de S. Antonio d’ Azinheira, S. André, S. Domingos, N. S. da Saude, N. S. da Luz, a de S. Anna, todas sujeitas ao ordinario, e sem começo de romagens. Tem Caza de Mizericordia com pouco mais de 200$ r[eis] de renda, e por ella hé governado o hospital. Tem huma feira a 15 de Setembro franca trez dias.


Não há aqui correio, mas serve se do de Santarem. Compõe-se esta freguezia de nove aldeas: a da Azinheira, celebre pelas pederneiras, q[ue] nella se frabricão, e tem 32 fogos; Fonte-da-bica com hë juiz de vintena, e 62 fogos; Lobo-morto com 28; Pé da Serra com 20; Senta com 18; Porta da Teira com 15; Aceiceira com 31; Anteporta com 40, e hë juiz de vintena, Traz da Serra com 32, e hë juiz de vintena. Há muitos mais cazáes, q[ue] se não podem contar por aldeas /f.750/ por serem muito espalhados. Tem Rio-maior 298 vizinhos, e todas as freguezias 632, com 3 [mil] almas. Não ha neste lugar coiza notavel. O seu terreno he fertil, produz de todos os frutos; e tem abundancia da madeira de pinho em q[ue] negoceam os seus habitantes. O terremotto do anno de 1755 aqui se sentio com violencia, mas não fez ruina. De Rio-maior forão originarios Thomaz Henriques de Figueiredo, q[ue] morreo Coronel de Peniche, e o Desembargador Alvaro da Fonseca Lobo, q[ue] morreo Religiozo Cartucho. Serra Chamada a das Marinhas por ter na sua falda hë poço d’ agua, q[ue] passa por taes mineráes, q[ue] os seus moradores fazem sal em muita abundancia. Dizem elles, q[ue] esta he huma parte da Serra da Estrela, q[ue] aqui se principia a levantar, e continua sete legoas ate Torres-novas. Tem pedra de cantaria, em muita quantidade, e de varias qualidades. Não produz planta, nem erva de virtude conhecida. Tem pouca caça e o seu clima he sadio. Rio Chamado Rio-maior, q[ue] tomou nome do lugar por onde passa. Corre de Norte a Sul, tem o seu nascimento em huma quinta chamada do Jogadoiro, em huma costa dura da Serra. Tem varias bocas, mas só tem nome a da Arraia, e a do Estujrão; e esta ultima corre todo o anno.


Não pode ser navegavel pelos muitos asudes, e engenhos, q[ue] tem. Produz /f.751/ pouco peiche, e de nenhuma raridade. Extende-se por trez legoas desde o seu nacimento ate o lugar d’ Azambugeira, aonde perde o nome, e corre com outros rios até o Tejo. A sua corrente não hé arrebatada, por q[ue] sempre corre por planicie. As suas margens produzem de todos os frutos, e ellas são as [que] dão fertilidade a Rio-maior.

[s.d.]

as) O P[ri]or, fr[ei] João da Cunha Guedes

/f.752/ [página em branco]


Mem처ria Paroquial de S찾o Jo찾o da Ribeira, F처lio 535


Mem처ria Paroquial de S찾o Jo찾o da Ribeira, F처lio 536


Mem처ria Paroquial de S찾o Jo찾o da Ribeira, F처lio 537


Mem처ria Paroquial de S찾o Jo찾o da Ribeira, F처lio 538


Mem처ria Paroquial de S찾o Jo찾o da Ribeira, F처lio 539


Mem처ria Paroquial de S찾o Jo찾o da Ribeira, F처lio 540


Mem처ria Paroquial de S찾o Jo찾o da Ribeira, F처lio 541


Mem처ria Paroquial de S찾o Jo찾o da Ribeira, F처lio 542


Mem처ria Paroquial de S찾o Jo찾o da Ribeira, F처lio 543


Mem처ria Paroquial de S찾o Jo찾o da Ribeira, F처lio 544


Mem처ria Paroquial de S찾o Jo찾o da Ribeira, F처lio 545


Mem처ria Paroquial de S찾o Jo찾o da Ribeira, F처lio 546


Transcrição da Memória Paroquial de São João da Ribeira Tomo 31 - Memória 91 - f. 535 a 546

/f.535/ Rellação e resposta aos interrogatorios seguintes por seus cappitolos: Primeyramente, Esta freguezia de São João da Ribeyra, he deste patriarcado, do termo, e comarca da villa de Santarem. 2º Toda esta freguezia paga outavos a Sua Magestade que Deos guarde, excepto o lugar de Mallaqueijo, que [paga] os septimos ao Excellentissimo Duque de Lafoens. 3º Consta esta freguezia de trezentos e outenta e dous fogos, ou vizinhos; pessoas mayores de confisão, e comunhão mil e duzentas, e noventa e seis; menores somente da confisão cento e setenta e quatro. 4º Este lugar de São João da Ribeyra está situado em hum bayxo mistico ao rio, e de huma e outra parte montes, e delle se não descobre povoação alguma, e dista da primeyra hum quarto de legoa. 5º Esta freguezia he do termo de Santarem; comprehende sinco lugares, que he este de São João da Ribeyra, e /f.536/ Mallaqueijo, e Marmeleyra, e Assentis, Arroquellas, e algumas aldeias e cazaes agregados destes lugares. Consta este lugar de São João da Ribeyra de trinta e hum vizinhos, digo consta de trinta e nove vizinhos; e o lugar de Mallaqueijo consta de quarenta e tres vizinhos; e a Marmeleyra consta de noventa e tres vizinhos; Assentiz consta de vinte e nove vizinhos; e Arrouquellas consta de setenta e tres vizinhos. Aldeias, pertencentes a este lugar de São João da Ribeyra: a Louzella, quintas dos Frazoes, Escuza. A Louzella consta de outo vizinhos e mais alguns cazaes misticos, Quintas dos Frazoes consta de nove vizinhos, Escuza consta de tres vizinhos, e mais alguns cazaes misticos; e tem mais duas aldeias, huma chamada Arroteia que consta de seis vizinhos; e outra chamada Mallaqueiginho, que consta de quatro vizinhos, e mais alguns cazaes misticos. 6º Esta parroquia esta dentro deste lugar de São João da Ribeyra; consta dos lugares, e aldeias, e cazaes, de que se fez menção no cappitolo quinto.


/f.537/ 7º O orago desta freguezia he São João Baptista; consta de quatro altares: o altar mor he de São João, os collatraes, Nossa Senhora do Rozario, Nossa Senhora da Salvação, e Espirito Santo. Não tem naves. Tem tres irmandades, convem a saber: Nossa Senhora do Rozario, Nossa Senhora da Salvação, e Espirito Santo. 8º Esta freguezia he vigararia, e he da aprezentação dos padres da Congregação de São João Evangelista do Convento de São Bento de Xabregas, terá de renda para o vigario cento e sincoenta mil reis, pouco mais ou menos. 9º Nam tem beneficiados, e só tem coadjutor com a congrua de quinze mil reis. 10 Ha nesta freguesia hum hospicio de relligiozos dominicos subjeyto ao Convento da Serra de Monte Junto de Nossa Senhora das Neves. 11 Não tem hospital. /f.538/ 12 Nem tem caza de Mizericordia. 13 Tem sette irmidas: Nossa Senhora das Angustias, Sam Brás, Nossa Senhora da Escuza, Nossa Senhora da Barreyra, Nossa Senhora da Encarnação de Arrouquellas, Nossa Senhora da Vittoria de Assentiz, Sam Francisco da Marmeleyra; e tem mais hum oratorio na quinta da Grimaneza. A irmida de Nossa Senhora das Angustias está na quinta do Acipreste, de que he senhor Bento Jozé de Campos; a irmida de Sam Brás está dentro do lugar de Mallaqueijo; a irmida de Nossa Senhora da Escuza está em dezerto, e não tem administrador, senão o povo, e da mesma forma a de Sam Brás; a irmida de Nossa Senhora da Barreyra está ao pé de quatro moradores e tambem he da administração do povo; a irmida de Nossa Senhora da Encarnação fica ao pé do lugar de Arrouquellas, e he da administração do /f.539/ povo; a irmida de Nossa Senhora da Vittoria está dentro do lugar de Assentiz, e he da administração do morgado Gaspar Joze Cardoso de Almeyda e Vasconcellos; a irmida de Sam Francisco fica dentro do lugar da Marmeleyra, e he da administração do povo. 14 Ás irmidas de Nossa Senhora de Arrouquellas e de Nossa Senhora da Vittoria de Assentiz acodem a ellas romagens em varios dias do anno, e principalmente nos dias em que se festejão, como a Senhora da Vittoria a quinze de agosto, e a da Senhora da Encarnação a vinte e sinco de março, e em outros mais dias.


15 Os fruttos, que se recolhem nesta freguezia, em mayor abundancia, são trigo, milho grosso, sevada, azeyte e vinho. 16 Os juizes desta freguezia se chamão ventaneyros, e sam sinco, hum em cada lugar, e sam feytos pella camera da villa de Santarem. /f.540/ 17 Nem he couto, nem cabeça de concelho, ou honra. 18 Nem ha memoria, que nesta freguezia florecessem ou della sahisem homens insignes por virtudes, letras ou armas. 19 Nem tem feyras francas nem captivas. 20 Nam ha correio, so Santarem. 21 Dista esta freguezia quatorze leguas, da cidade de Lisboa. 22 Nem tem previlegios nem antiguidades dignas de memoria. 23 Nesta freguezia, em todos lugares della, ha varias fontes com abundancia de agoas, mas com mais fertilidade a fonte de Assentiz. 24 Nem he porto de mar. 25 Nem he murada, nem praça de armas, nem tem castello, nem torres. 26 No terremoto de 1755, supposto ouve alguma ruina, não foy com m[ui]to excesso, e a que ouve está reparada. /f.541/ [Rios] Rellação dos rios desta freguezia: 1º O rio que passa por esta freguezia se chama o rio de Sam João; tem este o seu principal nascimento aonde chamão o Jogadouro, freguezia de Rio-mayor. 2º Nasce logo caudolozo, mas no veram muntas vezes fica no seu proprio nascimento; mas sempre corre por agoas, que se lhe adjuntão de varias partes.


3º Entrão neste rio, hum que passa pello lugar de Arrouquellas, e pello de Assentiz, e da Marmeleyra, e faz sua entrada aonde chamão o Montujo; e outro rio, que pasa pella freguezia de Alcoentre, e Sam Pedro de Arrifana, e Almoster, e faz sua entrada aonde chamão a Salgada ao pé da villa de Azambugeyra; e entra mais neste rio outro, que tem seu nascimento aonde chamão as Alcubertas, que passa pellos lugares das Fragoas, e Outeyro, e neste entrão os rios, que vem dos lugares da Cortiçada, e Arruda; os quais, todos juntos, passão por onde chama a ponte de Calhariz; e faz sua entrada, /f.542/ aonde chamão a Salgada, junto á Azambugeyra. 4º Nem he navegavel, senão athé á ponte de Azambugeyra, e só de embarcações piquenas. 5º Este rio he de curso quieto em toda a sua distancia, menos quando as innundações sam graves. 6º Corre este rio do Norte para o Nascente. 7º Neste rio se crião algëas qualidades de peyxes, mas piquenos, e dos que ha mais abundancia, ao parecer de muntos, se chamão barbos. 8º Neste não se fazem pescarias de consideração, mas sim algum curiozo, por seu divertimento. 9º E pello que fica ditto no capittolo antecedente, não ha de que se dar conta neste capitollo nosso. 10 As margens deste rio quazi todas se cultivão, e sam bem productivas, e tem varias arvorias digo arvores de fructo, e sem frutto. /f.543/ 11 As agoas deste rio não consta de que tenhão virtude especial, de que se possa fazer menção. 12 Athe o prezente não consta de que este tivesse outro nome, senão o rio de Sam João da Ribeyra de Rio-mayor, e nem tem outro. 13 Este rio faz sua entrada no rio Tejo por bayxo da villa de Azambuja. 14 Tem varias reprezas nelle, digo levadas, e assudes, que lhe impedem o ser navegavel. 15 Tem nove pontes todas de páo, a saber: huma ao moinho do padre Jozé Leytão; e outra ao moinho do cappitão Jozé Cordeyro de Carvalho; e outra ao moinho que chamão do Capucho; e outra ao moinho a que chamão da Ordem; e outra ao moinho, que chamão do Mil Homens; e outra


a que chamão dos Assudes, junto a este lugar de Sam João da Ribeyra; e outra aonde chamão o Cazal do Porto do Sovereyro, tambem junto a este mesmo lugar de São João; e outra, a que chamam a Longra; e outra a que /f.544/ chamão da Valla Real. 16 Tem este rio nove moinhos de moer grão, e dous lagares de azeyte. 17 Não consta, athé o prezente, que deste se tirase ouro algum. 18 Os povos uzão livremente das suas agoas, sem penção algëa, para fertilizarem as suas terras. 19 Tem este rio, desde o seu nascimento principal, athe que entra no rio Tejo, sette legoas de comprido, pouco mais, ou menos; passa pellos lugares de Rio-mayor, Anteporta e Sam João da Ribeyra, e por perto do lugar de Alfouvés, e villa de Azambugeyra, e lugar das Virtudes e por perto da villa de Azambuja. 20 E não consta mais, do que dar conta que o referido, que tudo passa na verdade, que roguey por mim se fizesse e eu o assigney. São João da Ribeyra, de março 29 de 1758 [Serra] E no que respeyta a Serra, não ha de que dar conta, por não a haver nesta freguezia, era ut supra, /f.545/

as) O vig[a]r[io], Carlos Joze de Moura

/f.546/ [página em branco]


Fontes Manuscritas Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANTT) MEMÓRIAS PAROQUIAIS – 1722-1832 Dicionário Geográfico de Portugal – Tomos 2 [Alc-Ale], 5 [Aro-Azu], 16 [Fon-Fro], 31 [Rab-Rib] e 32 [Rib-Ruv]

Bibliografia BRAGA, Joana, Memórias Paroquiais: Indice: ID L 712, Lisboa: ANTT, Outubro de 2014 COSME, João, e VARANDAS, José, Memórias paroquiais: 1758, Casal de Cambra: Caleidoscópio, 2009, Vol. II e V



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